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1ª) Ao falarmos da aprendizagem significativa em relação ao seu histórico é incorreta: a) a aprendizagem significativa surge nos anos de 1960, em um contexto social de crescimento econômico, o que requeria trabalhadores mais bem preparados para atuar nas fábricas, que fossem capazes de executar trabalhos diversos, não apenas repetitivos e mecânicos, mas que exigiam uma maior capacidade de raciocínio e reflexão. Entretanto, as teorias da educação e as propostas educativas até então, final dos anos de 1950, estavam voltadas para a educação técnica (Lacerda; Guerreiro, 2022), assentada sobre bases de uma metodologia tradicional, em que o professor transmitia o que sabia, e o aluno deveria aprender e reproduzir esses conteúdos. Isso era entendido como aprendizagem. b) as estratégias utilizadas para o aprendizado se pautavam na reprodução mecânica de algumas atividades de memorização, o que deveria ser aferido por meio de testes e provas, que não garantiam a aprendizagem e não tinha foco no processo de ensino-aprendizagem, mas somente na aprendizagem, cuja responsabilidade de aprender ou não era somente do aprendiz. Entretanto, as mudanças sociais, particularmente no mundo do trabalho, levavam para dentro das instituições escolares a necessidade de repensar a forma como o aluno aprendia. Era necessário a formação e a preparação para a vida de um cidadão mais crítico, com capacidade de refletir e de aprender. c) David Ausubel traz à tona uma nova forma de perceber o ensino e a aprendizagem. No ano de 1963, Ausubel lança seu estudo sobre a teoria da aprendizagem significativa, que tinha como base as teorias de Carl Rogers, que se entrelaçam trazendo as suas contribuições para dar forma a uma nova proposta educativa: a aprendizagem significativa. Ausubel afirma em sua teoria que é possível tornar o aprendizado mais prazeroso e significativo, levando em conta as vivências e as interações, o que aproxima o autor de outros teóricos contemporâneos, que também pensavam a educação de forma inovadora, buscando elementos, particularmente, na perspectiva cognitiva que pudessem potencializar o processo de socialização. d) a potencialização do ensino e da aprendizagem, segundo a teoria de Ausubel, viria da valorização da experiência do educando (Santos; Kaulfuss, 2015), da atenção despendida aos seus conhecimentos prévios, que poderiam ser a base para a formação de novos saberes. Essa formação de novos saberes ocorreria pela interação com o objeto do aprender, com suas próprias vivências, que seriam revisitadas e contempladas em buscas de elementos em comum, e pelo trabalho de mediação realizado pelo professor. Assim, da confrontação e da comparação entre o que já se conhece e o novo emerge um novo conhecimento que é fruto da aprendizagem significativa. 2ª) Em relação as metodologias ativas e teorias da aprendizagem é incorreta: a) interacionismo (Piaget e Vygotsky): nesse processo formativo, as contribuições do interacionismo, cujos representantes são Vygotsky e Piaget, e que concebe como aluno um sujeito ativo, com condições de aprender em função de seus próprios esforços, construindo-se como sujeito histórico de sua aprendizagem, e ainda fortemente inspirado pelos estímulos externos. b) Escolanovismo (John Dewey): afirma não haver uma segmentação entre vida e educação, portanto o aluno aprende para a vida e aprende fazendo (Uzun, 2021). O aprender fazendo, segundo Dewey, estava centrado na ideia de a escola preparar para a vida, o que daria mais sentido ao que se aprende na escola, e estimularia mais o aluno, visto haver significação, intencionalidade e clareza pedagógica no ensino pensado nessa perspectiva. Dewey impunha duras críticas ao processo de ensino que primava pela memorização e defendia um ensino crítico e reflexivo, que pudesse conferir ao aluno a autonomia para aprender, enquanto ao professor caberia guiar o aluno em sua busca, corrigindo distorções e mediando a aprendizagem. c) Carl Rogers: para quem o professor deveria criar as condições para aprendizagem, sem, contudo, minar a autonomia e a regulação do estudante para buscar sua própria aprendizagem. É papel do professor provocar interações positivas que aproximem o estudante do conhecimento e mediar as relações e interações para que dessas possam resultar reflexões, trocas e novas aprendizagens, ou seja, o professor estará mediando o processo de interação, promovendo reflexões e propiciando a constituição de novos saberes, tal como ocorre na metodologia ativa. d) aprendizagem significativa (teoria de David Ausubel), além do olhar crítico propiciado pelo uso de metodologias ativas e do potencial para a reflexão (além, é claro, do desenvolvimento de uma educação democrática), é possível identificar na formulação das metodologias ativas, o predomínio de elementos que requerem uma visão diferenciada da aprendizagem, que deixa de ser o saber livresco para se tornar contextualizado e significativo. 3ª) Quando se trata de metodologias ativas e tecnologias é incorreta: a) as tecnologias têm cada vez mais ganhado espaço e impactado o processo educativo e formativo, adentrando os espaços escolares e transformando práticas tradicionais de ensino. Contudo, elas devem ser um aporte, pois a especificidade do ensinar e do aprender está na abordagem metodológica a ser utilizada, e não no aparato tecnológico. Nessa mesma perspectiva, Leite (2021) alerta para a importância de não se deixar levar pelo "encantamento" das tecnologias. "Entende-se que, as tecnologias e seus aplicativos por si só não trarão mudanças efetivas, se não vierem acompanhadas de propostas metodológicas que valorizam a construção do conhecimento e de sua importância na realidade social do estudante." (Leite, 2021, p. 186). b) a realidade de diversos Estados e municípios em que as escolas nem sempre dispõe de tecnologias e mesmo de internet disponível para a sala de aula. Dessa forma, é importante a compreensão de que a metodologia pode sim fazer uso das tecnologias, mas não deve se ater unicamente a este elemento, pois se faz necessária a clareza de que não é somente a presença de tecnologias digitais nas escolas que irão assegurar a efetivação das metodologias inovadoras. Ainda, a metodologia ativa não é necessariamente o uso de tecnologias, não se confunde com tecnologia (Ferrarini; Saheb; Torres, 2019), mas pode, contudo, ser enriquecida e potencializada com o uso dessas tecnologias. c) a metodologia ativa compreende uma série de recursos que se consolidam a partir de teorias da aprendizagem. Portanto, não se pode incluir estratégias diferentes para atingir o aluno, logo, considerando que os estudantes vivem imersos em tecnologias, estas não devem ser usadas como estratégias de utilização. Quando bem articuladas às estratégias metodológicas e, principalmente, com a clareza quanto à intencionalidade pedagógica, as tecnologias podem trazer diversos benefícios ao processo de ensino-aprendizagem, provocando maior interesse do aluno, pois parte de aspectos já conhecidos de sua realidade. d) para que a tecnologia funcione como um elemento à serviço da aprendizagem, é necessário ao professor a compreensão de que a tecnologia é o meio, e não o fim em si próprio. Ela deve ser percebida como parte da estratégia, com um objetivo didático a cumprir. Ao observar tais procedimentos, o professor pode obter ótimos resultados com o casamento entre metodologias ativas e tecnologias, trazendo aplicativos para enriquecer os conteúdos trabalhados e potencializar as estratégias. Torna-se possível apresentar ao aluno formas de usar a tecnologia para aprender, "selecionar, analisar, criticar, comparar, avaliar, sintetizar, comunicar e informar", ou seja, a formação de competências e habilidades necessárias ao desenvolvimento integral do educando. 4ª) A sala de aula é ampliada para além dos muros da escola, suas paredes se tornam fluidas no sentido de permitir o fluxo de conhecimento nos diversos sentidos. Essa ampliação da sala de aula, que passa a ocupar todo um universo de saberes, não está relacionada necessariamenteao tamanho da sala, mas à quebra de paradigmas, de concepções quanto aos elementos que compõem a dinâmica escolar. Além do professor, também o estudante detém conhecimento, também é responsável pelo aprendizado, também é condutor do processo ensino-aprendizagem e faz uso de ferramentas físicas e virtuais para isso. Assim o aprender não está somente na sala de aula, mas nas plataformas on-line, nas redes sociais, no mundo disponível nas tecnologias da comunicação: I) o ensino em sala de aula passa a acontecer dentro e fora dela. As estratégias metodológicas são traçadas na sala de aula, mas o aprendizado pode ocorrer em diferentes ambientes, que também se tornam parte da sala de aula, pois há uma intensa integração entre tempo e espaço para o aprender. Assim, a sala de aula tradicional ganha diferentes composições, elementos como o computador passam a fazer parte do cenário, assim como uma diferente distribuição das mesas dos estudantes, que não necessariamente precisam estar enfileiradas, nem mesmo precisam ser mesas. O aluno ainda deve estar atrás do colega, pois é isso que possibilita maior integração e aprendizado entre os pares.; II) há uma nova configuração e uma nova sala de aula, que pode ser física, mas também virtual. Os espaços se multiplicam, mesmo sem sair do lugar [...]. As salas de aula podem tornar-se espaços de pesquisa, de desenvolvimento de projetos, de intercomunicação on-line, de publicação, com a vantagem de combinar os melhores do presencial e do virtual no mesmo espaço e ao mesmo tempo. (Moran, 2013) No entanto, é necessária a percepção de que essa sala de aula não é apenas um espaço decorado de forma diferente e com acesso a tecnologias. Trata-se de uma mudança de concepção, uma nova forma de conceber a sala de aula, o ensino e a aprendizagem; III) a nova concepção de educação, mais alargada, ampliada e integrada à sociedade é a chave para a criação da future classroom lab, em 2012 pela European Schoolnet (EUN), uma organização para a inovação do ensino e da aprendizagem, com sede em Bruxelas e que reúne 34 ministérios de educação na Europa. Embora nacionalmente ainda em construção, o conceito de future classroom traz imbuídas as concepções de educação emancipadora, crítica e reflexiva, que colocam o aluno no centro do próprio aprendizado, partindo de diversos recursos para envolver os participantes do processo "professor e estudante" articulados com a construção do conhecimento. Não existe ainda uma definição única, ou um padrão para a organização da sala de aula do futuro, que ultrapassa paredes e vai além do quadro-negro, tendo tecnologias, mas também sólidas metodologias para motivar e envolver o aluno na condição de protagonista do seu saber. a) I e II incorretas. b) II e III incorretas. c) I e II corretas. d) II e III corretas. 5ª) Quando se trata aprendizagem significativa é incorreta: a) situação de aprendizagem que ocorre justamente por haver a possibilidade de estabelecer referências com outras vivências e experiências e, por já haver parâmetros anteriores, ganha relevância e concretude, possibilitando ainda a ampliação dos conhecimentos prévios e a atribuição de significados aos recém-adquiridos. Para que ocorra essa atribuição de significado, existem alguns critérios e caminhos metodológicos e cognitivos a serem percorridos, entre os quais a natureza do conteúdo, que passa pelo seu significado lógico; e o significado psicológico, que depende da vivência de cada pessoa, ou seja, o conhecimento formado irá depender do que cada um viveu. Dessas vivências resultam diferentes formas de se entender o conteúdo, sendo necessária a mediação do professor para que seja possível conduzir esse sentido, conferindo os necessários contornos para que o conhecimento se esvazie de subjetividades, ganhando diferentes interpretações. b) aprendizagem significativa é aquela em que ideias expressas simbolicamente interagem de maneira substantiva e não-arbitrária com aquilo que o aprendiz já sabe. Substantiva quer dizer não-literal, não ao pé da letra, e não-arbitrária significa que a interação não é com qualquer ideia prévia, mas sim com algum conhecimento especificamente relevante já existente na estrutura cognitiva do sujeito que aprende. (Moreira, 2013, p. 2). Logo, não se trata tão somente de buscar interação com o que se já conhece, mas conhecer o aluno, o seu nível de desenvolvimento, sua capacidade de abstração, e, levando em conta tais evidências, buscar formular estratégias que lhe permitam confrontar conteúdos antigo e novos, e dar significado a esse processo. c) o processo de aprendizagem significativa, portanto, requer conhecer o aluno, estabelecer vínculos e propiciar estratégias para que permitam a elaboração, a comparação, a diferenciação e a reformulação, de forma que o produto final tenha sentido para o aluno, e que a sua aprendizagem tenha significado. É importante a clareza de que a aprendizagem significativa depende apenas da comparação, confrontação, e ocorre de forma natural e espontânea, por isso é preciso criar o caminho para a formação de novos conhecimentos; é necessário a organização de elementos didáticos que permitam ao aluno compreender esse novo conhecimento, desconstruindo-o quando necessário para compor diferentes cenários, e não apenas aqueles já conhecidos. Quando isso é possível, podemos dizer que houve uma aprendizagem significativa de fato. d) o professor tem um papel de extrema importância no desenvolvimento da aprendizagem significativa, e que passa pela necessária organização dos elementos didáticos, que vão muito além de trazer à tona lembranças que possam servir de base para as confrontações. É preciso constituir encaminhamentos que agreguem e engajem o aluno, mobilizando-o para o movimento de observar, compreender, comparar e reconstruir, sem o qual o aprendizado não tem a mesma significância. 6ª) Sobre a educação hoje e seus contextos políticos e sociais é incorreta: a) a educação, balizadora e ao mesmo tempo reflexo dos contextos sociais, ao longo da história vai tomando importância vital na formação cidadã de homens e mulheres, visto que a qualidade dessa formação impacta o estilo de sociedade que se forma, ou seja, a educação retrata um projeto de sociedade, uma disputa de concepções e pontos de vista (Gadotti, 2000). Dessa forma, a educação prepara o indivíduo para a sociedade, tendo como balizas os valores dessa sociedade; e tendo, também, como finalidade transformar qualitativamente esses valores e não apenas aceitá-los, mas direcioná-los para uma sociedade melhor, mais justa, mais democrática. b) é preciso considerar o risco de que certos grupos possam se apropriar da educação para fazer valer o seu projeto de sociedade, não necessariamente o melhor para todos, que atenda às reais necessidades da população, mas às de pequenos grupos com mais poderio político ou econômico. Portanto, para que a educação seja de fato um direito de todos, a legislação passa a criar dispositivos para assegurar o acesso à escolarização a todos os segmentos sociais, independentemente de cor, raça, credo, entendendo-se a educação como direito humano fundamental e alienável, cuja origem remete à Revolução Francesa, no século XVIII, e sua Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão (França, 1789; Dias, 2007). c) ao longo da história da educação, muitos foram os mecanismos criados para se garantir a escolarização, com estrutura mínima necessária para atender a diferentes segmentos sociais, grupos menos favorecidos e que eram privados de seu direito à educação. No Brasil, o caráter público da educação teve seu reconhecimento na Lei de Diretrizes e Bases de 1988, que afirma a educação como um direito social, atribuindo sua responsabilidade ao Estado e à família, e ainda define as competências para a organização do sistema educacional, de sua estrutura e para o seu financiamento (Brasil, 1988). d) ainda que o direito a educação esteja previsto em lei, nem todos têm acesso à educação e, ao longo da história, têm sido travadas várias batalhas, pela sociedadecivil organizada e pelos governos estabelecidos, para que a educação alcance grupos desprovidos, por diversas condições, da possibilidade de frequentar a escola. Esses grupos sociais excluídos do processo educativo e, por consequência, de um projeto de sociedade, não são pequenos e se compõem por mulheres, negros, indígenas, pessoas com deficiências, entre outros, a muito custo, no decorrer dos anos, levados para dentro das salas de aulas. 7ª) Dentre as diversas contribuições das metodologias ativas, a formação da autonomia do estudante para se tornar sujeito de sua própria aprendizagem é certamente a de maior impacto no processo educativo, pois possibilita o desenvolvimento de competências de comunicação, contribuindo para a formação de um sujeito autônomo, reflexivo, crítico e questionador, mas também consciente de seu papel no mundo. A formação desse cidadão crítico e reflexivo é resultado de um conhecimento construído numa relação de diálogo entre professor e estudante, buscando a consolidação das aprendizagens necessárias não só do ponto de vista curricular, mas também da composição de elementos para a vida, como a constituição de competências diversas que irão nortear a sua atuação em sociedade.: I) o desenvolvimento de competências e habilidades requer direcionamento pedagógico e um trabalho metodológico pontual que preparem o estudante para as descobertas acadêmicas voltadas ao seu desenvolvimento como ser humano. Nesse cenário, o formato das metodologias ativas, ao incentivar a participação, o envolvimento e a responsabilidade do aluno, contribui enormemente para a formação de tais competências. Para compreender de que forma as metodologias ativas contribuem para a formação de competências e habilidades, é importante conhecer o sentido de tais palavras e como elas se articulam no processo educativo, o que nem sempre tem uma única e exata resposta, pois há diferentes estudos e entendimentos; II) a concepção de formação por competências no processo educativo veio como uma possibilidade de articular e integrar os aprendizados escolares e a formação para a vida, desvinculando-se de pedagogias tradicionais que centravam seus esforços no cumprimento do currículo, sem relacioná-lo às vivências e relações sociais. A necessidade de uma formação mais ampla e que possibilitasse o emprego, na vida social e profissional, de conhecimentos e saberes apreendidos na escola atraiu para o campo educacional o conceito de competências, que passa do mercado de trabalho e da esfera profissional para a esfera educativa. Essa aproximação trouxe diversas polêmicas e mesmo resistência entre os educadores, não somente pela insípida compreensão sobre o termo competências, mas também por associá-lo à formação fragmentada, voltada tão somente para o mercado de trabalho, e, ainda, à noção de competitividade, pois competência, segundo alguns estudiosos, remetia a desempenho. Porém, segundo Scallon (2015), é a manifestação concreta da competência, e não a própria; III) o conceito de área educacional, na perspectiva de Perrenoud (1999), segundo o qual competência pode promover uma performance superior na realização de uma tarefa ou em determinada situação de Trabalho; sendo também uma conjunção de conhecimentos, habilidades e atitudes que propiciam uma performance superior; e, principalmente, um saber agir responsável e reconhecido, que implica mobilizar, integrar, transferir conhecimentos, recursos, habilidades, que agreguem valor econômico à organização e valor social ao indivíduo. a) II e III corretas. b) I e II corretas. c) II e III incorretas. d) I e II incorretas. 8ª) Sobre contextos sociais e o impacto na aprendizagem é incorreta: a) a educação transforma o mundo, leva conhecimento, ciência, saberes a diversos contextos, mudando a forma de compreender elementos como medicina, desenvolvimento humano, geração de renda e, principalmente, o mundo do trabalho. Contudo, a educação é também moldada pelo mundo e sua dinâmica de transformações. Essas transformações têm se dado particularmente em relação ao avanço das tecnologias, que reverbera em diferentes áreas, como economia, saúde, política e cultura, e tem reflexo no modo de vida de toda a população, trazendo mudanças desde o estilo de vida e o consumo até os relacionamentos e o trabalho. b) o processo de transformação já venha ocorrendo há tempos, nas últimas décadas ele ganhou celeridade, adentrando os diferentes espaços sociais e trazendo questionamento quanto ao papel da escola e sua forma de ensinar bem como reflexões sobre a necessidade de inovar as metodologias de ensino. O início dessas mudanças no mundo educacional tem suas raízes na transformação política e pedagógica resultante da Revolução Industrial, que mudou o mundo, as relações de trabalho, os processos produtivos, a forma como se trabalhava até então e mesmo o modo de consumo, pois a produção em grande escala começou a falhar. c) a escalada da produção e da economia continuou a crescer, potencializada pelos avanços tecnológicos e científicos, que geraram mudanças no mundo do trabalho e ganharam força a partir da terceira revolução industrial caracterizada pela popularização de computadores, surgimento da internet, dos softwares, da robótica e da eletrônica. A partir dessa realidade, de robôs em linha de produção, o mundo não será mais o mesmo e nem o trabalhador poderá ser o mesmo. Já não basta cumprir ordens e apertar botões. d) é preciso um profissional qualificado para acompanhar os avanços tecnológicos, compreender as nuances da sociedade do conhecimento e estar apto a aprender continuamente. Esse movimento traz a realidade para o processo educativo e o papel da escola, chamando a responsabilidade dessa instituição para a formação de cidadãos atuantes nesta nova sociedade, sobre os conhecimentos que lhe são necessários, a postura, os saberes e o olhar para o novo mundo que se desvela. 9ª) Relativamente a aprendizagem baseada em projetos é incorreta: a) a aprendizagem baseada em projetos é centrada no trabalho em equipe e envolve a resolução de problemas do mundo real, pela criação de projetos que deverão ser desenvolvidos pelos estudantes em todas as suas etapas, com a orientação e acompanhamento do professor. Na primeira etapa do desenvolvimento dessa metodologia, o professor irá indicar o tema a ser trabalhado e as equipes deverão formular o projeto, que terá uma prática como proposta e envolver todas as particularidades desse tema, fazendo-o de forma articulada, coletiva e com autonomia. b) o elemento da prática, nem sempre cumpre com os objetivos propostos, pois a ideia é que a temática seja discutida pelo grupo e apresentada por meio da síntese dessas discussões. No entanto, o comum é o tema principal ser dividido entre os componentes da equipe, que irão apresentá-lo, cada qual com base em seu entendimento. Porém, quando falamos em metodologias ativas, é preciso envolvimento efetivo do aluno, movimento ativo, autonomia e responsabilidade, portanto, é preciso compreender o seminário e as discussões com base em uma ótica mais estruturada, tendo o aluno como condutor desse processo. c) para o desenvolvimento do projeto, e de sua prática, os alunos precisarão estudar, pesquisar, buscar fontes e recursos que serão apresentados ao professor como orientador deste trabalho, contudo, sempre mantendo a independência na exploração dos recursos e caminhos selecionados. Assim, a função do professor é justamente orientar o caminhar do aluno em direção à consecução do projeto, tendo a sensibilidade de intervir sempre que julgar necessário, mediando e redirecionando quando preciso, acompanhando e propiciando feedback para que o estudante tenha condições de avaliar a sua própria construção. d) a aprendizagem baseada em projetos pode ser desenvolvida em diferentes áreas, níveis e modalidade de ensino, resultando na formação de autonomia para o estudo, espírito investigativo e científico, favorecendo o trabalho em equipe, o senso crítico e a capacidade de avaliação e autoavaliação. A aplicação da aprendizagembaseada em projetos pode resultar em diferentes produtos, pois o projeto a ser criado e desenvolvido pelos estudantes pode envolver inúmeras aprendizagens. Um exemplo dessas possibilidades de aprendizagem é a criação de uma forma de plantio alternativo para cultivar hortaliças em espaços reduzidos. 10ª) Quando se trata de metodologias de ensino é incorreta: a) metodologias tradicionais: têm sua centralidade na atuação do professor, que é considerado o detentor do conhecimento (Lucena; Camarotti, 2019), cabendo a esse transmiti-lo aos estudantes. Os conteúdos, selecionados pelo professor, são repassados ao aluno de forma oral, e sem a interação ou participação do aluno. b) metodologias na perspectiva escolanovista: nessa concepção, prevalece a necessidade de interação e trocas para que ocorra o aprendizado, trazendo o estudante para o processo de formação ativa. Tem como ponto forte o respeito às individualidades, ritmos, necessidades e potencialidades, que são exploradas na interlocução entre teoria e prática, permitindo ao aluno vivenciar e aprender fazendo, experimentando e observando (Manfredi, 1993). É importante considerar que, no contexto escolanovista, o aprendizado era desvinculado de condições socioeconômicas, o que pode trazer impactos à concepção de ensino-aprendizagem. c) metodologia na concepção tecnicista da educação: hegemônica no Brasil nos anos 60, traz para o processo de ensino-aprendizagem elementos da chamada tecnologia educacional, influenciado também pelas diretrizes do planejamento racional. Dessa forma, discute a função do professor, recursos e materiais didáticos, mas também o papel do aluno e sua relação com o conhecimento, com o professor e com a instituição escolar. d) metodologia na perspectiva crítica de educação: vista como caminho para a construção de um processo reflexivo quanto aos contextos sociais, seu impacto na vida das pessoas, na perspectiva de que dessa percepção do mundo e da realidade possa resultar um movimento no sentido de transformar a realidade. Esta forma metodológica de ensino tem como elemento central o processo ensino-aprendizagem a partir do viés humanista. Assim, incorpora elementos escolanovistas, mas traz ao centro das discussões a dimensão social e política (que eram omitidas na concepção escolanovista), e é fortemente estruturada na reflexão e crítica para a construção de uma nova sociedade, em que a educação tem papel fundamental.