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01 - Manejo de Cria e Recria de BC

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Manejo da estação de monta, das vacas e das crias.
Introdução
Para se obter sucesso na atividade de cria devem ser consideradas as práticas de manejo e como estas influenciam o padrão reprodutivo das matrizes. Deve-se considerar ainda, o modelo conceitual de como as decisões de manejo e o desempenho reprodutivo das matrizes podem influenciar a eficiência biológica da atividade de cria.
Um dos primeiros passos para aumentar a eficiência de sistemas de cria de bovinos de corte é a adoção da estação de monta e de parição.
MANEJO DAS VACAS DE CRIAÇÃO
A reprodução é o mais importante fator econômico em um rebanho de corte que executa a fase de cria. Embora o melhoramento genético seja importantíssimo para todos os atributos econômicos, a herdabilidade baixa para reprodução mostra que os fatores de meio (notadamente a nutrição) influenciam sobremaneira o desempenho animal. Para uma fazenda de gado de corte, é mais importante nascer um bezerro do que seu desempenho futuro como ganhador de peso e qualidade de carcaça. O grande diferencial resume-se na importância que o pecuarista brasileiro dispensa à reprodução.
ESTAÇÃO DE MONTA
A estação de monta é uma ferramenta zootécnica utilizada com o objetivo de fornecer condições especiais de alimentação, manejo (mão de obra) e época de comercialização. Estabelecer o período de monta é uma medida prática, facilmente executável e que exige baixo investimento financeiro. A estação de monta deve estar inserida dentro de um manejo reprodutivo amplo.
Alguns índices zootécnicos devem ser considerados: 
- O tempo decorrido entre um parto e o subsequente deve se situar idealmente em 12 meses, a matriz deve produzir um bezerro por ano.
- Período de serviço (PS): intervalo decorrente entre o parto e a fertilização efetiva (cobrição fértil).
- Gestação de nove meses e período de serviço de três meses, a estação de monta definitivamente implantada, não deve ultrapassar os 90 dias.
- A lactação, em gado de corte, dura em média sete meses (desmama aos sete meses). O período de reprodução (estação de monta) coincide com o início da lactação, e esses momentos fisiológicos tendem ao antagonismo.
- O período de descanso (PD = 5 meses) refere-se ao descanso anual de lactação, mas coincide com a gestação de um novo bezerro.
Objetivos básicos da Estação de Monta
- Ter no mínimo 80% dos cios ocorrendo nos primeiros 50 dias da estação. Quanto mais rápido ocorrer o cio e a fertilização, mais rapidamente se dará a estação de nascimento, e bezerros nascidos no início são melhores que os bezerros nascidos tardiamente.
- As vacas que foram cobertas mais cedo irão parir no início da estação de nascimentos e terão mais tempo para reconceber na estação de monta subsequente. Vacas que parirem mais tarde, normalmente são candidatas a permanecerem vazias na estação de monta seguinte, devem ser eliminadas no processo de seleção funcional.
Vantagens da Estação de Monta
- A estação de monta permite equacionar a reprodução e o manejo das demais categorias do rebanho com a disponibilidade de alimento, e sempre em função do sistema de produção vigente na propriedade.
- Conhecimento da eficiência reprodutiva do plantel: a estação de monta permite a separação de dois lotes, um de vacas prenhes e outro de animais vazios. À medida que se conhece o desempenho reprodutivo do plantel, realiza-se seleção, e as matrizes improdutivas são descartadas.
- Programação de utilização da mão de obra: a estação de monta gera uma estação de parição, dessa forma pode-se programar a utilização da mão de obra para momentos de maior demanda dentro da propriedade.
- Obtenção de lotes de bezerros mais homogêneos: quanto menor a duração da estação de monta, mais homogêneo é o lote de bezerros, pois haverá menor diferença de idade entre eles.
Duração da Estação de Monta
O ideal é que a estação de monta não ultrapasse o período de serviço. Em rebanhos bem manejados, a estação de monta dura de 45 a 60 dias, mas é aceitável um período de até 90 dias.
O período de monta das primíparas deve ser antecipado em relação às vacas, iniciando-se 30 dias antes.
Época de estação de monta x estação de parição
A época da estação de monta e, consequentemente, da estação de parição, é determinada em razão do melhor período para o nascimento dos bezerros e para atender à maior exigência nutricional das matrizes. A escolha da época de monta deve levar em conta a disponibilidade de alimento local e as condições em que o sistema de produção se localiza.
Exemplo de esquema reprodutivo para vacas das regiões sudeste, centro-oeste e norte do Brasil:
	- Estação de monta – janeiro a março
Nesse período deve-se ter maior produção e/ou acúmulo das pastagens na propriedade, de modo que o estado nutricional da matriz (condição corporal) deve ser o melhor possível, permitindo então a máxima manifestação de cio.
	- Estação de parição – outubro a dezembro
O período de lactação também coincidirá com a disponibilidade de forragem, de modo que, embora fornecendo leite à cria, a vaca não faz mediante mobilização de suas reservas corporais, onde, a matriz não emagrece e pode entrar em cio mais rápido na estação de monta seguinte.
	- Estação de desmama – maio a junho
Não passar a seca em lactação é o fator primordial na economicidade do processo. Ao contrário, desmamar bezerros no início da seca exige uma alimentação suplementar para eles.
Se a escolha for feita visando partos na seca é preciso suplementar matriz; caso contrário, há comprometimento no seu desempenho reprodutivo. Se a escolha for desmamar a cria no início do período seco, também há necessidade de garantir perfeita nutrição ao animal jovem no período crítico que se aproxima, onde, não há possibilidade de se efetuar uma estação de monta sem a necessária previsão e planejamento das atividades na seca.
Em condições de calor e umidade (nascimento nas aguas), a vistoria das maternidades deve ser diária ou mais frequente, ao contrário do período seco em que se tolera 2-3 dias para a cura do umbigo.
Preparo das matrizes para a estação de monta
Ter fêmeas livres de brucelose, tuberculose, vibrioses, leptospirose e demais problemas sanitários é condição básica para a reprodução.
Considera-se o acúmulo de reserva corporal, a qual será mobilizada pela fêmea durante a fase inicial de lactação, no periodo de balanço energético negativo. Animais com baixo escore de condição corporal (vaca magra) podem apresentar falhas em ciclar e conceber, elevando intervalo entre partos e crias fracas ao nascimento; fêmeas que apresentam escore de condição corporal alto (vaca gorda) são mais caras para serem mantidas no criatório, apresentam maior possibilidade de ocorrência de partos distócicos, mobilidade prejudicada e falhas em ciclar e conceber.
Utilização de touros – monta natural
A escolha do touro deve incluir animais com potencial genético superior, adequado ao ambiente da propriedade e com teste andrológico recente. É importante levar em conta as condições da estação de monta, tais como época do ano, dimensão das pastagens, relação touro: vaca, qualidade das pastagens, presença ou não de sombra, etc.
As fêmeas recriadas juntas tendem a apresentar menor grau de segregação. Já nos machos, a existência de dominante e dominado expulsa os últimos touros para a periferia do lote de fêmeas ou para lotes segregados, aumentando a taxa de prenhez das matrizes.
Em relação ao número de vacas por touro, deve-se levar em conta as dimensões das pastagens, relevo, qualidade dos pastos e da água, formato dos pastos e condição corporal das fêmeas.
À medida que estação de monta atinge a metade para o final, os cios vão diminuindo, a ociosidade dos touros aumenta e eles tendem a ganhar peso. A observação diária do lote em monta vai permitir regular o número de touros em trabalho, o descanso para aqueles mais esgotados e usar racionalmente os machos do rebanho. 
Utilização de inseminação artificial
O uso exclusivo de IA leva a uma diminuição na taxa de prenhez do rebanho. A inseminação artificial também é ferramenta fundamental emprogramas de melhoramento genético do plantel, permitindo a utilização maciça de material genético superior.
Os lotes de fêmeas e rufião são então vistoriados diariamente, pela manhã e ao final da tarde (rodeios). Quando da vistoria, cujo cio for detectado pela manhã são apartados e inseminados à tarde do mesmo dia. Aqueles cujo cio foi detectado na segunda vistoria são apartados e inseminados na manhã do dia seguinte.
GESTAÇÃO E ESTAÇÃO DE PARIÇÃO
Terminada a estação de monta, aguarda-se de 25 a 45 dias para a realização do exame diagnóstico de prenhez, seja por ultrassom ou por toque ginecológico, respectivamente. Uma vez realizada o diagnóstico de gestação, vacas vazias são candidatas à eliminação, de acordo com os parâmetros de seleção pré-determinados.
O primeiro critério de seleção para fêmeas comerciais é a fertilidade, podendo ser alterado por causa das condições nutricionais da propriedade, do clima local e outros fatores não controláveis.
As vacas gestantes (e seus bezerros ao pé) são então levados ao pasto, no qual, nesse intervalo até a parição, ocorrerá apartação e desmama de suas crias. Novilhas prenhes deverão ser manejadas em área distinta das vacas e observadas com maior frequência.
As fêmeas mais próximas do parto devem ser conduzidas aos pastos-maternidade, constituídos por áreas de vegetação mais rasteiras (gramíneas), bem drenadas, com aguada sadia, de preferência com sombra. Pastos-maternidade devem estar localizados próximo do centro de manejo (curral).
As três principais anomalias que podem acometer as matrizes no parto são retenção de placenta, prolapso uterino e necessidade de cesárea. Para rebanhos comerciais, a retenção de placenta apresenta-se como o único fenômeno que não afeta a reprodução futura da matriz, podendo ser mantidas no plantel.
Cuidados com o par vaca/bezerro logo após o parto 
As maiores perdas ocorrem durante a fase de cria. Nessa fase, as principais preocupações serão a sobrevivência e o desenvolvimento das crias e as condições ideais para reconcepção da matriz.
O desenvolvimento dos bezerros dependerá da quantidade de leite ingerido (genética materna e condição de parto), sua carga genética e possíveis fatores externos de constrangimento do crescimento como ecto e endoparasitas, ocorrência de doenças, etc. Devem ser adotadas algumas medidas de manejo das crias, envolvendo identificação, alimentação, desmama, sanidade, etc.
Os padrões comportamentais do par vaca e bezerro nos momentos logo após a parição podem estar associados à sobrevivência e desenvolvimento dos bezerros e ao desempenho materno das vacas nos partos futuros, e devem ser considerados no manejo pós-parto. Logo após o parto é preciso garantir tempo hábil para o imprinting, não devendo haver nenhuma interferência externa. Todos esses cuidados devem ser mais intensos na maternidade das novilhas, devido à sua inexperiência.
Terminado o trabalho de parto, a vaca deve lamber vigorosamente a cria para retirar restos placentários do focinho e das narinas do recém-nascido.
Ingerir o colostro nas primeiras 4-6 horas de vida é fundamental para a sobrevivência da cria, pois a molécula de gamaglobulina presente nas primeiras secreções da glândula mamária é absorvida intacta nesse período, atuando como agente imunizante no organismo. À medida que o tempo passa, diminui a malha absortiva de grandes moléculas pela mucosa intestinal, e o colostro passa a ter a imunoglobulina quebrada e digerida a qual passa a ter ação nutricional e não imunizante.
A observação do úbere materno e do vazio do bezerro permite concluir se houve ou não as primeiras mamadas, imprescindíveis à sobrevivência da cria. Em caso negativo, mãe e filho devem ser conduzidos ao curral, a fêmea ordenhada em tronco e o colostro fornecido artificialmente.
Ao nascer, o bezerro apresenta o orifício por onde passavam os vasos sanguíneos do cordão umbilical. Mesmo nascendo com a membrana umbilical, o umbigo esta sujeito à ação de agentes patogênicos. A inflamação do umbigo pode evoluir e provocar hepatite, peritonite ou abscesso no fígado, devido à ligação que existe entre órgãos e o umbigo na fase de recém-nascido.
A desinfecção do umbigo deve fazer parte do manejo da cria. À desinfecção (cura ou queima do umbigo) deve ser repetida, principalmente se o recém-nascido for exposto a chuvas nos primeiros dias de vida.
No pós-parto, deve ser avaliado o comportamento maternal da vaca, se a mesma procura estar próximo da cria e defendê-la contra predadores.
Mães desinteressadas, com tetas disformes, que dificultam a mamada e com baixa produção de leite, fatalmente desmamarão bezerros leves ou débeis, devendo ser eliminadas do plantel.
Em torno de 15 a 20 dias pós-parto, o bezerro já deverá estar firme e acompanhando a mãe; e a dupla pode ser encaminhada aos pastos de cria, onde mãe e filho permanecerão até a desmama.
MANEJO DA CRIA
Creep-feeding 
É o uso da alimentação suplementar do bezerro durante o aleitamento, onde o creeper consiste num cercado em que apenas as crias tenham acesso.
Para gado de corte, a instalação do creeper deve possibilitar ao bezerro alimentação suplementar com quantidades crescentes de concentrado, acrescido da amamentação livre e possível presença de pastos de bom valor nutritivo.
O uso do creep-feeding não ameniza as necessidades nutricionais das mães, uma vez que a cria priorizará o consumo de leite ao invés do suplemento, a cria jamais deixará de mamar ou diminuir o número de mamadas pelo fato de ter acesso ao creep-feeding.
O creeper deve situar-se próximo ao local de parador maior dos animais adultos, próximo ao saleiro e a uma distância ideal para que a matriz perceba a presença e movimentação da cria. Bezerros mais velhos ensinam os mais novos e rapidamente todas as crias acabam se aproveitando da alimentação suplementar.
A dieta deve obrigatoriamente conter elevado teor de energia e uma fonte de proteína de alto valor biológico. O milho moído é recomendado como fonte energética. A dieta também deve conter fonte de Ca e P; e por haver cobertura do cocho, conter vitaminas e probióticos. O sal pode ser utilizado como elemento limitador de consumo em dietas de creep-feeding.
Creep-grazing
Consiste em locar área específica para a formação de uma pastagem de alto valor nutritivo, dentro do pasto das vacas. Esse piquete dentro do pasto deve ser formado com forrageiras especiais, cercado com fios de arame, mantendo distância do solo. Os bezerros tem acesso ilimitado à área de melhor valor nutritivo, retornando para suas mães sempre que assim decidirem.
Algumas práticas de manejo também devem ser levadas em consideração:
Descorna: Não se justifica a presença de chifres em rebanhos comerciais. Dos 7 aos 21 dias de idade, ocorre o aparecimento do botão do chifre, o qual deverá ser raspado e queimado com ferro incandescente.
Identificação: Várias são as formas de identificação, como tatuagem, picote na orelha, brincos e marcação a fogo. A legislação atesta que até o momento da desmama o bezerro pertence à marca da mãe. A identificação de propriedade só é necessária no momento da desmama.
Desmama: É o momento da apartação definitiva entre mãe e filho, nesse momento as atenções devem ser voltadas para o animal recém-desmamado, o qual normalmente apresenta perda de peso e maior susceptibilidade à ocorrência de doenças.
Componente nutricional: Embora aos sete meses o bezerro esteja pouco dependente do leite materno, o leite residual ainda pode ter importância nutricional para o bezerro. 
Recomenda-se que os pastos de desmama sejam preparadas para tal, com objetivo de aumentar a oferta de massa de forragem por meio do aumento da relação folha:haste, sendo fundamental a escolha de espécies forrageiras que apresentam elevado valor nutritivo.
Os pastos de desmama devem ser isolados por distância física da área reservada às mães, com facilidade de acesso à aguada de boa qualidade e mineralização. Se a desmama ocorrer durante o período seco, é necessário garantir suplementação alimentar ao bezerro.
Componente psicológico: A separaçãodo par vaca e bezerro é um forte componente de estresse para o animal jovem, muito mais que para as matrizes. Uma boa medida de manejo é dividir o total de animais a serem desmamados em três lotes de acordo com a idade. Esse manejo minimiza o componente psicológico, mas é imprescindível que haja planejamento nutricional adequado para animais desmamados.
Métodos de desmama 
A modalidade mais utilizada em pecuária de corte comercial para desmama é a apartação drástica e separação do par vaca e bezerro.
Para um pequeno número de animais e pouca disponibilidade de área, pode-se utilizar o método da tabuleta, aparto de plástico que impede o bezerro de mamar, mas não de pastar. Entretanto, as tabuletas podem se desprender do pescoço do bezerro e este procurará mamar novamente, atrasando o processo de secagem natural da vaca.
A separação também pode ser feita através da desmama de meia parede, em que mães e crias são separados por pastos contíguos e muito bem cercados, sendo que a separação física ocorre, não havendo a possibilidade de amamentação. A relação de desmama ideal é aquela que suplanta 50%.
EFICIÊNCIA DA VACA DE CRIA 
A produtividade e a eficiência da vaca de corte dependem de um conjunto de fatores. A baixa produtividade das pastagens, baixa eficiência reprodutiva, alta mortalidade e baixas taxas de crescimento contribuem para produtividades muito baixa da vaca de corte nacional.
	Nesse sentido, pode-se dizer que a eficiência do par vaca e bezerro está intimamente correlacionada com a eficiência do sistema de produção.
	O cruzamento entre raças, a utilização de touros com DEP (diferença esperada da progênie) positiva para taxa de crescimento, maior precocidade sexual, uso de melhores variedades forrageiras, adubação das pastagens, melhor mineralização, uso de sal proteínado, aumento dos cuidados sanitários, bom manejo da reprodução, entre outros, são apenas algumas das atitudes que poderiam melhorar a produtividade do setor de cria.
	
Fatores que afetam a exigência energética de mantença.
	A exigência de mantença pode ser definida como a quantidade de alimento necessária para manutenção do peso ou da energia corporal constante (Ferrell e Jenkins, 1985).
	A produção total de calor é o somatório de incremento calórico e energia líquida de mantença. Esta inclui o metabolismo basal, a termorregulação, a contração muscular e as funções associadas com a relação de síntese e degradação proteica. A exigência de mantença de um animal, durante a idade adulta, varia de acordo com as mudanças de estado fisiológico.
	Animais de diferentes raças e tamanho adulto podem apresentar diferentes requerimentos energéticos de mantença. Vacas Bos indicus e seus cruzamentos são menos exigentes durante a fase de crescimento e apresentam exigência de mantença cerca de 10-12% menor do que os animais de raças Bos taurus.
	
Influência da composição corporal sobre a exigência de mantença
	Há alta correlação da massa dos órgãos com a exigência de energia, principalmente de órgãos com alta taxa metabólica, como fígado e trato gastrointestinal, que estão direta ou indiretamente associados à taxa de síntese proteica.
	O consumo de oxigênio por esses órgãos é proporcional à ingestão de matéria seca (IMS), uma vez que os maiores gastos energéticos seriam para atividades, como digestão da dieta, absorção e metabolismo de nutrientes, manutenção da estrutura do epitélio intestinal, funções do sistema imune, manutenção da estrutura e das funções celulares pelo transporte de íons e da reciclagem de proteína, energia gasta durante o metabolismo oxidativo de substratos e a síntese de novos compostos (como por exemplo, a gliconeogênese hepática).
	O aumento da exigência energética também é observado durante o terço final de gestação e está associado à maior taxa de crescimento e desenvolvimento fetal.
Potencial de produção e exigência de mantença
	Vacas mais pesadas produzem bezerros com maior taxa de crescimento pré e pós-desmame e, consequentemente, com maiores pesos ao desmame, ao abate e peso de carcaça, mas a produção por área pode ser menor. A eficiência biológica considera os custos em energia para produzir um kg de bezerro desmamado. Portanto, vacas com alto potencial de crescimento e produção de leite podem compensar a maior exigência de mantença e produção, desmamando bezerros suficientemente pesados. No entanto, podem não ser mais eficientes economicamente quando a eficiência reprodutiva é comprometida ou quando o custo do alimento é muito alto.
Interação entre Exigência e Reprodução
	A reprodução é o principal fator limitante da eficiência de produção de carne. O desempenho ideal da vaca de corte pressupõe a obtenção de um bezerro a cada ano. Portanto, o manejo nutricional deve ser adequado, de modo que os animais apresentem condição corporal favorável ao retorno da atividade ovariana. A avaliação do ECC, mesmo sendo subjetiva, é um bom indicador das reservas corporais de bovinos e tanto o escore muito baixo como o excessivo, antes do parto, tendem a prolongar o período de anestro pós-parto e reduzir as taxas de concepção e prenhez durante a estação de monta seguinte.
Energia e Reprodução
O impacto da deficiência de energia na dieta de fêmeas bovinas possui grande efeito negativo sobre a reprodução, aumentando os dias para a primeira ovulação e para o primeiro estro pós-parto, reduzindo a taxa de concepção em vacas de leite e corte. Durante as últimas semanas de gestação e de início de lactação, as vacas leiteiras entram em balanço energético negativo (BEN) que, nas fêmeas de corte, induz ao prolongamento do anestro após o parto. Outro fator a colaborar com o BEN nas proximidades do parto é a diminuição espontânea do consumo de MS, associada entre outros ao aumento do estrógeno circulante.
	O crescimento folicular, a ovulação e a função luteínica são regulados pelo eixo hipotálamo – hipófise – ovários e, por um mecanismo de feedback, os hormônios ovarianos controlam a secreção gonadotrófica.
	Muitos desses eventos podem se tornar inexpressivos durante períodos de subnutrição por inadequada secreção de GnRH. Em outras palavras, o déficit nutricional resulta em inadequada secreção de GnRH e consequentemente diminuição do desenvolvimento folicular e inibição da taxa de ovulação.
Proteína e Reprodução
	Diversos estudos relatam a relação negativa entre altos níveis de PB na dieta e fertilidade. O aumento dos níveis plasmáticos de amônia/ureia é apontado como causa de alteração do pH uterino e das secreções uterinas.
	Uma das fontes de PDR mais utilizadas em ração de gado de corte é a ureia, em virtude da habilidade dos ruminantes em utilizar fontes de nitrogênio não proteico (NNP). A ureia, frequentemente, é tomada como causadora de infertilidade.
	Uma das influências negativas do excesso de PDR da dieta relaciona-se ao maior gasto de energia para metabolizar a amônia, com impacto sobre o peso corporal.
	Vacas com maior produção de leite tendem a desmamar bezerros mais pesados, o que pode afetar negativamente a condição corporal da vaca e, consequentemente, a eficiência reprodutiva. Já que, o maior potencial de produção de leite está associado à maior exigência de mantença.
	Alguns fatores que influenciam a composição do leite incluem raça, idade da vaca, estágio de lactação e status nutricional e a interação entre a raça materna e o estágio de lactação (NRC,1996). O procedimento de coleta também é apontado como possível fonte de variação na composição do leite, sendo importante padronizar a metodologia de coleta.
Eficiência da Vaca de Cria
	A eficiência de produção de carne é geralmente expressa pela divisão entre parâmetros de entrada do sistema e parâmetros de produção.
	Buscam-se oportunidades para reduzir as exigências do rebanho de fêmeas ou melhorar a eficiência de utilização das forragens disponíveis. Para tanto, faz-se necessária à identificação de animais com menor exigência de mantença ou mais adaptados às características do ambiente de produção a ser adotado.
	A diversidade genética pode ser utilizada paraaumentar a eficiência de produção de carne, reduzindo o custo por unidade produzida.
Desempenho e eficiência do bezerro nas fases pré e pós – desmama
	A sobrevivência e o desenvolvimento do bezerro, na fase pré-desmama dependem da ingestão de leite, e assim, a produção de leite afeta diretamente o desempenho da progênie.
	A produção de leite influencia, também, a IMS do bezerro, isto é, bezerros que consomem mais leite tendem a ingerir menos dieta sólida. E bezerros com alto potencial de crescimento e amamentados por vacas de baixa produção de leite consomem mais forragem para compensar o baixo suprimento de energia a partir do leite.
Eficiência do par vaca e bezerro
	A eficiência, do ponto de vista nutricional, depende de fatores como consumo de alimentos, peso vivo do animal, composição do ganho de peso, condições ambientais, idade e fatores intrínsecos ligados à ela, isto é, taxas de digestão, absorção e utilização de metabólitos.
	A avaliação prévia do cenário econômico (custo da alimentação e demanda do mercado) permite escolher o tipo biológico adequado para determinado ambiente, de acordo com a disponibilidade de nutrientes. Essas questões são especialmente importantes para as condições médias encontradas nas regiões tropicais e subtropicais do Brasil. Long et al. (1975) observaram que vacas menores foram mais eficientes quando o rebanho de vacas foi mantido a pasto e produziram maior quantidade de peso vivo de progênie, tanto em sistema de confinamento quanto a pasto com terminação em confinamento; enquanto vacas de maior potencial de crescimento foram mais eficiente quando essas matrizes foram alimentados no cocho. A eficiência depende da interação entre tipo biológico e disponibilidade de nutriente e não do peso adulto por si só.
	Quando há combinação adequada do tipo biológico ao ambiente, as vacas não apenas mantêm taxa reprodutiva satisfatória, mas também desmamam bons bezerros com alto potencial de ganho de peso.
MANEJO DA RECRIA
A recria trata-se de uma fase do desenvolvimento do bovino compreendida entre a desmama e o início da engorda. É a fase em que este apresenta maior ímpeto de crescimento corporal onde no caso da fêmea é o período de maior crescimento, pois o animal usa os recursos nutricionais para atingir o tamanho que lhe permita reproduzir e no macho é um período de ganho eficiente, pois o animal tem baixa exigência de mantença e alto potencial de crescimento muscular, com baixa deposição de gordura. Essa fase é caracterizada pela grande formação de massa muscular e o desenvolvimento da estrutura óssea. Ao final desta fase, o bovino estará com o esqueleto totalmente formado e seu tamanho corporal estará definido.
A redução na idade de abate é uma solução óbvia e natural, que, a par de explorar melhor a fase mais eficiente de ganho de peso dos bovinos, permite aumentar o giro do capital envolvido no sistema de produção. 
Animais na recria tem baixo desempenho na seca, por causa dos baixos valores de proteína bruta nas principais gramíneas tropicais usadas no Brasil.
Diferentes formas de suplementação podem ser usadas em pastagem: mistura mineral, mistura mineral com ureia, misturas múltiplas e misturas concentradas. A viabilidade econômica do sal mineralizado é notória, em função do seu baixo consumo, custo relativamente baixo, e baixa necessidade de mão de obra para seu fornecimento, que é praticamente regulado pelo próprio animal.
A mistura múltipla, que geralmente inclui ureia, proteína verdadeira e aditivos, com consumo limitado pelo sal comum, tem sido a escolha mais frequente para a suplementação dos animais na recria. Ela representa uma relação benefício:custo mais favorável e representa um desembolso menor ao produtor.
Nas situações em que o concentrado é relativamente mais barato, ou quando se quer atingir taxas maiores de crescimento, pode-se substituir a mistura múltipla por uma suplementação com maior quantidade de concentrado. 
Outro fator que pode ajudar a explicar o grande aumento no consumo dessa pastagem pobre em proteína quando há suplementação, seria o aporte adicional de aminoácidos no duodeno, por causa da maior produção de proteína microbiana. Esse efeito é proporcionalmente mais importante para animais em crescimento, cujas exigências proteicas são maiores.
Suplementação de fêmeas para reposição
A redução na idade de entrada em reprodução é um dos índices que mais podem contribuir para o aumento da rentabilidade da pecuária de corte, por ter grande impacto na vida produtiva da vaca. A idade na puberdade esta intimamente ligada ao peso corporal do animal.
O objetivo para as fêmeas de reposição é fazê-las terem um rápido desenvolvimento em peso para chegarem à puberdade o quanto antes.
A nutrição das futuras matrizes deve-se basear nas taxas de ganho de peso necessárias para que as novilhas alcancem o peso adequado antes do inicio do acasalamento. O peso da desmama é muito importante nesse processo, bem como a velocidade ótima de desenvolvimento. Uma estratégia interessante é separar os animais mais leves para fornecer alguma suplementação diferenciada.
Outro aspecto interessante relacionado a fêmeas de reposição é que o nível nutricional da desmama ate a puberdade tem efeitos na vida produtiva da matriz.
CRESCIMENTO COMPENSATÓRIO E SEU EFEITO NA EFICIÊNCIA
Uma característica relevante do sistema de produção de carne bovina nacional, particularmente nas fases de cria e de terminação, é que praticamente todo bovino brasileiro apresente algum grau de restrição prévia e, portanto, apresentará ganho compensatório, quando devidamente alimentado.
	Em casos em que bovinos já entram pesados nas fazendas de terminação e serão confinados por períodos mais curtos, os animais permanecem em crescimento compensatório ao longo de toda a terminação, da chegada ao cocho até o abate.
	
Definição de Crescimento Compensatório
Quando um animal é alimentado à vontade, com dieta de alta qualidade e equilibrada, seu crescimento é linear durante um longo período e depois tende a diminuir, conforme esse animal começa a atingir o seu peso adulto. A taxa de crescimento e o ponto em que o crescimento começa a declinar são dependentes tanto da raça quanto do sexo.
	O crescimento compensatório provoca mudanças nos padrões de crescimento de bovinos que passam por restrição alimentar, fazendo com que, após o período de restrição, os animais apresentem um crescimento mais rápido do que aqueles animais que não passaram pela restrição alimentar.
	Em algumas situações, o ambiente não permite que os bovinos alcancem o seu crescimento potencial teórico. Nesse caso, grupos de animais de mesmo potencial genético, colocados em locais diferentes, podem apresentar taxas de ganho de peso e tamanho corporal adulto diferentes, devido às restrições do ambiente.
Formas de crescimento compensatório
	Existem três formas de o animal responder após um período de subnutrição ou restrição alimentar. O animal pode apresentar compensação completa, parcial ou não apresentar compensação (Ryan, 1990).
	1.Compensação Completa - Ocorre quando os animais que passaram por restrição atingem o mesmo peso de abate à mesma idade que os animais que não passaram por restrição. Observa-se esse tipo de compensação quando a restrição é relativamente pouco intensa e o período de realimentação muito longo.
	2. Compensação parcial - As taxas de ganho de peso dos animais que passaram por restrição alimentar são maiores, mas não o suficiente para que o mesmo peso de abate seja atingido a uma mesma idade daqueles animais que não passaram por uma restrição alimentar.
	3. Sem compensação - As taxas de ganho de peso dos animais que passaram por restrição são iguais ou menores às dos animais que não passaram por restrição, portanto o mesmo peso de abate será atingido em idades mais avançadas. Neste caso, quando o animal apresenta crescimento compensatório negativo, tem-se a formação dos animais denominados tucura ou gabiru, por causa de uma restrição tão intensa que o animal tem a sua capacidade de crescimento permanentementecomprometida.
Fatores que afetam o crescimento compensatório
1. Idade do animal na restrição
Animais que sofrem restrição logo após o nascimento tendem a não apresentar crescimento compensatório, podendo ou não atingir, em idades mais avançadas, o mesmo peso à maturidade de animais que não sofreram restrição alimentar. 
Por outro lado, animais que sofrem restrição alimentar próxima ao peso adulto, dificilmente apresentam crescimento compensatório completo.
2. Severidade da restrição
Severidade da restrição é a diferença relativa entre a taxa de ganho observada e a taxa de ganho potencial. Quanto maior essa diferença, maior a severidade da restrição. A severidade da restrição influencia a resposta do animal após o final da restrição. Para as condições do Brasil Central Pecuária, a severidade da restrição tende a ser relativamente elevada. Como o período de confinamento é geralmente curto (70-80 dias), os animais passam praticamente todo esse período em crescimento compensatório.
3. Duração do período de restrição
À medida que aumenta a duração da restrição, aumenta a taxa de ganho compensatório após o final da restrição (Ryan,1990). Entretanto, animais que passam por um período muito extenso de restrição alimentar podem não compensar completamente (Fox et al.,1972). Essa falta de compensação é observada, principalmente, quando a restrição é simultaneamente longa, severa e o animal jovem.
4. Raça ou genótipo
Na literatura consultada, há poucas informações sobre a possibilidade do genótipo ser responsável por diferentes respostas de crescimento compensatório. Acredita-se que, raças precoces não suportam longos períodos de restrição. Zebuínos, por serem tardios, apresentam grande chance de compensação inclusive completa, porque o ganho deles é normalmente mais lento.
5. Grau de Maturidade
Webster (1980) demonstrou que a maior eficiência energética é alcançada pela ocorrência da restrição quando o animal apresenta 25% do peso adulto, declinando lentamente a seguir. Já a eficiência da conversão alimentar declina quando a restrição ocorre a partir dos 30% do peso adulto. Essa é a razão pelo qual o grau de maturidade entre 30-35% do peso adulto é aquele onde há maiores chances de compensação. Assim, o animal mais precoce teria uma melhor condição para passar por períodos de restrição e ter uma mais alta propensão para ganhos compensatórios subsequentes.
6. Tipo de restrição
Segundo Drouillard et al.(1991), animais que passaram por restrição energética apresentaram maior resposta em termos de crescimento compensatório do que os que tiveram apenas restrição proteica. Esse maior efeito da restrição proteica também é consistente com os resultados de Abdalla et al. (1988).
Alterações durante o crescimento compensatório
Durante o curto espaço de tempo no qual normalmente é observado o crescimento compensatório, ocorrem mudanças físicas, químicas e até mesmo fisiológicas, estas podem ocorrer isoladamente ou em conjunto:
a. Ingestão de alimentos: 
Assume-se que no período de crescimento compensatório há um aumento do consumo de matéria seca pelos animais realimentados. O maior responsável pelo crescimento compensatório é a maior ingestão de alimentos (Sainz et al.,1995).
Embora a ingestão possa ser maior em dietas de maior digestibilidade (Foz et al.,1972), o tamanho do trato gastrointestinal, a capacidade de absorção de seu epitélio e a capacidade do fígado na metabolização de nutrientes afetam decisivamente a ingestão.
b. Tamanho e crescimento dos órgãos internos:
O tamanho e o crescimento dos órgãos internos também tem influência direta sobre o crescimento compensatório. Alguns órgãos internos metabolicamente ativos, como fígado, coração, rins e o trato gastrointestinal, representam quase 50% do gasto energético em condições normais de alimentação (Baldwin,1995).
Durante o período de restrição ocorre redução dos órgãos internos citados, isto é, durante períodos de restrição, o crescimento dos órgãos internos, principalmente fígado e intestinos, é mais afetado do que o crescimento do animal como um todo. No período de realimentação, ocorre o contrario, a taxa de crescimento dos órgãos internos é maior do que a observada para o animal como um todo (Winter et al.,1976).
c. Conteúdo Gastrointestinal:
A proporção do peso vivo representada pelo conteúdo gastrointestinal é variável. Os principais fatores que afetam essa proporção são a dieta, o tipo de animal e o grau de acabamento.
Durante o período de realimentação, o conteúdo do trato gastrointestinal aumenta rapidamente. Durante o crescimento compensatório, primeiro há um aumento apenas do conteúdo (alimento); posteriormente, há uma fase de crescimento dos tecidos das vísceras, incluindo os pré-estômagos, abomaso e intestinos, associada a um aumento no consumo (e, consequentemente, do enchimento). 
d. Exigências de energia
A exigência de energia metabolizável é reduzida para animais que estão na fase de compensação (National Research Council,2000). Como consequência, para uma mesma ingestão de matéria seca, uma maior proporção da energia consumida ficará disponível para a produção. Essa menor exigência para manutenção está relacionada diretamente ao tamanho dos órgãos internos, que é reduzido para animais que passaram por um período de restrição.
e. Mudanças endócrinas
Alguns hormônios como: GH (hormônio do crescimento), IGF-I (Insulin-like growth fator), estão quase sempre correlacionados, uma vez que o teor de GH no sangue aumenta a produção de IGF-I e esse, por sua vez, diminui a produção de GH. Entretanto, para animais em restrição alimentar, essa inter-relação é temporariamente interrompida.
O crescimento compensatório é caracterizado pela manutenção das altas concentrações plasmáticas de GH, o que contribui para a maior deposição de tecido magro nas primeiras semanas de ganho compensatório. Durante a restrição, os níveis de IGF-I estão levemente diminuídos e, progressivamente, aumentam durante a realimentação.
Ao final da restrição, existe um aumento significativo do nível de insulina no sangue, o que permite que mais nutrientes sejam usados no processo de síntese de tecidos, particularmente de proteína.
f. Composição corporal
Quando os animais recebem restrição muito severa e longa, principalmente em animais jovens, esses indivíduos terão sua capacidade de crescimento permanentemente comprometida. Dessa forma, seu peso adulto será menor, por causa do menor comprimento da ossatura e menor peso dos músculos.
Restrições em animais mais jovens resultam em animais com perda permanente da capacidade de crescimento e, consequentemente seriam mais gordos quando abatidos ao mesmo peso.
Quando a restrição é menos severa, os animais tendem a ganhar mais proteína e menos gordura. Há também um crescimento mais acelerado dos ossos e músculos.
Uma das razões para o aumento da deposição de proteína no inicio da realimentação é a necessidade de aumento do trato gastrointestinal e do fígado para metabolizar a maior quantidade de nutrientes que o animal passa a ingerir (Ryan,1990).
Duração do crescimento compensatório
A extensão do período de ganho compensatório vai depender do grau e da duração do período da restrição e da dieta no período de realimentação. Tipicamente, espera-se um período de 60 a 90 dias de crescimento compensatório (National Research Council,2000).
MEDIDAS DE ORDEM GERENCIAL
O sucesso econômico da atividade envolve e depende diretamente da interação, motivação e ação humana sobre os demais fatores de produção. Deve-se manter, obrigatoriamente, a ordem na propriedade, sendo refletido na limpeza das instalações e equipamentos, os quais devem ser catalogados e sempre guardados nos seus devidos lugares.
Quanto à legislação trabalhista, deve-se seguir à risca, não cabendo nenhum tipo de improvisações ou adaptações. 
O treinamento da mão-de-obra, reciclagem de conhecimento e, exigência de escolarização devem ser políticas rotineiras na propriedade. 
A propriedade deve criar mecanismos de participação dos funcionários nos resultados financeiros.CONSIDERAÇÕES FINAIS
A bovinocultura de corte brasileira indica a necessidade de avanços dos sistemas de produção em direção à intensificação e profissionalização das unidades produtoras para o adequado atendimento do mercado consumidor.
O comportamento reprodutivo das matrizes é o fator determinante da eficiência produtiva e da rentabilidade da atividade de cria na pecuária de corte.
Deve-se buscar melhorias na eficiência biológica dos sistemas de produção em conjunto com a redução dos custos e adoção de técnicas modernas de gerenciamento de recursos humanos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. PIRES, V. A. BOVINOCULTURA DE CORTE. Ed. Fealq. 2010.
2. OLIVEIRA, R. L.; BARBOSA, M. A. A. F.; LADEIRA, M. M.; SILVA, M. M. P.;
ZIVIANI, A. C.; BAGALDO, A. R.. NUTRIÇÃO E MANEJO DE BOVINOS DE CORTE NA FASE DE CRIA. Revista Brasileira de Saúde e Produção Animal., v.7, n.1, p. 57-86, 2006.
3. OLIVEIRA, R. L.; BARBOSA, M. A. A.; LADEIRA, M. M.; SILVA, M. M. P.; ZIVIANI, A. C. NUTRIÇÃO E MANEJO DE BOVINOS DE CORTE NA FASE DE CRIA. II SIMBOI - Simpósio sobre Desafios e Novas Tecnologias na Bovinocultura de Corte, 29 a 30.04.2006, Brasília-DF.
4. CORREA, C. C.; VELOSO, A. F.; LIMA, B. M.ET AL.. GERENCIAMENTO DA PECUÁRIA DE CORTE NO BRASIL: CRIA, RECRIA E ENGORDA DE BOVINOS A PASTO. Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural, Porto Alegre, 2009.
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