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1 EPISTEMOLOGIA DA DOCÊNCIA EPISTEMOLOGIA DA DOCÊNCIA Graduação 13 EPISTEMOLOGIA DA DOCÊNCIA U N ID A D E 1 EDUCAÇÃO E A NATUREZA HUMANA Vamos abordar nesta unidade os princípios que regem a educação, destacando a correlação existente entre a educação e a natureza humana. Agora é com você! Leia atentamente, tire suas dúvidas com o seu tutor on- line no decorrer do estudo. Acreditamos que você terá um excelente desempenho! OBJETIVO DA UNIDADE: • compreender a educação como processo individual e social, correlacionando com a natureza humana. PLANO DA UNIDADE: • A Educação • As influências educativas • As interlocuções entre a sociedade e a Educação Bem-vindo à primeira Unidade de Estudo. Sucesso! 14 UNIDADE 1 - EDUCAÇÃO E A NATUREZA HUMANA A EDUCAÇÃO A educação nos remete à busca de um sentido para a vida. O homem se diferencia fundamentalmente do animal pela sua capacidade de cognição, de produzir cultura e, consequentemente, por sua ação no meio em que está inserido através do trabalho. A partir das relações estabelecidas com o mundo que o cerca, cria modelos de comportamentos, instituições e saberes. Com a evolução da humanidade, o homem vem aperfeiçoando essas relações, o que só é possível pela construção de conhecimentos proporcionados através das gerações e da compreensão do comportamento humano diante de uma determinada cultura. Logo é a educação que permite a busca pelo novo, mas ao mesmo tempo mantém viva a memória de um povo, dando condições, desse modo, para a sua sobrevivência. Desde o momento em que o homem se relaciona com a natureza ou com outros homens, é estabelecida uma parceria, um momento de troca e descobertas. É o fruto dessa relação que chamamos de aprendizado. Portanto, a educação é algo que ocorre a todo momento, tendo em vista que somos seres sociais, logo podemos dizer que a educação é um fenômeno social. Sendo assim, as influências educativas são caracterizadas como intencionais e não- intencionais. AS INFLUÊNCIAS EDUCATIVAS As influências com intencionalidades, com objetivos definidos, como por exemplo, a educação escolar e extra- escolar, em que há uma intencionalidade de ensinar e uma consciência dos objetivos que se quer chegar, dizemos, então, que é uma educação intencional. Já as influências do meio sobre os indivíduos e do contexto social em que está inserido, que resultam na aquisição de valores, conhecimentos, práticas, experiências e idéias, sem intencionalidade e objetivos pré-estabelecidos, podemos dizer que é uma educação não-intencional, ou seja, situações e experiências casuais, não organizadas, porém que interferem na formação humana. Leia o fragmento do texto escrito por Carlos Brandão (2003, p. 7-9 ), no livro O que é Educação. Ninguém escapa da educação. Em casa, na rua, na igreja ou na escola, de um modo ou de muitos todos nós envolvemos pedaços da vida com ela: para aprender, para ensinar, para aprender-e-ensinar. Para saber, para fazer, para ser ou para conviver, todos os dias misturamos a vida com a educação. Com uma ou com várias: educação? Educações. E já que pelo menos por isso sempre achamos que temos alguma coisa a dizer 15 EPISTEMOLOGIA DA DOCÊNCIA sobre a educação que nos invade a vida por que não começar a pensar sobre ela(...) Não há uma forma única nem um único modelo de educação; a escola não é o único lugar onde ela acontece e talvez nem seja o melhor; o ensino escolar não é a sua única prática e o professor profissional não é o seu único praticante. O texto nos fala da educação do aprender-e-ensinar. Você concorda com ele? Em sua opinião existe uma só educação ou existem várias educações? Pense nisso e reflita sobre a sua educação e sobre a educação em geral. Existem inúmeros autores que escreveram e escrevem sobre educação; é um tema que nunca se esgota. A pluralidade da natureza humana oferece a todo aquele que se interessa pelo tema inúmeros caminhos para a reflexão. Segundo Freire (2004, p.110): (...)a educação é uma forma de intervenção no mundo. Intervenção que além do conhecimento dos conteúdos bem ou mal ensinados e/ou aprendidos implica tanto o esforço de reprodução da ideologia dominante quanto o seu desmascaramento. Podemos, agora, estabelecer um conceito para educação. Educação é o processo de desenvolvimento, envolvendo a formação humana, tendo em vista a orientação de sua interação como meio social diante de um determinado contexto. Portanto, podemos compreender que a educação, ou melhor dizendo, a prática educativa, é um fenômeno social e universal. AS INTERLOCUÇÕES ENTRE A SOCIEDADE E A EDUCAÇÃO É preciso reconhecer a unidade humana, sua complexidade, reunir e organizar conhecimentos que estão inseridos nas ciências sociais e humanas, proporcionando um novo olhar para a educação. A sociedade em geral considera a educação como necessária e importante, já que se trata de um processo de humanização pelo qual possibilita a nós, seres humanos, nos inserirmos na sociedade humana já construída historicamente e em construção. Dessa forma, a educação tem como principal tarefa inserir os indivíduos não somente no avanço da civilização, garantindo assim que usufrua dela através da análise, da compreensão, da reflexão, do desenvolvimento de habilidades, do conhecimento, de atitudes e da contextualização, como garantir que eles se apropriem dos instrumentos políticos, científicos, tecnológicos, sociais, econômicos e técnicos, proporcionando ao indivíduo, dessa forma, a capacidade de pensar e gerar soluções. Nesse momento, entendemos por educar o ato de aprender além do previamente aprendido, muitas vezes negando o que se sabia na perspectiva da construção de novos saberes. Ideologia - “conjunto lógico, sistemático e coerente de representações (idéias e valores) e de normas ou re- gras (de conduta) que indi- cam e prescrevem aos membros da sociedade o que devem pensar e como devem pensar, o que devem valori- zar e como devem valorizar, o que devem sentir e como devem sentir, o que devem fazer e como devem fazer.” Marilena Chauí 16 UNIDADE 1 - EDUCAÇÃO E A NATUREZA HUMANA O dinamismo social da atualidade exige do ser humano uma busca constante através da pesquisa, da experiência e da vivência, superando desafios em prol da evolução da humanidade. Nesta unidade, estudamos um pouco sobre o conceito de Educação, as influências educativas e a interlocução entre a sociedade e a educação. Para encerrarmos o estudo dessa unidade, convidamos você a ler o texto sugerido na leitura complementar e a refletir sobre a educação. LEITURA COMPLEMENTAR: ANTUNES, Celso. Marinheiros e Professores – Crônicas. São Paulo: Vozes, 1998. págs 30 e 31. Não esqueça de realizar as atividades desta unidade de estudo, presentes no caderno de exercício! Elas irão ajudá- lo a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia no processo de ensino-aprendizagem. Caso prefira, redija as respostas no caderno e depois as envie através do nosso ambiente virtual de aprendizagem (AVA). Interaja conosco! Na próxima unidade, construiremos conhecimentos a respeito das concepções e dos pensamentos pedagógicos. Até lá! 1 EPISTEMOLOGIA DA DOCÊNCIA EPISTEMOLOGIA DA DOCÊNCIA Graduação 17 EPISTEMOLOGIA DA DOCÊNCIA U N ID A D E 2 CONCEPÇÕES DA EDUCAÇÃO NO ÂMBITO DAS IDÉIAS PEDAGÓGICAS Agora, com o conceito de Educação compreendido diante do estudo da unidade anterior, destacaremos nesta unidade os pensamentos pedagógicos, buscando dessa forma a compreensão da Educação e suas implicações no contexto social. Essa unidade exigirá de você uma leitura mais concentrada. Atençãoaos conceitos e apontamentos! Temos certeza de que você descobrirá importantes conceitos a respeito da educação. Vamos lá! Agora é com você! OBJETIVO DA UNIDADE: • proporcionar o estudo das idéias pedagógicas, visando apresentar as concepções da educação, segundo os pensamentos pedagógicos e a compreensão da educação e suas implicações no contexto social. PLANO DA UNIDADE: • A didática e as concepções pedagógicas • O pensamento pedagógico Medieval • O pensamento pedagógico renascentista • O pensamento pedagógico Moderno • O pensamento pedagógico iluminista • O pensamento pedagógico positivista • O pensamento pedagógico socialista • O pensamento pedagógico da Escola Nova • O pensamento pedagógico brasileiro Bons estudos! 18 UNIDADE 2 - CONCEPÇÃO DA EDUCAÇÃO NO ÂMBITO DAS IDÉIAS PEDAGÓGICAS Através do ato de escolarização, fica constituída a visão de que a cidadania é necessária ao desenvolvimento social de cada indivíduo. A sociedade evolui, o homem evolui, a escola evolui. O cenário escolar reflete as condições sociais, políticas e econômicas da sociedade. Nesse contexto, para entender o papel social da escola hoje, faz-se necessário conhecer a sua história e seu próprio processo de constituição e desenvolvimento. A DIDÁTICA E AS CONCEPÇÕES PEDAGÓGICAS Libâneo (2004) diz que “A Pedagogia é uma ciência que possui como objeto de estudo a educação”,. É necessário refletir sobre esse objeto de estudo, buscando descrever e explicar sua natureza e suas especificidades. Libâneo (2004:23) ressalta essa importância: “O processo pedagógico orienta a educação para as suas finalidades específicas, determinadas socialmente, mediante a teoria e a metodologia da educação e instrução.” Desde os tempos primitivos, o homem busca instrução e conhecimento. Estudos demonstram que em muitas civilizações o ritual de passagem era comum, isto exigia um estudo, uma preparação, um planejamento para ingressar em determinado grupo ou sociedade. Essa organização pressupunha uma ação didática como forma estruturada de ensino. Quando se estabelece uma relação de produção de conhecimento e relação humana, fica constituída a Didática. O termo Didática surge a partir das idéias de Comênio, quando este escreve: A Didacta Magna no século XVII. João Amós Comênio era filósofo, teólogo e educador, ele desenvolveu idéias que iriam desconstruir um ato de ensinar voltado para o conservadorismo e para a valorização das elites. O PENSAMENTO PEDAGÓGICO MEDIEVAL A educação do homem medieval parte de grandes conhecimentos históricos como principalmente a vida de Jesus Cristo, que do ponto de vista pedagógico foi um grande educador e a pregação de seus apóstolos e discípulos após sua morte. Grandes escolas foram difundidas. Elas eram um instrumento de consolidação da religião. Os religiosos como São Tomás de Aquino e Santo Agostinho, eram educadores e ensinavam seus dogmas e suas crenças pautados em conceitos de servidão e obediência. A autoridade era centralizada e somente os “escolhidos” poderiam se enveredar pelo conhecimento, que apesar de ser constituído por homens, era inspirado por Deus. 19 EPISTEMOLOGIA DA DOCÊNCIA Os estudos medievais compreendiam: • O trivium: estudos de gramática, dialética e retórica; • O quadrivium: estudos de aritmética, geometria, astronomia e música. É importante salientar que as classes trabalhadoras não tinham acesso à educação formal. A educação física também não era valorizada, pois o corpo era considerado pecaminoso. O PENSAMENTO PEDAGÓGICO RENASCENTISTA As grandes navegações possibilitaram grandes descobertas. Estas impulsionaram o desenvolvimento humano em vários aspectos. A possibilidade de superação foi conduzida por competitividade, individualismo, conquistas e crueldade. A educação renascentista possibilitou a valorização mais uma vez dos ricos e seus herdeiros (os burgueses), constituindo e reforçando a idéia da hierarquia social em que o elitismo, o aristocratismo e a impunidade eram aceitos e difundidos. Vittorino da Feltre (1378-1446), Erasmo Desiderio (1467-1536), Juan Luis Vives (1492-1540), Michel de Montaigne (1533-1592) e François Rabelais (por volta de 1483-1553) foram os principais educadores renascentistas. A partir das idéias desses educadores, a escola em cada momento foi pensada e reconstituída. Seu principal momento de mudança iniciou-se com a Reforma Protestante idealizada por Martinho Lutero (1483-1546), na qual a escola deveria ser pública, mas também religiosa. Gadotti (2005) afima que “Era uma escola pública religiosa”. Em 1527, Lutero escreveu a seguinte carta: “Aos regedores de todas as cidades da nação alemã”, para que mantivessem e organizassem as escolas religiosas. Idealizava que “a educação pública destinava-se em primeiro lugar às classes superiores burguesas e secundariamente às classes populares, as quais deveriam ser ensinadas apenas os elementos imprescindíveis, entre os quais a doutrina cristã reformada” Gadotti apud Luzuriaga (1987 p.106). Nesta junção de religião com educação, João Calvino (1509-1564) introduz na Europa as idéias de oposição ao proletarialismo de Lutero, iniciando um novo movimento que ganha força com a Companhia de Jesus e os colégios jesuíticos. Inácio de Loyola (1491-1556) foi o fundador da educação jesuítica que valorizava a tradição e desprezavam a educação popular. Seu principal objetivo era catequizar, tudo era previsto, formatado, não possibilitando a autonomia e vontade própria. Em 1599, foi escrito o Ratio atque Institutio 20 UNIDADE 2 - CONCEPÇÃO DA EDUCAÇÃO NO ÂMBITO DAS IDÉIAS PEDAGÓGICAS Studiorium que continha os planos, programas e métodos da educação católica. O PENSAMENTO PEDAGÓGICO MODERNO O tempo não pára, o homem também! As novas relações que se estruturaram a partir do século XVI e XVII possibilitaram a constituição de uma sociedade ansiosa em dominar e administrar a si própria e a natureza.Fé e razão passam a ser discutidos, o que antes era valorizado passa a ser questionado. Surgem, com René Descartes (1596-1650), conceitos como método e metafísica. O pensamento pedagógico moderno caracteriza-se pelo realismo. O conhecimento precisa ser constituído para viver a vida em sociedade. John Locke (1632-1704) refletia sobre a razão da filosofia para quem só trabalha em fábricas. Essa idéia é reforçada por Comênio que, neste período, movimenta seus estudos sobre as práticas pedagógicas. O PENSAMENTO PEDAGÓGICO ILUMINISTA Com a Revolução Francesa no século XVIII, começa a surgir uma nova safra de pensadores. Jean Jacques Rousseau (1712-1778) resgata, através de suas obras, temas sobre a desigualdade social e a constituição da identidade, resgata também a relação entre política e educação. Ele considera principalmente o desenvolvimento da criança como fase inicial e potenciadora das características humanas. Rousseau foi o precursor da escola nova. Neste mesmo momento, o Iluminismo procurava libertar o povo da repressão e do autoritarismo. O próprio lema da Revolução Francesa instiga uma nova postura e inquietação: “Liberté, Egalité, Fraternité” (Liberdade, Igualdade, Fraternidade). Seus principais colaboradores foram: Pestalozzi, Herbeat e Frobel. O PENSAMENTO PEDAGÓGICO POSITIVISTA Com a decadência do Iluminismo surge o positivismo idealizado por Auguste Comte (1798-1857) e o marxismo por Karl Marx (1818-1883). Para Comte, só a ciência possibilita real conhecimento. Essa concepção ganhou forma com o desenvolvimento da Sociologia Geral e da Sociologia da Educação, que possibilitaria uma nova discussão sobre o papel social da escola. No Brasil, suas idéias foram absorvidas pela Velha República e pelo militarismo (década de 60). O tecnicismoe o ensino doutrinário caracterizavam este pensamento. • Principais colaboradores: Emile Durkheim (1858-1917) e Hebert Spencer (1820-1903). 21 EPISTEMOLOGIA DA DOCÊNCIA • Curiosidade: nossa bandeira tem a influência do lema positivista. O amor por princípio, a ordem como meio e o progresso como fim. O PENSAMENTO SOCIALISTA Segundo Gadotti (2005 p. 119): “O pensamento pedagógico socialista formou-se no seio do movimento popular pela democratização do ensino. A esse movimento se associaram alguns intelectuais comprometidos com essa causa popular e com a transformação social.” A pedagogia socialista reclamava uma escola pública com qualidade, opondo-se à pirâmide social e à educação classificatória. Para isso, seus idealizadores defendiam uma escola em que seus métodos fossem ativos e contextualizados. Antônio Gramsci (1891-1937), filósofo, jornalista e socialista italiano, acreditava que a escola tem a função de analisar a sociedade e formar indivíduos para interferir com criatividade e criticidade. O PENSAMENTO PEDAGÓGICO DA ESCOLA NOVA A teoria da Escola Nova propunha que a educação transformasse o homem, ser essencialmente social, para transformar a sociedade que o abraçava. Seu principal idealizador foi Adolphe Ferriere, que considerava o ideal da Escola Nova a atividade pessoal, livre e criativa. Ele criticava a escola tradicional, justamente por seus modelos prontos e acabados. As atividades a partir de temas selecionados eram valorizadas, pois respeitavam a construção e o interesse dos alunos. Seus principais colaboradores: John Dewey (1859-1952); Ovide Decrly (1871-1932); Maria Montessori (1870-1952); Édouard Clarapéde (1873- 1940) e Jean Piaget (1896-1980) construíram uma pedagogia que valoriza a experiência e a autonomia. No Brasil, Paulo Freire (1921-1997) resgata alguns conceitos com o conservadorismo da escola, a educação libertadora tão sonhada, mas pouco praticada. O PENSAMENTO PEDAGÓGICO BRASILEIRO A educação no Brasil inicia com a chegada dos jesuítas juntamente com as idéias já apresentadas no pensamento pedagógico renascentista. O ensino era totalmente alheio a realidade. A educação jesuítica no Brasil- colônia oferecia uma educação elementar para a população índia e branca (as mulheres não recebiam a educação escolar) e uma educação média para os homens da classe dominante. Inicia-se assim uma educação elitista no Brasil. No período do império, a educação no Brasil sofreu poucas modificações no seu pensamento pedagógico, destacamos a criação das primeiras escolas 22 UNIDADE 2 - CONCEPÇÃO DA EDUCAÇÃO NO ÂMBITO DAS IDÉIAS PEDAGÓGICAS normais, - preocupação com a formação do professor - em Niterói (1835), Bahia (1836), Ceará (1845) e São Paulo (1846) e dos Liceus na Bahia e na Paraíba (1836) e o Colégio Pedro II no Rio (1837), mesmo com a criação de instituições de ensino a escolarização continuava para alguns poucos indivíduos provenientes da burguesia ascendente. Com a República, a organização escolar no Brasil começa a ficar mais próxima dos nossos dias. Didaticamente, seguiremos a seguinte organização: Primeira República (de 1889 até a revolução de 30), a Nova República (início da década de 30 até 1945) e época pós-1964. Na Primeira República havia um sistema educacional para a capital e outro para o restante do país, mas em 1890 aconteceu a primeira reforma do ensino conhecida como Reforma Benjamin Constant, que tinha como princípios básicos: a liberdade e laicidade do ensino, a gratuidade da escola primária e a introdução das ciências no currículo (influência positivista). Na Nova República a demanda por educação cresce, surgem as concepções escolanovistas e em 1931 o “Manifesto dos Pioneiros da Escola Nova” lança uma nova teoria pedagógica e as idéias políticas para renovar o sistema educacional brasileiro. Nesse período, foi criado, em 1930, o Ministério da Educação e, em 1934, a primeira universidade brasileira. Em 1942 aconteceu a “Reforma Capanema” e em 1961 foi promulgada a primeira Lei de Diretrizes e Base, a Lei 4.024. No período pós-1964 destacamos a reforma Universitária, de 1968, através da Lei 5.540 e a Lei 5.692/71 que reformulou a educação escolar implantando o ensino de 1º e 2º graus os ensinos básico e secundário. O pensamento pedagógico Brasileiro começou a se estruturar a partir do movimento da Escola Nova. Com a criação da ABE (Associação Brasileira de Educação), em 1924, passamos a construir nossa própria concepção de educação sem reproduzir o pensamento pedagógico de outras culturas. A escola jesuítica, nossa primeira experiência pedagógica, deixa ainda ranços em nossa “memória pedagógica”. A rigidez, a punição e o condicionamento de idéias foram amplamente difundidos até o período da ditadura militar. Alguns educadores se destacaram em denunciar e repensar a história da nossa Educação. Paulo Freire, Anísio Teixeira, Darcy Ribeiro, Lourenço Filho e Florestan Fernandes dedicaram as suas vidas à escola e à prática pedagógica. Cada um em seu momento contribuiu para a formação de educadores reflexivos e conscientes da importância da escola e do ato de escolarização. Caro aluno, chegamos ao final de nossa unidade. Espero que você tenha percebido o quanto os pensamentos pedagógicos contribuíram e contribuem para o fazer pedagógico. Não esqueça de realizar as atividades desta unidade de estudo, presentes no caderno de exercício! Elas irão ajudá- lo a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia no processo de ensino-aprendizagem. Caso prefira, redija as respostas no caderno e depois as envie através do nosso ambiente virtual de aprendizagem (AVA). Interaja conosco! Na próxima unidade estudaremos as tendências pedagógicas. Até lá! 1 EPISTEMOLOGIA DA DOCÊNCIA EPISTEMOLOGIA DA DOCÊNCIA Graduação 23 EPISTEMOLOGIA DA DOCÊNCIA U N ID A D E 3 AS TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS NA PRÁTICA ESCOLAR Abordaremos, a seguir, as tendências pedagógicas da prática escolar, buscando a investigação do campo de conhecimento de cada tendência, correlacionando com a ação docente e a aprendizagem humana. Acreditamos que você já tenha percebido a importância da leitura e do estudo para garantir o sucesso de suas unidades. Aí vai uma dica: crie um momento de estudo! Sabemos do seu “corre-corre”, mas esse é o desafio do homem nesse mundo globalizado. Vamos lá! Agora é com você! OBJETIVO DA UNIDADE: • oportunizar o estudo das tendências pedagógicas no Brasil, levando à compreensão de suas implicações na prática educativa e destacando ainda a correlação entre a ação docente e a construção da aprendizagem humana. PLANO DA UNIDADE: • A Pedagogia Tradicional • A Pedagogia Renovada • O Tecnicismo Educacional • A Pedagogia Libertadora • A Pedagogia Crítico-Social dos Conteúdos • Quadro comparativo das tendências pedagógicas Bons estudos! 24 UNIDADE 3 - AS TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS NA PRÁTICA ESCOLAR Os estudos a respeito da educação levaram o homem a buscar em sua história a evolução e as influências sociais que marcaram a prática escolar. Os autores, em geral, apontam as tendências pedagógicas que interferiram e interferem até hoje na educação do Brasil. Podemos dividir as tendências em dois grupos: Cunho Liberal e Cunho Progressista Destacaremos aqui as tendências mais conhecidas no âmbito educacional. § Cunho Liberal: Pedagogia Tradicional, Pedagogia Renovada e Tecnicismo Educacional. § Cunho Progressista: Pedagogia Libertadora e Pedagogia Crítico Social dos conteúdos. Pedagogia Tradicional A Pedagogia Tradicional tem como princípio que a Didática é uma disciplina normativa, constituída por um conjunto de regras e princípios que têm como propósito regulamentar o ensino. De acordo com essa tendência, o ato de ensinarestá concentrado no professor que expõe a matéria, fazendo do aluno um mero receptor, pois acreditava-se que ao repetir várias vezes, o indivíduo poderia ser capaz de aprender enquanto que, na verdade, só reproduzia o que lhe tinha sido transmitido. O aluno dessa modalidade é um receptor da matéria e sua função é decorá-la. O ato de ensinar, nesse momento, torna-se uma transmissão do conhecimento, em que o professor tem como única metodologia a aula expositiva. A aprendizagem é receptiva, automática, não exige do aluno uma atividade mental e o desenvolvimento de suas capacidades intelectuais. Apesar de todas as inovações no âmbito educacional, a didática tradicional tem resistido ao tempo e ainda hoje podemos observar a interferência da mesma na prática escolar. Pedagogia Renovada Como contraposição à Pedagogia Tradicional, a Pedagogia Renovada surgiu no final do século XIX, incluindo várias correntes: a piagetiana, a progressivista, a culturalista, a montessoriana e outras. Sendo assim, pontuaremos nesse momento a Didática da Escola Nova, que contempla a didática como direção da aprendizagem, tornando o aluno sujeito da aprendizagem, deixando dessa forma de ser um mero receptor. A atuação do professor é proporcionar ao aluno experiências que estimulem os interesses do aprendiz em busca do conhecimento. Nesse momento, o aluno se torna ativo e investigador da atividade escolar. Assim, o professor e a matéria deixam de ser o centro da educação. A aprendizagem permeia os métodos como: trabalho em grupo, estudo 25 EPISTEMOLOGIA DA DOCÊNCIA individual, pesquisa, projetos e outros. Nessa tendência, o professor não tem como tarefa ensinar, mas sim ajudar o aluno a aprender. Dessa forma, podemos perceber que a Didática vai além da direção, passa a ser a orientação da aprendizagem, tendo em vista que a aprendizagem é uma experiência própria do aluno através da investigação e da pesquisa. Tecnicismo Educacional Nos anos 60, o tecnicismo educacional ganha autonomia e constitui- se como tendência, baseada na teoria behaviorista da aprendizagem e na abordagem sistêmica do ensino. A Didática se torna instrumental com o interesse voltado para a racionalização do ensino, uso de técnicas e meios mais eficazes. O professor é um executor de planejamento, um instrutor administrado para atingir objetivos operacionais e o aluno tem como papel primordial executar as tarefas preestabelecidas pela instrução dos livros didáticos. Pedagogia Libertadora Diante da crença de que toda didática resumia-se na instrumentalização do ensino, nessa tendência não há uma proposta explícita da educação. No entanto, é possível constatar que há uma didática implícita, partindo do pressuposto que todo professor se põe diante da turma com a tarefa de orientar a aprendizagem dos alunos. O papel do professor nessa tendência está em proporcionar a discussão, o trabalho em grupo, promovendo a participação dos alunos, levando-os a analisarem problemas e realidades do meio social em que estão inseridos, tornando o ato de educar centrado na discussão de temas sociais e políticos, proporcionando uma didática que busca desenvolver a capacidade de discussão e a liberdade de expressão dos alunos. Pedagogia Crítico-Social dos Conteúdos A Pedagogia Crítico-Social dos Conteúdos destaca o ensino como mediação entre objetivos, métodos e conteúdos, buscando proporcionar autonomia cognitiva aos alunos além dos conteúdos sistematizados. A didática, nesse momento, visa a interação e a discussão diante dos temas político-sociais, proporcionando aos alunos o domínio de conteúdos científicos, hábitos e habilidades de raciocínio científico. Essa tendência visa garantir ao aluno a capacidade de assumir no conjunto das lutas sociais a 26 UNIDADE 3 - AS TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS NA PRÁTICA ESCOLAR consciência crítica, tornando-se agente ativo de sua própria transformação e da sociedade. Quadro comparativo das tendências pedagógicas Agora que você já conhece as tendências mais conhecidas, observe os quadros abaixo e estabeleça sua própria comparação. Tendências Pedagógicas Liberais Tendências Pedagógicas Progressistas O ato de educar se torna, de fato, momento de descoberta, discussão e produção de novos conceitos, formando o aluno agente social diante do fato de estar em constante interação com o outro e com a sociedade na qual está inserido. Foi possível constatar que as tendências aqui apresentadas refletem nos momentos históricos vividos pela sociedade. É importante destacar que cada uma contribuiu e continua contribuindo para o repensar didático- pedagógico no ato de educar. Não podemos esquecer que o processo ensino-aprendizagem é uma troca constante de conhecimentos, valores, culturas e acima de tudo, a formação do homem enquanto um ser social. 27 EPISTEMOLOGIA DA DOCÊNCIA Chegamos ao final da nossa unidade. Espero que você tenha compreendido a visão de cada tendência. Agora você já pode investigar e perceber como as mesmas influenciaram a metodologia das escolas até os tempos atuais. Não esqueça de realizar as atividades desta unidade de estudo, presentes no caderno de exercício! Elas irão ajudá- lo a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia no processo de ensino-aprendizagem. Caso prefira, redija as respostas no caderno e depois as envie através do nosso ambiente virtual de aprendizagem (AVA). Interaja conosco! Na próxima unidade estudaremos a relação da Didática com a sociedade. Vamos lá! 1 EPISTEMOLOGIA DA DOCÊNCIA EPISTEMOLOGIA DA DOCÊNCIA Graduação 29 EPISTEMOLOGIA DA DOCÊNCIA U N ID A D E 4 A RELAÇÃO DA DIDÁTICA COM A SOCIEDADE E A COMUNICAÇÃO DO PROCESSO DIDÁTICO Após o estudo das unidades anteriores, chegou o momento de compreender a relação da Didática com a sociedade, com destaque para o processo ensino-aprendizagem e suas inter-relações com a relação professor/ aluno e os procedimentos de ensino. Você irá perceber que começaremos a tratar da prática educativa. Aproveite para romper com alguns conceitos deturpados a respeito do ato de educar. Acreditamos na sua capacidade e não se esqueça: “É vencendo os desafios que descobrimos que somos capazes de superar obstáculos”. Acredite em você. OBJETIVO DA UNIDADE: • refletir a multidimensionalidade do processo ensino- aprendizagem, destacando a relação entre a didática e a sociedade; reconhecer o processo ensino-aprendizagem, destacando a importância das relações professor/aluno, através da compreensão dos procedimentos de ensino. PLANO DA UNIDADE: • O processo de ensino-aprendizagem e suas inter-relações com a relação professor/aluno. • Os procedimentos de ensino Bons estudos! 30 UNIDADE 4 -A RELAÇÃO DA DIDÁTICA COM A SOCIEDADE E A COMUNICAÇÃO DO PROCESSO DIDÁTICO O processo de ensino-aprendizagem e suas inter-relações com a relação professor aluno. “A educação é um fenômeno social” (Libâneo: 2004, p.18). A escola tem seu papel social reforçado pela constituição de suas atividades didáticas. A didática, conforme o estudado nas outras unidades, é um dos ramos da pedagogia e tem como objetivo investigar as práticas de ensino e aprendizagem. É tarefa da escola preparar o aluno para exercer de forma autônoma e coerente sua cidadania. Para tal, ela necessita de profissionais de ensino que tenham real comprometimento com sua formação e compreendam a importância social de suas mensagens. Essa organização contempla uma educação sistemática que deve ser realizada em conjunto com os anseios da sociedade, conforme nos explica Candau (1983, p.105): “É fundamentalmente a partir de uma visão contextualizada e historicizada daeducação que podemos repensar a Didática e resituá-la em conexão com uma perspectiva de transformação social, com a construção de um novo modelo de sociedade.” Libâneo estabelece uma seqüência didática como forma de organizar a prática docente: - Planejamento - Direção de Ensino e da Aprendizagem - Avaliação Esses são alguns dos elementos dos quais o professor necessita para exercer sua prática docente. Abordaremos cada item dessa seqüência didática nas unidades seguintes. Elizabeth Polity, em seu livro ‘Ensinando a Ensinar’, realiza uma reflexão sobre a formação dos professores e sua autoridade para ensinar. Ela utiliza nesse mesmo livro o seguinte texto de Freud para iniciar uma reflexão. “Esses homens, nem todos pais na realidade, tornaram-se nossos pais substitutos. Foi por isso que embora bastante jovem, impressionassem- nos como tão maduros e tão inatingivelmente adultos. 31 EPISTEMOLOGIA DA DOCÊNCIA Transferimos para eles o respeito e as experiências ligadas ao pai onisciente de nossas infâncias e depois começamos a tratá-los como tratávamos nossos pais em casa. Confrontamo-los com a ambivalência que tínhamos adquiridos em nossas próprias famílias e ajudados por ela, lutamos como tínhamos o hábito de lutar com nossos pais de carne e osso. A menos que levemos em consideração nossos quartos de criança e nossos lares, nosso comportamento para com os professores seria não apenas incompreensível, mas também indesculpável.” Freud* Assim como Polity, é possível questionarmos: que tipo de escola queremos? Qual a importância da escola e dos professores em nossas vidas? Quem está autorizado a ensinar neste mundo de incertezas e indefinições? Polity cita Alicia Fernández (1994) ao afirmar que “ensinar é autorizar- se a pensar, é o permitir-se perguntar, é deixar o espaço à imaginação e ao prazer de aprender, e em conseqüência, e só em conseqüência, ao prazer de ensinar.” O compromisso assumido entre escola e professor se consolida com a intervenção do aluno e seu contexto social. A relação da didática e a sociedade contemplam a comunhão de objetivos didáticos e formação do professor – ser que interfere na dinâmica de nossas vidas e que tem como principal missão educar para um mundo sem fronteiras. A reflexão sobre a relação da didática com a sociedade nos leva a reforçar a necessidade de comprometimento do professor com a ação docente. Ação docente - atividade de ensinar, combinando objetivos, conteúdos, metodologia, recursos e avaliações, tendo em vista a compreensão do aprendiz. O processo de ensino-aprendizagem envolve direta ou indiretamente a relação humana, logo é de fundamental importância a comunicação entre quem ensina e quem está predisposto a aprender. A condução do processo didático exige uma estruturação dos momentos da aula, de modo que assegure o desenvolvimento e a transformação gradativa da capacidade intelectual do indivíduo rumo ao domínio de conhecimentos e sua aplicação no contexto social. 32 UNIDADE 4 -A RELAÇÃO DA DIDÁTICA COM A SOCIEDADE E A COMUNICAÇÃO DO PROCESSO DIDÁTICO Por muito tempo acreditou-se que educar fosse uma tarefa simples, uma mera transmissão de informações, que para exercer o ato de educar bastava saber o conteúdo, estar à frente de uma turma e transportar as informações. Mas, nos tempos atuais fica claro que é de fundamental importância a habilidade em ensinar, pois entre o conhecimento e o aprendiz há um universo desconhecido que cabe ao docente, com sua habilidade e conhecimento, mediar o processo de ensino, de modo a levar o aluno à aprendizagem. Ensinar é favorecer o acesso ao saber, é criar possibilidade para a construção ou produção do conhecimento. E cabe à escola prover ao educando conhecimentos sistematizados que contribuam com o seu crescimento intelectual, social e pessoal, levando o indivíduo a interligar sua aprendizagem com o mundo que o cerca, ou seja, aplicar na vida cotidiana os saberes descobertos na escola. Para que possamos compreender de fato o processo ensino- aprendizagem, se faz necessário analisar o mesmo, fazendo uma articulação entre as dimensões humana, técnica e político-social. • Dimensão Humana – como já citamos, o processo ensino- aprendizagem envolve a relação humana. Logo, a relação interpessoal é o centro do processo, pois é através da troca entre professor e aluno que ocorre a aprendizagem. Sendo assim, a empatia, a emoção, o carinho, o respeito são fundamentais para favorecer a prática educativa com excelência. • Dimensão Técnica – o processo ensino-aprendizagem é uma ação intencional, sistemática, logo essa dimensão se refere ao aspecto objetivo e racional do processo ensino-aprendizagem. Visa organizar as condições que melhor propiciem o conhecimento, levando em consideração a seleção do conteúdo, os objetivos instrucionais, as estratégias e os recursos de ensino que resultam na aprendizagem do indivíduo. • Dimensão Político-Social – é fato e não podemos negar: todo o processo de ensino-aprendizagem está situado numa cultura em que as pessoas têm um lugar definido na organização social em que estão inseridas, logo essa dimensão está “impregnada” na prática educativa, nos levando a contextualizar o ato de educar em busca de proporcionar ao aluno, através do ensino, a criatividade, a autonomia e a cidadania. Desse modo, a dimensão político-social nos leva a entender que educar é uma responsabilidade social, de modo a contemplar a diversidade humana, respeitando as diferenças e não se esquecendo, é claro, da nossa responsabilidade social, pois o aluno de hoje é o cidadão de amanhã e cabe ao docente contribuir para a sua formação. 33 EPISTEMOLOGIA DA DOCÊNCIA Os procedimentos de ensino É possível constatar que a ação de ensinar precisa articular as três dimensões apresentadas de modo a levar o indivíduo a uma aprendizagem significativa no contexto social em que está inserido. Cabe ao docente assegurar a unidade didática entre o ensino e a aprendizagem, através da prática educativa, ou seja, do processo de ensino. Libâneo propõe a “Estruturação do Trabalho Docente”, tendo em vista proporcionar a organização do processo de ensino, pois o trabalho docente é uma atividade intencional que requer planejamento, visando atingir os objetivos de aprendizagem. Podemos citar cinco momentos da metodologia de ensino na aula, que articulados entre si, buscam levar os indivíduos a uma aprendizagem. Para Libâneo (2004), os cinco momentos são: 1- Orientação inicial dos objetivos de ensino e aprendizagem. Nesse momento inicial cabe ao docente pontuar com seus alunos os objetivos que pretende alcançar juntamente com eles ao final da aula. Desse modo, o professor, ao fazer as orientações iniciais, deve sondar o que seus alunos já sabem a respeito dos conceitos “novos” a serem apresentados. 2- Transmissão / Incorporação da matéria nova. Tendo em vista que os alunos já estão cientes dos objetivos propostos, é o momento de iniciar a “matéria nova” que irão estudar. Sendo assim, o docente deve usar de metodologias significativas para apresentar os conceitos, buscando sempre a relação entre o que se ensina e o contexto no qual o indivíduo está inserido. 3- Consolidação e aprimoramento dos conhecimentos, habilidades e hábitos. O aluno já está de posse dos conteúdos novos, mas se faz necessário consolidar e aprimorar sua aprendizagem. Sendo assim, é o momento de fixação, levando o indivíduo a construir e desconstruir, de modo a se apropriar dos conceitos que está estudando. É preciso proporcionar ao educando atividades que visem consolidar e aprimorar os conhecimentos, despertando habilidades ehábitos provenientes de sua aprendizagem. 34 UNIDADE 4 -A RELAÇÃO DA DIDÁTICA COM A SOCIEDADE E A COMUNICAÇÃO DO PROCESSO DIDÁTICO 4- Aplicação de conhecimentos, habilidades e hábitos. O conhecimento aprendido durante a aula precisa ser interligado com a vida cotidiana do aluno. Logo, é necessário levá-lo a colocar em prática no seu dia-a-dia a aprendizagem escolar, de modo a ser capaz de analisar, sintetizar, comparar, criticar e outras ações que caracterizam a aprendizagem significativa do indivíduo como um todo. 5- Verificação e avaliação dos conhecimentos e habilidades. Apesar de a todo o momento, desde o primeiro passo, estarmos avaliando o desempenho de nossos alunos, ou seja, um acompanhamento contínuo, é preciso uma oportunidade de verificar a aprendizagem do indivíduo. Através de uma avaliação final é possível constatar o nível de aprendizagem conquistado pelo aluno no decorrer de todos os momentos propostos. Sendo assim, fica claro que o processo didático requer uma boa comunicação, articulação das dimensões e a compreensão da estruturação do trabalho docente, de modo a proporcionar ao indivíduo a descoberta de novos conhecimentos e habilidades. LEITURA COMPLEMENTAR OBRIGATÓRIA: FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: Saberes necessários à prática educativa. 21 ed. São Paulo: Paz e Terra, 2004. cap 2, 148p. É HORA DE SE AVALIAR Não esqueça de realizar as atividades desta unidade de estudo, presentes no caderno de exercício! Elas irão ajudá-lo a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia no processo de ensino-aprendizagem. Caso prefira, redija as respostas no caderno e depois as envie através do nosso ambiente virtual de aprendizagem (AVA). Interaja conosco! Chegamos ao final de mais uma unidade. Nela foi possível constatar o quanto o ato de educar envolve comprometimento e sabedoria. Espero que tenha gostado. Até a próxima unidade, na qual iremos estudar as competências necessárias para ensinar. * In (Polity: 1997 p.27) 1 EPISTEMOLOGIA DA DOCÊNCIA EPISTEMOLOGIA DA DOCÊNCIA Graduação 35 EPISTEMOLOGIA DA DOCÊNCIA U N ID A D E 5 AS COMPETÊNCIAS NECESSÁRIAS PARA ENSINAR Diante das considerações da unidade anterior a respeito da comunicação do processo didático, se faz necessário refletir sobre as competências para ensinar. Você irá compreender a necessidade de analisarmos com cautela a docência no atual contexto educacional. OBJETIVO DA UNIDADE: • valorizar o ensino por competência, destacando as competências necessárias em um professor para educar nos tempos atuais. PLANO DA UNIDADE: • As competências para ensinar. • A docência no atual contexto educacional. Bons Estudos! 36 UNIDADE 5 - AS COMPETÊNCIAS NECESSÁRIAS PARA ENSINAR As competências para ensinar O que nos torna professores? Como ser um bom professor ou um professor competente? Estas questões são modernas e tiram o sono de muitos que desejam ser professores. A docência é uma atividade que requer um comprometimento e uma formação específica. Nesta unidade, iremos estudar as 10 competências para ensinar segundo Philippe Perrenoud. Philippe Perrenoud, suíço, doutor em sociologia e professor na Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação na Universidade de Genebra, autor de várias obras na área da pedagogia e psicologia, tem contribuído com vários estudos sobre a prática docente. Seus livros são leitura obrigatória para os profissionais do ensino. Perrenoud define 10 famílias de competências que não constituem um inventário definitivo da prática docente, mas reúne as principais características e exigências do mercado ser trabalho. Mas, o que é competência? Segundo Perrenoud (2000:15), “A noção de competência designará uma capacidade de mobilizar diversos recursos cognitivos para enfrentar um tipo de situação.” Segundo Terezinha Azeredo Rios em seu artigo Competência ou Competências – o novo e o original na formação de professores (In: ROSA, D.E.G. e SOUZA,V.C (Org). Didática e Práticas de Ensino: interfaces com diferentes saberes e lugares formativos. Rio de Janeiro: DP&A, 2002. ) “A competência guarda o sentido de saber fazer bem o dever. Na verdade, ela se refere sempre a um fazer que requer um conjunto de saberes e implica um posicionamento diante daquilo que se apresenta como desejável e necessário. É importante considerar-se o saber, o fazer e o dever como elementos historicamente situados, construídos pelos sujeitos em sua práxis.” Então, podemos resumidamente entender: COMPETÊNCIA: Saber Essa definição, ainda segundo Perrenoud, pode ser reunida em quatro aspectos: 1 – As competências não são elas mesmas saberes, savoir-faire ou atitudes, mas mobilizam, integram e orquestram tais recursos. 2 – Essa mobilização só é pertinente em situação, sendo cada situação singular, mesmo que se possa tratá-la em analogia como outras, já encontradas. 3 – Os exercícios da competência passam por operações mentais complexas, subentendidas por esquemas de pensamento (Altet, 1996; Perrenoud 2000), que permitem realizar (de modo mais ou menos eficaz) uma ação relativamente adaptada à situação. 37 EPISTEMOLOGIA DA DOCÊNCIA 4 – As competências profissionais constroem-se em formação, e também no sabor da navegação diária de um professor, de uma situação de trabalho à outra (Le boterf, 1997). Vamos agora apresentar cada uma das competências para a formação dos professores. Segundo Perrenoud (2000) as competências são: 1 – Organizar e dirigir situações de aprendizagem; 2 – Administrar a progressão das aprendizagens; 3 – Conceber e fazer evoluir os dispositivos de diferenciação; 4 – Envolver os alunos em suas aprendizagens e em seu trabalho; 5 – Trabalhar em equipe; 6 – Participar da administração da escola; 7 – Informar e envolver os pais; 8 – Utilizar novas tecnologias; 9 – Enfrentar os deveres e os dilemas éticos da profissão; 10- Administrar sua própria formação contínua. Cada uma das competências estabelecidas por Perrenoud alerta que o professor precisa tomar as rédeas da sua própria formação e estruturar sua prática docente com seriedade e eficiência. Não existe receita ou caminho delimitado para que o professor desenvolva as competências necessárias a sua prática profissional, é preciso caminhar, ou seja, é preciso querer agir. Apresentaremos algumas indicações, que com certeza, poderão ajudá-lo no desenvolvimento de algumas competências. Organizar e dirigir situações de aprendizagem Para organizar e dirigir situações de aprendizagem o primeiro passo é ter pleno conhecimento do conteúdo a ser ensinado, só assim se tem liberdade e segurança para construí-los em parceria com os alunos. O segundo passo diz respeito ao planejamento das situações de aprendizagem e seus objetivos. Ao se planejar deve se levar em consideração o que os alunos pensam e sabem. Quando no processo educativo, o professor parte do conhecimento real do aluno; fica mais fácil se trabalhar na área definida por Vygotsky de zona de desenvolvimento proximal, que deve ser a área de atuação do professor. Ao se trabalhar nessa faixa fica mais fácil dialogar com o aluno, aproximá-lo do conhecimento científico, compartilhar a reestruturação do sistema de compreensão do mundo. 38 UNIDADE 5 - AS COMPETÊNCIAS NECESSÁRIAS PARA ENSINAR As situações de aprendizagem, quando devidamente organizadas e dirigidas, deverão ser sempre progressivas; os alunos interagem com elas de tal forma, que o erro transforma-se em instrumento de aprendizagem o que fortalece o interesse, a busca , a vontade de conhecer e saber. Administrar a progressão das aprendizagens Administrar a progressão das aprendizagens pressupõe trabalhar osaber pensar. Uma ótima maneira para isso é a proposição de situações- problema que envolvem dentre outras características: elaboração de hipóteses, de estratégias, antecipação de resultados, argumentação, validação de solução e reexame coletivo. Envolve também a visão global do processo educativo. É preciso que gradativamente se desenvolva habilidades e que se leve o aluno a construir competências, para isso é preciso que se planeje cooperativamente, que se acompanhe o desenvolvimento do aluno em todo o seu período de formação, que se operacionalize várias formas de trabalho e que se desenvolva mecanismos que permitam a (re)orientação de todo o processo. Conceber e fazer evoluir os dispositivos de diferenciação Pensar estratégias diferenciadas para as aulas é o primeiro passo para atender as especificidades dos alunos, para diversificar a maneira de ensinar, dando oportunidade a todos de interagir ativamente com o processo educativo. A tecnologia educacional pode ser um suporte no estabelecimento de novas metodologias. O envolvimento coletivo, a cooperação, a parceria entre alunos, professores e equipe técnico-pedagógica facilita a definição de estratégias de ensino-aprendizagem que vão ao encontro das reais necessidades dos alunos. Envolver os alunos em suas aprendizagens e em seu trabalho A aprendizagem é um processo pessoal e particular por isso é importante que o aprendiz se envolva, tenha o desejo de aprender, de saber. O professor deve ser capaz de encorajar, de estimular, de incentivar o aluno a buscar o conhecimento. Para isso é preciso que a aprendizagem seja significativa para o aluno. A escola deve investir na cultura da auto-avaliação e da responsabilidade sobre a aprendizagem em todos os envolvidos no processo educativo, só assim haverá o envolvimento responsável com a própria aprendizagem, além de permitir a aproximação da instituição escola com os anseios da comunidade escolar e com a própria vida. Trabalhar em equipe O crescimento coletivo deve ser uma das principais metas do processo educacional; esse crescimento só acontece quando se consegue trabalhar 39 EPISTEMOLOGIA DA DOCÊNCIA em equipe. A escola é por natureza um espaço de cooperação, de partilha, de troca. A cultura da cooperação favorece o desenvolvimento de várias outras competências, fortalece a co-responsabilidade, o desejo de colaboração, o respeito ao outro, a capacidade de dialogar, de argumentar, de gerenciar conflitos, de dividir tarefas e a autonomia do pensar. O trabalho em equipe não deve ficar restrito às quatro paredes da sala de aula, afinal é uma das grandes exigências do mundo contemporâneo. Participar da administração da escola Um dos objetivos da educação escolar é a consolidação da cidadania; essa consolidação acontece a partir de vivências cidadãs. O próprio sistema educacional exige da escola um Projeto Político-Pedagógico, que é um projeto coletivo. Portanto, o professor não pode isentar-se dessa participação. Cada membro da comunidade educativa é responsável pelo processo educativo, por isso a gestão da escola precisa ser transparente nas suas escolhas e prestar contas delas. Cada profissional deve participar da construção de estratégias coletivas de gestão sem perder de vista a responsabilidade individual e coletiva de definir prioridades, de implementar ações, de avaliar e avaliar-se. Informar e envolver os pais Um ensino verdadeiramente democrático é inclusivo. O processo de inclusão envolve também a família e a própria comunidade que a escola está inserida. Todos devem participar do processo educativo. A construção de saberes é um bem comum que deve ser estimulado. Os pais devem participar ativamente do processo de aprendizagem dos filhos e partilhar com o professor suas angústias e inquietações, por isso devem ser encarados como parceiros no processo educacional e não como alienígenas prestes a invadir o território do professor. Utilizar novas tecnologias O mundo está muito próximo, o desenvolvimento de novas tecnologias de informação e comunicação tem permitido uma transformação radical em nossas maneiras de comunicar, trabalhar, decidir, pensar e agir. O nosso aluno chega à escola com um grande cabedal de informações; o professor não pode ficar alheio a isso, assim como, não pode mais pautar sua ação pedagógica em antigos manuais didáticos. O professor precisa utilizar as novas tecnologias em prol de seu próprio aperfeiçoamento profissional, para enriquecer e aproximar da realidade suas aulas, para desenvolver a habilidade de saber aprender, para envolver o aluno em suas aprendizagens. 40 UNIDADE 5 - AS COMPETÊNCIAS NECESSÁRIAS PARA ENSINAR As novas tecnologias nos apontam para uma nova modalidade de ensino à distância, que passa a ser um novo mercado de trabalho para o professor. Enfrentar os deveres e os dilemas éticos da profissão Num mundo tão competitivo o professor deve estar preparado para lidar com as desigualdades, com a violência, com os preconceitos, com a discriminação. É preciso que professor e alunos possam elaborar uma significação coletiva sobre todos esses problemas e possam (re)criar e vivenciar novas regras para a convivência humana. Enfrentar os deveres e os dilemas éticos da profissão exigem valores, e os comprometimentos pessoal e social do professor. Um comprometimento com a complexidade do processo educativo, em que o senso de justiça, de responsabilidade e de tolerância com as diferenças seja uma constante. Administrar sua própria formação contínua O professor enquanto profissional não pode ficar parado no tempo e no espaço, é preciso estar aberto para novas aprendizagens, buscar atualização constante, pesquisar sempre. As práticas pedagógicas estão evoluindo, é preciso que o professor busque sempre a autoformação, que utilize sua prática como ponto de partida para novos estudos e pesquisas, que se permita experimentar, inovar, transformar, que reflita sobre a sua práxis de forma individual e coletivamente. A ação pedagógica só dará um salto qualitativo quando o professor investir na sua própria formação. Administrar sua própria formação contínua O professor enquanto profissional não pode ficar parado no tempo e no espaço, é preciso estar aberto para novas aprendizagens, buscar atualização constante, pesquisar sempre. As práticas pedagógicas estão evoluindo, é preciso que o professor busque sempre a autoformação, que utilize sua prática como ponto de partida para novos estudos e pesquisas, que se permita experimentar, inovar, transformar, que reflita sobre a sua práxis de forma individual e coletivamente. A ação pedagógica só dará um salto qualitativo quando o professor investir na sua própria formação. A docência no atual contexto educacional Ensinar para promover competências está longe de ser um modismo pedagógico, é uma tendência atual e exigência para a cultura e para o trabalho, o convívio e a realização pessoal de cada sujeito. 41 EPISTEMOLOGIA DA DOCÊNCIA Cada etapa da educação escolar é responsável por desenvolver um tipo de competência. Luis Carlos de Menezes, em seu artigo ‘A competência para promover competências’, estrutura que estas devam ser diluídas nas etapas escolares. Na educação infantil, as competências sócio-afetivas são as mais exigidas, já que o vínculo familiar e a escola formam laços estreitos de dependência e amizade. No ensino fundamental, as competências expressivo-comunicativas consolidam a inteligência lingüístico-verbal, concomitantemente com a linguagem corporal. Essas são importantes para elaborar uma autonomia e preparar para o trabalho coletivo. Nos últimos anos do ensino fundamental e em todo ensino médio, as competências cognitivo-interpretativasserão estimuladas, já que a exigência da argumentação consolida as competências adquiridas anteriormente. Agora é possível, então, entender que ensinar a partir da filosofia de competências não requer um manual, uma receita de bolo, em que professores e alunos não encontram a fórmula para o sucesso. É necessário situar a aprendizagem no tempo e espaço de sua própria construção e, aí sim, estabelecer a maneira mais adequada de formar e educar. LEITURA COMPLEMENTAR: PERRENOUD, Philippe. 10 Novas Competências para Ensinar – Edição. Local de publicação: Artmed -2000. É HORA DE SE AVALIAR Não esqueça de realizar as atividades desta unidade de estudo, presentes no caderno de exercício! Elas irão ajudá- lo a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia no processo de ensino-aprendizagem. Caso prefira, redija as respostas no caderno e depois as envie através do nosso ambiente virtual de aprendizagem (AVA) .Interaja conosco! Encerramos esta unidade. Acreditamos que a mesma contribuiu para que você constatasse o desafio e as competências necessárias na atuação do professor no atual contexto educacional. 1 EPISTEMOLOGIA DA DOCÊNCIA EPISTEMOLOGIA DA DOCÊNCIA Graduação 43 EPISTEMOLOGIA DA DOCÊNCIA U N ID A D E 6 PLANEJAMENTO Para demonstrar as competências para ensinar é preciso pensar e repensar o ato de educar. Nesta unidade, abordaremos o planejamento de modo a nos levar a compreender suas modalidades, sua elaboração e importância na prática educativa. O planejamento oportuniza a todos os envolvidos com a educação, a reflexão e a organização da escola, da comunidade, do docente, do discente em prol de um ensino de qualidade e significativo no atual contexto social e educacional. OBJETIVO DA UNIDADE: • compreender o planejamento e diferenciar os tipos de plano, sendo capaz de perceber sua importância para o ato de ensinar. PLANO DA UNIDADE: • O planejamento • As funções do planejamento • As concepções do planejamento • Os tipos de planejamento Bons estudos! 44 UNIDADE 6 - PLANEJAMENTO O planejamento De acordo com nossos estudos, é possível perceber que educar vai além do fato de meramente treinar o educando no desempenho de destrezas. Portanto, a ação de educar contempla o planejamento da ação docente, tendo em vista a previsão e a programação dessa ação. O planejamento deve ser compreendido como um momento de pesquisa, organização e reflexão do ato de educar e não como uma obrigação de preenchimentos de formulários para controle administrativo. O plano deve contemplar a orientação, a coerência, a objetividade, a criatividade, a flexibilidade e acima de tudo a aprendizagem. Funções do Planejamento As concepções de planejamento No ato de planejar podemos caminhar por diversas concepções de planejamento que se diferenciam de acordo com o contexto sócio-político- econômico-cultural, dentre essas concepções podemos destacar: • Planejamento como princípio prático • Planejamento Instrumental/Normativo • Planejamento Participativo Planejamento como princípio prático – É aquele que tem por horizonte a ação que o professor irá desenvolver em sala de aula. É muito mais um roteiro da seqüência da aula que serve para qualquer realidade indiscriminadamente, sem levar em conta a realidade do aluno. Normalmente elaborado em fichas didáticas. Planejamento Instrumental/Normativo – É o de caráter cartesiano e positivista, com rígida seqüência e ordenamento lógico e com ênfase nos Funções do Planejamento Facilitar a preparação das aulas Despertar a criatividade Prever as metodologias Assegurar uma ação participativa Atualizar conteúdos Garantir a qualidade do ensino Promover a coerência do trabalho docente 45 EPISTEMOLOGIA DA DOCÊNCIA comportamentos verificáveis e nos objetivos mesuráveis. O professor só ensina o que foi programado com antecedência. Planejamento Participativo – É aquele que permite a participação de todos os sujeitos envolvidos no processo tornando-se assim “um instrumento de intervenção no real para transformá-lo na direção de uma sociedade mais justa e solidária” (Vasconcellos: 1999, p.31) Segundo Vasconcellos (1999, p. 35) “planejar é antecipar mentalmente uma ação a ser realizada e agir de acordo com o previsto; é buscar algo incrível, essencialmente humano: o real ser comandado pelo ideal”. Podemos perceber a partir do conceito de planejamento de Vasconcellos que planejar é acima de tudo uma ação real em busca da educação ideal que desejamos. Você que está no campo das licenciaturas deve conceber o planejamento como um dos principais métodos de sua prática pedagógica, pois será a partir dele que ela se efetivará. Ainda em Vasconcellos (1999, p.36) encontramos o seguinte quadro e sua justificativa: - Quadro: Tarefas implicadas na re-significação do Planejamento – “Planejar, então, remete a: • querer mudar algo; • acreditar na possibilidade de mudança da realidade; • perceber a necessidade da mediação teórico-metodológica; • vislumbrar a possibilidade de realizar aquela determinada ação. Para que a atividade de projetar seja carregada de sentido, é preciso, pois, que, a partir da disposição para realizar alguma mudança, o educador veja o planejamento como necessário (aquilo que se impõe, que deve ser, que não se pode dispensar) e possível (aquilo que não é, mas poderia ser, que é realizável). Na educação escolar existem diferentes tipos de planejamento e de plano que irão atender as diversas especificidades de acordo com a finalidade a que se destina e ao seu nível de abrangência. Mudança Querer mudar a realidade; estar vivo, em movimento. Ponto de partida para todo o processo de planejamento. NECESSIDADE Planejar Sentir que precisa de mediação simbólica para alcançar o que deseja. Mudança Acreditar na possibilidade de mudança (em geral e daquela determinada realidade); esperança; abertura. POSSIBILIDADE Planejar Ver condições de poder antecipar e realizar a ação. 46 UNIDADE 6 - PLANEJAMENTO Quanto à abrangência podemos classificar o planejamento em: O planejamento, enquanto processo, é permanente. O plano, enquanto produto, é provisório. O planejamento da educação escolar pode ser concebido como processo que envolve a prática docente no cotidiano escolar, durante todo o ano letivo, onde o trabalho de formação do aluno, através do currículo escolar, será priorizado. Assim, o planejamento envolve a fase anterior ao início das aulas, o durante e o depois, significando o exercício contínuo da ação-reflexão-ação, o que caracteriza o ser educador. (Fusari, 1988:9) O plano corresponde a um certo momento de amadurecimento e de clareza de planejamento: “quando condições, objetivos, meios podem ser e são determinados ‘exatamente’, e quando a ordenação recíproca dos meios e dos fins apóia-se sobre um saber suficiente do domínio em questão” (Castoriadis, 1995: 97). Está é sua força e seu limite, pois se desta forma pode direcionar a ação, de outra, está condenado a ficar ultrapassado pelo fluxo do real: os planos passam, o planejamento permanece (cf. Castoriadis, 1995:97). (In Vasconcellos: 1999, p.80-81) Os tipos de Planejamento Planejamento do Sistema de Educação “É o de maior abrangência, correspondendo ao planejamento que é feito em nível nacional, estadual ou municipal. Incorpora e reflete as grandes políticas educacionais. Enfrenta os problemas de atendimento à demanda, alocação e gerenciamento de recursos, etc.”. (Vasconcellos: 1999, p. 95) Todo professor deve conhecer o planejamento do sistema de educação para saber qual a política educacional vigente, que tal conhecer o Plano Nacional de Educação(PNE), também chamado de Plano Decenal? Essa sugestão de leitura poderá ajudá-lo a ter uma visão ampla do sistema educacional brasileiro. Planejamento da Escola “É o plano pedagógico e administrativo da unidade escolar, onde se explicita a concepção pedagógica do corpo docente, as bases metodológicas da organização didática, a contextualização social, econômica, política e cultural da escola, a caracterização da clientela escolar, os objetivos educacionais gerais, a estrutura curricular, diretrizes metodológicas gerais, o sistema de avaliação do plano, a estrutura organizacional e administrativa”. (Libâneo: 2004, p.230) Logo, diante das considerações acima, nos deparamos com o Projeto Político Pedagógico, que é citado no corpo da Lei Darcy Ribeiro – LDB 9394/ 47 EPISTEMOLOGIA DA DOCÊNCIA 96. Esse planejamento é realizado por toda a comunidade escolar e compõe- se basicamente por: identificação da instituição; princípios, fins e objetivos da educação; finalidades e objetivos da instituição; linha político-filosófico- metodológica, marco referencial; diagnóstico; organização curricular; organização de ensino; programação; atividades de integração; atividades de capacitação e avaliação. O planejamento da escola envolve tanto a dimensão-pedagógica, quanto à comunitária e administrativa da escola. Você deve ter percebido a importância e a complexidade do Projeto Político-Pedagógico (PPP), por isso dedicaremos uma unidade específica para esse tipo de planejamento. Planejamento Curricular É o planejamento que forma a viga mestra da escola, pois será a partir dele que todas as experiências educativas de aprendizagem, desenvolvidas no espaço da sala de aula ou em qualquer outro espaço, serão organizadas, de forma a favorecer uma educação integral. É a proposta de todas as ações previstas, organizadas pela escola, incorporada nos diversos componentes curriculares. O planejamento curricular deve levar em consideração os seguintes aspectos: Projeto de Ensino-Aprendizagem É o planejamento mais específico para o professor em sala de aula. Normalmente é realizado pelo professor nos períodos de planejamento e diz respeito mais estritamente ao aspecto didático. O ideal é que esse tipo de planejamento seja feito em conjunto por todos os professores para que não se perca a organização, a seqüência e a integração entre as diversas séries e etapas. E se desdobra em Plano de Curso e Plano de Aula. Plano de Curso: Contempla a organização da programação da disciplina para um semestre ou um ano. Sua elaboração destaca os seguintes itens: CURRÍCULO COMO PROCESSO CURRÍCULO PRESCRITO (Diretrizes Curriculares) CURRÍCULO EM AÇÃO (Reelaboração na Prática) CURRÍCULO PLANEJADO (Referências Curriculares) CURRÍCULO PRATICADO (Organizado nas Escolas) CURRÍCULO AVALIADO (Comunidade Escolar) 48 UNIDADE 6 - PLANEJAMENTO 1- Justificativa da Disciplina (o porquê ensinar, o para que ensinar e como ensinar).. 2- Objetivos Gerais 3- Programas das Unidades de Ensino contemplando o calendário escolar. 4- Desenvolvimento Metodológico. 5- Bibliografia Básica e Complementar. Plano de Aula: Podemos considerar que o plano de aula é um detalhamento do plano de ensino, ou seja, nesse momento, o docente irá expressar sua intenção aula a aula, destacando: os objetivos específicos, o conteúdo, a metodologia (estratégias e recursos) e a avaliação, tendo em vista alcançar as metas pré-estabelecidas. Projeto de Trabalho É o planejamento também conhecido por Pedagogia de Projetos, que oferece a ação educativa uma dinâmica diferente além de propiciar a interdisciplinaridade de forma global, sem que se pare o andamento da escola para na abordagem de determinados temas de relevância a formação do educando. “É o planejamento da ação educativa baseado no trabalho por projetos: são projetos de aprendizagem desenvolvidos na escola por um determinado período.” (Vasconcellos: 1999, p. 96) Planejamento Setorial É o planejamento realizado pelos diversos setores da escola. Também conhecido como plano de ação, tem por objetivo um trabalho integrado com maior eficácia. Este plano, em termos institucionais, é equivalente ao projeto de ensino-aprendizagem, devendo, portanto, estar referido também ao Projeto Político-Pedagógico. Ao planejar suas ações, o docente deve se questionar: 1º- O que ensinar durante minha aula? 2º- Onde pretendo chegar com meus alunos? 3º- Quais as metodologias que irei utilizar? 4º- Quais os recursos que contribuíram para minha prática pedagógica? 5º- Quanto tempo levarei para executar a minha aula? 6º- Como irei analisar a incorporação dos conteúdos apresentados? 7º- Como posso verificar se minhas metas foram alcançadas? LEITURA COMPLEMENTAR: Piletti, C. Didática Geral. Edição. Local de publicação: Ática, 1991.p. 78-79. Estratégias – Chamamos de estratégias os meios de que o professor se utiliza para facilitar a aprendizagem. Esses meios incluem as técnicas de ensino, os métodos de ensino, a dinâmica de grupo, a forma de condução da aula. Recursos – Chamamos de recursos os instrumentos que o professor pode lançar mão para faci l itar o desenvolvimento da estratégia desenvolvida. Os recursos podem ser financeiros, materiais e humanos. 49 EPISTEMOLOGIA DA DOCÊNCIA É HORA DE SE AVALIAR Não esqueça de realizar as atividades desta unidade de estudo, presentes no caderno de exercício! Elas irão ajudá- lo a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia no processo de ensino-aprendizagem. Caso prefira, redija as respostas no caderno e depois as envie através do nosso ambiente virtual de aprendizagem (AVA) .Interaja conosco! Espero que essa unidade de estudo tenha contribuído para você compreender o processo de planejamento da ação docente. Na próxima, estabeleceremos os métodos e meios que levam o indivíduo à aprendizagem. Vamos lá? 1 EPISTEMOLOGIA DA DOCÊNCIA EPISTEMOLOGIA DA DOCÊNCIA Graduação 51 EPISTEMOLOGIA DA DOCÊNCIA U N ID A D E 7 A PRÁTICA DO PLANEJAMENTO NO COTIDIANO PROFISSIONAL E OS COMPONENTES BÁSICOS Na Unidade VI, estudamos as concepções e tipos de planejamento, aprendemos a definir, situar e a diferenciar os diversos planejamentos que permeiam a prática educativa. Nessa unidade abordaremos com maior riqueza de detalhes os tipos de planejamentos mais próximos do professor que exerce a docência. Você perceberá que o ato de educar ultrapassa as quatro paredes da sala de aula. Esperamos que goste. Vamos lá! OBJETIVO DA UNIDADE: • reconhecer a importância do planejamento para o professor, destacando os elementos envolvidos no processo de elaboração dos mesmos. PLANO DA UNIDADE: • Planejamento da escola ou Projeto Político Pedagógico • Projeto de ensino-aprendizagem • Componentes de um planejamento Bons estudos! 52 UNIDADE 7 - A PRÁTICA DO PLANEJAMENTO NO COTIDIANO PROFISSIONAL E OS COMPONENTES BÁSICOS Na unidade anterior nós estudamos os conceitos de planejamento e os diversos níveis de abrangência, agora destacaremos de forma mais específica os planejamentos ligados diretamente ao professor. PLANEJAMENTO DA ESCOLA OU PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO É realizado por toda a comunidade escolar e envolve tanto a dimensão pedagógica, quanto à comunitária e administrativa, portanto, torna-se o planejamento integral da escola. Na organização do projeto político pedagógico – PPP, a comunidade escolar deve levar em consideração os seguintes componentes: Identificação da Instituição – Todo projeto precisa estar devidamente identificado com nome da instituição, localização, área de atuação, atos autorizativos e se for o casoo CNPJ. Princípios, Fins e Objetivos da Educação – Esses princípios são os preconizados para a educação nacional e podem ser encontrados na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei nº 9.394/96. Finalidades e Objetivos da Instituição – São os fins e os objetivos da própria instituição de ensino; nesse item é interessante destacar a missão da instituição, desta forma fica mais fácil nortear a sua ação. Linha político-filosófico-metodológica – Esse item abordará a linha filosófica e a política adotada pela escola, além de explicitar o caminho geral, os princípios metodológicos que sustentam a prática que a escola utiliza. Marco Referencial – É a fundamentação que a escola utiliza para tomar uma posição frente a sua identidade, sua visão de mundo, seus valores e seus compromissos. O marco referencial é formado por: marco situacional, marco doutrinal e marco operativo. • Marco situacional – identifica a visão do grupo sobre a realidade, sua visão de mundo. • Marco doutrinal – identifica a proposta de sociedade; a proposta de educação que o grupo assume. • Marco operativo – identifica a tomada de posição quanto à organização do trabalho nas dimensões pedagógica, comunitária e administrativa. Diagnóstico – É o levantamento e análise de dados da realidade escolar, com real destaque para as reais necessidades da instituição. 53 EPISTEMOLOGIA DA DOCÊNCIA Organização Curricular – É a dinâmica do currículo, envolve o perfil do aluno, as competências desejadas, a metodologia a ser utilizada, o perfil do egresso, os eixos transversais, os programas, os cursos oferecidos, o sistema de avaliação, a matriz curricular. Programação – É o estabelecimento da linha de ação a ser adotada, as ações concretas a serem desenvolvidas para dar conta de atender às necessidades reais da instituição. Atividades de Capacitação – É a explicitação do programa de educação continuada para todos os envolvidos no processo educativo. Avaliação – É a avaliação conjunta do projeto, feita por toda a comunidade escolar; será a partir da avaliação que se fará a reelaboração do PPP para o próximo período letivo. A construção do Projeto Político Pedagógico é um trabalho coletivo importante e que deve levar em conta a qualidade formal e política e os princípios éticos em sua elaboração, além de consolidar a autonomia intelectual do grupo sem, contudo, ferir o Regimento Escolar. PROJETO DE ENSINO-APRENDIZAGEM O projeto de ensino-aprendizagem compreende aqueles planejamentos realizados na escola com a finalidade de nortear o trabalho pedagógico. Podemos distinguir dois tipos de projeto de ensino- aprendizagem: Plano de Curso O Plano de Curso é um roteiro da distribuição das unidades didáticas no decorrer do ano letivo e deve conter os seguintes componentes: • Identificação da instituição, do curso, da disciplina, da série, do ano e do professor. • Número de aulas em que o plano será desenvolvido. • Justificativa da disciplina que deverá englobar o porquê de ensinar, o para que ensinar e o como ensinar. • Objetivos Gerais da disciplina. • Objetivos Específicos. • Conteúdos. 54 UNIDADE 7 - A PRÁTICA DO PLANEJAMENTO NO COTIDIANO PROFISSIONAL E OS COMPONENTES BÁSICOS • Número de aulas destinadas a cada conteúdo. • Desenvolvimento metodológico. • Bibliografia do aluno. • Bibliografia de aprofundamento. Plano de Aula O Plano de Aula é um detalhamento do plano de curso e deve estar inserido em todos os outros planejamentos de maior abrangência e contar com os seguintes elementos: • Identificação da instituição, do curso, da série, das atividades ou da disciplina, do professor e a data. • Unidade didática • Objetivos Específicos • Conteúdo • Duração da aula • Desenvolvimento metodológico incluindo, estratégias, recursos e avaliação. Componentes de um planejamento Objetivos: Objetivos são metas estabelecidas, é o que se pretende atingir, o que se espera. Ao definir objetivos, em geral, coloca-se ênfase em modificações de comportamento do aluno quanto a conhecimentos, habilidades e atitudes. Os objetivos podem ser classificados em: Quanto à sua abrangência • Objetivos Gerais - São aqueles mais amplos e mais complexos, que poderão ser alcançados em um período de tempo maior, por exemplo, ao final do Ensino Fundamental ou Ensino Médio, ou até mesmo ao final de uma série ou etapa. 55 EPISTEMOLOGIA DA DOCÊNCIA • Objetivos Específicos - referem-se a aspectos mais simples, mais concretos, de observação mais fácil, alcançáveis em menor tempo, como, por exemplo, aqueles que surgem ao final de uma aula ou de uma unidade de trabalho. Quanto ao domínio: • Domínio cognitivo - refere à cognição, ao pensamento, à reflexão, à razão, compreendendo de simples informações a mais alta habilidade de raciocínio. • Domínio afetivo - refere à afetividade, ao sentimento, ao envolvimento, à emoção, aos valores, às atitudes, às apreciações, aos interesses, compreendendo da vivência diária a valorização. • Domínio psicomotor - refere às habilidades operativas ou de movimento, à ação necessária ao desenvolvimento. Os três domínios devem ser trabalhados de forma integral tendo- se em vista que o homem é um ser unificado e integral. A separação dos domínios acontece apenas para fins de estudo. Quanto ao nível taxionômico: Benjamin Bloom organizou uma classificação que relaciona os produtos da aprendizagem ao nível trabalhado. Entretanto, cabe frisar que o trabalho educativo deve buscar o alcance de todos os níveis. Área cognitiva • Conhecimento - refere-se à evocação de informações, fatos, características, utilizando basicamente a memória. • Compreensão - refere-se ao entendimento, à interpretação. • Aplicação - refere-se à capacidade de abstração e posterior transferência e emprego do aprendido em novas situações. • Análise - refere-se à capacidade de desdobrar o todo em suas partes e posterior reintegração. • Síntese - refere-se à capacidade de a partir de partes formar o todo utilizando para isso a criatividade, apresentando, assim, idéias próprias e singulares. • Avaliação - refere-se à capacidade de inferir um julgamento, externando, assim, uma análise crítica. 56 UNIDADE 7 - A PRÁTICA DO PLANEJAMENTO NO COTIDIANO PROFISSIONAL E OS COMPONENTES BÁSICOS Área afetiva • Acolhimento - refere-se aos interesses espontâneos, à receptividade, à atenção. • Resposta - refere-se à atuação, à obediência e à participação. • Valorização - refere-se ao real envolvimento, à convicção. • Organização - refere-se ao verdadeiro comprometimento. • Sistema de valores - refere-se às ações de acordo com os valores internalizados. Quanto à categoria • Objetivos de Conhecimento - Referem-se aos conhecimentos que o aluno vai adquirir (informações, fatos, conceitos, princípios e suas aplicações, teorias, interpretações, análises, estudos, hipóteses, pesquisas etc.) • Objetivos de Habilidades - Referem-se a tudo aquilo que o aluno vai aprender a fazer desenvolvendo sua capacidade motora e as diversas habilidades, (experimentar, coordenar seus movimentos, montar, trabalhar em equipe, construir, etc.) • Objetivos de Atitudes - Referem-se a comportamentos que devem ser desenvolvidos e indiquem valoração, importância, ética, moral, conscientização etc. CONTEÚDOS Conteúdos são os temas, os conhecimentos a serem ensinados no decorrer do período letivo, é a matéria propriamente dita. Os conteúdos precisam ser analisados, organizados e selecionados para que possam realmente atender ao projeto educativo. Seleção de conteúdos Na seleção de conteúdos não se pode perder de vista alguns aspectos tais como: • Atualização; • Contextualização;
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