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APLICAÇÃO DA PENA (artigo 59 do CP) Conceito: Aplicação da pena é a atividade pela qual o juiz combina circunstâncias, visando fixar a pena ao caso concreto. - A aplicação da pena se dá através da sentença penal condenatória. - Se houver absolvição não haverá a aplicação da pena; - Se houver absolvição não haverá a aplicação da pena; - A sentença é o ato culminante do processo através do qual o juiz soluciona a controvérsia, decidindo ou não o mérito da causa; - A pena se ajusta a individualização do criminoso para se ter eficácia; Ex: Quebra de sigilo bancário ou dados cadastrais não aprecia o mérito. Já um crime de roubo ou estupro precisa de mérito para condenar ou absolver o réu. CLASSIFICAÇÃO DAS CIRCUNSTÂNCIAS MODIFICADORAS As circunstancias modificadoras da pena estão em volta, em torno ao redor do crime. Alteram a qualidade e não a essência do crime. A doutrina majoritária faz a seguinte classificação: Circunstancias objetivas (materiais ou reais): são as que se relacionam com os meios e modos de realização do crime, tempo, ocasião lugar. Circunstancias subjetivas e pessoais: São de caráter pessoal que só dizem respeito a pessoa do participante sem qualquer relação com a de materialidade do delito, como os motivos determinantes. Ex1: Assaltar para pagar cirurgia de parente. Ex2: Matar pai e mãe para ficar com herança. No artigo 59 do CP estão divididas as penas comuns e as genéricas Para se aplicar a pena é necessário que se analise as circunstancias agravantes (artigo 61 e 62 do CP), as atenuantes (artigo 65 do CP), as causas de aumente e diminuição de pena (artigos 28 parágrafo 2 e 60 parágrafo 1 do CP), as qualificadoras (artigos 121, parágrafo 2 e 155 parágrafo 4, 157 parágrafo 3 do CP) e as causas de aumento e diminuição de pena (artigo 121, parágrafo 4 , 141, III e 155, parágrafo 1). - Análise das circunstâncias judiciais Culpabilidade: leva-se em conta a intensidade do dolo e o grau da culpa. Faz-se um juízo de censura a um autor de um fato típico e antijurídico. Antecedente: Vida anterior do réu até a pratica do crime (policial e judicial), se respondeu processo e se foi condenado ou absolvido. - Conduta social: comportamento eu o réu tem em sociedade e família, no trabalho, igreja... - Personalidade: ë um pouco complexo, com porções herdadas e adquiridas. ( biológico, sociológico e psicológico). - O motivo que levou o agente cometer o ato ilícito. - Consequências maiores ou menores advindas do crime: Como ficou a vitima e seus parentes após o crime? Se a vitima facilitou o ato ilícito. Análise das circunstâncias agravantes: Art. 61 - São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não constituem ou qualificam o crime: I - a reincidência + artigo 63 do CP; Obs: Até 1977, havia distinção entre reincidência genérica e especifica com crimes da mesma natureza, mas a distinção foi extinta. Pois, a reincidência passou a ser prevista por sua lei especifica, Lei 8.072/90. Esta lei criou um lapso temporal de 5 anos para a reincidência (critério de temporalidade). Ex: Se A matasse B com 18 anos e com 50 matasse C, seria tido como reincidente. - A prova se dá com a certidão criminal. A reincidência pode ser entre: Crime e crime Crime e contravenção Contravenção e contravenção A reincidência não pode ser entre: Contravenção e crime Crime político Crime militar próprio II - ter o agente cometido o crime: por motivo fútil ou torpe; Ex: matar por racismo. para facilitar ou assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime; Ex: Ladrão que mata o comparsa para ficar com todo o dinheiro do assalto. à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação, ou outro recurso que dificultou ou tornou impossível a defesa do ofendido; Ex: matar pelas costas; matar com tocaia; matar com disfarce; matar vitima que esteja dormindo. com emprego de veneno, fogo, explosivo, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que podia resultar perigo comum; Ex: colocar veneno na comida ou bebida da vitima; colocar a vitima em uma banheira de ácido; por meio camuflado traiçoeiro pérfido; - Como podemos identificar o homicídio qualificado por tortura e a tortura qualificada pelo homicídio? e) contra ascendente, descendente, irmão ou cônjuge; É o laço consanguíneo que identifica o agente. Obs: A doutrina majoritária diz que a adoção não vincula este crime; O divorcio extingue essa possibilidade. com abuso de autoridade ou prevalecendo-se de relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade, ou com violência contra a mulher na forma da lei específica; Ex: estupro de pessoas pobres do interior que precisam morar na casa das pessoas que os acolhem. com abuso de poder ou violação de dever inerente a cargo, ofício, ministério ou profissão; EX: Militar que manda o subordinado levar um canhão para sua casa; ourives que troca as pedras; Ministério: religioso que tira proveito da confissão de seus seguidores; profissão médico que pratica atos libidinosos contra paciente. contra criança, velho, enfermo ou mulher grávida. De acordo com o ECA criança até 12 anos e idoso a partir de 60 anos. quando o ofendido estava sob a imediata proteção da autoridade; Ex: policial que tortura até a morte o preso que está sob sua custódia. j) em ocasião de incêndio, naufrágio, inundação ou qualquer calamidade pública, ou de desgraça particular do ofendido; Ex: é quando se mata o ofendido; l) em estado de embriaguez preordenada: É aquele que o agente se embriaga para cometer o crime. - Análises das atenuantes Tem como objetivo, atenuar a sanção penal. I - ser o agente menor de 21 (vinte e um), na data do fato, ou maior de 70 (setenta) anos, na data da sentença; II - o desconhecimento da lei; Ex: indios III - ter o agente: a) cometido o crime por motivo de relevante valor social ou moral; Ex: matar o traidor da pátria; pai que mata o estuprador de sua filha. b) procurado, por sua espontânea vontade e com eficiência, logo após o crime, evitar-lhe ou minorar-lhe as consequências, ou ter, antes do julgamento, reparado o dano; obs.: se a pessoa falecer não haverá atenuante! c) cometido o crime sob coação a que podia resistir, ou em cumprimento de ordem de autoridade superior, ou sob a influência de violenta emoção, provocada por ato injusto da vítima; Ex: Empregada que rouba o patrão para não perder o namorado; empregado que cumpre a ordem do patrão; homem ou mulher traída (o). Obs: Coação moral não exclui o crime, pois resta um requisito de vontade, mas exclui a culpabilidade. O emprego de força física exclui o dolo e a culpa, eliminando a conduta. O fato é considerado atípico. Nem a paixão nem a emoção excluem a imputabilidade. A emoção pode trazer algum beneficio, funcionando como circunstancia atenuante genérica. (artigo 65, III, c, CP). d) confessado espontaneamente, perante a autoridade, a autoria do crime; Obs.: A simples confissão não atenua a pena, o que mais importa é o motivo da confissão! A delação premiada é causa de diminuição de pena por fração! e) cometido o crime sob a influência de multidão em tumulto, se não o provocou. Ex: Tumulto em estádio de futebol. - Circunstancias inominadas (se calcula por fração): São situações que escapam da especificação legal. Na parte geral teremos as seguintes causas de diminuição de pena: artigo 14, parágrafo único , 24, parágrafo 2, 26, parágrafo único, 28 parágrafo 2, 29 parágrafo 1, 60, parágrafo1, 70, caput, 73, segunda parte e 74 parte final. Na parte especial encontramos as seguintes causas de aumento de pena e diminuição de pena: artigo 121, parágrafos 1 e 4, 22, parágrafo único, 127, 129, parágrafo 4 e 7, 133, parágrafo 3, 135, parágrafo único, 141, inciso I, 141, III e parágrafo único 146 parágrafo 1, 150 parágrafo e 151 parágrafo 2.. - Circunstâncias qualificadoras: São circunstancias legais especiais ou especificas previstas na parte especial do CP que, agregadas a figura típica fundamental, tem a função de aumentar a pena. Quando uma norma penal prevêuma causa de aumento de pena na descrição dos crimes, menciona o mínimo e o máximo. Como é possível saber que a pena foi qualificada? EX: artigo 121 caput Pena: 6 a 20 121, parágrafo 2 Pena: 12 a 30 - Causas de aumento mínimo e máximo vem representado sempre por fração! Ex: Fases de fixação da pena privativa de liberdade. - É composto de 3 fase, quais sejam: - Circunstancias judiciais; – Circunstancias legais – Causas de aumento e diminuição da pena. 1ᵃ fase: O juiz fixa a pena a pena base levando em consideração as circunstancias judiciais do artigo 59, caput do CP. Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e consequências do crime, bem como ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime. 2ᵃ fase: Encontrada a pena base, o juiz aplica as circunstancias agravantes e atenuantes, respectivamente, dos artigos 61, 62, 65 e 66 do CP. Art. 61 - São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não constituem ou qualificam o crime: I - a reincidência; II - ter o agente cometido o crime: a) por motivo fútil ou torpe; b) para facilitar ou assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime; c) à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação, ou outro recurso que dificultou ou tornou impossível a defesa do ofendido; d) com emprego de veneno, fogo, explosivo, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que podia resultar perigo comum; e) contra ascendente, descendente, irmão ou cônjuge; f) com abuso de autoridade ou prevalecendo-se de relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade, ou com violência contra a mulher na forma da lei específica; g) com abuso de poder ou violação de dever inerente a cargo, ofício, ministério ou profissão; h) contra criança, maior de 60 (sessenta) anos, enfermo ou mulher grávida; i) quando o ofendido estava sob a imediata proteção da autoridade; j) em ocasião de incêndio, naufrágio, inundação ou qualquer calamidade pública, ou de desgraça particular do ofendido; l) em estado de embriaguez preordenada. Art. 62 - A pena será ainda agravada em relação ao agente que: I - promove, ou organiza a cooperação no crime ou dirige a atividade dos demais agentes; II - coage ou induz outrem à execução material do crime; III - instiga ou determina a cometer o crime alguém sujeito à sua autoridade ou não-punível em virtude de condição ou qualidade pessoal; IV - executa o crime, ou nele participa, mediante paga ou promessa de recompensa Art. 65 - São circunstâncias que sempre atenuam a pena: I - ser o agente menor de 21 (vinte e um), na data do fato, ou maior de 70 (setenta) anos, na data da sentença; II - o desconhecimento da lei; III - ter o agente: a) cometido o crime por motivo de relevante valor social ou moral; b) procurado, por sua espontânea vontade e com eficiência, logo após o crime, evitar-lhe ou minorar-lhe as conseqüências, ou ter, antes do julgamento, reparado o dano; c) cometido o crime sob coação a que podia resistir, ou em cumprimento de ordem de autoridade superior, ou sob a influência de violenta emoção, provocada por ato injusto da vítima; d) confessado espontaneamente, perante a autoridade, a autoria do crime; e) cometido o crime sob a influência de multidão em tumulto, se não o provocou. Art. 66 - A pena poderá ser ainda atenuada em razão de circunstância relevante, anterior ou posterior ao crime, embora não prevista expressamente em lei. 3ᵃ Fase: Sobre a pena fixada na segunda fase, o juiz faz incidir as causas de aumento e de diminuição de pena, previstas na parte geral e especifica do CP. Obs.: Só haverá a 3ᵃ Fase se existir causas de aumento ou diminuição aplicável ao caso concreto. - Concurso de circunstâncias e causas agravantes e atenuantes (artigo 67 do CP): Diz o artigo 67 do CP, que no concurso de agravantes e atenuantes, a pena deve aproximar-se do limite indicado pelas circunstâncias preponderantes, entende-se preponderantes, as circunstancias resultantes de motivos determinantes ao crime, como a personalidade do agente e da reincidência. - É possível que o fato apresente circunstâncias qualificativas e atenuantes. - O juiz preponderará as de natureza subjetiva, calculadas na personalidade do agente e nos motivos determinantes da prática da infração. Se as circunstancias se equivalem, uma neutraliza o efeitos agravador ou atenuador da outra. - A menoridade prepondera sobre todas as outras circunstancias, inclusive sobre a reincidência (art. 65, I). Portanto, se o agente é menor de 21 anos sua menoridade preponderará sobre as demais circunstâncias. - Concurso de causas de aumento e diminuição: O artigo 68, parágrafo único do CP, alude que: No concurso de causas de aumento ou de diminuição prevista na parte especial, pode o juiz limitar-se a um só aumento ou a uma só diminuição, prevalecendo, todavia a causa que mais aumente ou diminua. - Quando concorrerem no fato varias causas de aumento ou de diminuição da pena prevista na parte especial do CP, o juiz pode aplicar uma delas, dando preferência a que mais aumente ou diminua. - Quando concorrem no fato varias causas de aumento ou diminuição da pena prevista na parte geral, desde que obrigatórios o juiz pode aplicar uma só, pois a norma determina a contrario senso, que não podem ser dispensadas. Se o crime for tentado, a tentativa, causa de diminuição da parte geral pode ser aplicada sozinha. - Fixação da pena de multa 1ᵃ operação: No tocante a quantidade de dias multa ( artigo 49, caput do CP), que varia entre 10 e 360, devem ser consideradas as circunstancias judiciais do artigo 59, caput do CP. 2ᵃ operação: artigo 60 do CP. É bifásica, pois leva em conta duas situações. Exercício para aplicação da pena José, portador de periculosidade, de bom comportamento social, com 20 anos de idade, reincidente, praticou o crime de extorsão mediante sequestro (artigo 159, caput). Faça a aplicação da pena; Verifique se é possível aplicar uma pena privativa de liberdade por uma restritiva de direitos e indique o regime de cumprimento de pena. João com varias passagens pela policia, de péssimo caráter, mediante paga, depois de embriagar-se propositadamente, praticou o crime de furto qualificado ( artigo 155, 4, III do CP) com emprego de chave falsa. Faça a aplicação da pena; Verifique se é possível substituir uma pena privativa de liberdade por uma restritiva de direitos e indique o regime de cumprimento de pena.
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