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1 Estudo Dirigido IV Nome do/a aluno/a: Bianka Scapin, Cláudio dos Santos Paulino, Ivan Cesar Tremarin, Simão Albuquerque Paiva e, Marliete Alves de Cabral. Curso: Engenharia Ambiental e Sanitária Disciplina: Projeto Integrador - Sistema Alternativo de Tratamento de Água Professor: Jaqueline Miranda Tutor: Helizângela A Albéfaro Reggiani Costa CONSTRUÇÃO E AVALIAÇÃO DO SISTEMA ALTERNATIVO DE TRATAMENTO DE ÁGUA: ANÁLISE E RESULTADOS O presente trabalho tem como objetivo relatar a eficácia de um sistema alternativo de tratamento de água, baseado na filtração lenta com areia e posterior desinfecção com hipoclorito de sódio. O projeto foi concebido considerando a realidade de comunidades rurais que enfrentam desafios relacionados ao acesso a tecnologias adequadas de saneamento básico. As diretrizes que nortearam o desenvolvimento do sistema foram fundamentadas em estudos consolidados, como os de Santos et al. (2011), OPAS (2004) e WHO (2011), além das normas da Portaria GM/MS nº 888/2021. A construção do sistema seguiu um modelo de filtro lento de gravidade, com camadas de areia lavada e cascalho. A presença da biocamada (schmutzdecke), naturalmente formada na superfície do filtro, foi cuidadosamente mantida por ser essencial à remoção microbiológica. O processo de desinfecção utilizou hipoclorito de sódio a 2,5% na dosagem padrão recomendada (2 gotas por litro), conforme o Manual da OPAS (2004). Os testes de qualidade da água demonstraram resultados expressivos. A turbidez foi significativamente reduzida, assim como a cor aparente. Mais importante, a análise microbiológica indicou a eliminação total de coliformes totais e E. coli, validando a eficácia do sistema no combate a patógenos. O cloro residual livre, 2 verificado após a aplicação do hipoclorito, esteve presente em níveis adequados, garantindo a segurança da água até o consumo final. Os dados demonstram que o sistema atendeu plenamente aos parâmetros de qualidade estabelecidos pelo Ministério da Saúde, conforme demonstrado no quadro abaixo: Observando os dados acima, nota-se que o sistema foi capaz de reduzir significativamente os parâmetros físicos e eliminar por completo os indicadores microbiológicos. Um sistema convencional de abastecimento urbano pode apresentar resultados semelhantes, porém com custos e complexidade muito superiores. Isso reforça a viabilidade do sistema alternativo em contextos de baixa renda e infraestrutura reduzida. Apesar dos bons resultados, é importante destacar algumas limitações do estudo, como o número restrito de amostras analisadas e o tempo limitado para observação contínua do sistema. Contudo, isso não compromete a validade da metodologia, que se mostrou eficaz dentro das condições propostas. Com base nas análises e nas leituras complementares, conclui-se que o projeto alcançou seus objetivos gerais e específicos. As hipóteses iniciais, de que o sistema seria eficaz, replicável e de baixo custo, foram confirmadas na prática. A metodologia projetada foi suficiente para desenvolver, aplicar e testar o sistema, permitindo uma análise clara e objetiva dos resultados obtidos. Após este estudo, reforçamos nossa posição favorável à disseminação de soluções sustentáveis e acessíveis como esta, alinhadas aos princípios da engenharia sanitária e à promoção da saúde pública. 3 O sistema proposto representa não apenas uma alternativa técnica, mas uma resposta concreta à demanda por justiça ambiental e inclusão social no acesso à água potável. Referências Bibliográficas AQUINO, J. M.; RODRIGUES, R. A. R. Tratamento da água em áreas isoladas: aplicação de filtros lentos de areia. Revista Engenharia Sanitária e Ambiental, v. 15, n. 3, p. 307–314, 2010. BRASIL. Ministério da Saúde. Manual de tratamento de água em pequenas comunidades. 3. ed. Brasília: Fundação Nacional de Saúde (FUNASA), 2013. OPAS – Organização Pan-Americana da Saúde. Manual de Cloração da Água em Pequenas Comunidades Rurais. Brasília: OPAS, 2004. SANTOS, G. R. dos; LIMA, D. C.; LIMA, M. M. de. Filtração lenta de areia como alternativa de tratamento de água em comunidades rurais. Revista Ambiente & Água, v. 6, n. 1, p. 33–44, 2011. WHO – World Health Organization. Household Water Treatment and Safe Storage Manual. Geneva: WHO, 2011. BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria GM/MS nº 888, de 4 de maio de 2021. Estabelece os procedimentos de controle e de vigilância da qualidade da água para consumo humano. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 2021.