Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Venenos São substâncias que ao entrarem em contato interno ou externo com o organismo são capazes de causar dano à saúde. Classificação Quanto ao Tipo de Dano Vitriolagem: causa lesão direta (elemento cáustico) podendo ser externa e/ou visceral, contato com mucosa e causar lesão. Envenenamento: necessita ser absorvida e distribuída. I. Vitriolagem Definição: são lesões cutâneas e viscerais produzidas por ação de substâncias cáusticas (ácidos, bases) Finalidade do Exame Determinar a natureza da substância Estimar a gravidade da lesão No caso de morte: diagnosticar lesões in vitam ou post mortem. OBS: quando a ação é criminosa, predomina o arremesso da substância em áreas expostas, principalmente em face e pescoço, visto que o intuito é a deformação. Característica da Lesão Externa - Cicatriz deformante, saliente, por vezes queloidiana, com retrações extensas - Líquido escorre por gravidade, formando lesão serpiginosa ou geográfica Tipos de Cáusticos Ácidos - Mecanismo de ação: age por coagulação das albuminas e intensa desidratação local dos tecidos. - Lesões características: Ácidos sulfúrico (óleo de vitriolo): escaras secas, enegrecidas (hematina) Ácidos nítrico (ácido azótico): escaras secas, resistentes, amareladas Ácido clorídrico (ácido muriatico): escaras enbranquiçadas - Obs: as escaras e crostas acabam protegendo os tecidos subjacentes Bases - Mecanismo de ação: age por dissolução mineral determinando ulcerações que tendem a hemorragia. Ex: soda cáustica, amoníaco. - Obs: lesões por bases não formam crostas protetoras como nos ácidos, resultando em lesões mais profundas e dolorosas, úmidas, amolecidas, saponáceas (gordura x álcalis). Caso não sejam tamponados ou eliminados, tendem a continuar reagindo. Orientação Lavar com água corrente abundante Quando for álcalis, evitar tamponamento visto que gera reação exotérmica, resultando dano maior. Medidas locais: gaze vaselinada e debridamento tecidual precoce Lesão Visceral por Ingestão Sinais e sintomas: dor atroz, vômitos, hálito com odor atípico, estenose esofagiana, gangrena gastrointestinal, peritonite. Gravidade: apresenta espectro variável, desde lesões discretas até sequelas deformantes ou morte. Achados de necropsia: múltiplas lesões gastrointestinais, renais, hepáticas, tromboses. Venenos - Toxicologia: ciência que estuda venenos e substâncias toxicas com efeitos no organismo - Veneno: substância que se origina do reino animal, vegetal ou mineral, que independente da dose, ao ser introduzido no organismo por qualquer via danifica à saúde. - É uma substância que ao ser introduzida no organismo é absorvida no sangue e que pode afetar a saúde e atentar contra a vida. II. Envenenamento Definição: ação ou efeito de envenenar, peculiar a cada veneno. Classificação Reinos: animal, vegetal, mineral Estado físico: sólido, líquido, gasoso Origem: orgânicos sintéticos (fármaco), alimentar, vegetal (toxoalbuminas), animal (peçonha) Composição química Ácidos e bases minerais Ácidos orgânicos Alcaloides, ptonaimas, glicosídeos Termos Intolerância: hipersensibilidade Mitridatismo: hipossensibilidade adquirida Sinergismo: potencialização pela combinação de substâncias Fisiopatologia Penetração Absorção (cair na circulação) Distribuição (via capilares) Fixação muito veneno ou baixa transformação Transformação Eliminação 1. Penetração Mucosas (mais rápida) Gastrointestinal (mais frequente) Pulmonar (mais grave) Tegumentar, Circulatória, Intradérmica, Intratecal 2. Absorção - Definição: capacidade de se difundir para circulação - Determinantes: solubilidade, repleção ou vacuidade gástrica, presença de neutralizadores. - Obs: a via de absorção determinará maior ou menor velocidade quanto aos efeitos. 3. Distribuição e Fixação - Distribuição: depende da via de absorção e condições circulatórias - Fixação: depende do grau de afinidade molecular entre o veneno e o tipo de tecido Digitálico: miocárdio Barbitúricos: hemácias e tecido cerebral Cocaína: substância branca da medula 4. Transformação (modificação do tóxico em atóxico) - Determinantes: dependente dos mecanismos bioquímicos de destruição e síntese molecular presente em vários órgãos. - O mais insigne é o citocromo P450 n tecido hepático. Contudo, outros parênquimas também são capazes de transformar e até neutralizar o tóxico. 5. Eliminação - Varias vias são responsáveis pela excreção de agentes tóxicos, mas a mais importante é a via renal (perícia – coleta de urina) - Ouras: pulmão, saliva, suor, bile, pele, fâneros, aparelho digestorio (vômitos e diarreia) Procedimento - Pedir ajuda - Contatar serviço de emergência de saúde (SAMU) - Contatar o centro de informações toxicológicas (ligar para CIT/RS 0800 721 3000) Procedimento da Perícia em Caso Suspeito - Cadáver Coletar urina (5 ml) Coletar sangue (5 ml) Coletar fragmento visceral (estômago e conteúdo, rim, fígado, encéfalo) e armazenar em T < 4 °C - Toxicologia Dividir amostra em 4 partes: 1° - análise de venenos voláteis 2° - análise de venenos minerais 3° - análise de venenos alcalóides 4° - análise armazenar para eventual contraprova Rigidez facial + Miose – envenenamento por organofosforado Ocorre miose nos envenenamentos
Compartilhar