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Prof.: Ana Dieuzeide Santos Souza Arquitetura e Urbanismo – Conforto I – 2014/02 CONFORTO AMBIENTAL: CONCEITOS BÁSICOS AS VARIÁVEIS DO CONFORTO TÉRMICO CONFORTO TÉRMICO Ø Uma pessoa está confortável com relação a um acontecimento ou fenômeno quando pode observá-lo ou senti-lo sem preocupação ou incômodo (CORBELLA; YANNAS, 2003). Ø Satisfação psicofisiológica de um indivíduo com as condições térmicas do ambiente (NBR 15220, 2005). INTRODUÇÃO CONFORTO TÉRMICO Ø Independente das condições do clima, o corpo humano, enquanto organismo termorregulador, buscará estabelecer um equilíbrio interno. Ø PELE: Através dela que se realizam as trocas de calor è Principal órgão termorregulador do organismo humano. INTRODUÇÃO ! ! ! Climas diferentes: diferentes estratégias para atingir o conforto. Conforto Ambiental__________________________________Profª Cynthia Marconsini CONFORTO TÉRMICO Uma pessoa está confortável com relação a um acontecimento ou fenômeno quando pode observá-lo ou senti-lo sem preocupação ou incômodo. (Corbella et alli, 2003) PELE •Através dela que se realizam as trocas de calor •Principal órgão termo-regulador do organismo humano •Sua temperatura é regulada pelo fluxo sanguíneo que a percorre. Quanto mais intenso o fluxo, mais elevada é a temperatura da pele. TROCAS TÉRMICAS ENTRE O O CORPO E O AMBIENTE Trocas secas: Condução, convecção, radiação – calor perdido é denominado calor sensível, função da diferença de temperatura entre o corpo e o ambente. Troca úmida: Evaporação: calor perdido é denominado calor latente, envolve mudança de fase – o suor (líquido) passa para o estado gasoso. Quando a água evapora “rouba” calor do corpo. CONFORTO TÉRMICO Ø Trocas térmicas entre o corpo e o ambiente. INTRODUÇÃO MECANISMOS DE TERMORREGULAÇÃO Ø O corpo humano produz calor no seu interior que, em parte se dissipa para o meio ambiente. Ø Existe um nível ótimo para o fluxo de perda de calor, na qual a temperatura da pele se mantém perto de 36° e a pessoa se sente em CONFORTO TÉRMICO. INTRODUÇÃO MECANISMOS DE TERMORREGULAÇÃO Reação ao frio Ø Os poros de fecham para diminuir a perda de calor. Ø Vasoconstricção: diminuição do volume de sangue e ritmo cardíaco. Ø Arrepio: Aumento da rugosidade da pele, evitando a perda de calor por convecção. Ø Tremor dos músculos: aumento do metabolismo, a fim de aumentar a produção de calor. Reação ao calor Ø Vasodilatação: aumento do volume do sangue, acelerando o ritmo cardíaco. Ø Transpiração. INTRODUÇÃO AS VARIÁVEIS DO CONFORTO TÉRMICO São função... Ø Das variáveis humanas, como: atividade física (metabolismo) e resistência térmica oferecida pela vestimenta; e Ø Das variáveis ambientais tais como: temperatura, temperatura radiante, umidade relativa do ar, velocidade do ar. Ø Além disso, variáveis como sexo, idade, raça, hábitos alimentares, peso, altura, etc., podem exercer influência nas condições de conforto de cada pessoa e devem ser consideradas. AS VARIÁVEIS DO CONFORTO TÉRMICO VARIÁVEIS HUMANAS Ø Necessidade de dissipação do calor interno. Temperatura deve ser mantida entre 36,1 e 37,2. Limite para sobrevivência: 32 e 42. Ø Quando o organismo consegue perder calor para o ambiente sem recorrer aos mecanismos termorreguladores, experimenta-se a sensação de conforto térmico. VARIÁVEIS HUMANAS 20% - transformado em potencialidade de trabalho 80% - transformado em calor. METABOLISMO Ø Processo de produção de energia interna a partir de elementos combustíveis orgânicos. Conforto Ambiental__________________________________Profª Cynthia Marconsini METABOLISMO • Processo de produção de energia interna a partir de elementos combustíveis orgânicos. 20% - transformado em potencialidade de trabalho 80% - transformado em calor. • Necessidade de dissipação do calor interno. Temperatura deve ser mantida entre 36,1 e 37,2. Limite para sobrevivência: 32 e 42 • Quando o orgânismo consegue perder calor para o ambiente sem recorrer aos mecanismos termo-reguladores, experimenta- se a sensação de conforto-térmico. • Quanto maior o metabolismo, maior a necessidade de perda de calor. METABOLISMO Ø Quanto maior o metabolismo, maior a necessidade de perda de calor. VARIÁVEIS HUMANAS VESTIMENTA Ø A roupa representa uma resistência térmica entre o corpo e o meio, uma barreira para as trocas por convecção. Ø Isolante térmico: mantém junto à pele uma camada de ar mais ou menos aquecido. VARIÁVEIS HUMANAS ! ! ! Climas diferentes: diferentes estratégias para atingir o conforto. VESTIMENTA Climas secos (desérticos) Ø Apesar das altas temperaturas, as pessoas utilizam roupas pesadas, para isolar o corpo do calor e manter a umidade da pele, evitando a desidratação. Climas úmidos Ø As pessoas utilizam poucas roupas, para permitir a evaporação do suor (efeito da ventilação). VARIÁVEIS HUMANAS VESTIMENTA Ø A resistência térmica de uma roupa depende do tipo de tecido. A resistência térmica oferecida pela roupa é medida em “clo” (do inglês clothing – roupa). Conforto Ambiental__________________________________Profª Cynthia Marconsini VESTIMENTA • A roupa representa uma resistência térmica entre o corpo e o meio, uma barreira para as trocas por convecção. •Isolante térmico: mantem junto à pele uma camada de ar mais ou menos aquecido. Climas secos (desérticos) Apesar das altas temperaturas, as pessoas utilizam roupas pesadas, para isolar o corpo do calor e manter a umidade da pele, evitando a desidratação. Climas úmidos As pessoas utilizam poucas roupas, para permitir que a evaporação do suor (efeito da ventilação). A resistência térmica de uma roupa depende do tipo de tecido. A resistência térmico oferecida pela roupa é medida em “clo”. (do inglês clothing – roupa) VARIÁVEIS HUMANAS VARIÁVEIS AMBIENTAIS TEMPERATURA Ø A temperatura do ar é a principal variável do conforto térmico. Ø A sensação de conforto é função da perda ou ganho de calor pelo corpo humano devido à diferença de temperatura entre a pele e o ar, complementada pelos outros mecanismos termorreguladores. Ø A sensação de temperatura dependerá mais da velocidade de retirada (ou aumento) do calor da pele do que da temperatura do ar indicada num termômetro! Ø A temperatura pode ser medida em ºC, K, ºF. VARIÁVEIS AMBIENTAIS VELOCIDADE DO AR Ø O deslocamento do ar aumenta os efeitos da evaporação no corpo humano, retirando, com mais eficiência, a água em contato com a pele, reduzindo a sensação de calor e melhorando o conforto. Ø Daí, a importância da ventilação, natural ou mecânica, no clima quente e úmido. VARIÁVEIS AMBIENTAIS VELOCIDADE DO AR Ø A velocidade do ar, normalmente abaixo de 1m/s, ocorre em ambientes internos sem necessariamente sofrer a ação direta do vento è O ar se desloca pela diferença de temperatura no ambiente – ar quente sobe e ar frio desce (convecção natural). Ø Quando o ar se desloca por meios mecânicos, como um ventilador, o coeficiente de convecção aumenta, aumentando a sensação de perda de calor (convecção forçada). VARIÁVEIS AMBIENTAIS UMIDADE DO AR Ø A umidade é caracterizada pela quantidade de vapor d’água contido no ar. VARIÁVEIS AMBIENTAIS UMIDADE RELATIVA DO AR Ø Quantidade de umidade no ar, relativa à máxima quantidade possível de água no ar (saturação em determinada temperatura). O ar, a uma determinada temperatura, pode conter uma certa quantidadede vapor de água. Quando chegamos a esse valor máximo dizemos que o ar está saturado. Ultrapassado este limite, ocorre a condensação, no qual o vapor excedente passa ao estado líquido, provocando o aumento da temperatura da superfície onde ocorre a condensação. UMIDADE RELATIVA DO AR Ø Tem grande influência na perda de calor do corpo por evaporação à O ar menos saturado permite a absorção da umidade da pele. Ø Atua na estabilidade da temperatura ambiente à Em climas secos há uma variação significativa de temperatura entre o dia e à noite. VARIÁVEIS AMBIENTAIS SENSAÇÃO TÉRMICA Ø É a temperatura aparente sentida pela pele do indivíduo, devido a uma combinação entre temperatura do ar e velocidade do vento. Ø Outros fatores também podem influenciar na sensação térmica, tais como temperatura do corpo e a umidade do ar. VARIÁVEIS AMBIENTAIS ÍNDICES DE CONFORTO ÍNDICES DE CONFORTO Ø Com o intuito de avaliar o efeito conjunto das variáveis de conforto térmico, alguns pesquisadores sugerem diferentes índices de conforto. Exemplos: Ø 1. Voto Médio Predito Ø 2. Cartas Bioclimáticas Ø 3. Normas técnicas : NBR 15220/2005 : Desempenho Térmico de Edificações ÍNDICES DE CONFORTO 1. VOTO MÉDIO PREDITO Ø Desenvolvido por FANGER (1972); Ø Mais complexo índice de conforto, pois engloba as seis variáveis. Ø Esse método prevê o voto de um grande número de pessoas por meio de uma escala. Ø Importante observar diferenças culturais! ÍNDICES DE CONFORTO Conforto Ambiental__________________________________Profª Cynthia Marconsini INDICES DE CONFORTO 1. VOTO MÉDIO PREDITO 1. VOTO MÉDIO PREDITO São estabelecidas duas variáveis: Ø PMV (Predict Mean Vote): Voto médio predito Ø PPD (Predicted Percentage of Dissatisfied): Percentagem de pessoas insatisfeitas. ÍNDICES DE CONFORTO Conforto Ambiental__________________________________Profª Cynthia Marconsini INDICES DE CONFORTO Com o intuito de avaliar o efeito conjunto das variáveis de conforto térmico, alguns pesquisadores sugerem diferentes índices de conforto. 1. VOTO MÉDIO PREDITO • Desenvolvido por FANGER (1972) • Mais complexo índice de conforto, pois engloba as seis variáveis. • Esse método prevê o voto de um grande número de pessoas através de uma escala. PMV (Predict Mean Vote) – Voto médio predito PPD (Predicted Percentage of Dissatisfied) – Percentagem de pessoas insatisfeitas. • Segundo a norma ISO7730, um ambiente é considerado térmicamente confortável quando: PPD<10% e -0,5<PMV<+0,5 • Importante observar diferenças culturais. Segundo a norma ISO 7730, um ambiente é considerado termicamente confortável quando: PPD<10% e -0,5<PMV<+0,5 Conforto Ambiental__________________________________Profª Cynthia Marconsini INDICES DE CONFORTO Com o intuito de avaliar o efeito conjunto das variáveis de conforto térmico, alguns pesquisadores sugerem diferentes índices de conforto. 2. CARTA BIOCLIMÁTICA CARTA BIOCLIMÁTICA GYVONI • Corrigiu algumas limitações da carta de OLGYAY. • Propões estratégias de acordo com as condições de temperatura e umidade do local. • Primeira carta desenvolvida por OLGYAY (1973) • Relação entre a temperatura do ar e a umidade relativa do ar. • Surgimento da expressão: PROJETO BIOCLIMÁTICO: Adequação da arquitetura ao clima local e às condições de conforto humano. 1. Zona de conforto térmico 2. Zona de ventilação 3. Zona de resfriamento evaporativo 4. Zona de massa térmica para resfriamento 5. Zona de ar condicionado 6. Zona de umidificação 7. Zona de massa térmica para aquecimento 8. Zona de aquecimento solar passivo 9. Zona de aquecimento artificial 2. CARTAS BIOCLIMÁTICAS Carta de Olgyay Ø A primeira carta foi desenvolvida pelos irmãos Olgyay, na década de 1960 è Um diagrama que propõe estratégias de adaptação da arquitetura ao clima para se alcançar a zona de conforto; Ø Relação entre a temperatura do ar e a umidade relativa do ar. ÍNDICES DE CONFORTO 2. CARTAS BIOCLIMÁTICAS Carta de Givoni Ø Corrigiu algumas limitações da carta de Olgyay. Ø Propõe estratégias de acordo com as condições de temperatura e umidade do local. ÍNDICES DE CONFORTO Conforto Ambiental__________________________________Profª Cynthia Marconsini INDICES DE CONFORTO Com o intuito de avaliar o efeito conjunto das variáveis de conforto térmico, alguns pesquisadores sugerem diferentes índices de conforto. 2. CARTA BIOCLIMÁTICA CARTA BIOCLIMÁTICA GYVONI • Corrigiu algumas limitações da carta de OLGYAY. • Propões estratégias de acordo com as condições de temperatura e umidade do local. • Primeira carta desenvolvida por OLGYAY (1973) • Relação entre a temperatura do ar e a umidade relativa do ar. • Surgimento da expressão: PROJETO BIOCLIMÁTICO: Adequação da arquitetura ao clima local e às condições de conforto humano. 1. Zona de conforto térmico 2. Zona de ventilação 3. Zona de resfriamento evaporativo 4. Zona de massa térmica para resfriamento 5. Zona de ar condicionado 6. Zona de umidificação 7. Zona de massa térmica para aquecimento 8. Zona de aquecimento solar passivo 9. Zona de aquecimento artificial 1. Zona de conforto térmico 2. Zona de ventilação 3. Zona de resfriamento evaporativo 4. Zona de massa térmica para resfriamento 5. Zona de ar condicionado 6. Zona de umidificação 7. Zona de massa térmica para aquecimento 8. Zona de aquecimento solar passivo 9. Zona de aquecimento artificial VAMOS PRATICAR… 1. Em que situação pode-se dizer que o homem se sente em Conforto Térmico? 2. Cite alguns mecanismos de termo-regulação do homem, em relação ao frio e ao calor. 3. Cite as principais variáveis humanas e ambientais do conforto térmico. 4. Explique a relação do metabolismo do homem com o conforto térmico. 5. Qual a atuação da vestimenta em relação ao conforto térmico? 6. Como a velocidade do ar atua no conforto térmico? 7. Defina Sensação Térmica. 8. Explique o índice de conforto baseado no Voto Médio Predito. 9. O que propõem as cartas bioclimáticas? Que variáveis ambientais elas relacionam? EXERCÍCIOS REFERÊNCIAS CORBELLA, Oscar; YANNAS, Simos. Em Busca de uma Arquitetura Sustentável para os Trópicos: Conforto Ambiental. Rio de Janeiro: Revan, 2003. FROTA, Anésia Barros; SCHIFFER, Sueli Ramos. Manual de conforto térmico. 8. ed. São Paulo: Studio Nobel, 2009 e edições anteriores. LAMBERTS, Roberto; DUTRA, Luciano; PEREIRA, Fernando O. R. Eficiência Energética na Arquitetura. 2. ed. rev. São Paulo: ProLivros, 2004.
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