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Trajetória intelectual de Paulo Freire

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*28/04/2011
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FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS E EDUCAÇÃO POPULAR
PEDAGOGIA – TEREZA RENOU
AULA 9
Rio de Janeiro, agosto de 2011 
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9: Trajetória intelectual de Paulo Freire: obra e vida  
Identificar as experiências profissionais de Paulo Freire como aspecto relevante para compreender o desenvolvimento de sua trajetória intelectual.
Reconhecer a evolução do seu pensamento destacando as principais influências teóricas que marcaram essa evolução e as categorias centrais do seu discurso.
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Paulo Freire nasceu em Recife em 1921, se torna o mais importante educador brasileiro e através de seu trabalho teórico e político, Paulo Freire construiu um autêntico sistema de pensar o fenômeno educativo e nesse sistema pretendia "ensinar o povo a ler e depois pensar no que leu" 
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Professor de Filosofia e História da Educação, começa a trabalhar em 1961 na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de Recife depois de ter defendido a tese de Doutoramento "Educação e atualidade brasileira", bem como em 1962 passa a ser Livre Docente de História e Filosofia da Educação da Escola de Belas Artes de Recife. 
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O filósofo da educação Segundo Scocuglia (1999), pensadores como Sartre, Lukács e Amílcar Cabral foram determinantes na evolução do seu pensamento. 
 Integrou o Conselho Consultivo de Educação do Recife e anos depois, em 1963, foi membro do Conselho Estadual de Educação de Pernambuco até o Golpe Militar de 1964. 
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Partiu ao exílio com 43 anos Bolívia pouco tempo... 
 Chile novembro 1964 até abril de 1969 = assessor do Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e assessor do Ministério de Educação do Chile, bem como consultor da UNESCO no Instituto de Capacitação e Investigação na Reforma Agrária desse país. 
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 Paulo Freire com seu filho Lutgardes e Betinho com seu filho Daniel, no 
 Canadá, de férias, em 1978, antes de voltar ao Brasil
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Regressa ao Brasil em 1979 sob a Lei de Anistia se engajando no trabalho de professor universitário da Universidade de Campinas até 1990. Nessa década Paulo Freire ficara viúvo (1986), se casando pela segunda vez com Ana M. Araujo.
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Em 1989 se torna homem público no cargo de Secretário de Educação do Município de São Paulo até 1991. 
Docente na PUC – SP entre outras atividades. 
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Escreveu 14 livros, onde registrou seu pensamento impregnado por dois pólos de irradiação inseparáveis, um psico-pedagógico emergindo na "Pedagogia do Oprimido" editado em 1970, e outro político-pedagógico construído a partir das reflexões de "Ação Cultural para a Liberdade", editado em 1968. 
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A adesão manifesta aos trabalhadores como classe sócio-política acompanha em Freire a evolução do seu pensamento em relação á categoria "dialogo" entendida como "ação entre os iguais e os diferentes, mas contra os antagônicos, nos conflitos sociais" sendo o "oprimido" a categoria central que marca a mudança do enfoque analítico anterior do educador. 
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Pensamento freireano apresenta duas questões: 1º questões de tipo psicopedagógicas relacionadas ao cotidiano das relações educador-educando 
2ºquestões de cunho político-pedagógico. 
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A tendência para o político pedagógico começa a se delinear em "Pedagogia do Oprimido" devido as aproximações com as concepções de Marx e de Gramsci, marcando a guinada desde as "instâncias superestruturais" - que dizem respeito às crenças; às idéias; à moral; à política; à religião; ao direito; à arte, para as "infra-estruturais" - que dizem respeito às classes sociais e aos conflitos entre elas. 
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Freire superar a polarização opressor-oprimido = a conquista de criticidade por parte destes, embora "consciência crítica" não apareça ainda explicitamente na Pedagogia do Oprimido como "consciência de classe". 
Os escritos "Educação e Atualidade Brasileira" (1959), "Conscientização" (1980) e "Educação como Prática da Liberdade" (1984) são considerados por Scocuglia (2001) os mais representativos das mudanças conceituais e da rede de relações que envolvem o binômio educação-política.
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	Tal sentido de liberdade está presente no pensamento de Paulo Freire que alerta os educadores para o preconceito de classe em relação aos analfabetos os que, por não dominarem o código escrito, se encontram irremediavelmente excluídos dos espaços onde impera o conhecimento da classe dominante que segundo esse preconceito seria o único conhecimento válido. 
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	No entanto aquele espaço é aonde todo conhecimento vai sendo construído na relação das pessoas entre si e com o mundo. Parte desta relação pode ser sistematizada pela escola. Mas a ausência desta parcela de sistematização não significa ausência de conhecimento. 
	Embora privados de escolaridade, homens e mulheres continuam a se relacionar com o mundo, e esta relação é uma relação transformadora, ou seja, uma relação que modifica o mundo. Ao transformarem o mundo, homens e mulheres são transformados também por ele.
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Freire ao defender a educação como uma ação instrumentalizadora na construção da gênese do conhecimento está defendendo o direito que o povo tem de conhecer melhor o que já sabe e de conhecer aquilo que ainda não sabe. 
Conhecimento Popular = ponto de partida para a construção de qualquer outro conhecimento. Para tanto a relação entre educador – educando não pode ser uma relação dominadora nem um monologo do professor com si próprio. 
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CUIDADO com a POSTURA AUTORITÁRIA ainda presente na escola Relação antipedagógica e antidemocrática dificultando a tarefa educacional em que o DIÁLOGO deve estar presente numa relação de horizontalidade. 
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Ignorar este fato é ingenuidade. Para Paulo Freire o caminho autoritário é uma contravenção á natureza indagadora e buscadora de homens e de mulheres que, se domesticados, se perdem ao perderem a liberdade.
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O educador crítico trabalhará para que essas diferenças não justifiquem a desigualdade. O que irá quebrar a relação autoritária não será nunca a negação da realidade, mas o esforço comum para conhecer e transformar esta realidade.
Precisamos lembrar que é justamente a diferença de saberes entre educando e educador que possibilita o diálogo. Nessa Leitura de Mundo (princípio da pedagogia freireana) que emerge do dialogo, o conhecimento de um desafia a produção de conhecimento no outro. No dialogo não há passividade nem neutralidade.
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FREIRE nos alertou ao longo de sua vida para a necessidade de reagir criticamente ao poder de persuasão da ideologia. Para ele o exercício crítico da própria resistência ao poder da ideologia vai gerando certas qualidades que viram sabedoria indispensável a PRÁTICA DOCENTE.
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	A resistência crítica predispõe o educador para uma atitude sempre aberta não somente as outras pessoas como também aos dados da realidade bem como predispõe para uma desconfiança metódica de se tornar absolutamente certo das certezas.
	É imprescindível ao educador não se fechar aos outros nem se enclausurar no ciclo da própria verdade para se resguardar das artimanhas da ideologia.
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	Preservar a capacidade de pensar certo, ver com seriedade, ouvir com respeito, implica em se arriscar à exposição. Para se libertar das correntes da ideologia é necessário se expor ás diferenças, recusando posições dogmáticas. Implica em fazer opções ou pela domesticação ou pela libertação.
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Paulo Freire demonstrou através de sua práxis que a educação não é neutra. Criou um sistema de conhecimento que sustenta o educador para estar em permanente disponibilidade de lidar sem medo nem preconceito com as diferenças, aberto a multiplicar a libertação: aberto a fazer de seu trabalho educativo uma pratica de libertação, um ATO POLÍTICO.
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