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Álgebra Linear I Exercícios Programados 4 – EP4 17/02/2014 Conteúdo: Aulas 8, 9 e 10 Resolução 1. Conceitue espaço vetorial. Solução: Um espaço vetorial é uma estrutura algébrica composta por: Um conjunto V cujos elementos são chamados vetores, munido de uma operação interna que será denominada adição de vetores. Um conjunto K (corpo) cujos elementos são chamados escalares 1 . Neste curso, esse conjunto será o dos números reais. Uma operação denominada multiplicação por escalar que associa um escalar e um vetor a outro vetor. As operações de adição de vetores e multiplicação por escalar devem satisfazer os seguintes axiomas (conforme o módulo, aula 8): Axiomas da adição vetorial: 1) Comutatividade: u + v = v + u u e v em V. 2) Associatividade: u + (v + w) = (u + v) + w u, v, w em V. 3) Existência de elemento neutro: Existe um vetor em V, denotado por e, tal que e + v = v v em V. 4) Existência de elemento inverso ou elemento simétrico: Para cada v em V, existe um elemento denotado por (-v) tal que v + (-v) = e. Axiomas da multiplicação por escalar: 5) ( v) = ( . ) v, , e v em V. 6) 1.v = v, v em V. Propriedades distributivas: 7) ( + )v = v+ v, , e v em V. 8) (u + v) = u + v e u, v em V. Quando falamos em espaço vetorial, fazemos referência ao conjunto de vetores V. O termo vetor é utilizado para designar o elemento de um espaço vetorial e, embora contemple os vetores geométricos de 2 e 3 , considera também matrizes, polinômios, funções, etc. Observe que o axioma 3 indica que o espaço vetorial V não pode ser um conjunto vazio! 1 O foco do curso é trabalhar com espaços vetoriais reais, então o conjunto de escalares será sempre o conjunto dos reais, a menos que outra informação seja dada. Em geral, o conjunto de escalares, deve ser um conjunto munido de duas operações internas - adição e multiplicação – que devem satisfazer algumas propriedades, dentre elas: cada elemento “não nulo” deve possuir elemento inverso. Trata-se de outra estrutura algébrica denominada corpo que será estudada nas disciplinas de Álgebra. O conjunto dos números complexos, assim como o conjunto dos números reais é um corpo e também poderia ser considerado para o conjunto dos escalares. 2. Verifique quais dos conjuntos a baixo são subespaços vetoriais do ou relativamente às operações de adição e multiplicação por escalar usuais. a) xyyxS 2|, 2 b) xxxS |, 3 c) 1|, 2 xyyxS d) yxzzyxS |,, 3 e) 0|,, 3 xyzyxS f) }0|),,{( 3 yzyxS Solução. a) S é subespaço. S não é vazio, (0,0) pertence à S, pois, 0 = -0. E as duas condições abaixo são satisfeitas. (i) Se (a, -2a) e (c, -2c) são elementos de S (a, -2a) + (c, -2c) = (a + c, -2(a + c)) é um elemento de S. (ii) Se (a, -2a) é um elemento de S e um escalar, (a, -2a) = (a, -2a) é um elemento de S. b) S não é subespaço. Pois, (1, 1) e (2, 8) são elementos de S e a soma , (1, 1) + (2, 8) = (3, 9) não é um elemento de S. c) S não é subespaço. Pois, (1,0) e (2, -1) são elementos de S e a soma, (1, 0) + (2, -1) = (3, -1) não é um elemento de S. Observação: Outra maneira de justificar o item 2-c é verificar que o vetor nulo não pertence ao conjunto S. d) S é subespaço. S não é vazio, (0,0, 0) pertence à S, pois, 0 = 2.0 – 0. E as duas condições abaixo são satisfeitas. (i) Se (a, b, c) e (e, f, g) são elementos de S c = a - b e g = e - f c + g = (a + e) – (b + f) (a, b, c) + (e, f, g) = (a + e, b + f, c + g) é um elemento de S. (ii) Se (a, b, c) é um elemento de S e um escalar, c = a - b e .c = a - b, ou seja, (a, b, c) é um elemento de S. e) S não é subespaço. Pois, (0, 2, 0) e (1, 0, 0) são elementos de S e a soma, (0, 2, 0) + (1, 0, 0) = (1, 2, 0) não é um elemento de S. f) S não é subespaço. Pois, (0, 1, 0) é um elementos de S e o produto -1.(0, 1, 0) = (0, -1, 0) não é um elemento de S. Observação: Perceba que para mostrar que um conjunto não vazio é um subespaço, tomamos vetores genéricos do conjunto para verificar o fechamento da adição e a multiplicação por escalar. Para mostrar que um conjunto não é um subespaço, basta exibir um exemplo que “viole” alguma das condições, isto é, um contraexemplo. Tente fornecer outros contraexemplos para mostrar que os conjuntos não são subespaços. Tente ainda criar exemplos e não-exemplos de subespaços. 3. Verifique quais dos subconjuntos S abaixo são subespaços dos espaços vetoriais V dados, considerando as operações de adição e multiplicação por escalar usuais do espaço V dado. a) V = )(22 xM e S = }|)({ 22 inversapossuiAMA x . b) V = )(1 P e S = }0)1(|)()({ 1 pPbxaxp . Solução. a) S não é subespaço vetorial, pois a matriz nula não pertence a S, já que a matriz nula não possui inversa. b) S é subespaço vetorial. S é não vazio, o polinômio identicamente nulo 0 pertence a S, pois ,0)(0 x qualquer que seja x . Além disso, i) Dados p e q em S, 0)1( p e 0)1( q . Então, 0)1()1()1)(( qpqp . Logo, qp S. ii) Dados p em S e , como 0)1( p , 00.)1()1)(( pp . Logo, p S. 4. Os conjuntos abaixo não são espaços vetoriais. Identifique uma condição que falha em cada caso. a) V = 2 , munido das seguintes operações de adição e multiplicação por escalar, respectivamente: (x, y) + (x’, y’) = (x + x’ + 1, y + y’ + 1) e k(x, y) = (kx, ky). b) V = 3 , munido das seguintes operações de adição e multiplicação por escalar, respectivamente: (x, y, z) + (x’, y’, z’) = (x + x’, y + y’, z + z’) e k(x, y, z)=(0, 0, 0). Solução: a) Falham as distributivas. Mostraremos que falha vvv ..).( , em que e são escalares e v vetor de 2 . De fato, considerando 2 e )0,1(v , temos: )0,4()0,1.(4)0,1).(22().( v e )1,3()100,122()0,2()0,2()0,1.(2)0,1.(2.. vv . b) Falha a multiplicação pelo escalar 1. Contraexemplo: )3,2,1()0,0,0()3,2,1.(1 . 5. Escreva o polinômio 2235 xxp como combinação linear dos polinômios 22 32142 xxn,xxm e 21 xxq . Solução. Precisamos determinar escalares a, b e c tais que 2235 xx )xx(c)xx(b)xx(a 222 132142 , o que implica em 2235 xx 23422 xcbaxcbacba , resultando no sistema 234 32 52 cba cba cba . 2 3 5 134 121 112 2 5 3 134 112 121 14 11 3 3110 150 121 14 3 3110 10 121 5 11 5 1 5 51 5 11 5 7 5 4 5 1 5 3 00 10 01 4 51 4 19 4 25 4 51 5 11 5 7 5 1 5 3 100 010 001 100 10 01 . Assim 4 51 , 4 19 4 25 , cba e 2235 xx )1( 4 51 )321( 4 19 )42( 4 25 222 xxxxxx . Observação: Não indicamos as operações elementares no escalonamento acima propositalmente, procure perceber a sequência de operações aplicadas. 6. Considere o subespaço vetorial 0|)(22 dcbaM dc ba M x . Determine um conjunto de geradores para M. Solução: Considerando a = -b – c – d e tomando um elemento de M, temos: dc ba = dc bdcb = 10 01 01 01 00 11 dcb . Logo o conjunto 10 01 , 01 01 , 00 11 gera M. 7. Se v,u e w são vetores de um espaço vetorial V tais que wu e wv , mostre que v,u é linearmente dependente. Solução. Os vetores u e v são da forma wu e wv , com , . Se 0 é trivial, pois u = v = 0 e basta ver que 1.u + 1.v = 0. Caso por exemplo 0 , então 00 wwwwuv . Logo v,u é LD. 7. Determine o valor de k para que o conjunto 1,1,,0,1,1,1,0,1 kA seja LI. Solução. Considere a equação x(1, 0, -1) + y(1, 1, 0) + z(k, 1, -1) = (0, 0, 0). Daí, obtemos o sistema homogêneo zx zy kzyx . Os vetores do conjunto dado serão LI se, e somente se, o sistema acima possuir apenas a solução trivial, isto é, x = y = z = 0. O sistema acima será compatível e determinado se, e somente se, a matriz dos coeficientes possuir inversa. 2011 101 110 11 kk k . Assim, se 2k , o conjunto A é LI.
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