Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.

Prévia do material em texto

Conteudista
Prof. Me. Pascoal Fernando Ferrari
Revisão Textual
Equipe de Revisão Adapt Edtech
Breve História dos Jogos e 
Brincadeiras 
Sumário
Objetivos da Unidade ............................................................................................................3
Breve História dos Jogos e Brincadeira ........................................................................... 5
A Criança e a Cultura Lúdica .............................................................................................17
Na Escola Também se Brinca .............................................................................................18
Atividades de Fixação .........................................................................................................21
Material Complementar .................................................................................................... 23
Referências ...........................................................................................................................24
Gabarito ................................................................................................................................ 25
3
Objetivos da Unidade
Atenção, estudante! Aqui, reforçamos o acesso ao conteúdo on-line para 
que você assista à videoaula. Será muito importante para o entendimento 
do conteúdo.
Este arquivo PDF contém o mesmo conteúdo visto on-line. Sua disponibili-
zação é para consulta off-line e possibilidade de impressão. No entanto, re-
comendamos que acesse o conteúdo on-line para melhor aproveitamento.
• Fazer alguns apontamentos históricos sobre os jogos e brincadeiras;
• Investigar as ideias de Friedrich Froebel (1782 – 1852), filósofo alemão do pe-
ríodo romântico;
• Ver como os Jogos e Brincadeiras se relacionaram com a escola no decorrer 
dos tempos.
4
Introdução
Boas-vindas à Unidade Breve História dos Jogos e Brincadeiras. A ideia central da 
unidade é fazermos alguns apontamentos históricos sobre os jogos e brincadeiras. 
Para tanto, investigaremos as ideias de Friedrich Froebel (1782 – 1852), filósofo ale-
mão do período romântico. Ainda, na unidade, veremos como os Jogos e Brincadei-
ras se relacionaram com a escola no decorrer dos tempos. 
Froebel acreditava no jogo e na brincadeira como eixos de sua pedagogia. Ao final do 
texto, faremos uma reflexão a respeito dos jogos e das brincadeiras na escola, de-
fendendo a ideia da importância dessas atividades lúdicas no currículo da Educação 
Infantil. Quanto às atividades propostas na unidade, é importante que você realize 
todas com afinco e determinação. 
Teste seus conhecimentos respondendo às questões sugeridas, observe o que você 
já sabe e o que precisa ainda saber e amplie seus conhecimentos lendo o material 
complementar. Tenha um bom estudo!
Vídeo
A Importância do Brincar
O vídeo é uma entrevista com a professora 
Tizuko Kishimoto, que fala sobre o direito de 
brincar da criança e sobre a importância do 
protagonismo infantil. 
VOCÊ SABE RESPONDER?
Vamos iniciar nossos estudos com uma simples pergunta: Você já brincou hoje? 
5
Breve História dos Jogos e 
Brincadeira
Nesta Unidade pretendemos investigar a história dos jogos e das brincadeiras. Fare-
mos alguns apontamentos históricos sobre a Antiguidade greco-romana, passando 
pela Idade Média até chegarmos à Modernidade Histórica. Realizaremos uma análise 
mais profunda sobre a inclusão dos jogos e brincadeiras na educação.
Os seres humanos são seres brincantes. Brincar com crianças não é perder 
tempo, é ganhá-lo; se é triste ver meninos sem escola, mais triste ainda 
é vê-los sentados enfileirados em salas sem ar, com exercícios estéreis, 
sem valor para a formação do homem.
Fonte: Carlos Drummond de Andrade
Se pensarmos na história social do homem, vamos, em muitos casos, encontrá-lo 
jogando e brincando. Parece-nos natural a brincadeira para a criança, elas brincam e 
ponto. E, como diz Drummond, brincar é ganhar tempo. O homem é um ser comple-
xo e alcança diversas dimensões. Podemos pensar no homo culturalis (que produz e 
é produzido pela cultura), no homo faber (o que faz, produz), na dimensão do homo 
sapiens (o que conhece e aprende) ou ainda, no homo ludens (o que brinca, o que 
cria). Esta é a dimensão humana que iremos abordar em nossa investigação.
O jogo e a brincadeira são fenômenos culturais que estão presentes na vida humana 
desde a Pré-história. Parece-nos que esses fenômenos são inatos nos seres huma-
nos e também nos animais. Por exemplo, o leão aprende a caçar e a lutar brincando e 
jogando com seus pais ou irmãos. É através de jogos e brincadeiras que construímos 
nossos conhecimentos. Os antigos gregos já sabiam da importância do brincar e do 
jogar para o desenvolvimento físico e mental do homem. Hoje sabemos que, além 
do aspecto físico e mental, o brincar favorece o desenvolvimento afetivo e social, o 
que facilita a nossa convivência em sociedade.
6
Ligados ao esporte, os Jogos Olímpicos são um grande exemplo da importância 
dada ao jogo na antiguidade grega. Esses jogos consideravam a disputa entre pes-
soas. Pressupõe-se que foram iniciados em 776 a.C. e foram realizados em honra a 
Zeus. Observe as imagens a seguir: 
Figura 1 – Jogos na antiguidade grega
Fonte: Wikimedia Commons
#ParaTodosVerem: nesta Figura, encontramos duas imagens que ilustram a importância dos jogos na antigui-
dade, em particular na cultura grega. A primeira imagem retrata uma escultura de um homem engajado em 
uma atividade de jogo. A figura sugere a presença de um homem em posição dinâmica, possivelmente jogando 
alguma forma de jogo com as mãos estendidas para trás dele.A segunda imagem mostra uma representação de 
jogos na cerâmica grega. A cerâmica em si apresenta cores como marrom e laranja. Fim da descrição.
Vídeo
A Importância do Brincar e Jogar
O vídeo é uma iniciativa da TV Educador e traz 
uma importante reflexão sobre o desenvolvimento 
infantil relacionado aos jogos e brincadeiras. 
7
As imagens da escultura e da cerâmica grega mostram como os jogos estavam 
presentes na sociedade grega. Na educação grega, de caráter militar, não era 
diferente. Os gregos valorizavam o desenvolvimento mental e físico de seus 
aprendizes. Os jogos e exercícios físicos eram usados como instrumentos de 
ensino. Na Idade Média, essa configuração da educação mudou, uma vez que 
jogos e brincadeiras foram afastados da escola. O conceito de ser criança era 
confuso na Idade Média e não era muito considerado pelos adultos da época. 
Vamos observar a Figura a seguir: 
Figura 2 – Pieter Bruegel, 1560. Museu de Viena. Óleo sobre painel. Dimensões 118 × 161 cm 
Fonte: Wikimedia Commons
#ParaTodosVerem: uma pintura de Pieter Bruegel, criada em 1560 e, atualmente, abrigada no Museu de Viena. 
A obra foi executada com tinta a óleo sobre um painel e suas dimensões são de 118 centímetros de largura por 
161 centímetros de altura. A pintura apresenta uma variedade de cores, linhas e formas que podem representar 
cenas, pessoas, paisagens ou objetos. Fim da descrição.
A obra é do artista Pieter Bruegel, feita no ano de 1560. Bruegel chamou-a de 
Jogos Infantis. Mostra mais de 80 brincadeiras e jogos infantis, mas, ao olharmos 
mais atentamente, veremos que muitos personagens da pintura são jovens e adul-
tos. A falta de clareza sobre o que era a condição humana de ser criança é notória 
na Figura. 
8
No período medieval, a infância tinha pequena duração. Ao alcançar seis ou sete 
anos de idade, o indivíduo deixava de ser criança, pois, a partir dessa idade, considera-
va-se que a criança já compreendia o que os adultos falavam e, sendo assim, passava 
a acompanhar o adulto do mesmo gênero, executando, de forma parecida, as mesmas 
atividades da vida adulta. O período da adolescência dos indivíduos não era conside-
rado, consequentemente, as crianças eram entendidas como adultos em miniatura e 
assim eram tratadas pelos adultos. Observe a seguir mais uma imagem medieval: 
Figura 3 – MaximilianoI e família - Bernhard Strigel, Áustria, século XV 
Fonte: Wikimedia Commons
#ParaTodosVerem: a obra retrata um grupo de seis pessoas, incluindo algumas crianças. A pintura representa 
figuras humanas vestidas com roupas típicas da época. Presume-se que as vestimentas sejam características do 
período em que a obra foi produzida, no século 15. A pintura apresenta uma variedade de cores, linhas e formas 
que representam os personagens e o cenário ao seu redor. Fim da descrição.
9
Observe que as roupas vestidas pelas crianças possuem padrões de adultos e suas 
feições não lembram, nem um pouco, o universo infantil. Na chegada do século XV, 
uma nova concepção sobre ser criança estava em curso e trazia mudanças que apon-
tavam para o entendimento da criança como ser social, ocupando um papel importan-
te nas relações familiares e na comunidade onde crescia e se desenvolvia: um indivíduo 
com características e necessidades próprias, passível de ser educado através de uma 
ação pedagógica que reconhecesse suas diferenças individuais e a sua condição de 
ser criança.
A partir do século XVI, as crianças adquiriram o direito de estarem mais próximas 
de seus pais graças à pressão exercida pela sociedade em função da necessidade 
de cuidado com as crianças pequenas e de se desenvolver uma atitude social de 
afetividade fraterna pelos filhos.
Alguns importantes pensadores do século XVII e XVIII foram, particularmente, 
fundamentais para a mudança do conceito de infância, destacando o respeito à 
condição de ser criança e a valorização da brincadeira e dos jogos na educação 
das crianças pequenas. Pensadores que romperam com a educação tradicionalista 
proposta pelos jesuítas. A educação adquiria um caráter humanista, valorizando o 
que se pressupunha natural e sensorial na criança, mediante a utilização de jogos 
e materiais didáticos e uma pedagogia voltada para a criança. São eles: Comenius 
(1593-1670), Rousseau (1712 - 1778) e Pestalozzi (1746-1827). 
Importante
Podemos afirmar que a concepção de infância que conhecemos 
hoje vem evoluindo e mudando com o decorrer do tempo. É no 
final do século XV que, de fato, podemos observar alguma dife-
rença no trato e no entendimento da infância. Como exemplo, 
podemos citar a instituição escolar. A princípio, o que existiam 
eram salas de aula, frequentadas, ao mesmo tempo, por alunos 
de todas as idades - crianças, jovens e adultos -, geralmente do 
gênero masculino. As salas continham muitos alunos e não ha-
via uma distinção acentuada entre as classes sociais. 
10
No entanto, quando falamos em jogos e brincadeiras na educação escolar, um 
nome, em especial, deve ser lembrado: Froebel. Friedrich Froebel é considerado 
um filósofo do período romântico; nasceu na Alemanha em 1782 e morreu em 
1852. Além de Filosofia, estudou Biologia, Matemática e Psicologia. Sua família 
pertencia à Igreja Luterana, o que influenciou fortemente sua obra e pensamento e 
também o individualismo burguês predominante no período. Em sua teoria, o autor 
discute a relação entre o Homem, a Natureza e Deus. Acreditava que a educação, 
desde o nascimento, traria uma unidade entre essas três forças.
Leitura
Para saber mais a respeito desses pensadores, indicamos os 
artigos a seguir que podem ampliar seu referencial teórico. 
Entre nos sites e leia os artigos da revista Nova Escola: 
Comênio, o pai da didática moderna.
Pestalozzi, o Teórico que
Incorporou o Afeto à Sala de Aula
Jean-Jacques Rousseau, o Filósofo
da Liberdade como Valor Supremo
11
Figura 4 – Frederico Froebel 
Fonte: Wikimedia Commons
#ParaTodosVerem: nesta Figura, temos um desenho de Friedrich Froebel, um proeminente educador alemão do 
século XIX. A pintura é em preto e branco, o que significa que as cores não são representadas, apenas diferentes 
tonalidades de cinza. Fim da descrição.
Veja o que Kishimoto (2002) diz sobre a união dessa tríade proposta por Froebel:
Froebel mostra a unidade entre o homem, seu criador e a natureza, sua 
conexão interna, aponta como a educação pode garantir essa unidade, 
desde a infância por meio da natureza. Valoriza a individualidade do ser 
humano, que se completa na coletividade. Ao perceber a unidade ou con-
tinuidade entre a infância, juventude e maturidade, verifica a necessidade 
de educar a criança desde que nasce para garantir o pleno desenvolvi-
mento do ser humano.
Fonte: KISHIMOTO, 2002, p. 60)
Segundo Kishimoto (2002), Froebel indica, como caminho do desenvolvimento hu-
mano, essa unidade, formada entre o ser humano, o seu criador e a natureza. Dife-
rente das ideias medievais, esclarece o fato de que o desenvolvimento passa por 
diferentes estágios, como a infância, a adolescência e a vida adulta. 
12
O educador conheceu e trabalhou com Pestalozzi, pedagogo suíço que revolucionou 
e humanizou nosso entendimento sobre o que seria a infância. A partir das ideias de 
Pestalozzi, ele criou o Jardim de Infância, um lugar onde a criança poderia conviver 
com outras e desenvolver-se de forma espontânea, tendo respeitada a sua condição 
de ser criança.
Podemos considerar que o Jardim de Infância tenha sido a primeira proposta curricu-
lar escolar para a infância com um enfoque teórico-prático, trabalhando com tecela-
gem, desenho, pintura, recorte, colagem, entre outras atividades práticas. Dessa 
forma, foi concebida uma educação que promove a criatividade, a espontaneidade e 
a autorrealização da criança. O educador Friedrich Froebel, para desenvolver sua pro-
posta pedagógica, criou um conjunto de materiais pedagógicos chamados “Dons”.
Veja a relação dos dons:
1. Seis bolas de borracha, cobertas de tecidos de várias cores;
2. Esfera, cubo e cilindro de madeira;
3. Cubo dividido em oito cubinhos;
4. Cubo dividido em oito partes oblongas; 
Froebel valorizava a livre expressão através do jogo e da brincadeira na edu-
cação, apontando a relevância dessas duas atividades na vida pré-escolar 
da criança. Com esse pensamento, ele criou a ideia de “Jardim de Infância” 
(Kindergarten, em alemão), desenvolvendo uma metodologia baseada nos 
dons e ocupações.
Glossário
Dons
São materiais, como bola, cubo, varetas, anéis etc., que permi-
tem atividades denominadas Ocupações. Essa proposta tem 
jogos e brincadeiras como eixo da pedagogia. 
13
5. Cubo dividido em metade ou quartas partes; 
6. Cubo consistindo em partes oblongas, duplamente divididas;
7. Tabuazinhas quadradas e triangulares para compor figuras;
8. Varinhas para traçar figuras;
9. Anéis e meio anéis para compor figuras; 
10. Material para desenho;
11. Material para picar;
12. Material para alinhavo;
13. Material para recortes de papel e combinação;
14. Papel para tecelagem;
15. Varetas para entrelaçamentos; 
16. Réguas com dobradiças – (goniógrafo); 
17. Fitas para entrelaçamento;
18. Material para dobradura;
19. Material para construção com ervilhas;
20. Material para modelagem.
14
Veja os exemplos de Dons: 
Figura 5 – Exemplos de dons
Fonte: Fotolia/Acervo próprio
#ParaTodosVerem: na primeira Firua, podemos visualizar quatro caixas de madeira dispostas em uma superfície. 
Cada uma dessas caixas contém blocos de montar em seu interior. Presume-se que eles sejam feitos de material 
sólido, possivelmente de madeira, e projetados para serem encaixados uns nos outros, permitindo a construção 
de estruturas diversas. Já na segunda imagem, observamos um varal ou corda suspensa, no qual estão pendu-
radas três formas sólidas geométricas. É importante mencionar que elas são objetos tridimensionais, cada uma 
representando uma figura geométrica específica, como cubo, esfera ou cilindro, por exemplo. Fim da descrição.
A pessoa que iria cuidar das crianças e educá-las, Froebel denominou de Jardineira, 
a qual seria responsável pelo desenvolvimento das atividades do Jardim da Infância. 
A teoria de Froebel indicava que as Jardineiras criariam momentos pedagógicos di-
rigidos, com base nos dons e deixariam momentos livres em que a criança poderia 
escolher de qual jogoou brincadeira gostaria de participar naquele momento. Assim, 
a criança se desenvolveria de forma autônoma. Certamente, as ideias de Froebel 
deram início a um novo entendimento sobre os jogos e as brincadeiras aplicadas e 
desenvolvidas no ambiente escolar infantil. 
15
Na contemporaneidade, os jogos e brincadeiras são vistos como fundamentais para 
o processo de ensino e aprendizagem das crianças. A resistência inicial dos educa-
dores a incluírem esses tipos de atividades no currículo escolar foi se desfazendo 
com o tempo e a nova prática foi ganhando espaço no âmbito educacional. 
Veja como o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (RCNEI) trata 
a questão: 
“Os jogos, as brincadeiras, a dança e as práticas esportivas revelam, por seu 
lado, a cultura corporal de cada grupo social, constituindo-se em atividades 
privilegiadas nas quais o movimento é aprendido e tem significado .
Para a criança, os momentos de jogos e brincadeiras são ricos para a sua aprendiza-
gem e desenvolvimento, além de serem momentos de expressividade das crianças. 
São momentos que, segundo o RCNEI, revelam uma cultura corporal por influência 
do grupo social em que a criança está inserida. O documento ainda ressalta a impor-
tância do jogo na escola, principalmente em relação ao estabelecimento de regras.
“As instituições devem assegurar e valorizar, em seu cotidiano, jogos mo-
tores e brincadeiras que contemplem a progressiva coordenação dos mo-
vimentos e o equilíbrio das crianças. Os jogos motores de regras trazem 
também a oportunidade de aprendizagens sociais, pois, ao jogar, as crian-
ças aprendem a competir, a colaborar umas com as outras, a combinar e 
a respeitar regras.
Fonte: BRASIL, 1998, p. 35
Site
Para saber mais sobre a vida e a obra de 
Froebel, acesse o Qr Code.
16
Finalizamos esta breve história dos jogos e brincadeiras e de sua inserção na esco-
la, sugerindo que você observe o quadro síntese a seguir, que retrata a visão dos 
jogos e brincadeiras em diferentes épocas: 
Figura 6 – Esquema jogos e brincadeiras 
Fonte: Elaborado pelo autor 
#ParaTodosVerem: em um fundo branco, diagrama formado por 5 retângulos. O primeiro, acima, com os dize-
res “Jogos e Brincadeiras”. Abaixo, quatro retângulos, que se originam da frase central. No primeiro retângulo 
os dizeres “Na antiguidade eram importantes na educação. Momento de relaxamento necessário às atividades 
físicas e mentais”. No segundo, a mensagem “Na Idade Média, o jogo era visto como ‘não sério’ e era relacionado 
a jogos de azar”. No terceiro, está escrito “No renascimento, a brincadeira passou a ser vista como ‘conduta livre’, 
que desenvolve a inteligência e facilita o estudo. O ‘Lúdico’ substituiu as formas mais tradicionais de aprendiza-
gem (castigos, palmatórias).” No quarto, está escrito “No romantismo, o Jogo apareceu como conduta típica e 
espontânea da criança. Apresentava a criança com sua natureza ‘boa’, que se expressa espontaneamente através 
do jogo”. Fim da descrição.
Importante
No documento, é claro o incentivo à apropriação dos jogos 
e das brincadeiras pela escola, inicialmente, tendo em vista o 
desenvolvimento físico da criança e, em seguida, pelo fato de 
esta descobrir a existência de regras estabelecidas e aprender 
a respeitá-las. Esse aprendizado, de estabelecer e respeitar as 
regras, se levado para além dos muros da escola, contribuirá 
para que a criança aprenda, também, a viver em uma socieda-
de democrática e cidadã. 
Jogos e Brincadeiras
Na Antiguidade, 
eram importantes 
na educação. 
Momento de 
relaxamento 
necessário às 
atividades físicas
e mentais.
No Romantismo, o Jogo 
apareceu com conduta 
típica e espontânea da 
criança. Apresentava a 
criança com sua 
natureza “boa”, que se 
expressa espontanea-
mente através do jogo.
Na Idade Média, o 
jogo era visto 
como “não sério” e 
era relacionado a 
jogos de azar.
No Renascimento, a 
brincadeira passou a 
ser vista como “conduta 
livre”, que desenvolve a 
inteligência e facilita o 
estudo. O “Lúdico” 
substituiu as formas 
mais tradicionais de 
aprendizagem (casti-
gos, palmatórias).
17
A Criança e a Cultura Lúdica
A dimensão lúdica do homem, que prevê o jogo, deve ser considerada para que 
se tenha um melhor entendimento do ser humano. Huizinga (1996) entende que o 
jogo é uma categoria primária da vida, surgindo antes da cultura, que se desenvol-
ve com o próprio jogo. O autor conceitua o jogo da seguinte forma:
“Parece-nos que essa noção poderá ser razoavelmente bem definida nos 
seguintes termos: o jogo é uma atividade ou ocupação voluntária, exer-
cida dentro de certos e determinados limites de tempo e de espaço, se-
gundo regras livremente consentidas, mas absolutamente obrigatórias, 
dotado de um fim em si mesmo, acompanhado de um sentimento de 
tensão e de alegria e de uma consciência de ser diferente da “vida quo-
tidiana”. Assim definida, a noção parece capaz de abranger tudo aquilo 
a que chamamos “jogo” entre os animais, as crianças e os adultos: jogos 
de força e de destreza, jogos de sorte, de adivinhação, exibições de todo 
o gênero. Pareceu-nos que a categoria de jogo fosse suscetível de ser 
considerada um dos elementos espirituais básicos da vida. 
Fonte: HUIZINGA, 1996, p. 24)”
O autor entende que a existência do jogo é inegável na vida humana, um elemento 
básico da vida. Demonstra que há vários gêneros de jogos e que somos capazes de 
diferenciar entre uma situação de jogo e a vida real. Reconhece, também, a cultura 
como possuidora de um caráter lúdico. O jogo adquire uma função significante na 
vida humana, inclusive o caráter de competição que os jogos apresentam.
A partir dos jogos e brincadeiras, o homem cria uma cultura lúdica. Gilles Brougère, 
autor francês, propicia-nos interessantes ideias sobre essa manifestação cultural, 
contribuindo para entendermos melhor esse conceito: A cultura lúdica é, então, 
Livro
Para aprofundar o conceito de Homo Ludens sugerimos o livro 
de Johan Huizinga: Homo Ludens: o jogo como elemento da 
cultura. O livro é uma importante referência para compreender-
mos a relação entre o homem e o jogo do ponto de vista histó-
rico e cultural.
18
composta de um certo número de esquemas que permitem iniciar a brincadeira, já 
que se trata de produzir uma realidade diferente daquela da vida quotidiana: [...] A 
cultura lúdica compreende evidentemente estruturas de jogo que não se limitam 
às de jogos com regras. “Mas a cultura lúdica compreende o que se poderia chamar 
de esquemas de brincadeiras, para distingui-los das regras stricto sensu. Trata-se 
de regras vagas, de estruturas gerais e imprecisas que permitem organizar jogos de 
imitação ou de ficção [...]” (BROUGÈRE, 1998, s/p.)
Segundo Brougère (1998), a cultura lúdica também se estabelece com brincadei-
ras ou jogos de faz-de-conta. Essas brincadeiras, como diz o autor, são portadoras 
de “regras vagas”. Nesse sentido, muitas brincadeiras e jogos não possuem regras 
claras, tornando, assim, uma regra maleável, que pode ser modificada ou retirada 
da ação de brincar por intencionalidade da criança.
O autor lembra que é brincando que a criança constrói sua cultura lúdica. São estas 
experiências lúdicas, iniciadas pelas primeiras brincadeiras do bebê, que irão consti-
tuir esse universo cultural lúdico. E mergulhada nesse universo, a criança constitui e 
é constituída por essa cultura por meio de suas brincadeiras e jogos.
Na Escola Também se Brinca
Sendo uma agência socializadora e promotora de cultura, a escola pode ser também 
entendida como lugar privilegiado para a criança aprender a brincar e a jogar. Não nas-
cemos sabendo brincar, as brincadeiras e jogos são aprendidos com os mediadores 
desses conhecimentos. Nesse sentido, a brincadeira pode ter um fim em si mesmo 
ou, ainda, ser um instrumento prazeroso de aprendizagem. 
Importante
A cultura lúdica torna-se uma referência para o brincar. O brincar 
parte da realidade imediata da criança, que pressupõe os brin-
quedos que estão ao seualcance ou qualquer objeto que possa 
ser ressignificado (uma caixa vazia pode se transformar em um 
carrinho, por exemplo) e as suas referências vindas da cultura 
lúdica (tipos diferentes de brincadeira, determinadas pelo tem-
po histórico e o espaço geográfico em que a criança se insere). 
A criança irá, então, misturar em suas brincadeiras a realidade e 
a fantasia. 
19
Todavia esse é, também, um período em que os pequenos gostam de mostrar o que 
sabem fazer, suas conquistas vindas das superação dos desafios que se apresentam 
em seu cotidiano; é uma fase de curiosidades e descobertas; é quando eles experi-
mentam o prazer de brincar junto com outros indivíduos, crianças ou adultos. 
Há muitos benefícios nas atividades lúdicas, tanto pela dimensão da diversão e pra-
zer, como um fim em si mesmo, quanto pela dimensão da aprendizagem, como re-
curso pedagógico. Através dos jogos e brincadeiras, desenvolvemos inúmeras 
habilidades; também vivenciamos o ambiente e a cultura em que estamos inseridos. 
É jogando e brincando que as crianças incorporam e/ou questionam as regras e os 
papéis sociais que são a ela apresentados. A brincadeira e o jogo devem ocupar um 
Dos 4 aos 5 anos, a criança estará, 
teoricamente, na modalidade da Edu-
cação Infantil. Essa é uma idade rica 
para o aprendizado. Nesse período, as 
crianças estão desenvolvendo o auto-
controle das emoções. Diante de situ-
ações de medo, como, por exemplo, 
gritos, medo de ficar sozinha no escu-
ro, entre outros, que são fruto de uma 
insegurança própria da idade, a escola 
pode e deve trabalhar essas questões.
Importante
Como construtora de conhecimentos, a escola pode trabalhar 
muitos conteúdos a partir de jogos e brincadeiras infantis. Re-
cursos como contar e ouvir histórias, participar de jogos de re-
gras, dançar, dramatizar, desenhar, entre outras proposições pe-
dagógicas, constituem recursos prazerosos de aprendizagem e 
desenvolvimento físico, cognitivo e afetivo dos aprendizes. 
20
lugar de destaque na prática pedagógica. A sala de aula deve tornar-se um lugar 
privilegiado para desenvolver as atividades lúdicas e a escola, espaço de prazer e de 
boas lembranças quando a criança se tornar adulta.
Muitas vezes, a criança, na escola, é impossibilitada de conhecer e desenvolver sua cor-
poreidade, passando horas imobilizadas em uma carteira escolar, e o brincar, quando 
acontece, restringe-se aos intervalos entre as aulas, e não sendo aceito durante as aulas. 
A formação dos educadores dos anos iniciais deve discutir mais cuidadosamente o brin-
car e os jogos. É importante que o professor tenha um repertório maior de brincadeiras 
para serem trabalhadas em aula. As crianças gostam de brincar com adultos; são óti-
mas referências, por exemplo, para o esclarecimento e aprendizagem de regras, para 
apresentar novas brincadeiras e jogos. O professor, como mediador de brincadeiras, é 
fundamental, pois mediar oportuniza o brincar juntos. Brincar juntos acentua os laços 
afetivos e a participação do educador na brincadeira faz crescer o nível de interesse da 
criança pela brincadeira.
Síntese
Compreender e interpretar o fazer lúdico da criança é importan-
te. Nesse sentido, a formação do educador deve prestigiar essa 
área do conhecimento, para que esses profissionais possam se 
apropriar dos jogos e das brincadeiras, a fim de utilizá-los na 
construção do aprendizado da criança. E assim, finalizamos a 
unidade I. Esperamos que tenha gostado e tenha construído no-
vos conhecimentos a partir do que foi proposto.
Agora refazemos e ressignificamos a pergunta inicial, caso a resposta a ela tenha 
sido negativa: e amanhã, você irá brincar?
Porém, há um mito no interior da escola que precisa ser desfeito. A brinca-
deira e a aprendizagem, em muitos casos, são consideradas processos com 
finalidades bastante diferentes e que não podem coexistir em um mesmo 
espaço e tempo.
21
Atividades de Fixação
1 – Preencha corretamente as lacunas da afirmação abaixo.
O jogo e a brincadeira são fenômenos _____________ que estão presentes na vida 
humana desde a Pré-história. Parece-nos que esses fenômenos são ____________ nos 
seres humanos.
CULTURAIS, INATOS
2 – Na idade medieval, a adolescência dos indivíduos aparentava não ser consi-
derada. A infância era um período muito curto, não durava além dos 6 ou 7 anos, 
consequentemente, as crianças eram entendidas como:
a. Seres em desenvolvimento.
b. Adultos em miniatura.
c. Crianças felizes.
d. Adultos em menor escala.
e. Cidadãos de segunda classe.
3 – Froebel compreendeu as características e peculiaridades da criança, como, 
por exemplo, a curiosidade espontânea, a capacidade de imitar, inventar e obser-
var. Para que a criança pudesse desenvolver-se de forma mais adequada,Froebel 
propôs a criação de lugares especiais para as crianças pequenas.Esse espaço edu-
cativo foi denominado:
a. Parque escola.
b. Cidade da criança.
c. Creches.
d. Jardim de infância.
e. Sala ambiente.
22
Atividades de Fixação
4 – Gilles Brougère (1998) foi um importante teórico dos jogos e brincadeiras in-
fantis e do lúdico. Segundo o autor, a criança constrói sua cultura lúdica:
a. Cantando.
b. Andando.
c. Brincando.
d. Perguntando sobre a brincadeira.
e. Refletindo sobre o brincar.
Atenção, estudante! Veja o gabarito desta autoatividade no fim deste conteúdo.
Material Complementar
23
A ludicidade na educação: Uma atitude pedagógica
O livro traz importantes informações, conceitos e práticas para a utilização do lúdi-
co nas aulas da Educação Infantil e dos anos iniciais do Ensino Fundamental.
Sinopse: Fundamentado nas concepções teóricas e práticas de autores de grande 
expressão, o livro enfoca questões como infância, desenvolvimento, educação e 
vida em sociedade, traçando uma reflexão provocativa sobre o papel do educador. 
O objetivo é tratar da ludicidade como atitude pedagógica do professor de edu-
cação infantil e anos iniciais do ensino fundamental, considerando o educando um 
sujeito ativo e reflexivo no processo de ensino-aprendizagem.
RAU, M. C. D. A ludicidade na educação: uma atitude pedagógica. Curitiba: 
Intersaberes, 2012.
Livro
Referências
24
BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamen-
tal. Referencial curricular nacional para a educação infantil. Secretaria de Educação 
Fundamental. — Brasília: MEC/SEF, 1998. 3v.: il. 
BROUGÈRE G. A criança e a cultura lúdica. Rev. Fac. Educ. [online]. 1998, vol.24, 
n.2, pp. 103-116. ISSN 0102-2555. Disponível em: . Acesso: 20/03/2013.
HUIZINGA, Johan, Homo Ludens: O Jogo Como Elemento da Cultura. São Paulo: 
Perspectiva, 1996. 
KISHIMOTO, T. M. O brincar e suas teorias. São Paulo: Pioneira, 2002.
Gabarito
25
Questão 1 
Justificativa: o jogo e a brincadeira são fenômenos CULTURAIS que estão pre-
sentes na vida humana desde a Pré-história. Parece-nos que esses fenômenos são 
INATOS nos seres humanos.
Questão 2
b) adultos em miniatura.
Justificativa: o período da adolescência dos indivíduos parecia não ser considera-
do, consequentemente, as crianças eram entendidas como adultos em miniatura e 
assim eram tratadas pelos adultos.
Questão 3
d) jardim de infância.
Justificativa: a partir das ideias de Pestalozzi, Froebel criou o Jardim de infância, 
um lugar onde a criança poderia conviver com outras e se desenvolver de forma 
espontânea,tendo respeitada a sua condição de ser criança.
Questão 4
c) brincando.
Justificativa: o autor lembra que é brincando que a criança constrói sua cultura 
lúdica; são as suas experiências lúdicas, iniciadas pelas primeiras brincadeiras de 
bebê, que irão constituir esse universo cultural lúdico.

Mais conteúdos dessa disciplina