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Trânsito intestinal Repassar o conhecimento do procedimento radiológico do trânsito intestinal para estudo da forma e função dos seus três componentes (duodeno, jejuno e íleo), bem como detectar quaisquer condições anormais. O estudo do comprometimento das alças jejunais e ileais é feito por meio do exame trânsito intestinal, denominado também de trânsito de delgado ou trânsito do intestino delgado. Como esse estudo também examina a função do intestino delgado (por isso o nome de trânsito intestinal), o procedimento deve ter tempo controlado. O tempo deve começar a ser contado quando o paciente termina de beber o último copo de meio de contraste. (BONTRAGER, K.L. 2003, p. 486). Relembrando Anatomia O intestino delgado inicia-se na válvula pilórica do estômago e é dividido em três partes: duodeno, jejuno e íleo. O duodeno com a forma da letra C apresenta quatro porções: primeira ou superior, segunda ou descendente, terceira ou horizontal e quarta ou ascendente. Em sua porção descendente identificaremos a papila duodenal maior onde desembocam o ducto colédoco e o ducto pancreático principal, e dois centímetros acima a papila duodenal menor onde desemboca o ducto pancreático acessório. Internamente identificamos inúmeras pregas em sua mucosa denominada transversas. O Jejuno inicia na junção duodenojejunal e o íleo sendo a porção mais longa, perfaz aproximadamente três quintos do intestino delgado, e se estende até a válvula íleocecal. (BONTRAGER, K.L. 2003, p. 481). Josildo Realce Indicações clínicas Algumas indicações clínicas para a rotina do intestino delgado incluem: Enterite ou Gastroenterite.l Neoplasias.l Síndrome de mal absorção.l Íleo (adinâmico ou paralítico e íleo mecânico).l Divertículo de Meckel etc. (DANI, R.; CASTRO, L. P. 1986, p.1284)l Contra Indicações Pacientes pré-cirúrgicos ou com suspeita de perfuração de víscera oca.l Pacientes com possível obstrução do intestino grosso. (BONTRAGER, K.L., 2003, p.486).l O paciente deverá chegar ao departamento de radiologia com o estômago vazio. Para um exame marcado pela manhã, o paciente deve ficar em dieta zero da véspera até o horário do exame. Jejum por aproximadamente 12 horas (ao longo da noite). (BIASOLI JR., A. 2006, p.416). Sólidos e líquidos devem ser suspensos durante o mínimo de 8 horas antes do exame. O paciente também é instruído a não fumar cigarros ou mascar chiclete durante o período de dieta zero. Estas atividades tendem a aumentar as secreções gástricas e a salivação. Contraste O contraste usado para esse exame é o sulfato de bário diluído com água, com a mesma temperatura corporal e a quantidade é de aproximadamente 300 ml, dependendo da estrutura gástrica e delgada. (LEAL, R. et al. 2006, p.138). O paciente deve ingerir aproximadamente 150 ml de bário e realiza-se a primeira radiografia após 15 minutos. A seguir, o paciente vai ingerir mais 150ml de contraste. Quando se suspeita de perfuração intestinal ou uma cirurgia ocorrerá após o exame, deve ser dado um contraste iodado hidrossolúvel. Qualquer radiografia feita na mesa Bucky, durante um trânsito intestinal, é realizado em filme 35x43 cm, a fim de visualizar ao máximo o intestino delgado. A radiografia localizada de porções selecionadas do intestino delgado é realizada em filme menor. A posição de decúbito ventral (DV) geralmente é usada durante um trânsito intestinal, pois permite compressão abdominal para separar as várias alças do intestino e criar um maior grau de visibilidade, exceto se o paciente for incapaz de assumir essa posição. Para a radiografia em 30 minutos, o filme é colocado suficientemente alto para incluir o diafragma. (BONTRAGER, K.L. 2003, p. 490). Fatores técnicos Esse exame deve ser acompanhado por um médico radiologista. Filme: 35x43 ou 30 x 40 panorâmico no sentido longitudinal. Exame realizado com bucky, na mesa com escopia e compressão. Colimação: Colimar os quatro lados de interesse. Posição do paciente Paciente em decúbito dorsal e ventral. Membros inferiores totalmente estendidos e membros superiores estendidos ao longo do corpo. Encostar a região dorsal ou frontal na mesa de modo que o plano médio sagital (PMS) esteja perpendicular sobre a linha central da mesa (LCM). Realizar uma radiografia piloto do abdome em ântero posterior (AP) para verificação e condições de técnicas e anatomofisiológicas. O método convencional de estudar o intestino delgado com sulfato de bário é um prolongamento do exame do estômago e duodeno. Realizar radiografias do intestino delgado em intervalos de 15 a 30 minutos, até que o cólon se encha. Na fluoroscopia, observa-se a motilidade das alças do delgado e se detecta qualquer processo focal anormal, tal como aderência, tumor ou hérnia. Este ciclo é respeitado até o bário chegar ao cólon, em cujo momento tiram-se flagrantes fluoroscópicos do íleo terminal. Josildo Realce Josildo Realce Resumo da exposições Trânsito está relacionado com movimento e a documentação do exame é feita com radiografias minutadas em tempos dobrados a partir da administração do contraste, sendo assim a documentação se faz: 0 min 15 min. 30 min 45 min 60 min 90 min 120 min 180 min 240 min Abdome simples em AP (piloto). Abdome em A.P. Abdome em A.P. Abdome em P.A. Abdome em P.A. Abdome em P.A. Abdome em P.A. Abdome em P.A. Abdome em P.A. E, a critério médico, realizar uma radiografia com 24 horas para finalizar o exame. (LEAL, R. et al. 2006, p.138). A radiografia final é o estudo da válvula íleocecal com compressão na fossa ilíaca direita. Aproximadamente três quartos do filme estendem-se acima da crista ilíaca. Como a maior parte de bário estará no estômago e no intestino delgado proximal deve ser utilizada uma técnica de alto Kvp nessa radiografia inicial. Todas as radiografias, após a exposição inicial aos 30 minutos, devem ser centralizadas na crista ilíaca. Para as radiografias posteriores, podem ser usadas técnicas de quilovoltagem média, pois o bário está mais espalhado através do canal alimentar, não estando concentrado no estômago. Estudo em detalhe do íleo terminal (com auxílio de monitorização de TV), geralmente completa o exame. Observação: O exame só termina quando o contraste opacifica a válvula íleocecal e o cólon ascendente (porção proximal). Na rotina do trânsito intestinal, o sulfato de bário normalmente alcança o intestino grosso no período de 2 a 3 horas, mas esse tempo varia amplamente entre os pacientes. (BONTRAGER, K.L. 2003, p. 490). Referências BONTRAGER, K.L. Tratado de Técnica Radiológica e Base Anatômica. 5. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. LEAL, R. et al.. Posicionamentos em Exames Contrastados. 1. ed. São Paulo: Corpus, 2006. BIASOLI JR, A. Técnicas Radiográficas. 1 ed. Rio de Janeiro: Rubio, 2006. DANI, R.; CASTRO, L. P.; Gastroenterologia Clínica. 1. ed. Vol. 2. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,1986. Josildo Realce
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