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Aula 01 - Adaptação Celular 4 aspectos básicos que formam parte da Patologia: ETIOLOGIA (origem, causa iniciadora). PATOGENIA (processos moleculares, bioquimicos e celulares que levam a uma enfermidade). MUDANÇAS MORFOLÓGICAS (mudanças na estrutura das células/tecidos). TRANSTORNOS FUNCIONAIS E MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS (transtornos na fisiologia e sintomas). Anatomia Patológica: Estudo de mudanças estruturais, bioquímicos e funcionais em células, tecidos e órgãos que causam a doença. Introdução a Patologia: O estudo da Anatomia Patológica se divide em: Anatomia Patologia Geral: Reações básicas de células e tecidos ante estímulos nocivos que causam enfermidade. Ex: reações não específicas do tecido. Inflamação aguda por infecção bacteria causa reação parecida em todos os tecidos. Anatomia Patologia Sistêmica: Examina respostas específicas a órgãos e tecidos especializados com reações mais ou menos bem definidas. Hiperplasia: Aumento do número de células —→ Aumento do volume do órgão ou tecido. Aula 01 Adaptação Celular 1 Ainda que a HIPERPLASIA e a HIPERTROFIA são processos distintos Frequentemente ocorrem juntos e podem ter o mesmo estímulo externo. Exemplo: Crescimento Hormonal do Útero Gestação —→ implica AUMENTO n° de células musculares e epiteliais e AUMENTO no volume do órgão. Hiperplasia ocorre se: população pode formar DNA, causando DIVISÃO MITÓTICA. A hipertrofia causa crescimento —→ sem divisão celular. 2 tipos de Hiperplasia. Hiperplasia Hormonal: aumenta a capacidade de um tecido quando precisa. Exemplo: Glândula Mamária. Hiperplasia Compensatória: aumenta a massa tisular por um dano ou ressecção parcial. Exemplo: Capacidade de Regeneração do fígado. A Hiperplasia se deve por: Produção local aumentada de fatores de crescimento. Niveis aumentados de fatores de crescimento. Ativação de uma via de sinalização celular. Como resultado = Proliferação Celular. → Hiperplasia Hormonal → os proprios hormônios atuam como fatores de crescimento e causam transcrição genética. Ex: → Hiperplasia Compensatória → aumenta a massa tisular, depois de um dano ou ressecção parcial. Ex: regeneração do fígado. A Hiperplasia Patológica é causada por: Estímulo Hormonal excessivo: Hiperplasia Endometrial: produzido por hormônios, e é etiologia frequente de HEMORRAGIA UTERINA ANORMAL. Causas: obesidade, diabetes tipo II, síndrome do ovário policístico, Terapia de recolocação de estrogênio… Hiperplasia Prostática Benigna HPB Produzida por Androgênios. Constitui terreno fértil para produzir Proliferação Cancerosa. Aula 01 Adaptação Celular 2 Glândula Prostática: Lóbulos laterais grandes. Lóbulo mediano grande ⟶ obstrui a Ureta Prostática. Isso causa ⟶ obstrução com hipertrofia da bexiga (trabécula na parede da bexiga). Obstrução com estase: formação de cálculo amarela-marronada. Hiperplasia Folicular: Bócio. Aumento da secreção de TSH → causa o bócio relacionado a deficiencia de iodo e Tireoidite Autoimune Hashimoto). Em pessoas com TSH normal → o dano oxidativo a células foliculares e dano ao DNA causa hiperplasia. Mecanismo da Hiperplasia Resultado da proliferação de células maduras impulsionadas por fatores de crescimento. Ou por formação de células novas por células madres tisulares. Hipertrofia é: O aumento do tamanho das células. Causa aumento ao tamanho de órgãos. Órgão hipertrofiado → células maiores e não células novas. Aumento é pela síntese de mais componentes celulares. Células capazes de divisão sofrem Hiperplasia ou Hipertrofia. Células não capazes de divisão sofrem Hipertrofia (miocárdicas). Hipertrofia pode ser fisiologia ou patológica e é produzida por: Aumento da demanda funcional. Estimulação Hormonal Excessiva. Células do músculo estriado no coração e no músculo esquelético são capazes de hipertrofia. Porque não podem adaptar-se as demandas Aula 01 Adaptação Celular 3 metabólicas e a produção de novas células para dividir o trabalho. Hipertrofia: A célula muscular maior → funciona em uma nova homeostase e um maior nível de atividade. Ex: No coração → o estímulo para a Hipertrofia é a SOBRECARGA HEMODINÂMICA CRÔNICA. Mecanismos da Hipertrofia Resultado de uma maior produção de proteínas celulares. Sensores mecânicos da célula detectam a carga aumentada. Ativam → rede anterógrada complexa de vias de sinais Via da Fosfatidilinositol-3-quinasa PI3KAKT considerada a mais importante na hipertrofia fisiológica → induzida por Exercícios. Vias iniciadas por receptores acoplados a Proteína G (ativada por fatores de crescimento, Hipertrofia patológica). Algumas vias de sinalização estimula produção de fatores de crescimento → TGFB, IGF1, Fator de crescimento dos fibroblastos e compostos vasoativos (agonistas a-adrenérgicos, endotelina 1, angiotensina II Atrofia: Diminuição no tamanho da célula. Por perda de substância celular. Pode ser por: Fisiológica: comum na notocorda, Ducto tiroglosso, sofrem atrofia no desenvolvimento fetal. Patológica: depende de causa, pode ser localizada ou generalizada. Mais comuns: Carga de trabalho diminuída (Atrofia por Desuso) Aula 01 Adaptação Celular 4 Perda da Inervação (Atrofia por Desnervação): para o musculo funcionar normal precisa da administração neurológica. Rio sanguíneo diminuído (isquemia): causa de enfermidade arterial oclusiva Nutrição inadequada: proteocalórica. Ex: marasmo (uso do músculo esquelético como fonte de energia como último caso, após acabar reservas adiposas, isso causa Caquexia) Perca de estímulo endocrino: glândulas e músculos reprodutores dependem do estímulo endócrino. Ex: perca de estímulo estrogênico → atrofia fisiológica → endometrio, epitélio vaginal e mamas. Envelhecimento Atrofia Senil): perca celular, em tecidos com células permanentes (coração e cerebro). Pressão: compressão por um tempo pode causar atrofia. Mecanismos da Atrofia Atrofia é o resultado de síntese reduzida de proteínas e maior degradação de proteínas nas celulas. A síntese proteica diminui por → sinais tróficos reduzidos (dos receptores do crescimento). Degradação de proteínas ocorre pela via de ubiquitina-proteossoma. Deficiências de nutrientes e o Desuso → ativa ubiquitinas ligasas Adicionando Ubiquitina a proteínas celulares que marcam elas pra serem degradadas pelo Proteossoma. Via responsável também → Proteólise acelerada em estados catabólicos Caquexia do câncer. A atrofia é acompanhada de Autofagia - existe a presença de vacuolas autofágicas. Algumas dessas vacuolas podem resistir a digestão e formar corpos residuais Grânulos de Lipofuscina. Aula 01 Adaptação Celular 5 Metaplasia: Mudança reversível que uma célula de tipo adulto troca por outra célula de tipo adulto. Pode ter substituição adaptativa de células sensíveis ao estresse por células mais capacitadas. Metaplasia + frequente: Colunar ou Escamosa. Ex: No fumador, o epitélio respiratório da Traquéia e Brônquios é trocado por Epitélio escamoso estratificado. Metaplasia maioria das vezes é uma mudança indesejável. Metaplasia do tipo Escamoso ou Colunar → ocorre no Esôfago de Barrett, surgindo Carcinomas. Metaplasia do tecido conectivo com formação de tecido conectivo, em órgãos que normalmente não tem esses elementos. Ex: Formação de ossos no músculo → Miosite Ossificante através da fratura óssea. Esôfago de Barrett: Causa comum de inflamação. Metaplasia epitelial na mucosa de tipo gástrico por encima da união gastroesofágica ERGE. Mucosa de Barrett típica: além da Metaplasia normal, Metaplasia Intestinal. Mecanismo da Metaplasia: Ocorre por reprogramação de células madre tisulares. Não ocorre por mudança no fenótipo de um tipo celular já diferenciado. Caso Clínico: Paciente de 30 anos acode a consulta por infertilidade, a mesma refere utilizar Anticoncepcional ACO desde os 16 anos e tem deixado de utilizarfaz 6 anos já que tem tentado ficar grávida, sem êxito. Aula 01 Adaptação Celular 6 A mesma refere sangramento uterino irregular com duração de 10 dias em muita quantidade. Conduta: Passo 1 Solicitar dosagem de hormônios femininos e Ecografia Transvaginal pra informar: Endométrio Engrossado medindo 50mm. Laboratório Estrogênio elevado, Progesterona Baixa. Passo 2 Solicitar Biópsia Resultado: Proliferação glandular desordenada Aumento numero de glândulas. Variação do tamanho glândular. Dilatações císticas. Estratificação. Ângulação. Aula 01 Adaptação Celular 7