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BENS JURÍDIOS CONCEITO, CLASSIFICAÇÃO, ESPÉCIES, DISCIPLINA CONCEITO Bem é tudo quanto corresponde à solicitação de nossos desejos. É tudo que satisfaz à pessoa. (filosófico) Para o direito bem possui acepção econômica, com apreciação pecuniária – bens jurídicos são toda a utilidade física ou ideal, que seja objeto de um direito subjetivo. Ou São coisas materiais ou imateriais que tem valor econômico e que podem servir de objeto a uma relação jurídica. Além dos bens materiais e imateriais temos as prestações que são direitos subjetivos de crédito (obrigacionais), espécies de direitos pessoais. OBJETO DE DIREITOS Objeto de direitos Prestação jurídica Bem jurídico lato sensu: bens jurídicos imateriais e Coisas – bem jurídico materializado BEM X COISA - bem é gênero e coisa espécie. Bem envolve o que pode ser objeto de direito sem valor econômico, ao passo que a coisa restringe-se as utilidades patrimoniais. Coisa é sempre objeto corpóreo, perceptível pelos sentidos (Orlando Gomes). Já M.H.Diniz, no sentido contrário diz que bens seriam espécies de coisas, seguida por Venosa. Objeto de direitos Prestação jurídicaBem jurídico lato sensu bens jurídicos imateriais Coisas – bem jurídico materializado PATRIMÔNIO PATRIMONIO JURÍDICO - Conjunto de direitos e obrigações pecuniariamente apreciáveis. Ou representação econômica da pessoa, vinculando-o à personalidade do individuo, em uma concepção abstrata que se conserva durante a vida da pessoa, independentemente da substituição, aumento ou decréscimo de bens. É uma universalidade de direitos e obrigações de uma pessoa. O patrimônio é um só para cada pessoa: uma pessoa, um patrimônio – mesmo com diversas origens. CLASSIFICAÇÃO DOS BENS JURÍDICOS Bens considerados em si mesmos: bens imóveis e moveis bens fungíveis e infungíveis bens consumíveis e inconsumíveis bens divisíveis e indivisíveis bens singulares e coletivos Bens reciprocamente considerados 2.1. bem principal e bens acessórios 2.1.1. bens acessórios: frutos produtos rendimentos benfeitorias (necessárias, úteis e voluptuárias) Bens públicos e particulares Bem de família – art. 1711 a 1722 é estudado no direito de família. BENS CONSIDERADOS EM SI MESMOS – ARTS. 79 A 91 bens corpóreos e incorpóreos – corpóreos tem existência material, perceptível pelos nossos sentidos, como os bens móveis e imóveis em geral. Já os incorpóreos são aqueles abstratos, de visualização ideal (não tangível) tendo existência apenas jurídica, por força da atuação do direito, produtos do intelecto, com valor econômico. Os corpóreos podem ser objeto de compra e venda, já os incorpóreos objeto de cessão. Bens imóveis e móveis – Imóveis não podem ser transportados de um lugar para outro sem alteração de sua substância. Já os móveis são passíveis de deslocamento. Nesta categoria temos aquele que se deslocam ou são suscetíveis de movimento próprio, chamados de semoventes (um animal). Os bens imóveis classificam-se em: Imóveis por sua própria natureza – art. 79 – o solo e tudo quanto se lhe incorporar natural ou artificialmente. As arvores destinadas ao corte (CC16) móveis por antecipação. Imóveis por acessão física, industrial ou artificial – é tudo quanto o homem incorporar permanentemente ao solo, como a semente lançada à terra, os edifícios e construções de modo que não o possa retirar sem destruição ou dano – art. 79. Acessão significa incorporação, união física com aumento de volume da coisa principal. Materiais provisoriamente separados de um prédio para nele mesmo se reempregarem não perdem a natureza de imóveis. Imóveis por acessão intelectual – aqueles que intencionalmente o proprietário destinar e manter no imóvel para exploração industrial, aformoseamento ou comodidade. São chamados de pertenças – bens acessórios. Imóveis por determinação legal - Os direitos reais sobre imóveis e as ações que os asseguram e o direito a sucessão aberta – art. 80 I e II. Os bens móveis se classificam em: Móveis por sua própria natureza – podem ser transportados, sem deterioração de sua substância, mediante emprego da força alheia. Móveis por antecipação – bens incorporados ao solo, são destinados a serem destacados e convertidos em móveis, ex. arvores para corte. Moveis por determinação legal – as energias que tenham valor econômico, os direitos reais sobre objetos móveis e as ações correspondentes, os direitos pessoais de caráter patrimonial e respectivas ações – art. 83. SEMOVENTES - que se movem de um lugar para outro, por movimento próprio, caso dos animais. FUNGÍVEIS/INFUNGÍVEIS/CONSUMÍVEIS E INCONSUMÍVEIS BENS FUNGÍVEIS E INFUNGÍVEIS – ART. 85 – fungíveis são aqueles que podem ser substituídos por outros da mesma espécie, qualidade e quantidade. Típica de bens móveis. O $ é fungível. Café, soja, milho, etc. Os infungíveis são de natureza insubstituível – obra de arte. BENS CONSUMÍVEIS E INCONSUMÍVEIS – consumíveis cujo uso importa destruição imediata da própria substância, bem como aqueles destinados à alienação. Caso dos alimentos. Os inconsumíveis aqueles que suportam o uso continuado, sem prejuízo do seu perecimento progressivo e natural. Ex. automóvel. Duráveis e não duráveis (CDC 8078/90) e art. 86 CC. BENS DIVISÍVEIS E INDIVISÍVEIS Divisíveis os que podem ser repartidos em porções reais e distintas, podendo se fracionar sem alteração na sua substância, diminuição considerável de valor ou prejuízo do uso a que se destinam – art. 87. Os indivisíveis: a) Podem resultar do próprio objeto (por natureza), b) Podem resultar de determinação legal (modulo rural, servidão) c) Podem resultar de convenção (solidariedade). BENS SINGULARES E COLETIVOS Singulares são coisas consideradas em sua individualidade, representadas por uma unidade autônoma e, por isso, distinta de quaisquer outras. Simples - quando sua parte componente encontra-se ligada naturalmente (árvore, cavalo) ou compostas, quando há coesão de seus componentes (avião, relógio). Coletivos – composto de várias coisas singulares, são consideradas em conjunto, formando um todo homogêneo (uma floresta, uma biblioteca). UNIVERSALIDADE DE FATO - conjunto de coisas singulares simples ou compostas agrupadas por vontade da pessoa, tendo destinação comum como um rebanho, uma biblioteca. Pode ser desconstituída pela vontade do titular(art. 90). UNIVERSALIDADE DE DIREITO – complexo de direitos e obrigações a que a ordem jurídica atribui caráter unitário, como o dote ou a herança. Resultante da lei. Art. 91. Patrimônio, espólio e massa falida. DOS BENS RECIPROCAMENTE CONSIDERADOS - arts. 92 a 97 BEM PRINCIPAL e ACESSÓRIO - é o bem que possui autonomia estrutural, ou seja, que existe sobre si, abstrata ou concretamente, ao passo que acessório é aquele cuja existência supõe a do principal. OS BENS ACESSÓRIOS SÃO: A) FRUTOS - utilidades que a coisa principal periodicamente produz, cuja percepção não diminui a sua substância. Podem ser: 1. naturais – são gerados pelo principal sem necessidade da intervenção humana. Decorrem do desenvolvimento orgânico vegetal ou animal; 2. Industriais – decorrentes da atividade industrial humana – bens manufaturados; 3. Civis – utilidades que a coisa frugífera periodicamente produz viabilizando a percepção de uma renda (aluguel, juros). Podem ser ainda classificados como: I- colhidos-ou percebidos, já destacados da coisa principal; II- pendentes, ainda ligados a coisa principal; III- percipiendos – aqueles que deveriam mas não foram colhidos; IV- estantes – armazenados; V- consumidos – não mais existem. B) PRODUTOS - utilidades que acoisa principal produz, cuja percepção ou extração diminui a sua substância – ex. pedras e metais que se extraem das minas e pedreiras. C) RENDIMENTOS – são frutos civis. D) AS PERTENÇAS - Coisas acessórias destinadas a conservar ou facilitar o uso das coisas principais sem que destas sejam parte integrante. Ex. aparelho de ar condicionado. Art. 93. E) BENFEITORIAS - obra realizada pelo homem, na estrutura da coisa principal, com o propósito de conserva-la, melhora-la ou embeleza-la. Necessárias – conservação, para evitar deterioração da coisa principal. Úteis – facilitar a utilização da coisa; Voluptuária - Mero deleite. Art. 96. Não se identificam com as acessões industriais ou artificiais – construções e plantações que possuem disciplina própria e são modos de aquisição da propriedade imóvel. Acessão é união física com aumento de volume (aluvião, avulsão, formação de ilhas, álveo abandonado). E) AS PARTES INTEGRANTES - bens unidos a um principal, formam com ele um todo, sendo desprovidos de existência material própria, embora mantenha sua identidade. Ex. lâmpada em relação ao lustre. BENS PUBLICOS E BENS PARTICULARES Os particulares se definem por exclusão, ou seja, aqueles que não estão em domínio público. Já os bens públicos são pertencentes à União, Estados e Municípios – art. 98. dividem-se em: a) Bens de uso comum do povo – cuja utilização não se submete a qualquer tipo de discriminação ou ordem especial de fruição – art. 99, ruas, praças, etc. b) Bens de uso especial – cuja fruição, por título especial e na forma da lei, é atribuída a determinada pessoa, bem como aqueles utilizados pelo Poder público para a realização dos seus serviços públicos – art. 99, II. Escolas. C) bens dominicais ou dominiais – não afetados a utilização direta e imediata do povo nem dos usuários mas que pertencem ao patrimônio estatal. Art. 99, III. São alienáveis se autorizadas por lei. Os bens públicos são inalienáveis, impenhoráveis e imprescritíveis. Art. 102. Outras acepções BEM DE FAMILIA – Inalienáveis porque compõem o patrimônio familiar. Homestead. É prédio destinado pelo chefe da família ao exclusivo domicilio desta, mediante especialização no R.I., consagrando-lhe uma impenhorabilidade limitada e uma inalienabilidade relativa. COISA FORA DO COMÉRCIO - impossibilidade de circular e ser transferido para outro patrimônio. Se dividem em impropriáveis pela própria natureza – ex. luz solar; b) legalmente inalienáveis – lei proíbe terra ocupada por índio, bem de família, c) Inalienáveis pela vontade humana – com clausula de inalienabilidade e impenhorabilidade. Res nullius (de ninguém) e res derelictae (abandonada). Abandono é voluntário, diferente de coisa perdida (involuntariamente), que continua abstratamente no patrimônio do titular.
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