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Livro Eletrônico
Aula 00
Questões Comentadas de Português - Consulplan (Com videoaulas)
Professor: Rafaela Freitas
00000000000 - DEMO
 
 
 
Profª Rafaela Freitas www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 92 
Questões comentadas de Português 
Banca Consulplan 
Teoria e Questões Comentadas 
 
Aula 00 
Profª Rafaela Freitas 
 
AULA 00 
QUESTÕES COMENTADAS SOBRE: 
Leitura, compreensão e análise de textos. 
Tipologia textual. Coesão e coerência. 
Semântica (significação das palavras). 
Estilística (figuras de linguagem). 
 
 
 
SUMÁRIO 
APRESENTAÇÃO .....................................................................................2 
CRONOGRAMA E OBJETIVO DO CURSO......................................................3 
QUESTÕES COMENTADAS.......................................................................06 
LISTA DE QUESTÕES QUE FORAM COMENTADAS NESTA AULA....................55 
GABARITO............................................................................................92 
O MEU ATÉ BREVE.................................................................................92 
 
 
 
 
 
 
 
 
DA FELICIDADE 
 
Quantas vezes a gente, em busca da ventura, 
Procede tal e qual o avozinho infeliz: 
Em vão, por toda parte, os óculos procura 
Tendo-os na ponta do nariz! 
 
Mário Quintana 
 
 
 
 
 
 
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Questões comentadas de Português 
Banca Consulplan 
Teoria e Questões Comentadas 
 
Aula 00 
Profª Rafaela Freitas 
 
APRESENTAÇÃO 
 
Olá, caros amigos do Estratégia Concursos! 
 
Vamos iniciar um curso com uma proposta diferente: questões 
comentadas da banca Consulplan. Só questões comentadas? Não! Teoria 
completa em vídeo! Se o seu estudo rende mais estudando com vídeos, não 
perca tempo! Assista às aulas e pegue os PDFs para praticar com questões 
comentadas. 
 
 
Mas por que estudar com questões da banca organizadora do 
certame e não com questões de outras bancas? 
 
Meus queridos, o “pulo do gato” do concurseiro é entender que conhecer o 
perfil da organizadora do concurso que vai prestar é fundamental para chegar 
a aprovação. Não basta conhecer todo o conteúdo, estudar cada tópico do 
edital, se não dominar a maneira como a banca vai cobrar os assuntos na 
prova! 
Se você está aqui lendo o meu curso, é porque já entendeu ou menos 
começou a entender isso! Parabéns! Siga em frente! 
 
 
Quero explicar outros detalhes, mas, antes preciso me apresentar! 
 
Para que me conheça, falarei brevemente sobre mim: meu nome é 
Rafaela Freitas, sou graduada em Letras pela Universidade Federal de 
Juiz de Fora, onde resido, e pós-graduada em Ensino de Língua 
Portuguesa, pela mesma instituição (UFJF). Desde que me formei, tenho 
trabalhado com a preparação dos alunos para os mais diversos concursos 
públicos, em cursos presenciais, no que tenho colocado ênfase em minha 
0
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Questões comentadas de Português 
Banca Consulplan 
Teoria e Questões Comentadas 
 
Aula 00 
Profª Rafaela Freitas 
 
carreira, embora também trabalhe com turmas preparatórias para 
vestibulares. 
Sou concursada em dois estados diferentes (Minas Gerais e Rio de 
Janeiro), conquistei (e ainda estou conquistando) muitos objetivos com muito 
suor! Não foi fácil, tenho uma família para dar atenção, uma casa para cuidar, 
mas AMO o que faço, o cansaço não me vence! Sou uma apaixonada pela 
nossa língua mãe e por ensiná-la! E para vocês eu digo: cada esforço será 
recompensado no final! Tenham a certeza de que o português, já neste curso, 
não será um problema, mas sim a solução! Você sabe muito mais dessa língua 
do que imagina! Confie em mim e principalmente em seu potencial! 
 
OBJETIVO E CRONOGRAMA DO CURSO 
 
Este curso tem por objetivo trazer para os alunos questões comentadas 
da CONSULPLAN em todas as aulas em PDF. Além disso, aulas teóricas em 
vídeo sobre todos os assuntos abordados nas questões. 
 
Está estudando para um concurso cuja a banca examinadora é a 
Consulplan? Está estudando para o TJ-MG? Está no lugar certo. Veja o que 
preparei para você: 
 
CRONOGRAMA 
AULA MATÉRIA LIBERAÇÃO 
0 
 
QUESTÕES COMENTADAS SOBRE: 
Leitura, compreensão e análise de textos. 
Tipologia textual. Coesão e coerência. 
Semântica (significação das palavras). 
Estilística (figuras de linguagem). 
 
 
27/10/2016 
1 
 
QUESTÕES COMENTADAS SOBRE: 
Morfologia e Estrutura das palavras 
Colocação Pronominal 
08/11/2016 
0
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Questões comentadas de Português 
Banca Consulplan 
Teoria e Questões Comentadas 
 
Aula 00 
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Sintaxe da oração e do período composto 
 
 
2 
 
QUESTÕES COMENTADAS SOBRE: 
Concordância nominal e verbal 
Regência nominal e verbal. Crase. 
 
 
23/11/2016 
3 
 
QUESTÕES COMENTADAS SOBRE: 
Letras e grafemas; encontros vocálicos e 
consonantais; dígrafos; sílabas; acento tônico; 
Ortografia e acentuação 
Sinais de pontuação. 
Redação Oficial 
07/12/2016 
5 
 
Revisão I com provas comentadas: 
TJ-MG (Estagiário) 2016 
Prefeitura de Cascavel (professor) 2016 
 
16/12/2016 
6 
 
Revisão II com provas comentadas: 
Câmara de Olinda (Ag. Adm) 2015 
Corpo de Bombeiros PA (Oficiais) 2016 
 
26/12/2016 
7 
 
Revisão III com provas comentadas: 
Corpo de Bombeiros PA (Praças) 2016 
Prefeitura de Imigrantes (Médico do Trabalho) 
2016 
 
06/01/2017 
8 
 
 
Revisão IV com provas comentadas: 
Prefeitura de Imigrantes (monitor de informática) 
2016 
Corpo de Bombeiros SC 2015 
Prefeitura de Cascavel (Téc. Seg do Trabalho) 
2016 
 
 
 
16/01/2017 
 
 
9 
 
 
Aula em vídeo de revisão geral com questões e 
teoria 
 
 
 
20/01/2017 
 
 
0
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Teoria e Questões Comentadas 
 
Aula 00 
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10 
 
 
Aula em vídeo de revisão geral com questões e 
teoria 
 
 
27/01/2017 
 
 
 
 
Reforçando: as 4 primeiras aulas serão com questões divididas por 
conteúdos. Nas outras, vou comentar provas Consulplan na íntegra para vocês 
(PDF), a maioria de 2016! As duas últimas aulas serão em vídeo com minhas 
considerações finais e estudo da banca. 
 
 
Desde já, coloco-me à disposição para qualquer dúvida ou esclarecimento, 
pelo e-mail: contato@professorarafaelafreitas.com.br 
ou ainda pelo fórum de dúvidas. 
 
Facebook, Instagram e Youtube: Palavreando com Rafa Freitas 
 
 https://www.facebook.com/palavreandocomrafafreitas/ 
 https://www.instagram.com/palavreandocomrafafreitas 
 https://www.periscope.tv/Rafaela190619 
 
Vamos começar o nosso estudo! Mas antes, um poema... 
 
O Tempo 
 
A vida é o dever que nós trouxemos para fazer em casa. 
Quando se vê, já são seis horas! 
Quando de vê, já é sexta-feira! 
Quando se vê, já é natal... 
Quando se vê, já terminou o ano... 
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Questões comentadas de Português 
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Teoria e Questões Comentadas 
 
Aula 00 
Profª Rafaela Freitas 
 
Quando se vê perdemos o amor da nossa vida. 
Quando se vê passaram 50 anos! 
Agora é tarde demais para ser reprovado... 
Se me fosse dado um dia, outra oportunidade, eu nem olhava o relógio. 
Seguiria sempre em frente e iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das 
horas... 
Seguraria o amor que está à minha frente e diria que eu o amo... 
E tem mais:não deixe de fazer algo de que gosta devido à falta de tempo. 
Não deixe de ter pessoas ao seu lado por puro medo de ser feliz. 
A única falta que terá será a desse tempo que, infelizmente, nunca mais voltará. 
 
Mário Quintana 
 
 
 
Proteção, sim; violação de privacidade, não. Esse é o desejo dos 
consumidores brasileiros que navegam na Internet. E esse é o mote – mais 
que o mote, o alerta – que orienta a campanha lançada pelo Instituto 
Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) na última terça-feira, contra o 
Projeto de Lei 84/99, que trata de crimes cibernéticos. 
A campanha “Consumidores contra o PL Azeredo” pretende chamar a 
atenção da sociedade para a ameaça que o PL 84 representa ao direito à 
privacidade e liberdade na rede, aos direitos dos consumidores no acesso aos 
produtos e serviços e no direito fundamental de acesso à cultura, à informação 
e à comunicação. 
No Congresso desde 1999, o PL 84/99 segue na Câmara dos Deputados 
nos termos do texto substitutivo proposto pelo deputado Eduardo Azeredo 
(PSDB-MG). O PL Azeredo tramita em caráter de urgência na Casa e está 
prestes a ser votado no início de agosto, quando termina o recesso 
parlamentar. Se aprovado, desviando-se de sua pretensa função de combater 
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os crimes na Internet, o projeto vai instaurar um cenário de vigilância e 
monitoramento na rede, restringindo sensivelmente os direitos e liberdades e 
criminalizando condutas que são cotidianas dos cidadãos no mundo virtual. 
Para os consumidores, a aprovação do projeto traz consequências 
drásticas, especialmente se considerarmos que a Internet é inteiramente 
permeada por relações de consumo. Desde a conexão até o acesso a 
conteúdos em sites, produtos e serviços via comércio eletrônico, passando pela 
utilização de e-mails, plataformas colaborativas e redes sociais, em menor ou 
maior grau, tudo é relação de consumo e deve ser entendido na lógica da 
defesa dos direitos consagrados pelo Código de Defesa do Consumidor (CDC). 
Há 20 anos, esse mesmo CDC tenta fazer valer um de seus princípios 
básicos: a boa-fé. Pressupõe-se que todos são legítimos titulares de direitos e 
praticam seus atos cotidianos com base na legalidade, na confiança e no 
respeito. Por óbvio, essa premissa é válida também para a Internet. O que o 
PL Azeredo faz, no entanto, é inverter essa lógica. No lugar da presunção da 
boa-fé, instaura-se a constante suspeita. No lugar do respeito à privacidade 
dos dados e informações dos usuários, o projeto determina a sua vigilância 
constante, como se a qualquer momento fossem praticar um crime, um ato de 
vandalismo, uma atitude ilícita. Para o PL Azeredo, como norma penal que é, 
na Internet todos passam a ser suspeitos até que se prove o contrário. 
(Guilherme Varella, Carta Capital. 28/07/11) 
 
01. (Prefeitura de Uberlândia – 2011 – Advogado – Consulplan) De 
acordo com o texto, o Projeto de Lei 84/99 
a) determina o acesso irrestrito a produtos e serviços virtuais. 
b) atende ao clamor público de que seja instituída uma proteção virtual. 
c) é incentivado pela campanha: Proteção, sim; violação à privacidade, 
não. 
d) impõe limites no mundo virtual desconsiderando o respeito à 
privacidade. 
e) está de acordo com a lógica de defesa dos direitos consagrados pelo 
CDC. 
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Comentário: vamos analisar as alternativas para encontrar aquela mais 
completa com relação ao que se diz no texto: 
a) determina o acesso irrestrito a produtos e serviços virtuais. – ERRADA. 
Em momento alguém o texto diz que o projeto de Lei determina acesso 
irrestrito a produtos e serviços virtuais. 
b) atende ao clamor público de que seja instituída uma proteção virtual. – 
ERRADA. Não existe tal clamor público. 
c) é incentivado pela campanha: Proteção, sim; violação à privacidade, 
não. – ERRADA. Ao contrário, não é incentivada, é criticada. Além disso, 
“Proteção, sim; violação à privacidade, não.” Não é uma campanha, é a tese 
do autor. 
d) impõe limites no mundo virtual desconsiderando o respeito à 
privacidade. – CORRETA. Podemos comprovar que a Lei impõe limites ao 
mundo virtual desconsiderando o respeito à privacidade relendo os trechos do 
segundo e terceiro parágrafos: 
“A campanha “Consumidores contra o PL Azeredo” pretende chamar a 
atenção da sociedade para a ameaça que o PL 84 representa ao direito à 
privacidade e liberdade na rede, aos direitos dos consumidores no acesso aos 
produtos e serviços e no direito fundamental de acesso à cultura, à informação 
e à comunicação” 
“Se aprovado, desviando-se de sua pretensa função de combater os 
crimes na Internet, o projeto vai instaurar um cenário de vigilância e 
monitoramento na rede, restringindo sensivelmente os direitos e liberdades e 
criminalizando condutas que são cotidianas dos cidadãos no mundo virtual”. 
 
e) está de acordo com a lógica de defesa dos direitos consagrados pelo 
CDC. – ERRADA. Ao contrário, o autor argumenta que o Projeto de Lei NÃO 
está de acordo com a lógica de defesa dos direitos consagrados pelo CDC. 
GABARITO: D 
 
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02. (Prefeitura de Uberlândia – 2011 – Advogado – Consulplan) Na 
frase “Proteção, sim; violação de privacidade, não”, há uma indicação de 
a) ideia de concessão. 
b) motivo e finalidade. 
c) oposição de ideias. 
d) causa e consequência. 
e) ideias que se completam. 
 
Comentário: trata-se de um texto argumentativo com tese 
explicitada logo no primeiro período: “Proteção, sim; violação de 
privacidade, não”. O autor deixa claro que a proteção é importante, mas sem 
exageros. 
Notem que “proteção” é exatamente o contrário de “violação de 
privacidade”, por isso podemos dizer que a frase marca uma ideia de 
oposição de ideias, tanto que poderíamos reescrevê-la utilizando uma 
conjunção adversativa: proteção sim, mas sem violação de privacidade. 
GABARITO: C 
 
03. (Prefeitura de Uberlândia – 2011 – Advogado – Consulplan) 
Assinale o elemento de coesão textual destacado que tem o seu referente 
corretamente identificado. 
a) “Esse é o desejo dos consumidores...” – Proteção, sim; violação de 
privacidade, não 
b) “E esse é o mote...” – Internet 
c) “Por óbvio, essa premissa é válida...” – defesa dos direitos 
d) “... e praticam seus atos cotidianos...” – direitos 
e) “... é inverter essa lógica.” – validade da Internet 
 
Comentário: elemento importantíssimo de coesão textual é o pronome. 
Ele deve estar em perfeita harmonia com seu antecedente, fazendo a remissão 
de maneira adequada. 
Para encontrarmos a resposta correta, vamos analisar cada alternativa: 
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a) “Esse é o desejo dos consumidores...” – Proteção, sim; violação de 
privacidade, não 
CORRETA, veja: 
“Proteção, sim; violação de privacidade, não. Esse é o desejo dos 
consumidores brasileiros...” 
 
b) “E esse é o mote...” – Internet 
ERRADO, veja que o “esse” refere-se a “Proteção, sim; violação de 
privacidade, não” 
“Proteção, sim; violaçãode privacidade, não. Esse é o desejo dos 
consumidores brasileiros que navegam na Internet. E esse é o mote – mais 
que o mote, o alerta...” 
 
c) “Por óbvio, essa premissa é válida...” – defesa dos direitos 
ERRADA. O pronome “essa” refere-se, na verdade, à presunção de que 
todos são legítimos de direitos e praticam seus hábitos cotidianos pautados na 
legitimidade, na confiança e no respeito. 
 
d) “... e praticam seus atos cotidianos...” – direitos 
ERRADA. O pronome “seus” refere-se aos atos cotidianos de todos. 
 
e) “... é inverter essa lógica.” – validade da Internet 
ERRADA. O termo “essa lógica” refere-se à lógica de se pressupor que 
todos são legítimos de direitos e praticam seus hábitos cotidianos pautados na 
legitimidade, na confiança e no respeito. 
 
GABARITO: A 
 
04. (Prefeitura de Uberlândia – 2011 – Advogado – Consulplan) No 
3º§, ao falar do PL 84, quanto à sua aprovação, está expressa uma ideia de 
a) finalidade. 
b) condição. 
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c) acréscimo. 
d) tempo. 
e) explicação. 
 
Comentário: vamos reler o terceiro parágrafo: 
“No Congresso desde 1999, o PL 84/99 segue na Câmara dos Deputados 
nos termos do texto substitutivo proposto pelo deputado Eduardo Azeredo 
(PSDB-MG). O PL Azeredo tramita em caráter de urgência na Casa e está 
prestes a ser votado no início de agosto, quando termina o recesso 
parlamentar. Se aprovado, desviando-se de sua pretensa função de combater 
os crimes na Internet, o projeto vai instaurar um cenário de vigilância e 
monitoramento na rede, restringindo sensivelmente os direitos e liberdades e 
criminalizando condutas que são cotidianas dos cidadãos no mundo virtual”. 
A conjunção “se” expressa condição dando todo o sentido para a ideia de 
que a Lei ainda seria votada podendo ser ou não aprovada. 
GABARITO: B 
 
05. (Prefeitura de Uberlândia – 2011 – Advogado – Consulplan) O 
texto afirma que o PL 84 apresenta um conteúdo expressando que, a qualquer 
momento, alguém pode praticar um crime, um ato de vandalismo, uma atitude 
ilícita. Tal pressuposto indica 
a) hipótese. 
b) certeza. 
c) condição. 
d) indução. 
e) altivez. 
 
Comentário: ao interpretar o próprio enunciado, podemos chegar 
facilmente à reposta correta, pois, quando a banca diz: o texto afirma que o 
PL 84 apresenta um conteúdo expressando que, a qualquer momento, 
alguém pode praticar um crime, um ato de vandalismo, uma atitude 
ilícita, o uso do verbo “pode” está indicando uma hipótese, é possível, não é 
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Teoria e Questões Comentadas 
 
Aula 00 
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certo que alguém, pratique um crime, um ato de vandalismo ou um atitude 
ilícita. 
GABARITO: A 
 
Leia (textos para as questões 6 e 7): 
 
TEXTO I: 
IBGE divulga Indicadores de Sustentabilidade do Brasil 
Nesta quarta-feira, 1 de setembro, o IBGE divulgou os IDS – Indicadores 
de Desenvolvimento Sustentável referentes ao ano de 2010, que apontaram 
que, embora o país tenha evoluído nos principais aspectos socioambientais 
avaliados, ainda há um longo caminho para percorrer rumo ao 
desenvolvimento sustentável, sobretudo na preservação da biodiversidade. 
(Planeta Sustentável – 01/09/2010) 
 
TEXTO II: 
São Paulo é encoberta por camada de poluição, que dificulta inclusive a 
visão. A qualidade do ar na cidade de São Paulo é a pior dos últimos oito anos. 
Segundo os dados da CETESB (Companhia de Tecnologia de Saneamento 
Ambiental), 37 dias dos últimos sete meses atingiram níveis de poluição acima 
do padrão aceitável. – Thiago Bernardes/Folhapress. 
(07/08/2011 – 09h10, do UOL Notícis) 
 
06. (IBGE – 2011 - Agente de Pesquisas e Mapeamento – 
Consulplan) A existência do problema da poluição tratado no texto II é 
comprovada pela expressão do texto I “IBGE divulga Indicadores de 
Sustentabilidade do Brasil” 
a) “IDS – Indicadores de Desenvolvimento Sustentável” 
b) “aspectos socioambientais avaliados” 
c) “há um longo caminho para percorrer” 
d) “desenvolvimento sustentável” 
e) “preservação da biodiversidade” 
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Aula 00 
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Comentário: estabelecendo “um diálogo” entre os dois textos, ambos de 
caráter expositivo, é possível relacionar a existência da poluição, abordada no 
texto II, ao segmento “há um longo caminho para percorrer”, texto I, que 
indica que algo precisa ser resolvido, mudado: o problema da poluição. 
Digamos que este é o ponto da intertextualidade entre os dois textos, da 
confluência textual. 
GABARITO: C 
 
TEXTO III: 
IBGE divulga Indicadores de Sustentabilidade do Brasil 
Nesta quarta-feira, 1 de setembro, o IBGE divulgou os IDS – Indicadores 
de Desenvolvimento Sustentável referentes ao ano de 2010, que apontaram 
que, embora o país tenha evoluído nos principais aspectos socioambientais 
avaliados, ainda há um longo caminho para percorrer rumo ao 
desenvolvimento sustentável, sobretudo na preservação da biodiversidade. 
(Planeta Sustentável – 01/09/2010) 
 
TEXTO IV: 
São Paulo é encoberta por camada de poluição, que dificulta inclusive a 
visão. A qualidade do ar na cidade de São Paulo é a pior dos últimos oito anos. 
Segundo os dados da CETESB (Companhia de Tecnologia de Saneamento 
Ambiental), 37 dias dos últimos sete meses atingiram níveis de poluição acima 
do padrão aceitável. – Thiago Bernardes/Folhapress. 
(07/08/2011 – 09h10, do UOL Notícias) 
 
07. (IBGE – 2011 - Agente de Pesquisas e Mapeamento – 
Consulplan) Considerando as informações acerca de sustentabilidade e 
poluição, marque V para as afirmativas verdadeiras e F para as falsas. 
( ) A informação apresentada no texto III utiliza uma linguagem formal. 
( ) A informação “São Paulo é encoberta por camada de poluição, que 
dificulta a visão”, do texto IV, contradiz todo o texto III. 
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( ) O tema tratado no texto III é de caráter atual considerando o texto 
IV. 
A sequência está correta em 
a) F, F, F 
b) V, F, V 
c) V, V, V 
d) F, V, F 
e) V, V, F 
 
Comentário: 
(VERDADEIRA) A informação apresentada no texto III utiliza uma 
linguagem formal. 
Os textos expositivo têm a característica importante de usar a linguagem 
padrão da língua, por ser um tipo de texto divulgado em larga escala e para 
todo o tipo de leitor. Na linguagem formal, evita-se o uso de gírias, jargões ou 
regionalismos. Preza-se pelo respeita às normas gramaticais. 
 
(FALSA) A informação “São Paulo é encoberta por camada de poluição, que 
dificulta a visão”, do texto II, contradiz todo o texto I. 
Pelo contrário, os textos se completam por tratarem de assuntos afins. 
 
(VERDADEIRA) O tema tratado no texto I é de caráter atual considerando o 
texto II. 
A atualidade do texto I pode ser comprovada pela exemplificação dada no 
texto II. 
GABARITO: B 
 
Os cabeças-sujas e seu mundinho 
 
A pessoa que joga lixo na rua, na calçada ou na praia se revela portadora 
de uma disfunção mental e social que a inabilita para o sucesso no atual 
estágio da civilização. 
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Que tipo de gente joga lixo na rua, pela janela do carro ou deixa a praia 
emporcalhada quando sai? Uma das respostas corretas é: um tipo que está se 
tornando mais raro. Sim. A atual geração de adultos foi criança em um tempo 
em que jogar papel de bala ou a caixa vazia de biscoitos pela janela do carro 
quase nunca provocava uma bronca paterna. Foi adolescente quando amassar 
o maço vazio de cigarros e chutá-lo para longe não despertava na audiência 
nenhuma reação especial, além de um “vai ser perna de pau assim na China”. 
Chegou à idade adulta dando como certo que aquelas pessoas de macacão 
com a sigla do Serviço de Limpeza Urbana estampada nas costas precisam 
trabalhar e, por isso, vamos contribuir sujando as ruas. Bem, isso mudou. O 
zeitgeist, o espírito do nosso tempo, pode não impedir, mas, pelo menos, não 
impele mais ninguém com algum grau de conexão com o atual estágio 
civilizatório da humanidade a se livrar de detritos em lugares públicos sem que 
isso tenha um peso, uma consequência. É feio. É um ato que contraria a ideia 
tão prevalente da sustentabilidade do planeta e da preciosidade que são os 
mananciais de água limpa, as porções de terra não contaminadas e as golfadas 
de ar puro. 
E, no entanto, as pessoas ainda sujam, e muito as cidades impunemente. 
Só no mês de janeiro, 3000 toneladas de lixo foram recolhidas das praias 
cariocas – guimbas de cigarro, palitos de picolé, cocô de cachorro e restos de 
alimento. Empilhadas, essas evidências de vida pouco inteligente lotariam 
cinco piscinas olímpicas. Resume o historiador Marco Antônio Villa: “Ao 
contrário de cidadãos dos países desenvolvidos, o brasileiro só vê como 
responsabilidade sua a própria casa e não nutre nenhum senso de dever sobre 
os espaços que compartilha com os outros – um claro sinal de atraso”. 
O flagrante descaso com o bem público tem suas raízes fincadas na 
história, desde os tempos do Brasil colônia. No período escravocrata, a 
aristocracia saía a passear sempre com as mãos livres, escoltada por serviçais 
que não só carregavam seus pertences como limpavam a sujeira que ia 
atirando às calçadas. Não raro, o rei Dom João VI fazia suas necessidades no 
meio da rua, hábito também cultivado pelo filho, Pedro I, e ainda hoje 
presente. Foi com a instauração da República que o Estado assumiu, de forma 
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sistemática, o protagonismo no recolhimento do lixo, mas isso não significou, 
nem de longe, nenhuma mudança de mentalidade por parte dos brasileiros. 
Cuidar da sujeira continuou a ser algo visto como aquilo que cabe a terceiros – 
jamais a si mesmo. 
Existe uma relação direta entre o nível de educação de um povo e a 
maneira como ele lida com o seu lixo. Não por acaso, o brasileiro está em 
situação pior que o cidadão do Primeiro Mundo quando se mede a montanha 
de lixo nas ruas deixada por cada um deles. 
 Desde a Antiguidade, as grandes cidades do mundo, que já foram 
insalubres um dia, só conseguiram deixar essa condição à custa de um intenso 
processo de urbanização, aliado à mobilização dos cidadãos e a severas 
punições em forma de multa. “A concepção do bem público como algo valoroso 
nunca é espontânea, mas, sim, fruto de um forte empenho por parte do Estado 
e das famílias”, diz o filósofo Roberto Romano. 
 
(Veja 09/03/2011, pág. 72 / com adaptações) 
 
08. (Prefeitura de Londrina – 2011 – Administrador – Consulplan) 
Com relação às ideias expressas no texto, assinale a afirmativa correta: 
a) De acordo com o texto, as pessoas têm cuidado com o lixo produzido. 
b) As pessoas cuidam das praias, evitam deixá-las sujas. 
c) O brasileiro não se preocupa com o espaço público, o que é sinal de 
atraso. 
d) Nos tempos do Brasil colônia, as pessoas eram mais comprometidas 
com a limpeza pública. 
e) Faz parte da educação dos brasileiros o cuidado com a seleção do lixo. 
 
Comentário: tipo de questão muito comum em concursos, a banca que 
que o candidato encontre a alternativa que melhor resume a ideia principal do 
texto ou que não nega o que foi exposto nele. Vejamos cada uma: 
a) De acordo com o texto, as pessoas têm cuidado com o lixo produzido. – 
ERRADA. Embora com alguma melhora, a população ainda tem sujada os 
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ambientes público e não se preocupado com a limpeza, pois isso cabe a 
terceiros. 
b) As pessoas cuidam das praias, evitam deixá-las sujas. – ERRADA. Ao 
contrário, segundo o texto, 3000 toneladas de lixo foram recolhidas das praias 
cariocas em apenas um mês. 
c) O brasileiro não se preocupa com o espaço público, o que é sinal de 
atraso. – CORRETA. Podemos confirmar no seguinte trecho: “Resume o 
historiador Marco Antônio Villa: ‘Ao contrário de cidadãos dos países 
desenvolvidos, o brasileiro só vê como responsabilidade sua a própria 
casa e não nutre nenhum senso de dever sobre os espaços que 
compartilha com os outros – um claro sinal de atraso’” 
d) Nos tempos do Brasil colônia, as pessoas eram mais comprometidas 
com a limpeza pública. – ERRADA. De forma alguma, o autor cita inclusive o 
exemplo de D. João VI e do filho Pedro I, que faziam as necessidades nas ruas 
e que escrevas é que iam atrás limpando as sujeiras não só deles, mas de toda 
aristocracia. 
e) Faz parte da educação dos brasileiros o cuidado com a seleção do lixo. 
– ERRADA. Infelizmente não. O texto diz o contrário disso. 
GABARITO: C 
 
A maldição da norma culta 
 
Impossível calcular o estrago que o termo “norma culta” vem causando 
nos meios educacionais e, em geral, na cultura brasileira. Enquanto ele não for 
definitivamente jogado no lixo e incinerado, vai ser difícil examinar as relações 
entre linguagem e sociedade sob uma ótica serena e bem fundamentada. Por 
quanto tempo ainda teremos de viver sob a maldição da norma culta? 
Embora alguns linguistas usem esse termo com outros sentidos, a 
retumbante maioria das pessoas se refere à norma culta como um modelo 
idealizado de língua “certa”, “bonita” e “elegante”, que elas mesmas não 
sabem dizer onde, quando nem por quem foi estabelecido, mas que, apesar 
disso, merece toda a reverência do mundo, como se fosse uma doutrina 
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sagrada, ditada pelo próprio Deus a seus profetas. Numa época em que se 
questiona tudo, em que se protesta contra toda forma de discriminação, contra 
qualquer prescrição no que diz respeito às relações sexuais, às crenças 
religiosas, aos modos de se vestir, de viver, de comer, de criar os filhos etc., 
em que a palavra diversidade impera, assim como a exigência de que ela seja 
respeitada e valorizada, é espantoso que só o uso da língua permaneça sujeito 
a uma regulação restritiva e tacanha. O dogma da infalibilidade papal virou 
piada, mas quase ninguém zomba dos dogmas gramaticais (mais velhos que a 
religião cristã). Por que os rótulos de “certo” e “errado” são abandonados, e 
até ridicularizados, em outras esferas da vida social, mas permanecem vivos e 
ativos quando o assunto é língua? Por que ninguém se dá conta de que a 
nebulosa norma cultaé um produto humano e, portanto, imperfeito, falho e 
suscetível de contestação e reformulação? 
Impera na cultura ocidental uma concepção de língua tosca e burra, fixada 
trezentos anos antes de Cristo. Impregnados dos preconceitos da época, os 
primeiros gramáticos repudiaram todo e qualquer uso de língua que não fosse, 
primeiro, escrito (a fala, para eles, era um caos completo) e, não bastasse, 
escrito por meia dúzia de “grandes autores”, todos mortos. Essa doença torpe 
se propagou nos últimos dois milênios e meio, a ponto de se tornar invisível 
para quase todo mundo. É com base nesse critério estúpido – a língua escrita 
dos “clássicos” – que se fixou, nas diversas nações, o modelo de “língua certa” 
que, no Brasil, atende pelo nome infeliz de norma culta. No caso brasileiro, a 
coisa é ainda mais cruel porque, fruto de processo colonial, nosso padrão 
idiomático se inspira numa língua escrita do outro lado do Atlântico, em outro 
hemisfério, em meados do século XIX. Por isso, não podemos começar frase 
com pronome oblíquo, nem usar “ele” como objeto direto (“eu vi ele”), nem 
dizer “prefiro mais X do que Y”, nem “o filme que eu gosto”, embora tudo isso 
constitua a gramática de uma língua autônoma, o português brasileiro, com 
mais de 500 anos de idade e 200 milhões de falantes (a terceira mais falada 
no Ocidente)! Até quando, meu pai Oxóssi? 
(Marcos Bagno, agosto de 
2008http://www.portuguesepoesia.com/?page=cronica&id=107 – com adaptações) 
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09. (Prefeitura de Uberlândia – 2012 - Assistente Administrativo – 
Consulplan) No texto, o autor defende a ideia de que a norma culta 
a) dificulta a aprendizagem da língua portuguesa, principalmente nas 
instituições de ensino. 
b) deve prescrever regras não só para a língua escrita, mas também para 
a língua falada. 
c) precisa ser, no mínimo, repensada, porque impõe regras que não 
correspondem à realidade linguística de seus usuários. 
d) não se aplica ao português brasileiro, uma vez que ela segue os 
padrões impostos pelos grandes autores portugueses contemporâneos. 
e) é mais antiga que a própria religião cristã; existe por volta de 300 anos 
antes de Cristo. 
 
Comentário: permitam-me comentar que este texto é fabuloso, 
espetacular!! Trata-se de um gênero argumentativo que defende a tese de que 
a norma culta impões regras que não corresponde ao uso nos contextos dos 
falantes e, por isso, deve ser repensada. Isso torna a alternativa C correta. 
Vamos analisar as outras alternativas, marcando o erro em vermelho: 
a) dificulta a aprendizagem da língua portuguesa, principalmente nas 
instituições de ensino. 
b) deve prescrever regras não só para a língua escrita, mas também para 
a língua falada. 
d) não se aplica ao português brasileiro, uma vez que ela segue os 
padrões impostos pelos grandes autores portugueses contemporâneos. 
e) é mais antiga que a própria religião cristã; existe (NÃO, ELA FOI 
FIXADA NESTA ÉPOCA) por volta de 300 anos antes de Cristo. 
GABARITO: C 
 
10. (Prefeitura de Uberlândia – 2012 - Assistente Administrativo – 
Consulplan) Assinale as afirmativas acerca das ideias do texto. 
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I. O padrão linguístico vigente em nosso país se baseia na língua escrita 
dos grandes autores clássicos. 
II. “O filme que gosto” constitui exemplo de frase que contraria as regras 
prescritas pela norma culta, entretanto ilustra uma construção típica da 
gramática da língua real, do português brasileiro falado por milhões de 
pessoas. 
III. A norma culta que impera atualmente prescreve as seguintes regras: 
“iniciar frase com pronome oblíquo átono” e “prefiro mais X do que Y”. 
IV. Embora a norma culta seja uma convenção humana assentada na 
língua falada, necessita urgentemente ser reformulada, senão, erradicada. 
Estão corretas apenas as afirmativas 
a) I, II 
b) I, III 
c) III, IV 
d) I, II, IV 
e) I, II, III, IV 
 
Comentário: avaliando as afirmativas: 
I. O padrão linguístico vigente em nosso país se baseia na língua escrita 
dos grandes autores clássicos. – CORRETA. Podemos confirmar no seguinte 
trecho: 
“Impregnados dos preconceitos da época, os primeiros gramáticos 
repudiaram todo e qualquer uso de língua que não fosse, primeiro, escrito (a 
fala, para eles, era um caos completo) e, não bastasse, escrito por meia dúzia 
de “grandes autores”, todos mortos. Essa doença torpe se propagou nos 
últimos dois milênios e meio, a ponto de se tornar invisível para quase todo 
mundo”. 
 
II. “O filme que gosto” constitui exemplo de frase que contraria as regras 
prescritas pela norma culta, entretanto ilustra uma construção típica da 
gramática da língua real, do português brasileiro falado por milhões de 
pessoas. – CORRETA. A frase traz um uso comum do falante no quotidiano, 
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mas uma inadequação quanto à regência do verbo “gostar” que rege uso da 
preposição “de”: o filme de que gosto. 
 
III. A norma culta que impera atualmente prescreve as seguintes regras: 
“iniciar frase com pronome oblíquo átono” e “prefiro mais X do que Y”. – 
ERRADO. A norma culta repudia tais usos. 
IV. Embora a norma culta seja uma convenção humana assentada na 
língua falada, necessita urgentemente ser reformulada, senão, erradicada. – 
ERRADA. Em nenhum momento o autor afirma que a norma culta precisa ser 
urgentemente reformulada, muito menos erradicada. 
GABARITO: A 
 
11. (Prefeitura de Uberlândia – 2012 - Assistente Administrativo – 
Consulplam) Assinale a alternativa que NÃO expressa uma opinião do autor. 
a) “Impera na cultura ocidental uma concepção de língua tosca e burra, 
fixada trezentos anos antes de Cristo.” (3º§) 
b) “É com base nesse critério estúpido – a língua escrita dos ‘clássicos’ – 
que se fixou, nas diversas nações...” (3º§) 
c) “... o modelo de ‘língua certa’ que, no Brasil, atende pelo nome infeliz 
de norma culta.” (3º§) 
d) “... nosso padrão idiomático se inspira numa língua escrita do outro 
lado do Atlântico, em outro hemisfério...” (3º§) 
e) “No caso brasileiro, a coisa é ainda mais cruel porque, fruto de 
processo colonial...” (3º§) 
 
Comentário: a única alternativa que NÃO apresenta opinião do autor é a 
D, pois nela não encontramos adjetivos de caráter subjetivo, ou seja, que 
expressam o que o autor pensa ou como ele vê o assunto. 
Marquei os adjetivos de caráter subjetivo nas outras alternativas. A 
presença deles é a marca da opinião do autor: 
a) “Impera na cultura ocidental uma concepção de língua tosca e burra, 
fixada trezentos anos antes de Cristo.” (3º§) 
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b) “É com base nesse critério estúpido – a língua escrita dos ‘clássicos’ – 
que se fixou, nas diversas nações...” (3º§) 
c) “... o modelo de ‘língua certa’ que, no Brasil, atende pelo nome infeliz 
de norma culta.” (3º§) 
e) “No caso brasileiro, a coisa é ainda mais cruel porque, fruto de 
processo colonial...” (3º§) 
GABARITO: D 
 
Pronominais 
 
Dê-me um cigarro 
Diz agramática 
Do professor e do aluno 
E do mulato sabido 
Mas o bom negro e o bom branco 
Da Nação Brasileira 
Dizem todos os dias 
Deixa disso camarada 
Me dá um cigarro 
 
(Andrade, Oswald de. Seleção de textos. São Paulo: Nova Cultural, 1988) 
 
12. (Prefeitura de Uberlândia – 2012 - Assistente Administrativo – 
Consulplam) Pode-se concluir da leitura do poema que o eu lírico 
a) prega uma supervalorização da norma culta em detrimento da norma 
popular. 
b) confirma que o português prescrito pela gramática normativa é mais 
correto do que o português falado pelo povo. 
c) faz uma crítica à rigidez dos padrões gramaticais que não 
correspondem às situações reais de uso da língua. 
d) reconhece que a língua culta escrita reflete o padrão linguístico 
utilizado pela maior parte dos brasileiros. 
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e) afirma que a gramática normativa não prescreve qualquer regra 
relativa à colocação pronominal. 
 
Comentário: o texto literário desta questão é um poema do modernismo 
brasileiro que faz, assim como era tendência literária da época, uma crítica aos 
padrões europeus estabelecidos para a língua portuguesa no Brasil, que não 
correspondem às reais situações de uso. 
GABARITO: C 
 
Leia: 
 
Quando a gente olha para os oceanos, para os rios e lagos, a Terra parece 
ter muita água. Quase 3/4 da superfície são cobertos por oceanos, de acordo 
com o planeta azul visto do espaço. Mas será que é tudo isso? 
Na realidade, a camada de água dos oceanos é fina e, por isso, a 
quantidade de água é relativamente pequena. Se a Terra fosse do tamanho de 
uma bola de basquete, toda a água do planeta caberia dentro de uma bolinha 
de ping pong. E mais: dessa bolinha de ping pong, quase tudo, 97,5% é água 
salgada. E, desse pouquinho que sobra, 70% é agua congelada nos polos e nas 
geleiras, 30% está debaixo da Terra e apenas 0,3% é água potável, acessível 
nos lagos e rios. 
E essa água está mal distribuída. Sobra em algumas regiões e falta em 
outras. Soma a isso o fato de várias regiões do mundo estarem passando por 
secas mais prolongadas, como o estado da Califórnia, nos Estados Unidos, que 
está entrando no quarto ano seguido de seca. 
O ano de 2013 foi o mais seco em 120 anos, diz o climatologista do 
governo americano, Michael Anderson. Ele prevê para este ano um novo 
recorde de pouca chuva e altas temperaturas. O nível dos reservatórios 
baixou. Paul Boyer, da Self-Help Enterprises diz que o lençol de água 
subterrânea, que deveria ter subido nos primeiros meses do ano, ficou 
estático. Para ele, a crise ainda vai piorar antes de melhorar. 
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A situação também pode piorar no Nordeste brasileiro. Em São Miguel, Rio 
Grande do Norte, cidade de 23 mil habitantes, ninguém recebe mais conta de 
água porque ela acabou em dezembro passado, quando o açude secou. Desde 
que a água encanada acabou, a cidade se movimenta basicamente em torno 
de um objetivo: conseguir água, vender e comprar água, transportar água, 
carregar baldes d’água, situação que deve se manter por um bom tempo 
porque as autoridades locais não estão vendo uma solução em curto prazo. 
A crise também bateu na porta da rica região Sudeste do Brasil. Os dois 
maiores reservatórios que atendem a Grande São Paulo, Cantareira e Alto 
Tietê, estão com níveis críticos. O Cantareira, o mais importante deles, entrou 
no volume morto em maio do ano passado e nunca mais saiu. O presidente da 
Agência Nacional de Água (ANA), Vicente Andreu Guillo, reconhece que o Brasil 
tem um nível muito baixo de água reservada e reclama que a legislação 
ambiental pouco flexível não ajuda. 
Cingapura não cometeu esse erro. Conservando água, uma ilha pequena 
que era pobre quando pertencia à Malásia, hoje é uma cidade-estado rica e 
high tech. À época da Independência, 50 anos atrás, a maior parte da água 
consumida em Cingapura era importada da Malásia, que fica do outro lado. 
Hoje, a cidade-estado tem reservatórios que satisfazem às suas necessidades. 
Atualmente a escassez de água afeta mais de 40% da população do nosso 
planeta, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU). Ela prevê que, até 
2025, ou seja, em apenas 10 anos, 1,8 bilhão de pessoas estarão vivendo em 
países ou regiões com absoluta escassez de água. 
(Extraído e adaptado de: http://g1.globo.com/hora1/noticia/2015/08/. Acesso em: 
31/08/2015) 
 
13. (CRESS-PB – 2015 – Assistente social – CONSULPLAN) Assinale 
a opção em que consta o título do texto. 
a) Má distribuição e seca prolongada agravam o problema da falta de 
água. 
 b) O mapa da seca no Brasil: estudo de caso. 
 c) O problema das políticas públicas de gestão das águas. 
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 d) Aquecimento global: o ônus das secas prolongadas. 
 
Comentário: atentem para o fato de que o texto não fala apenas da seca 
no Brasil, aponta para o problema em outros países. Isso elimina a alternativa 
B. Não foi colocada em foco a gestão das águas, menos ainda as políticas 
públicas foram discutidas para que a alternativa C configurasse o título do 
texto. O aquecimento global não está no centro do assunto, como sugere a 
alternativa D. A alternativa A traz o título do texto, pois resume a ideia 
proposta da escassez crescente dos recursos hídricos no mundo. 
GABARITO: A 
 
14. (CRESS-PB – 2015 – Assistente social – CONSULPLAN) Aponte a 
opção em que consta, por ordem de relevância, o eixo temático do texto. 
 a) Seca, efeitos do aquecimento global, legislação ambiental. 
 b) Seca, má distribuição da água, legislação ambiental. 
 c) Legislação ambiental, seca, má distribuição da água. 
 d) Má distribuição da água, seca, legislação ambiental. 
 
Comentário: a questão pede o que aparece no texto por ordem de 
relevância, ou seja, de importância, não por ordem sequencial. Dessa forma, 
percebemos que o eixo temático do texto gira, primeiramente, em torno da 
seca e depois da má distribuição da água. 
GABARITO: B 
 
15. (CRESS-PB – 2015 – Assistente social – CONSULPLAN) Observe 
a imagem e relacione-a à passagem do texto da questão 13 com a qual se 
identifica argumentativamente. 
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a) A crise ainda vai piorar antes de melhorar 
b) Atualmente a escassez de água afeta mais de 40% da população do 
nosso planeta, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU). 
c) As autoridades locais não estão vendo uma solução em curto prazo. 
d) A crise também bateu na porta da rica região Sudeste do Brasil. 
 
Comentário: a questão inicialmente pode parecer confusa, mas, se 
observarmos bem, nada tem a ver com a charge os trechos destacados nas 
alternativas A, B e C. Já a alternativa D faz sentido, já que o lado da cerca 
cheio de água representa a região sudeste. O região seca já encostou ao lado 
da região rica que passou a sofrer com a seca também. Atenção ainda para o 
significado de “cerca” como delimitação da propriedade privada, dos ricos, que 
confirma a orientação argumentativa do texto.GABARITO: D 
 
16. (CRESS-PB – 2015 – Assistente social – CONSULPLAN) Na figura 
acima, há uma estratégia linguística que contribui para a elaboração do sentido 
no texto, identifique-a. 
 a) O emprego das palavras “seca” e “cerca”, quase homófonas, contribui 
para um efeito em que se neutralizariam, porém o significado de “cerca”, como 
delimitação da propriedade privada, dos ricos, confere uma orientação 
argumentativa contrária ao efeito da homofonia. 
 b) A imagem do chão batido, rachado, com o mandacaru, símbolo da 
resistência do povo do Nordeste, oferece um contraste relativo ao outro lado 
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da cerca, representando o fato de haver seca no Nordeste, mas não no 
Sudeste. 
 c) O fato de utilizar “seca” e “cerca” não oferece, pela imagem, uma 
leitura adequada. 
 d) A utilização de um ponto exclamativo ao final da oração funciona de 
modo a demonstrar a inviabilidade de continuar distribuindo de modo injusto a 
água no planeta. 
 
Comentário: as palavras “seca” e “cerca” são parônimas, ou seja, 
possuem som e grafia parecidos. São quase homófonas, pois o som é bem 
parecido. Mas, apesar disso, levando em consideração que a cerca separa, 
segrega, divide ricos e pobres, podemos entender a interpretação estimulada 
de que não há nada de parecido entre as duas palavras. 
GABARITO: A 
 
Nesta trajetória, em parte minha, em parte de minhas ficções – já escritas 
ou ainda nem definidas – ficou-me a certeza de que o bem supremo não é a 
vida mas uma vida digna; o bem maior não é o amor mas um amor que dê 
alegria e paz – e que, mesmo se terminar, continuará nos aquecendo na 
memória. 
E que há sempre, em algum lugar talvez inesperado, a possibilidade de 
música e voo. 
Não há fase da vida para ser paciente e virtuoso; não há idade para ser 
belo, amoroso e sensual. 
De todos os meus livros, este é especialmente uma série de reflexões, em 
prosa e em poesia, sobre os medos e alegrias, ganhos e perdas que nos traz o 
amor em suas várias formas. Ele nos faz melhores se tiver sido bom; nos 
ajuda a aceitar a transformação se tiver sido terno; nos ensina a respeitar a 
liberdade se tiver sido sagrado. E se for tudo isso, certamente será um amor 
demorado, um amor delicado, um digno amor; mesmo doente vestirá seu traje 
de baile para não perturbar a calma de quem é amado; mesmo solitário porá a 
máscara da festa para não inquietar quem precisa partir. 
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Não sei se fui capaz dele ou se o mereci, mas esse amor – cuja duração 
nem sempre importa – vale muitas vidas e não nos pertence. Foi colocado em 
nós como um aroma num frasco, guiado por outra mão que não a do mero 
acaso. Tem em si uma luz que a maturidade torna mais vibrante e espalhada – 
e, apesar das dores, muito mais enternecida. 
(Lya Luft) 
 
17. (Prefeitura Municipal de Monte Belo – 2011 – Auxiliar 
Administrativo – Consulplan) “Tem em si uma luz que a maturidade torna 
mais vibrante e espalhada – e, apesar das dores, muito mais enternecida.” A 
palavra destacada apresenta como significado correto. 
a) Prender com laços. 
b) Tornar-se terna, branda, amorosa, sensibilizado. 
c) Qualidade de breve. 
d) Avarenta, mesquinha. 
e) Sentir com antecipação. 
 
Comentário: a palavra “enternecida” é derivada do adjetivo “terna”, que 
significa amável, querida. Se observarmos a significação da palavra no 
contexto: “Não sei se fui capaz dele ou se o mereci, mas esse amor – cuja 
duração nem sempre importa – vale muitas vidas e não nos pertence. Foi 
colocado em nós como um aroma num frasco, guiado por outra mão que não a 
do mero acaso. Tem em si uma luz que a maturidade torna mais vibrante e 
espalhada – e, apesar das dores, muito mais enternecida”, percebemos que 
enternecida (terna, calma, branda, sensível) é a luz do amor! 
GABARITO: B 
 
Texto para responder à questão. 
 
Norma jurídica x realidade política 
 
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No avanço do processo de democratização do Estado brasileiro, com o 
consequente aumento da transparência dos atos públicos, a imprensa vem 
derramando nos ouvidos da sociedade uma verdadeira enxurrada de denúncias 
(fundadas ou não) de conduta ilícita ou reprovável por parte de agentes 
públicos. Isso tem resultado no profundo descrédito da classe política, que 
regularmente se mantém flagrante, até que uma notícia de grande 
repercussão desvie as atenções do povo das acusações e ações contra 
Senadores, Deputados, Ministros, lobistas de todo tipo. (Mas esse fenômeno 
ocorre só por pouco tempo: passada a perplexidade com a notícia calamitosa, 
volta-se logo ao lugar-comum da corrupção, do favoritismo, do enriquecimento 
ilícito por desvio de recursos públicos.) Tornou-se comum ouvir em entrevistas 
com populares expressões de descrença na classe política, ao lado de 
reclamações por “uma lei que proíba isso”. 
Sabe-se que isso não é solução. [...] 
Os recursos de integração hermenêutica, disponíveis ao aplicador 
contemporâneo, são suficientes para exigir, dos agentes públicos, a conduta 
politicamente virtuosa e constitucionalmente positivada que se espera deles. 
 Além disso, verifica-se no Brasil um conjunto de fatores comuns a países 
de democratização tardia, que saíram de regimes autocráticos. Inclui-se entre 
esses fatores a falta de maturidade democrática de boa parcela da população, 
que simplesmente outorga ao agente público seu voto, sem exigir dele 
prestação de contas de seu mandato, ou mesmo qualquer ação política efetiva. 
Os motivos para tal inércia têm sede na própria história e tradição brasileira, 
como se houvesse uma aceitação na não participação ativa nas decisões de 
governo, no referendo tácito a oligarquias locais, numa forma de clientelismo 
patológico, de troca de votos por cestas de alimentos. Tais fenômenos 
guardam mais relação com o desconhecimento da lei e dos meios de controle 
político, à disposição de qualquer cidadão, do que com uma tradição consciente 
de passividade. 
(Maluf, Emir Couto Manjud. O desafio da justiça eleitoral face à crise 
de moralidade política. Revista de monografias: concurso de 
monografias do TRE/MG. nº 1 (2010). Belo Horizonte: TRE/MG, 2010.) 
 
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18. (TRE/MG – 2013 – Analista Judiciário – Consulplan) 
Considerando-se o contexto, a expressão destacada no segmento “... a 
imprensa vem derramando nos ouvidos da sociedade uma verdadeira 
enxurrada de denúncias (fundadas ou não)...” tem o sentido corretamente 
expresso em 
a) série de conflitos. 
b) acusações indevidas. 
c) revelações indesejadas. 
d) abundância de acusações. 
e) sequência de inconveniências. 
 
Comentário: na expressão “enxurrada de denúncias”, o substantivo 
“enxurrada” foi usado em sentido conotativo, ou seja, em sentido figurado, 
significando que foram muitas denúncias, em excesso, em abundância. Vale 
ressaltar que a figura de linguagem usada neste caso foi a hipérbole, que 
consiste no exagero proposital com intenção de enfatizar uma ideia.GABARITO: D 
 
Envelhecer com mel ou fel? 
 
Conheço muitas pessoas que estão envelhecendo mal. 
Desconfortavelmente. Com uma infelicidade crua na alma. Estão ficando 
velhas, mas não estão ficando sábias. Um rancor cobre-lhes a pele, a escrita e 
o gesto. São críticos azedos, aliás estão ficando cítricos sem nenhuma doçura 
nas palavras. Estão amargos. Com fel nos olhos. 
[...] 
Envelhecer deveria ser como planar. Como quem não sofre mais (tanto) 
com os inevitáveis atritos. Assim como a nave que sai do desgaste da 
atmosfera e vai entrando noutro astral, e vai silente, e vai gastando nenhum- 
quase combustível, flutuando como uma caravela no mar ou uma cápsula no 
cosmos. 
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 Os elefantes, por exemplo, envelhecem bem. E olha que é uma tarefa 
enorme. Não se queixam do peso dos anos, e nem da ruga do tempo, e, 
quando percebem a hora da morte, caminham pausadamente para um certo 
lugar – o cemitério dos elefantes, e aí morrem, completamente, com a 
grandeza existencial só aos sábios permitida. 
 Os vinhos envelhecem melhor ainda. Ficam ali nos limites de sua garrafa, 
na espessura de seu sabor, na adega do prazer. E vão envelhecendo e 
ganhando vida, envelhecendo e sendo amados, e, porque velhos, desejados. 
Os vinhos envelhecem densamente. E dão prazer. 
O problema da velhice também se dá com certos instrumentos. Não me 
refiro aos que enferrujam pelos cantos, mas a um envelhecimento atuante 
como o da faca. Nela o corte diário dos dias a vai consumindo. E no entanto, 
ela continua afiadíssima, encaixando-se nas mãos da cozinheira como 
nenhuma outra faca nova. 
Vai ver, a natureza deveria ter feito os homens envelhecerem diferente. 
Como as facas, digamos, por desgaste, sim, mas nunca desgastante. Seria 
uma suave solução: a gente devia ir se gastando, se gastando, se gastando 
até se evaporar. E aí iam perguntar: cadê fulano? E alguém diria: gastou-se, 
foi vivendo, vivendo e acabou. Acabou, é claro, sem nenhum gemido ou 
resmungo. 
[...] 
Especialistas vão dizer que envelhece mal o indivíduo que não realizou 
suas pulsões eróticas assenciais; que deixou coagulada ou oculta uma grande 
parte de seus desejos. Isto é verdade. Parcial porém. Pois não se sabe por que 
estranhos caminhos de sublimação, há pessoas que, embora roxas de levar 
tanta pancada da vida, têm, contudo, um arco-íris na alma. 
Bilac dizia que a gente deveria aprender a envelhecer com as velhas 
árvores. Walt Whitman tem um poema onde vai dizendo: “Penso que podia 
viver com os animais que são plácidos e bastam-se a si mesmos”. 
 Ainda agora tirei os olhos do papel e olhei a natureza em torno. Nunca vi 
o sol se queixar no entardecer. Nem a lua chorar quando amanhece. 
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(Affonso Romano de Sant'anna. Fizemos bem em resistir. Rio de Janeiro: Ed. Rocco, 
1984.) 
 
19. (Prefeitura Municipal de Cantagalo – 2013 – Auditor – 
Consulplan) Assinale a alternativa em que o sinônimo ou termo equivalente 
da palavra sublinhada encontra-se INCORRETO. 
 
a) “Estão amargos.” (1º§) – ressentidos 
b) “... animais que são plácidos...” (8º§) – mansos 
c) “... com os inevitáveis atritos.” (2º§) – prescindíveis 
d) “... estranhos caminhos de sublimação,...” (7º§) – exaltação 
e) “Os vinhos envelhecem densamente.” (4º§) – espessamente 
 
Comentário: a única alternativa que traz um sinônimo equivocado é a C, 
pois prescindível é o mesmo que aquilo que não é importante; desnecessário 
ou dispensável. Sendo assim, não pode ser sinônimo (mesmo sentido) de 
atritos, que significa, em sentido denotativo, ação de dois corpos em contato, 
um dos quais, pelo menos, está em movimento ou, em sentido figurado, 
desinteligência, choque. 
GABARITO: C 
 
Proteção, sim; violação de privacidade, não. Esse é o desejo dos 
consumidores brasileiros que navegam na Internet. E esse é o mote – mais 
que o mote, o alerta – que orienta a campanha lançada pelo Instituto 
Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) na última terça-feira, contra o 
Projeto de Lei 84/99, que trata de crimes cibernéticos. 
A campanha “Consumidores contra o PL Azeredo” pretende chamar a 
atenção da sociedade para a ameaça que o PL 84 representa ao direito à 
privacidade e liberdade na rede, aos direitos dos consumidores no acesso aos 
produtos e serviços e no direito fundamental de acesso à cultura, à informação 
e à comunicação. 
No Congresso desde 1999, o PL 84/99 segue na Câmara dos Deputados 
nos termos do texto substitutivo proposto pelo deputado Eduardo Azeredo 
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(PSDB-MG). O PL Azeredo tramita em caráter de urgência na Casa e está 
prestes a ser votado no início de agosto, quando termina o recesso 
parlamentar. Se aprovado, desviando-se de sua pretensa função de combater 
os crimes na Internet, o projeto vai instaurar um cenário de vigilância e 
monitoramento na rede, restringindo sensivelmente os direitos e liberdades e 
criminalizando condutas que são cotidianas dos cidadãos no mundo virtual. 
Para os consumidores, a aprovação do projeto traz consequências 
drásticas, especialmente se considerarmos que a Internet é inteiramente 
permeada por relações de consumo. Desde a conexão até o acesso a 
conteúdos em sites, produtos e serviços via comércio eletrônico, passando pela 
utilização de e-mails, plataformas colaborativas e redes sociais, em menor ou 
maior grau, tudo é relação de consumo e deve ser entendido na lógica da 
defesa dos direitos consagrados pelo Código de Defesa do Consumidor (CDC). 
Há 20 anos, esse mesmo CDC tenta fazer valer um de seus princípios 
básicos: a boa-fé. Pressupõe-se que todos são legítimos titulares de direitos e 
praticam seus atos cotidianos com base na legalidade, na confiança e no 
respeito. Por óbvio, essa premissa é válida também para a Internet. O que o 
PL Azeredo faz, no entanto, é inverter essa lógica. No lugar da presunção da 
boa-fé, instaura-se a constante suspeita. No lugar do respeito à privacidade 
dos dados e informações dos usuários, o projeto determina a sua vigilância 
constante, como se a qualquer momento fossem praticar um crime, um ato de 
vandalismo, uma atitude ilícita. Para o PL Azeredo, como norma penal que é, 
na Internet todos passam a ser suspeitos até que se prove o contrário. 
(Guilherme Varella, Carta Capital. 28/07/11) 
 
20. (Prefeitura Municipal de Uberlândia – 2011 – Advogado – 
Consulplan) Algumas palavras ou expressões assumem sentido conotativo de 
acordo com o contexto no qual estão inseridas. Isso ocorre em 
a) “... que navegam na Internet.” 
b) “... que trata de crimes cibernéticos.” 
c) “... traz consequências drásticas,...” 
d) “O PL Azeredo tramita em caráter de urgência...” 
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e) “... criminalizando condutas que são cotidianas...” 
 
Comentário: sentido conotativo é aquele inesperado, que foge ao 
significado real encontrado no dicionário. Isso ocorre com o verbo “navegar”, 
usado em linguagem de internet, pois significa usar a rede de dados, pesquisarna Web. No sentido real, o verbo “navegar” está ligado à ação de viajar pelo 
mar. 
GABARITO: A 
 
A maldição da norma culta 
 
Impossível calcular o estrago que o termo “norma culta” vem causando 
nos meios educacionais e, em geral, na cultura brasileira. Enquanto ele não for 
definitivamente jogado no lixo e incinerado, vai ser difícil examinar as relações 
entre linguagem e sociedade sob uma ótica serena e bem fundamentada. Por 
quanto tempo ainda teremos de viver sob a maldição da norma culta? 
Embora alguns linguistas usem esse termo com outros sentidos, a 
retumbante maioria das pessoas se refere à norma culta como um modelo 
idealizado de língua “certa”, “bonita” e “elegante”, que elas mesmas não 
sabem dizer onde, quando nem por quem foi estabelecido, mas que, apesar 
disso, merece toda a reverência do mundo, como se fosse uma doutrina 
sagrada, ditada pelo próprio Deus a seus profetas. Numa época em que se 
questiona tudo, em que se protesta contra toda forma de discriminação, contra 
qualquer prescrição no que diz respeito às relações sexuais, às crenças 
religiosas, aos modos de se vestir, de viver, de comer, de criar os filhos etc., 
em que a palavra diversidade impera, assim como a exigência de que ela seja 
respeitada e valorizada, é espantoso que só o uso da língua permaneça sujeito 
a uma regulação restritiva e tacanha. O dogma da infalibilidade papal virou 
piada, mas quase ninguém zomba dos dogmas gramaticais (mais velhos que a 
religião cristã). Por que os rótulos de “certo” e “errado” são abandonados, e 
até ridicularizados, em outras esferas da vida social, mas permanecem vivos e 
ativos quando o assunto é língua? Por que ninguém se dá conta de que a 
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nebulosa norma culta é um produto humano e, portanto, imperfeito, falho e 
suscetível de contestação e reformulação? 
Impera na cultura ocidental uma concepção de língua tosca e burra, fixada 
trezentos anos antes de Cristo. Impregnados dos preconceitos da época, os 
primeiros gramáticos repudiaram todo e qualquer uso de língua que não fosse, 
primeiro, escrito (a fala, para eles, era um caos completo) e, não bastasse, 
escrito por meia dúzia de “grandes autores”, todos mortos. Essa doença torpe 
se propagou nos últimos dois milênios e meio, a ponto de se tornar invisível 
para quase todo mundo. É com base nesse critério estúpido – a língua escrita 
dos “clássicos” – que se fixou, nas diversas nações, o modelo de “língua certa” 
que, no Brasil, atende pelo nome infeliz de norma culta. No caso brasileiro, a 
coisa é ainda mais cruel porque, fruto de processo colonial, nosso padrão 
idiomático se inspira numa língua escrita do outro lado do Atlântico, em outro 
hemisfério, em meados do século XIX. Por isso, não podemos começar frase 
com pronome oblíquo, nem usar “ele” como objeto direto (“eu vi ele”), nem 
dizer “prefiro mais X do que Y”, nem “o filme que eu gosto”, embora tudo isso 
constitua a gramática de uma língua autônoma, o português brasileiro, com 
mais de 500 anos de idade e 200 milhões de falantes (a terceira mais falada 
no Ocidente)! Até quando, meu pai Oxóssi? 
(Marcos Bagno, agosto de 2008 – 
http://www.portuguesepoesia.com/?page=cronica&id=107 – com adaptações) 
 
21. (Prefeitura Municipal de Uberlândia – 2012 – Assistente 
Administrativo – Consulplan) Assinale a alternativa em que há uma palavra 
que, no texto, foi utilizada fora de seu sentido usual. 
a) “Essa doença torpe se propagou nos últimos dois milênios e meio...” 
(3º§) 
b) “... os primeiros gramáticos repudiaram todo e qualquer uso de língua 
que não fosse, primeiro, escrito...” (3º§) 
c) “Por isso, não podemos começar frase com pronome oblíquo, nem usar 
‘ele’ como objeto direto...” (3º§) 
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d) “Embora alguns linguistas usem esse termo com outros sentidos...” 
(2º§) 
e) “Numa época em que se questiona tudo, em que se protesta contra 
toda forma de discriminação...” (2º§) 
 
Comentário: a palavra “doença”, na alternativa A, foi usada fora do seu 
sentido usual, que seria “uma alteração da saúde”. Foi usada no texto para se 
referir à aceitação da norma culta (no sentido conotativo). 
Nas demais alternativas, as palavras estão todas usadas no sentido 
denotativo. 
GABARITO: A 
 
As lições do capitão 
 
Normalmente, um naufrágio de grandes proporções mobiliza a atenção do 
público em função das mortes que provoca e dos mistérios que cercam o 
ocorrido. Com o naufrágio do navio italiano Costa Concórdia foi diferente: 
mesmo tendo causado um número pequeno de vítimas fatais, o acidente não 
sai do noticiário. O motivo é a incrível performance do capitão Schettino, que 
abandonou o navio antes dos passageiros e dos tripulantes, para a estupefação 
geral. 
Não deixa de ser uma boa notícia: por remeter a questões relacionadas à 
honra, bravura, solidariedade e outras qualidades escassas, tal interesse pode 
ser interpretado como um impulso moral coletivo, coisa alentadora nestes 
tempos marcados, simultaneamente, por uma grande interconectividade e por 
um individualismo exacerbado. E no qual os discursos de uma ética global, 
financeira, ambiental ou política perdem-se na retórica e na queda de braço 
entre a sociedade civil, o Estado e as corporações: ninguém quer largar o osso, 
mas, na hora do naufrágio, todo mundo quer pular primeiro. 
Uma coisa é pedir arrego na iminência de um ataque pirata no século XVI. 
O barbudo capitão agarra-se a um barril, e, caso sobreviva, abriga-se numa 
ilhota caribenha, onde terá tempo e paz para repensar seus atos ou, 
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simplesmente, dar graças aos céus, no gozo da condição de covarde 
consumado. Outra coisa é pular do navio a poucas braçadas da costa, deixando 
centenas de semelhantes à própria sorte. 
O dever, imputado a um capitão, de ser o último a deixar o navio, é velho, 
remonta às navegações da antiguidade clássica, mas é até hoje usado, não 
apenas nas leis de navegação, mas como metáfora na análise de atitudes 
várias nas relações sociais. No âmbito das empresas, por exemplo: o gerente 
recém-empossado que, diante da crise de seu departamento, ou de sua 
própria inépcia, deixa seus comandados na mão e corre para a primeira oferta 
de emprego, é hoje figurinha fácil, sobretudo nos meios de experimentação 
tecnológica. Faz-nos pensar, também, no quanto o ensimesmamento 
psicológico, em paradoxal anteposição à eclosão geométrica de redes sociais, 
se torna a regra de ouro numa era que se quer avançada e inventiva. 
(Arnaldo Bloch. Jornal O Globo, 21.01.12 / adaptado) 
 
22. (Prefeitura Municipal de Uberlândia – 2012 – Bibliotecário – 
Consulplan) Na expressão “largar o osso” utilizada no texto, observa-se o uso 
da conotação. Assinale a alternativa em que esse recurso também é utilizado. 
a) O sol brilhou no céu durante o dia. 
b) O navio afundou perto da costa. 
c) O rei tinha um coração de pedra. 
d) Ninguém quer perder seus direitos. 
e) Ossos de dinossauros foram encontrados no local. 
 
Comentário: buscando entre as alternativas, aquela que traz palavras ou 
expressões em sentido figurado é a C: O rei tinha um coração de pedra. É 
claro que, denotativamente, nenhum coração é de pedra, tal expressão é 
usadapara caracterizar aquele que tem coração forte, que suporta grandes 
adversidades. 
GABARITO: C 
 
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23. (Prefeitura Municipal de Uberlândia – 2012 – Bibliotecário – 
CONSULPLAN) A metáfora é uma figura de linguagem citada no texto. 
Assinale a alternativa que apresenta uma característica da referida figura. 
a) Produção do efeito de exagero. 
b) Comparação subentendida de universos distintos. 
c) Estabelecimento de relação de causa e consequência. 
d) Identificação de ideias contraditórias. 
e) Repetição de ideias. 
 
Comentário: vamos relembrar o que é metáfora: A metáfora consiste em 
utilizar uma palavra ou uma expressão em lugar de outra, sem que haja uma 
relação real, mas mantendo uma associação pelas semelhanças. É um tipo de 
comparação, mas que não possui o elemento comparativo. 
Exemplo: seus olhos são dois oceanos. 
Nessa metáfora os olhos da pessoa estão sendo comparados à beleza, à 
profundidade e ao poder atrativo do oceano. 
Vamos para as alternativas: 
a) Produção do efeito de exagero. – ERRADA. Isso é hipérbole, outra 
figura de linguagem. 
b) Comparação subentendida de universos distintos. – CORRETA. 
Comparação implícita, sem elementos comparativos (como, tal qual...) isso é 
metáfora! 
c) Estabelecimento de relação de causa e consequência. – ERRADA. Tal 
relação é estabelecida por uso de conjunções entre orações. 
d) Identificação de ideias contraditórias. – ERRADA. Isso é paradoxo. 
e) Repetição de ideias – ERRADA. Isso é pleonasmo. 
GABARITO: B 
 
 Tirinha base para as duas próximas questões: 
 
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(BROWNE, Dik. O melhor de Hagar, o Horrível. Porto Alegre: L&PM, 2007. v. 4, pág. 91) 
 
24. (IBGE – 2011 - Agente de Pesquisas e Mapeamento – 
Consulplan) O humor da tira baseia-se no fato de que 
a) Eddie sortudo não dá atenção ao que Hagar lhe diz. 
b) Eddie sortudo usa a palavra “pão” em seu sentido próprio. 
c) Hagar, 2º personagem, fala ironicamente no 1º quadrinho. 
d) no 2º quadrinho apenas Eddie sortudo expressa suas ideias. 
e) no 2º quadrinho não há compreensão do que diz Eddie sortudo. 
 
Comentário: o humor dessa tira está no fato de Eddie sortudo ter usado a 
palavra “pão” no sentido real, denotativo (alimento) e Hagar ter entendido a 
fala do amigo no sentido conotativo (o homem não vive apenas com o 
alimento para o corpo, precisa de algo mais, de pensamentos, visão crítica, 
leitura e coisas desse tipo). 
GABARITO: B 
 
25. (IBGE – 2011 - Agente de Pesquisas e Mapeamento – 
Consulplan) Na frase “o homem não vive só de pão”, as palavras “homem” e 
“pão” são entendidas pelo personagem Hagar da seguinte forma 
a) Hagar, o horrível / almoço, refeição. 
b) o gênero humano / alimento, materialismo. 
c) Eddie sortudo / alimento assado, saudável. 
d) um determinado homem / lanche nutricional. 
e) um homem especial / fruto do trabalho. 
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Comentário: na frase “o homem não vive só de pão”, a palavra “homem” 
está sendo usada em sentido genérico: o ser humano, foi assim que Hagar 
compreendeu. A palavra “pão” significa realmente o alimento material, bem 
como a compreensão de Hagar. 
GABARITO: B 
 
O aluno depende demais do Google 
 
Para o historiador, o desafio é educar a nova geração a usar a “máquina” 
chamada livro. 
Ele é um rato de biblioteca. Robert Darnton ama os livros. Especialmente 
se forem antigos, com mais de 200 anos. Darnton é um dos maiores 
historiadores americanos. Por quatro décadas, explorou os meandros das 
grandes bibliotecas da Europa à caça de volumes perdidos de romances 
amorais do Antigo Regime ou da única cópia de um folhetim subversivo da 
França pré-revolucionária. Darnton, de 69 anos, se aposentou da Universidade 
Princeton em 2007 e assumiu a direção da Biblioteca da Universidade Harvard. 
Tomou a missão de digitalizar e tornar acessível gratuitamente pela Internet o 
conjunto da produção intelectual de Harvard. Defensor da nova tecnologia, 
Darnton detecta nos alunos a perda de intimidade com uma tecnologia mais 
antiga – o livro. 
 
ÉPOCA – O livro tem futuro? 
 
Robert Darnton – O livro é uma grande invenção. É agradável de 
manusear e ler. Não desaparecerá. Mas crianças e adolescentes têm hoje 
pouco contato com ele. Sua fonte de entretenimento é o computador. Os 
jovens são fascinados pelas pequenas doses de informação a que têm acesso 
pelos diferentes tipos de máquina e não desenvolvem o hábito das longas 
horas de leitura. Para eles, o livro é menos convidativo, confortável e familiar 
que para nós. Isso me preocupa. Creio que veremos surgir diversas formas de 
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leitura e toda uma variedade de meios de comunicação. Os livros acadêmicos 
serão híbridos, publicados em parte na forma convencional, em parte online, 
com dados, links e material suplementar em áudio, vídeo e imagem. No caso 
dos livros de não ficção, que escrevo para o público leigo, acho ótimo poder 
exibir aspectos do passado graças à nova tecnologia. 
 
ÉPOCA – Seus alunos ainda leem livros? 
 
Robert Darnton – Meus alunos em Harvard são ávidos pela leitura. Mas 
não conhecem suas convenções, não sabem usar uma biblioteca, não sabem 
fazer pesquisas nem acompanhar as notas de rodapé. Eles dependem demais 
do Google. Ele é uma ferramenta fantástica, mas não é adequada para 
oferecer ao leitor o tipo de experiência, de degustação, que só o livro 
possibilita, como quando usamos o sumário para nos orientar ou folheamos 
capítulos aleatoriamente. O Google não permite isso. Haverá uma perda se 
dependermos demais desses mecanismos. Nesse sentido, sou pessimista. 
Devemos educar a nova geração a usar essa “máquina”, o livro, do modo 
como foi criada para ser usada. 
(Época, nº 537, São Paulo, 01/09/2008. Adaptado.) 
 
26. (Prefeitura Municipal de Cascavel – 2014 – Técnico em 
Edificações – CONSULPLAN) O 1º§ do texto é introduzido pela frase “Ele é 
um rato de biblioteca.”, cujo sentido possui um aspecto 
a) denotativo, apontando uma das principais características do 
entrevistado. 
b) conotativo, por ter a função de representar o valor da biblioteca para 
aquisição do conhecimento. 
c) denotativo, pois, por ter a função de introduzir o parágrafo, fornece 
informações sobre quem é o entrevistado. 
d) indicativo de sentido figurado, expressando a dificuldade do 
entrevistado em lidar com bibliotecas de modo geral. 
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e) conotativo, pois “rato” sugere mais que o objeto designado, sendo tal 
sentido confirmado pelas informações do parágrafo. 
 
Comentário: dizer que uma pessoa é um “rato de biblioteca” é o mesmo 
que dizer que ela adora os livros e estar entre eles, como os ratos. Trata-se de 
um uso figurado da língua, conotativo.

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