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TGP - Nota de Aula 08 - Das Normas Fundamentais e da Aplicação das Normas Processuais - 2016.1

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nota 08
Das Normas Fundamentais e da Aplicação das Normas Processuais:
Três Pilares do Novo CPCP: 
Boa-fé, Cooperação entre as partes e Contraditório substâncial
01. Introdução: As Normas Fundamentais e da aplicação das normas processuais é o Título cinco do Livro I do Novo CPC são as normaas e valores que, a partir de 16 de março de 2016, quando entra em vigor o Novo Código de Processo Civil, servirão como guia para a prestação Jurisdicional, fazendo dom que esse novo CPC esteja totalmente harmonizado com a Constituição Federal de 1988. Esse “Modelo Constitucional do Processo Civil”já não é uma novidade para os estudiosos do Processo, porém é muito importante a opção do Legislador de 2015 por destacar a supremacia da Carta Magna sob todo o sistema legal de todo país que seja democrático. É nesse Título que encontraremos as bases para a interpretação desse novo código.
2. Recordando alguns dos Princípios e Regras Constitucionais do Processo: Acesso à Justiça, Devido Processo Legal, Contraditório e Ampla defesa, Juiz Natural, Duplo Grau de Jurisdição implícito, Isonomia (paridade de armas), Publicidade, Motivação das decisões, Vedação das Provas ilícitas, Assistência Jurídica integral e gratuita e a Razoável Duração do Processo. Dessa revisão é possível notar-se que alguns dos artigos do Novo CPC são uma repetição da Constituição, porém alguns, são verdadeira inovação do legislador, que dão o norte pretendido pelo legislador de 2015, demonstrando uma nova ideologia processual. São exemplos desses novos valores e princípios processuais a Boa-fé objetiva processual, a exigência de Cooperação de todos os partícipes do processo, e até prevendo que os processos deverão ser julgados em ordem cronológica para julgamento dos processos.
3. Normas Fundamentais do Processo Civil no Novo CPC: 
O artigo 1.o se presta mais a um papel indicativo para sinalizar que o Novo CPC é regido entes de tudo e principalmente pela CF. A priori nem seria necessário, porém já da, de início, o sinal dessa atenção à Constituição, marcando a definitiva Constitucionalizarão do Processo;
O artigo 2.o reforça que, uma vez vedada a vingança privada, o Estado reserva ao poder judiciário a prestação jurisdicional, o NCPC elege o Princípio da Inércia e do Impulso oficial;
Já o artigo 3.o ressalta que estão protegidas quaisquer lesão ou ameaça a direito (proteção judicial e acesso à justiça). Os parágrafos reforçam a constitucionalidade da arbitragem (segundo a nova lei de arbitragem), e a solução consensual dos conflitos, cuja importância pode ser percebida dada a nova ordem dos atos processuais, que inicia o procedimento comum com a propositura da demanda, sendo seguida de uma audiência e conciliação ou mediação (natureza jurisdicional da arbitragem). Esse outro ponto é muito importante: o parágrafo terceiro é enfático em afirmar que os juízes, advogados, defensores e membros do ministério público devem estimular a conciliação e a mediação em qualquer momento do processo (solução consensual dos conflitos);
O artigo 5.o elege a boa-fé objetiva como regra de comportamento de todas as partes que participem de um processo. Trata-se de uma cláusula geral para avaliar o comportamento das partes nos negócios jurídicos processuais. A boa-fé exerce três funções no novo direito processual civil: é um critério hermenêutico interpretativo, logo, ela serve para o magistrado e as partes interpretarem uma determinada cláusula ou um determinado comportamento (ver art. 322, § 2o. e 489, § 3.o); a segunda função da boa-fé é a de criar deveres anexos dentro do processo, distintos dos deveres principais das partes (dever de lealdade, dever de confiança, dever de assistência, dever de informação e dever de sigilo, deveres esses que dialogam com o princípio da cooperação); a terceira função é atuar como regulador do exercício de direitos. Ela (boa-fé) regula o comportamento no exercício de direitos dos sujeitos, extinguindo ou fazendo surgir direitos como forma de sanção à não observação da boa-fé. No direito privado, já foi visto nas disciplinas de Direito Civil, decorre da boa-fé a proibição de comportamentos contraditórios e, a partir de agora, essa proibição deverá ser ainda mais fiscalizada dentro do processo, lembrando que a preclusão já faz esse papel no CPC de 1973 (preclusão lógica)
O artigo 6.o elege o Princípio da Cooperação como filtro do comportamento processual, e sugere que as partes devem cooperar “entre si” dentro do processo. A cooperação entre as partes e o magistrado não suscita qualquer dúvida e obriga o magistrado a 4 deveres: a) Dever de Prevenção; b) dever de Esclarecimento (justificar suas decisões); c) dever de Consulta (obriga o magistrado a dialogar com as partes antes de decidir) e ; d) dever de Auxílio (dever de auxiliar as partes a superar determinados vícios antes do prejuízo de qualquer das partes).
O art. 7.o. elege como norma fundamental a paridade de tratamento dentro do processo, a mesma estabelecida na C.F. no art 5.o, inciso I. A isonomia aqui é aquela material, que trata igualmente aqueles que são iguais e desigualmente aqueles que são desiguais; já aqui aparece a expressão "contraditório efetivo”, que é muito mais do que apenas uma oportunidade de se manifestar (como antes era entendido - informação/reação), o contraditório aqui sugerido versa sobre receber a informação, reagir a ela e ter essa reação efetivamente levada em conta não momento da decisão judicial;
No artigo 8.o o legislador elegeu os valores aos quais o magistrado está atrelado no momento da aplicação do ordenamento: são eles, os fins sociais, o bem comum, a dignidade da pessoa humana, observando-se ainda a proporcionalidade, a razoabilidade, a legalidade, a publicidade e a eficiência. Esse artigo deve levar os magistrados para alem de uma aplicação automática das leis. deve levar o magistrado a aplicar a lei em sua plenitude, considerando os valores contidos no artigo.
O artigo 9.o prevê que não haverá decisões proferidas contra uma das partes sem que essa parte tenha sido ouvida. Assim, o NCPC elege definitivamente como um de seus pilares, o Princípio do Contraditório, mas não apenas em um viés formal, como também em um viés substancial. Formalmente o contraditórios significa que as partes tem direito de ser informada de tudo o que ocorre no processo e de reagir contra o que lhe desagrade. Esse é o contraditório formal, para o qual o NCPC já prevê algumas excessões ( art. 9.o, § único: inciso I: 
o cáput não se aplica à tutela provisória de urgência (antecipada ou cautelar); inciso II: à tutela de evidência (no início da causa ou antes do julgamento, prevista no art. 311, II e III, em caso de prova documental e tese jurídica fixada, no caso de contrato de depósito; e e inciso III: caso das novas ações monitórias, do artigo 701 co NCPC. Já o Contraditório Substancial possibilita que as partes participem do desenvolvimento processual, possibilitando o direito de influenciar nas decisões tendo seus argumentos considerados nessas decisões;
o artigo 10 também prestigia o Contraditório Substancial, pois o artigo, prevê que nenhuma decisão judicial, em qualquer instância, será proferida sem que o magistrado tenha oportunizado que as partes se manifestem, mesmo que o assunto verse sob matéria que o juiz possa decidir de ofício (proibição de prolação surpresa).
o artigo 11 ressalta que as decisões judiciais devem ser publicas e fundamentadas, como já previa a CF, porém, o NCPC afirma, em seu artigo 489 define o que gera nulidade em sentença. para o novo CPC.
o artigo 12 estabelece a ordem cronológica de julgamento dos processos, ou seja, de acordo com o fluxo de processos que forem para a conclusão para julgamento deve haver uma fixação de numero de ordem. Desse fluxo deve haver publicidade, ou seja, nos fóruns e nos tribunais, nos processos cíveis será pública a lista da ordem de julgamento. petições protocoladas após a conclusão não retirarão o processo da lista de julgamento, a menos que tal petiçãorequeira a reabertura da fase instrutória, por exemplo. O legislador também se preocupou com a entrada em vigor do NCPC, preocupou-se com a primeira lista de processos conclusos e que deverão ser julgados em ordem de conclusão, assim, nas disposições transitórias, no artigo 1059, o NCPC decidiu que entre os processos que estejam conclusos na data da entrada em vigor (16/03/2016) prevalecerá a data de distribuição do processo como critério de antiguidade. O legislador lembrou-se também das preferências legais e estabeleceu uma segunda lista com as preferências legais (idosos, interesses de menores). Além das preferências legais, existem algumas excessões (incisos I a IX): I - sentenças proferidas em audiências, sentenças que homologuem acordos ou sentenças de improcedência liminar do pedido; II - julgamentos de processos em bloco para a aplicação de tese jurídica firmada em julgamento de caso repetitivos; III - Julgamentos de recursos repetitivos ou incidentes de resolução de demandas repetitivas; IV - decisões proferidas com base nos artigos 485 (resolução sem mérito) e 932 (possibilidades dadas aos relatores de processos em grau de recurso); V - julgamento de embargos de declaração; VI - julgamento de agravo interno (recurso contra decisão monocrática proferidas nos tribunais); VII - preferência legais (já citadas) e metas estabelecidas pelo CNJ; VIII - os processos criminais estão livres dessa ordem nas secretarias comuns aos dois tipos de processos; IX - causas que exijam urgência, sendo essa reconhecida em decisão fundamentada; 
4 . Normas Fundamentais do processo civil: Primazia do Julgamento de Mérito
O artigo 4.o assegura à parte a obtenção, em tempo razoável, um provimento integral de mérito;
O NCPC supervaloriza o julgamento com mérito e assegura que antes de proferir a sentença terminativa, o magistrado deverá das oportunidade ao autor de corrigir os sócios processuais;
O Princípio da Primazia do julgamento de Mérito todas as vezes que o magistrado puder decidir o mérito também aparece no artigo 488, qua assegura que sempre que possível, o juiz resolverá o mérito sempre que a decisão for favorável à parte que se beneficiaria com um julgamento sem mérito nos termos do artigo 485 (hipóteses de julgamento sem mérito);
a Primazia do julgamento de mérito aparece ainda em outros artigos como o 139 (determinar o suprimento dos pressupostos processuais e o saneamento de outros vícios processuais;
o artigo 317 é também exemplo dessa primazia (antes de proferir resolução sem mérito, o juiz deve conceder oportunidade para a parte, se possível, sanar o vício;
novamente a primazia do julgamento de mérito aparece no artigo 352, pois assegura que o juiz, verificando a existência de irregularidades ou de vícios sanáveis, oi juiz deve determinar a sua correção am até 30 dias.
Dos artigos elencados acima pode-se concluir que o legislador optou por propiciar o julgamento de mérito, sempre que seja possível, visando garantir, sempre que possível, a efetividade da prestação jurisdicional;
Cabe também lembrar que tais artigos se referem aos procedimentos em primeira instancia, mas que também há artigos na parte recurso que deixam clara a primazia do julgamento de mérito.

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