Buscar

Resumo de Direito do Consumidor (P2)

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 14 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 14 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 14 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Resumo de Direito do Consumidor (P2)
Contratos submetidos às regras do CDC
Contratos imobiliários 
Compra e venda: art.481ss c/c 108 ou 463, PU CC + CDC (se for insumo do vendedor e consumo de quem adquire – art.46ss, 52, 53). Aplica-se o art.108 CC quando o pagamento for à vista (execução instantânea). Aplica-se o art.463, PU para o contrato preliminar (execução continuada).
A norma do art.52 informa ao fornecedor o custo efetivo total. Análise do art.53: - Imóvel na planta = devolução de todas as parcelas corrigidas. - Imóvel com transmissão de posse (já construído) = deverá haver uma análise mercadológica do valor do aluguel do referido imóvel, soma pelo período de tempo em que o promitente comprador ficou na posse. Nesta hipótese, o fornecedor subtrairá das parcelas a devolver. Na hipótese do valor dos alugueis ser maior do que a soma das parcelas pagas pelo consumidor, o STJ entende que não será pago o valor suplementar pelo consumidor, porque entende que houve a supressão do direito do fornecedor que não exerceu o seu poder de cobrar no 1º atraso do consumidor (pela sua omissão, perdeu-se o direito e o consumidor adquiriu direito – supressio e surressio). 
Locação Intermediação de uma administradora de bens. Regências: - Imóvel: lei nº8245/91 + CDC (quando houver insumo da administradora). - Móvel: art.565ss CC + CDC (quando houver insumo da administradora). 
Ex: Transportadora X aluga o carro Y da “Localiza” (regência civil, pois o carro é insumo das duas empresas). Se não for insumo das duas, será consumo. 
Pessoa jurídica pode ser consumidora quando o objeto da locação não faz parte do seu objeto social. Ex: UCAM aluga carro Y da “Localiza” (regência CDC). 
Ex: Administradora de bens limitada negocia transmissão de posse para uso do hotel X (contrato de leasing, arrendamento – direito empresarial – negocia insumo, regência civil/empresarial). Ex: Maria negociou com Imobiliária X para encontrar um imóvel para ela (contrato de corretagem – CDC/ locação – lei nº8245/91).
O que é importante saber é quem contrata e como contrata.
Hospedagem, turismo e transporte São contratos atípicos que submetem em sua totalidade às regras consumeristas. Fundamento: princípio da gravitação jurídica (o acessório segue o principal).
Formas de conexão contratual: - Anterior: contrato preliminar (ex: promessa de compra e venda); - Concomitante: contrato acessório (ex: fiança); - Posterior: contrato sucessivo (ex: sublocação).
Contrato de turismo – consumidor X CVC. Contrato de hospedagem – lei nº8245/91, art.1º, PU, “a”, nº4 (pede para aplicar o CDC e CC, pela teoria do dialogo das fontes). Na hospedagem, um contrato conexo é o depósito necessário (art.647, I, CC). Todos os seus efeitos jurídicos estão submetidos ao contrato com a agência de turismo, vez que trata de negocio jurídico subjacente conexo às regras do contrato principal cuja regência é da teoria geral do art.184. Art.184, 1ª parte – princípio do aproveitamento do negócio jurídico. Art.184, 2ª parte – princípio da gravitação jurídica. Portanto, o contrato de depósito estará regido pelas normas do CDC, no que for mais favorável ao consumidor.
Tudo sobre a hospedagem será analisado no contrato de turismo, que pode ser de entretenimento, intelectual, gastronômico e cultural. Portanto a hospedagem é conexa ao turismo. 
Pode haver turismo com ou sem transporte. Contrato de turismo (principal) com transporte (acessório) = traslado (deslocamento – turismo com entrega, ex: “frete incluso”). Vigora pelas regras do contrato principal. Contrato de turismo sem transporte = há duas especificidades: * O consumidor contrata transporte autônomo (neste caso, haverá dois contratos autônomos regidos pelo CDC, sendo um fornecedor, a agência de turismo e o outro fornecedor, a transportadora); * Transporte acessório (turismo sem entrega – a agência de turismo consegue um abatimento do preço no período, ex: “frete a combinar”).
Obs. Há contrato de hospedagem submetido a transporte? Sim (ex: se faltar vôo, o transporte das coisas do hospede fica a cargo do hotel).
Contrato de seguro Quando o seguro for insumo (seguro obrigatório – ex: seguro por acidente de trabalho), a regência será CC, se for consumo será o CDC aplicável. Finalidade negocial, adequação jurídica = garantia de risco predeterminado (calculo atuarial). Se o risco não for predeterminado, não será matéria de seguro.
Seguro voluntario – manifestação de vontade do segurado. Para saber sobre a regência jurídica, deve analisar se as partes são iguais e se o objeto do contrato é insumo ou consumo. Ex¹: Maria contrata Seguradora Y (por serem partes desiguais e não ser insumo de Maria, a regência é CDC + CC + leis especiais). Ex²: Ferro e Aço LTDA contrata seguro obrigatório da Seguradora Y (para ter alvará de funcionamento, a empresa deve possuir seguro, então é insumo, regência CC + leis especiais). Esta relação é a estipulação em favor de terceiro (no caso os funcionários em caso de acidente de trabalho), excetuando uma regra da teoria geral dos contratos, princípio da relatividade.
Ex: O diretor da empresa X contratou seguro para seus funcionários inclusive o dele (é insumo – seguro obrigatório). Ex: Pedro, diretor da empresa X, contratou com Seguradora Y seguro contra danos materiais (é consumo, “diretor da empresa X” aqui é tão somente uma qualificação).Ex: A empresa X contrata seguro para seu diretor (pessoa jurídica também pode ser consumidora).
Obs. Quando há risco integral, o seguro deve ser obrigatório. Ex: Seguro da transportadora para viagem (no caso de dano a um dos passageiros, haverá chamamento ao processo da seguradora da transportadora para maior celeridade, sendo vedada a denunciação da lide na relação de consumo).
Contratos bancários e financiamentos Mútuo feneratício (relação de consumo). É um contrato unilateral oneroso (exceção aos unilaterais gratuitos). Há transferência de domínio por ser coisa fungível. O mutuário assume a obrigação de restituir e de dar (pagar os juros remuneratórios). O mutuante não tem obrigação por ser contrato unilateral e real.
Aplica-se o art.51 do CDC, sendo inaplicável o art.25 por não estar em fase de práticas comerciais (consumidor por equiparação), já é um contrato (consumidor efetivo). No contrato, pode haver limitação de direito do consumidor desde que nas condições do art.54, §4º (cláusula em destaque, geralmente em negrito).
No financiamento, aplica-se a mesma regra, art.46ss e 51 CDC.
Serviços médicos, hospitalares, públicos e de telefonia Médicos – serviço essencial (art.6º, I, X, 22 CDC). Risco integral (segurança que está sendo objeto do contrato). A responsabilidade do hospital mesmo que privado é objetiva, pois o serviço é público e essencial. O hospital responde por todos os seus funcionários. O mesmo ocorre no transporte público.
Conforme norma do art.6º, I e X, há exceção à norma do §4º do art.14, quando tratar-se de serviço de saúde, atividade exercida por médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, etc. 
Quanto aos serviços essenciais, incide o princípio da continuidade e eficiência, portanto não pode haver interrupção como greves. Obs. Em caso de emergência, qualquer hospital deve atender. Pode haver supressão do direito do consumidor pela teoria dos atos jurídicos próprios quando, por exemplo, o consumidor na prestação de atendimento ambulatorial não pagou as despesas com o hospital. Como não é atendimento emergencial, não se aplica a norma do art.6º, I, devendo ser cumprido o contrato. Já para restringir o direito do consumidor, só mediante cláusula clara e em negrito no contrato (art.54, §4º).
Serviços públicos prestado por pessoa jurídica privada = telefonia (concessionária) que está sob a égide do art.2º e 25 da lei nº8987/95 (lei das concessões – norma de eficácia do art.170 da CR/88). Estado X Concessionária = contrato administrativo (fundamento da lei 8987/95: art.170, 37 §6º CR/88). O tomador deste serviço é o consumidor, então quem responde é a concessionária com base no art.22 (fundamento: art.6º, X – direito fundamental).
Responsabilização jurídica nas relações de consumo
Responsabilidade civil: reação jurídica sobre o fato lesivo que pode ter o nexo causal no contrato ou na segurança, do fornecedor do produto ou serviço cujo objetivo é indenizar, ressarcir e/ou reparar a vítima do respectivo dano.
Conduta voluntária – nexo causal – resultado danoso (regra: responsabilidade civil subjetiva).
Fato lesivo – nexo causal – resultado danoso (1ª exceção: responsabilidade civil objetiva).
Fato lesivo – nexo causal – resultado danoso (2ª exceção: responsabilidade civil objetiva extremada).
O nexo causal II e III é aplicável ao direito do consumidor.
Nexo causal na relação de consumo = contrato, visto que a natureza jurídica da relação de consumo é contratual. Sujeitos da relação jurídica = consumidor efetivo (pode ser vítima do evento danoso e/ou da relação) – art.2º, caput. Dê a responsabilidade. Resposta: regra do direito do consumidor – responsabilidade civil objetiva contratual. Fundamento: teoria subjetivista finalista.
Nexo causal da hipótese III = segurança (pode ter contrato ou não). Pelo direito do consumidor ter natureza constitucional, surgiu a necessidade de haver responsabilidade mesmo que não tenha contrato pelo princípio da função social. O mesmo se aplica no II, pois também pode haver segurança quando contrata como nexo causal. Dê a responsabilidade. Resposta: responsabilidade civil objetiva extremada (por ser consumidor por equiparação – art.2º, PU c/c 17). Fundamento: teoria subjetivista finalista aprofundada. Obs. O vulnerável técnico também será tutelado nesta responsabilidade (pessoa sem técnica contratando insumo).
Fundamento deste direito = preceito fundamental do art.5º, XXXII (tutela plena e facilitada ao vulnerável). Nexo causal = falta de segurança do produto e/ou do serviço. A falta de segurança é o nexo causal que vai eclodir em um resultado danoso por quanto o vulnerável (consumidor seja ele qual for) será indenizado, ressarcido e/ou reparado pelo responsável juridicamente por tal evento, podendo este ingressar com a ação de regresso contra quem efetivamente exerceu a conduta voluntária. Portanto, havendo declaração de direito, deve constituir garantia e efetividade: o maior benefício jurídico que o vulnerável possui na relação processual é a inversão do ônus da prova da culpa (direito básico do consumidor – art.6º, VII, VIII c/c 4º, 5º, 81ss CDC).
Obs. A responsabilidade civil das relações consumeristas, como em qualquer outra modalidade, o elemento teleológico (finalidade) é o resultado danoso para a sua apenação, sanção patrimonial, isso quer dizer que em sede de responsabilidade civil, não há delito formal ou de mera conduta como no crime (responsabilidade penal – art.61ss). Todo delito deve ser de resultado, ou seja, a vítima tem que provar o dano sofrido, em qualquer hipótese.
Responsabilidade civil pelo fato (lesivo) do produto e pelo fato (lesivo) do serviço – art.12, 14: Essa responsabilidade civil está fundamentada na teoria do risco do empreendimento empresarial, como regra, pois o fornecedor calcula todo o risco do seu negócio e o custo é repassado no preço. Por quanto, há risco calculado do empresário justificando uma inversão do ônus da prova da sua culpa. Como exceção, a doutrina estabelece a teoria do risco integral como fundamento, hipótese em que a vítima do evento danoso será dispensada da prova do nexo causal contratual, pois o bem juridicamente tutelado é a sua segurança, por quanto a falta de segurança é o nexo entre o fato lesivo e o resultado danoso.
O fato do produto e do serviço é o fato lesivo que eclode dano em virtude de um ato ilícito. Ocorre por interaçãode pessoas e acontecimentos. Na responsabilidade civil pelo fato do produto ou serviço, há um defeito gravíssimo no produto ou no serviço que gera acidente de consumo. Assim, o contrato deixa de ser relevante e a relevância do nexo causal passa a ser a segurança. Ex: Maria adquiriu o carro X na loja Y e o emprestou a Cristina, que deu uma carona a José. Ocorre que quando Cristina o conduzia, foi acionar o freio e este não funcionou vindo a ocorrer um grave acidente, com a perda da perna esquerda de José. Dê a responsabilidade civil e seu fundamento. Resposta: responsabilidade civil objetiva extremada (nexo causal – falta de segurança). Vitima efetiva = José (consumidor por equiparação) com fundamento na teoria subjetivista finalista aprofundada (art.2º, PU c/c 17).
Responsabilidade civil por vício do produto ou do serviço (art.18ss): Vício = inadequação, a falta de qualidade do produto ou serviço que compromete a sua função e/ou diminui o seu valor. Nas relações consumeristas, o vício do produto ou do serviço tem que ser aparente, pois enquanto o vício for redibitório (defeito oculto) não há contagem de prazo, ou seja, não há exigência legal para o consumidor exercer seu direito subjetivo.
A diferença entre as duas responsabilidades é na qualidade do defeito, aqui não é gravíssimo, o defeito é comum, exclusivamente na coisa ou no serviço. Conclui-se então que todo fato tem vício, mas nem todo vício tem fato. Se aquele produto ou serviço não tivesse vício, não haveria fato lesivo.
Teoria do risco do desenvolvimento (tecnológico) = no Brasil, em regra, conforme estabelece a norma do art.12, §2º (produto) e 14, §2º (serviço) que exclusivamente pelo avanço tecnológico, o fornecedor não responde. Porém, qualquer dano produzido pelos referidos produtos ou serviços em virtude de falta de manutenção tecnológica pelo fornecedor, este poderá responder.
Dano moral e material Não há responsabilidade civil sem dano, sendo todo delito civil material (no sentido de seu resultado). Na área penal, são delitos formais de mera conduta ou mero resultado.
O dano material é a lesão a um bem juridicamente tutelado que pode eclodir na perda do patrimônio material ou na perda da potencialidade lucrativa. Essas hipóteses são inerentes ao dano material emergente e ao lucro cessante. O dano moral é a lesão aos afetos sagrados da pessoa, atingindo os bens, direitos da personalidade conforme art.11 ao 21 do CC.
Natureza jurídica da indenização, reparação e ressarcimento na relação de consumo = direito básico fundamental – art.6º, VII, VIII (o direito do consumidor é hierarquicamente superior a um contratante comum que possui fundamento legal e não constitucional). Na dúvida, portanto, deve-se indenizar e não excluir o nexo causal, pois a tutela é ao vulnerável. Poderia ser qualquer relação, mas o que torna a regência distinta é a qualidade das partes (elemento subjetivo, embora o objetivo possa ser o mesmo).
Prazos É um termo de extinção, estabelecendo início e fim de uma faculdade jurídica. É um prazo material e não processual.
Legais:
Art.18, §1º - 30 dias a partir do recebimento. Cumprimento pelo fornecedor, devendo sanar o vício com o conserto da coisa ou reexecutar o serviço defeituoso.
Art.26, I (30 dias – produtos e serviços não duráveis) e II (90 dias – produtos e serviços duráveis). Vício oculto – prazo começa a correr no momento em que aparecer o defeito (não há vício redibitório, é ineficaz). Art.445, 446 CC – a contagem começa da tradição. Art.26, §3º CDC – a contagem começa da evidência do defeito, tendo a partir disso mais 90 dias para reclamar o direito.
Art.27 – prazo prescricional de 5 anos para a propositura da ação de responsabilidade civil por danos causados pelo fato do produto ou do serviço. Perda da pretensão e não do direito. Início da contagem do prazo – conhecimento do dano e de sua autoria.
Contratuais:
Estabelecido no próprio negócio jurídico contratual (art.50 c/c 18, §2º). Decadência convencionada não inferior a 7 dias e nem superior a 180 dias (art.18, §2º - como é exceção, deve ser formalizada em contrato; art.211 CC – inovação jurídica). Conhecido como “prazo da loja” – política de captação de clientela.
Prazo do fabricante, do industrial = anexo ao contrato de compra e venda, há um termo de garantia estabelecido pelo próprio fabricante ou produtor. Deve ser formal, expresso.
Prazo de garantia estendido = hipótese de negócio jurídico subjacente, tendo o contrato de seguro como acessório. O consumidor tem que assinar este contrato. O prazo não é da loja. Não pode submeter (vincular) o seguro ao contrato, senão será prática abusiva nos termos do art.39. Se assinou o contrato com esta condição, aplica-se o art.51, §2º.
Princípio da gravitação jurídica – na hipótese de nulidade do seguro, aplica-se a norma do art.51, §2º c/c 54, §4º e art.6º, V, podendo haver neste caso modificação da cláusula. Por quanto, no sistema consumerista tão qual no civil propriamente dito, vigora o princípio do aproveitamento do contrato. No caso do consumidor conhecer o vício na publicidade e em virtude disso não contratar, o fundamento será as praticas abusivas do exercício do poder midiático do fornecedor (abuso de direito) sendo aplicada a regência do art.39, I (“venda casada”), 37, 35, inclusive com responsabilidade criminal (art.66 e 67). Deve-se entender, então, que o seguro é faculdade do consumidor quando esse é acessório.
Prazo de garantia legal como direito de arrependimento = a norma do art.49 refere-se ao exercício do direito do consumidor quando ele se arrepende da compra de produto ou contratação de serviço por meio de comércio eletrônico. A norma deste artigo é aplicável a qualquer negociação não presencial (obs. não basta o consumidor estar na loja, o produto também deve estar para ser venda presencial, senão terá direito a regra do art.49). O arrependimento não precisa ser em decorrência de defeito, pois aquele é direito do consumidor.
Por quanto, o consumidor possui direito a não contratar, direito este que deverá ser manifestado no prazo de 7 dias, contados do recebimento do produto ou início do serviço. Na hipótese do consumidor se arrepender, não efetivaráo contrato, vez que tal direito é condição de eficácia do negócio jurídico. Na hipótese do prazo transcorrer “in albis” (em branco), sem manifestação do consumidor no sentido do arrependimento, o prazo contratual começa a produzir efeitos a partir do acesso eletrônico ou qualquer outro meio (efeito ex tunc a data da contratação). É uma garantia legal para direito de arrependimento (≠ prazo legal que é decorrente de vício). 
Obs. Se o consumidor de má-fé usa o produto e se arrepende, o fornecedor poderá acioná-lo pelo juízo cível comum por dano moral e material.
Ex: Maria contratou com a loja X a compra e venda do eletrônico Y. Em virtude da referida compra e venda, Maria possui os seguintes prazos de garantia: - 1 ano do fabricante; - 4 meses da loja = art.18, §2º (contrato com fundamento legal); - 6 meses de garantia estendida. Estabeleça o prazo total de Maria, qualificando cada um. Resposta = os prazos contratuais somados não excluem o prazo legal, só complementa. Então serão 1 ano e 10 meses + 90 dias. Terminado o prazo legal, começa a contar o prazo contratual que será nesta ordem: 1º Prazo da loja (contrato principal); 2º Prazo do fabricante (termo anexo ao contrato); 3º Prazo da garantia estendida (contrato de seguro subjacente ao principal). Se não discriminar os prazos no contrato, valerá todos somados (o que for mais benéfico ao consumidor – art.47, 48). Lembrando que se na loja não tivesse o produto e/ou a contratação fosse a distancia, Maria teria o prazo de arrependimento de 7 dias, contados do ato da assinatura ou do recebimento do produto ou início do serviço (art.49). 
Observação geral: Decadência legal – ordem pública (o juiz pode reconhecer de ofício). Decadência convencionada – ordem privada (só a parte quem aproveita pode alegar). Entretanto, no direito do consumidor o juiz pode reconhecer de ofício se isto for mais benéfico ao consumidor (teoria dos atos jurídicos próprios – supressio e surresio). Fundamento: dirigismo contratual pelo Estado.
A defesa do consumidor em Juízo 
Teoria dos poderes implícitos: - Declaração de direito (art.5º, XXXII CF/88); - Garantia assegurada (art.4º c/c 105, 106 CDC); - Efetivação por meio de ação em juízo (art.5º c/c 81ss CDC). Princípio da efetividade da tutela jurisdicional = não é só o acesso como determina o art.5º da Constituição, é direito material (efetividade e proteção – ex: inversão do ônus da prova da culpa, vinculação na oferta). Obs. O juízo arbitral não foi vedado, mas restringido (art.51, VII CDC), pois para haver, deve ocorrer paridade (art.4º, §2º da Lei nº9307/96 c/c 54, §4º CDC e 853 CC).
Não se aplica o CPC em regra, só subsidiariamente ao CDC (princípio da especialidade). Se houver confronto entre as duas, aplica-se a mais favorável ao consumidor (teoria do diálogo das fontes – art.7º).
Tutela individual (art.81, caput), tutela coletiva (art.81, PU c/c 82)
Tutela individual = a parte está em nome próprio pleiteando direito próprio (legitimação ordinária). Consumidor pleiteando direito dele.
Tutela coletiva = estabelecida sob legitimação extraordinária, pois a parte está em nome próprio pleiteando direito alheio. Art.82 – natureza jurídica: legitimação extraordinária concorrente.
Art.81, PU – compreende “defesa coletiva” (basta o fato lesivo):
“Interesse difuso” – pessoa indeterminada. “Transindividuais” – ultrapassam a pessoa. O fato aqui é a propaganda, vítima da publicidade (art.29ss, 10, 63). Enseja responsabilidade civil, penal e administrativa. São as vitimas potenciais da publicidade enganosa ou abusiva (consumidor por equiparação).
Existe uma relação jurídica anterior regida por outro modelo ou sistema do mesmo modelo e a consumerista é acessória. Ex: Maria compra o imóvel X de José. Para registrar, conforme art.108 CC, deve pagar o ITBI (há duas relações jurídicas = compra e venda – CC; contribuinte x Fisco – CDC). Ex: Empregado da empresa X está na mesma categoria do seu colega, mas a alíquota do seu imposto de renda na fonte é maior que a dele (há duas relações = CLT, CDC). Aqui é consumidor efetivo, sendo grupo determinado.
Consumidor efetivo – relação contratual; Consumidor por equiparação – vítima efetiva. Art.2º, caput, PU e 17.
Legitimação - Ordinária: tutela individual (art.6º, 1ª parte do CPC c/c 81, caput do CDC); - Extraordinária: tutela coletiva (art.81, PU, 82 c/c 91ss).
Ex: A, B, C, D, E propuseram ação contra o fornecedor X sob o fundamento de que foram vítimas do abuso do poder midiático. Analise os elementos e requisitos da ação. Resposta: Pressuposto processual de existência: partes (tutela individual). Pressuposto processual de validade: legitimação (condição da ação). “A, B, C, D, E” – litisconsórcio ativo facultativo (quanto à formação). Quanto à decisão, litisconsórcio unitário (o efeito é extensivo a todos). Portanto, é tutela individual em litisconsórcio (não é tutela coletiva, pois a lei faculta a possibilidade de vários ingressarem em litisconsórcio para economia processual).
Ex: O sindicato dos professores propôs ação contra o fornecedorde papel X sob o fundamento do abuso do poder midiático. “Sindicato dos professores” (art.82, IV) – legitimidade extraordinária concorrente (tutela coletiva).
Competência Delimitação da jurisdição = poder de dizer o direito. É um pressuposto processual de validade. Como o direito do consumidor é fundamental, terá a mesma competência da CF/88 que é absoluta também prevista no art.5º. Sendo assim, não cabe convalidação, prorrogação.
Art.101, I – competência para tutela individual, legitimado ordinário (domicilio do autor). Por se tratar de competência absoluta, a norma do art.112, PU do CPC não se aplica ao fornecedor réu. Só se for este autor da ação e o consumidor réu, devendo a ação ser proposta na justiça comum com regência do CC e CPC.
Art.93 – competência para tutela coletiva. - Justiça federal = art.109, I CF/88 se a União e seus órgãos forem partes; - Justiça estadual = se for parte a administração pública estadual, municipal ou pessoa jurídica de direito privado. - Justiça local: * se for dano de âmbito local, no foro onde ocorreu ou deva ocorrer o dano; * se for dano de âmbito regional ou nacional, no foro da Capital do Estado ou no do Distrito Federal.
Tutela nas obrigações de fazer e não fazer Núcleo de análise: publicidade. A diferença entre o art.35 e o art.84 é que um tem caráter preventivo e o outro, repressivo. O art.35 é uma autotutela entre o consumidor e o fornecedor, havendo uma composição extrajudicial (o fornecedor resolve espontaneamente a obrigação para evitar um processo nos moldes do art.84).
No art.84, há substituição da vontade do consumidor pela a do Estado, constituindo uma execução forçada. Natureza jurídica do art.84 = tutela inibitória específica das relações de consumo. Para saber se aplica o art.84 CDC ou 460ss do CPC (cumprimento de sentença), deve verificar se há relação de consumo (qualidade das partes).
Para obter uma liminar nos termos do art.84, §3º, deve fundamentar o pedido, inclusive provando a relação jurídica com a apresentação do contrato, devendo o juiz também fundamentar sua decisão. 
Litispendência e denunciação da lide na relação de consumo
Litispendência (duas ações com mesmas partes, causa de pedir ou pedido).
Tutela individual – poderá haver litispendência. Tutela coletiva – não há litispendência, vez que enquanto o MP propõe a ação civil pública como legitimado extraordinário concorrente, o consumidor pode prosseguir com sua ação. Pode também, entretanto, suspender sua ação e se habilitar na execução coletiva da ação proposta pelo MP, se isso for mais benéfico ao consumidor. Portanto, o art.104 só se aplica no caso de tutela coletiva. Obs. Se já operou a coisa julgada da ação coletiva, os efeitos “ultra partes” e “erga omnes” do art.103, II e III não beneficiarão os tutelados que não suspenderam suas respectivas ações
Denunciação da lide (intercessão de ações com nova citação, sendo tratada como incidente processual, questão prejudicial – obrigatória).
REGRA: Antônio X Loja Fabrica (denunciada).
EXCEÇÃO: Na relação de consumo, a loja e a fabrica são solidarias, sendo direito fundamental de o consumidor escolher quem irá acionar. Aplica-se o art.7º, PU c/c 88, 101, II. Procedimento do art.88: 1ª fase – consumidor propõe ação contra o comerciante provando nexo causal e dano e indeniza o consumidor fundado na solidariedade. 2ª fase – nos mesmos autos, manda intimar o fabricante, ajuizando a ação de regresso. A doutrina chama isso de chamamento ao processo (art.77 CPC). Portanto, cabe intervenção de terceiros mas na modalidade de chamamento ao processo, porque este é facultativo. Porém na prática, muitos advogados chamam isso de denunciação dos ocupantes entre o pólo passivo. Obs. Se a ação de regresso ocorresse em processo autônomo, teria que ser ajuizada na Vara cível com fundamento em relação empresarial. No art.101, II, também se aplica o art.77 CPC. 
Coisa julgada Indiscutibilidade da questão de mérito. REGRA (CPC): a coisa julgada poderá ser “atacada” por ação rescisória no prazo decadencial de 2 anos (art.485 CPC).
Na relação de consumo, em direito individual, há coisa julgada. Em tutela coletiva, da mesma forma que não há litispendência, também não há coisa julgada em determinadas situações previstas no rol do art.103, ocorrendo a coisa julgada quando for benéfico ao consumidor.
Execução Chegando à fase de execução da ação coletiva, o consumidor deverá se habilitar por meio da certidão das sentenças de liquidação, provando também a relação jurídica consumerista (nota fiscal, contrato) que é a prova do direito.
Competência da execução: - Individual: juízo da liquidação da sentença ou da ação condenatória; - Coletiva: juízo da ação condenatória. 
A execução no CDC terá o mesmo procedimento de uma execuçao comum (CPC).

Continue navegando