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Direito Internacional

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Direito Internacional
O Instituto IOB nasce a partir da 
experiência de mais de 40 anos da IOB no 
desenvolvimento de conteúdos, serviços de 
consultoria e cursos de excelência.
Por intermédio do Instituto IOB, 
é possível acesso a diversos cursos por meio 
de ambientes de aprendizado estruturados 
por diferentes tecnologias.
As obras que compõem os cursos preparatórios 
do Instituto foram desenvolvidas com o 
objetivo de sintetizar os principais pontos 
destacados nas videoaulas.
institutoiob.com.br
Direito Internacional - 2ª edição / Obra organizada 
pelo Instituto IOB - São Paulo: Editora IOB, 2014.
ISBN 978-85-8079-022-1
Informamos que é de inteira 
responsabilidade do autor a emissão 
dos conceitos.
Nenhuma parte desta publicação 
poderá ser reproduzida por qualquer 
meio ou forma sem a prévia 
autorização do Instituto IOB.
A violação dos direitos autorais é 
crime estabelecido na Lei nº 
9.610/1998 e punido pelo art. 184 
do Código Penal.
Sumário
Capítulo 1 – Direito Internacional Público e Fontes do Direito 
Internacional, 7
1. Introdução: História do Direito Internacional, 7
2. Introdução: Histórico e Princípios, 8
3. Fontes: Corte Internacional de Justiça. Tratados, 10
4. Tratados – Conclusão, 11
5. Publicação dos Textos – Tratados, 13
6. Fontes: Tratados. Aplicação. Extinção, 14
7. Fontes: Costume. Princípios Gerais de Direito. Equidade, 16
8. Fontes: Atos Unilaterais. Meios Auxiliares: Doutrina e 
Jurisprudência, 17
Capítulo 2 – Sujeitos do Direito Internacional, 20
1. Sujeitos do Direito Internacional: Estado, 20
2. Sujeitos do Direito Internacional: Organizações Internacionais, 22
3. Princípios da Nacionalidade, 23
Capítulo 3 – Solução de Controvérsias Internacionais, 26
1. Solução de Controvérsias: Métodos Não Pacíficos, 26
2. Solução de Controvérsias: Métodos Pacíficos, 27
3. Métodos Judiciais de Solução de Controvérsias, 28
4. Corte Internacional de Justiça, 30
Capítulo 4 – Direito do Comércio Internacional, 32
1. Direito do Comércio Internacional, 32
Capítulo 5 – Direito da Integração (Mercosul), 35
1. Direito Internacional do Trabalho, 35
2. Direito da Integração: Mercosul – Parte I, 37
3. Direito da Integração: Mercosul – Parte II, 38
4. Mercosul: Solução de Controvérsias, 40
Capítulo 6 – Direito Internacional Penal, 42
1. Direito Internacional Penal – Parte I, 42
2. Direito Internacional Penal – Parte II – Tribunal, 44
3. Direito Internacional Penal – Parte III – Tribunal, 47
4. Direito Internacional Penal – Parte IV – Tribunal, 48
Capítulo 7 – Relações Diplomáticas e Consulares, 51
1. Relações Diplomáticas: Convenção de Viena sobre Relações 
Diplomáticas, 51
2. Relações Diplomáticas: Funções de uma Missão Diplomática, 53
3. Relações Diplomáticas: Imunidade do Agente Diplomático, 54
Capítulo 8 – Responsabilidade Internacional, 57
1. Responsabilidade Internacional – Parte I, 57
2. Responsabilidade Internacional – Parte II, 59
Capítulo 9 – Direito Constitucional Internacional, 61
1. Direito Constitucional Internacional, 61
Capítulo 10 – Condição Jurídica do Estrangeiro, 63
1. Direito Internacional Privado: Controle de Entrada e Visto do 
Estrangeiro, 63
2. Direito Internacional Privado: Retirada Compulsória do 
Estrangeiro, 65
3. Direito Internacional Privado: Retirada Compulsória do 
Estrangeiro – Extradição – Parte I, 67
4. Direito Internacional Privado: Retirada Compulsória do 
Estrangeiro – Extradição – Parte II, 68
Capítulo 11 – Direito Internacional Privado, 71
1. Direito Internacional Privado: Introdução, 71
2. Direito Internacional Privado – Elementos de Conexão – Parte I, 73
3. Direito Internacional Privado – Elementos de Conexão – Parte II, 74
4. Direito Internacional Privado – Elementos de Conexão – Parte III, 76
5. Direito Internacional Privado – Elementos de Conexão – Parte IV, 77
Capítulo 12 – Processo Internacional, 79
1. Processo Internacional – Competência Jurisdicional, 79
2. Processo Internacional – Homologação de Sentença Estrangeira, 80
3. Processo Internacional – Provas, 82
Gabarito, 84
Capítulo 1
Direito Internacional Público e 
Fontes do Direito Internacional
1. Introdução: História do Direito 
Internacional
1.1 Apresentação
Nesta unidade, veremos a introdução ao Direito Internacional e a rela-
ção do Direito com a Política.
1.2 Síntese
O Direito e a Política são um único fenômeno, dependendo apenas da 
posição em que será analisado. O Direito é uma vontade de uma classe politi-
camente dominante em um determinado período.
No âmbito internacional, essa relação entre Política e Direito é muito mais 
acentuada.
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O Direito Internacional é feito pelos Estados e para os próprios Estados, ou 
seja, ele será o responsável por elaborar as normas e cumprir suas obrigações.
Vários institutos clássicos do Direito Internacional se alteraram completa-
mente enquanto outros permaneceram como estão ou como foram criados no 
século XVII.
Onde há sociedade, há o Direito e onde há coletividades organizadas tem-
-se certa autonomia dessas coletividades e elas se relacionam com outras cole-
tividades. Por mais que a figura do Estado moderno tenha surgido em meados 
do século XIV, as cidades gregas (cidades-estados), por exemplo, já tinham uma 
relação internacional. Figuras como a diplomacia, ratificação dos tratados, so-
lução de controvérsias via arbitragem existem desde a antiguidade.
A origem do Direito Internacional que pode ser estabelecida como um 
marco é a datada de 1648, referente à paz de Westfalia: são dois tratados inter-
nacionais que firmaram um período de paz após a Guerra dos Trinta Anos. A 
paz de Westfalia é importante para o Direito Internacional, pois foi neste caso 
que, pela primeira vez na história das relações internacionais, um texto jurídi-
co, chamado Tratado de Paz, estabeleceu a existência de um Estado, baseado 
em um instrumento que é tido como base de toda sociedade internacional, 
qual seja, a figura da Soberania Estatal.
Antigamente, com os Estados, sem a existência da soberania, prevalecia a 
lei do mais forte.
Hoje, quando se tem a ideia de soberania, verifica-se que todos os Estados 
são iguais entre si. Não há uma soberania central, as decisões devem ser toma-
das em conjunto pelos Estados.
O Estado é a figura central, chegando a ser o único sujeito ao Direito Inter-
nacional Público. Além disso, o instituto da guerra é algo permitido do direito.
Surge o instituto chamado Balança de Poderes, com o intuito de manter a 
harmonia entre os Estados.
Algumas características da sociedade pós-Westfalia ainda permanecem, 
como a ideia de consentimento estatal, ou seja, o Direito Internacional existe a 
partir do momento em que o Estado consente com aquela norma. Um Estado, 
para acatar uma normativa internacional, precisa anuir, ratificar com o texto.
2. Introdução: Histórico e Princípios
2.1 Apresentação
Nesta unidade, serão apresentados os momentos históricos que levaram o 
mundo à globalização.
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2.2 Síntese
Hoje, a principal característica do Direito Internacional é a Pluralidade 
de Estados, ou seja, o Direito Internacional não é mais formado com a figura 
do Estado, sendo o único detentor de direitos e obrigações no cenário interna-
cional. Temos como novos sujeitos do Direito Internacional: as organizações 
internacionais, os indivíduos, as ONG, as empresas transnacionais e até mesmo 
os grupos não estatais (grupos que não se vinculam a um Estado em particular, 
mas que têm forte autonomia de vontade no cenário internacional e que con-
seguem influenciar o direito); por exemplo, o grupo terrorista Al-Qaeda, estão 
espalhados em vários países.
Outra característica é a figura da guerra, que sempre foi permitida no Di-
reito Internacionale hoje não é mais. É a passagem do direito da guerra para 
o direito da paz.
A primeira vez que se teve a consideração da guerra como um ilícito inter-
nacional foi em 1928. O tratado que estabeleceu a ilicitude do uso unilateral da 
força foi o Pacto Briand Kellog. Foi um tratado entre os Estados Unidos e a Fran-
ça que, pela primeira vez, estabeleceu que a guerra era um ilícito internacional.
A soberania estatal ainda se baseia na figura do consentimento.
Sobre a balança de poderes, pode-se considerar que a mesma foi rompida, 
primeiro com Napoleão e depois com a Alemanha nazista.
Então, em 1945, ficou claro que o instituto da balança de poderes não 
conseguia garantir a harmonia no cenário internacional; surgiu dessa forma o 
instituto do Princípio da Manutenção da Paz.
A manutenção da paz hoje foi alçada como princípio máximo do Direito 
Internacional.
Em 1945, no período pós-guerra, surgiram novos temas, novos sujeitos do 
Direito Internacional e algumas temáticas de Direitos Humanos.
Outro marco importante foi o de 1989, com o fim do mundo bipolar e a 
queda do muro de Berlim. Surgiram então fenômenos tais como a globalização.
Os três grandes princípios do Direito Internacional são: Princípio da Sobe-
rania, Manutenção da Paz e a figura do Consentimento como necessária para 
que se tenha o Direito Internacional.
Exercício
1. (Admissão à Carreira de Diplomata – 2008) O Pacto de Paris de 1928, 
que passará à história com a conjugação dos nomes de seus firmatá-
rios, os ministros do exterior da França e dos Estados Unidos da Amé-
rica, simboliza importante avanço do direito das gentes. Acerca do 
conteúdo jurídico desse documento, julgue (C ou E) os itens a seguir:
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I – Esse pacto propugna pela abolição das guerras coloniais e de 
conquista.
II – Esse documento obriga os países europeus a reconhecerem di-
reitos soberanos dos Neo-Estados africanos.
III – Esse pacto proscreve a guerra, para considerá-la a violação su-
prema do direito.
3. Fontes: Corte Internacional de Justiça. 
Tratados
3.1 Apresentação
Nesta unidade, serão explicados os temas sobre a Corte Internacional 
de Justiça e as Fontes do Direito Internacional Público, os auxílios da 
Doutrina e da Jurisprudência.
3.2 Síntese
É importante verificar o art. 38 do Estatuto da Corte Internacional de Jus-
tiça, que é um anexo da Carta da ONU, pois este artigo estabelece que a Corte 
Internacional de Justiça deve resolver qualquer litígio internacional utilizando-
-se das fontes do Direito Internacional tais como:
I – Tratado;
II – Costume;
III – Princípios Gerais de Direito;
IV – Princípio da Equidade (ex aequo et bono);
V – Doutrina e Jurisprudência.
A Doutrina e a Jurisprudência não são consideradas fontes, pois não con-
seguem obrigar o Estado a tomar determinada medida, mas são considerados 
meios auxiliares.
O art. 38 traz um rol de fontes do Direito Internacional, sendo este rol 
exemplificativo e não taxativo.
Não existe hierarquia entre as fontes do Direito Internacional. Pode-se ter 
um tratado modificando um costume e vice-versa.
Tratados:
É importante citar a Convenção de Viena de 1969 que fala sobre os direitos 
dos Tratados.
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O Tratado é um acordo internacional concluído por escrito entre Estados e 
regido pelo Direito Internacional, quer conste de um instrumento único ou de 
vários instrumentos conexos e qualquer que seja a sua denominação particular.
Características do Tratado:
– regido pelo Direito Internacional;
– por escrito;
– não importa a denominação que tenha desde que possua as característi-
cas necessárias.
As Organizações Internacionais também podem firmar tratados, porém, es-
tes não serão regulamentados pela Convenção de Viena de 1969.
Tipos de Tratados existentes:
– bilateral e multilateral;
– tratados-lei (normas que regulamentam entre os Estados) e tratados 
contrato (relações práticas entre os países);
– tratados abertos (vários países podem aderir) e tratados fechados (só um 
grupo de países);
– convenção-quadro (norma geral que fixa normas gerais principiológicas);
– convenção guarda-chuva (tenta pegar todos os temas de um tópico es-
pecífico e inseri-los em um único texto).
Exercício
2. Julgue os itens a seguir:
1. A denominação dos Tratados Internacionais é irrelevante para a 
determinação de seus efeitos ou de sua eficácia, sendo indiferen-
te serem chamados de acordo, convenção, ajuste, pacto ou liga.
2. Segundo a possibilidade de participação, os tratados serão aber-
tos ou fechados.
4. Tratados – Conclusão
4.1 Apresentação
Nesta unidade, será explicada como é feita a conclusão dos tratados.
4.2 Síntese
Para se concluir um Tratado, há uma diferença entre os chamados tratados 
bilaterais e multilaterais.
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No caso do tratado bilateral, a negociação e elaboração do texto são mais 
simples, pois envolvem apenas dois Estados.
Já nos tratados multilaterais, tem-se uma maior complexidade. Geralmen-
te, são feitos via conferência internacional em que se reúnem todos os Estados 
interessados na tutela daquele tema, para tentar mediante negociações diplo-
máticas chegarem à elaboração de um texto único ou também é muito comum 
que se faça tratados multilaterais via organizações internacionais, ou seja, Orga-
nização Internacional do Trabalho é um excelente fórum para que se faça um 
tratado sobre regulamentação do Trabalho Internacional.
A pessoa competente para fazer a conclusão de um tratado internacional, 
no caso do Brasil, é o presidente da República, conforme art. 84 da CF/1988. 
Esse artigo diz que a competência privativa é do presidente; neste caso, o pre-
sidente pode fazer uma delegação para que outra pessoa negocie o texto em 
seu nome.
Essa outra pessoa recebe o nome de plenipotenciário, ou seja, possui uma 
carta de plenos poderes, para negociar um texto internacional em nome do 
presidente.
O presidente é responsável por obrigar o Brasil no plano internacional via 
referendo do Congresso Nacional.
O ato formal no Direito Internacional que coloca fim no Tratado é a assi-
natura.
Os tratados de forma solene são os que precisam, além da assinatura, do 
instrumento de ratificação.
Os tratados de forma simplificada são aqueles em que basta a assinatura 
para entrar em vigor.
No Brasil, essa regra é omissa, só diz que o Presidente encaminha o texto ao 
Congresso e este pode ou não aprovar o texto.
Após a aprovação, o texto volta para o presidente, que pode desistir da rati-
ficação ou não.
Os tratados bilaterais entram em vigor a partir do momento da troca de 
cartas de ratificação.
O tratado multilateral entra em vigor quando se tem um fórum quantitativo 
(60%) ou qualitativo (três Estados apresentarem a carta de ratificação).
Reserva é uma declaração unilateral com o objetivo de se tirar alguns efei-
tos jurídicos do tratado. O país pode se reservar a não permitir que aquele 
aspecto tenha validade sobre ele.
Outro aspecto dos tratados multilaterais é a figura do depositário: aquele 
Estado ou Organização que vai representar e controlar todos os atos referentes 
ao tratado.
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Exercício
3. (AGU 2002) Tendo em vista o entendimento do Direito Internacio-
nal, bem como a prática brasileira acerca de Tratados Internacionais, 
julgue os itens subsequentes:
I – Tratado internacional é um acordo celebrado por escrito entre os 
sujeitos do Direito internacional que produz efeitos jurídicos, qual-
quer que seja sua denominação particular.
II – O Congresso Nacional brasileiro resolve definitivamente sobre 
tratados internacionais ao ratificá-los no plano externo.
5. Publicação dos Textos – Tratados
5.1 Apresentação
Nesta unidade,serão estudados o registro e a publicação dos textos dos 
tratados internacionais.
5.2 Síntese
Uma pergunta que se faz sobre os tratados é referente ao art. 102 da Carta 
das Nações Unidas que estabelece que os textos concluídos pelos países serão 
registrados e publicados nas Nações Unidas.
O tratado a partir do momento em que é registrado e publicado nas Nações 
Unidas passa a ser válido perante a ONU e os demais órgãos que compõem 
as Nações Unidas. Entre os países que o ratificaram, o tratado é plenamente 
válido, não necessitando de tal registro e publicação para que tenham validade 
perante os Estados Partes. Exemplo: Tratado de Cooperação da Amazônia, não 
está registrado na ONU, o que não o impede de ser válido perante os demais 
países.
Três condições de validade dos tratados:
– capacidade dos sujeitos: sujeitos capazes do Direito Internacional: Es-
tados, Organizações Internacionais (exemplo ONU) e Movimentos de 
Libertação Nacional (exemplo OLP), estes não possuem soberania, po-
rém, a prática internacional atesta a validade dos acordos firmados por 
estas organizações;
– o objeto tem que ser lícito: o art. 53 da Convenção de Viena trouxe um 
tipo específico de norma internacional, as chamadas normas imperati-
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vas de direito internacional ou jus cogens, que dizem que todo tratado 
deve respeitá-las. São regras que estão em um nível superior das demais 
regras, pois representam verdadeiros valores internacionais. A partir do 
momento em que o jus cogens traz valores internacionais, passa-se a ter 
uma ordem pública internacional, ou seja, passa-se a ter valores comuns 
que influenciarão o sistema de responsabilidade internacional;
•	 consentimento legítimo regular: a legitimidade de um consentimento 
é um dos grandes princípios do Direito Internacional. Existem tam-
bém as formas de consentimento irregular, quais sejam: ratificação im-
perfeita: é um procedimento interno. Se neste procedimento houver 
qualquer erro essencial, o tratado posteriormente poderá ser invalidado. 
Nenhum Estado pode alegar direito interno para descumprir tratados;
•	 o erro e o dolo: no erro, os países acreditam que a situação é verdadei-
ra, quando na realidade ela é falsa. Exemplo: tratado de fronteiras. No 
dolo, uma das partes age de má-fé;
•	 corrupção: é rara no cenário internacional, mas o tratado poderá ser 
anulado se houver corrupção;
•	 coação: ela confronta diretamente a manutenção da paz, é erro insaná-
vel na comunidade internacional.
Exercício
4. Salvo afronta à regra de direito interno de importância fundamental 
sobre competência para concluir tratado, uma parte não pode in-
vocar disposições de seu direito interno para justificar o descumpri-
mento de um tratado.
6. Fontes: Tratados. Aplicação. Extinção
6.1 Apresentação
Nesta unidade, será analisada a efetiva aplicação dos tratados.
6.2 Síntese
A Convenção de Viena estabeleceu alguns princípios sobre a aplicação dos 
tratados, tanto em relação à área internacional quanto a área interna, quais sejam:
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– Princípio de Pacta Sunt Servanda: a partir do momento em que o Es-
tado aceita aquela normativa internacional, ele tem que cumpri-la de 
boa-fé;
– Princípio da Não Retroatividade: salvo raríssimas exceções, o tratado 
passa a produzir seus efeitos a partir da sua entrada em vigor;
– Princípio da Territorialidade: a regra geral diz que o tratado será apli-
cado em todo o território daquele Estado Parte no texto. Entretanto, 
existem dois tipos de cláusulas em um tratado, podendo estas modificar 
a regra geral da territorialidade. São elas:
I – cláusula federal: pode estabelecer que o tratado será aplicado em todo 
o território do país, com exceção de algum Estado da Federação. Admitida por 
alguns países, no Brasil, é proibida por causa da Constituição;
II – cláusula colonial: estabelece que um tratado será respeitado somente 
no território da metrópole, não terá validade nas colônias do país pactuante. 
Raramente utilizada.
Ainda sobre a aplicação dos Tratados, é importante ressaltar a relação entre 
Direito Interno e Direito Internacional. Têm-se duas teorias:
– teoria monista: parte do princípio de que as duas ordens (interna e in-
ternacional) são uma única ordem. Deve ser analisado qual das duas 
prevalece; e
– teoria dualista: a ordem interna e internacional são duas ordens distin-
tas. Desta forma, essas ordens não se comunicam. O tratado deverá ser 
internalizado. Essa posição hoje perdeu muito a força.
A posição do Supremo no Brasil é a adoção da teoria monista com preva-
lência do direito interno. Entretanto, esse posicionamento foi alterado no que 
se refere a um tipo específico de norma, ou seja, se o tratado for posterior à lei 
federal, ele modificará a lei. Se a lei federal for posterior ao tratado, a lei poderá 
modificar o tratado.
Na regra geral, o tratado vale como legislação federal, com duas exceções:
– tratados de Direito Tributário: por força do art. 98 do CTN, entram no 
ordenamento jurídico brasileiro abaixo da CF, mas acima da Legislação 
Federal; e
– normas de Direitos Humanos: entram como dispositivo constitucional, 
conforme § 3º da CF.
Sobre a extinção dos tratados, esta pode ser feita por circunstâncias previs-
tas pelas partes. Um tratado pode acabar por sua conclusão, pela execução do 
acordo ou por cláusulas de denúncias, ou seja, o país é livre para entrar e para 
sair no tratado.
No caso do Brasil, o presidente ratifica o texto referendado pelo Congresso. 
A denúncia, porém, é ato exclusivo do presidente.
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Existem também as circunstâncias não previstas:
– conflito armado: se dois países entrarem em guerra, todos os tratados 
referentes à aplicação entre aqueles países ficarão suspensos ou termi-
narão, exceto no que diz respeito aos tratados de acordos que lidam com 
o direito das guerras, direito humanitário;
– violação do tratado: se uma parte violar o contrato, obviamente, a outra 
não será obrigada a cumpri-lo;
– costume posterior: pode ser um costume posterior contrário ao tratado 
como também uma norma de jus cogens;
– alteração fundamental das circunstâncias (cláusula rebus sic stantibus): 
se em dado momento os Estados pactuaram e, logo em seguida, as cir-
cunstâncias alteraram, o tratado poderá ser suspenso ou extinto.
Exercício
5. (Magistratura Federal) Relação do Direito Interno com o Direito In-
ternacional:
a) A teoria monista sustenta o primado do direito interno.
b) A teoria dualista sustenta a existência de um direito supranacional.
c) A teoria monista considera os dois direitos como dois ramos de 
um único sistema com o primado do direito interno.
d) Na teoria monista, discute-se a questão do primado do direito 
interno ou do direito internacional.
7. Fontes: Costume. Princípios Gerais de 
Direito. Equidade
7.1 Apresentação
Nesta unidade, será estudado o costume internacional.
7.2 Síntese
O Direito Internacional sempre foi um direito costumeiro.
É importante diferenciá-lo do uso. Toda vez que se fala em costume têm-se 
o elemento material (precedente, prática reiterada) e o elemento psicológico 
(opinio juris), é o sentimento que o Estado tem de que aquele costume lhe é 
obrigatório. A figura do opinio juris é importante porque gera a expectativa 
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de direito nos demais países e a certeza de que o Estado agirá conforme uma 
prática bem estabelecida no Direito Internacional.
Os costumes são divididos em regionais e globais. Um exemplo de costume 
regional é o asilo diplomático, que só existe nas Américas.
O costume só existirá se houver uma relação entre dois ou mais Estados. 
Para que se tenha o costume, é necessária a prática internacionale outro Esta-
do esperando para que aquele precedente seja cumprido.
Outra fonte são os Princípios Gerais de Direito presentes no art. 38 do 
Estatuto da CIJ.
São fontes supletivas do Direito Internacional. Os princípios gerais do di-
reito servirão muito mais para cobrir lacunas do que propriamente como uma 
fonte de aplicação direta que pode contrariar um tratado. Os princípios, além 
de poderem suprir lacunas, servem também como guias da aplicação do direito 
pelo juízo internacional. O Princípio da Razoabilidade, o Princípio da Propor-
cionalidade e o Princípio da Boa-fé se farão presentes mesmo em um tratado 
ou costume internacional.
Tem-se também como fonte a equidade. A equidade pode ser utilizada para 
resolver uma controvérsia internacional, desde que os países em conflito este-
jam de acordo. Não existe no Direito Internacional uma decisão com base na 
ideia de justiça.
Exercício
6. (Procurador Federal AGU) Acerca do costume internacional, julgue 
os itens abaixo:
1. Uma regra costumeira internacional pode ser criada por vonta-
de unilateral de um Estado.
2. O elemento material do costume internacional revela-se exclu-
sivamente por meio do modo de proceder, necessariamente po-
sitivo, ante determinado contexto, ao longo do tempo.
3. Os Estados soberanos e as organizações internacionais são sujei-
tos de Direito Internacional Público, reconhecidamente aptos a 
produzir regras de costume internacional.
8. Fontes: Atos Unilaterais. Meios Auxiliares: 
Doutrina e Jurisprudência
8.1 Apresentação
Nesta unidade, serão analisados os atos unilaterais.
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8.2 Síntese
Durante muito tempo, discutiu-se se um ato unilateral, ou seja, uma mani-
festação de vontade de um determinado país, poderia ou não obrigá-lo no pla-
no internacional. Pode ser por um fator simples, a partir do momento em que 
um Estado manifesta uma opção ou diz que fará algo no cenário internacional; 
ele gera expectativa de Direito na sociedade internacional de que aquele ao 
será cumprido. Os atos unilaterais podem advir tanto dos Estados quanto das 
Organizações Internacionais.
Exemplo de atos:
– reconhecimento: quando um país reconhece alguma situação jurídica 
em relação à sociedade internacional ou em relação a outro país, isso 
pode gerar efeitos;
– renúncia: se um determinado país estabelece que renunciará à dívida 
que um país outro qualquer tenha com ele, depois não poderá cobrá-lo, 
pois gerou expectativa de direito;
– notificação: tanto um país pode notificar a outro que vai realizar uma 
medida ou que irá se omitir de fazer algo.
O Estado cada vez mais manifesta sua intenção no plano internacional.
Todos os atos unilaterais da Organização Internacional referentes ao seu 
funcionamento, ou seja, suas regras de procedimento, são obviamente obriga-
tórios. Mas pode ser que as Nações Unidas, por exemplo, em um Acordo de 
Sede com determinado país, estabeleça, via ato unilateral, que adotará esta 
medida em relação ao país-sede.
Existem os meios auxiliares do Direito Internacional: Doutrina e Jurispru-
dência.
Doutrina: trata-se da posição dos autores internacionalistas, mas também 
dos pareceres e opiniões consultivas de órgãos internacionais competentes, por 
exemplo, a Corte Internacional de Justiça.
Existe a Jurisprudência e na medida do possível as Cortes tentam adotar 
um posicionamento e segui-lo, mas isto não é uma obrigatoriedade. Não existe 
a obrigatoriedade de seguir a figura do precedente. Se a Corte decidir um caso 
de um modo, nada impedirá que ela decida outro caso semelhante de outra 
maneira.
Tem-se ainda o Acordo de Cavalheiros, ou Gentlemen’s agreement, que é 
um pacto feito entre os chefes de Estado. Neste acordo, por mais que haja uma 
obrigação política de cumprir com o pactuado pelo Princípio da Boa-fé e Hon-
ra, estes atos não são obrigatórios.
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Exercício
7. Acerca das fontes do Direito Internacional Público, julgue os seguin-
tes itens:
I – A parte que invoca um costume tem de demonstrar que ele está 
de acordo com a prática constante e uniforme seguida pelos estados 
em questão.
II – Os precedentes judiciais são vinculativos tão somente para as 
partes em um litígio em relação ao caso concreto não sendo, assim, 
obrigatoriedade em direito internacional público.
III – Constituem função da doutrina o fornecimento da prova do 
conteúdo do Direito e a influência no seu desenvolvimento.
IV – O Estatuto da Corte Internacional de Justiça ao indicar as fon-
tes do direito internacional público que um tribunal irá aplicar para 
resolver um caso concreto, no art. 38, concede posição mais elevada 
para as normas convencionais que devem prevalecer sempre sobre 
todas as outras.
Capítulo 2
Sujeitos do Direito 
Internacional
1. Sujeitos do Direito Internacional: Estado
1.1 Apresentação
Nesta unidade, serão estudados os sujeitos do Direito Internacional e o 
conceito de Estado.
1.2 Síntese
Os sujeitos do Direito Internacional são: Estados, indivíduos, Organiza-
ções Internacionais, empresas transnacionais, ONG e alguns outros grupos 
não estatais.
O Estado é considerado o sujeito mais importante.
Para o Direito Internacional, o Estado é uma coletividade composta de 
uma população organizada em um território sob um governo soberano.
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São quatro os elementos constitutivos de um Estado:
– população: não se confunde com povo ou nação, são dois institutos 
diferentes. População (conjunto dos nacionais e estrangeiros no país), 
nação e povo (coletividade com vínculos étnicos, linguísticos, religiosos 
e ideológicos);
– governo: tem influência de relações diplomáticas e consulares;
– soberania: manifesta-se no plano interno e internacional. No plano in-
terno, não existe poder acima do poder do Estado. No plano interna-
cional, ela se manifesta a partir do momento em que o Estado é livre 
para decidir sobre todos os assuntos chamados jurisdição interna, sem 
qualquer tipo de influência estrangeira. Domínio reservado é o conjun-
to de todos os assuntos exclusivos de jurisdição interna, por exemplo, 
nacionalidade;
– território: há três limites:
•	 limite terrestre: tem-se esse limite quando se tem um mar, uma divi-
são, algo que separa dois países;
•	 limite aéreo: vai até onde começa o espaço cósmico. Satélites po-
dem transitar sobre o Brasil desde que estejam no espaço cósmico. 
Uma aeronave estrangeira para sobrevoar o espaço aéreo brasileiro 
precisará de autorização;
•	 limite marítimo: Convenção de Montego Bay sobre o Direito Marí-
timo de 1982 que estabelece algumas áreas brasileiras:
– a linha de base: define as distâncias referentes aos limites de um país;
– águas interiores: não há direito de passagem inocente em águas interio-
res, ou seja, para embarcação estrangeira passar, precisa de autorização 
do país;
– mar territorial: até 12 milhas marítimas, a água, solo e subsolo são bra-
sileiros;
– zona contígua: vai até 24 milhas marítimas, não é território brasileiro;
– zona econômica exclusiva: faixa de água, não é território brasileiro, mas 
o Brasil exerce sua jurisdição;
– alto-mar: todos os países têm acesso por ser uma área internacional;
– plataforma continental: se estende até 200 milhas podendo chegar até 
300 milhas;
– área dos fundos marinhos: área internacional, sendo patrimônio co-
mum da humanidade.
Exercício
8. (AGU) No Brasil, a exploração de petróleo na chamada camada pré-
-sal vincula-se a importantes noções do direito do mar, o domínio 
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marítimo de um país abrange as águas internas, o mar territorial, a 
zona contígua entre o mar territorial e o alto-mar, a zona econômica 
exclusiva entre outros. A respeito do direitodo mar, do direito inter-
nacional da navegação marítima e do direito internacional ambien-
tal, julgue os próximos itens:
I – Na zona econômica exclusiva, os estados estrangeiros não podem 
usufruir da liberdade de navegação nem nela instalar cabos e oleo-
dutos submarinos.
II – Segundo a Convenção de Montego Bay, Estados sem litoral po-
dem usufruir do direito de acesso ao mar pelo território dos Estados 
vizinhos que tenham litoral.
2. Sujeitos do Direito Internacional: 
Organizações Internacionais
2.1 Apresentação
Nesta unidade, serão analisadas as Organizações Internacionais.
2.2 Síntese
Toda Organização Internacional possui personalidade jurídica de Direito 
Internacional. Ela é sujeito de direitos e pode inclusive firmar tratados, tendo 
também a possibilidade de possuir bens, contratar pessoas e figurar no Judiciá-
rio como legitimado passivo ou ativo.
Algumas características dessas organizações sempre se encontram presentes:
– toda Organização Internacional tem uma estrutura específica: Assem-
bleia Geral (órgão que congrega todos os Estados-membros); Secre-
tariado (a partir do momento em que a Organização pode ter bens e 
contratar, é necessário que se tenham pessoas gerenciando toda aquela 
estrutura administrativa. É composta por funcionários internacionais 
que têm a função administrativa); Conselho (órgão executor, formado 
às vezes por alguns países da Assembleia. Fará a implementação e a real 
aplicação das políticas e diretrizes traçadas pela assembleia).
A Organização das Nações Unidas (ONU) surgiu em 1945, no ano de toda a 
mudança das características da sociedade internacional. A ONU é fruto de tudo 
o que ocorreu na Segunda Guerra Mundial. A ONU sucedeu uma Organização 
Internacional criada após a Primeira Guerra Mundial, chamada Liga das Nações.
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A ONU tem dois grandes objetivos: funcionar como Fórum de discussão 
entre os países, buscando erradicar as diferenças, pobreza, etc. e também um 
Fórum com a tentativa de se manter a paz e harmonia internacionais.
A estrutura da ONU é mais complexa:
– Assembleia Geral: todos os Estados-membros têm direito à voz e a voto, 
sendo um órgão democrático, mas suas decisões não obrigam os Esta-
dos; tem cunho político;
– Conselho de Segurança: detém a primazia das ações para manutenção 
da paz. É formado por 15 (quinze) países, sendo 5 (cinco) membros 
permanentes (EUA, Rússia, China, França e Reino Unido) que têm 
poder de veto; os outros 10 (dez) membros são de caráter rotativo;
– Corte Internacional de Justiça: principal órgão judicial da ONU;
– Secretariado: funções administrativas;
– Conselho Econômico e Social – Ecosoc: busca a cooperação para o 
desenvolvimento de todos os povos. Ex.: Unesco e Unicef;
– Conselho de Tutela: responsável por tornar as colônias independentes.
Exercício
9. (Procurador da Fazenda Nacional) De acordo com a Carta das Na-
ções Unidas de 1945 (Carta de São Francisco), a Assembleia Geral:
a) Será composta de 15 membros, observando-se que a República 
da China, a França, o Reino Unido, a Rússia, a Inglaterra e os 
Estados Unidos são membros permanentes.
b) Será constituída por todos os membros das Nações Unidas.
c) É composta por 54 membros das Nações Unidas eleitos pelo 
conselho econômico e social respeitando-se a presença dos 
membros permanentes.
d) Será constituída por todos os países signatários da carta com ex-
ceção da Suíça e de países que estejam sobre fiscalização interna-
cional, no que toca ao desrespeito à pauta de Direitos Humanos.
e) Será composta pelos signatários originários da carta como mem-
bros permanentes e por signatários supervenientes como mem-
bros aderentes, outorgando-se direito de voto aqueles primeiros.
3. Princípios da Nacionalidade
3.1 Apresentação
Nesta unidade, serão analisados os direitos de nacionalidade e os princí-
pios básicos nesta questão.
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3.2 Síntese
Existem dois princípios básicos que gerenciam a questão da nacionalidade:
– Princípio do Vínculo Efetivo: para que um país determine se a pessoa 
é ou não seu nacional, ela deve possuir um vínculo com seu país, seja 
mediante nascimento em determinado solo ou ligado a sangue;
– Princípio da Liberdade Estatal: é o Estado o responsável pela escolha 
do critério que será utilizado para analisar seus direitos de nacionalida-
de, sem interferência externa.
Existem a nacionalidade originária ou primária e a nacionalidade secun-
dária ou adquirida:
•	 nacionalidade originária/primária: é inapta ao indivíduo, isto é, o indi-
víduo nasce com ela;
•	 nacionalidade secundária/adquirida: é um ato de vontade do indivíduo 
em se tornar nacional de determinado país.
Na nacionalidade originária, existem dois critérios: o jus soli que trata do 
solo, ou seja, é nacional o indivíduo que nasceu no território daquele país e o 
jus sanguinis, ou seja, quem tem sangue daquele país nas veias.
O Brasil estipulou os seus direitos de nacionalidade no art. 12 da CF. Este 
artigo utiliza a expressão brasileiros natos e naturalizados. O Brasil utiliza o 
critério misto, ou seja, o critério do solo e do sangue. Também são considerados 
brasileiros os nascidos no estrangeiro, de pais brasileiros que estejam a serviço 
da República Federativa do Brasil.
Para os estrangeiros de língua estrangeira, a CF estabelece que são brasilei-
ros naturalizados os que, na forma da lei, adquiriram a nacionalidade brasileira. 
São exigidas aos originários de países de língua portuguesa, apenas, residência 
por um ano ininterrupto e idoneidade moral.
Para os estrangeiros que não vêm de países de língua portuguesa, exige-se 
também moradia no Brasil por mais de 15 (quinze) anos ininterruptos e sem 
condenação penal, desde que requeiram nacionalidade brasileira.
Existem as causas de perda da nacionalidade brasileira. Entre elas: o brasi-
leiro que tiver cancelada a sua naturalização por sentença judicial em virtude 
de atividade nociva ao interesse nacional, será declarada a perda da naciona-
lidade do brasileiro que adquirir outra nacionalidade. Para esta regra, existem 
duas exceções:
•	 não perde a nacionalidade se o reconhecimento for de nacionalidade 
originária pela lei estrangeira; e
•	 no caso do indivíduo que adquirir outra nacionalidade por imposição 
de naturalização pela norma estrangeira ao brasileiro residente em Es-
tado estrangeiro como condição para permanência em seu território ou 
para exercício de direitos civis.
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Exercício
10. (Procurador da Fazenda Nacional) Roberto nasceu na cidade fran-
cesa de Nice. Sua mãe é argelina descendente de franceses, seu pai 
é brasileiro e trabalhava na França numa empresa brasileira quando 
Roberto nasceu. Aos 22 anos, Roberto passou a residir no Brasil e, 
após dois anos, veio a optar pela nacionalidade brasileira, em janeiro 
de 2007. Tendo em vista o requerimento da nacionalidade brasileira 
por parte de Roberto, assinale a opção correta à luz da CF/1988.
a) Roberto deve ter seu pedido deferido e neste caso passa a ter 
nacionalidade brasileira passando a ser brasileiro naturalizado.
b) Roberto deve ter seu pedido deferido e, nesse caso, será conside-
rado brasileiro nato.
c) Roberto não poderá ter seu pedido deferido porque é estrangeiro 
e, por isso, precisaria residir no Brasil por período superior a 
quinze anos, para obter a nacionalidade brasileira, além de ter 
de cumprir outros requisitos.
d) Roberto não poderá ter seu pedido deferido porque não esta-
beleceu residência no Brasil antes de completar a maioridade 
civil.
e) Por ser filho de brasileiro, Roberto é brasileiro nato e o reco-
nhecimento dessa condição independe da sua manifestação de 
vontade.
Capítulo 3
Solução de Controvérsias 
Internacionais1. Solução de Controvérsias: Métodos Não 
Pacíficos
1.1 Apresentação
Nesta unidade, será tratado o tema solução de controvérsias internacionais.
1.2 Síntese
Por mais que hoje a manutenção da paz seja a base do Direito Internacio-
nal, ainda permanecem três formas que o Estado pode legitimamente recorrer 
à guerra para resolução de controvérsias com outro país. Duas dessas hipóteses 
estão presentes na própria Carta das Nações Unidas:
– legítima defesa: se um país é atacado, ele pode automaticamente revi-
dar, se defender. Pode ser individual ou coletiva;
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– sistema de segurança coletiva das Nações Unidas: tem em vista a prer-
rogativa do Conselho de Segurança em manter a paz. O Conselho de 
Segurança pode adotar resoluções que são obrigatórias aos países. Pode 
acontecer no caso de dois Estados entrarem em uma negociação um 
pouco mais ríspida, em que o Conselho de Segurança interferirá para 
recomendar que eles parem ou procurem levar o caso a uma arbitragem; 
se isso não resolver, o Conselho de Segurança poderá convocar a chama-
da Guerra Coletiva, convidando todos os países-membros da ONU com 
seus exércitos para restabelecer a ordem e paz internacionais.
O terceiro caso que não está presente na Carta é de um povo que luta pela 
autodeterminação dos povos. É uma coletividade que quer se tornar um Estado 
independente.
A primeira característica para a autodeterminação é a noção de povo.
A segunda característica para a autodeterminação é a opressão; este povo 
tem que estar sofrendo opressão.
Os métodos não pacíficos são exceção no Direito Internacional.
2. Solução de Controvérsias: Métodos 
Pacíficos
2.1 Apresentação
Nesta unidade, será tratado o tema métodos pacíficos.
2.2 Síntese
Os métodos pacíficos podem ser divididos em três grupos: diplomáticos, 
políticos e judiciais.
Os métodos políticos e diplomáticos têm como grande característica o fato 
de suas soluções encontradas não serem obrigatórias para os países.
O método judicial tem a sentença que faz coisa julgada, em que os países 
envolvidos na lide, obrigatoriamente, terão de cumprir.
Método diplomático:
– negociação: método por excelência de solução de controvérsia. Tem a 
negociação direta, em que os dois países envolvidos no conflito resol-
vem via diplomacia;
– bons ofícios: tem-se a figura de um terceiro interventor. Pode ser um 
terceiro Estado, empresa, indivíduo. O grande papel deste terceiro é 
reunir as partes em uma controvérsia;
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– mediação: o papel do terceiro neste caso é não somente convocar 
as partes como também acompanhar todo o processo de solução de 
controvérsia;
– inquérito: a característica é muito menos um meio de solução de con-
trovérsia e muito mais um processo investigativo para levantar fatos e 
provas e apurar evidências. Às vezes, pela simples comprovação do fato, 
já se tem a solução da controvérsia;
– conciliação: é o método diplomático que mais se assemelha a uma so-
lução judicial; entretanto, a solução encontrada não será obrigatória às 
partes. Pode ser feita por um terceiro ou por terceiros que poderá(ao) 
indicar a possível solução.
Método Político:
Encontrado dentro das organizações internacionais.
– ONU: pode utilizar sua prerrogativa de resolver problemas tanto por 
meio da Assembleia Geral como por meio do Conselho de Segurança. 
Outra instituição é a do Secretário das Nações Unidas;
– organizações de cunho regional: dentre elas, existe a OEA que exerce 
importante papel na solução de conflitos internacionais.
Exercício
11. (Magistratura Federal-Cespe) Com relação a responsabilidades inter-
nacionais e a conflitos internacionais, julgue os itens subsequentes:
I. A mediação é meio diplomático de resolução de conflitos in-
ternacionais e a arbitragem é meio jurídico de solução de tais 
conflitos.
II. Tanto a Assembleia Geral como o Conselho de Segurança das 
Organizações das Nações Unidas são instâncias políticas de re-
solução de conflitos internacionais.
3. Métodos Judiciais de Solução de 
Controvérsias
3.1 Apresentação
Nesta unidade, serão tratados os métodos judiciais de solução de contro-
vérsias.
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3.2 Síntese
São os métodos que lidam diretamente com o direito, ou seja, o Direito 
Internacional sendo o principal fator de solução dos litígios. Dois métodos se 
destacam: provisórios (exemplo: arbitragem) e permanentes (exemplo: Corte 
Internacional de Justiça).
A Corte Internacional de Justiça é o principal órgão judicial da ONU, além 
do fato de todos os demais tribunais terem se inspirado no estatuto da Corte.
– Arbitragem ou Tribunais ad hoc: liberdade é a grande característica da 
arbitragem, para que as partes tenham liberdade de escolher os árbitros, 
o território em que esse tribunal irá se constituir, regras de procedi-
mento, fases do processo e também qual será o direito aplicável. Essa 
liberdade se dá por meio de tratado compromissório, que define tudo 
referente ao órgão jurisdicional. É um processo facultativo; entretanto, 
as cláusulas arbitrais nos tratados feitos entre os Estados podem tornar a 
arbitragem obrigatória.
– Tribunais permanentes: a Corte Internacional de Justiça é a sucessora 
do Tribunal Permanente de Justiça Internacional.
A composição da Corte é formada por 15 (quinze) juízes com nacionali-
dades diferentes e o processo de escolha desses juízes é o mais democrático 
possível. Os juízes não representam seus respectivos países. Esses juízes são 
eleitos na Assembleia Geral e no Conselho de Segurança, e o juiz só será eleito 
se obtiver maioria de votos nas duas casas. Nesse assunto, o Conselho de Segu-
rança não conta com poder de veto.
O mandato desses juízes é de 9 (nove) anos renováveis por mais 9 (nove).
Há a figura do juiz ad hoc, não pertencente aos 15 (quinze) membros origi-
nários, não eleitos pela Assembleia Geral e pelo Conselho de Segurança, mas 
que seria fundamental para levar ao conhecimento dos outros 15 (quinze) fatos 
referentes aos países em litígio.
Exercício
12. Quanto à solução dos litígios internacionais, é correto afirmar:
a) A mediação se distingue da arbitragem, uma vez que nesta as 
partes se submetem à decisão arbitral, enquanto que naquela a 
opinião do mediador não é vinculativa.
b) Que os modos pacíficos de solução podem ser classificados em 
diplomáticos, jurídicos e beligerantes.
c) A mediação quanto ao número de Estados, somente pode ser 
individual e facultativa.
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d) A solução judiciária ocorre por meio de tribunal próprio, sendo 
certo que o mesmo deverá subsistir como forma de prevenção 
de eventuais crises futuras.
4. Corte Internacional de Justiça
4.1 Apresentação
Nesta unidade, serão analisadas características da Corte Internacional 
de Justiça.
4.2 Síntese
A Corte Internacional de Justiça é composta por 15 (quinze) juízes de dife-
rentes nacionalidades. É o principal órgão judiciário das Nações Unidas.
A Corte tem duas funções principais: a contenciosa e a consultiva.
A função contenciosa é a que realmente define um tribunal, ou seja, a 
função de julgar litígios.
As competências da Corte Internacional de Justiça são:
I – material: todos os assuntos podem ser julgados pela Corte, seja jurídico 
ou político;
II – pessoal: somente Estados podem figurar em um processo perante a Corte.
Formas de Jurisdição
Existem quatro formas de acesso à Corte:
– consentimento: surge uma controvérsia entre os Estados e, em comum 
acordo, decidem levar o caso à Corte;
– forum prorrogatum: Estado não admite expressamente a jurisdição da 
Corte, mas pratica determinados atos que levam a Corte a entender que 
ele aceitou sua jurisdição;
– obrigatória: previamenteestabelecida em um tratado;
– cláusula facultativa de jurisdição obrigatória: é uma possibilidade aber-
ta aos Estados, em que o Estado diz que a partir daquele momento ele 
aceita a jurisdição da Corte para solução de controvérsias. Só é válida 
para questão de reciprocidade.
O processo da Corte é dividido em duas fases: escrita e oral. A leitura da 
sentença é sempre em sessão pública e a Corte admite a intervenção de ter-
ceiros Estados que tenham interesse na relação. Há a possibilidade de medida 
cautelar da Corte, pedida pelas partes e também por ofício.
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Os efeitos da sentença da Corte são: obrigatória, faz coisa julgada entre as 
partes; e inapelável.
Função consultiva: a Corte vai elaborar parecer, que não é obrigatório.
Somente Organizações Internacionais podem pedir o parecer.
Exercício
13. (Procurador Bacen) No âmbito da Corte Internacional de Justiça, é 
cláusula facultativa de jurisdição obrigatória a que:
a) Permite ao Estado-membro da ONU decidir se adere ou não ao 
Estatuto da Corte.
b) Uma vez aceita pelo Estado parte do Estatuto, garante a jurisdi-
ção da Corte em todos os conflitos internacionais que envolvam 
aquele Estado, verificada a reciprocidade.
c) Uma vez aceita pelo Estado parte do Estatuto, garante a jurisdi-
ção da Corte em todos os conflitos internacionais que envolvam 
aquele Estado, independentemente de reciprocidade.
d) Possibilita aos Estados-membros da ONU a opção, no caso con-
creto, de se submeter à jurisdição da Corte.
e) Garante ao Estado parte no Estatuto ampla imunidade de juris-
dição referente à competência material.
Capítulo 4
Direito do Comércio 
Internacional
1. Direito do Comércio Internacional
1.1 Apresentação
Nesta unidade, será estudado o Direito do Comércio Internacional.
1.2 Síntese
A ideia de se criar uma organização para tentar regulamentar o comércio 
entre as nações é da década de quarenta. Tudo começou com a ideia dos Esta-
dos de fazer uma OIC (Organização Internacional do Comércio).
Em 1947, foi criado um acordo chamado GATT, que era um acordo tari-
fário entre os Estados. O GATT era um conjunto de regras e normas tarifárias 
que os Estados deveriam cumprir de modo provisório até que a futura OIC 
entrasse em funcionamento. Entretanto, as regras do GATT se prolongaram e 
a OIC nunca surgiu.
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Os Estados então institucionalizaram todas as normas do GATT. A partir do 
momento em que o GATT ganhou força, os Estados decidiram fazer rodadas 
de negociação. Essas rodadas de negociação começaram em 1986 e, em 1994, 
as chamadas rodadas Uruguai de negociação comercial se encerraram. A partir 
daí, foi criada uma nova instituição que não mais seria a OIC, mas a OMC 
(Organização Mundial do Comércio). Passa a ser a instituição internacional 
máxima de tutela do comércio entre as nações.
A OMC tem duas funções básicas:
– organizar e supervisionar todo o sistema multilateral de comércio inter-
nacional;
– fórum de solução de controvérsias comerciais entre os Estados.
A OMC também tem a função de fórum de negócios, em que os Estados 
buscarão seus acordos comerciais.
Princípios da OMC:
– Princípio da Não Discriminação: estabelece que não pode haver distin-
ção tarifária entre os membros da OMC. A chamada cláusula da nação 
mais favorecida gera direitos para terceiros Estados.
Exemplo: o Brasil e a Argentina têm uma cláusula de tarifação de impor-
tação de vinhos. A cláusula da nação mais favorecida irá dizer que qualquer 
benefício que um destes países conceder a outro país será extensivo para um 
desses.
A cláusula da nação mais favorecida serve como base e tentativa em padro-
nizar e tornar todas as tarifas internacionais iguais para todos os Estados.
– Princípio da Liberdade Comercial: os países estão livres para geren-
ciar sua própria política comercial. Ela tanto vai para o lado internacional 
como para o lado interno.
No lado interno, existe o Princípio da Previsibilidade: o Estado tem que se 
posicionar no cenário internacional de modo a não haver ruptura em relação 
ao comércio internacional.
O principal aspecto da OMC é seu mecanismo de solução de controvérsias, 
que parte de quatro institutos muito bem estabelecidos:
– realização das consultas diretas: quando dois países têm um problema, 
eles precisam inicialmente fazer uma consulta/negociação diplomática;
– painéis: é criado um grupo de especialistas composto por três especia-
listas comerciais, que terão o prazo de 6 (seis) meses para dar um laudo 
técnico dizendo qual dos dois países tem razão;
– órgão de solução de controvérsias: se houver alguma questão de direito 
indefinida no parecer dos três peritos, o problema poderá ser encami-
nhado ao órgão de apelação da OMC, que terá o prazo de 60 (sessenta) 
a 90 (noventa) dias para chegar ao resultado. Essa decisão faz coisa jul-
gada, é inapelável e obriga os Estados a cumpri-la;
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– mecanismos de compensação e sanções: se um país não cumprir a sen-
tença, será possível, mediante prévia notificação, compensar a violação 
jurisdicional com outro sistema comercial semelhante.
Exercício
14. Acerca da OMC e de seu entendimento relativo às normas e proce-
dimentos sobre solução de controvérsias, julgue os seguintes itens:
I. Assim como as sentenças de tribunais internacionais, as decisões 
do Órgão de Apelação são obrigatórias, independentemente de 
sua adoção por quaisquer outros órgãos no âmbito da OMC.
II. É vedado às empresas de grande ou pequeno porte fazer parte 
como membros da OMC.
III. O Órgão de Apelação é composto por sete pessoas, as quais não 
devem ter vínculo com nenhum governo.
Capítulo 5
Direito da Integração 
(Mercosul)
1. Direito Internacional do Trabalho
1.1 Apresentação
Nesta unidade, será estudado o tema Direito Internacional do Trabalho.
1.2 Síntese
O Direito Internacional do Trabalho é um dos temas mais antigos do Direi-
to Internacional, surgido logo após a primeira guerra mundial com a constitui-
ção da OIT (Organização Internacional do Trabalho).
Pela primeira vez, há uma tentativa internacional de regulamentar as rela-
ções de trabalho, sejam relações internas ou internacionais.
Possui duas declarações importantes: a de Filadélfia em 1944 que tem 
como princípio que o trabalho não é uma mercadoria e o da liberdade de 
expressão e associação.
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Na Declaração de 1998, têm-se os princípios constitutivos da OIT, que são:
– Princípio da Liberdade Sindical: é reconhecido que os trabalhadores 
em seu conjunto têm que ter voz ativa em relação ao setor patronal e 
aos Estados;
– Princípio da Eliminação de Todas as Formas de Trabalho Escravo e 
Infantil: norma de jus cogens;
– Princípio da Eliminação da Discriminação em Matéria de Emprego: 
em relação a sexo, religião, posicionamento ideológico, etc.
A OIT tem uma particularidade que nenhuma organização internacional 
possui, pois faz parte de um sistema tripartite: Estados, representantes dos em-
pregados e representantes dos empregadores.
Órgãos da OIT:
– Conferência Internacional: funciona como assembleia geral, é órgão 
democrático e deliberativo. Cada Estado-membro representado poderá 
indicar 2 (dois) representantes do setor governamental, 1 (um) repre-
sentante dos trabalhadores e 1 (um) dos empregadores. Seus dois prin-
cipais atos são as Recomendações e Convenções.
A Recomendação tem característica de um ato visando traçar diretriz ou 
aconselhar a política de algum Estado.
A Convenção da OIT adotada por 2/3 (dois terços) dos votos tem caracte-
rística essencial, uma vez que a conferência internacional adota o texto de uma 
convenção; ele já não passa a ser totalmente válido e a vincularos países, que 
precisarão ratificar a Convenção. No entanto, há uma obrigatoriedade de enca-
minhar o tratado para análise do órgão responsável pelo processo de ratificação. 
Caso este órgão não ratifique a convenção, ele precisará motivar suas razões e 
encaminhar à OIT.
– Conselho de Administração: órgão executor da OIT. Sua principal fun-
ção é resolver os conflitos trabalhistas entre Estados e empregadores. 
Pode receber queixas individuais, seja de um Estado contra outro ou 
queixa de um empregado ou de um empregador.
– Repartição Internacional do Trabalho (RIT): responsável por fazer toda 
a parte administrativa, receber as reclamações, elaborar as pautas de 
reunião dos demais órgãos da OIT.
Exercício
15. A propósito da OIT, julgue os itens a seguir:
I. A iniciativa de propor uma convenção internacional pode partir, 
por exemplo, de um Estado-membro ou de uma Conferência 
Regional.
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II. As suas Recomendações destinam-se a orientar o direito interno 
de cada Estado-membro, cuida-se, portanto, de diretrizes sem 
força vinculante.
III. Ratificação é o ato formal pelo qual um Estado-membro da OIT 
decide adotar uma convenção internacional, a qual passa a in-
corporar o seu direito interno.
2. Direito da Integração: Mercosul – Parte I
2.1 Apresentação
Nesta unidade, serão estudados o direito da integração e suas fases pro-
cessuais.
2.2 Síntese
Fases do processo de integração econômica existentes:
– fase diária de tarifas preferenciais: é um processo normal de comércio e 
relacionamento internacional entre os países. Na área de tarifas prefe-
renciais, a grande característica é a redução tarifária de alguns produtos;
– área de livre-comércio: abolição total das tarifas na região, padroniza-
ção da qualidade dos produtos, certificado de origem, ou seja, o selo da 
procedência do produto;
– união aduaneira: tenta-se buscar uma plena integração econômica en-
tre os países do bloco;
– mercado comum: a liberdade de circulação de produtos, serviços e pes-
soas. Passa a ter uma legislação comum;
– união econômica e monetária: há uma total unificação das políticas 
econômicas, cambiais e fiscais. Passa a haver uma moeda única. Há 
também uma autoridade supranacional (instituição que possui plena 
independência em relação aos próprios países que a compõem).
Mercosul:
O Mercosul para grande parte dos autores é uma União Aduaneira. É um 
bloco regional da América do Sul, para tentar fazer face ao poderio econômi-
co: de um lado, os Estados Unidos; do outro, a União Europeia; e de outro os 
países asiáticos.
O Mercosul possui alguns tratados específicos. Tem quatro textos nor-
mativos:
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– Tratado de Assunção (1991): cria o Mercosul com quatro países funda-
dores: Brasil, Paraguai, Uruguai e Argentina.
– Protocolo de Brasília (1991): não mais está em vigor hoje em dia.
– Protocolo de Ouro Preto (1994): cria as bases institucionais do Merco-
sul e decide sua estrutura.
– Protocolo de Olivos (2002): referente à solução de controvérsias entre 
os países do bloco. A partir do momento em que este protocolo entra 
em vigor, revoga o Protocolo de Brasília.
Exercício
16. (Procurador da Fazenda Nacional) À luz do Direito da Integração, 
assinale em que estágio de um processo integrativo se encontra um 
arranjo comercial envolvendo dois ou mais países que, entre si, eli-
minam as barreiras tarifárias e não tarifárias à circulação de bens, 
serviços e fatores produtivos e adotam uma tarifa externa comum 
para os países que não fazem parte do bloco:
a) Acordo de preferências tarifárias.
b) Zona de livre-comércio.
c) União aduaneira.
d) Mercado comum.
e) Integração econômica total.
3. Direito da Integração: Mercosul – Parte II
3.1 Apresentação
Nesta unidade, serão analisados o Mercosul e sua estrutura e o Protocolo 
de Ouro Preto.
3.2 Síntese
O Protocolo de Ouro Preto estabelece que o Mercosul tem personalidade 
jurídica internacional. Com isso, ele tem o direito de contratar, possuir bens, se 
relacionar e participar de processos jurisdicionais internos e internacionais e a 
capacidade de firmar tratados internacionais, mesmo que seus países-membros 
não aderirem.
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A organização internacional em momento algum é uma entidade sobera-
na, é sim uma entidade autônoma. A soberania prega obrigatoriamente uma 
relação espacial.
O Protocolo de Ouro Preto traz a institucionalização do Mercosul, com os 
seguintes órgãos:
– Conselho do Mercado Comum (CMC): é o órgão superior do Mer-
cosul, responsável por traçar todas as diretrizes e guias do processo de 
integração entre os países do bloco. Seu conselho é formado pelos mi-
nistros das relações exteriores de cada um dos países que compõem o 
bloco, assim como os ministros da economia. O Mercosul apesar de ser 
um órgão de integração entre Estados soberanos é um órgão de cunho 
essencialmente técnico. O objetivo do Mercosul é econômico. O CMC 
manifesta-se por meio de suas decisões. Tais decisões são obrigatórias 
para todos os países do bloco.
– Grupo do Mercado Comum (GMC): é o órgão executivo do Mercosul. 
Compete a ele executar todas as políticas e diretrizes traçadas pelo ór-
gão superior. É formado por representantes do ministério das relações 
exteriores, por representantes do ministério da economia e representan-
tes dos bancos centrais dos respectivos países. Manifesta-se por meio de 
suas resoluções que são obrigatórias.
– Comissão de Comércio do Mercosul (CCM): compete a ela assistir ao 
grupo do mercado comum na aplicação dos instrumentos de integração 
regional econômica. Ela se manifesta por dois atos:
•	 diretrizes: são obrigatórias aos Estados; e
•	 propostas: são meras recomendações.
As três instituições (CMC, GMC e CCM) têm poder decisório. Só podem 
adotar suas decisões, resoluções e diretrizes por unanimidade.
– Comissão Parlamentar Conjunta (CPC): é o órgão de tentativa de me-
lhorias e de agilização das legislações. No caso de uma diretriz traçada 
pelo Mercosul, compete à Comissão Parlamentar Conjunta rapida-
mente tentar internalizar naquele Estado.
– Secretaria Administrativa do Mercosul (SAM): tem o papel de secreta-
riado comum.
– Fórum Consultivo Econômico e Social (FCES): trata de uma reunião 
de setores econômicos estratégicos dos Estados.
Exercício
17. (Procurador da Fazenda Nacional) Sobre o Mercado Comum do 
Sul (Mercosul), pode-se afirmar que:
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a) Foi criado em 1991 pelo Tratado de Assunção. Apesar de rees-
truturado em 1994 pelo Tratado de Ouro Preto, constitui ainda 
uma união aduaneira.
b) Seu sucesso político pode ser comprovado pelas recentes ade-
sões do Chile e da Venezuela.
c) Apesar de constituir um mercado comum, seus tratados consti-
tutivos determinam como seu objetivo último a confirmação de 
uma união econômica e monetária.
d) O Protocolo de Olivos estipula os critérios para a harmonização 
tributária entre seus Estados-membros, inclusive com a harmo-
nização de tributos entre os entes federativos.
e) Em razão de dispositivo das constituições dos Estados-membros, 
os tratados do Mercosul têm força de emenda constitucional e 
aplicabilidade imediata após ratificação.
4. Mercosul: Solução de Controvérsias
4.1 Apresentação
Nesta unidade, será estudado o tema Sistema de Solução de Controvérsias.
4.2 Síntese
O tópico do Sistema de Solução de Controvérsias foi reformulado em 2002 
com o Protocolo de Olivos, criando um sistema completo de Solução de Con-
trovérsias.
Com esta criação, passa-se a ter além do Tribunal Arbitral e o Tribunal 
Provisório ad hoc, o Tribunal Permanente do Mercosul, mais uma instância 
permanente de jurisdição internacional.
O Processode Solução de Controvérsias é dividido em quatro fases de ma-
neira escalonada:
– fase das negociações diretas: é uma fase de relacionamento diplomáti-
co entre os países. Tendo em vista uma notificação prévia de um dos 
países com problema, fixa o prazo de 15 (quinze) dias para chegar a 
uma solução diplomática acerca do problema. A solução diplomática 
das controvérsias não é obrigatória, apesar de extremamente eficaz;
– mercosulização do problema: a controvérsia é encaminhada ao GMC, que 
é o órgão executivo das políticas do Mercosul e o mais próximo entre os paí-
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ses, já que tem escritórios em todos eles. O prazo do GMC é de 30 (trinta) 
dias podendo se estender por mais 15 (quinze) para resolução do problema;
– fase arbitral: tem-se um procedimento arbitral cujo laudo será obrigató-
rio fazendo coisa julgada. Cada Estado do Mercosul tem direito a indicar 
uma lista contendo 12 (doze) nomes de possíveis árbitros. Essa lista é en-
caminhada para a Secretaria Administrativa do Mercosul e, caso surja um 
conflito, cada país terá direito a indicar um árbitro de sua lista. É necessá-
rio um terceiro árbitro que presidirá o Tribunal Arbitral. Esse terceiro árbi-
tro não poderá ter a nacionalidade de um dos países em litígio e é indicado 
em comum acordo pelos dois países. No caso de não haver acordo, quem 
decidirá será o secretário do Mercosul. O prazo para o resultado final é de 
60 (sessenta) dias podendo se estender por mais 30 (trinta) dias;
– Tribunal Permanente de Revisão: é uma 2ª instância das decisões pro-
feridas pelo Tribunal Arbitral. Se a decisão do Tribunal Arbitral tiver 
sido feita utilizando a regra da equidade, não haverá possibilidade do 
recurso. Esse Tribunal é formado por 5 (cinco) juízes escolhidos pelos 
países do bloco, um de cada país e mais um de nacionalidade repetida.
Se o litígio for entre 2 (dois) países, só envolverá 3 (três) juízes; se o litígio 
for entre 3 (três) ou todos os países, a reunião será com todos os juízes.
Efeitos da sentença: sua decisão será inapelável.
É possível ir da 1ª fase (negociação diplomática) para a 4ª fase (Tribunal 
Permanente de Revisão), abrindo mão da possibilidade de recurso.
Os países têm um prazo de 30 (trinta) dias para executar a sentença. Caso 
não executem, o país poderá instituir as chamadas medidas compensatórias em 
relação àquele setor econômico.
Exercício
18. O sistema de solução de controvérsias entre os países-membros do 
Mercosul foi objeto de uma profunda reformulação em 2002. Atual-
mente, o sistema de solução de controvérsias do Mercosul:
a) É regido pelo Tratado de Assunção e prevê a solução por meio 
de uma arbitragem ad hoc em última instância.
b) É regido pelo Protocolo de Brasília e tem entre suas etapas obri-
gatórias a submissão à deliberação do Grupo Mercado Comum.
c) É regido pelo Protocolo de Olives e permite que o laudo arbitral 
proferido seja objeto de revisão pelo Tribunal Permanente de 
Revisão (TPR).
d) É regido pelo protocolo de Las Leñas e passou a permitir que os 
particulares apresentem diretamente suas demandas.
Capítulo 6
Direito Internacional Penal
1. Direito Internacional Penal – Parte I
1.1 Apresentação
Nesta unidade, será estudado o tema Direito Internacional Penal e sua 
Jurisdição.
1.2 Síntese
Em Direito Internacional Penal, o legitimado passivo recairá sobre o indi-
víduo, nunca sobre o Estado. Um Estado não pode cometer um crime, apenas 
graves violações de Direito Internacional.
A história do Direito Internacional Penal remonta a 1945, após a Segunda 
Guerra Mundial, por causa das atrocidades lá cometidas.
Foram criados dois Tribunais: o Tribunal de Nuremberg e o Tribunal de 
Tóquio. Esses eram Tribunais de Exceção, feitos pelos vencedores para julgar 
nazistas, italianos e japoneses.
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Em 1993, foi criado o Tribunal Penal Internacional para a ex-Iugoslávia, 
seguido em 1994 da criação do Tribunal Penal Internacional para os crimes 
cometidos em Ruanda.
Esses dois Tribunais foram instituídos pelo Conselho de Segurança, ou 
seja, não foram Tribunais constituídos por Tratados Internacionais, foram Tri-
bunais constituídos por resoluções do Conselho de Segurança agindo na sua 
função de Manutenção da Paz. Para o Conselho, era imprescindível que, na-
quele momento, via resolução obrigatória aos países, se fizessem dois Tribunais 
para julgar os crimes cometidos naqueles países.
Dado fundamental para constituição de uma justiça internacional criminal 
foi em 1998, quando a sociedade internacional assinou o Estatuto de Roma 
referente à criação do Tribunal Internacional Penal, que entrou em vigor em 
1º de julho de 2002. Somente os crimes cometidos a partir desta data poderão 
ser julgados pelo Tribunal.
Há inspiração de sua constituição em grande parte na Corte Internacional 
de Justiça, sua sede também fica em Haia, na Holanda. Quando for feita refe-
rência ao Tribunal de Haia, apenas, se referirá ao apelido da Corte Internacio-
nal de Justiça.
O Tribunal é composto por 18 (dezoito) juízes. Destes se tem um crité-
rio de representação geográfica, se tem critério de representação de direito (é 
obrigatório que haja juízes com notório saber em direito internacional huma-
nitário, direito penal e processo penal) e deve-se ter percentual igualitário entre 
juízes homens e juízas mulheres.
Apesar de ter sua sede em Haia, esse Tribunal pode se reunir em outro 
lugar, desde que assim pactuem os juízes.
O Tribunal Internacional Penal é sempre subsidiário, ou seja, toda vez que se 
falar que uma justiça internacional é subsidiária, tem que ser analisada a justiça in-
terna para saber e averiguar a questão da competência. A competência originária 
para julgar os crimes internacionais cometidos por determinado indivíduo é sem-
pre de um país; o Tribunal Internacional Penal só entrará em ação a partir do mo-
mento em que o país faltou ao julgamento ou o julgou com vícios de legalidade.
Existem critérios específicos para a saída dos juízes. O mandato dos juízes 
é de 9 (nove) anos e eles não podem ser reeleitos, permanecem no cargo se já 
estiverem em julgamento, dependendo do caso em questão.
Crimes de jurisdição deste Tribunal:
– genocídio;
– contra a humanidade;
– de guerra;
– de agressão.
O Tribunal Internacional Penal tipificou o que entende ser crime de geno-
cídio, crime de guerra e crime contra a humanidade; no entanto, não há ainda 
uma tipificação para o crime de agressão.
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No caso de um país ter ratificado o Estatuto de Roma após 1º de julho de 
2002, somente as condutas após a data de ratificação poderão ser julgadas pelo 
Tribunal Internacional Penal.
Existem duas possibilidades de o Tribunal exercer sua competência refe-
rente aos crimes:
– ele exercerá sua jurisdição referente ao Estado em cujo território tenha 
ocorrido o crime. Se um crime for cometido no território de um país 
parte, os nacionais poderão ser julgados, não interessando se eles sejam 
originários de um país que não tenha ratificado o TPI;
– o TPI terá jurisdição sobre aqueles nacionais de Estados que são partes 
no TPI.
Exercício
19. No Direito Internacional, há necessidade de previsões normativas 
para os períodos pacíficos e turbulentos de conflitos e litígios. A Car-
ta das Nações Unidas e outras convenções internacionais procuram 
tratar dos mecanismos de resolução de conflitos, bem como discipli-
nam a ética dos conflitos bélicos e a efetiva proteção dos direitos hu-
manos em ocasiões de conflitos externos ou internos. Acerca desse 
assunto, julgue os itens a seguir relativos à jurisdição internacional, 
aos conflitos internacionais e ao Direito Penal Internacional.
I. No Direito Internacional, há muito tempo existem as Cortes queatuam para solução de conflitos entre os Estados, como é o caso 
da Corte Internacional de Justiça. Entretanto, há fato inédito 
no Direito Internacional quanto à criminalização supranacional 
de determinadas condutas com a criação do TPI, o Tribunal ad 
hoc destinado à punição de pessoas que pratiquem em período 
de paz ou de guerra qualquer crime contra indivíduos.
II. A ONU deve exercer papel relevante da resolução de conflitos, 
podendo inclusive praticar ação coercitiva para a busca da paz.
2. Direito Internacional Penal – Parte II – 
Tribunal
2.1 Apresentação
Nesta unidade, serão explicadas as instituições habilitadas e legitimida-
de ativa dentro do TPI.
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2.2 Síntese
Na legitimidade ativa, se um Estado tem algum problema ou acredita que 
há ou tenha havido uma violação contra a humanidade, crimes de guerra ou 
genocídio, o Estado Parte pode prestar queixa contra indivíduos.
Além disso, o Conselho de Segurança da ONU é parte legítima.
Há também a figura do Procurador Internacional, cargo este criado pelo 
Estatuto de Roma, referente a um indivíduo escolhido pelos juízes, pelo Con-
selho de Segurança e pela Assembleia Geral das Nações Unidas, tendo este 
procurador a competência para iniciar os inquéritos sobre os crimes.
O direito aplicável é o próprio Estatuto de Roma e o regulamento proces-
sual do Tribunal. Além disso, todos os Tratados e Normas do Direito Inter-
nacional humanitário devem fazer parte e, na falta desses dois institutos, os 
princípios gerais de direito interno, típicos do sistema penal e militar, entram 
também. O direito aplicável não admite reservas, ou seja, um país que ratifica 
o Estatuto tem que ratificá-lo em sua integralidade.
Princípios do Estatuto de Roma:
– ne bis in idem: salvo em caso de falta de independência, imparcialidade 
de uma decisão, se o indivíduo já tiver sido julgado em um país em uma 
justiça competente, ele não poderá ser novamente julgado pelo TPI;
– nullum crimen sine lege e nulla poena sine lege: não há crime nem pena 
sem lei anterior que o defina:
– Princípio da Não Retroatividade Referente à Pessoa: as condutas ante-
riores à entrada em vigor do TPI não são ali contempladas;
– Princípio da Individualização da Pena: a responsabilidade criminal é 
sempre individual;
– Princípio da Irrelevância da Qualidade Oficial: um chefe de Estado 
pode ser responsabilizado e vir a ser julgado pelo TPI;
– Princípio da Responsabilidade dos Chefes Militares, incluindo o Prin-
cípio da Relevância da Omissão: os oficiais que sabiam de conduta vio-
ladora dos Direitos Internacionais e não tomaram medidas para tentar 
ater com aquelas condutas, também serão responsáveis;
– Princípio da Imprescritibilidade das Condutas Elencadas: pela gravida-
de dos crimes ali elencados, não se tem a prescrição.
Toda a parte de culpabilidade, ou seja, todos os elementos psicológicos 
típicos do Direito Penal interno são levados em consideração.
As garantias processuais em matéria criminal, ou seja, liberdade de defesa, 
assistência, inclusive com tradução, presunção de inocência, possibilidade do 
réu de guardar silêncio, intérprete autorizado, isso tudo é levado em considera-
ção quando se fala de Justiça Internacional Criminal.
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Sobre a admissibilidade da demanda, se o caso estiver sendo analisado por 
um Estado competente, o TPI não poderá acatar a demanda, já que é de com-
petência subsidiária, bem como se a pessoa já tiver sido julgada pela conduta 
que se refere à denúncia e já tiver sido condenada ou colocada em liberdade, o 
TPI obviamente não poderá decidir, e se o caso não for suficientemente grave 
para justificar a intervenção do TPI, ele não poderá levar adiante a prestação 
jurisdicional. Se um Estado após o inquérito decidir não prosseguir com a acu-
sação, essa ação será trancada.
Exercício
20. A violação das leis de guerra por parte de um combatente nos con-
flitos internacionais implica sua punição. Em 17 de julho de 1998, 
foram adotados o Estatuto do Tribunal Penal Internacional, seus 
Anexos e a Ata Final da Conferência de Roma sobre o estabeleci-
mento de um Tribunal Penal Internacional. O principal dispositivo 
do Estatuto que figura no art. 1º consagra o Princípio da Comple-
mentaridade, ou seja, o caráter subsidiário do Tribunal, nos termos 
do qual a jurisdição do TPI:
a) Será exercida em qualquer circunstância mediante provocação 
da ONU comprovada a violação das leis de guerra, com exceção 
dos crimes de genocídio.
b) Será exercida em qualquer circunstância mediante provocação 
da ONU, a menos que o país prejudicado não tenha ratificado a 
Ata Final da Conferência de Roma.
c) Será exercida permanentemente, independente de provocação 
da Organização das Nações Unidas e de comprovação de viola-
ção das leis de guerra, dependendo, no entanto, de instalação de 
um tribunal ad hoc a ser designado pela Corte de Haia, median-
te provocação de no mínimo 5 (cinco) países signatários da Ata 
Final da Conferência de Roma.
d) Terá caráter excepcional, isto é, somente será exercido em caso 
de manifesta incapacidade ou falta de disposição de um sistema 
judiciário nacional para exercer sua jurisdição primária, ou seja, 
os Estados terão primazia para investigar os crimes previstos no 
Estatuto do Tribunal.
e) Terá caráter eventual, isto é, somente será exercido em caso de 
comprovada violação de crimes contra a humanidade depen-
dendo, no entanto, de instalação de um tribunal a ser organiza-
do pelas forças de ocupação.
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3. Direito Internacional Penal – Parte III – 
Tribunal
3.1 Apresentação
Nesta unidade, serão discutidas a estrutura do TPI e as polêmicas do 
Estatuto de Roma.
3.2 Síntese
Existem certas situações excepcionais em que o TPI ainda sim será com-
petente.
Se o Estado for competente para julgar o indivíduo, poderá solicitar a trans-
ferência do inquérito aberto no TPI até um mês após notificação.
Fica isento de responsabilidade o indivíduo, nos casos de:
– enfermidade ou deficiência mental que o prive da capacidade para ava-
liar a ilicitude de seu ato;
– intoxicação, também não será punido, a menos que se tenha intoxicado 
voluntariamente;
– legítima defesa: além da legítima defesa individual, no que se refere a 
crimes de guerra, pode ter previsto no Estatuto de Roma a legítima de 
defesa de um bem essencial para uma missão militar. Exemplo: tanque 
de guerra para sair de uma região de conflito;
– coação: dependendo de uma ameaça iminente de morte ou ofensas 
corporais graves, se toma uma medida; neste caso, comprovada essa pos-
sibilidade de coação irresistível à prática de um ato, ele também será 
isento de responsabilidade;
– erro de fato e de direito: irão excluir a ilicitude e o TPI de jurisdicionali-
zar, condenando o indivíduo somente se ele eliminar o dolo requerido 
pelo crime;
– decisão hierárquica: quem tiver cometido um crime em cumprimento 
de uma decisão hierárquica, não será isento de responsabilidade crimi-
nal, a menos que se comprovem alguns institutos:
 I – se ele estivesse obrigado por lei a obedecer e acatar aquela decisão 
hierárquica;
 II – se ele não tivesse conhecimento de que a decisão era manifesta-
mente ilegal;
 III – se a decisão não fosse exatamente manifestamente ilegal.
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O TPI trouxe uma estrutura muito particular. Ele conta com a participação 
de 18 (dezoito) juízes divididos em 3 (três) instituições do próprio tribunal:
– Presidência: além de conduzir todos os procedimentos do TPI e o jul-
gamento, é o presidente seu representante máximo;
– Sessões de Julgamento:
 I – Sessão de Instrução: responsável pela análise da possibilidade de 
admissibilidade;
 II – Sessão

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