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MONTEIRO, José Lemos. Morfologia Portuguesa. 3ª ed. Pontes. São Paulo: 1991. PALAVRA E VOCÁBULO Geralmente ambos os termos são usados para designar um conjunto ordenado de fonemas que trazem uma significação. Assim, os fonemas /l//u//t//a/,nesta seqüência, formam um substantivo que significa combate. Entretanto a preposição de, forma um conjunto de fonemas, mas não podemos atribuir-lhe uma significação lexical¹ e sim gramatical². ¹ significação lexical ou externa (expressão de alguma idéia) ² significação gramatical ou interna(definida pela função do vocábulo num dado contexto). Com base nessa distinção, reservamos o termo palavra somente para os vocábulos que apresentam significação lexical. É fácil tirar uma conclusão: Toda palavra é vocábulo, mas nem todo vocábulo é palavra. Os vocábulos que não são palavras denominam-se instrumentos gramaticais. PONTOS IMPORTANTES: Num conceito amplo, morfema é qualquer unidade lingüística dotada de forma e significação. Neste sentido, o semantema é um tipo de morfema que se combina a outros para a atualização ou circulação do vocábulo entre os falantes da língua. Num conceito restrito, reserva-se o termo morfema aos elementos que se opõem ao semantema e este se refere à parte fundamental ou núcleo significativo do vocábulo. EX: bel + íssim + a + s (morfemas) (semantema) Outros morfemas poderiam agregar-se ao semantema em questão, produzindo-se uma diversidade de vocábulos. Há varias classificações para os morfemas, uma delas é: a)morfema derivacional: prefixos e sufixos; b)morfema categórico: desinências; c)morfema relacional: preposições, conjunções,pronomes relativos; d)morfema classificatório: vogais temáticas. CÂMARA JR., Joaquim Mattoso. Estrutura da Língua Portuguesa. 15ªed. Petrópolis. Vozes: 1996. O VOCÁBULO FORMAL E A ANÁLISE MÓRFICA Na primeira articulação da língua, em que o segmento fônico se associa a uma significação léxica ou gramatical, o vocábulo formal é a contraparte do que definimos como sendo um vocábulo fonológico. A apresentação do vocábulo na escrita se faz pelo critério formal. Deixa-se entre eles um espaço em branco, porque mesmo quando sem pausa entre si num único grupo de força, cada um é considerado uma unidade mórfica de per si.por isso embora em proscrever,por exemplo, cada letra se reporta a um fonema e a separação é silábica(pros-cre- ver, apesar do vocábulo se composto do prefixo pro- e (e)crever, grafamos com espaços em branco a expressão proscrever uma lei /proskreverumalei/, que é um único grupo de força. Mas qual o critério para aí se depreender 3 vocabulos formais? Ele foi basicamente estabelecido pelo lingüista norte-americano Leonard Bloomfield. Segundo ele, as unidades formais de uma língua são duas: formas livres e presas. Livres (constituem uma seqüência que pode funcionar isoladamente como comunicação suficiente); Presas (que so funcionam ligadas a outras (como pro-de proscrever, prometer etc.)). O vocábulo formal é a unidade a que se chega, quando não é possível nova divisão em duas ou mais formas livres. Para finalizar Câmara define formas dependentes como sendo as partículas enclíticas e proclíticas em português. Conceitua-se assim, uma forma que não é livre porque não pode funcionar isoladamente como comunicação suficiente, nem como forma presa, porque é suscetível de duas possibilidades para se disjungir da forma livre a que se acha ligada: entre ela e a forma livre pode se intercalar uma, duas ou mais forma livres. Por outro lado, quando isso não é possível (nos pronomes átonos que funcionam junto ao verbo),resta alternativa dela mudar de posição em relação à forma livre a que esta ligada, o que não ocorre com as formas presas.
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