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Texto (teste 1)- Crescimento e terminacão de bovinos de corte

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[12/07/2002] 
Crescimento e terminação de 
bovinos de corte. 1. Aspectos 
gerais do crescimento e 
desenvolvimento 
Geralmente técnicos e produtores procuram 
abater animais extremamente pesados, sem 
considerar que muitas vezes este tipo de animal 
não é lucrativo, pois o peso de abate ideal pode 
ter sido ultrapassado. O peso ideal para o abate é 
definido através da composição corporal, ou seja, 
a maior quantidade de músculo possível, para 
menor quantidade de osso, e a quantidade de 
gordura na carcaça exigida por determinado mercado. Tem que se ter em mente que estes 
tecidos têm diferentes taxas de crescimento, que se alteram ao longo da vida. 
 
O crescimento pode ser definido como processo pelo qual a massa corporal aumenta em um 
determinado período de tempo, com a deposição de proteína, gordura e minerais (Luchiari 
Filho, 2000; Owens et al 1995). A taxa de crescimento, a composição do ganho (proteína e 
gordura) e, consequentemente, o peso à maturidade são dependentes de diversos fatores, 
como a idade, sexo, raça, e, principalmente, o nível nutricional ao qual o bovino foi 
submetido nas diferentes fases da vida. 
 
Os tecidos do corpo crescem e se desenvolvem de forma e em seqüência específica, 
começando com o tecido nervoso, seguido com ossos e músculos, e, por último, o tecido 
adiposo (gordura). É claro que existe uma superposição, isto é, os diferentes tecidos crescem 
ao mesmo tempo, mas a taxas diferentes, de tal forma que completam o seu 
desenvolvimento na seqüência citada. Pode-se dizer que o crescimento e o desenvolvimento 
do animal se iniciam imediatamente após a concepção, continuando até a maturidade. 
 
Ao nascer os animais apresentam o esqueleto bastante desenvolvido em relação ao tamanho 
adulto (Figura 1). Após o nascimento e até puberdade, a taxa de crescimento do tecido 
muscular é maior do que as taxas do tecido ósseo e do adiposo, enquanto após a puberdade 
até a maturidade passa a predominar o crescimento do tecido adiposo (Figura 2). 
 
 
 
Celso Boin 
Engenheiro Agrônomo, PhD, 
Professor convidado da ESALQ/USP 
e consultor 
 
Marcelo de Queiroz Manella 
Médico veterinário, doutor na 
ESALQ e Instituto de Zootecnia 
Figura 1: Relação entre o tamanho corporal de algumas partes do corpo do animal por 
ocasião do nascimento e ao atingir a fase adulta. Fonte: Luchiari Filho (2000). 
 
 
 
Figura 2: Curva de crescimento dos músculos, gordura e ossos. Adaptado Luchiari Filho 
(2000). 
 
 
 
Como pode ser observado na figura 2, o crescimento ósseo pós-natal é pequeno, 
apresentando desenvolvimento mais precoce, mantendo-se depois pequeno e constante 
praticamente durante a vida toda do animal . O tecido muscular tem seu maior 
desenvolvimento após o nascimento, sendo mais tardio em relação aos ossos, predominando 
até atingir a maturidade, sendo o principal constituinte do ganho de peso. O tecido adiposo é 
o último a se depositar tendo seu crescimento de maneira mais acentuada após a 
puberdade, ou seja, quando o crescimento muscular começa a diminuir. A gordura apresenta 
4 áreas distintas de deposição, sendo a seqüência de deposição basicamente a seguinte: 
primeiro a gordura abdominal, renal-iguinal e pélvica, em segundo a intermuscular, depois a 
subcutânea ou de cobertura e, por último, a intramuscular ou a de marmoreio. Fatores que 
afetam a deposição da gordura serão tratados nos próximos radares. 
 
Na maturidade o crescimento muscular é zero, ou melhor, é o momento em que a massa 
muscular atinge o ponto máximo, onde o ganho de peso é composto apenas de gordura 
(Owens et al. 1995). Portanto, ganhos nessa fase implicam em maiores quantidades de 
alimentos e, portanto, maiores custos. Daí a importância do abate ser feito em função do 
acabamento mínimo exigido pelos diferentes mercados. 
 
As diferenças de grau de estrutura corporal entre raças e ou linhagens dentro de raças são 
fatores preponderantes para determinar a rapidez com que os animais atingem o peso de 
abate. Animais com menor peso à maturidade atingem o peso de abate em idade mais 
precoce do que animais com maior peso à puberdade (raças britânicas x continentais; ver 
radar: Tipos biológicos de bovinos para produção de carne). Quanto maior a taxa de 
maturação (rapidez com que os animais atingem a composição corporal adulta) menor será o 
peso adulto (Tedeschi et al., 2000). Para um mesmo peso, raças de maturidade mais 
precoce vão apresentar mais gordura e menos proteína que as raças mais tardias. 
 
Outro fator que altera o peso à maturidade é o manejo na alimentação. Tedeschi et al (2000) 
observaram que animais que receberam suplementação a pasto durante o ano todo, 
apresentaram menor peso adulto e maior taxa de maturidade, enquanto que os animais 
suplementados apenas no período seco não apresentaram alteração no peso adulto em 
relação aos animais não suplementados. 
 
O sexo associado a ambos os fatores (grau de estrutura corporal e alimentação) também 
tem grande influência no crescimento e desenvolvimento animal, sendo que novilhas 
atingem a maturidade mais rápido que machos castrados, e estes, por sua vez, mais rápidos 
que animais inteiros. 
 
Nos próximos radares iremos fazer uma rápida abordagem sobre alguns aspectos que 
afetam o crescimento e a terminação de bovinos de corte, bem como estratégias para 
otimizar a produção de carcaças bem acabadas. 
 
Referências: 
 
Luchiari Filho, A. Pecuária da carne bovina. 1a ed. São Paulo, 2000.134p. 
 
Owens, F. N.; Gill, D. R.; Secrist, D. S. et al. Review of some aspects of growth and 
development of feedlot cattle. J. Anim. Sci.. v.73, n.10, p.3152. 1995. 
 
Tedeschi, L. O.; Boin, C.; Nardon, R. F.; Leme, P. R.; Estudo da curve de crescimento de 
animais da raça guzerá e seus cruzamentos alimentados a pasto, com e sem suplementação. 
2. Avaliação dos paraâmetros da curva de crescimento. Revista da Soc. Brasileira de Zoot. 
v.29, n.5,p. 1578. 2000. 
 
Texto reproduzido do site BeefPoint [www.beefpoint.com.br] 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
[26/07/2002] 
Crescimento e terminação de 
bovinos de Corte - 2. 
Crescimento compensatório 
No Brasil, a restrição alimentar dos animais 
durante a seca, devido à estacionalidade de 
produção de forragens impede o crescimento 
contínuo do animal. Nessa situação, pode ser 
observada ocorrência biológica chamada de 
crescimento compensatório. Ou seja, animais que 
sofreram restrição alimentar tendem a apresentar 
taxas de ganho de peso no período de ausência de 
restrição superiores aos de animais que não sofreram restrição. A compensação pode ser: 
 
- total, raramente observada, ocorre quando o ganho de peso após o período de restrição é 
alto o suficiente para que os animais que passaram por restrição são capazes de atingir peso 
de abate na mesma idade dos animais que não passaram por restrição. 
 
- parcial, a mais comum, onde também ocorre ganho compensatório, mas não o suficiente 
para que os animais que passaram por restrição atinjam o mesmo peso de abate à mesma 
idade dos animais que não passaram por restrição. 
 
- ausente, isto é, sem compensação, relativamente comum em situação de campo, 
principalmente quando a restrição ocorre no início da vida do animal, está relacionada a 
nutrientes classificados como estruturais e é de longa duração. Na re-alimentação os animais 
apresentam ganhos iguais ou menores que os que não foram restringidos, atingindo o peso 
de abate em idades bem mais avançadas. Em muitas circunstâncias estes animais podem 
apresentar carcaças mais leves para uma mesma composição corporal quando comparados 
com animais que não passaram ou que apresentaram compensação total ou parciala uma 
restrição alimentar. 
 
Na figura 1 são apresentadas as curvas de crescimento de animais machos Nelore 
submetidos a quatro tratamentos durante um ano após a desmama (Manella et al., no 
prelo). Os tratamentos foram: Teste - pasto de braquiária brizanta e suplementação mineral; 
Banco - idem teste, com acesso a banco de proteína, no caso de Leucena; Seca - pasto de 
braquiária brizanta com suplementação durante a seca; Ano - pasto de braquiária brizanta 
com suplementação durante os períodos de seca e de águas. No período da seca os ganhos 
foram de 534, 486, 277 e 201 g/d, e no das águas de 584, 782, 741 e 645 g/d, 
respectivamente para os tratamentos: Seca, Ano, Banco e Teste. 
Celso Boin 
Engenheiro Agrônomo, PhD, 
Professor convidado da ESALQ/USP 
e consultor 
 
Marcelo de Queiroz Manella 
Médico veterinário, doutor na 
ESALQ e Instituto de Zootecnia 
 
Figura 1: Ganho de peso acumulado (kg) de bovinos em Brachiaria brizantha (Teste), 
suplementados durante o ano todo (Ano), no período das secas (Seca), ou com livre acesso 
a banco de proteína de Leucaena leucocephala (Banco). Fonte: Manella et al. (no prelo). 
 
 
Observando as curvas de ganho acumulado pode se observado que: os animais do 
tratamento Banco apresentaram compensação parcial durante o período das águas em 
relação aos animais do trat. Seca; não ocorreu crescimento compensatório durante o período 
das águas dos animais do trat. Teste em relação aos animais do tratamento Seca; durante 
parte do período das águas (verão), os animais do trat. Seca apresentaram ganho 
semelhante aos animais do trat. Ano. 
 
O maior ganho de peso do tratamento banco nas águas ocorreu devido a maior 
disponibilidade da leguminosa. A severidade e a duração do período de restrição, bem como 
a idade em que ocorre são fatores que afetam o grau de compensação. Animais que sofrem 
restrição alimentar precocemente, ou seja, logo após o nascimento tendem não apresentar 
ganho compensatório e por muitas vezes irreversíveis, tendo diminuição significativa do peso 
adulto. 
 
Berge (1991) compilou dados de diversos trabalhos onde a idade dos animais variou de 0 a 
25 meses, sendo estes divididos em 2 grupos, de acordo com o início da restrição alimentar 
(antes ou depois dos sete meses). Segundo os autores, o grupo de animais que sofreu 
restrição durante a fase de amamentação, levou em média 14 a 18 meses para compensar 
70-80% no atraso no seu crescimento, enquanto que animais que sofreram restrição após a 
desmama levaram apenas de 4 a 7 meses para apresentar o mesmo grau de compensação. 
Em contrapartida alguns relatos indicam que quanto mais próximo do peso adulto ocorrer a 
restrição, menor a probabilidade de compensação total. 
 
Boin e Tedeschi (1997) revisaram trabalhos mostram que a duração do período de 
compensação é tão longo quanto o período de restrição. Entretanto, períodos 
demasiadamente extensos de consumo limitado, principalmente de nutrientes considerados 
estruturais, podem não permitir a compensação parcial, com os animais atingindo a mesma 
composição corporal ao abate mais leves e mais velhos. 
 
O tipo de restrição alimentar (energia ou proteína) imposta aos os animais pode influenciar o 
grau de compensação do animal. Drouillard et al. (1989), assim como outros autores antes 
dele, propuseram que o crescimento limitado de bezerros era melhor compensado após 
restrição energética ao invés de protéica. Faulkner e Ireland (S/data) observaram ganhos 
lineares de bezerros quando suplementados com níveis crescentes de proteína em creep-
feeding. Quando confinados após a desmama, os ganhos continuaram a apresentar as 
mesmas tendências, isto é, sem apresentação de ganho compensatório. 
 
Sains (1998) estudou os efeitos de diferentes níveis nutricionais, variando a concentração 
energética da dieta, a quantidade de alimento fornecido, e a alternância dos níveis 
nutricionais sobre a ingestão de matéria seca, composição do ganho e tamanho dos orgãos. 
Os animais em uma primeira fase (237-327 kg PV) receberam dieta de alta qualidade (C, 
concentrado) ad libitum (CA) ou limitado (CL), ou uma dieta de baixa qualidade (F, 
forragem) ad libitum (FA). Na segunda fase (327-.481 kgPV) os animais receberam a dieta 
C, ad libitum (CA) ou limitado em 70% de CA (CL), perfazendo 5 combinações. As curvas de 
ganho acumulado são apresentadas na figura 2 e os dados para os diferentes parâmetros 
avaliados na tabela 1. As combinações (tratamentos) de maior interesse no presente caso 
são os com consumo ad libitum na segunda fase (CA-CA; CL-CA e FA-CA). 
 
Figura 2: Crescimento compensatório em novilhos. Adaptado Sains (1998). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tabela 1: Desempenho de animais alimentados de diferentes formas em duas fases. 
 
 
 
As curvas da figura 2 mostram que, em relação aos animais do tratamento CA-CA (sem 
restrição), os do tratamento CL-CA apresentaram compensação parcial, enquanto os do 
tratamento FA-CA não, embora tenham atingido peso e composição semelhantes (tabela 1). 
 
Os resultados (tabela 1) demonstram que os animais previamente restringidos responderam 
a re-alimentação aumentando o consumo de matéria seca e melhorando a conversão 
alimentar de 22 e 30% (CL-CA) e 30 e 10%(FA-CA) em relação ao controle (CA-CA). O autor 
associou a diferença entre CL-CA e FA-CA quanto ao tempo para atingir o peso para abate 
devido a diferença observada na exigência de mantença. 
 
No trabalho acima, o fígado apresentou redução significativa para ambos os tratamentos (CL 
e FA), devido a deficiência de nutrientes absorvíveis e metabolização. Porém, os animais que 
receberam concentrado apresentaram menor proporção órgãos do aparelho digestivo/peso 
vazio do que os animais que receberam forragem. Tal aumento é explicado pelo maior tempo 
de retenção de alimentos de baixa qualidade no trato intestinal. 
 
Estima-se que 40-45% das exigências de mantença do animal seja destinada aos orgâos 
internos. Estima-se que a mudança em 1% na proporção destes orgãos no corpo vazio, é 
capaz de produzir uma mudança em 6% na mantença. Durante a fase de restrição animais 
do grupo CL e FA apresentaram mudanças médias no tamanho de vísceras em relação ao 
peso vivo de -3 e +5%, respectivamente, explicando parcialmente as alterações na 
mantença. 
 
De modo geral, a intensidade da restrição alimentar e principalmente o tipo de alimento a 
ser fornecido na fase de re-alimentação, influenciam o grau e o tempo de compensação, 
além de fatores como a composição corporal e principalmente o consumo de materia seca. A 
compensação pode ser usada de maneira estratégica e consciente em sistemas de produção 
a pasto ou em confinamento. 
 
 
Literatura Consultada 
 
Berge, P. Long-term effects of feeding during calfhood on subsequent performance in beef 
cattle (a review). Livestock Production Science, v. 28, p. 179-201, 1991. 
 
Boin, C.; Tedeschi, L. O. Sistemas Intensivos de produção de carne bovina. II. Crescimento e 
Acabamento. In. Anais do 4a Simpósio sobre Pecuária de Corte. Produção do Novilho 
Precoce. Fealq. Piracicaba, SP. p. 205. 1997. 
 
Drouilard, J. S. et. al. Compensatory growth following metabolizable protein or energy 
restrictions in beef steers. Journal of Animal Science., v. 69., p. 811-818.. 1991. 
 
Faulkner, D. B. e Ireland, F. A. Performance of nursing calves fed supplement with varying 
protein levels. http://beefnet.outreach.uiuc.edu/. S/Data. 
 
Manella, M. Q.; Lourenço, A. J.; Leme, Recria de Bovinos Nelore em Pastos de Brachiaria 
brizantha com Suplementação Protéica ou Com Acesso a Banco de Proteína de Leucaena 
lecocephala. I. Desempenho Animal. Revista da Sociedade Brasileira de Zootecnia. (no 
prelo). 
 
Sains, R. Crescimento compensatório em bovinos de corte. Simpósio sobre Produção 
Intensivade Gado de Corte. CBNA. p. 22. 1998. 
 
Texto reproduzido do site BeefPoint [www.beefpoint.com.br] 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
[09/08/2002] 
Crescimento e terminação de 
bovinos de Corte. 3. Efeitos da 
Nutrição na fase de terminação e 
eficiência alimentar 
O nível nutricional e o manejo alimentar adotado 
durante a vida do animal afeta a taxa de 
crescimento, o tempo de acabamento, o peso e a 
proporção dos componentes da carcaça (músculo, 
gordura e ossos). 
 
A eficiência de crescimento ocorre em função de 
duas características básicas, a taxa de ganho de 
peso e a composição dos tecidos depositados. Do ponto de vista nutricional pode ser 
abordada de duas formas: eficiência energética, que é expressa em Mcal depositada/Mcal 
ingerida; ou eficiência alimentar, expressa em termos de kg de ganho de peso vivo/kg de 
alimento ingerido. O inverso da eficiência alimentar, conversão alimentar (kg de alimento/ kg 
de ganho de peso vivo), é mais conhecida e usada. A eficiência também pode ser definida ou 
abordada de forma comercial, por exemplo, custo por kg de carcaça produzida. 
 
Como pode ser observado no radar anterior (Crescimento e terminação de bovinos de Corte- 
2. Crescimento compensatório), a composição corporal, bem como o peso em que o animal a 
atinge, é afetada também por períodos de ocorrência de restrição alimentar durante a vida 
do animal. 
 
Em nosso país, os animais são tradicionalmente criados e terminados a pasto sem 
suplementação alguma além da suplementação mineral. Em função do valor nutritivo das 
forragens tropicais, da maior exigência de mantença devido às atividades de pastejo e da 
estacionalidade de produção de forragem, os animais têm que ser abatidos mais velhos e ou 
com pesos de carcaça menores. quando comparados com animais terminados em semi ou 
em confinamento. Com o uso de suplementação é possível obter carcaças melhores 
acabadas e mais pesadas com animais mais jovens, pelo fato de propiciar uma 
complementação energética e protéica das pastagens, explorando o potencial de ganho de 
peso dos animais. Tal efeito é possível ser observado em trabalho realizado por Souza 
(2002), que suplementou animais no período da seca (tabela 1). Os animais que foram 
suplementados apresentaram maior peso, maior rendimento de carcaça e tendência de 
melhor acabamento do que os animais terminados exclusivamente a pasto.. 
 
Celso Boin 
Engenheiro Agrônomo, PhD, 
Professor convidado da ESALQ/USP 
e consultor 
 
Marcelo de Queiroz Manella 
Médico veterinário, doutor na 
ESALQ e Instituto de Zootecnia 
 
Tabela 1: Peso, rendimento de carcaça, e espessura de gordura dos animais terminados a 
pasto ou suplementados. 
 
 
 
A densidade enérgica da dieta modifica a composição do corpo animal. JONES et al. (1985), 
observaram que animais alimentados com dietas à base de concentrado apresentaram 
maiores teores de gordura na carcaça do que aqueles que receberam dietas à base de 
volumoso. 
 
Ao analisarmos os dados referentes ao trabalho de Sains (1998), discutidos no radar 
anterior, pode-se notar claramente as diferenças na composição dos ganhos, entre animais 
criados numa primeira fase (recria) com dieta de alta qualidade porém com consumo 
limitado (CL) ou com forragens (FA), e em uma segunda fase (terminação) com dieta de alta 
qualidade ad libitum (CA) ou limitado (CL, 70% de CA). Neste radar vamos abordar apenas o 
desempenho e a composição do ganho na fase de terminação (327-481 kg PV), tabela 2. 
 
Tabela 2: Desempenho de animais alimentados de diferentes formas na fase de terminação. 
 
 
 
É possível observar na tabela 2 que os animais que receberam dietas CA, ou seja, não 
tiveram restrição de energia na fase de terminação apresentaram maiores ganhos de peso 
vazio, e maior % de gordura na carcaça do que os animais submetidos à restrição de energia 
nessa fase, embora os pesos fossem semelhantes. 
 
Bren et al. 2002 forneceram três níveis crescentes de concentrado (0,8, 1,1 e 1,4% do PV) 
para bovinos de corte dos 12 (PVI= 278 kg) aos 17 meses de idade. As principais alterações 
observadas segundo os autores foram o aumento nas taxas de ganho de peso refletindo em 
maior peso vivo final e peso de carcaça, e com acabamento mínimo desejado pelos 
frigoríficos no país (3 mm de gordura) e boa musculosidade (área de olho de lombo, tabela 
3). 
 
 
 
Tabela 3: Nível de concentrado e desempenho de bovinos. 
 
 
 
Maior densidade energética da dieta, quer pelo aumento de concentrado ou pelo uso de 
volumosos de alto teor de grãos, apresentam maior eficiência na formação dos tecidos, em 
função principalmente da maior disponibilidade de nutrientes para absorção e incorporação. 
 
Literatura Consultada 
 
Souza, A. A. Uso de subprodutos da agroindústriais para suplementação de novilhos em 
terminação durante o período da secas. ESALQ-USP Dissertação (Mestrado), Piracicaba, SP. 
2002 
 
Sains, R. Crescimento compensatório em bovinos de corte. Simpósio sobre Produção 
Intensiva de Gado de Corte. CBNA. p. 22. 1998. 
 
Jones, S.D.M., Rómpala, R.E., Jeremian, L.E. et al. Growth and composition of the empty 
body in steers of different maturyty types fed concentrate of forage diets. J. Anim. Sci., v. 
60, n.2, p.427-433, 1985. 
 
Bren L.: Júnior P. R.; Moletta, J. L.; et al. Desempenho em confinamento de novilhos de 
corte alimentados com diferentes níveis de concentrado na dieta. In: Reunião Anual da Soc. 
Bras. De Zootecnia, 35. Recife, PE, 2002. Anais... 2002. Cd-Room. 
 
Texto reproduzido do site BeefPoint [www.beefpoint.com.br] 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
[30/08/2002] 
Crescimento e terminação de 
bovinos de Corte 4 - Qual peso 
ideal de abate? 
O peso de abate depende da nutrição, genética, 
idade do animal, tipo de manejo adotado, e 
principalmente da exigência do mercado. Muitos 
ainda acreditam que o abate de animais 
extremamente pesados melhora a rentabilidade 
do sistema, o que pode ser uma falsa impressão. 
O abate de animais muito pesados e com gordura 
em excesso pode afetar de maneira negativa, 
tanto pelo aumento de aparas e diminuição do rendimento dos cortes cárneos, como pela 
menor eficiência de conversão (kg de ganho/kg de alimento ingerido), aumentando o custo 
de produção. 
 
Para facilitar o entendimento de como o peso para o abate pode afetar o sistema, é preciso 
entender a evolução da composição do ganho do animal nas diferentes fases de crescimento 
e acabamento, e a eficiência com que cada tecido é depositado. Conforme o animal vai se 
aproximando do peso adulto ou de abate, a porcentagem de gordura no ganho aumenta, 
enquanto que a da proteína a diminui (gráfico 1). Após atingir o máximo do desenvolvimento 
da massa muscular, o ganho passa a ser composto basicamente de gordura. 
 
Em termos de energia (Mcal depositada/Mcal ingerida) a deposição de gordura na carcaça é 
mais eficiente que a de proteína, pois 60% da energia consumida é retida na deposição de 
gordura, comparada com retenção de 35% para proteína. Por outro lado, a deposição de 
proteína é mais eficiente em termos de peso de tecido depositado (tabela 1). Isto ocorre pois 
para cada unidade de proteína depositada cerca de três unidades de água são depositadas 
em associação, formando o músculo. 
 
 
 
 
 
 
Celso Boin 
Engenheiro Agrônomo, PhD, 
Professor convidado da ESALQ/USP 
e consultor 
 
Marcelo de Queiroz Manella 
Médico veterinário, doutor na 
ESALQ e Instituto de Zootecnia 
Grafico 1: Relação do estágio de crescimento com a % de proteína e gordura no ganho,e a 
% gordura no corpo vazio de bovinos de corte de tamanho corporal médio com ganho diário 
de 1 kg no peso vazio. Adaptado NRC (1996). 
 
 
 
Tabela 1: Eficiência de deposição de energia e tecidos 
 
 
 
Em outras palavras, animais quando abatidos além da composição corporal considerada ideal 
para um determinado mercado, apresentam menor eficiência (kg de ganho/ kg MS 
consumida), implicando em maior consumo de alimentos, e consequentemente maiores 
custos. Esse é um aspecto importantíssimo em termos de competitividade. 
 
Tais afirmações podem ser compreendidas de maneira mais prática em trabalho realizado no 
Instituto de Zootecnia, onde o desempenho e o rendimento de cortes comerciais de bovinos 
da raça Nelore e seus cruzamentos, abatidos em diferentes pesos (430, 470 e 530 kg PV em 
jejum) foram avaliados (Maldonado et al. 2002). 
 
Tabela 2: Abate de bovinos de corte em diferentes pesosa. 
 
 
 
O aumento no peso de abate dos animais (tabela 2), obviamente propiciou carcaças mais 
pesadas, porém com maior tempo de confinamento e piora na conversão alimentar, pela 
menor eficiência no ganho, que foi basicamente de gordura. Observou-se um aumento 
significativo na gordura corporal com tendência de diminuição do rendimento das porções 
comestíveis. 
 
Outro ponto que merece atenção, é que ao abater animais com 21@ foram necessários 90 
dias a mais de confinamento do que os animais abatidos com 17 @. O total de alimento 
consumido foi de 1,8 vezes a mais para produzir apenas 4@ a mais. Se neste sistema os 
animais fossem abatidos com 17@, seria possível, com o mesmo custo de alimentação, 
terminar 2 animais, produzindo mais 17@. 
 
Na tabela 3 é possível observar tendências em diminuição do rendimento dos cortes 
comerciais (em percentagem da carcaça) com aumento no peso de abate , pois a maior 
proporção de gordura na carcaça "dilui" a de músculo, e quando o seu excesso é aparado 
diminui a fração aproveitável da carcaça . 
 
Tabela 3: Rendimento de corte tradicionais de bovinos abatidos em diferentes pesos 
 
 
 
As diferentes raças bem como os tipos biológicos apresentam pesos de acabamento 
diferenciados (veja radar Tipos Biológicos de bovinos para produção de carne). Na 
tabela 4 é possível observar as diferenças entre três raças abatidas com o mínimo de 4,5 
mm de gordura medidos pelo ultrasom. Animais com maiores taxas de crescimento e maior 
peso à maturidade (Canchim) apresentaram menor proporção de gordura, atingindo o 
acabamento pretendido com maior peso. 
 
Tabela 4: Características de Carcaça de diferentes grupos genéticos* abatidos com o 
mínimo de 4,5mm de gordura 
 
 
 
Para um mesmo acabamento, pesos de abate também variam em função do sexo do animal 
(inteiros, castrados ou novilhas), do uso ou não de esteróides anabolizantes. 
 
O peso e o acabamento recomendados para o abate devem ser estabelecidos com base nas 
exigências de mercado, explorando os conhecimentos disponíveis em termos de manejo 
nutricional e de recursos genéticos. É obvio que cada produtor deve usar as alternativas 
mais lucrativas para as suas condições. 
 
Literatura Consultada 
 
ALLEONI, G. F.; LEME, P. R.; BOIN, C; DEMARCHI, J. A. A.; et al. Composição química 
corporal e taxas de deposição dos constituintes químicos do corpo vazio em bovinos das 
raças Nelore, Canchim e Brangus. In: Reunião Anual da Soc. Bras. De Zootecnia, 35. Recife, 
PE, 2002. Anais... 2002. Cd-Room. 
 
MALDONADO, F. ; ALLEONI, G. F. ; QUEIROZ, A. C.; et al. Características da carcaça de 
bovinos de três grupos genéticos terminados em confinamento e abatidos em três categorias 
de peso. In: Reunião Anual da Soc. Bras. De Zootecnia, 35. Recife, PE, 2002. Anais... 2002. 
Cd-Room. 
 
MALDONADO, F.; QUEIROZ, A. C.; ALLEONI, G. F.; et al. Composição física e rendimento dos 
cortes comerciais da carcaça de bovinos de três grupos genéticos terminados em 
confinamento e abatidos em três categorias de peso In: Reunião Anual da Soc. Bras. De 
Zootecnia, 35. Recife, PE, 2002. Anais... 2002. Cd-Room. 
 
MALDONADO, F.; QUEIROZ, A. C.; ALLEONI, G. F.; et al. Consumo, ganho de peso e 
conversão alimentar de bovinos de três grupos genéticos, terminados em confinamento e 
abatidos em três categorias de peso. In: Reunião Anual da Soc. Bras. De Zootecnia, 35. 
Recife, PE, 2002. Anais... 2002. Cd-Room. 
 
NRC. National Research Council of Beef Cattle. 1996. 7a ed. 
 
Texto reproduzido do site BeefPoint [www.beefpoint.com.br]

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