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Férias e 13º salário
As legislações e a prática na concessão de férias e gratificação natalina.
Prof. Ettore de Carvalho Oriol
1. Itens iniciais
Propósito
Compreender a legislação e as rotinas de concessão de férias e gratificação natalina.
Preparação
Este conteúdo não exige preparação antecipada de ferramentas ou conhecimentos pretéritos. No entanto,
sugere-se consultar, sempre que necessário, a Constituição Federal (CF) e a Consolidação das Leis do
Trabalho (CLT).
Objetivos
Entender provisões de férias, 1/3 constitucional de férias e férias em dobro.
Analisar regras, provisões e pagamentos da gratificação natalina — 13º salário.
Identificar o pagamento de diferença das férias e da gratificação natalina.
Introdução
Ao estudar as leis e demais normas jurídicas que regem a concessão das férias e da gratificação natalina (13º
salário), o praticante das rotinas trabalhistas em uma empresa pode desenvolver seu trabalho de forma mais
segura. Essa segurança só cresce quando há preocupação em aprender com afinco e dedicação todos os
aspectos que influenciam a prática profissional.
 
Com essa premissa em mente, desenvolvemos este conteúdo a fim de ser utilizado no dia a dia de uma
empresa — importante também para aqueles que serão donos de seu próprio negócio no futuro.
 
O domínio desses temas também tem grande valia para a vida profissional em outras áreas, especialmente
aos que serão empregados pela CLT. É fundamental que conheçamos nossos direitos constitucionais.
• 
• 
• 
1. Provisões de férias
Breve histórico
As férias como direito trabalhista é algo que se firmou no século XX.
 
No entanto, desde a Antiguidade as legislações procuraram organizar o trabalho e garantir períodos de
descanso para os trabalhadores. Na Lei de Moisés, contida nos primeiros livros da Bíblia, observamos que
questões como o descanso semanal (com a guarda e consagração do sábado) e o descanso anual (instituído
para deixar a terra descansar no sétimo ano) garantiam aos trabalhadores períodos obrigatórios de descanso.
Esse descanso anual era um embrião do descanso que atualmente conhecemos como férias.
Nesse ano de descanso, todos os escravizados eram libertos, normalmente aprisionados por
dívidas, podendo recomeçar as suas vidas ou permanecer como serviçais dos patrões. A cada 50
anos, não só os escravizados eram libertos, como todas as propriedades eram restituídas às famílias
de origem — evitando a transferência dos erros de uma geração para outra e evitando a pobreza na
sociedade no longo prazo.
Após essa experiência inicial, vimos poucas iniciativas na mesma direção. Nas sociedades rurais, a instituição
de férias não parecia algo necessário. Como toda cultura é cíclica, em alguns períodos do ano não existia
trabalho para os cultivadores da terra, que precisavam esperar o próximo ciclo natural para reiniciar o plantio.
Nesse caso, os intervalos entre um plantio e outro já funcionavam como períodos de descanso.
Nos períodos de entressafras, diversos povos
da Antiguidade criaram suas festas e
comemorações. Grandes civilizações se
desenvolveram e cresceram exatamente
nesses períodos de entressafras, como a
civilização inca, por exemplo. Os incas criaram
grandes cerimônias e, em função disso,
templos e rica cultura nos períodos de
entressafras das lavouras.
Saiba mais
A necessidade de se estabelecer legalmente um período de descanso para os trabalhadores só surge
com a Revolução Industrial no século XIX. Com a mudança da produção agrícola para a produção
industrial, que pode ser executada de forma ininterrupta, tornou-se necessária a instituição de períodos
obrigatórios de descanso para os empregados. 
Inicialmente, apenas o descanso semanal foi instituído,
passando um longo período até que surgisse a obrigação da
concessão de um descanso anual a todos os trabalhadores
das profissões urbanas. Essa necessidade de um descanso
anual surgiu porque o ser humano se desenvolveu e se
adaptou na natureza, onde todas as coisas têm ciclos. Até
mesmo a existência do homem é formada de ciclos, e as
férias, com sua mudança de rotina, provocam no ser
humano a percepção de término e início de um novo ciclo.
Essa necessidade, que na agricultura é suprida pelos ciclos
das safras, deixou de existir após a Revolução Industrial
como algo natural.
No Brasil, a partir de 1925, algumas empresas
começaram a oferecer períodos de descanso a
seus empregados, mas a primeira lei que
tratava de férias no Brasil foi promulgada com a
criação da Consolidação das Leis do Trabalho
(CLT), em 1º de maio de 1943, sancionada pelo
presidente Getúlio Vargas. A CLT já abarcava
todos os trabalhadores brasileiros, mas de
início não foi plenamente respeitada, passando
a ter adesão mais ampla em 1949 com o
governo do general Eurico Gaspar Dutra — que
fixou as férias em 20 dias.
As férias como conhecemos atualmente — com
a instituição de 30 dias de descanso e maior fiscalização do
governo federal — só foi instituída no Brasil em 1977, com o
presidente general Ernesto Geisel. Evidentemente, diversas
mudanças e adaptações foram aperfeiçoando as leis que
regem as férias, mas sua estrutura básica permanece até os
nossos dias.
Formalidades na concessão de
férias
Considerando todas as modalidades de contrato de
trabalho, é necessário seguir algumas formalidades na
concessão das férias aos empregados.
 
As formalidades protegem as empresas e evitam o não cumprimento das obrigações legais e de direito do
empregado. Além disso, garantem que a realidade seja documentada, servindo como prova em juízo, caso
ocorra um processo de reclamação trabalhista. Bom para a empresa e para o trabalhador.
Atenção
A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), em seu artigo 135, indica que o empregado deve ser avisado
da concessão de suas férias com, no mínimo, 30 dias de antecedência, dando recibo de sua ciência ao
empregador. Esse dispositivo procura garantir que o empregador não abuse de seu direito de conceder
férias ao empregado no momento mais oportuno para seu negócio (CLT – Art. 136), o que permite uma
programação mínima, por parte do empregado, de possíveis atividades que queira desenvolver nesse
período. 
A carteira profissional do empregado deve ser
assinada com a indicação do período de gozo
das férias e demais informações. Essa
obrigação formal procura registrar em
documento com fé pública os dados
concernentes aos empregados, evitando sua
dispersão em documentos não oficiais.
 
No caso da carteira profissional eletrônica,
essas anotações devem ser realizadas no
mesmo sistema destinado às demais
informações dos empregados. É importante
salientar que esse dispositivo impede que o empregado inicie as suas férias sem que sua carteira profissional
seja anotada.
Outro ponto importante é a concessão de férias no mesmo período para parentes que trabalhem na mesma
empresa. Essa regra só é flexibilizada se os empregados assim o desejarem ou se essa concessão em
conjunto provocar prejuízo à condução dos serviços na empresa. Essa possibilidade procura garantir que
parentes possam usufruir de suas férias juntos, levando à maior integração da família.
Saiba mais
O que diz a lei Art. 135 - A concessão das férias será participada, por escrito, ao empregado, com
antecedência de, no mínimo, 30 (trinta) dias. Dessa participação, o interessado dará recibo. (Redação
dada pela Lei n. 7.414, de 9 de dezembro de 1985) § 1º - O empregado não poderá entrar no gozo das
férias sem que apresente ao empregador sua Carteira de Trabalho e Previdência Social, para que nela
seja anotada a respectiva concessão. (Incluído pelo Decreto-lei n. 1.535, de 13 de abril de 1977) § 2º - A
concessão das férias será, igualmente, anotada no livro ou nas fichas de registro dos empregados.
(Incluído pelo Decreto-lei n. 1.535, de 13 de abril de 1977) § 3º - Nos casos em que o empregado possua
a CTPS em meio digital, a anotação será feita nos sistemas a que se refere o § 7º do art. 29 desta
Consolidação, na forma do regulamento, dispensadas as anotações de que tratam os §§ 1º e 2º desteproporcionais não são devidas no
pedido de demissão.
E
Férias simples relativas ao segundo período aquisitivo e férias proporcionais de 6/12, sendo que o primeiro
período aquisitivo já está alcançado pela prescrição.
A alternativa A está correta.
Quando o empregador deixar de pagar o valor dentro do prazo legal de 12 meses após findo o período
aquisitivo, terá de pagar essas férias em dobro, além de proceder com o efetivo gozo das férias por parte
do empregado.
4. Conclusão
Considerações finais
Após o estudo deste conteúdo e o entendimento dos diversos aspectos relacionados às práticas trabalhistas
no âmbito da concessão de férias e 13º salário, podemos afirmar que esses dois benefícios partilham, em
grande parte, do mesmo regramento. No entanto, as suas particularidades quanto ao cálculo os distinguem
consideravelmente.
 
As principais diferenças entre férias e 13º salário são a forma de contagem, a data de pagamento e o que deve
ser considerado e não considerado em seu cálculo de valor. Tais informações foram amplamente discutidas
durante a apresentação dos módulos e deram uma base sólida para o seu entendimento para que você cresça
na área profissional escolhida.
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Agora, o especialista Ettore de Carvalho Oriol encerra fazendo um apanhado geral do assunto.
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Para saber mais sobre os assuntos tratados:
 
Aprofunde-se nas legislações correlatas aos temas de estudo. A legislação vigente em nosso
arcabouço jurídico é facilmente encontrada no site do Planalto (planalto.gov.br) — sempre atualizado.
As páginas disponibilizam tanto a legislação original quanto a legislação consolidada, apresentando as
mudanças ocorridas ao longo do tempo. Links para decretos correlacionados com as leis apresentadas
possibilitam mais aprofundamento nas matérias.
Visite o site do STF (stf.jus.br) para consultar a constituição e todas as súmulas vinculantes emitidas
pelo STF e demais julgamentos — cada um relacionado ao Artigo a que se refere.
Referências
BRASIL. A Constituição e o Supremo. Consultado eletronicamente em: 10 fev. 2021.
 
BRASIL. Índice de Súmulas do TST. Resolução n. 220 de 18 de setembro de 2017. Brasília, 2017.
 
BRASIL. Casa Civil. Decreto-Lei 5452 de 1º de maio de 1943. Brasília, 1943.
 
BRASIL. Casa Civil Lei 4090 de 13 de julho de 1962. Brasília, 1962.
 
• 
• 
BRASIL. Casa Civil Decreto 57.155 de 3 de novembro de 1965. Brasília, 1965.
	Férias e 13º salário
	1. Itens iniciais
	Propósito
	Preparação
	Objetivos
	Introdução
	1. Provisões de férias
	Breve histórico
	Saiba mais
	Formalidades na concessão de férias
	Atenção
	Saiba mais
	Férias integrais e férias parceladas
	Atenção
	Regras para quebra das férias
	Curiosidade
	Início das férias
	Férias para trabalhar
	Saiba mais
	Redução de férias
	Saiba mais
	Se o empregado deixar o emprego
	Licença remunerada
	A não execução do trabalho
	Licença médica
	Saiba mais
	Adicional de férias
	Questões correlatas ao pagamento das férias
	Conteúdo interativo
	Abono de férias
	Atenção
	Saiba mais
	Verificando o aprendizado
	2. Décimo terceiro salário
	Gratificação natalina
	Incentivo comercial
	Direito
	Regime CLT
	Cálculo e pagamento da primeira parcela
	Atenção
	Saiba mais
	“E empregados que recebe algum tipo de comissão?”
	A primeira parcela do 13º salário
	Conteúdo interativo
	Cálculo e pagamento da segunda parcela
	Setor público e privado
	Segunda parcela
	Comissões e descontos
	Regras próprias
	Extinção do contrato
	Garantia ao aposentado
	Desconto de faltas
	Atenção
	Outras gratificações
	Gorjetas
	Gratificação semestral
	Trabalhadores domésticos
	Art. 1º
	Art. 2º
	Art. 3º
	Art. 4º
	Art. 5º
	Art. 6º
	Art. 7º
	Art. 8º
	Verificando o aprendizado
	3. Pagamento de diferença das férias e da gratificação natalina
	Apuração e pagamento das férias e da gratificação natalina
	Gratificação natalina ou 13º salário
	Remunerações variáveis
	Tipos de verbas variáveis
	Particularidade no cálculo do 13º salário
	Exemplo
	Comissão mensal
	Gratificação por hora
	Adicional de periculosidade
	Comissão de vendas mensal
	Gratificação semestral
	Férias
	Exemplo
	Comissão mensal
	Gratificação por hora
	Adicional de periculosidade
	Comissão de vendas mensal
	Salário Férias
	1/3 de férias
	Adiantamento do 13º
	Atenção
	Explicação do exercício de fixação das férias
	Conteúdo interativo
	Descontos legais
	Saiba mais
	Tratamento na demissão do empregado
	Exercício de fixação
	Comentário
	Verificando o aprendizado
	4. Conclusão
	Considerações finais
	Podcast
	Podcast
	Conteúdo interativo
	Explore+
	Referênciasartigo. (Incluído pela Lei n. 13.874, de 2019) Art. 136 - A época da concessão das férias será a que
melhor consulte os interesses do empregador. (Redação dada pelo Decreto-lei n. 1.535, de 13 de abril de
1977) § 1º - Os membros de uma família, que trabalharem no mesmo estabelecimento ou empresa, terão
direito a gozar férias no mesmo período, se assim o desejarem e se disto não resultar prejuízo para o
serviço. (Redação dada pelo Decreto-lei n. 1.535, de 13 de abril de 1977) § 2º - O empregado estudante,
menor de 18 (dezoito) anos, terá direito a fazer coincidir suas férias com as férias escolares. (Redação
dada pelo Decreto-lei n. 1.535, de 13 de abril de 1977) 
Férias integrais e férias parceladas
As férias de todo trabalhador empregado no Brasil são regidas pela CLT. Elas devem ser concedidas em
período único, podendo o empregado optar por gozá-las em até três períodos.
 
A regra de período único deve ser cumprida caso o empregado assim o desejar, não podendo o empregador
impor a divisão das férias. Isso está contido no artigo 135 da CLT e dá ao empregado esse direito de férias
integralmente cumpridas em apenas um período.
Atenção
A opção de parcelamento das férias é uma concessão de direito ao empregado e não ao empregador,
que deve, nesse caso, seguir a vontade do empregado. Mas esse direito do empregado deve respeitar o
direito do empregador de dizer em qual período essas férias podem ser usufruídas (sempre lembrando
da regra de que se deve avisar o empregado com antecedência de no mínimo 30 dias). 
Com isso, a opção de gozo de férias em período único ou em até três períodos deve ser avisada com
antecedência ao empregador, que deverá programar a concessão dessas férias seguindo a escolha do
empregado.
 
A quebra das férias em até três períodos segue algumas regras:
Regras para quebra das férias
- Um dos períodos dessa quebra deve ter no mínimo 14 dias e os outros dois não podem ter menos
que cinco dias corridos.
- O empregado não fica totalmente livre para escolher como quer gozar as suas férias e tem que
seguir as regras de forma compulsória, mas esse regramento, na realidade, procura proteger o
empregado na relação com seu empregador.
Imagine o empregado de uma empresa multinacional: qual a sua força diante da empresa para rejeitar
uma determinação abusiva e não ter o seu emprego ameaçado? É por essas e outras situações que as
leis procuram dar liberdade e ao mesmo tempo impor regras mínimas para essa flexibilização.
- As férias de um empregado devem ser gozadas dentro do prazo de um ano após o fim do período
aquisitivo. Isso implica dizer que, após os doze meses do período de aquisição, obrigatoriamente as
férias devem ser cumpridas.
Curiosidade
Período de aquisição é aquele em que o empregado deve trabalhar para que tenha o direito ao período
de um mês comercial, 30 dias, de férias. Esse período se encerra com a completude de 12 meses, a
partir daí se inicia um novo período de aquisição, gerando um ciclo contínuo de períodos aquisitivos. 
O ano que se segue imediatamente ao findar o ano aquisitivo chama-se período de gozo. Como já dito, o gozo
das férias deve ocorrer no período de gozo, e o pagamento dos direitos de férias também deve acontecer
nesse período. Caso isso não ocorra, o empregador deverá pagar essas férias em dobro ao empregado, como
uma forma de penalização pelo descumprimento da lei.
Início das férias
Outra regra importante é a vedação do início das férias em período que anteceda feriado ou repouso
semanal em dois dias. Essa regra evita que empregadores programem as férias de seus empregados
procurando diminuir o seu período de gozo, resguardando assim o direito de o empregado tirar suas
férias de forma integral.
Férias para trabalhar
Em contrapartida, esse gozo de férias não pode servir para que o empregado preste serviço a outro
empregador, desvirtuando a função do descanso. Esta regra só tem exceção nos casos em que o
empregado já presta serviço regular a outro empregador, por exemplo, uma pessoa que trabalhe
durante o dia em uma empresa e à noite dê aulas em uma escola. O fato de ela estar em férias na
empresa não a proíbe de continuar seu trabalho na escola.
Saiba mais
O que diz a lei Art. 134 - As férias serão concedidas por ato do empregador, em um só período, nos 12
(doze) meses subsequentes à data em que o empregado tiver adquirido o direito. (Redação dada pelo
Decreto-lei n. 1.535, de 13 de abril de 1977) § 1º - Desde que haja concordância do empregado, as férias
poderão ser usufruídas em até três períodos, sendo que um deles não poderá ser inferior a quatorze dias
corridos e os demais não poderão ser inferiores a cinco dias corridos, cada um. (Redação dada pela Lei
n. 13.467, de 2017) § 3º - É vedado o início das férias no período de dois dias que antecede feriado ou
dia de repouso semanal remunerado. (Incluído pela Lei n. 13.467, de 2017) Art. 137 - Sempre que as
férias forem concedidas após o prazo de que trata o art. 134, o empregador pagará em dobro a
respectiva remuneração. (Redação dada pelo Decreto-lei n. 1.535, de 13 de abril de 1977) § 1º - Vencido
o mencionado prazo sem que o empregador tenha concedido as férias, o empregado poderá ajuizar
reclamação pedindo a fixação, por sentença, da época de gozo das mesmas. (Incluído pelo Decreto-lei
n. 1.535, de 13 de abril de 1977) § 2º - A sentença cominará pena diária de 5% (cinco por cento) do
salário mínimo da região, devida ao empregado até que seja cumprida. (Incluído pelo Decreto-lei n. 1.535,
de 13 de abril de 1977) Art. 138 - Durante as férias, o empregado não poderá prestar serviços a outro
empregador, salvo se estiver obrigado a fazê-lo em virtude de contrato de trabalho regularmente
mantido com aquele. (Redação dada pelo Decreto-lei n. 1.535, de 13 de abril de 1977) Súmula n. 81 do
TST - FÉRIAS (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21 de novembro de 2003: “Os dias de férias
gozados após o período legal de concessão deverão ser remunerados em dobro”. 
Redução de férias
O direito às férias dado a todo empregado pode ser perdido ou reduzido se algumas situações ocorrerem
durante o período aquisitivo. A CLT trata dessas possibilidades de forma exaustiva, não podendo ser usada
analogia ou mesmo outra razão para a perda do direito a férias remuneradas.
A primeira possibilidade está contida no artigo 130 da CLT. Esse artigo trata das possiblidades de
perda de dias das férias ou até das férias integrais se o empregado tiver um número específico de
faltas injustificadas durante o ano. Essas faltas são tratadas em faixas, até cinco dias de falta o
empregado não terá suas férias reduzidas em nenhum dia.
É importante salientar que é vedado ao empregador descontar das férias do empregado os dias que este
faltar sem justificativa, podendo apenas descontar o dia de falta e o desconto semanal remunerado, se assim
o aprouver. A lei estabelece que, se o empregado faltar acima de cinco vezes no período aquisitivo de férias,
seu direito a férias será reduzido.
 
Isso não quer dizer que estão sendo descontados dias de férias do empregado, mas que o seu direito a férias
é reduzido. Desse modo, a lei evita que o empregado falte durante o ano aquisitivo e ainda assim tenha direito
a férias integrais.
 
As faixas de redução das férias dos empregados que faltarem sem justificativa no período aquisitivo respeitam
a seguinte lógica:
Faltas sem justificativa do empregado — Direito a dias de férias
de 6 a 14 dias 24 dias de férias
de 15 a 23 dias 18 dias de férias
Faltas sem justificativa do empregado — Direito a dias de férias
de 24 a 32 dias 12 dias de férias
Saiba mais
O que diz a lei Art. 130 - Após cada período de 12 (doze) meses de vigência do contrato de trabalho, o
empregado terá direito a férias, na seguinte proporção; (Redação dada pelo Decreto-lei n. 1.535, de 13
de abril de 1977) I - 30 (trinta) dias corridos, quando não houver faltado ao serviço mais de 5 (cinco)
vezes; (Incluído pelo Decreto-lei n. 1.535, de 13 de abril de 1977) II - 24 (vinte e quatro) dias corridos,quando houver tido de 6 (seis) a 14 (quatorze) faltas; (Incluído pelo Decreto-lei n. 1.535, de 13 de abril de
1977) III - 18 (dezoito) dias corridos, quando houver tido de 15 (quinze) a 23 (vinte e três) faltas; (Incluído
pelo Decreto-lei n. 1.535, de 13 de abril de 1977) IV - 12 (doze) dias corridos, quando houver tido de 24
(vinte e quatro) a 32 (trinta e duas) faltas. (Incluído pelo Decreto-lei n. 1.535, de 13 de abril de 1977) § 1º
- É vedado descontar, do período de férias, as faltas do empregado ao serviço. (Incluído pelo Decreto-lei
n. 1.535, de 13 de abril de 1977) § 2º - O período das férias será computado, para todos os efeitos, como
tempo de serviço. (Incluído pelo Decreto-lei n. 1.535, de 13 de abril de 19770 
Existem outras condições que levam empregados a perder o seu direito às férias.
Se o empregado deixar o emprego
Se o empregado deixar o emprego e não for readmitido em prazo inferior a 60 dias. Neste caso, o
empregado perde o direito à continuidade do período aquisitivo de férias, iniciando um novo período
se for readmitido no emprego.
Licença remunerada
Se o empregado for afastado por licença remunerada por período superior a 30 dias, também perde o
direito às férias. Neste caso, a perda do direito acontece porque o afastamento é já entendido como
férias, o que supre as exigências legais do descanso de 30 dias.
A não execução do trabalho
A não execução do trabalho por paralização da empresa, e consequente folga do empregado,
também enseja a perda do direito às férias de 30 dias para o período aquisitivo corrente (não conta
para esta condição que o empregado tenha ficado à disposição da empresa por período superior a 30
dias). Esta regra considera que a folga pela paralisação da empresa já proporcionou o descanso
proposto pelas férias remuneradas.
Licença médica
Por fim, quando o empregado fica em licença médica por doença ou acidente de trabalho e recebe da
Previdência Social auxílio por período superior a 6 meses durante o período aquisitivo de trabalho,
suas férias são canceladas. Esta regra também vale se esses períodos não forem contínuos. Aqui se
entende que o afastamento por período tão amplo dificulta a vida do empregador, aumentando muito
os custos com esse empregado.
Saiba mais
O que diz a lei Art. 133 - Não terá direito a férias o empregado que, no curso do período aquisitivo:
(Redação dada pelo Decreto-lei n. 1.535, de 13 de abril de 1977) I - deixar o emprego e não for
readmitido dentro de 60 (sessenta) dias subsequentes à sua saída; (Incluído pelo Decreto-lei n. 1.535, de
13 de abril de 1977) II - permanecer em gozo de licença, com percepção de salários, por mais de 30
(trinta) dias; (Incluído pelo Decreto-lei n. 1.535, de 13 de abril de 1977) III - deixar de trabalhar, com
percepção do salário, por mais de 30 (trinta) dias, em virtude de paralisação parcial ou total dos serviços
da empresa; e (Incluído pelo Decreto-lei n. 1.535, de 13 de abril de 1977) IV - tiver percebido da
Previdência Social prestações de acidente de trabalho ou de auxílio-doença por mais de 6 (seis) meses,
embora descontínuos. (Incluído pelo Decreto-lei n. 1.535, de 13 de abril de 1977) § 2º - Iniciar-se-á o
decurso de novo período aquisitivo quando o empregado, após o implemento de qualquer das condições
previstas neste Artigo, retornar ao serviço. (Incluído pelo Decreto-lei n. 1.535, de 13 de abril de 1977) §
3º - Para os fins previstos no inciso III deste Artigo, a empresa comunicará ao órgão local do Ministério
do Trabalho, com antecedência mínima de 15 (quinze) dias, as datas de início e fim da paralisação total
ou parcial dos serviços da empresa, e, em igual prazo, comunicará, nos mesmos termos, ao sindicato
representativo da categoria profissional, bem como afixará aviso nos respectivos locais de trabalho.
(Incluído pela Lei n. 9.016, de 30 de março de 1995) 
Adicional de férias
Questões correlatas ao pagamento das férias
O especialista Ettore de Carvalho Oriol fala sobre como tratar das questões relacionadas ao 1/3 constitucional,
abono pecuniário e das férias em dobro.
Conteúdo interativo
Acesse a versão digital para assistir ao vídeo.
O Adicional Constitucional de Férias foi instituído no Artigo 7º da Constituição Federal de 1988 em seu inciso
XVII que diz:
gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal.
Brasil, 1988.
Esse direito de 1/3 sobre a remuneração das férias é conhecido como 1/3 constitucional de férias. Esse
dispositivo procurou garantir que todos os empregados tivessem um valor extra para aproveitar melhor as
suas férias, um valor que poderia ser utilizado para viagem e passeios com a família.
Esse 1/3 constitucional deve ser calculado com
base no salário total a que o empregado terá
direito no período de férias. Isso quer dizer que
qualquer verba que refletir sobre o valor das
férias do empregado, aumentando a sua base
de cálculo, deve estar no 1/3 constitucional de
férias. Isso faz com que o valor do 1/3 inclua em
sua base de cálculo todas as verbas recebidas
pelo empregado, inclusive parcelas variáveis e
adicionais que reflitam no valor principal das
férias.
O terço constitucional foi universalizado pela
Constituição de 1988 e garantido a todos os trabalhadores. Esse direito é amplamente seguido pelos
empregadores e contratos de trabalho especiais como os de empregados intermitentes, contratos
temporários, jovem aprendiz, entre outros.
Abono de férias
O empregado tem o direito de transformar parte de suas férias em abono pecuniário. Isso quer dizer que o
legislador abriu mais uma exceção à obrigação de cumprimento dos 30 dias de férias de forma ininterrupta.
Nessa exceção, o empregado pode trabalhar parte de suas férias para o seu empregador e receber
esses dias trabalhados, na proporção de seu salário normal, além do salário já devido pelo descanso
das férias remuneradas.
Essa forma de “vender” parte das férias foi uma abertura que o legislador concedeu ao empregado que
necessita de mais dinheiro e ao empregador que não pode prescindir de seu trabalho. Assim, tanto o
empregado como o empregador podem ter seus interesses atendidos.
Atenção
Essa “venda” de alguns dias de férias ao empregador também encontra limites na legislação, que
determina como limite máximo de venda 1/3 de seus dias de férias remuneradas. Assim, o empregado
pode vender até 10 dias de suas férias quando esta for de 30 dias, o equivalente a 1/3 —percentual de
referência, se as férias forem menores em razão das faltas durante o período aquisitivo. Para que esse
1/3 seja convertido em abono pecuniário, é necessário que o empregado avise o empregador com prazo
de até 15 dias do período aquisitivo. 
Essa é uma questão muito importante, pois o pedido fora do prazo pode ensejar a negativa do empregador,
que tem liberalidade para conceder pedidos fora do prazo legal, já que arca com os custos desse direito
concedido ao empregado.
Saiba mais
O que diz a lei Art. 143 - É facultado ao empregado converter 1/3 (um terço) do período de férias a que
tiver direito em abono pecuniário, no valor da remuneração que lhe seria devida nos dias
correspondentes. (Redação dada pelo Decreto-lei n. 1.535, de 13 de abril de 1977 - Vide Lei n. 7.923, de
1989) § 1º - O abono de férias deverá ser requerido até 15 (quinze) dias antes do término do período
aquisitivo. (Incluído pelo Decreto-lei n. 1.535, de 13 de abril de 1977) § 2º - Tratando-se de férias
coletivas, a conversão a que se refere este Artigo deverá ser objeto de acordo coletivo entre o
empregador e o sindicato representativo da respectiva categoria profissional, independendo de
requerimento individual à concessão do abono. (Incluído pelo Decreto-lei n. 1.535, de 13 de abril de
1977) Art. 144 - O abono de férias de que trata o Artigo anterior, bem como o concedido em virtude de
cláusula do contrato de trabalho, do regulamento da empresa, de convenção ou acordo coletivo, desde
que não excedente de vinte dias do salário, não integrarão a remuneração do empregado para os efeitos
da legislaçãodo trabalho. (Redação dada pela Lei n. 9.528, de 1998) Art. 145 - O pagamento da
remuneração das férias e, se for o caso, o do abono referido no Art. 143 serão efetuados até 2 (dois)
dias antes do início do respectivo período. (Redação dada pelo Decreto-lei n. 1.535, de 13 de abril de
1977) Parágrafo único - O empregado dará quitação do pagamento, com indicação do início e do término
das férias. (Incluído pelo Decreto-lei n. 1.535, de 13 de abril de 1977) 
Verificando o aprendizado
Questão 1
(FCC, 2017) José, vendedor em loja de confecções, solicitou ao empregador, Marcelo, dez dias antes do
término do respectivo período aquisitivo, a conversão de 1/3 do período de férias em abono pecuniário. Por
sua vez, em momento posterior e com antecedência de sessenta dias, Marcelo informou a José a respeito do
período designado para o respectivo gozo de férias. O pagamento de férias acrescidas do terço constitucional
foi efetuado ao trabalhador no primeiro dia após o início das férias. Marcelo não pagou o abono pecuniário,
por entender indevida no caso concreto a conversão parcial, diante da data de solicitação da providência.
Considere que, durante o período aquisitivo, José havia faltado sete vezes ao serviço, de forma injustificada,
tendo havido desconto salarial. Além disso, no mesmo período aquisitivo, José ausentou-se do trabalho, de
modo justificado, por vinte e quatro dias não consecutivos. Nessa situação hipotética:
A
José não faz jus à fruição de férias, pois possui mais de trinta e duas faltas no período aquisitivo.
B
José tem direito à conversão de 1/3 do período das férias em abono pecuniário, razão pela qual a falta de
pagamento do abono gera o direito à remuneração das férias em dobro, incluído o terço constitucional.
C
José faz jus ao gozo e à remuneração de trinta dias de férias, acrescidas do terço constitucional, mas não à
conversão de 1/3 do período de férias em abono pecuniário.
D
É devido o pagamento a José, de forma simples, da remuneração de férias de vinte e quatro dias, incluído o
terço constitucional, sem direito à conversão de 1/3 das férias em abono pecuniário.
E
É devido a José o pagamento em dobro da remuneração de férias de vinte e quatro dias, incluído o terço
constitucional, por ter sido realizada a quitação pelo empregador fora do prazo legal.
A alternativa E está correta.
Quando o empregador deixa de conceder ao empregado as suas férias no período de gozo, até 12 meses
após findo o período aquisitivo de férias, ele deverá pagar as férias do empregado em dobro. Essa é uma
punição ao empregador que não conceder as férias no período correto, incluindo nesse direito o
pagamento dos valores devidos, ou seja, mesmo que o empregado fique de férias no período correto, se o
valor correspondente a férias e 1/3 constitucional não forem pagos, o empregado terá o direito de receber
em dobro.
Questão 2
(FCC, 2018) Lucas, com 20 anos, e seu pai, Agenor, com 47 anos, são empregados na mesma empresa e
cumpriram o período aquisitivo de férias. Ao longo do período aquisitivo, Lucas contou com 7 dias de
ausências injustificadas e Agenor com 4 dias de ausências injustificadas. O empregador comunicou a Lucas e
Agenor que eles sairão de férias. Nesse caso, segundo a lei vigente:
A
A concessão das férias deverá ser participada a Lucas e Agenor, por escrito ou verbalmente, com
antecedência de, no mínimo, 15 dias.
B
Lucas terá direito a férias na proporção de 24 dias, e Agenor terá direito a férias na proporção de 30 dias.
C
O empregador não pode decidir o período de concessão das férias de Lucas e Agenor, pois a época da
concessão das férias será a que melhor consulte aos interesses do empregado.
D
Lucas e Agenor, independentemente de sua concordância e desde que assim decida o empregador, deverão
usufruir das férias em até três períodos. Um deles não poderá ser inferior a 14 dias corridos e os demais não
poderão ser inferiores a 5 dias corridos, cada um.
E
Lucas e Agenor terão direito a gozar férias no mesmo período, se assim o desejarem e independentemente de
isso resultar em prejuízo para o serviço.
A alternativa B está correta.
Segundo a CLT, o empregado que faltar durante o período aquisitivo de férias terá seu direito a férias
remuneradas reduzido, conforme faixas apresentadas nos incisos do Art. 130.
2. Décimo terceiro salário
Gratificação natalina
Também conhecida como 13º salário, a gratificação natalina é um benefício que foi incorporado como direito
positivo há pouco tempo no Brasil. Especialistas dizem que gratificações de Natal pagas pelo bom
desempenho dos empregados eram uma prática comum nas empresas. Essa questão foi bastante debatida no
governo Vargas, em 1943, mas pressões de empresários evitaram a sua incorporação à Consolidação das Leis
do Trabalho (CLT), o que ocorreu apenas em 1962.
A aprovação da lei da gratificação natalina
ocorreu durante um período bastante
conturbado da nossa história. Com a renúncia
do presidente Jânio Quadros e a posse de João
Goulart, foi instalado no Brasil um sistema
parlamentarista com o intuito de restringir o
poder do então presidente, que tinha um claro
viés socialista. Com as fortes pressões
populares, principalmente de trabalhadores
urbanos, que cresciam em número e
importância no país já há algum tempo, os
parlamentares procuraram aprovar a
gratificação natalina como uma forma de
apaziguar os ânimos.
 
A instituição dessa lei recebeu novamente forte pressão dos empresários, mas desta vez foi aprovada e
recebeu a sanção do presidente João Goulart em 13 de julho de 1962.
1
Incentivo comercial
Com o passar do tempo, a gratificação natalina revelou-se um enorme incentivo ao comércio. A
renda extra na época do Natal movimenta a economia gerando renda e prosperidade ao país.
2
Direito
Com a vitória dos trabalhadores, que passaram a ter o direito de receber 1/12 (um doze avos) a mais
por mês trabalhado, pagos no final do ano como gratificação natalina, esse direito foi universalizado
aos trabalhadores empregados no regime da CLT.
3
Regime CLT
Essa condição passou a ser a única exigência para a aquisição do direito, tornando o valor
correspondente aos meses trabalhados durante o ano vigente.
Um trabalhador contratado no mês de abril, por exemplo, terá direito a 9/12 (nove doze avos) de seu salário
como gratificação natalina, desde que trabalhe até o final do ano vigente. Essa proporcionalidade, além de
garantir que todos os empregados recebam sua gratificação de natal, ainda que tenham trabalhado apenas
alguns meses no ano, distribui o custo dessa benesse uniformemente durante o ano para os patrões, que ao
final o incorporam mensalmente como um custo de produção.
Cálculo e pagamento da primeira parcela
Como vimos, a gratificação natalina está diretamente ligada à quantidade de meses que cada empregado
trabalha durante o ano calendário. Isso quer dizer que os cálculos são todos feitos com base no número de
meses em que o empregado esteve à disposição da empresa.
Atenção
A gratificação natalina é paga sempre em duas parcelas. O Decreto 57.155/1965, em seu Artigo 3º, indica
que “entre os meses de fevereiro e novembro de cada ano, o empregador pagará, como adiantamento
da gratificação, de uma só vez, metade do salário recebido pelo empregado no mês anterior”. 
Essa regra define como obrigatório o pagamento de metade do salário do empregado como adiantamento de
seu 13º salário. O empregador pode escolher o mês do pagamento, desde que dentro do prazo determinado.
Saiba mais
Outro ponto importante nesse regramento é que o empregador não é obrigado a pagar todos os
empregados no mesmo mês. Isso quer dizer que os adiantamentos podem ser escalonados durante o
ano, criando a sequência que for mais conveniente ao empregador. No entanto, cada empregado deve
receber o valor integral, sem parcelamentos. 
“E empregados que recebe algum tipo de comissão?”
Chave de resposta
Para os empregados que recebem valores como comissões ou aqueles que recebem apenas valores
variáveis, o empregador está obrigado apagar 1/12 (um doze avos) por cada mês do ano (até a data do
pagamento do adiantamento) do valor total mensal recebido pelo empregado. Esse cálculo procura dar ao
empregado que recebe salário variável um tratamento justo e ao mesmo tempo gerar ao empregador uma
base uniforme de cálculo do adiantamento da gratificação natalina.
A legislação também autoriza expressamente o desconto do valor pago como adiantamento no valor devido
no mês de dezembro. Como se sabe, a CLT determina que nenhum desconto pode ocorrer nos salários dos
empregados sem que haja lei que o autorize.
 
A legislação também dá ao empregado a possibilidade de requerer o adiantamento da primeira parcela do 13º
salário junto com as férias. Para que essa possibilidade seja aceita pelo empregador, é necessário que o
empregado faça um requerimento até o mês de janeiro do ano correspondente. Essa exigência procura
resguardar o direito de programação do empregador com relação aos seus desembolsos.
A primeira parcela do 13º salário
O especialista Ettore de Carvalho Oriol fala sobre como tratar das peculiaridades do pagamento da primeira
parcela do 13º salário.
Conteúdo interativo
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Cálculo e pagamento da segunda parcela
A segunda parcela do 13º salário deverá ser quitada até o dia 20 de dezembro, conforme indica a
CLT e o decreto 57.155/65.
Setor público e privado
A regra vale para o setor público e privado, garantindo assim que esse
valor esteja nas mãos de todos os empregados antes das festas de Natal.
Esse direito garante um Natal com maior fartura e os empregados
poderão usufruí-lo visando a atender seu intuito. Se pensarmos que
vivemos em uma sociedade majoritariamente cristã, podemos entender
tal direito e sua principal função.
Segunda parcela
A segunda parcela do 13º salário é o momento em que o empregador
procede com o cálculo dos adicionais e dos descontos incidentes sobre
essa gratificação. Diversos adicionais — os noturnos, de insalubridade,
de periculosidade, entre outros — incidem sobre esse valor e incorporam
seu valor base.
Comissões e descontos
As comissões e os demais valores variáveis que incorporam a base de
cálculo dos salários também incorporam o valor final do 13º salário dos
empregados.
Já os descontos são aplicados conforme regramento geral e específico.
O Imposto de Renda Retido na Fonte também alcança o 13º salário e
dever ser retido e repassado para a Receita Federal.
Regras próprias
Esse tributo tem regras próprias, mas não trataremos delas aqui. O
desconto da Contribuição Previdenciária também incide sobre o 13º
salário. A lógica para essa incidência é que o aposentado ou pensionista
também terá o direito de receber futuramente a gratificação natalina.
Além das incorporações e dos descontos, os valores pagos in natura também devem incorporar a gratificação
natalina. Essa incorporação deve acontecer por seu valor de desconto no salário do empregado. O valor
equivale a cada tipo de salário in natura que o empregado tenha direito, não podendo ser incorporados os
valores de benefícios fornecidos para a execução do trabalho, valores esses que não incorporam o salário
tampouco a gratificação natalina.
Os valores pagos como primeira parcela do 13º salário devem ser descontados do pagamento do
valor final. Esse desconto não fere a regra de que nenhum valor pode ser descontado da
remuneração dos empregados, já que a Lei e o Decreto garantem essa prerrogativa ao empregador.
Com isso, o adiantamento segue o mesmo padrão do adiantamento do salário mensal.
Quando o empregado é contratado ou demitido durante o ano, ele faz jus ao proporcional do 13º salário.
 
Esse cálculo é feito levando em consideração 1/12 (um doze avos) para cada mês trabalhado.
 
Qualquer fração de mês superior a 15 dias será computado como um mês completo para esse cálculo. Isso
quer dizer que, se uma pessoa for admitida no dia 10 de março e demitida no dia 10 de novembro, fará jus a
8/12 (oito doze avos) do salário mensal, acrescido de todos os direitos que incorporam seu salário, como
gratificação natalina proporcional.
A data legal de pagamento da segunda parcela do 13º salário é 20 de dezembro — lembrando que metade
desse valor deve ser pago como adiantamento entre os meses de fevereiro e novembro de cada ano. Como o
mês de dezembro ainda não está fechado para que o valor final do 13º salário seja calculado (principalmente
no caso dos funcionários que recebem valores variáveis), a legislação indica que o valor seja calculado na
proporção de 1/11 (um doze avos) das remunerações até novembro e que até o dia 10 de janeiro seguinte a
diferença, se houver, seja apurada e paga aos empregados. Dessa forma, a lei procura padronizar a
metodologia aplicada e gerar uniformidade na aplicação do direito.
 
A lei trata também dos trabalhadores temporários e intermitentes, dando a eles os mesmos direitos que os
trabalhadores com contrato de trabalho tradicional — incluindo o trabalhador rural que trabalha por safra.
Extinção do contrato
Na extinção do contrato de trabalho, é devido, de forma proporcional à sua duração, o pagamento do
13º salário aos empregados. Essa regra segue a premissa de que o valor do 13º salário é ganho na
proporção de 1/12 (um doze avos) por mês trabalhado. Esse direito ao 13º salário proporcional ao
tempo trabalhado foi estendido aos funcionários que se aposentam.
Garantia ao aposentado
Essa extensão procura garantir ao aposentando a percepção de sua gratificação natalina por
completo, pois o INSS só paga a gratificação de Natal aos seus segurados proporcionalmente aos
meses de seguridade.
Desconto de faltas
Outro ponto abordado é a questão dos descontos de faltas. O art. 2º da Lei 4090/1962 garante que
as faltas justificadas, ou seja, aquelas concedidas como direito ao empregado, não serão
descontadas do trabalhador. Isso ocorre também com o salário mensal desse trabalhador. No
entanto, em contradição a esse dispositivo, as faltas não justificadas poderão ser descontadas do 13º
salário.
Esse desconto não acontece de forma direta, mas indireta: ao descontar as faltas injustificadas no
salário mensal do trabalhador, esse valor será a base para o cálculo do 13º salário na proporção de
1/12 (um doze avos). Portanto, o valor resultante será impactado pelo desconto das faltas
injustificadas.
Atenção
TST. Súmula n. 46. As faltas ou ausências decorrentes de acidente do trabalho não são consideradas
para os efeitos de duração de férias e cálculo da gratificação natalina. 
As demissões por justa causa provocam a perda do direito ao recebimento do 13º salário proporcional ao
tempo já transcorrido — no ano em que a demissão acontece. Essa penalização está expressa no Decreto
57.155/1965 em seu artigo 7º. Dessa forma, se um empregado é demitido por justa causa, qualquer valor que
ele tenha recebido como adiantamento do 13º salário deverá ser descontado dos valores devidos na rescisão.
Não havendo demissão por justa causa, os valores proporcionais do 13º salário são devidos. Mesmo nesses
casos o adiantamento pode ser compensado dos valores devidos como verbas rescisórias.
Os valores pagos aos empregados, como salário utilidade, devem ser incorporados ao 13º salário e pagos em
pecúnia até o dia 20 de dezembro. Conforme indica o artigo 5º do Decreto 57.155/1965,
quando parte da remuneração for paga em utilidades, o valor da quantia efetivamente descontada e
correspondente a essas será computado para fixação da respectiva gratificação.
Jaeger, 1995.
Esse dispositivo indica que a parte descontada do salário e paga em utilidades, ou seja, in natura, deve ser
incorporada ao cálculo do 13º salário de forma integral, retornando ao seu valor original.
Outras gratificações
Gorjetas
 
As gorjetas integram o salário base para o cálculo do 13º salário dos empregados. Essa conclusão é retirada
por exclusão da Súmula do TST n. 354, que firmou entendimento que, “apesar de as gorjetas integrarem a
remuneração do empregado, não servem de base de cálculo para apuração do aviso-prévio,adicional noturno,
horas extras e repouso semanal remunerado”. Esse entendimento excluiu o reflexo das gorjetas sobre essa
lista de direitos dos trabalhadores. Não obstante, a gratificação de Natal não foi incluída nesse rol de direitos
listados pelo julgador. Dessa forma, conclui-se que as gorjetas integram a base de cálculo da gratificação
natalina, lembrando que integram tanto as gorjetas cobradas pelo empregador e depois distribuídas aos
empregados como as gorjetas pagas diretamente aos empregados. Essa incidência refletirá também no
recolhimento do FGTS por parte do empregado na proporção de 8% do valor devido.
Gratificação semestral
 
A gratificação semestral que algumas categorias recebem de seus empregadores devem refletir sobre os
valores pagos a título de 13º salário. Isso implica dizer que esses valores serão incluídos na base do 13º salário
por seu duodécimo, ou seja, 1/12 avos do valor efetivamente pago com gratificação semestral.
 
Quanto ao trabalhador avulso, a Constituição Federal de 1988 garantiu no artigo 7º que esse também teria
direito ao 13º salário. Esse direito foi garantido pela equiparação entre o empregado avulso e os empregados
regulares no inciso XXXIV que preconiza a “igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo empregatício
permanente e o trabalhador avulso”. Assim, o trabalhador avulso também terá todos os direitos que um
trabalhador permanente tem em seu contrato de trabalho.
Trabalhadores domésticos
 
Já os trabalhadores domésticos passaram a ter o seu direito garantido com a Emenda Constitucional 72 de
2013. Diversos direitos dos trabalhadores foram estendidos aos trabalhadores domésticos, incluindo o 13º
salário. Com essa garantia constitucional, os empregadores passaram a ter obrigação de fazer esse
pagamento, não sendo mais uma liberalidade.
O que diz o Decreto 57.155/1965:
Art. 1º
O pagamento da gratificação salarial, instituída pela Lei n. 4.090, de 13 de julho de 1962, com as
alterações constantes da Lei n. 4.749, de 12 de agosto de 1965, será efetuado pelo empregador até o
dia 20 de dezembro de cada ano, tomando-se por base a remuneração devida nesse mês de acordo
com o tempo de serviço do empregado no ano em curso. 
Parágrafo único. A gratificação corresponderá a 1/12 (um doze avos) da remuneração devida em
dezembro, por mês de serviço, do ano correspondente, sendo que a fração igual ou superior a 15
(quinze) dias de trabalho será havida como mês integral.
Art. 2º
Para os empregados que recebem salário variável, a qualquer título, a gratificação será calculada na
base de 1/11 (um onze avos) da soma das importâncias variáveis devidas nos meses trabalhados até
novembro de cada ano. A esta gratificação se somará a que corresponder à parte do salário
contratual fixo.
Parágrafo único. Até o dia 10 de janeiro de cada ano, computada a parcela do mês de dezembro, o
cálculo da gratificação será revisto para 1/12 (um doze avos) do total devido no ano anterior,
processando-se a correção do valor da respectiva gratificação com o pagamento ou a compensação
das possíveis diferenças.
Art. 3º
Entre os meses de fevereiro e novembro de cada ano, o empregador pagará, como adiantamento da
gratificação, de uma só vez, metade do salário recebido pelo empregado no mês anterior.
§ 1º - Tratando-se de empregados que recebem apenas salário variável, a qualquer título, o
adiantamento será calculado na base da soma das importâncias variáveis devidas nos meses
trabalhados até o anterior àquele em que se realizar o mesmo adiantamento.
§ 2º - O empregador não estará obrigado a pagar o adiantamento no mesmo mês a todos os seus
empregados.
§ 3º - A importância que o empregado houver recebido a título de adiantamento será deduzida do
valor da gratificação devida.
§ 4º - Nos casos em que o empregado for admitido no curso do ano, ou, durante este, não
permanecer à disposição do empregador durante todos os meses, o adiantamento corresponderá à
metade de 1/12 (um doze avos) da remuneração, por mês de serviço ou fração superior a 15 (quinze)
dias.
Art. 4º
O adiantamento será pago ao ensejo das férias do empregado, sempre que este o requerer no mês de
janeiro do correspondente ano.
Art. 5º
Quando parte da remuneração for paga em utilidades, o valor da quantia efetivamente descontada e
correspondente a essas, será computado para fixação da respectiva gratificação.
Art. 6º
As faltas legais e as justificadas ao serviço não serão deduzidas para os fins previstos no art. 2º deste
Decreto.
Art. 7º
Ocorrendo a extinção do contrato de trabalho, salvo na hipótese de rescisão com justa causa, o
empregado receberá a gratificação devida, nos termos do art. 1º, calculada sobre a remuneração do
respectivo mês.
Parágrafo único. Se a extinção do contrato de trabalho ocorrer antes do pagamento de que se trata o
Art. 1º, o empregador poderá compensar o adiantamento mencionado no Art. 3º, com o valor da
gratificação devida na hipótese de rescisão.
Art. 8º
As contribuições devidas aos Institutos de Aposentadoria e Pensões que incidem sobre a gratificação
salarial serão descontadas levando-se em conta o seu valor total e sobre este aplicando-se o limite
estabelecido na Previdência Social.
Parágrafo único. O desconto, na forma deste Artigo, incidirá sobre o pagamento da gratificação
efetuado no mês de dezembro.
Verificando o aprendizado
Questão 1
(FCC, 2016) Sobre a gratificação de Natal:
A
Sendo solicitado pelo trabalhador até o mês de janeiro, a segunda parcela deve ser paga juntamente com a
remuneração das férias, desde que estas já tenham sido programadas.
B
O empregador pode definir a época da primeira parcela, desde que entre os meses de fevereiro e novembro,
devendo o pagamento ser feito a todos os empregados na mesma data.
C
Deve ser paga em duas parcelas, a primeira juntamente com as férias do empregado e a segunda até o dia 20
de dezembro.
D
Pode ser paga em uma única parcela, desde que o trabalhador assim o requeira e o pagamento seja realizado
até o dia 20 de dezembro.
E
A primeira parcela deve ser paga entre os meses de fevereiro e novembro, a critério do empregador, salvo se o
empregado, até o mês de janeiro, solicitar que esta parcela coincida com suas férias.
A alternativa E está correta.
Conforme dita a CLT, mesmo sendo uma liberalidade do empregador a escolha da data de pagamento do
adiantamento do 13º salário, esse deve ser pago entre os meses de fevereiro e novembro. A exceção a
essa regra ocorre quando o empregado pede para que o adiantamento seja pago junto com as férias,
desde que comunique ao empregador durante o mês de janeiro do ano calendário.
Questão 2
(FCC, 2015) Considerando as regras legais sobre remuneração e sobre 13 salário, é correto afirmar:
A
Sendo parte da remuneração do empregado paga em utilidades, o valor da quantia efetivamente descontada
e correspondente a essas, será computado para fixação da gratificação natalina.
B
Para os que recebem salário variável, o valor da parcela da gratificação natalina paga em 20 de dezembro,
descontada a antecipação, é igual à média dos salários de novembro/ano anterior a novembro/ano referência.
C
Empregado que recebe a título de salário R$1.600,00 mensais, acrescido de R$950,00 como diárias para
viagem, faz jus à gratificação natalina, segundo o salário de R$1.600,00.
D
As gorjetas dadas pelos clientes, devido à sua espontaneidade e por não integrar a remuneração do
empregado, são irrelevantes para o pagamento da gratificação natalina.
E
O empregado que teve adiantado metade do 13º salário com as férias no mês de fevereiro, se dispensado por
justa causa em 15 de maio, deverá receber integralmente suas verbas rescisórias.
A alternativa A está correta.
Os valores pagos in natura integram o salário base do empregado no pagamento das férias e do 13º salário
pelo seu valor efetivo.
3. Pagamento de diferença das férias e da gratificação natalina
Apuração e pagamento das férias e da gratificação
natalina
Os valores calculados para as férias e para a gratificação natalina (13ºsalário) dos empregados contêm
algumas peculiaridades que valem ser tratadas em conjunto, pois aumentam a percepção e o entendimento
do praticante de Direito Trabalhista. Para além do simples cálculo usual, temos as verbas remuneratórias
diferenciadas que merecem atenção direcionada.
Todas as verbas trabalhistas que refletem sobre as férias e a gratificação natalina devem ser
incorporadas aos cálculos, porque a sua não inclusão implica ilícito por parte da empresa.
É na legislação trabalhista que o particular e o público mais se aproximam, a maioria das questões trabalhistas
estão regradas em lei ou em julgado e cabe ao empregador apenas cumpri-las. É aqui que a máxima
doutrinária “só é permitido o que está expresso na lei” se torna uma verdade, mesmo que parcial, tanto para o
empregador público como para o empregador privado.
Com isso, calcular os valores devidos a título de férias ou gratificação natalina requer do gestor e do
trabalhador de RH profundo conhecimento e domínio das leis e dos cálculos. É nesse momento que
o responsável aplica todo o seu conhecimento adquirido e pode assegurar procedimentos que não
exponham sua organização ao risco de processos e prejuízos.
A apuração dos valores das férias e do 13º salário seguem praticamente a mesma dinâmica. Em razão de
algumas particularidades, iremos abordar cada forma de cálculo separadamente, procurando pontuar as suas
diferenças.
Gratificação natalina ou 13º salário
Para o cálculo do 13º salário, após o cumprimento do ano corrente, o valor considerado é o do salário recebido
em dezembro, para aqueles que recebem salário fixo.
Remunerações variáveis
Quando o empregado tem direito a remunerações variáveis, o valor é calculado pela soma dos valores
recebidos mês a mês durante o ano em tela e, depois, dividido por 12, ou seja, acumulados na
proporção de 1/12 (um doze avos) por mês trabalhado durante o ano base.
Tipos de verbas variáveis
Verbas como comissões, gorjetas que são basicamente variáveis, integrarão o valor do 13º salário
pela sua média. Já adicionais como o noturno, de periculosidade e de insalubridade comporão o valor
das férias pelo valor pago em dezembro do ano corrente. A gratificação de função de confiança
também integra o valor do 13º salário e será paga com o valor do mês de dezembro do ano corrente.
Particularidade no cálculo do 13º salário
Uma particularidade no cálculo do 13º salário é que, como ele deve ser pago até o dia 20 do mês de
dezembro, o valor das verbas variáveis do próprio mês de dezembro ainda não pode ser calculado.
Dessa forma, a legislação resolve que os valores devem ser calculados na proporção 1/11 (um onze
avos) e este valor, por sua vez, deve ser ajustado até o dia 10 de janeiro recalculando na proporção
1/12 (um doze avos) e incorporando dezembro, o que tornará o valor efetivamente calculado sobre o
ano todo e permitirá os ajustes nos recebíveis de janeiro do ano subsequente.
Acompanhe o exemplo a seguir para exercitar os cálculos comentados.
Exemplo
Exercíco de fixação O Sr. João da Silva, funcionário contratado pela empresa ABC S/A, receberá a sua
gratificação natalina (13º salário) no dia 20 de dezembro como todos os demais funcionário da empresa.
Como ele está trabalhando na empresa há mais de dez anos, o valor a ser pago se refere ao ano
calendário completo. Imagine que você foi designado para calcular o valor do 13º salário do Sr.
João. Para que esse cálculo fosse feito, foram levantados os valores que o empregado recebeu no mês
de dezembro do ano corrente. - Horas de trabalho: 8 horas por dia e 40 horas por semana - Salário
base: R$4.000,00 - Comissão de vendas total nos últimos 11 meses: R$27.500.00 - Comissão de vendas
para o mês de dezembro: R$42.500,00 - Gratificação semestral: R$12.000,00 - Horas extras pagas
durante o ano corrente, não incluindo dezembro: 55 horas - Tem direito a adicional de periculosidade -
Por ser chefe do setor, recebe um adicional de 70% do valor do seu salário base 
Vamos aos outros cálculos:
Comissão mensal
A comissão mensal será considerada 27.500,00 /11 meses, o que perfaz 2.500 por mês.
Cálculo salário mensal 
Iniciamos a resolução do
exemplo calculando o salário
mensal do Sr. João, pois essa é
a base para a concessão do 13º
salário. Para fazermos esse
cálculo, partimos do salário
base que é R$4.000,00 e
encontramos o salário por hora.
Como ele trabalha 40 horas
semanais, o divisor do salário
mensal será 200 horas,
conforme julgado do TST.
 Salário por
hora
trabalhada
= Salário
mensal
base/
número
de horas
mensal
 Salário por
hora
trabalhada =
4.000,00/200
= 20,00 por
hora.
Cálculo horas extras 
Na sequência,
identificamos o salário base
para o cálculo das horas
extras. Nesse cálculo, além
do salário base por hora,
devem entrar as comissões,
as gratificações por função
de confiança, o adicional de
periculosidade, que é de
30% sobre o salário base,
sem acréscimo da
gratificação (CLT, Art. 193).
Assim, o cálculo do valor da
hora extra fica da seguinte
forma:
 Hora extra =
Hora de
salário base +
Hora de
gratificação +
Adicional de
insalubridade
(hora salário
base * 30%) +
Hora de
comissão de
vendas do
mês
Gratificação por hora
A gratificação por hora é igual ao salário base x 70% = 4.000.00 x 70% = 2.800,00 de acréscimo no
salário. Logo, o valor por hora da gratificação é 2.800,00/200 horas = 14,00 por hora.
Adicional de periculosidade
O adicional de periculosidade é de 30% sobre o salário base, logo o valor mensal do adicional é de
R$1.200,00 por mês. O valor por hora desse adicional fica em 1.200,00/200 horas mensal = 6,00 por
hora.
Comissão de vendas mensal
A comissão de vendas mensal será considerada a média da comissão dos 11 meses do ano
calendário, assim o valor será de 27.500,00. Ao dividirmos esse valor por 11 meses que completam o
período aquisitivo, temos que 27.500,00/11 = 2.500,00, sendo esse o valor médio mensal de
comissões. Para chegar no valor por hora, basta dividir esse valor pelo número de horas que o
empregado trabalha por mês. Vale destacar que para as comissões e as horas extras praticadas
durante o mês também devem entrar no cálculo do valor por hora. Assim, como ele trabalhou 55
horas durante o ano calendário, vamos considerar essas horas de forma uniforme durante o período
de 11 meses, somando um total de 5 horas por mês. Assim, o valor da comissão por hora é igual a
2.500,00/(200+5) = 12,20 por hora.
E finalmente o cálculo da hora extra por hora:
Hora extra por hora= 20,00 por h + 14,00 por h + 6,00 por h + 12,20 por h
 
Hora extra por hora = 52,20 por hora
 
Como a hora extra recebe um adicional de 50% sobre o valor base, o valor que deve ser considerado para
cada hora extra é:
 
Hora extra por hora = 52,20 x 1,5 = 78,30 por hora extra
Gratificação semestral
A gratificação semestral será considerada para o pagamento do 13º salário na proporção 1/12 (um
doze avos), conforme indica Súmula do TST. Essa gratificação não reflete nas verbas de horas extras,
por isso não foi considerada em nossos cálculos. Assim, o valor que será considerado para o 13º
salário é igual a: R$12.000,00/12 = 1.000,00.
Tendo o valor das horas extras já com o adicional apurado, é possível identificar o valor que o Sr. João
recebeu de horas extras durante o ano calendário de referência para o pagamento do 13º salário:
 
Horas extras totais = horas trabalhadas x hora extra por hora
 
Horas extras totais = 55 h x 78.30 por h = 4.306,50
 
Ao identificarmos o valor da hora extra total, passamos a ter todos os valores necessários para cálculo do
valor do 13º salário devido ao Sr. João. Iniciamos listando todos esses valores:
 
- Salário base: R$4.000,00
 
- Comissão de vendas mensal 1/11 avos: R$2.500,00
 
- 55 horas extras: R$4.306,50
 
- Adicional de periculosidade: R$1.200,00
 
- Adicional de gratificação de função: R$2.800,00
 
- Comissão semestral proporcional: R$1.000,00
 
O único valor que ainda não está na base mensal para o cálculo do valor do 13º salário é a hora extra. Nesse
caso, o valor anual deveser considerado na proporção de 1/11 (um onze avos).
 
Assim, o valor será de R$4.306,50/ 11 = R$391,50 por mês.
 
Salário a ser recebido nas férias = Salário base + Comissão de vendas mensal + Horas extras mensal +
Adicional de periculosidade mensal + Gratificação de função mensal + Gratificação semestral proporcional
 
13º salário a ser recebido = 4.000,00 + 2.500,00 + 391,50 + 1.200,00 + 2.800,00 + 1.000,00 = 11.891,50
 
Após o cálculo do valor do 13º salário, o empregador poderá descontar o adiantamento pago no momento das
férias e pagar apenas a diferença apurada. Esse adiantamento é pago na proporção de 50% do salário pago
no mês anterior ao pagamento do adiantamento do 13º salário.
 
O ajuste deste valor (que será pago em janeiro) segue a mesma lógica aqui empregada, apenas
acrescentando os valores do mês de dezembro e procedendo ao ajuste do valor pago. Se o valor foi menor,
este deve ser complementado; se o valor foi maior, deve ser descontado no pagamento de janeiro.
Férias
Para o cálculo das férias, após o cumprimento do período aquisitivo de 12 meses, o valor considerado é o do
mês anteriormente recebido, para aqueles que recebem salário fixo. Quando o empregado tem direito a
remunerações variáveis, o valor é calculado pela soma dos valores recebidos mês a mês durante o período
aquisitivo e, depois, dividido por 12, ou seja, acumulados na proporção de 1/12 (um doze avos) por mês
trabalhado.
Verbas como comissões e gorjetas, que são basicamente variáveis, integrarão o valor das férias do
empregado pela sua média dentro do período aquisitivo. Já adicionais como o noturno, de
periculosidade e de insalubridade comporão o valor das férias pelo valor pago no mês anterior à sua
concessão. A gratificação de função de confiança também integra o valor das férias e será paga
com o valor do mês anterior à concessão.
Exemplo
Exercício de fixação de férias O Sr. João da Silva, funcionário contratado pela empresa ABC S/A,
requereu suas férias para o dia 20 de julho de 2021. Como ele tinha informado à empresa que desejava
receber o adiantamento de 13º salário junto com as férias, a empresa pediu ao RH que calculasse todos
os valores a serem pagos. Para que esse cálculo fosse feito, foram levantados os valores que o
empregado recebia na data da retirada das férias. - Data do término do período aquisitivo: 15 de maio de
2021 - Horas de trabalho: 8 horas por dia e 40 horas por semana - Salário base: R$4.000,00 - Comissão
de vendas total nos últimos 14 meses: R$40.000.00, sendo que nos últimos dois meses somou
R$10.000,00 - Gratificação semestral: R$10.000,00 - Horas extras pagas durante o período aquisitivo: 60
horas - Tem direito ao adicional de periculosidade - Por ser chefe do setor, recebe um adicional de 70%
do valor do seu salário base 
Comissão mensal
A comissão mensal será considerada 30.000,00/12 meses, o que perfaz 2.500 por mês.
Gratificação por hora
A gratificação por hora é igual ao salário base x 70% = 4.000.00 x 70% = 2.800,00 de acréscimo no
salário. Logo, o valor por hora da gratificação é 2.800,00/200 horas = 14,00 por hora.
Cálculo salário mensal 
Iniciamos a resolução do
exemplo calculando o salário
mensal do Sr. João, pois esta é
a base para a concessão das
férias. Para fazermos esse
cálculo, partimos do salário
base que é R$4.000,00 e
encontramos o salário por hora.
Como ele trabalha 40 horas
semanais, o divisor do salário
mensal será 200 horas,
conforme julgado do TST.
 Salário por
hora
trabalhada
= Salário
mensal
base/
número
de horas
mensal
 Salário por
hora
trabalhada =
4.000,00/200
= 20,00 por
hora
Cálculo hora extra 
Na sequência,
identificamos o salário base
para o cálculo da hora extra.
Neste cálculo, além do
salário base por hora,
devem entrar as comissões,
as gratificações por função
de confiança, o adicional de
periculosidade, que aqui é
de 30% sobre o salário base,
sem acréscimo da
gratificação (CLT, Art. 193).
Assim, o cálculo do valor da
hora extra fica da seguinte
forma:
 Hora extra =
Hora de
salário base +
Hora de
gratificação +
Adicional de
insalubridade
(hora de
salário Base *
30%) + Hora
de comissão
de vendas do
mês
Adicional de periculosidade
O adicional de periculosidade é de 30% sobre o salário base, logo o valor mensal do adicional é de
R$1.200,00 por mês. O valor por hora desse adicional fica em 1.200,00/200 horas mensal = 6,00 por
hora.
Comissão de vendas mensal
A comissão de vendas mensal será considerada a média da comissão dos 12 meses do período
aquisitivo, assim o valor será de 30.000,00. Ao dividirmos esse valor por 12 meses que completam o
período aquisitivo, temos 30.000,00/12 = 2.500,00, este é o valor médio mensal de comissões. Para
chegar no valor por hora, basta dividir esse valor pelo número de horas que o empregado trabalha por
mês.
Vale destacar que, para as comissões, as horas extras praticadas durante o mês também devem entrar no
cálculo do valor por hora.
 
Assim, como o Sr. João trabalhou 60 horas durante o período aquisitivo, vamos considerar essas horas de
forma uniforme durante o período de 12 meses, somando um total de 5 horas por mês. Assim o valor da
comissão por hora é igual a 2.500,00/(200+5) = 12.20 por hora.
 
Hora extra por hora= 20,00 por hora + 14,00 por hora + 6,00 por hora + 12,20 por hora
Hora extra por hora = 52,20 por hora
 
Como a hora extra recebe um adicional de 50% sobre o valor base, o valor que se deve considerar para cada
hora extra é:
 
Hora extra por hora = 52,20 x 1,5 = 78,30 por hora extra
 
Tendo o valor da hora extra já com o adicional apurado, é possível identificar o valor que o Sr. João recebeu de
horas extras durante o seu período aquisitivo:
 
Horas extra totais = horas trabalhadas x hora extra por hora
 
Horas extra totais = 60 horas x 78,30 por hora = 4.698,00
 
Ao identificarmos o valor da hora extra total, passamos a ter todos os valores necessários para o cálculo do
valor das férias do Sr. João. Iniciamos então listando todos esses valores:
 
- Salário base: R$4.000,00
 
- Comissão de vendas mensal 1/12 (um doze avos): R$2.500,00
 
- 60 horas extras: R$4.698,00
 
- Adicional de periculosidade: R$1.200,00
 
- Adicional de gratificação de função: R$2.800,00
 
O único valor que ainda não está na base mensal para o cálculo das férias é a hora extra. Nesse caso, o valor
anual deve ser considerado na proporção de 1/12 (um doze avos). Assim, o valor será de R$4.698,00/12 =
R$391,50 por mês.
Salário Férias
Salário a ser recebido nas férias = Salário base + Comissão de vendas mensal + Horas extras mensal
+ Adicional de periculosidade mensal + Gratificação de função mensal
Salário a ser recebido nas férias = 4.000,00 + 2.500,00 + 391,50 + 1.200,00 + 2.800,00
Salário a ser recebido nas férias = 10.891,50
1/3 de férias
Após o cálculo do valor do salário que o empregado receberá como férias, podemos agora calcular o
valor do 1/3 constitucional de férias. Esse valor incide sobre o valor total que o empregado receberá,
portanto:
1/3 constitucional = Salário a ser recebido nas férias/3
1/3 constitucional = 10.891,50/3 = R$3.630,50
Adiantamento do 13º
O adiantamento do 13º salário deve ocorrer com base no valor efetivamente recebido pelo
empregado no mês imediatamente anterior ao seu pagamento. Em nosso exemplo, o único valor que
terá alteração é a comissão, pois ela foi de R$5.000,00 no mês anterior ao pagamento das férias.
Nesse caso, o valor que deve ser considerado para o adiantamento é:
Adiantamento do 13º salário = Salário base + Comissões do mês anterior + Horas extras do mês
anterior + Adicional de periculosidade + Gratificação de função + Gratificação semestral proporcional
/ 2
Adiantamento do 13º salário = (4.000,00 + 5.000,00 + 391,50 + 1.200,00 + 2.800,00 + 1000,00) /2
Adiantamento do 13º salário = R$6.695,75
Após todos esses cálculos, podemos afirmar que o Sr. João receberá R$10.891,50 como salário de férias e
R$3.630,50 como 1/3 constitucional de férias.
Atenção
Vale destacar que a gratificação semestral não repercutesobre as férias. 
Como já vimos, outro ponto importante é que o empregado só terá direito a receber metade de seu 13º
salário, se informar essa opção durante o mês de janeiro do ano em que irá usufruir das férias. Caso contrário,
o empregador pode negar esse pagamento e o fazer na data que melhor lhe convier.
Explicação do exercício de fixação das férias
O especialista Ettore de Carvalho Oriol explica os cálculos apresentados no exercício de fixação das férias,
pois engloba o cálculo da primeira parcela do 13º salário.
Conteúdo interativo
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Descontos legais
Os descontos que incidem sobre as férias e o 13º salário precisam ser autorizados por lei ou seguir o acordo
coletivo de trabalho. A lei procurou cobrir casos de descontos, por exemplo, quando o empregado é demitido
por justa causa, o empregador fica desobrigado de pagar o 13º salário ao empregado.
Saiba mais
Outra categoria de descontos autorizada é a dos adiantamentos feitos aos empregados. Os
adiantamentos podem ser descontados em sua integralidade no momento do pagamento,
principalmente em relação ao adiantamento do 13º salário. Neste caso, a Lei 4090/1963 e o Decreto
57.155/1965 tratam desse desconto e o autorizam formalmente. Outros descontos autorizados são os
impostos e as contribuições sociais e previdenciárias. Nesses casos específicos, leis federais regem os
percentuais e a forma de processar os descontos. O regulamento do Imposto de Renda da Pessoa Física
é um exemplo de desconto obrigatório tanto no valor das férias como no valor do 13º salário (retido na
fonte pelo empregador e repassado diretamente ao Fisco). 
A Contribuição Previdenciária é outro desconto obrigatório em ambos os benefícios e é utilizada para cobrir a
aposentadoria futura dos empregados. Além do valor descontado do funcionário, normalmente a empresa
precisa recolher o percentual de 22% (alguns setores têm percentual superior). Há setores que recebem
alguns benefícios e podem calcular o valor da Contribuição Previdenciária Patronal sobre o faturamento, com
um percentual especificado em lei.
Tratamento na demissão do empregado
Quando um empregado é contratado durante o ano calendário, ele receberá seu 13º salário de forma
proporcional. No momento da demissão, tanto as férias como o 13º salário serão calculados de forma
proporcional.
Em relação às férias, é contado o período aquisitivo transcorrido até a demissão do empregado. Este
cálculo acontece independentemente da data exata em que o empregado foi demitido, o valor será
proporcional ao número de meses multiplicado por 1/12 (um doze avos) do salário do mês trabalhado
correspondente ao cálculo.
Isso quer dizer que, se estamos calculando o valor devido em janeiro, devemos considerar o valor bruto pago
em janeiro (incluindo verbas como comissão, gorjetas e demais adicionais) e dividir por 12. Repetimos essa
operação para todos os meses que fazem parte da base de cálculo devida e, ao final, somamos todos eles.
 
Vale lembrar que as gorjetas são incorporadas à base de cálculo das férias, mas não refletem nas verbas
recebidas no próprio mês como horas extras, repouso semanal remunerado, adicional noturno e no aviso-
prévio, conforme nos informa a Súmula n. 354 do TST.
Em relação ao 13º salário, como ele acontece dentro do ano calendário, sua contagem ocorre a
partir de janeiro, fechando sempre em dezembro do mesmo ano, na proporção mensal de 1/12 (um
doze avos). Na admissão ou na demissão, qualquer período maior do que 15 dias de trabalho
(durante o mês de entrada ou mês de saída) deve ser contado como um mês completo. Não se
utilizam frações de mês, é considerado o mês completo ou seu descarte no momento do cálculo.
Essa não utilização de fração de mês ocorre também com o pagamento proporcional das férias na
demissão.
No momento de cálculo dos períodos devidos na demissão, é sempre bom lembrar que, para os funcionários
demitidos por justa causa, o 13º salário proporcional não será devido pelo empregador.
 
Como sabemos que as férias e o 13º salário na demissão são pagos de modo proporcional, acompanhe a
seguir um exercício para entender melhor esse cálculo, quando o empregado pede a demissão antes de
completar um ano de trabalho.
Exercício de fixação
O Sr. João foi admitido no dia 18/03/2020 na empresa ABC S/A. Por não ter se adaptado bem ao serviço,
resolveu pedir demissão em 22/10/2020, cumprindo seu aviso prévio até o dia 20/11/2020, data em que se
desligou da empresa. Calcule quantos meses de férias e de 13º salário ele tem para receber de seu
empregador no acerto da demissão — lembre-se que o Sr. João pediu a demissão antes de completar um ano
de trabalho.
 
O cálculo das férias será feito com base no período de 18/03/2020 a 20/11/2020. Para esse cálculo,
começamos a partir do dia da admissão, que foi 18/03/2020, contando 1/12 (um doze avos) de seu salário
base.
18/03 17/04 1/12
18/04 17/05 1/12
18/05 17/06 1/12
18/06 17/07 1/12
18/07 17/08 1/12
18/08 17/09 1/12
18/09 17/10 1/12
18/10 17/11 1/12
18/11 20/11 2 dias: não contar o 1/12
Total: 8/12 (oito doze avos) para as férias
Tabela: Elaborada por Ettore de Carvalho Oriol
2. Em relação ao 13º salário, a contagem deve considerar apenas as frações superiores a 15 dias, conforme
indica a legislação. Assim, de 18/03/2020 a 30/03/2020 não serão contados, pois perfazem um período
inferior a 15 dias.
Comentário
Normalmente, os cálculos de dias são feitos de acordo com o mês comercial (considerado de 30 dias
corridos), independentemente do mês que se está calculando. 
18/03 30/03 (12 dias: não contarão para o pagamento do 13º salário)
01/04 30/04 (30 dias)
01/05 30/05 (30 dias)
01/06 30/06 (30 dias)
01/07 30/07 (30 dias)
01/08 30/08 (30 dias)
01/09 30/09 (30 dias)
01/10 30/10 (30 dias)
01/11 20/11 (20 dias: contarão para o pagamento do 13º salário)
Total: 8/12 (oito doze avos) para o 13º salário
Tabela: Elaborada por Ettore de Carvalho Oriol
Verificando o aprendizado
Questão 1
(FCC, 2018) Maurício e a empresa LXG Tratores Ltda. chegaram a um acordo para rescindirem o contrato de
trabalho, em vigor há cinco anos. A empresa pagou a Maurício, a título de verbas rescisórias, metade do aviso
prévio indenizado e das férias proporcionais + 1/3; já o saldo de salário, as férias vencidas + 1/3 e o 13º salário
proporcional foram pagos integralmente, com o saque de 50% dos depósitos do FGTS acrescidos da multa de
20%. Sobre as verbas rescisórias:
A
Foram pagas de forma errada, uma vez que o 13º salário proporcional também é devido pela metade e não
integralmente.
B
Foram pagas corretamente, não tendo direito o obreiro a gozar do Programa do Seguro-Desemprego.
C
Foram pagas corretamente, mas o obreiro tem direito a gozar do Programa do Seguro-Desemprego, devendo
o empregador lhe entregar as respectivas guias.
D
Foram pagas de forma errada, uma vez que são devidas as férias proporcionais + 1/3 de forma integral e o
saque de 80% dos depósitos do FGTS.
E
Não existe esta modalidade de rescisão do contrato de trabalho na legislação vigente, tendo em vista a
impossibilidade de saque de apenas 50% dos depósitos.
A alternativa D está correta.
Em caso de rescisão contratual por acordo entre as partes, o empregado tem direito às férias vencidas e
proporcionais mais 1/3 de forma integral, assim como ao décimo terceiro salário, e tem direito também ao
saque de 80% dos depósitos existentes na conta do FGTS.
Questão 2
(FCC, 2003) Um empregado, depois de ter trabalhado durante dois anos e seis meses para o mesmo
empregador, sem ter tirado férias, pede demissão. Nesta hipótese, o empregado deverá receber, além de
outras verbas:
A
Férias em dobro relativas ao primeiro período aquisitivo, férias simples relativas ao segundo período aquisitivo
e férias proporcionais de 6/12.
B
Dois períodos de férias simples e férias proporcionais de 6/12.
C
Dois períodos de férias em dobro e férias proporcionais de 6/12.
D
Somente dois períodos de férias simples, tendo em vista que as férias

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