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SISTEMA 
NERVOSO
▶ Sinapses 
nervosas
A sinapse é o ponto funcional de comunicação entre dois 
neurônios ou entre um neurônio e sua célula-alvo. Nela, o 
neurônio pré-sináptico envia o sinal e o neurônio pós-sináptico 
o recebe. Entre essas duas estruturas há a fenda sináptica, um 
pequeno espaço de 20 a 50 nm preenchido por matriz 
extracelular, que estabiliza a aproximação entre as membranas 
das células envolvidas. Essa região é fundamental para a 
propagação unidirecional da informação nervosa, mantendo a 
ordem dos fluxos sinápticos no SNC e no SNP.
As sinapses podem ser classificadas em químicas ou elétricas. As 
sinapses químicas são as mais comuns no corpo humano e funcionam 
com a liberação de substâncias chamadas neurotransmissores, que 
transmitem a informação do neurônio pré-sináptico para o pós-sináptico. 
Já as sinapses elétricas são mais rápidas e envolvem conexões diretas 
entre as células por meio de junções comunicantes (gap junctions), 
permitindo a passagem direta de corrente elétrica. Essas sinapses são 
importantes em locais onde a resposta precisa ser extremamente rápida, 
como no miocárdio.
Nas sinapses químicas, a chegada do potencial de ação ao terminal 
axonal promove a abertura de canais de Ca²⁺ dependentes de 
voltagem. O influxo de cálcio induz a fusão das vesículas sinápticas 
com a membrana do terminal pré-sináptico, liberando os 
neurotransmissores na fenda sináptica. Estes se difundem e se ligam 
a receptores específicos na membrana do neurônio pós-sináptico, 
gerando um potencial pós-sináptico (excitatório ou inibitório). O 
sinal original elétrico é convertido em químico e depois novamente 
em elétrico, garantindo a continuidade da informação nervosa.
As sinapses são fundamentais para o funcionamento integrado do 
sistema nervoso, permitindo a comunicação entre neurônios, a 
formação de redes neurais e o processamento de informações 
sensoriais e motoras. Os neurotransmissores regulam emoções, 
comportamento, memória, aprendizado, regulação autonômica e 
atividade muscular, tornando-se alvos frequentes de 
medicamentos neurológicos e psiquiátricos.
As sinapses são locais de grande proximidade entre neurônios, 
responsáveis pela transmissão unidirecional de sinalização. Há 
dois tipos: sinapses químicas e sinapses elétricas.
Os impulsos nervosos não podem ser 
conduzidos pela fenda sináptica; assim, 
ocorre uma forma alternativa e indireta de 
comunicação. Em resposta a um impulso 
nervoso, o neurônio pré-sináptico libera 
um neurotransmissor que se difunde pelo 
líquido da fenda sináptica e se liga a 
receptores na membrana plasmática do 
neurônio pós-sináptico.
O neurônio pós-sináptico recebe o sinal 
químico e, na sequência, produz um potencial 
pós-sináptico, um tipo de potencial graduado. 
Desse modo, o neurônio pré-sináptico 
converte o sinal elétrico (impulso nervoso) em 
um sinal químico (neurotransmissor liberado). 
O neurônio pós- sináptico recebe o sinal 
químico e, em contrapartida, gera um sinal 
elétrico (potencial pós-sináptico).
Apesar das membranas plasmáticas dos 
neurônios pré e pós sinápticos em uma 
sinapse química estarem próximas entre 
si, elas não se tocam. Elas são separadas 
pela fenda sináptica, um espaço de 20 a 
50 nm que é preenchido com líquido 
intersticial.
Sinapses elétricas: as sinapses elétricas transmitem um sinal elétrico, ou corrente, 
diretamente do citoplasma de uma célula para outra através de poros presentes nas 
proteínas das junções comunicantes. A informação pode fluir em ambas as direções em 
quase todas as junções comunicantes, porém, em alguns casos, a corrente pode fluir em 
apenas uma direção (uma sinapse retificadora).
A maior parte das sinapses no sistema nervoso 
são sinapses químicas, as quais utilizam 
moléculas neurócrinas para transportar a 
informação de uma célula à outra.
▶ A importância dos 
neurotransmissores
Os neurotransmissores são compostos químicos
sintetizados nos neurônios responsáveis pela 
sinalização celular por meio de sinapses. As funções 
principais desses mediadores químicos são de regular 
atividades do sistema nervosos central e periférico, 
para gerir a homeostase.
Os neurônios do SNC liberam vários tipos diferentes de 
sinais químicos, incluindo alguns polipeptídeos 
conhecidos principalmente pela sua atividade hormonal, 
como os hormônios hipotalâmicos ocitocina e 
vasopressina. 
Em contrapartida, o SNP secreta apenas três 
substâncias neurócrinas importantes: os 
neurotransmissores acetilcolina e noradrenalina e o 
neuro- hormônio adrenalina. Alguns neurônios do SNP 
cossecretam moléculas adicionais, como o ATP.
Essas moléculas podem ser classificadas de 
forma informal em sete grupos distintos, de 
acordo com sua estrutura química e 
propriedades funcionais.
A acetilcolina é considerada uma classe à parte 
por ser quimicamente única e funcionalmente 
muito relevante. É o principal neurotransmissor 
da junção neuromuscular, atuando na ativação 
de músculos esqueléticos. Também participa de 
funções no sistema nervoso autônomo, como a 
modulação da atividade cardíaca e digestiva, e 
exerce um papel importante nos circuitos de 
memória e atenção no sistema nervoso central.
As aminas são neurotransmissores derivados de 
aminoácidos modificados. Elas incluem 
substâncias como a dopamina, a serotonina, a 
noradrenalina e a adrenalina.
Os aminoácidos formam outro grupo 
fundamental de neurotransmissores. Eles 
incluem o glutamato e o aspartato, que são 
excitatórios, e o GABA (ácido gama-
aminobutírico) e a glicina, que atuam como 
neurotransmissores inibitórios. 
No grupo dos peptídeos, encontram-se 
neurotransmissores que são pequenas 
cadeias de aminoácidos. Eles 
funcionam frequentemente como 
neuromoduladores, ou seja, modulam a 
ação de outros neurotransmissores. 
As purinas, como o ATP e a adenosina, 
são menos conhecidas como 
neurotransmissores, mas exercem 
funções importantes tanto no sistema 
nervoso central quanto no periférico. 
Entre os gases que atuam como moléculas 
neurócrinas, o mais conhecido é o óxido nítrico 
(NO). Diferente dos neurotransmissores 
clássicos, ele não é armazenado em vesículas, 
mas sintetizado sob demanda e difundido 
rapidamente pelas membranas celulares. Atua 
localmente e por pouco tempo, regulando 
processos como o tônus vascular, a plasticidade 
sináptica e a sinalização retrograda (do neurônio 
pós-sináptico para o pré-sináptico). 
Por fim, os lipídeos também formam uma classe 
importante e relativamente recente de 
neurotransmissores. Os mais conhecidos são os 
endocanabinoides, como a anandamida, que se 
ligam aos receptores canabinoides do cérebro. 
Esses lipídeos atuam modulando a dor, o 
apetite, o humor e a memória. 
▶ Potencial 
de Ação
O potencial de ação é uma variação súbita, rápida e 
autorregenerativa do potencial de membrana de um neurônio, 
essencial para a transmissão dos impulsos nervosos ao longo 
do axônio. Sua função principal é permitir a comunicação 
rápida entre diferentes partes do sistema nervoso, conduzindo 
sinais do corpo celular até os terminais sinápticos, onde a 
informação será passada a outro neurônio ou a um órgão 
efetor.
🧬 Potencial de Membrana em repouso: em repouso, o interior 
do neurônio é mais negativo em relação ao exterior, com 
potencial aproximado de –70 mV. Isso é mantido graças ao 
gradiente de concentração do potássio (K⁺) e à bomba de Na⁺/
K⁺, que troca ativamente íons Na⁺ e K⁺ para preservar o 
desequilíbrio eletroquímico. A membrana é mais permeável ao 
K⁺ do que ao Na⁺, o que favorece a saída de cargas positivas e 
mantém o potencial negativo intracelular.
🚨 Início: o potencial de ação começa quando um 
potencial graduado atinge a zona de gatilho (no cone de 
implantação). Se essa despolarização atinge o limiar de –
55 mV, os canais de Na⁺ dependentes de voltagem se 
abrem rapidamente, permitindo entrada maciça de sódio. 
Isso despolariza a membrana, gerando a fase ascendente 
do potencial de ação.
🔽 Fase Descendente e Pós-Hiperpolarização: após o picode +30 mV, os canais de Na⁺ se inativam, e os canais de K⁺ 
se abrem lentamente, promovendo efluxo de potássio. Isso 
gera a repolarização, tornando o meio intracelular 
novamente negativo. O excesso de saída de K⁺ pode causar 
uma pós-hiperpolarização, aproximando o potencial de –90 
mV, antes que o neurônio retorne ao repouso.
🛡 Período Refratário: durante o período refratário 
absoluto, nenhum novo potencial de ação pode ser 
gerado, pois os canais de Na⁺ estão inativos. Já no período 
refratário relativo, é possível um novo disparo, mas só com 
um estímulo mais forte. Isso garante a unidirecionalidade 
da condução do impulso e evita sobreposição de sinais.
A condução do potencial ocorre ao longo do axônio. Nos 
neurônios mielinizados, a condução é saltatória, pulando 
entre os nódulos de Ranvier, o que aumenta a velocidade. 
Já em axônios não mielinizados, a condução é contínua e 
mais lenta. Axônios com maior diâmetro também 
conduzem mais rapidamente.
Após o potencial de ação, os gradientes iônicos são restaurados 
pela bomba Na⁺/K⁺-ATPase, que transporta Na⁺ para fora e K⁺ 
para dentro da célula. Isso não precisa ocorrer antes de um novo 
disparo, pois a quantidade de íons movimentada durante um 
único potencial de ação é pequena, mas a bomba é essencial 
para a manutenção a longo prazo da excitabilidade.
▶ Sistema Nervoso 
Periférico
O Sistema Nervoso Periférico consiste em todos os tecidos 
nervosos que se encontram fora do encéfalo e da medula 
espinal, ou seja, fora do Sistema Nervoso Central (SNC). 
Fazem parte do SNP os receptores sensoriais, os nervos, os 
gânglios e os plexos, todos envolvidos na conexão 
funcional entre o corpo e o SNC.
O SNP é fundamental para a coleta de informações do ambiente e a 
condução de comandos motores, funcionando como uma via 
bidirecional. Ele é protegido por estruturas como a dura-máter, que 
forma um envoltório espesso e resistente chamado saco tecal, o qual 
se estende da borda do forame magno até a segunda vértebra sacral, 
protegendo a medula espinal em toda sua extensão.
o SNP é composto por:
🔻 Nervos: estruturas formadas por feixes contendo centenas 
de milhares de axônios, além de tecido conjuntivo e vasos 
sanguíneos. Esses nervos estão localizados fora do SNC e se 
dividem em nervos cranianos (emergem do encéfalo) e nervos 
espinais (emergem da medula espinal).
🔻 Gânglios: são pequenas massas de tecido nervoso, 
compostas principalmente por corpos celulares de neurônios, 
situadas fora do encéfalo e da medula espinal. Os gânglios 
associam-se intimamente aos nervos cranianos e espinais e 
são importantes na modulação e transmissão dos impulsos 
nervosos.
🔻 Plexos entéricos: constituem redes extensas de neurônios 
localizadas nas paredes dos órgãos do sistema digestório. São parte 
do sistema nervoso entérico, que regula de forma autônoma a 
motilidade e secreção gastrointestinal.
🔻 Receptores sensitivos: são estruturas especializadas que 
monitoram alterações no ambiente interno ou externo. Exemplos 
incluem os receptores táteis da pele, os fotorreceptores da retina e 
os receptores olfatórios nas fossas nasais. Esses receptores originam 
os impulsos aferentes que seguem até o SNC.
🔻 Terminações motoras: constituem as extremidades dos axônios 
dos neurônios motores que inervam os efetores, ou seja, órgãos, 
músculos ou glândulas, sendo responsáveis pela resposta motora ao 
estímulo inicial.
Anatomicamente, o SNP se conecta à medula espinal, cuja 
estrutura, em corte transversal, revela substância cinzenta 
profunda, rica em corpos celulares neuronais, e substância 
branca superficial, formada por axônios mielinizados. A 
substância branca organiza-se em três colunas ou funículos 
(anterior, lateral e posterior) em cada lado da medula. Essa 
organização topográfica é importante para o direcionamento 
dos impulsos sensoriais e motores. Entre essas colunas, 
observa-se a presença da fissura mediana ventral e do sulco 
mediano dorsal, que separam parcialmente as duas metades 
da medula espinal.
🔹 Divisão anatômica e autonômica
🔺 Sistema Nervoso Somático (SNS): promove o controle voluntário 
dos músculos esqueléticos.
🔺 Sistema Nervoso Autônomo (SNA): regula involuntariamente os 
órgãos viscerais, com subdivisões simpática, parassimpática e entérica.
🔺 Sistema Nervoso Entérico (SNE): embora geralmente tratado como 
parte do SNA, o SNE é funcionalmente independente e comanda 
exclusivamente o trato digestório.
🔹 Divisão funcional sensitiva e motora
🔺 A divisão sensitiva (aferente) capta estímulos e os conduz ao SNC.
🔺 A divisão motora (eferente) leva a resposta do SNC até os 
músculos ou glândulas.
▶ Histologia do 
Sistema Nervoso
O tecido nervoso apresenta duas grandes categorias de células: 
os neurônios, que são as unidades funcionais responsáveis pela 
transmissão de impulsos elétricos, e as células da glia (ou 
neuroglia), que oferecem suporte estrutural, metabólico, 
imunológico e isolante para os neurônios.
Os corpos celulares dos neurônios localizam-se 
na substância cinzenta do SNC (córtex, núcleos, 
corno anterior da medula) e nos gânglios do SNP. 
A substância branca, por sua vez, é composta por 
axônios mielinizados, sem pericários.
Os neurônios são células altamente especializadas, 
formadas por corpo celular (pericário) e prolongamentos 
– os dendritos e o axônio. Segundo Silverthorn (7ª ed.), 
eles constituem a unidade funcional do sistema nervoso, 
ou seja, a menor estrutura capaz de executar todas as 
suas funções: recepção, processamento e transmissão da 
informação nervosa. os neurônios se comunicam com 
outras células por meio de sinapses e da liberação de 
neurotransmissores e outras moléculas informacionais.
O corpo celular contém o núcleo (geralmente esférico, com 
cromatina frouxa indicando alta atividade transcricional) e o 
citoplasma rico em organelas. É considerado o centro trófico 
do neurônio, pois é nele que ocorre a síntese de proteínas 
essenciais para a manutenção de toda a célula. A 
abundância de retículo endoplasmático rugoso e 
polirribossomos origina os corpúsculos de Nissl, estruturas 
basófilas características. O complexo de Golgi se encontra 
apenas no pericário, enquanto as mitocôndrias são 
abundantes nas terminações axonais devido à intensa 
demanda energética.
Os dendritos são projeções ramificadas que aumentam a 
superfície de recepção sináptica. Conforme Junqueira (13ª ed.), 
a maioria dos neurônios possui vários dendritos, que afinam à 
medida que se ramificam, e apresentam espinhos dendríticos, 
locais especializados para recepção de sinais. Diferente dos 
axônios, os dendritos não contêm complexo de Golgi e 
possuem estrutura mais semelhante ao corpo celular.
O axônio é um prolongamento único, com diâmetro 
constante, especializado em conduzir impulsos elétricos do 
corpo celular para outras células (musculares, glandulares 
ou neurais). Origina-se de uma região chamada cone de 
implantação, cujo segmento inicial, sem mielina, contém alta 
densidade de canais de sódio e é o principal local de início 
do potencial de ação. O axoplasma é pobre em organelas, 
dependendo metabolicamente do pericário.
A classificação morfológica dos neurônios inclui três 
tipos principais:
🔹 Multipolares: vários dendritos e um axônio (mais 
comuns).
🔹 Bipolares: um dendrito e um axônio (encontrados em 
órgãos sensoriais especiais).
🔹 Pseudounipolares: um prolongamento que se bifurca, 
comum em gânglios sensitivos.
Os neurônios também podem ser classificados funcionalmente em:
🔻 Sensoriais (aferentes): conduzem estímulos do ambiente para o 
SNC.
🔻 Motores (eferentes): transmitem comandos do SNC para 
músculos ou glândulas.
🔻 Interneurônios: estabelecem conexões entre neurônios, 
essenciais para circuitos integradores complexos.
Neuroglia ou Células Gliais: a 
neuroglia compõe cerca de metade 
do volume do SNC, sendo 5 a 25 
vezes mais numerosas que os 
neurônios. Ao contrário dos 
neurônios, não geram potenciais de 
ação e podem se multiplicar, 
especialmente em lesões ou 
doenças.Inicialmente consideradas 
“cola” do tecido nervoso, hoje se 
sabe que participam ativamente da 
homeostase, defesa e condução 
elétrica.
No SNC, as células da glia incluem:
🔹 Oligodendrócitos: responsáveis pela formação da bainha de mielina 
ao redor de axônios do SNC. Cada oligodendrócito pode mielinizar 
vários axônios em segmentos distintos.
🔹 Astrócitos: com forma estrelada, são os principais elementos de 
sustentação, participando também da barreira hematoencefálica, 
regulação iônica, captura de neurotransmissores e comunicação 
intercelular via junções comunicantes. São classificados em fibrosos 
(substância branca) e protoplasmáticos (substância cinzenta).
🔹 Micróglia: pequenas células fagocitárias, 
derivadas do sistema mononuclear 
fagocitário. Atuam na resposta imune do 
SNC, secretam citocinas e participam da 
limpeza de detritos.
🔹 Células ependimárias: revestem os 
ventrículos do encéfalo e o canal central da 
medula espinal. Junto aos capilares, formam 
o plexo corioide, responsável pela produção 
do líquido cerebrospinal (LCR).
No SNP, encontramos:
🔸 Células de Schwann: homólogas aos oligodendrócitos, formam a 
bainha de mielina, mas cada célula envolve apenas um segmento de 
um único axônio. A mielina é rica em lipídeos e acelera a condução 
do impulso elétrico.
🔸 Células satélites: envolvem os corpos celulares dos neurônios nos 
gânglios sensitivos e autônomos, oferecendo suporte, nutrição e 
proteção, inclusive contra metais pesados como mercúrio e chumbo.
⚡ A mielinização ocorre pela invaginação das 
membranas das células gliais ao redor do axônio, 
formando uma bainha espessa, rica em 
fosfolipídeos, interrompida pelos nódulos de 
Ranvier, que permitem a condução saltatória dos 
potenciais de ação. Já os axônios não mielinizados 
ficam alojados em invaginações das células de 
Schwann ou oligodendrócitos, com envolvimento 
mais simples.
▶ Sistema 
Nervoso Central
O sistema nervoso central, ou parte central do sistema nervoso, 
(SNC) é formado pelo encéfalo e pela medula espinal, que 
ocupam o crânio e o canal vertebral, respectivamente.
O encéfalo é a parte do SNC que está localizada no crânio e contém cerca de 85 bilhões 
de neurônios. A medula espinal conecta-se com o encéfalo por meio do forame magno do 
occipital e está envolvida pelos ossos da coluna vertebral. A medula espinal possui cerca 
de 100 milhões de neurônios.
O encéfalo e a medula espinal são contínuos entre si no forame magno. O 
SNC é o centro de integração e comando do sistema nervoso, pois recebe 
sinais sensitivos, interpreta-os e determina as respostas motoras com base 
em experiências pregressas, reflexos e condições atuais.
O SNC processa muitos tipos diferentes de informações sensitivas. Também é a 
fonte dos pensamentos, das emoções e das memórias. A maioria dos sinais que 
estimulam a contração muscular e a liberação das secreções glandulares se 
origina no SNC.
Encéfalo: O encéfalo é a parte do sistema nervoso central 
(SNC) que está contida no interior da cavidade craniana. É 
classificado em quatro partes: tronco encefálico (bulbo, 
ponte e mesencéfalo), cerebelo, diencéfalo e telencéfalo 
(cérebro), composto de dois hemisférios cerebrais.
O encéfalo humano adulto médio pesa aproximadamente 1.500 g. As funções do encéfalo 
variam de atividades comuns (porém essenciais) de manutenção da vida até funções neurais 
mais complexas. Ele controla a frequência cardíaca, a frequência respiratória e a pressão 
arterial - e mantém o ambiente interno por meio do controle da divisão autônoma do sistema 
nervoso e do sistema endócrino. Sobretudo, o encéfalo executa tarefas de alto nível - aquelas 
associadas a inteligência, consciência, memória, integração sensório-motora, emoção, 
comportamento e socialização.
Tronco encefálico: o tronco encefálico constitui 
a porção mais caudal do encéfalo e conecta-se 
diretamente à medula espinal. Ele é formado por 
três partes, dispostas em sequência da porção 
inferior para a superior: bulbo, ponte e 
mesencéfalo. Apesar de corresponder a apenas 
cerca de 25% da massa encefálica total, o 
tronco encefálico desempenha funções vitais.
Ele serve como via de passagem para os tratos ascendentes e descendentes entre a medula e o cérebro, 
além de ser um centro de integração para reflexos auditivos e visuais e comportamentos automáticos 
essenciais à vida. Lesões em regiões pequenas dessa estrutura frequentemente resultam em morte devido 
à presença de núcleos responsáveis por funções vitais, como o controle da respiração e da atividade 
cardiovascular.
O bulbo é a parte inferior do tronco encefálico e 
se caracteriza pela presença de duas pirâmides na 
sua superfície anterior, onde ocorre a decussação 
das fibras corticoespinais, fenômeno conhecido 
como “decussação das pirâmides”. Isso explica 
por que cada hemisfério cerebral comanda o lado 
oposto do corpo. 
Próximo às pirâmides, observam-se elevações 
chamadas olivas, que abrigam os núcleos olivares 
inferiores, estruturas envolvidas na modulação da 
atividade motora e no aprendizado de habilidades 
motoras. O bulbo também contém centros vitais como 
o centro respiratório bulbar e o centro cardiovascular, 
além de núcleos relacionados a reflexos autônomos 
como tosse, vômito, deglutição e soluço.
A ponte está localizada acima do bulbo e à frente 
do cerebelo. Ela contém feixes de axônios que 
conectam diferentes partes do encéfalo, 
especialmente o córtex cerebral com o cerebelo 
contralateral. Está dividida em duas regiões: uma 
ventral, composta por núcleos pontinos, e uma 
dorsal, que contém tratos sensoriais e motores, 
além de núcleos de nervos cranianos. A ponte 
também participa do controle da respiração, por 
meio do centro respiratório pontino.
Logo acima da ponte encontra-se o mesencéfalo, que se 
estende até o diencéfalo. Essa estrutura é atravessada 
pelo aqueduto cerebral (ou de Silvio), que conecta o 
terceiro ao quarto ventrículo. O teto do mesencéfalo 
apresenta os colículos superiores e inferiores, que 
integram estímulos visuais, auditivos e táteis. Já o 
tegmento do mesencéfalo contém o núcleo rubro, 
responsável por ações motoras coordenadas, e a 
substância negra, envolvida na regulação dos 
movimentos, especialmente em associação com o 
sistema extrapiramidal.
Grande parte do tronco encefálico é formada 
pela formação reticular, uma rede difusa de 
neurônios que se estende por toda essa região. 
Sua porção ascendente, chamada SRAA (sistema 
reticular ativador ascendente), é fundamental 
para a manutenção da consciência e do estado 
de vigília, além de filtrar estímulos irrelevantes, 
prevenindo sobrecargas sensoriais.
Cerebelo: o cerebelo é a segunda maior estrutura 
encefálica, situado na porção posterior e inferior da 
cavidade craniana, dorsal ao bulbo e à ponte, 
separado deles pelo quarto ventrículo. Com 
aproximadamente 11% da massa do encéfalo, o 
cerebelo apresenta uma superfície bastante 
pregueada, que amplia significativamente sua área 
cortical e, consequentemente, a densidade de 
neurônios.
O cerebelo é essencial na coordenação motora 
e na manutenção do tônus e do equilíbrio 
corporal. Ele compara os comandos motores 
enviados pelo cérebro com os movimentos 
realmente executados pelo corpo, fazendo 
ajustes finos para corrigir desvios e garantir 
precisão. Essa função de retroalimentação 
permite que os movimentos se tornem mais 
suaves e eficazes.
Diencéfalo: o diencéfalo está situado acima do tronco 
encefálico e é quase totalmente rodeado pelos 
hemisférios cerebrais. Ele é composto por três principais 
estruturas: tálamo, hipotálamo e epitálamo. O tálamo 
forma cerca de 80% do volume do diencéfalo e é 
considerado o principal centro de retransmissão sensorial 
do encéfalo, pois todos os impulsos conscientes, com 
exceção do olfato, passam por ele antes de se dirigirem 
ao córtex cerebral. Suas divisões internas, formadas pela 
lâmina medular interna, organizam os núcleos em grupos 
anteriores, mediais e laterais.
O hipotálamo localiza-se inferiormenteao tálamo e é uma 
das principais áreas reguladoras da homeostase corporal. 
Ele integra informações viscerais, somáticas, gustativas, 
visuais e olfativas para controlar diversas funções: regula a 
temperatura corporal, os ciclos circadianos, o 
comportamento emocional e sexual, a sensação de fome e 
sede, além da atividade do sistema endócrino e do sistema 
nervoso autônomo. Possui regiões distintas como a mamilar, 
tuberal, supraóptica e pré-óptica, cada uma associada a 
funções específicas. O núcleo supraquiasmático, por 
exemplo, é considerado o “relógio biológico” do corpo, 
responsável pela regulação do ciclo sono-vigília.
Já o epitálamo localiza-se na região 
posterior do diencéfalo e é composto 
pela glândula pineal e pelos núcleos 
habenulares. A glândula pineal secreta 
melatonina, hormônio relacionado ao 
controle do ritmo circadiano e da 
indução do sono. Os núcleos 
habenulares, por sua vez, estão 
associados a respostas emocionais 
ligadas ao olfato.
Telencéfalo (Cérebro): o telencéfalo, conhecido popularmente 
como cérebro, representa a maior parte do encéfalo humano. 
Possui dois hemisférios cerebrais, conectados por uma ampla 
faixa de fibras nervosas chamada corpo caloso. Cada 
hemisfério é dividido em lobos: frontal, parietal, occipital, 
temporal e, em posição mais profunda, a ínsula. O sulco central 
separa o lobo frontal do parietal; o giro pré-central, anterior ao 
sulco central, contém a área motora primária, enquanto o giro 
pós-central, posterior ao sulco, abriga a área somatossensitiva 
primária.
A superfície externa do cérebro é formada pelo córtex 
cerebral, composto por substância cinzenta, onde se 
localizam os corpos celulares dos neurônios. Essa camada, 
de 2 a 4 mm de espessura, apresenta pregas chamadas 
giros, separadas por sulcos e fissuras. A parte interna é 
predominantemente composta por substância branca, 
formada por axônios mielinizados, e ilhas de substância 
cinzenta, chamadas núcleos, responsáveis por funções 
motoras e sensoriais específicas.
Além das funções cognitivas 
superiores como raciocínio, 
linguagem, julgamento e memória, 
o telencéfalo também abriga os 
centros responsáveis pela 
percepção consciente dos 
estímulos e pela elaboração da 
resposta motora voluntária.
A medula espinal, por sua vez, se estende do bulbo até 
a região lombar, funcionando como centro de 
transmissão entre encéfalo e corpo, e coordenando 
reflexos motores. No corte transversal, a medula 
também exibe substância cinzenta central em forma de 
borboleta, cercada por substância branca.
Durante a infância, a medula espinal e a coluna vertebral crescem, se 
alongando, como parte do crescimento total do corpo. A medula
espinal para de crescer entre 4 e 5 anos de idade, mas a coluna 
vertebral continua crescendo. Desse modo, a medula espinal do adulto
não acompanha toda a extensão da coluna vertebral. A medula espinal 
do adulto varia entre 42 a 45 cm de comprimento. Seu diâmetro
máximo é de aproximadamente 1,5 cm na região cervical inferior e é 
ainda menor na região torácica e em sua extremidade inferior.
Referências:
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REGAN, J.; RUSSO, A.; VVANPUTTE, C. Anatomia e Fisiologia de 
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Biblioteca, (7th edição). Grupo A, 2017.
TORTORA. Princípios de Anatomia e Fisiologia. Disponível em: 
Minha Biblioteca, (14th edição). Grupo GEN, 2016.
📍 Objetivos:
1 – Compreender a anatomia e a histologia 
do sistema nervoso central e periférico;
2 – Entender como funciona o Potencial de 
Ação para ativação da excitabilidade do 
Sistema Nervoso;
3 – Discutir o funcionamento das sinapses 
nervosas e a importância dos 
neurotransmissores.
S2P1 
COMUNICAÇÃO 
EM POTENCIAL
Coordenador: Eduardo Viana Ribeiro
Secretário: Emerson William Oliveira dos Santos 
Discentes: João Vitor Macedo da Silva Silva; Victor 
Fabrinni Costa de Souza Cavalcanti; Juliana de Cássia 
Costa Almeida e Ana Beatriz Monteiro Moraes.

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