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COMUNICAÇÃO OFICIAL 1 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR Comunicação Oficial A Comunicação Oficial estabeleceu-se como forma de registrar, analisar, avaliar, controlar e dinamizar diferentes processos e procedimentos da Administração Pública, permitindo que diversos segmentos atuem de forma harmoniosa, dando continuidade a planos e projetos e mantendo a memória da organização. Apresenta, como único emissor, o Serviço Público, representado por diferentes setores, e, como receptor, o próprio Serviço Público (quando as informações são dirigidas de um órgão a outro) ou o conjunto de cidadãos ou instituições (o público). Abrange tanto a produção escrita (atos administrativos, comunicações oficiais e atos normativos), divulgada ou publicada em meio competente, quanto a produção oral (palestras, reuniões, congressos, entrevistas e videoconferências), a cada dia mais valorizada em função dos princípios da moderna Administração Pública. Quanto ao direcionamento e fluxo da informação, pode ocorrer a comunicação horizontal, transmitida por pessoas ou unidades de mesmo nível, a comunicação descendente, do nível superior para o inferior, e a comunicação ascendente, do nível inferior para o superior. Veiculada, interna ou externamente, a Comunicação Oficial precisa adequar-se, ainda, a critérios e normas de documentação e publicação, com o objetivo de padronizar a produção textual no âmbito do Serviço Público. Como decorrência do contexto da Administração Pública, deve caracterizar-se pela impessoalidade, clareza, concisão, correção, formalidade e uniformidade que garantem a compreensão da mensagem oficial. O respeito a esses critérios visa a construir uma imagem institucional, identificável na formatação dos documentos e no tratamento criterioso da informação. A padronização não se deve ser confundida, no entanto, com modelos fixos de mensagens que acabam limitando o processo de elaboração textual e enrijecendo a expressão. Como o assunto é de interesse institucional, existe, ainda, um natural restrição do universo temático das Comunicações Oficiais. A neutralidade surge, assim, como conseqüência, já que as mensagens são emitidas em nome do Serviço Público, por seus legítimos representantes. Mesmo quando as informações dependem de uma avaliação técnica ou jurídica, as opiniões devem ser fundamentadas criteriosamente, com base no conhecimento específico aplicado ao contexto público, observando-se os princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência, apontados no art. 37 da Constituição Federal. Apesar de a formalidade e a padronização constituírem requisitos indispensáveis à uniformização dos atos oficiais, facilitando a comunicação administrativa, ao estabelecerem parâmetros de formatação, critérios de hierarquia e definição de canais adequados à expressão de fatos circunstanciados em que se baseiam os agentes públicos no desempenho de suas funções, a Comunicação Oficial não se restringe a esses conceitos. Como o texto no contexto público é destinado a informar, acompanhar, controlar e dinamizar as funções administrativas, é fundamental programar-se para um exercício consciente e apropriado, em que formatos e padrões constituem, apenas, um dos lados da questão. Diante dos desafios apresentados na atualidade, cumpre desenvolver, paralelamente, uma visão crítica, capaz de expor idéias, propor soluções e atingir resultados. A redação oficial é a forma como o Poder Público redige atos normativos e comunicações. COMUNICAÇÃO OFICIAL 2 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR Na última postagem do Comunicação e Tendências, Maria Alana Brinker falou sobre concursos públicos (clique aqui e confira o post). Logo comecei a pensar na minha coluna aqui no blog. Afinal, todos os concursos avaliam a Língua Portuguesa. Só que, mais que isso, alguns concursos avaliam conhecimentos específicos que exigem habilidades com o idioma. E não estou falando das redações, que ocorrem em milhares de processos seletivos. Em alguns casos, os conhecimentos específicos versam sobre teorias já estudadas nas cadeiras de Comunicação, mesmo quando as vagas são para graduados em qualquer curso superior. E aí? Será que temos alguma vantagem nisso? Depende da sua memória… Você ainda lembra com facilidade dos ensinamentos da sala de aula, lá das disciplinas de Língua Portuguesa, de Linguagem Jornalística, ou de Comunicação Empresarial? O lado negativo é que o conhecimento do idioma exige esforço, e não bastam algumas aulas na graduação ou na pós. O lado positivo é que, invariavelmente, se você já viu o conteúdo antes e se dedicou a estudar durante o curso, a matéria será menos complicada para você. Vejamos um exemplo… No início de 2013, houve concurso para o Ministério da Cultura. As vagas eram para graduados em Ciências Humanas ou Sociais. Entre os assuntos sobre Língua Portuguesa listados no edital, além de todos aqueles que estão na gramática (formação de palavras, sintaxe, pontuação, etc.), havia o assunto “redação oficial”. Sobre redação oficial, a Presidência da República disponibiliza um manual em PDF de 138 páginas. É muita coisa para absorver diante de tantos outros assuntos para estudar, então é melhor nem comentar os itens do edital que falavam sobre Direito. Já dá para imaginar que não eram poucos, e o nosso assunto aqui é Língua Portuguesa… A redação oficial é a forma como o Poder Público redige atos normativos e comunicações. Possui suas regras específicas, entretanto, muitas delas já são do nosso conhecimento, adquiridas nos tempos de estudante. Vejam que ela deve ser redigida com impessoalidade, uso do padrão culto da língua, clareza, concisão, formalidade e uniformidade. Quanta coisa! Mas vejam que esses assuntos nós já estudamos antes, então é mais fácil. Lembrem-se dos professores que ensinaram a redigir releases; o que eles disseram mesmo? Objetividade, norma culta, concisão, etc. Além disso, o manual fala sobre “comunicador”, “receptor”, “conjunto dos cidadãos”, expressões que a gente já conhece das aulas de Teorias da Comunicação. E, finalmente, uma conclusão interessante: a finalidade básica da redação oficial é comunicar. Assim, qualquer forma particular ou pessoal de redigir não é admitida. O segundo capítulo do Manual de Redação da Presidência da República versa sobre as comunicações oficiais. Fala dos pronomes de tratamento relacionados a cada cargo público. Em seguida, trata das correspondências. Sim, são as mesmas correspondências que a professora Cleuza Cesca explica no seu livro Comunicação Dirigida Escrita na Empresa, especificamente o ofício. Vejam o que Cesca diz no livro sobre o ofício: “É quase que exclusivamente utilizado no serviço público, na comunicação entre chefias e com o público externo. Na empresa privada, só é usado quando for dirigir-se ao serviço público”. Cesca faz a ressalva de que como o texto do ofício é geralmente dirigido a autoridades, é necessário observar os pronomes de tratamento adequados a cada cargo. A estrutura do ofício é semelhante à de qualquer correspondência, com as suas peculiaridades: Tipo e número do expediente, seguido da sigla do órgão que o expede. Exemplo: Of.123/2002-MME; Local e data em que foi assinado, por extenso, com alinhamento à direita. Exemplo: Salvador, 10 de junho de 2013; Assunto: resumo do teor do documento. Exemplo: Necessidade de aquisição de novos computadores; Destinatário: o nome e o cargo da pessoa a quem é dirigida a comunicação; Texto: composto de introdução, desenvolvimento e conclusão; Fecho: tem a finalidade de saudar o destinatário. Exemplo: Respeitosamente, (para autoridades superiores) ou atenciosamente, (para autoridades de mesma hierarquia ou hierarquia inferior); Assinatura do autor da comunicação; COMUNICAÇÃO OFICIAL 3 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR Identificação do signatário: exibe o nome e o cargo da autoridade que expede o ofício. Tratando em minúcias, o exemplo que trouxe é apenas um itemde um assunto do edital de um concurso específico. E é verdade que qualquer concurso público exige do candidato um conhecimento quase enciclopédico. É verdade também que, na maioria das vezes, a avaliação aprova aquele que decorou mais, como vimos no último texto do Comunicação e Tendências. Ou seja, a aprovação em um concurso público exige muitas e muitas horas de estudo e decoreba. Primeiro, a utilidade de entender sobre as comunicações oficiais é teórica, uma necessidade para aumentar as chances de acertar as questões da prova. Depois, prática, para aqueles que precisarão dominar os macetes da redação para o exercício da função no cargo público. Não havendo aprovação, por sua vez, é reconfortante pensar que o conhecimento adquirido não se perde. Mesmo que você não passe no primeiro, no segundo, ou no terceiro concurso, alguma coisa você aprenderá nesta trajetória. Até que, se não desistir de estudar e continuar tentando, você conseguirá uma vaga e a sonhada estabilidade. O bom é saber que, quando isso acontecer, será por merecimento. E, afinal, conhecimento nunca é demais. Bons estudos! Espécies de Documentos Ata - modalidade de documento oficial em que um resumo é feito em um livro específico, sobre os fatos mais importantes ocorridos em uma assembleia, reunião ou sessão. Atestado - modalidade de documento oficial em que uma pessoa atesta algo em favor de outra, firmado veracidade acerca de algum fato. Aviso - modalidade de comunicação oficial expedida exclusivamente por Ministros de Estados para autoridades da mesma hierarquia. Carta - modalidade de comunicação oficial de órgãos públicos para outrem em situações não- cerimoniosas. Tem sido substituída pelo Ofício. Certidão - modalidade de documento oficial emanado de autoridade pública fornecida ao interessado atestando fatos verificados de acordo com registros em livros, processos ou documentos das repartições públicas. Circular - modalidade de comunicação oficial multidirecional, ou seja, vários destinatários, escrita muitas vezes por ofício, carta ou memorando, sendo identificadas como ofício-circular, carta-circular ou memorando-circular. Decreto - atos administrativos expedido por um dos três poderes, competência exclusiva do Chefes do Executivo, Legislativo ou Judiciário, destinados a prover situações gerais ou individuais, abstratamente previstas, de modo expresso ou implícito na lei. Quando pelo Executivo, é assinado pelo Presidente da República, Governadores dos Estados ou Prefeitos. Quando pelo Legislativo, está sujeito à promulgação do Presidente do Senado Federal na regulação de matérias de competência exclusiva Congresso Nacional. Se pelo Judiciário, pelos magistrados e juízes no caso das sentenças judiciais. Decreto-Lei - norma administrativa com efeito de lei, expedido pelo poder executivo quando o legislativo estiver com poder suspenso. Despachos - modalidade de comunicação oficial de autoridades sobre assuntos de competência, submetidos a sua apreciação em autos ou papéis administrativos. Edital - modalidade de documento de acesso público de ordem oficial. Exemplo: edital de um concurso público contém todas as regras e normativos do certame. Exposição de Motivos - modalidade de comunicação oficial em que o Vice-Presidente da República, Ministros de Estados ou dirigentes de órgãos se dirige ao Presidente da República, expondo fatos que justifiquem necessidades de medidas ou providências para a solução de problemas. Por exemplo, proposição de projeto de ato normativo, medidas ou comunicação de determinado assunto. Lei - norma ou conjunto de normas jurídicas, emanada pelas autoridades competentes, com efeito de obrigatoriedade onde se cria, extingue ou modifica direito. COMUNICAÇÃO OFICIAL 4 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR Memorando - modalidade de comunicação oficial interna entre unidades administrativas de um órgão. Possui agilidade em sua tramitação e simplicidade em procedimentos burocráticos. Mensagem - modalidade de comunicação oficial trocada entre os Chefes dos Três Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário). Notas - modalidade de comunicação oficial entre o Ministério das Relações Exteriores e as Representações Diplomáticas. Ofício - modalidade de comunicação oficial trocada entre autoridades. Ordem de Serviço - modalidade de documento oficial autorizando a execução de algum serviço por órgãos públicos subordinados ou servidores dos mesmos. Portaria - ato administrativo expedido por autoridade pública por meio do qual instruções são dadas para a execução de um serviço, uma lei, regulamento, nomeação, demissão ou medida disciplinar. Regimento - conjunto de princípios ou normas que estabelecem o funcionamento interno de um órgão público ou repartição. Regulamento - conjunto de normas ou regras estabelecidas de forma organizada para a execução de uma lei. Relatório - modalidade de comunicação oficial contendo um conjunto de informações expondo o desenvolvimento de algum serviço à autoridades superiores. Requerimento - modalidade de comunicação oficial em que solicitações ou pedidos são feitos a órgãos públicos ou autoridades competentes. O que é Gestão Documental? Gestão Documental é um conjunto de normas, procedimentos e métodos de trabalho que permitem a tramitação, produção, avaliação, uso e arquivamento de documentos oficiais. Suas principais funções são: fornecer evidências, condução transparente das atividades e controle de informações. Relativa à Gestão Documental, a Constituição Federal prevê, em seu Artigo 216, Parágrafo 2º: § 2º - Cabem à administração pública, na forma da lei, a gestão da documentação governamental e as providências para franquear sua consulta a quantos dela necessitem. Origem e Objetivos da Gestão Documental Considerando-se as exigências do amplo acesso às informações do governo, e com a prioridade de se racionalizar e simplificar esse procedimento, algumas normas foram estabelecidas para que garantisse agilidade e precisão na recuperação de documentos e eliminação daqueles cujos valores estivessem esgotados. Para isso, parâmetros técnicos de gestão documental foram determinados para a produção, tramitação, avaliação, uso e arquivamento de documentos. Essa medida contribuiu para o atendimento eficaz às demandas da sociedade, no que diz respeito à transparência e acesso rápido e facilitado às informações do governo. Segundo o livro “Gestão Documental Aplicada”, de Ieda Pimenta e Hilda Delatorre, a Gestão Documental tem por objetivos: COMUNICAÇÃO OFICIAL 5 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR Assegurar o pleno exercício da cidadania; Agilizar o acesso aos arquivos e às informações; Promover a transparência das ações administrativas; Garantir economia, eficiência e eficácia na administração pública ou privada; Agilizar o processo decisório; Incentivar o trabalho multidisciplinar e em equipe; Controlar o fluxo de documentos e a organização dos arquivos; Racionalizar a produção dos documentos; Normalizar os procedimentos para avaliação, transferência, recolhimento, guarda e eliminação de documentos; Preservar o patrimônio documental considerado de guarda permanente. Princípios Arquivísticos Conhecidos por serem um marco principal que diferencia a arquivística de outras ciências documentárias, os princípios arquivísticos são divididos em: Princípio da Proveniência De acordo com esse princípio, os arquivos devem ser organizados de acordo com as atividades exercidas pela instituição, fixando a identidade do documento ao seu produtor ou ao profissional responsável pela produção, acumulação ou guarda dos documentos. Os arquivos não devem ser misturados aos outros de origem distinta, respeitando-se a sua individualidade dentro de um contexto orgânico de produção. Princípio da Organicidade Os conjuntos documentais são um reflexo do que representam as relações administrativas orgânicas; portanto, o princípio da organicidade diz respeito ao espelhoda estrutura, funções e relações internas e externas de uma entidade, gerados pelos arquivos. Princípio da Unicidade Em função do contexto em que foram produzidos e independente de sua forma, gênero, tipo ou suporte, os documentos de arquivo são caracterizados pela propriedade de conservar um caráter único. Princípio da Indivisibilidade ou Integridade Destruição não autorizada ou qualquer forma de dispersão indevida devem ser evitados, de acordo com o princípio de integridade, que defende que os fundos de arquivo devem ser preservados. Princípio da Cumulatividade De acordo com esse princípio, o arquivo possui três características em sua formação, como ser progressivo, natural e orgânico. Fases da Gestão A gestão de documentos se divide em três fases básicas, são elas: Produção de documentos (1ª Fase) Esta fase trata da elaboração de documentos, de acordo com atividades específicas executadas por um órgão ou setor. COMUNICAÇÃO OFICIAL 6 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR Prioriza-se a criação de documentos úteis e descarta-se a produção dos que não são essenciais, diminuindo a quantidade a ser manuseada, armazenada, controlada ou eliminada, possibilitando o uso adequado de alguns recursos como a automação e a reprografia. Utilização de documentos (2ª Fase) O fluxo percorrido pelos documentos é um exemplo desta fase, pois esse processo é fundamental para que a sua função administrativa seja cumprida. A guarda desses documentos, logos após cessar seu trâmite, também é um exemplo desta fase. Destinação de documentos (3ª Fase) Nesta fase se decide quais documentos devem ser eliminados e quais serão preservados, baseando- se em análise, seleção e fixação de um prazo de guarda. Níveis de Aplicação São quatro os níveis em que a aplicação de um programa de gestão de documentos pode ser desenvolvida. São eles: Nível mínimo Nesse nível, é estabelecido que o órgão deve, como base em procedimentos, reter e eliminar documentos, assim como recolher aqueles que possuem valor permanente, de acordo com a instituição arquivística pública. Nível mínimo ampliado Serve de complemento ao nível mínimo, existindo de um a mais centros de arquivamento intermediário. Nível intermediário Nível mínimo e ampliado estão juntos nesta categoria que adota programas básicos para elaboração e gestão de formulários, além de correspondência e implantação de sistemas de arquivos. Nível máximo Todas as atividades acima descritas estão inclusas nesse nível, que é complementado por gestão de telecomunicações, diretrizes administrativas e utilização de recursos da automação. Modelos de Gestão Documental Existem alguns modelos de arquivos estabelecidos para a realização de atividades pertinentes à instituição, por exemplo: formulário de proposta de atualização da tabela de temporalidade e/ou plano de classificação documental; modelo de espelho que acompanha documentos para arquivo; termo de transferência de documentos; relação de eliminação de documentos; termo de eliminação de documentos; edital de ciência de eliminação de documentos e termo de retirada de documentos. Gestão de Arquivos Correntes O desenvolvimento de atividades internas rotineiras de uma instituição requer a existência de documentos correntes. Consequentemente, a classificação, o registro, autuação, controle da tramitação, expedição e o arquivamento facilitam o acesso às informações que se encontram contidas neles. Tais operações técnicas caracterizam o que se pode chamar de serviços de gestão de documentos correntes. Definições e Conceitos Básicos da Gestão Documental Documento Qualquer informação registrada, independente do formato ou suporte, é conhecida como documento. Há dois tipos: O Documento eletrônico – registro no meio eletrônico e que existe apenas no mundo virtual – e o Documento físico – informações geralmente registradas no papel. COMUNICAÇÃO OFICIAL 7 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR Processo Quando um documento avulso ou o conjunto deles são autuados e implica responsabilidade administrativa, técnica, ou financeira, com o objetivo de esclarecer um determinado assunto. É instruído por despachos ou inserção de outros documentos de análise, informações e decisões, durante a sua tramitação. Recebimento de documentos Quando o documento ou processo passa pela primeira etapa de tratamento, dá-se o nome de recepção. Trâmite O Trâmite é definido por toda a movimentação realizada por um processo ou documento, de uma unidade para outra, interna ou externamente. Autuação A partir do momento em que um processo é criado, ocorre a autuação. Essa ação geralmente decorre de um documento avulso. Juntada União de um processo a outro, ou a um documento avulso com NUP. Arquivamento Nome que se dá ao conjunto de documentos que são produzidos e recebidos, de acordo com o exercício de atividades por instituições públicas ou privadas, independente da natureza ou suporte deles, sendo mantidos em um local apropriado. Grau de Sigilo Os documentos são classificados em relação ao grau de acesso ao seu conteúdo em dois níveis: Ostensivos: Acesso livre, não possuem restrição. Sigilosos: Possuem alguma restrição ao acesso. Com base na lei de acesso à informação (12.527/11), os documentos classificados como sigilosos também subdividem-se em: Ultrassecreto: prazo de duração até 25 anos, prorrogável uma vez por igual período; Secreto: prazo de duração até15 anos; Reservado: prazo de duração até 5 anos. Conceito Redação oficial é o meio utilizado para o estabelecimento de relações de serviço na administração pública e corresponde ao modo uniforme de redigir atos normativos e comunicações oficiais. Para que se alcance a efetividade dessas relações, são traçadas normas de linguagem e padronização no uso de fórmulas e estética para as comunicações escritas, as quais são revestidas de certas peculiaridades restritas ao meio. As comunicações oficiais devem primar pela objetividade, transparência, clareza, simplicidade e impessoalidade. Nesse sentido, a redação oficial, da qual se deve extrair uma única interpretação, há de procurar ser compreensível por todo e qualquer cidadão brasileiro. COMUNICAÇÃO OFICIAL 8 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR Com esses cuidados, é possível aprimorar um item fundamental na profissionalização do servidor, na racionalização do trabalho e na redução dos custos. Características gerais Impessoalidade O tratamento que deve ser dado aos assuntos próprios das comunicações oficiais decorre: a) da necessária ausência de impressões individuais de quem comunica: é sempre em nome do Serviço Pú- blico que é feita a comunicação; b) da impessoalidade de quem recebe a comunicação: o destinatário deve ser tratado de forma homogênea e impessoal; e c) do caráter impessoal do assunto tratado: o tema das comunicações oficiais é, basicamente, assunto relativo às competências do órgão de onde parte a comunica- ção. Clareza A clareza deve ser a qualidade básica de todo o texto oficial, buscando possibilitar imediata compreensão pelo leitor. Um texto claro depende da organização do pensamento e do processo de redação. O autor deve, conseqüentemente, expressar a totalidade de sua idéia a partir da mensagem central do documento e de forma que o texto apresente coerência e evidência. Como a mensagem central conduz o conteúdo e, portanto, a ordem da informação, ela determina a direção do documento. Além disso, fornece subsídios ao redator para definir sobre o que deverá ser expresso no papel. O documento a ser escrito deve obedecer aos pré-requisitos básicos: a) abertura: frase direta sobre o assunto, de forma que o leitor, após ler o primeiro parágrafo, tenha o conhecimento do assunto; b) estrutura: desenvolve a abertura e traz os detalhes necessários, disponibilizados pela ordem de importância, magnitude, interesse ou urgência; e c) encaminhamento: a aparência do documento é de fundamentalimportância na exposição de uma mensagem. Portanto, devem-se usar parágrafos e frases curtas com uma só idéia central e palavras de uso corrente com verbos na ativa. Concisão A concisão é a característica de transmitir o máximo de informações com um mínimo de palavras, fazendo desaparecer do texto os excessos lingüísticos que nada acrescentam a essas informações. Para se produzir um texto conciso é necessário: a) conhecer o assunto sobre o qual se escreve; b) eliminar palavras inúteis, redundâncias e passagens que nada acrescentam ao que foi dito; c) manter o emprego cuidadoso de adjetivos, sem exageros; d) articular a linguagem, técnica ou comum, de modo que enseje perfeita compreensão do objetivo do texto; e) expressar a idéia, quando repetida no texto, por meio das mesmas palavras, evitando o emprego de sinonímia com propósito meramente estilístico; f) evitar o emprego de expressão ou palavra que confira duplo sentido ao texto; g) construir as orações na ordem direta, evitando preciosismo, neologismo e adjetivações dispensáveis; COMUNICAÇÃO OFICIAL 9 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR h) buscar a uniformidade do tempo verbal em todo o texto das normas legais, dando preferência ao presente ou futuro simples do presente; i) usar os recursos de pontuação e as regras gramaticais e ortográficas de forma correta e sensata, evitando os abusos de caráter estilístico; e j) disciplinar o uso de expressões e fórmulas, desaconselhando-se a utilização de alguns fechos prolixos tais como: • para os devidos fins; • de ordem superior; • chamo a atenção de V. Sa.; • reporto-me ao seu ofício em referência; e • o assunto em epígrafe. Deve-se evitar o uso de linguagem restrita a determinados grupos, com a utilização de regionalismos vocabulares ou jargão técnico. A linguagem técnica deve ser empregada apenas em situações pertinentes ao texto de natureza técnica. Elementos para a estrutura da redação oficial Pronomes de tratamento Os pronomes de tratamento representam a forma de tratar as pessoas com quem se fala ou a quem se dirige a comunicação. Os pronomes de tratamento podem apresentar três formas diferentes: a) quando constitui um chamado à pessoa: Excelência, aqui venho, cumprindo a sua ordem; b) quando estabelece o diálogo com a pessoa: Vim falar a Vossa Excelência; e c) quando indica a pessoa de quem se fala: Estou chegando de uma conversa com Sua Excelência. Os pronomes de tratamento são sempre os da terceira pessoa: “Vossa Senhoria nomeará seu substituto”;” Vossa Excelência conhece o assunto”. Quando se refere à terceira pessoa, o pronome de tratamento é precedido de Sua: “Sua Excelência, o Presidente da República houve por bem vetar...”. Quanto aos adjetivos referidos a esses pronomes, o gênero gramatical deve coincidir com o sexo da pessoa a que se refere, e não com o substantivo que compõe a locução. Assim, se o interlocutor for homem, o correto é “Vossa Excelência está atarefado”; se for mulher, “Vossa Excelência está atarefada”. A boa norma evita abreviar os pronomes de tratamento em correspondências dirigidas às principais autoridades: Presidente e Vice-Presidente da República, Ministros de Estado, Ministros do Supremo Tribunal Federal e Superior Tribunal de Justiça, Governadores de Estado, Prefeitos Municipais e autoridades eclesiásticas de maior hierarquia. Nesses casos, aconselha-se o uso por extenso dos pronomes de tratamento. Notas: • Foi abolido o uso do tratamento Digníssimo e Ilustríssimo, sendo suficiente o uso do tratamento Senhor, para as autoridades que recebem tratamento de Vossa Senhoria; • Os títulos Doutor e Professor são sempre relativos à pessoa e, por isso, não devem se referir a um cargo ou uma função; e COMUNICAÇÃO OFICIAL 10 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR • Doutor, que é um título adquirido mediante cursos de doutorado, não deve ser utilizado como forma de tratamento. Fechos para as comunicações oficiais O fecho para as comunicações oficiais possui a finalidade de marcar o fim do texto e de saudar o destinatário. Com o intuito de simplificar e padronizar os fechos de comunicações oficiais foi estabelecido o emprego de somente dois fechos para todas as modalidades: para autoridades superiores, inclusive o Presidente da República: Respeitosamente, para autoridades de mesma hierarquia ou de hierarquia inferior: Atenciosamente, Nota: Ficam excluídas dessas fórmulas as comunicações dirigidas às autoridades estrangeiras, que atendem a rito e tradição próprios. Identificação do signatário Toda comunicação oficial deve apresentar: a) em caixa alta e baixa o nome da autoridade que a expede; b) em caixa alta e baixa o cargo (por extenso, sem o uso de abreviaturas), logo abaixo do local reservado para assinatura, exceto as assinadas pelo Presidente da República. Forma de identificação: (assinatura) (Nome) (Cargo do signatário) Exemplo: João Carlos Magalhães Diretor do Departamento de Suporte Havendo necessidade de duas assinaturas, fica à esquerda a da autoridade responsável (no uso das atribuições) e à direita a do co-responsável (que fornece apoio técnico e logístico). A autoridade responsável é aquela que responde diretamente pelas competências e pelas atribuições da unidade e o co-responsável é a autoridade da unidade que fornecerá o apoio técnico e/ou logístico para o desempenho da atividade. Na maioria dos casos, o próprio documento define quem é o responsável direto e o responsável indireto. Forma de identificação: (assinatura) (assinatura) (Nome do responsável) (Nome do co-responsável) (Cargo do signatário) Cargo do signatário) Nota: Recomenda-se não deixar a assinatura em página isolada do documento. Sugere-se transferir para a última página ao menos o último parágrafo do documento. Endereçamento O endereçamento é feito com a transcrição do nome completo do destinatário e seu endereço (rua, número, Código de Endereçamento Postal (CEP), cidade e sigla do estado, (UF), iniciando-se a partir da metade inferior do anverso do envelope, à esquerda, a fim de deixar espaço suficiente para selagem na metade superior direita. No verso do envelope deve constar o nome completo do remetente e seu endereço. Quando se tratar de destinatários residentes fora do Brasil, devem ser obedecidas as normas de endereçamento do país de destino, incluindo-se, após o código da cidade, o nome do país, em português. O restante do endereço é escrito na língua estrangeira correspondente. Siglas COMUNICAÇÃO OFICIAL 11 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR a) escreva as siglas que são pronunciáveis, no mesmo corpo do texto e somente com a inicial maiúscula. Exemplo: Aisan, Opas, Depin, Ascom, Desai. (Exceções: CNEN e EMFA); b) não use pontos intermediários ou pontos finais. Exemplo: SUS; c) nas siglas consagradas pelo uso, observe o princípio de que a primeira referência no texto seja acompanhada de explicitação de seu significado. Exemplo: Assessoria de Comunicação e Educação em Saúde (Ascom); d) escreva em maiúsculas todas as siglas até três letras. Exemplo: UCA, OMS, SIM, AIS; e) escreva em maiúsculas as siglas com quatro letras ou mais quando se pronunciar separadamente cada uma das letras ou parte delas. Exemplo: INSS, BNDES, IBGE; f) mantenha na forma original as siglas que em sua origem trazem letras maiúsculas e minúsculas na estrutura. Exemplo: UnB, CNPq, CBAt; g) use apenas as siglas já existentes, evitando criá-las apenas porque o texto exige palavras curtas; h) evite a profusão de siglas; i) as siglas dos órgãos estrangeiros que tiverem nome traduzido em português deverão seguir essa designação e não a original. Exemplo: Organização das Nações Unidas (ONU), Fundo Monetário Internacional (FMI); j) nos outros casos, mantém-se a sigla estrangeira, mesmo que o seu nome em português não corresponda perfeitamente à sigla. Exemplo: Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO); k) para o pluraldas siglas basta acrescentar o s, sem o apóstrofo. Exemplo: Assessorias de Comunicação (Ascoms) Departamentos Nacionais de Trânsito (Denatrans); Coordenações Regionais (Cores); Agentes Indígenas de Saúde (Aisans); Distritos Sanitários Indígenas (Dseis); e Organizações Não-Governamentais (ONGs). Destaques e números a) use itálico nas expressões estrangeiras e latinas; b) use negrito para destacar alguma palavra no texto. (Evite excessos); c) use as notas de rodapé escritas com corpo (tamanho da letra) de 8 a 10 pontos; d) a separação de palavras deve ser evitada. Se, entretanto, for inevitável, não separe algarismos, nomes próprios, valores, siglas e ditongos; e) o documento, quando numerado, qualquer que seja (lei, decreto, ofício, memorando, etc.), adquire identificação própria e, portanto, leva letra maiúscula na inicial. Quando se faz referência a qualquer um deles, desde que numerado, mantém-se a maiúscula. Exemplo: “Recebi o Ofício nº 125, de 25.10.1999, que passo a responder, nos termos do Decreto nº 100, ...”; f) com números redondos, use sempre por extenso as medidas que exprimem distância ou comprimentos. Exemplo: 40 quilômetros, 12 metros. Nos títulos e tabelas, pode-se usar a abreviatura 40 km, 12 m. As abreviaturas não têm ponto nem plural e há espaço entre o número e elas. Exemplo: 4 m, 16 km e 50 cm; g) a indicação do ano não deve conter ponto entre as casas de milhar e centena. Exemplo: 1998, 1999, 2000; h) a datação dos expedientes deve obedecer a duas regras básicas: começar com letra maiúscula e terminar com ponto. A cidade de origem é seguida de vírgula, antes da data. Sem citar a cidade, usa- se “Em”, não seguido de vírgula. Exemplo: Brasília, 19 de julho de 1999; Em 19 de julho de 1999; i) não é preciso inovar, basta aplicar os fundamentos da redação. A seguir, algumas sugestões: COMUNICAÇÃO OFICIAL 12 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR • adote como norma a ordem direta: sujeito – verbo – complementos; • não tenha pressa ao escrever. Gaste seu tempo para que o leitor economize o dele; • elimine o que é supérfluo. Seja objetivo. Ninguém tem tempo para ficar “meditando” sobre aquilo que você escreveu; • evite frases muito longas, com excesso de pontuação; • prefira: - o termo mais simples; - o sinônimo mais curto; - o singular ao plural; - o presente ao futuro; - o termo concreto ao abstrato; - o particular ao genérico; - o explícito ao implícito; - o positivo ao negativo. • evite: - verborragia: excesso de palavras; - enxertos desnecessários: somente citações indispensáveis; - nariz-de-cera: vá direto ao assunto; - preciosismos. _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________