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45 Planejamento: A dimensão territorial para o desenvolvimento urbano sustentável CAPÍTULO 2. PLANO DIRETOR E INSTRUMENTOS DE PLANEJAMENTO TERRITORIAL SUSTENTÁVEL Após verificarmos os pontos de identificação municipais e supramunicipais do território, é importante destacar a definição dos objetivos de planejamento feita antes dos dados serem coletados. Isto é, quais são as intenções da coleta de dados? Os dados servirão para quê? Quais problemáticas buscam ser resolvidas ou potencializadas? Tais ques- tões serão aprofundadas na segunda parte deste curso. Além disso, é importante também fixar responsabilidades (qual ou quais órgãos municipais coletam os dados) e periodi- cidades (qual o intervalo de tempo entre as coletas) necessárias para a definição de políticas de dados. Esse tema foi discutido no “Módulo 2 – Governança: a dimensão política do desenvolvimento urbano sus- tentável”. Esses aspectos são fundamen- tais para se desenvolver diagnósticos e planejamentos adequados aos municípios Neste capítulo, apresentaremos uma vi- são geral dos instrumentos de desenvol- vimento urbano sustentável e do Plano Diretor. Entenderemos o que é o plane- jamento integrado de intervenções urba- nísticas em planos, programas e projetos de intervenção. Relacionaremos também a elaboração do Plano Diretor com os de- mais planos municipais e supramunicipais. PARA MAIS INFORMAÇÕES SOBRE O TEMA VER TAMBÉM O MÓDULO 2. 2 Após discutirmos sobre a diversidade de municípios e territórios municipais, você, participante, consegue identificar qual(is) a(s) escala(s) e contexto(s) em que seu município está inserido? Quais os principais aspectos municipais e supramunicipais de seu município? ATIVIDADE PROGRAMADA 46 Planejamento: A dimensão territorial para o desenvolvimento urbano sustentável Analisaremos o Estatuto da Cidade e a sua aplicação com o objetivo de se obter o de- senvolvimento urbano sustentável. Para isso, identificaremos os seus principais instru- mentos urbanísticos e institutos jurídicos e políticos, detalhando em especial o Plano Diretor, sua criação e integração com demais instrumentos de intervenção urbanística. Além disso, daremos exemplos de diálogos urbanos e ambientais nos temas de coopera- ção municipal. Examinaremos a metodologia dos Instrumentos de Desenvolvimento Sustentável (IDUS), apresentando as etapas para se criar instrumentos urbanísticos adequados aos diferentes contextos e escalas do município. 2.1 Instrumentos territoriais básicos de planejamento do desenvolvimento urbano sustentável A política de desenvolvimento urbano brasileira instituída em 1988 tem como princi- pal instrumento o Estatuto da Cidade (Lei 10.257/2001). Ele estabelece diretrizes ge- rais da política urbana e amplia os instrumentos de desenvolvimento urbano no Brasil. Sendo assim, são propostos instrumentos da política urbana que devem ser executados por meio do planejamento territorial. Esses instrumentos são: (i) planos nacionais, re- gionais e estaduais de ordenação do território e de desenvolvimento econômico e social; (ii) planejamento das regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões; (iii) planejamento municipal; (iv) institutos tributários e financeiros; (v) institutos ju- rídicos e políticos; e (vi) estudo prévio de impacto ambiental (EIA) e estudo prévio de impacto de vizinhança (EIV). Caso queira se aprofundar mais no assunto, acesse o texto do Estatuto da Cidade, Lei 10.257/2001. BRASIL. Lei nº 10.257, de 10 de julho de 2001. Regulamenta os arts. 182 e 183 da Constituição Federal, estabelece diretrizes gerais da política urbana e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 11 jul. 2001. Seção 1. Disponível em: http://www.planalto.gov. br/ccivil_03/leis/leis_2001/l10257.htm APROFUNDE-SE Ele se relaciona diretamente com o desenvolvimento sustentável, pois institui como direito de toda a popu- lação o “[...] acesso à terra urbana, à moradia, ao saneamento ambiental, à infraestrutura urbana, ao transporte e aos serviços públicos, ao trabalho e ao lazer, para as presentes e futuras gerações” (BRASIL, 2001, n.p). http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/leis_2001/l10257.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/leis_2001/l10257.htm 47 Planejamento: A dimensão territorial para o desenvolvimento urbano sustentável A Figura 15 mostra os oito instrumentos de planejamento municipal relacionados com o Estatuto da Cidade. Os instrumentos de planejamento municipal se integram em três abordagens. A primeira está associada a questões de ordenamento do território municipal. O Plano Diretor, a disciplina do parcelamento do uso e da ocupação do solo e o zoneamento ambiental são instrumentos legais (leis) que estruturam o desenvolvimento municipal a longo prazo. Na segunda abordagem, temos o planejamento do desenvolvimento setorial e socioe- conômico. E na terceira, os instrumentos ligados à questão político-econômica. Eles incluem o plano plurianual, as diretrizes orça- mentárias e o orçamento anual, além da ges- tão orçamentária participativa, como foi apre- sentado no “Módulo 5 – Gestão – A dimensão institucional do desenvolvimento urbano sus- tentável” e no “Módulo 6 – Financiamento – A dimensão financeira para o desenvolvimento urbano sustentável”. É importante destacar que as duas últimas abordagens estruturam o desenvolvimento municipal de forma flexível, adequando-se ao presente. Figura 15: Instrumentos de Planejamento Municipal – Estatuto da Cidade (Lei 10.257/2001) Fonte: Adaptado da Lei 10.257/2001 (2022). Elaboração gráfica do LabHab. 2022. PARA MAIS INFORMAÇÕES SOBRE O TEMA VER TAMBÉM OS MÓDULOS 5 E 6. 5,6 48 Planejamento: A dimensão territorial para o desenvolvimento urbano sustentável O Plano Diretor (PD) como instrumento básico da política de desenvolvimento e ex- pansão urbana é aprovado por lei específica na câmara municipal e tem como principal objetivo o “atendimento das necessidades dos cidadãos quanto à qualidade de vida, à justiça social e ao desenvolvimento das atividades econômicas” (BRASIL, 2001, n. p.). A execução do Plano Diretor deve considerar todo o território municipal. Sua revisão obrigatória deve acontecer em até dez anos. A sua criação e execução devem contar com a participação de diversos segmentos de grupos sociais, com transparência e acessibili- dade às informações por quaisquer pessoas interessadas (Quadro 12). • Com mais de 20 mil habitantes. • Integrantes de regiões metropolitanas e aglomerações urbanas. • Onde o Poder Público municipal pretenda utilizar os instrumentos previstos no § 4° do art. 182 da Constituição Federal (adequado aproveitamento do solo urbano). • Integrantes de áreas de especial interesse turístico. • Inseridos na área de influência de empreendimentos ou atividades com significativo impacto ambiental de âmbito regional ou nacional. • Incluídos no cadastro nacional de Municípios com áreas suscetíveis à ocorrência de deslizamentos de grande impacto, inundações bruscas ou processos geológicos ou hidrológicos correlatos, mananciais de abastecimento, áreas de recarga hídrica, planícies aluviais e áreas permeáveis que prestem serviços ecossistêmicos de amortização de enchentes a jusante. SITUAÇÕES DE OBRIGATORIEDADE DE ELABORAÇÃO DO PLANO DIRETOR EM MUNICÍPIOS Quadro 12 – Situações de obrigatoriedade do Plano Diretor em municípios Fonte: Brasil (2001). Cerca de 67% dos municípios brasileiros não se enquadram na obrigatoriedade de ela- boração de planos diretores, como vimos no subcapítulo 1.2.2. Entretanto, um fato que merece destaque é que essa não obrigatoriedade não impede a sua criação, pois o Plano Diretor é o instrumento básico de desenvolvimento e expansão urbana do município. Ainda que existam possibilidades e alternativas legais de desenvolvimento urbano previstas para municípios com menos de 20 mil habitantes, a elaboração de um Plano Diretor participativo pode ter um papel muito importante parao Desenvolvimento Urbano Sustentável. Deve-se prezar por sua execução integrada aos demais instrumen- tos urbanísticos adequados às realidades municipais específicas. 49 Planejamento: A dimensão territorial para o desenvolvimento urbano sustentável O Plano Diretor deve regulamentar a propriedade urbana para que esta desempenhe a Função Social da Propriedade. A Função Social da Propriedade Urbana é um princípio instituí- do pela Constituição Federal de 1988. Ela assegura que a terra urbana sirva também aos interesses coletivos e não apenas aos interesses de seus proprietários. A propriedade urbana cum- pre sua função social quando seu uso é ajustado à infraestru- tura e aos equipamentos e serviços públicos existentes. Assim, geram bem-estar comum à população da cidade ao reduzir as desigualdades socioambientais (CRAWFORD, 2017). Para a Política Nacional de Habitação, os assentamentos precários são “[...] conjuntos urbanos inadequados ocupados por moradores de baixa renda, incluindo as tipologias tradicionalmente utilizadas pelas políticas públicas de habitação, tais como cortiços, loteamentos irregulares de periferia, favelas e assemelhados, bem como os conjuntos habitacionais que se acham degradados” (BRASIL, 2010, p. 9). VOCÊ SABIA ?Segundo Saboya (2019, n.p.), um Plano Diretor tem ainda como funções regular e ordenar o parcelamento do solo, ao de- finir as áreas que podem ser urbanizadas. Ele orienta a fixação de parâmetros para novas construções a partir de zoneamen- tos próprios e direciona investimentos públicos para se construir infraestrutura e equipamentos. Para Saboya (2019) o Plano Diretor pode influenciar e ser in- fluenciado por outros instrumentos urbanísticos, como as leis de uso e ocupação do solo (zoneamentos), as leis do perímetro urbano, as leis de parcelamento do solo e o Código de Obras. Este orienta o ordenamento da elaboração de projetos e cons- trução de edificações. Os ganhos dessa associação de instru- mentos melhoram padrões de urbanização, adequando usos do solo à capacidade ambiental dos ecossistemas locais, do ponto de vista urbanístico. Melhoram também a qualidade ambiental arquitetônica em edificações. O Plano Diretor pode orientar a criação de planos setoriais ou projetos específicos no município (em casos ideais da integração desses instrumentos), assim como estabelecer prazos e priori- dades de atuação. Além disso, é um instrumento técnico e po- lítico, por ser elaborado a partir da leitura e da discussão feitas por equipes multidisciplinares. Esse trabalho trata de questões que envolvem conflitos territoriais, ou seja, de natureza política (SABOYA, 2019) e conta com a participação da população. 50 Planejamento: A dimensão territorial para o desenvolvimento urbano sustentável AULA 5 MÓDULO 4 Aula 5 - Plano Diretor e instrumentos básicos da política municipal de desenvolvimento e ordenamento territorial Os Instrumentos de Desenvolvimento Urbano Sustentável (IDUS) são ferramentas para a garantir estruturação e orde- namento do território. A complexidade das problemáticas gera propostas também complexas e adequadas às realidades municipais. Na área do planejamento, os IDUS correspondem a planos diretores, pla- nos de desenvolvimento urbano integrado (metropolitanos) e outros instrumentos de planejamento e regulação (BRASIL, 2021). Goulart, Terci e Otero (2013, p. 15) descrevem a implementa- ção de Zonas Especiais de Interesse Social (ZEIS) como “[...] o instrumento mais absorvido pelos novos Planos Diretores as- sociado à política de habitação”. De modo geral, as ZEIS criam áreas reservadas à moradia digna para a população de baixa renda, podendo incluir melhorias urbanísticas pela regulariza- ção fundiária e pelos projetos de habitação de interesse social. Podemos citar o Plano Diretor Urbano e Ambiental do Município de Manaus (2019), capital do Estado do Amazonas, como exemplo de integração de instrumentos urbanísticos. A inter-relação entre instrumentos tem ocorrido na cidade pela delimitação e regulamentação das Zonas Especiais de Interesse Social (ZEIS) em áreas centrais. Além do Plano Diretor, o município conta com outros institutos ou instrumentos jurídicos e políticos (conjunto de normas legais e reguladoras com características próprias). Alguns deles são: (i) instituição de zonas especiais de interesse social; (ii) regularização fundiária; (iii) demarca- ção urbanística para fins de regulariza- ção fundiária; e (iv) operações urbanas consorciadas. Esses institutos podem ser entendidos como instrumentos urbanísti- cos, pois agem no território e possibilitam intervenções concretas na ordem urbana. 51 Planejamento: A dimensão territorial para o desenvolvimento urbano sustentável A história do desenvolvimento urbano de Manaus é marcada pela presença de assentamentos precários com moradias de palafitas e flutuantes ao longo de corpos d’água, denominados regionalmente de igarapés (riachos). Assim, as questões sociais e históricas de ocupação ribeirinha consolidada foram incluídas nas leis municipais de urbanismo pelo termo “Áreas de Especial Interesse Social” (AEIS). A função das AEIS de Manaus é: [...] assegurar moradia digna para a popula- ção de baixa renda, por intermédio de me- lhorias urbanísticas, recuperação ambiental e regularização fundiária de assentamentos precários e irregulares, bem como a provi- são de novas habitações de interesse social, dotadas de boa oferta de serviços, equipa- mentos públicos e infraestrutura urbana. (MANAUS, 2019, p. 135). As diretrizes propostas para as AEIS centrais de Manaus têm como objetivo: (i) evitar o processo de expulsão indireta dos moradores; (ii) corrigir situações de risco causadas por ocupa- ção de áreas impróprias à habitação; e (iii) possibilitar investi- mentos públicos e privados em projetos e programas habitacio- nais de interesse social. Isso vem sendo utilizado no enfren- tamento do déficit habitacional jun- to com programas habitacionais como o Programa Social e Ambiental dos Igarapés de Manaus (PROSAMIM) como uma forma de integrar os instrumentos. O PROSAMIM foi uma iniciativa criada pelo Governo do Estado do Amazonas em parceria com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). O programa atuou de 2003 a 2021 na urbanização de assentamentos precários de Manaus, em parceria com órgãos municipais, esta- duais e federais. PARA MAIS INFORMAÇÕES SOBRE O TEMA VER TAMBÉM O MÓDULO 8. 8 52 Planejamento: A dimensão territorial para o desenvolvimento urbano sustentável Figura 16: Plano Diretor e Áreas de Especial Interesse Social em áreas centrais de Manaus (AM), destacadas no polígono em vermelho. Fonte: Adaptado do Plano Diretor Urbano e Ambiental do Município de Manaus (2019). Uma das propostas do PROSAMIM é incentivar melhorias urbanísticas e de saneamento ambiental. Busca-se a permanência de parte da população reassentada pelo programa em áreas centrais. Destacamos aqui a relação entre o Plano Diretor e a criação de AEIS para estimular o uso e a ocupação de áreas historicamente ocupadas por populações ri- beirinhas ou que viviam em contexto de extrema precariedade. 53 Planejamento: A dimensão territorial para o desenvolvimento urbano sustentável 2.2 Estrutura de elaboração de instrumentos urbanísticos de base sustentável Já se falou sobre a importância do Plano Diretor como um dos principais instrumentos que orientam o desenvolvimento urbano sustentável por ser responsabilidade do muni- cípio. No entanto, sua eficiência depende da parceria com os outros instrumentos urba- nísticos. Da mesma forma, dependerá do planejamento urbano municipal ser acordado ou pactuado com os outros agentes de cada contexto local e de planejamento urbano. Assim, a primeira etapa do processo é a leitura do território, como já discutimos no sub- capítulo 1.3. Nessa etapa, deve-se identificar e entender os temas e as problemáticas de cada município. Eles devem ser entendidos nãosó como desafios, mas também , e a partir deles os objetivos de mudança futura do território. Figura 17: Estrutura de elaboração e revisão de planos diretores. Fonte: Guia para Elaboração e Revisão de Planos Diretores (2022). 54 Planejamento: A dimensão territorial para o desenvolvimento urbano sustentável Como vimos anteriormente no Guia de Elaboração e Revisão de Planos Diretores (2022) e considerando as informações reunidas na Etapa de Leitura, na etapa de propostas, uma equipe multidisciplinar cria estratégias (formas de solucionar determinadas problemáti- cas). Isso é feito de acordo com o contexto específico de cada município. Todo esse processo acontece por meio de perguntas abertas que convidam à reflexão sobre qual poderia ser o melhor caminho para cada município. Quando essas leituras e estratégias forem cruzadas, é possível se aprofundar nos caminhos sugeridos para cada contexto. Outras referências locais, nacionais e até mesmo internacionais poderão ser usadas para definir diretrizes urbanísticas adequadas para aquele local. Nesse momento, o município pode en- tender de que forma cada estratégia está relacionada com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS). A partir deles, poderá gerar indicadores para atingir suas metas. Na etapa de consolidação e sistematização de propostas são selecionados os instru- mentos que dialogam com a leitura do território e com as diretrizes de desenvolvimen- to urbano estabelecidas. Essa etapa considera tanto os casos de elaboração quanto os de revisão de planos diretores. Ela também detalha as diretrizes, até então formuladas sob aspectos genéricos, buscando atribuir o caráter territorial físico das possíveis inter- venções a partir do direcionamento de instrumentos urbanísticos. Por fim, verifica-se se os instrumentos realmente estão de acordo com a visão de futuro proposta ao município em termos de seus recursos de gestão, definindo suas prioridades de ação. Indica-se que em cada etapa se construa um quadro síntese para organizar com maior clareza o alinhamento de metas-diretrizes-instrumentos em conjunto. Não é suficiente apenas formular instrumentos urbanísticos com qualidade, eles devem ser definidos de acordo com a realidade do município. Em seguida, esse conjunto de ações futuras deve passar pela consulta pública para in- centivar o debate e a participação. Assim, ajusta-se e define-se propostas presentes nos instrumentos. Se o poder Executivo municipal (na etapa de criação do Plano Diretor) e Legislativo (debate e aprovação do Projeto de Lei do Plano Diretor) não realizarem audiências públicas, sua aprovação e execução poderá ser anulada. Isso ocorre, porque a participação popular é um preceito consti- tucional obrigatório nos processos de planejamento (GUIA DE ELABORAÇÃO E REVISÃO DE PLANOS DIRETORES, 2022). PARA MAIS INFORMAÇÕES SOBRE O TEMA VER TAMBÉM O MÓDULO 1. 1 55 Planejamento: A dimensão territorial para o desenvolvimento urbano sustentável Figura 18: Exemplo de quadro síntese de propostas. Fonte: Guia de Elaboração e Revisão de Planos Diretores (2022). A participação popular em diferentes segmentos proporciona a representação territo- rial da população municipal nos processos de tomada de decisão. Pode ainda trazer olha- res de diferentes grupos sociais em questões como as de gênero, de relações étnico-ra- ciais, de Pessoas com Deficiência (PcD) e de populações tradicionais. Portanto, a ampla participação social é uma ferramenta de diálogo para se construir um processo de gestão democrático para a pactuação coletiva. Isso pode ser feito em fóruns, encontros e ofici- nas para se consultar ou decidir sobre ações estratégicas e prioritárias de investimentos do Plano Diretor (GUIA DE ELABORAÇÃO E REVISÃO DE PLANOS DIRETORES, 2022). 56 Planejamento: A dimensão territorial para o desenvolvimento urbano sustentável 2.3 Formulação de propostas: Definir e selecionar instrumentos de ação municipal Neste subcapítulo, entenderemos o que é o planejamento urbano integrado e qual sua importância para o alinhamento de intervenções urbanísticas a partir de planos, progra- mas e projetos. Os municípios são responsáveis pela criação e execução de políticas urbanas, assegura- das pela Constituição Federal de 1988 e pelo Estatuto da Cidade (Lei nº 10.22757/2001). Nesse contexto, podemos considerar que o planejamento urbano integrado é uma abor- dagem de planejamento com o objetivo de realizar de maneira eficiente os objetivos de desenvolvimento propostos pelo município. As ações são pensadas de forma integrada, buscando potencializar e solucionar pro- blemáticas de médio a longo prazo. Elas integram os diversos setores responsáveis pelo desenvolvimento urbano do município: habitação, mobilidade e transportes, saneamen- to básico, meio ambiente, entre outros (PROGRAMA CIDADES SUSTENTÁVEIS, 2020). Além disso, buscam melhorar a qualidade de vida de seus habitantes. Os planos setoriais são planos operacionais e estratégicos para resolver problemáticas es- pecíficas. Nesses planos, identificam-se diretrizes de desenvolvimento urbano sustentável que devem estar presentes no Plano Diretor e se formulam objetivos específicos de acordo com metas claras de realização de ações de planejamento territorial (FURUKAVA, 2012). Os planos setoriais devem operacionalizar o planejamento territorial de setores de atividades do município ou de áreas de intervenção urbanística específicas. Por mais que a abordagem setorial tenha objetivos específicos, ela por si só não é suficiente para enfrentar desafios complexos, pois lhe falta uma abordagem integrada. Dessa forma, a intersetorialidade é um princípio que garante o desenvolvimento urbano sustentável, partindo do entendimento que os arranjos institucionais presentes nas políticas setoriais devem ocorrer de maneira coordenada e integrada em seus projetos, programas ou polí- ticas (BRASIL, 2021). Destacamos a experiência de Santos (SP) como uma experiência de parceria entre diretri- zes previstas no Plano Diretor e Planos Setoriais. O Plano Diretor de Desenvolvimento e Expansão Urbana de Santos (PDDEU), Lei Complementar Municipal nº 1005/2018, pre- vê um capítulo específico sobre mudanças climáticas, o qual fundamentou a criação do Plano de Ação Climática de Santos (PACS). O Município de Santos se situa na zona costeira do oceano Atlântico. Em 2016, a cidade criou seu primeiro plano de mudança do clima. Por causa da intensificação das mudan- ças climáticas, criou o Plano de Ação Climática de Santos (PACS) entre 2018 e 2021. O objetivo do PACS é oferecer condições favoráveis de crescimento econômico e bem-es- tar à população. A participação de diversos setores da sociedade foi fundamental para se executar ações para reduzir a vulnerabilidade aos riscos climáticos (PREFEITURA DE SANTOS, 2022). 57 Planejamento: A dimensão territorial para o desenvolvimento urbano sustentável O plano foi desenvolvido em parceria com o ProAdapta (Projeto de Apoio ao Brasil na Implantação da sua Agenda Nacional de Adaptação à Mudança do Clima) pela Cooperação Alemã para o Desenvolvimento Sustentável (GIZ), pela atuação da Comissão Municipal de Adaptação à Mudança do Clima (CMMC) e da sua Comissão Consultiva Técnica Acadêmica (CCTA). Ele contou com a cooperação da sociedade civil e com a estrutura da gestão municipal no pla- nejamento intersetorial das Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Secretaria de Serviços Públicos, Secretaria de Infraestrutura e Edificações, Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Secretaria de Segurança. AULA 8 MÓDULO 4 Aula 8 - Planos setoriais e o diálogo com o Plano Diretor Caso queira se aprofundar mais no assunto, acesse a publicação do Plano de Ação Climática de Santos (PACS). PREFEITURA DE SANTOS. Plano de Ação Climática de Santos. Santos: Prefeitura de Santos, 2022. Disponível em: https://www.santos. sp.gov.br/static/files_www/files/portal_ files/hotsites/pacs/plano_de_acao_ climatica_de_santos_pacs_sumario_executivo.pdf APROFUNDE-SE O PACS prevê 8 eixos de atuação prioritá- ria: (1) Planejamento urbano sustentável e meio ambiente; (2) Inclusão e redução da vulnerabilidade social; (3) Resiliência urbana e soluções baseadas na natureza; (4) Resiliência da zona costeira, praias, es- tuários e rios e canais/drenagem urbana; (5) Vulnerabilidade e gestão de riscos cli- máticos (desastres naturais); (6) Gestão de infraestruturas (recursos hídricos, saneamento, transportes, estrutura por- tuária) e equipamentos sociais de gran- de porte; (7) Administração e participa- ção na gestão climática; (8) Inventário de Gases de Efeito Estufa (GEE) e Plano Municipal de Mitigação (PREFEITURA DE SANTOS, 2022). A partir disso, devemos pensar as ações intraurbanas pactuadas, isto é, aquelas que ocorrem nos territórios urbanos. Elas são resultado do esforço coletivo entre os diver- sos setores da administração pública, ou seja, de forma multissetorial. É importante entendermos que o planejamento urbano integrado não é uma utopia, apesar dos seus desafios. Ao longo deste subcapítulo mostraremos como ele é utilizado em algumas ex- periências brasileiras. https://www.santos.sp.gov.br/static/files_www/files/portal_files/hotsites/pacs/plano_de_acao_climatica_de_santos_pacs_sumario_executivo.pdf https://www.santos.sp.gov.br/static/files_www/files/portal_files/hotsites/pacs/plano_de_acao_climatica_de_santos_pacs_sumario_executivo.pdf https://www.santos.sp.gov.br/static/files_www/files/portal_files/hotsites/pacs/plano_de_acao_climatica_de_santos_pacs_sumario_executivo.pdf https://www.santos.sp.gov.br/static/files_www/files/portal_files/hotsites/pacs/plano_de_acao_climatica_de_santos_pacs_sumario_executivo.pdf https://www.santos.sp.gov.br/static/files_www/files/portal_files/hotsites/pacs/plano_de_acao_climatica_de_santos_pacs_sumario_executivo.pdf 58 Planejamento: A dimensão territorial para o desenvolvimento urbano sustentável Cada município tem a opção de escolher seus instrumentos e formas de planejamento territorial. Utilizam para isso planos, programas e projetos urbanísticos, os quais são meios de registrar e efetivar as ações de planejamento. Assim, a regulamentação e apli- cação desses instrumentos dependerá da estratégia de desenvolvimento adotada pela gestão municipal. O plano é o documento mais amplo do planejamento territorial. Nele se identificam problemáticas e se formulam estratégias e metas de ação, a partir da execução de programas e/ou projetos. O programa contém conjuntos de projetos associados a um objetivo maior, como programas habitacionais, que direcionam a construção de projetos específicos e apoiam a execução orçamentária. Já o projeto é um instrumento de execução de intervenção concreta, apoiando a criação de orçamentos de obras e de serviços (TEIXEIRA, 2009). VOCÊ SABIA ?Orienta-se que se formulem agen- das urbanísticas, ou seja, um con- junto de necessidades, demandas e compromissos. Elas devem ser aceitas por toda a gestão (diferen- tes órgãos que compõem a adminis- tração municipal) e pela sociedade civil. Essas agendas devem orientar a criação dos programas e projetos, os quais levarão à execução de re- cursos financeiros, à realização de obras e à prestação de serviços. 1. Construção de um amplo processo participativo. 2. Implementação de mecanismos ágeis de comunicação e difusão do conhecimento produzido. 3. Leitura do território com vistas à construção de um diagnóstico. 4. Definição das diretrizes do plano com base numa avaliação estratégica (recursos e capacidades). 5. Produção de um prognóstico amparado nos princípios e diretrizes estabelecidos. 6. Gestão integrada e multissetorial. 7. Implementação de mecanismos de monitoramento, gestão e avaliação estratégica do plano. METODOLOGIA DE ELABORAÇÃO DE PLANOS URBANOS INTEGRADOS A metodologia de planejamento urbano integrado proposta pelo Programa Cidades Sustentáveis (2020) pode contribuir com o Guia para Elaboração e Revisão de Planos Diretores (2022) para se enfrentar esse desafio, por ter como foco justamente a integra- ção setorial. Essa metodologia traz abordagens que podem ajudar os municípios a plane- jar de uma forma integrada (Quadro 13). AULA 7 MÓDULO 4 Aula 7 - O planejamento integrado das intervenções urbanísticas em planos e projetos Quadro 13 – Proposta de metodologia de elaboração de planos urbanos integrados Fonte: Guia de Introdução ao Planejamento Urbano Integrado (2020, p. 47). 59 Planejamento: A dimensão territorial para o desenvolvimento urbano sustentável O planejamento integrado ultrapassa questões de governo, é uma forma de planejar que traz ganhos a longo prazo aos habitantes do município (PANET, 2017). A gestão (ad- ministração municipal) e o planejamento (que vai além dos governos municipais, ou seja, além de mandatos de quatro anos) são campos de atuação complementares que devem garantir o desenvolvimento urbano sustentável. Quando se pensa em suas possibilidades, o planejamento urbano integrado pode garan- tir que se formule diretrizes de desenvolvimento urbano a partir de reflexões. Fortalece- se a atuação local, tornando as políticas urbanas pactuadas mais eficientes, assim como os orçamentos públicos associados a elas (PANET, 2017). Pactuar significa compati- bilizar necessidades coletivas. O Plano Diretor Estratégico deve ser pensado nessa perspectiva. Um exemplo de planejamento urbano integrado é a pactuação de diretrizes em projetos de requalificação urbana do Município de Conde, no estado da Paraíba. O município possui cerca de 25 mil habitantes e a requalificação previu a reurbanização do centro da cidade. As premissas da intervenção foram alinhadas desde o planejamento municipal, a partir da relação direta entre equipe técnica da prefeitura e moradores. Num primeiro mo- mento, a população foi consultada a respeito de temas de mobilidade e acessibilidade, comércio e serviços, áreas verdes e sombras, cultura e lazer. Em seguida, a população e os técnicos formularam diretrizes que ajudaram nas propostas de criação de concursos de projetos para o local da intervenção (MOBILIZE BRASIL, 2021). Figura 19: Projeto vencedor do 1º Concurso Público de Projetos Urbanísticos de Conde (PB). Fonte: Prefeitura de Conde- PB (2018). PARA MAIS INFORMAÇÕES SOBRE O TEMA VER TAMBÉM O MÓDULO 8. 8 60 Planejamento: A dimensão territorial para o desenvolvimento urbano sustentável A proposta ganhadora foi executada e tinha como objetivo principal fazer da área central o principal lugar de moradia e de usos diversos pelos moradores. As soluções são simples e funcionais, e estimulam a caminhabilidade, as travessias de pedestres. Elas incentivam a integração de espaços públicos a partir de novos espaços e projetos paisagísticos com arborização, o que estimulou os moradores a usá-los. AULA 6 MÓDULO 4 Aula 6 - Pactuação de diretrizes de planejamento em projetos de intervenção urbanística no território Os recursos de planejamento e execução do planejamento urbano integrado vieram da prefeitura, cerca de 5,5 milhões de reais. Tudo isso só foi possível por conta da par- ceria entre a Secretaria de Planejamento (SEPLAN) e os profissionais da arquite- tura e urbanismo das coordenadorias de Habitação, Controle Urbano, Fiscalização e Mobilidade Urbana (ROSSI, 2019). 2.4 Formulação de propostas: Definir e selecionar instrumentos para a ação supramunicipal Em contextos supramunicipais e regionais, ao se definir diretrizes de planos gera-se im- pactos nas relações que vão além de um único município. A cooperação municipal e in- terfederativa são fundamentais para garantir não só o planejamento, mas a gestão ter- ritorial compartilhada. Aprofunda-se aqui a abordagem de integração em planos supramunicipais originados das Funções Públicas de Interesse Comum (FPICs). No caso de aglomerações urbanas e arranjos metropolitanos, é preciso regular o planejamento e o desenvolvimento urbano dessas funções associadasao uso e ocupação do solo, habitação, meio ambiente, recur- sos hídricos e saneamento. Da mesma forma, deve ser feito com os serviços públicos de transporte e mobilidade urbana, coleta de lixo, e na implantação de infraestruturas físi- cas (sistema viário) e de dados (sistemas de informação geográfico) (IPEA, 2020b.). Para isso é preciso elaborar um Plano de Desenvolvimento Urbano Integrado (PDUI). O PDUI é um instrumento legal de planejamento que, segundo FNEM (2022, n.p): [...] estabelece diretrizes, projetos e ações para orientar o de- senvolvimento urbano e regional, buscando reduzir as desi- gualdades e melhorar as condições de vida da população me- tropolitana. Também fixa as bases de atuação conjunta entre estados e municípios. 61 Planejamento: A dimensão territorial para o desenvolvimento urbano sustentável Trata-se de um instrumento de planejamento, viabilização econômico-financeira e ges- tão estratégica de regiões metropolitanas e aglomerados urbanos. Segundo o Fórum Nacional de Entidades Metropolitanas (2022), essa abordagem de pla- nejamento é resultante do Estatuto da Metrópole (Lei Federal nº 13.089/2015). A meto- dologia básica para se elaborar um PDUI inclui a “[...] estruturação de uma rede de polos metropolitanos para melhorar a qualidade de vida em áreas mais distantes dos centros urbanos mais consolidados [...]” e atende a “[...] propostas setoriais presentes em vários pla- nos e aquelas constantes dos Planos Diretores municipais aprovados” (FNEM, 2022, n.p). A elaboração dos PDUIs deve contar com representantes do Estado e dos municípios integrantes de aglomerações urbanas ou regiões metropolitanas envolvidas no plane- jamento territorial. Da mesma forma, a participação popular é essencial para que as demandas reflitam meios democráticos de resolução de problemáticas comuns e de in- teresse metropolitano. Apresentamos no Quadro 14 os passos metodológicos de elabo- ração de um PDUI. 1. Preparação: mobilização inicial, as análises preliminares, as definições metodológicas, o mapeamento dos atores, a comunicação e a definição da forma de participação social. 2. Definição do escopo: construção da visão (que metrópole queremos?), a definição dos objetivos e principais temas a serem abordados, metas, prioridades e horizontes. 3. Elaboração: caracterização e diagnóstico, estratégias e propostas. 4. Consolidação do plano: sistematização de todo o conhecimento acumulado nas atividades anteriores. 5. Aprovação: apresentação final e instituição do plano. 6. Revisão: estabelecimento de revisões sistemáticas. METODOLOGIA DE ELABORAÇÃO DE UM PDUI Quadro 14 – Metodologia de elaboração de um PDUI Fonte: Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba (2022). A formulação de propostas deve inte- grar e considerar áreas de influência de municípios com ou sem Plano Diretor ou demais instrumentos urbanísticos. Isso pode acontecer ao se definir estra- tégias que prevejam possíveis impactos (negativos ou positivos) gerados pelas dinâmicas urbanas e regionais de muni- cípios vizinhos ou limítrofes. AULA 9 MÓDULO 4 Aula 9 - Plano de Desenvolvimento Urbano Integrado: planejamento na escala supramunicipal e metropolitana. 62 Planejamento: A dimensão territorial para o desenvolvimento urbano sustentável Um exemplo de pactuação de diretrizes de integração do Plano Diretor com pla- nos supramunicipais é o Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado da Região Metropolitana de Belo Horizonte (PDDI- RMBH). Esse plano inclui 34 municípios da RMBH e seu objetivo é reestruturar o território para reduzir as desigualdades socioespaciais dos municípios da região. O plano tem como eixos de ação a aces- sibilidade, a urbanidade, a seguridade e a sustentabilidade. Caso queira se aprofundar mais no assunto, acesse o Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado (PDDI) da RMBH. COLEGIADO METROPOLITANO DA SOCIEDADE CIVIL - RMBH. Região Metropolitana de Belo Horizonte: Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado - PDDI. 2012. Disponível em: http://www.rmbh.org. br/arquivos_biblioteca/COLEGIADO- RMBH_2012-05-21_Apres-PDDI- RMBH.pdf APROFUNDE-SE O PPDI da Região Metropolitana de Belo Horizonte (PDDI- RMBH) também atua no ordenamento territorial metropoli- tano, tornando obrigatória a revisão dos Planos Diretores de seus municípios integrantes. Foi elaborado por uma equipe de 180 especialistas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas) e da Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG). Contou também com a representação da sociedade ci- vil e das gestões públicas municipais e estadual. Essa experiên- cia mostra a importância da participação da comunidade aca- dêmica no desenvolvimento urbano sustentável (COLEGIADO METROPOLITANO DA SOCIEDADE CIVIL, 2012). Os desafios de pactuação do planejamen- to integrado setorial e supramunicipal se direcionam particularmente às “[...] inca- pacidades e insuficiências de gestão, de integração de políticas, de recursos para o financiamento do desenvolvimento ur- bano” (IPEA, 2020b., p. 94). Destacamos a importância de se aproveitar capaci- dades técnicas nas gestões municipais ou em agências de desenvolvimento me- tropolitano, como no caso da RMBH. Chega-se a melhores resultados urbanís- ticos se as propostas forem criadas nos debates intermunicipais e em decisões colaborativas. Uma vez que apresentamos os instrumentos urbanísticos de base sustentável, você consegue refletir criticamente sobre os principais desafios e possibilidades de integração setorial do planejamento territorial do seu município? Visitando o Guia para Elaboração e Revisão de Planos Diretores (2022), qual instrumento ou instrumentos você diria que melhor respondem a esse desafio e estimulam essa possibilidade? ATIVIDADE PROGRAMADA http://www.rmbh.org.br/arquivos_biblioteca/COLEGIADO-RMBH_2012-05-21_Apres-PDDI-RMBH.pdf http://www.rmbh.org.br/arquivos_biblioteca/COLEGIADO-RMBH_2012-05-21_Apres-PDDI-RMBH.pdf http://www.rmbh.org.br/arquivos_biblioteca/COLEGIADO-RMBH_2012-05-21_Apres-PDDI-RMBH.pdf http://www.rmbh.org.br/arquivos_biblioteca/COLEGIADO-RMBH_2012-05-21_Apres-PDDI-RMBH.pdf