Buscar

Direito Administrativo - RESUMO

Prévia do material em texto

Conceito: ramo do direito público que tutela 2 relaçoes distintas.
1ª Relação: entre o poder publico e o individuo ( retrata a população)
2º Administração pública e ela mesma.
Surgimento:
Geração: inicio e fim, quando surge uma nova geração, a outra é abdicada, Direitos humanos.
Dimensão: Marco inicial (tem inicio), coexistência, harmonia dos valores jurídicos, Direitos fundamentais.
Direitos Humanos: não pode ser utilizado no ordenamento jurídico brasileiro.
Conceito: trata-se do valor jurídico indispensável a existência do individuo (alimentação, saúde, transporte)
Caracteristicas: existe antes do estado, não está escrito na CF/88
Direitos Fundamentais: corresponde ao valor juridico indispensável, a condição do nacional, individuo qualificado, aquele que é portador de direitos e deveres. Está na CF/88 e surge com o estado.
Direito Fundamental de defesa: é o direito que exige uma obstenção do estado: ou seja, trata-se de uma obrigação de não fazer.
Direito fundamental de prestação: trata-se de políticas públicas positivas conhecidas como ações afirmativas, se tratando de uma obrigação de fazer.
Dimensão dos direitos fundamentais
1ª Dimensão: surgimento na revolução francesa, liberdade do cidadão ao estado que passar a minimalista. Surge o direito administrativo, porém não tem autonomia, se utiliza das normas de direito civil. Ex: cuidar das praças públicas. Surgimento do direito individual de defesa (individuo se defende do estado).
2ª Dimensão (CF/88) revolução industrial, só evidencia algo latente da sociedade. Surge com o estado maior deixando de ser mínimo e não é absoluto; tem segurança jurídica. Promove igualdade ajustando o que a 1ª dimensão deixou com a liberdade que deixou um desajuste. Assim ganhando autonomia e rompendo com o direito civil. Surgimento dos direitos sociais de prestação (exige uma manifestação positiva) há diferença jurídica entre adm pública e o poder público e o não administrado
3ª Dimensão: 1890 neoliberalismo na relativização, enfraquecimento e mitigação dos direitos fundamentais. 2001 – ultraliberalismo – intervenção bélica – intervenção armada – não limita ao individuo. Direito trans-individuais de defesa e prestação. Supremacia de interesse público é relativizada, é o direito constitucional em movimento e o interesse do povo junto com o individual.
FONTES DO DIREITO ADMINISTRATIVO
Fonte Material: como fonte primária, principal, existe a lei em seu sentido genérico, que inclui, além da CF/88, as leis ordinárias, complementares, delegadas, medidas provisórias, atos normativos com força de lei, e alguns decretos-lei ainda vigentes no país.
Lei: conteúdo normativo, geral e abstrato, que condiciona todos os seus destinatários a mesma prestação, sob pena de sanção para ela não ser vazia.
Fontes Imateriais:
Fonte Doutrinaria: trata-se de pensamento de autores que possuem relevante saber jurídico. 
Jurisprudência: Varias decisões judiciais que apontam o mesmo sentido para uma mesma conclusão.
Costumes: trata-se de condutas praticadas retratadamente na sociedade que encontra abrigo no ordenamento jurídico. Em algumas situações os costumes podem influir de alguma forma nas ações estatais.
PRINCIPIOS GERAIS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Princípios: são regras que surgem como parâmetro para a interpretação das demais normas jurídicas. – o art. 37 da CF traz os cinco (LIMPE) princípios mínimos que a Administração (direta, indireta) deve obedecer, além destes há inúmeros outros. 
Supremacia do interesse público: é o principio que determina privilégios jurídicos e um patamar de superioridade do interesse público sobre o particular.
Indisponibilidade do interesse público: limita a supremacia, o interesse público não pode ser livremente disposto pelo administrador que, necessariamente, deve atuar nos limites da lei.
Direito Administrativo e moral
Direito administrativo imoral: ilegal.
P/ direito civil imoral: só é ilegal se tiver previsto na norma como tal. Isso é a prova que o direito administrativo rompe com o civil.
Poder Estrutural x Poder Instrumental
São poderes que forma a estrutura organizacional administrativa do Brasil. Não se confunde com os poderes instrumentais ou poderes adm. 
Art. 2º CF: são poderes estruturais da união independentes e harmônicas entre si principio constitucional de separação de poderes.
- Legislativo – Executivo – Judiciário.
É harmônico porque cada um pode exercer função do outro e sabe seu limite.
Funções dos poderes estruturais
Poder legislativo: criar norma seja ela regra (Lei) e principio
Poder Executivo: aplica a norma da qual é destinatária, 
Poder Judiciário: aplica a norma, não é destinatário/imparcial+impessoal.
4 entes federativos – união, estado, DF e municípios.
3 âmbitos – nacional, federal, regional e local.
3 níveis – federal, estadual e municipal.
Frase subjetiva: publicada/eficácia aquele que aplica a norma.
Fase objetiva: fase material de função pública caso concreto p/ norma não a norma para o caso concreto.
Principio da especialização funcional
Informa que os poderes estruturais desempenha funções especializadas no entanto se exclui o desempenho da função atípica ou imprópria o que vai gerar a harmonia prevista no art. 2º da CF.
Formas ou maneiras de se interpretar o direito adm.
Supremacia do interesse público: prevalência do interesse público
Direito constitucional: corresponde ao principio da supremacia forma do conteúdo. Formal da constituição.
É absoluto, pois não existe exceção. A aplicabilidade é material função do executivo e judiciário. 
Diferença jurídica entre a adm e o administrado ( a própria CF coloca a diferença) tem que informar segurança, só ocorre porque ela tutela a prevalência do interesse público. 
Boa-fé pública do estado: administrado se opõe ao limite do estado (administração) diante de uma conduta do estado presunção de boa-fé.
Presunção de Legalidade – que está na norma, conduta legal.
- Legitimidade – constituída por valores democráticos.
Veracidade – correspondem ao critério objetivo, os atos expressam valores objetivos não subjetivos, não se podem permitir juízos de valores na sua execução. 
Inversão- permite que só pode descentralizar valores objetivos e do ônus da prova.
Administração pode agir discricionalidade, quando o administrado se utiliza de um juízo de valor que informa o interesse público e não dele quando ele escolher uma dentre várias maneiras de agir previstas na lei. não é sinônimo de arbritricidade.
Tem que ter critério objetivo e interesse do estado e não pessoal.
Critérios para atuação discricionária: - Conveniência – Oportunidade
Regime jurídico administrativo: sistema operacional da função administrativa. É o conjunto de norma regra e normas e principio que permitem o desempenho da função administrativa de maneira típica e própria e atípica imprópria.
Formada por: - Regra – Principio
Formas para se diminuir um conflitos.
Regra x Princípios = regra sempre prevalece, fonte material e imediata.
Regra x regra = 1 – hierarquia – a norma hierarquizada superior revoga a norma inferior. 2 – a especialização é minuciosa. (a norma especial revoga a norma geral) 3 – anterioridade (a mais nova revoga a antiga) a norma posterior revoga a norma anterior porque adéqua de forma mais precisa a necessidade social.
Princípio x Princípio = dignidade da pessoa humana x vida = critério para a solução do conflito é razoabilidade = função racional da função pública. Proporcionalidade = informa que um princípio jamais revoga outro princípio. Todo princípio é relativo.
Princípios Gerais do direito administrativo X princípios gerais da adm pública.
Pode ser: implícito: não escrito. Explicito: expresso/escrito.
- na CF/88, no art. 37, LIMPE, no art. 5º
Princípio implícito: interesse público, interesse social, corresponde a soma de toda a categoria do direito fundamental. 
Categoria dos direitos fundamentais: individuais, coletivos, sociais, trabalho, político, nacional, partido político. 
Interesse público:primário - Legal soma de toda categoria do direito fundamental. Secundário: ilegal, interesse do gestor (ato ilegal) fora da legalidade administrativa.
Supremacia do interesse público: indisponibilidade do interesse público.
Prevalência (respeito aos direitos individuais)
Princípio x explicito.
a) legalidade: é a base do Estado Democrático de Direito e garante que todos os conflitos serão resolvidos pela lei (art. 5º II, art. 37, caput e sistema tributário). 
 
– Devemos distinguir a legalidade: 
I) 	para o direito privado – neste caso as relações são travadas por particulares visando seus próprios interesses – eles poderão fazer tudo aquilo que a não proibir, prestigia a autonomia da vontade (relação de não contradição com a lei).; 
 
II) 	para o direito público – tendo em vista o interesse da coletividade que representa, a Administração só pode fazer aquilo que a lei autoriza (relação de subordinação com a lei) 
 
- obs.:
1) discricionariedade = é a liberdade que o ordenamento jurídico confere ao Administrador para atuar em certas situações de acordo com o juízo de conveniência e oportunidade, mas sempre dentro dos limites da lei (não cabe intervenção judicial quanto ao mérito). 
2) Arbitrariedade = é a atuação fora dos limites impostos por lei.
8 – Celeridade processual art. 5º LXXVII: se refere a uma razoável duração do processo.
- não há prazo: tem uma consequência objetiva: a distribuição imediata dos processos.
b) publicidade: a administração deve informar a todos os seus atos, já que representa os nossos interesses. - Não havendo publicidade o ato terá seus efeitos anulados. 
A publicidade é de acordo com certos requisitos legais (não é livre) 
A CF proíbe a publicidade que faça propaganda do administrador (como pessoa), a propaganda as obras é necessária, sem vincula-las à pessoa (não pode ter símbolos, imagens, expressões
c) isonomia = igualdade – é tratar os iguais de forma igual e os desiguais de forma desigual, na medida de suas desigualdades. (a dificuldade é fixar quais são os parâmetros). 
- Para avaliar se há ou não discriminação temos dois elementos: 
I) 	fator de discriminação
II) 	objetivo da norma
- 	quando o fator de discriminação utilizado no caso concreto estiver de acordo com o objetivo da norma não se fere o princípio da igualdade (a discriminação é validade) – ex. concurso de salva vidas – no edital exclui os deficientes físicos, concurso da polícia militar –função administrativa – a exclusão dos deficientes é proibida..
d) moralidade: prima pela probidade dentro da Administração como uma das diretrizes a ser seguida. 
A CF considera as hipóteses de imoralidade = improbidade como crime, portanto, é ato ilegal e está sujeito ao controle judicial.
 
- Lei da Improbidade – Lei 8.429/92 – a lei trouxe hipóteses que a improbidade depende de prova e outras em que se presume. 
– Presume-se ato de improbidade: 
I) 	venda de bem público abaixo do valor de mercado
II) 	compra de bens acima do valor de mercado (superfaturamento)
 
- o instrumento para o controle da moralidade é a Ação Popular – art. 5º, LXXIII
 
- Conseqüências: art. 37, § 4º - podem incidir sem prejuízo da ação penal cabível.
I) 	perda da função;
II) 	suspensão dos direitos políticos;
III) 	declaração de indisponibilidade dos bens;
IV) 	obrigação de ressarcimento dos prejuízos causados ao erário.
 
e) eficiência: (EC 19 – já existia mas não com esta roupagem): visa:
I) 	racionalizar a máquina administrativa;
II) 	aperfeiçoamento na prestação do serviço público
atuar com eficiência é atuar de modo adequado frente aos meios que possui e aos resultados obtidos (meio e resultados eficientes)
Principio objetivo da lei 9787/99
Traduz-se na aplicação do bom senso ao Direito, pois este vem em apoio ao da legalidade. A jurisprudência dos Tribunais aplica o princípio da razoabilidade no controle judicial dos atos administrativos. O artigo 111 da Constituição Estadual prevê expressamente como um dos princípios que devem nortear a atuação da Administração Pública. Quanto ao princípio da proporcionalidade, Hely Lopes Meirelles, ao discorrer sobre o tema, afirma que seu objetivo é proibir excessos desarrazoados por meio da aferição da compatibilidade entre os meios e os fins da atuação administrativa, para evitar restrições desnecessárias e abusivas (2000, p. 86).
Princípio da razoabilidade: trata-se da utilização dos meios adequados para satisfação do interesse público primário utilização racional/adequado.
É o princípio correlato impessoalidade e finalidade; modalidade e/ probidade e razoabilidade c/ proporcionalidade: trata-se da utilização da proporcional da força pública poder de polícia constrange o interesse individual.
Limita o exercício da liberdade de locomoção.
O ato desproporcional, o ato em razão, sem raciocínio fere razoabilidade.
- Motivação: trata-se da indicação dos pressupostos de fato e de direito previsto no art. 50 da lei 9784/99
Segurança jurídica: informa a sanção, não é prevista na CF/88
Corresponde a vedação da aplicação retroativa da nova lei enquanto que a lei 9784 veda a aplicação retroativa da nova aplicação de lei. diz respeito ao ato ampliativo.
Oficialidade: trata-se do dever de agir da adm pública a oficialmente se opõe ao princípio da inércia, o primeiro desrespeito ao executivo o segundo ao judiciário.
Princípio da impessoalidade A atividade administrativa deve ser destinada a todos os administrados, sem discriminação nem favoritismo, constituindo tal regra em desdobramento do princípio geral da igualdade (artigo 5º, “caput”, da Constituição Federal). A responsabilidade dos atos administrativos praticados deve ser atribuída, não ao agente, mas sim à Administração.
Princípio da igualdade (isonomia) A Administração Pública deve zelar pela igualdade das partes no processo administrativo, não podendo, em regra, existirem quaisquer distinções não autorizadas. O objetivo será tratar o administrado com urbanidade, com eqüidade, com congruência. No processo administrativo, busca-se uma decisão legal e justa, pois se devem tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais, na exata medida de suas desigualdades. 
Princípio da atipicidade O ilícito administrativo é atípico, ao contrário da infração penal, que é típica. Isto não significa que a discricionariedade da Administração Pública seja ilimitada, arbitrária ou ilegal. O ilícito penal está vinculado a definições objetivas e previstas necessariamente com precisão na lei. Já o ilícito administrativo permite certa discricionariedade para imputar ao administrado a violação de seus deveres e obrigações, mesmo aqueles cometidos durante sua folga, pois podem repercutir na imagem da função pública policial-militar.
Princípio da especialidade A Administração Pública não pode desviar-se dos seus objetivos legalmente definidos, pois são institucionais. Não cabe ao administrador afastar-se dos objetivos preconizados pela lei. O desvio do agente pode levar seu ato à nulidade ou à invalidade. 
Princípio do controle ou tutela A Administração Pública deve fiscalizar as atividades administrativas das pessoas jurídicas instituídas por ela, para assegurar que os administrados estejam agindo em conformidade com a lei e também de acordo com os fins da Instituição. O órgão público subordinado fica sujeito à fiscalização do órgão público superior.
Princípio da continuidade dos serviços públicos Por desempenhar funções essenciais, na Administração Pública não se admite à paralisação. Como exemplo, tem-se a proibição da greve dos servidores públicos.
Princípio da indisponibilidade A Administração não pode dispor dos serviços públicos, nem dos bens públicos, por ser prejudicial ao interesse jurídico. Essa regra admite exceções, como a venda de bens públicos com o preenchimento de requisitos legais que não acarretem lesão ao interesse público.
Princípio da presunção de legitimidade ou de veracidade do ato administrativo. Os atos da AdministraçãoPública presumem-se verdadeiros até prova em contrário. 
Princípio da autotutela Trata-se da polícia administrativa dos serviços públicos, determinando a anulação dos atos administrativos ilegais e a revogação dos atos inoportunos ou inconvenientes.
Atos da administração pública
Atos materiais: são as realizações públicas que geralmente são precendido por atos adm. São conhecidos como fatos administrativos.
- não sofre controle judicial. Ex: construção de ponte.
- Ato enunciativo: trata-se dos atos de mero expediente, não possuem conteúdo decisório. São conhecidos como atos opinativos
Atos Políticos: são conhecidos como atos de governo tratam-se de previsão constitucional. Ex: declaração de guerra.
- Ato adm: conduta humana praticada em nome da adm que sofre controle judicial.
Classificação do ato administrativo: ato vinculado e discricionário.
Ato vinculado: possui conceito insignificativo (uma maneira de agir)
Pode Discricionário: O poder discricionário, segundo Moreira, “é aquele conferido por lei ao administrador público para que nos limites nela previstos e com certa parcela de liberdade, dote, no caso concreto, a solução mais adequada satisfazer o interesse público”. É concedido pelo direito à Administração Pública para a prática de atos administrativos com liberdade na escolha a partir de critérios de conveniência e oportunidade do administrador. Atendendo, além de tudo, os princípios do regime jurídico administrativo. É de competência exclusiva do administrador, por estar em contato com a realidade tendo, por tanto, condições de apreciá-lo. Tem duplo condicionamento, tanto na esfera externa quanto na esfera interna. Pois externamente limitar-se ao ordenamento jurídico e internamente pelas exigências do bem comum e da moralidade administrativa.
Diferença entre o poder discricionário e o poder vinculado: Diferencia-se a faculdade discricionária ao poder vinculado pela maior liberdade de ação que é conferida ao administrador, pois como Meirelles afirma “se para a prática de um ato vinculado a autoridade pública esta adstrita à lei em todos os seus elementos formadores, para praticar um ato discricionário é livre, no âmbito em que a lei lhe concede essa faculdade”.
PODERES DA ADMINISTRAÇÃO
Os poderes surgem como instrumentos através dos quais o poder público vai perseguir seu interesse coletivo.
- Características: 
a) 	é um dever, é obrigatório;
b) 	é irrenunciável;
c) 	cabe responsabilização que pode ser: I) quando o administrador se utiliza dos poderes além dos limites permitidos por lei (ação) ou II) quando ele não utiliza dos poderes quando deveria ter se utilizado (omissão). – Legislação: Lei 4898/65 – Abuso de Poder e Lei 8429/92 – Improbidade Administrativa.
d) 	deve obedecer aos limites das regras de competência, sob pena de inconstitucionalidade.
 
- Abuso de Poder – é o fenômeno que se verifica sempre que uma autoridade ou um agente público embora competente para a prática de um ato ultrapasse os limites das suas atribuições ou se desvie das finalidades anteriormente previstas. 
- Duas situações (modalidades): 
 
ultrapassa seus limites = excesso de poder
desvia a finalidade anteriormente prevista = desvio de poder
 
- Teoria dos motivos determinantes – é aquela que prende o administrador no momento da execução do ato aos motivos que ele alegou no momento de sua edição. Todo ato administrativo precisa ser motivado para possibilitar o exercício do contraditório e da ampla defesa (a CE/SP prevê expressamente o princ. da motivação – art. 111) e, são estes motivos que determinam e condicionam a execução do ato. Se o administrador se afasta destes motivos há ilegalidade, há abuso de poder mas, se ele obedece a outro interesse público não há desobediência à teoria, não é desvio de finalidade e, portanto, não há abuso de poder.
 
- Poder vinculado – estabelece um único comportamento possível a ser tomado pelo administrador diante de casos concretos, sem nenhuma liberdade para um juízo de conveniência e oportunidade (juízo de valores). 
 
O ato que deixar de atender a qualquer dado expresso na lei será nulo, por desvinculado do seu tipo padrão, podendo ser declarado pela Administração ou pelo Judiciário.
 
- Poder discricionário - neste poder a administrador também está subordinado à lei, diferencia do vinculado porque ele tem liberdade para atuar de acordo com um juízo de conveniência e oportunidade, de tal forma que, havendo duas alternativas o administrador pode optar qual delas, no seu entendimento, preserve melhor o interesse público.
 
- Discricionariedade é diferente de arbitrariedade: discricionariedade é a liberdade para atuar, para agir dentro dos limites da lei e arbitrariedade é a atuação do administrador além (fora) dos limites da lei. – Ato arbitrário é sempre ilegítimo e inválido.
 
- Controle: os atos arbitrários devem ser reapreciados pelo Judiciário (é abuso de poder). 
Diferente do ato discricionário, se for válido o Judiciário não poderá reapreciar o seu mérito (o juízo de valor do juiz não pode substituir o do administrador – independência dos poderes).
 
- Há controvérsia quanto à necessidade ou não dos atos discricionários (minoria – Hely – dispensa)
 
- Poder Hierárquico – é o poder conferido ao administrador para distribuir e escalonar as funções dos seus órgãos , ordenar e reaver a atuação de seus agentes, estabelecendo uma relação de hierarquia, de subordinação.
Pelo poder hierárquico, a Administração Pública distribui e escalona as funções dos seus órgãos, definindo, na forma da lei, os limites da competência de cada um dos agentes. Ordena, coordena, controla e corrige as atividades administrativas. Do exercício deste poder é que decorrem as prerrogativas do agente superior ao seu subordinado de dar ordens, fiscalizar, rever, delegar e avocar. As determinações superiores devem ser fielmente cumpridas, a menos que sejam manifestadamente ilegais.
Delegação: é a possibilidade de o agente superior atribuir, em caráter temporário e revogável, o exercício de algumas de suas prerrogativas, não admitindo a delegação para demais Poderes constituídos, salvo previsão constitucional. 
Avocação: poder que o agente superior detém para o exercício de competência de atribuições originárias de seus subalternos. 
Subordinação: numa mesma pessoa jurídica, estabelecida dentro de órgãos de uma mesma entidade, verticalmente estruturados. Não se confunde com vinculação: pois nesta a relação existente é entre duas pessoas jurídicas distintas.
 
- Poder Disciplinar – é o poder conferido à Administração que lhe permite punir, apenar a prática de infrações funcionais dos servidores.
É a faculdade da Administração de punir internamente as infrações funcionais dos servidores e demais pessoas sujeitas à disciplina dos órgãos públicos, como particulares que detêm vínculo específico com a Administração. Não há que se confundir poder disciplinar com poder hierárquico, embora muitas vezes um é o desdobramento do outro. Não se confunde o poder disciplinar com o poder punitivo do Estado. O primeiro é uma faculdade de punição interna da administração, e assim, apenas abrange punições relativas ao serviço, enquanto o segundo, realizado pela justiça penal, visa à repressão de crimes e contravenções penais. A mesma infração pode dar ensejo a punição administrativa (disciplinar) e a punição penal (criminal), porque aquela é sempre um minus em relação a esta. Daí resulta que toda condenação criminal por delito funcional acarreta a punição disciplinar, mas nem toda falta administrativa exige sanção penal. As penas disciplinares no âmbito federal são: advertência, suspensão, demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade, destituição de cargo em comissão e destituição de função comissionada.
 
- Poder Regulamentar – é o poder conferido ao Administrador para a edição de decretos e regulamentos para oferecer fiel execução à lei
 
- Poder de Polícia – é o poder conferido ao administrador que lhe permitecondicionar, restringir, frenar o exercício de atividade e direitos pelos particulares em nome do interesse da coletividade
ATO ADMINISTRATIVO 
	é uma espécie de ato jurídico, é toda manifestação unilateral de vontade da Administração, que agindo nesta qualidade, tenha por fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarar direitos ou impor obrigações a ela mesma e aos particulares.
 
- Requisitos de validade: 
competência – 	prerrogativa para a edição de um ato, esfera de atuação;
forma – 	somente a prescrita em lei, maneira de exteriorização dos atos administrativos, em regra são escritos (exceção: gestão do guarda de trânsito)
motivo – razões que justificam a edição do ato;
objeto – é ato em si mesmo considerado, é o que o ato decide, opina, certifica;
finalidade – única, o interesse público
a soma do motivo e do objeto denomina-se mérito do ato administrativo.
o Judiciário só pode rever os atos administrativos no tocante à legalidade dos mesmos, não podendo reapreciar o mérito dos atos discricionários.
 
- Atributos do ato administrativo
a) 	presunção de legalidade (o ônus da prova cabe a quem alega a ilegalidade);
b)	auto-executoriedade;
c) 	imperatividade (coercibilidade)
 
- Classificação:
I) quanto aos destinatários:
a) gerais –	 	atingem a coletividade como um todo (ex. portaria)
b) individuais –	trabalham com uma situação concreta, tem destinatários certos (ex. decreto expropriatório, licença para edificação, permissão de uso)
 
II) quanto ao grau de liberdade:
a) vinculado – 	é aquele que estabelece um único comportamento possível de ser adotado pela Administração diante de um caso concreto, não há margem de liberdade do administrador (ex. aposentadoria por tempo de serviço)
 
b) discricionário –	prevê mais de um comportamento possível a ser tomado pelo administrador em um caso concreto, há margem de liberdade para que ele possa atuar com base em um juízo de conveniência e oportunidade, porém sempre dentro dos limites da lei (ex. permissão de uso para colocação de mesas e cadeiras nas calçadas públicas)
- Para retirar o ato do ordenamento:
	Espécies
	Objeto / Causa
	Conceito
	Parte do ato
	Titular /competência.
	Efeitos 
	Anulação
Lei 
Deve
	Ilegalidade do ato
	Unissignificante
	Ato vinculado
Ato 
Discricionário
	- Administração
- Judiciário (5º, XXXV)
	Ex tunc 
(já nasceu ilegal)
	Revogação
Mérito pode
	Razões de
Conveniência e 
oportunidade
(o ato é válido, porém, 
Não mais conveniente).
	Plurissignificante
	Ato
Discricionário
	-Administração Pública
	Ex nunc 
- os efeitos gerados
Até o momento
São válidos.
- Ato nulo e anulável – para o Hely ou o ato atinge o interesse da coletividade e é valido, se contrário será nulo. Para Celso e outros há possibilidade de ato anulável, é o que contém um vício formal, não atingindo a essência.
 
- Convalidação – transformação de ato anulável em válido. Só pode recair sobre a competência e a forma.
- Diferente de conversão = é a oportunidade de um ato imprestável para uma determinada finalidade, mas aproveitável em outra para a qual apresenta os requisitos necessários (ex. transformar uma concessão, a princípio nula porque não havia lei que a previsse, em uma permissão que atingiria praticamente os mesmos fins da concessão).

Continue navegando