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Professor(a) Esp. Sandra Mesquita TERAPIA OCUPACIONAL NO CONTEXTO ESCOLAR REITOR Prof. Ms. Gilmar de Oliveira DIRETOR DE ENSINO PRESENCIAL Prof. Ms. Daniel de Lima DIRETORA DE ENSINO EAD Prof. Dra. Giani Andrea Linde Colauto DIRETOR FINANCEIRO EAD Prof. Eduardo Luiz Campano Santini DIRETOR ADMINISTRATIVO Guilherme Esquivel SECRETÁRIO ACADÊMICO Tiago Pereira da Silva COORDENAÇÃO DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO Prof. Dr. Hudson Sérgio de Souza COORDENAÇÃO ADJUNTA DE ENSINO Prof. Dra. Nelma Sgarbosa Roman de Araújo COORDENAÇÃO ADJUNTA DE PESQUISA Prof. Ms. Luciana Moraes COORDENAÇÃO ADJUNTA DE EXTENSÃO Prof. Ms. Jeferson de Souza Sá COORDENAÇÃO DO NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Prof. Me. Jorge Luiz Garcia Van Dal COORDENAÇÃO DOS CURSOS - ÁREAS DE GESTÃO E CIÊNCIAS SOCIAIS Prof. Dra. Ariane Maria Machado de Oliveira COORDENAÇÃO DOS CURSOS - ÁREAS DE T.I E ENGENHARIAS Prof. Me. Arthur Rosinski do Nascimento COORDENAÇÃO DOS CURSOS - ÁREAS DE SAÚDE E LICENCIATURAS Prof. Dra. Katiúscia Kelli Montanari Coelho COORDENAÇÃO DO DEPTO. DE PRODUÇÃO DE MATERIAIS Luiz Fernando Freitas REVISÃO ORTOGRÁFICA E NORMATIVA Beatriz Longen Rohling Carolayne Beatriz da Silva Cavalcante Caroline da Silva Marques Eduardo Alves de Oliveira Jéssica Eugênio Azevedo Marcelino Fernando Rodrigues Santos PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO Hugo Batalhoti Morangueira Bruna de Lima Ramos Vitor Amaral Poltronieri ESTÚDIO, PRODUÇÃO E EDIÇÃO André Oliveira Vaz DE VÍDEO Carlos Firmino de Oliveira Carlos Henrique Moraes dos Anjos Kauê Berto Pedro Vinícius de Lima Machado Thassiane da Silva Jacinto FICHA CATALOGRÁFICA Dados Internacionais de Catalogação na Publicação - CIP M582t Mesquita, Sandra Terapia ocupacional no contexto escolar / Sandra Mesquita. Paranavaí: EduFatecie, 2023. 60 p.: il. Color. ISBN n 978-65-5433-130-2 1. Terapia ocupacional. 2. Educação inclusiva. I. Centro Universitário Unifatecie. II. Núcleo de Educação a Distância. III. Título. CDD: 23. ed. 615.8515 Catalogação na publicação: Zineide Pereira dos Santos – CRB 9/1577 As imagens utilizadas neste material didático são oriundas dos bancos de imagens Shutterstock . 2023 by Editora Edufatecie. Copyright do Texto C 2023. Os autores. Copyright C Edição 2023 Editora Edufatecie. O conteúdo dos artigos e seus dados em sua forma, correção e confiabilidade são de responsabilidade exclusiva dos autores e não representam necessariamente a posição oficial da Editora Edufatecie. Permitido o download da obra e o compartilhamento desde que sejam atribuídos créditos aos autores, mas sem a possibilidade de alterá-la de nenhuma forma ou utilizá-la para fins comerciais. https://www.shutterstock.com/pt/ 3 Professor(a) Esp. Sandra Mesquita • Especialista em Análise do Comportamento Aplicada (ABA) em transtorno do Espectro Autismo • Bacharel em Terapia Ocupacional pela Universidade Guilherme Guimbala (ACE) — Joinville-SC • Especialista em psicomotricidade e Neuropedagogia pela UNIFATECIE- Paranavaí. Ampla experiência como reabilitação neurológica e Reabilitação de mão. Há oito anos em experiência com Transtorno do Espectro Autista e ABA. CURRÍCULO LATTES: http://lattes.cnpq.br/7795736736336075 AUTOR 4 Caro (a) aluno (a), seja bem-vindo ao nosso curso de Terapia Ocupacional no Con- texto Escolar. É com imenso prazer que disponibilizamos as apostilas a seguir, repletas de conteúdos relevantes para a sua formação. Recomendamos que você leia cada apostila com atenção e aproveite todos os assuntos abordados. Estamos felizes por tê-lo(a) aqui e encorajamos o uso de todas as ferramentas disponíveis, como livros e vídeos. As unidades estão subdivididas da seguinte forma: • Unidade I - A Terapia Ocupacional frente às demandas da inclusão escolar. • Unidade I - Práticas e perspectivas da atuação da Terapia Ocupacional na Educação. • Unidade III- Tecnologia assistiva e adaptações para promover inclusão escolar. • Unidade IV – Estratégias e práticas inclusivas para estudantes com diversos transtornos Aproveite ao máximo o conteúdo disponibilizado nas apostilas. Os temas discutidos no decorrer do curso são pertinentes e essenciais para a atuação da Terapia Ocupacional na educação inclusiva. Esperamos que, ao término deste curso, você tenha adquirido conhecimentos sólidos sobre as demandas da inclusão escolar, as práticas e perspectivas da Terapia Ocupacional na educação, o uso da tecnologia assistiva e as adaptações necessárias para promover a inclusão escolar. Além disso, buscamos fornecer estratégias e práticas inclusivas para lidar com diferentes tipos de deficiências e dificuldades de aprendizagem. Acreditamos que, com o conhecimento adquirido, você estará preparado(a) para enfrentar os desafios e contribuir de forma significativa para a promoção da inclusão e o desenvolvimento pleno dos estudantes. Lembre-se de utilizar todas as ferramentas dispo- níveis, como livros e vídeos, para aprofundar ainda mais o seu aprendizado. Desejamos a você sucesso em sua jornada profissional como terapeuta ocupacio- nal no contexto escolar. APRESENTAÇÃO DO MATERIAL SUMÁRIO UNIDADE 1 A Terapia Ocupacional Frente às Demandas da Inclusão Escolar UNIDADE 2 Práticas e Perspectivas da Atuação da Terapia Ocupacional na Educação UNIDADE 3 Tecnologia Assistiva e Adaptações Para Promover Inclusão Escolar UNIDADE 4 Estratégias e Práticas Inclusivas Para Estudantes Com Diversos Transtornos 5 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Plano de Estudos • Terapia ocupacional no ensino educacional; • Terapia ocupacional na educação infantil de 0 a 2 anos; • Possibilidades de atuação da terapia ocupacional; • Inclusão e perspectivas da terapia ocupacional no ambiente escolar. Objetivos da Aprendizagem • Conceituar e contextualizar a facilitação dos processos de aprendizagem e contextualizar por meio de atividades estruturadas, lúdicas e brincadeiras; • Auxiliar no desenvolvimento de habilidades motoras, cognitivas e sociais que facilitem o desempenho dos estudantes em atividades cotidianas e escolares; • Orientar pais, professores e colaboradores sobre estratégias para auxiliar no aprendizado das crianças e adolescentes. 1UNIDADEUNIDADE A TERAPIA A TERAPIA OCUPACIONAL FRENTE OCUPACIONAL FRENTE ÀS DEMANDAS DA ÀS DEMANDAS DA INCLUSÃO ESCOLARINCLUSÃO ESCOLAR Professor(a) Esp. Sandra Mesquita INTRODUÇÃO Olá, aluno (a), seja bem-vindo (a) ao nosso material sobre Terapia Ocupacional no contexto escolar, aproveitem ao máximo o conteúdo disponibilizado. Na unidade I, discutiremos os estudos sobre Terapia Ocupacional no contexto educacional, além de explorarmos a Educação Infantil de 0 a 2 anos. Abordaremos as diversas possibilidades de atuação da Terapia Ocupacional e realizaremos uma breve discussão sobre inclusão e as perspectivas do profissional na escola. Trago a você informações importantes sobre o papel do terapeuta, tanto no apoio aos alunos que necessitam de auxílio, quanto na sua interação com outros profissionaissociais e culturais que impedem o pleno desenvolvimento desses indivíduos. Por isso, é fundamental que a tecnologia assistiva seja integrada em todos os as- pectos da vida das pessoas com deficiência ou com necessidades específicas, incluindo a educação, o trabalho, a comunicação, a mobilidade e o lazer. Isso contribui para que essas pessoas possam ter mais autonomia e independência, além de ajudar a reduzir os estigmas e preconceitos associados à deficiência. Com a ajuda de tecnologias assistivas, como próteses, cadeiras de rodas motori- zadas, dispositivos de comunicação por voz e outros equipamentos que podem ajudar na mobilidade e comunicação, as pessoas com deficiência podem ser mais independentes e realizar tarefas diárias sem a ajuda de outras pessoas. Essas tecnologias não apenas fornecem uma melhor qualidade de vida para as pessoas com deficiência, mas também ajudam a reduzir a discriminação, melhorando a visibilidade e compreensão da deficiência para o público em geral. Isso pode levar a uma mudança positiva nas atitudes em relação às pessoas com deficiência e inclusão social geral (SOUTO; GOMES; FOLHA, 2018). Por isso, a conscientização sobre as questões de deficiência e inclusão pode levar a uma mudança positiva nas atitudes em relação às pessoas com deficiência e inclusão social geral. À medida que as pessoas se tornam mais conscientes das barreiras que as pessoas com deficiência enfrentam, elas começam a se envolver em comportamentos inclusivos e adotar atitudes positivas em relação à inclusão. Essa mudança pode levar a um ambiente mais justo e equitativo, onde as pessoas com deficiência têm igual acesso a oportunidades e podem contribuir plenamente para a sociedade. 35UNIDADE 3 TECNOLOGIA ASSISTIVA E ADAPTAÇÕES PARA PROMOVER INCLUSÃO ESCOLAR . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . As Tecnologias Sociais são ferramentas e formas de organização social que visam solucionar problemas e necessidades coletivas, de maneira sustentável e integrada. Entre as áreas que utilizam as tecnologias sociais, destacam-se a educação e a terapia ocupacional. Na educação, as tecnologias sociais são utilizadas como recursos pedagógicos para promover o aprendizado e a participação dos alunos no processo educativo. Essas tecnologias podem ser materiais didáticos, como jogos educativos, ou metodologias de ensino, como a pedagogia da cooperação e a educação popular. Já na terapia ocupacional, as tecnologias sociais são ferramentas para o desen- volvimento da autonomia e da participação social dos pacientes. Essas tecnologias podem ser equipamentos de adaptação ou softwares que auxiliam no treinamento de habilidades motoras e cognitivas (GRADIM; FINARDE; CARRIJO, 2020). No entanto, é importante ressaltar que as tecnologias sociais não são soluções definitivas para os problemas da educação e da terapia ocupacional. Elas devem ser utiliza- das em conjunto com outras estratégias, como ações políticas e sociais, para garantir uma abordagem integral e efetiva. É necessário considerar as particularidades de cada contexto e população-alvo, adaptando as tecnologias sociais de acordo com suas necessidades e demandas especí- ficas. Por fim, é fundamental garantir a participação ativa e empoderamento dos sujeitos envolvidos no processo, buscando construir soluções coletivas e participativas. Isso significa que cada pessoa envolvida deve ter voz e poder para tomar decisões e contribuir para a construção de soluções. Para isso, é necessário criar um ambiente seguro e inclusivo, onde todas as perspectivas são valorizadas e respeitadas. UNIDADE 3 TECNOLOGIA ASSISTIVA E ADAPTAÇÕES PARA PROMOVER INCLUSÃO ESCOLAR . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 TECNOLOGIAS SOCIAIS ENTRE EDUCAÇÃO E TERAPIA OCUPACIONAL TÓPICO 36 Podemos assim, realizar por meio de dinâmicas participativas, como encontros co- munitários, oficinas de co-criação e grupos de trabalho colaborativos. É importante também garantir acessibilidade e igualdade de oportunidades para que todas as pessoas envolvidas possam participar ativamente (GRADIM; FINARDE; CARRIJO, 2020). Dessa forma, a construção de soluções coletivas e participativas pode levar a resul- tados mais efetivos e sustentáveis, já que consideram as necessidades, desejos e opiniões de todos os envolvidos. Ao envolver as pessoas diretamente afetadas em um processo colaborativo de tomada de decisão, é mais fácil identificar e antecipar possíveis desafios e tomar medidas preventivas. Além disso, a implementação de soluções pode ser mais efetiva, já que há maior cooperação e comprometimento dos participantes. As soluções coletivas também podem levar a um maior senso de pertencimento e responsabilidade em relação ao resultado final. À medida que as pessoas participam ativamente do processo, elas se sentem mais empoderadas e envolvidas com a solução, o que pode ajudar a sustentá-la a longo prazo. Estratégias colaborativas como a co-design, oficinas participativas e fóruns comunitários podem ser eficazes para construir soluções coletivas que atendam às necessidades e interesses da comunidade. Esses processos também podem ajudar a criar um ambiente de confiança e transparência entre os envolvidos, o que pode ser fundamental para o sucesso da iniciativa. Por fim, a construção de soluções coletivas e participativas é também uma opor- tunidade para promover a inclusão social e a diversidade. Envolver pessoas de diferentes origens e perspectivas pode tornar as soluções mais abrangentes e eficazes, atendendo às necessidades de grupos vulneráveis e promovendo a igualdade de oportunidades. A diversidade promove um ambiente mais criativo e inovador, pois cada indivíduo traz consigo suas próprias habilidades, experiências e conhecimentos, enriquecendo o processo de tomada de decisão e resultando em soluções mais abrangentes e adequadas às demandas da sociedade como um todo. A inclusão de diferentes perspectivas também ajuda a evitar a exclusão social e o preconceito, criando um ambiente mais justo e inclusivo para todos. Portanto, a diversidade é uma importante ferramenta para a construção de uma sociedade mais justa e equitativa. 37UNIDADE 3 TECNOLOGIA ASSISTIVA E ADAPTAÇÕES PARA PROMOVER INCLUSÃO ESCOLAR . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . A Terapia Ocupacional (TO) é uma profissão da área da saúde que tem como ob- jetivo ajudar as pessoas a desempenhar as atividades diárias de forma mais independente e satisfatória. O terapeuta ocupacional avalia as habilidades e limitações do paciente e desenvolve um plano de intervenção individualizado, que inclui a utilização de tecnologias assistivas quando necessário (CARDOSO; MATSUKURA, 2012). As tecnologias assistivas são dispositivos, equipamentos e sistemas que ajudam pessoas com deficiências ou limitações físicas, sensoriais ou cognitivas, a realizar tarefas que de outra forma seria difícil ou impossível. Essas tecnologias são fundamentais para promover a autonomia e melhorar a qualidade de vida dos pacientes. Algumas das tecnologias assistivas mais utilizadas pela TO são: • Órteses e próteses: dispositivos que ajudam a substituir ou melhorar as funções das partes do corpo que estão comprometidas; • Dispositivos de comunicaçãoalternativa: permitem que pessoas com limitações na fala se comuniquem por meio de símbolos, letras ou imagens; • Sistemas de controle ambiental: permitem que pessoas com limitações físicas controlem equipamentos e aparelhos eletrônicos por meio de comandos de voz, movimentos e toques; • Tecnologias de adaptação para computadores e dispositivos móveis: incluem softwares de reconhecimento de voz, ampliadores de tela, teclados adaptados e outras ferramentas que permitem que pessoas com limitações físicas, sensoriais ou cognitivas usem computadores e smartphones. UNIDADE 3 TECNOLOGIA ASSISTIVA E ADAPTAÇÕES PARA PROMOVER INCLUSÃO ESCOLAR . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 O PAPEL DA TERAPIA OCUPACIONAL COM USO DE TECNOLOGIAS TÓPICO 38 O papel da TO com o uso de tecnologias é fornecer aos pacientes o suporte neces- sário para identificar quais tecnologias assistivas são necessárias, avaliar sua adequação às necessidades do paciente, instruir o paciente e sua família sobre como usar as tecnolo- gias assistivas e monitorar o seu progresso. A TO com o uso de tecnologias também pode incluir a adaptação do ambiente doméstico para torná-lo mais acessível e seguro, aconselhamento sobre acessibilidade em espaços públicos e a orientação para que as pessoas aprendam a lidar com as barreiras que encontram no seu dia a dia (CARDOSO; MATSUKURA, 2012). Em resumo, a Terapia Ocupacional é uma importante aliada no uso de tecnologias assistivas, pois ajuda a maximizar a independência e a qualidade de vida dos pacientes. Os profissionais de Terapia Ocupacional trabalham com indivíduos que possuem li- mitações funcionais, ajudando-os a realizar as atividades cotidianas de forma mais eficiente e com mais autonomia possível. As tecnologias assistivas oferecem recursos para ajudar esses indivíduos a superar suas limitações e atender às suas necessidades específicas. Essas tecnologias podem ser simples, como um abridor de garrafas ou um lápis com uma pega adaptada, ou mais complexas, como um sistema de controle de voz para uma cadeira de rodas ou um dispositivo de comunicação alternativa e aumentativa. A Terapia Ocupacional pode ajudar os pacientes a escolherem as tecnologias assisti- vas adequadas, a aprender a utilizá-las, a personalizá-las para suas necessidades individuais e a integrá-las em suas rotinas diárias. Os terapeutas ocupacionais também podem avaliar e modificar o ambiente em que os pacientes vivem e trabalham, para torná-lo mais acessível e seguro. Isso pode incluir a instalação de rampas, a adaptação de banheiros ou a disposição de móveis de forma a facilitar o acesso aos equipamentos de tecnologia assistiva. O uso de tecnologias assistivas associado a Terapia Ocupacional podem ajudar as pes- soas com limitações funcionais a se tornarem mais independentes, a se envolverem mais em suas comunidades e a desfrutarem de uma melhor qualidade de vida. É um campo em constante evo- lução e que oferece novas possibilidades e soluções específicas para necessidades individuais. As tecnologias assistivas incluem dispositivos como órteses, próteses, cadeiras de rodas motorizadas, controles remotos adaptados, sistemas de comunicação assistiva, equipamentos de navegação, entre outros. Essas tecnologias podem ajudar as pessoas com deficiência física, visual, auditiva ou intelectual a superar desafios diários e aumentar sua autonomia (CARDOSO; MATSUKURA, 2012). A Terapia Ocupacional é uma profissão da saúde que usa atividades terapêuticas para ajudar pessoas de todas as idades a participar de suas atividades cotidianas com maior independência e satisfação. Através da avaliação individualizada e do planejamento de intervenções baseadas em objetivos, a Terapia Ocupacional pode ajudar as pessoas a aumentar suas habilidades e desempenho em atividades diárias, melhorar sua qualidade de vida e promover a inclusão social. 39UNIDADE 3 TECNOLOGIA ASSISTIVA E ADAPTAÇÕES PARA PROMOVER INCLUSÃO ESCOLAR . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . As tecnologias assistivas são recursos que proporcionam independência e auto- nomia para pessoas com deficiências físicas, sensoriais e intelectuais em seu cotidiano. A inclusão educacional é uma prática que tem como objetivo garantir a participação e o acesso de todos os alunos ao ambiente escolar, independentemente de suas deficiências. Na terapia ocupacional, a utilização de tecnologias assistivas é uma ferramenta fundamental para promover a independência e habilidades funcionais dos pacientes. Isso acontece por meio do uso de dispositivos como próteses, órteses, cadeiras de rodas adap- tadas, softwares de comunicação alternativa, entre outros. A inclusão educacional, por sua vez, é fundamental para que as pessoas com deficiência possam desenvolver suas habili- dades e ter uma vida plena e autônoma. Nesse sentido, a terapia ocupacional em conjunto com as tecnologias assistivas é uma importante aliada para a inclusão educacional e social das pessoas com deficiência (ATHAYDE, 2020). Além disso, a terapia ocupacional busca adaptar as atividades e o ambiente es- colar às necessidades dos alunos, tornando-o mais inclusivo e acessível. A utilização de tecnologias assistivas nesse contexto pode melhorar a qualidade de vida dos estudantes e proporcionar mais oportunidades de aprendizado e socialização. Portanto, a terapia ocupacional e as tecnologias assistivas são fundamentais para a promoção da inclusão educacional e social das pessoas com deficiência. É importante que haja investimentos nessas áreas, garantindo assim a acessibilidade e a autonomia dessas pessoas. A terapia ocupacional é uma área da saúde que tem como objetivo usar atividades terapêuticas para ajudar pessoas que têm problemas físicos, mentais ou emocionais a UNIDADE 3 TECNOLOGIA ASSISTIVA E ADAPTAÇÕES PARA PROMOVER INCLUSÃO ESCOLAR . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4 TECNOLOGIAS ASSISTIVA E INCLUSÃO EDUCACIONAL TÓPICO 40 superá-los e a alcançar a independência nas atividades cotidianas. Para pessoas com de- ficiência, a terapia ocupacional pode ser uma parte importante do processo de reabilitação, ajudando-os a adquirir habilidades que lhes permitam cuidar de si mesmos e se engajarem em atividades cotidianas (ATHAYDE, 2020). As tecnologias assistivas são equipamentos, sistemas e dispositivos que ajudam as pessoas com deficiência a superar barreiras e a realizar atividades diárias. Eles podem ser simples, como óculos, bengalas e cadeiras de rodas, ou mais avançados, como próteses, dispositivos de comunicação e softwares de voz. As tecnologias assistivas podem ajudar as pessoas com deficiência a acessar informações, participar de atividades educacionais, sociais e laborais, e a se envolver em atividades recreativas. A inclusão educacional e social das pessoas com deficiência é um desafio constante em todos os países do mundo. É importante garantir queessas pessoas tenham acesso a todas as oportunidades de forma igualitária, além do apoio necessário para que possam ser indepen- dentes e ter uma vida plena. A terapia ocupacional e as tecnologias assistivas são duas áreas cruciais para alcançar esses objetivos. É essencial que haja investimentos nessas áreas e que as pessoas com deficiência tenham acesso à terapia ocupacional e tecnologias assistivas de alta qualidade para melhorar a sua qualidade de vida e promover a sua inclusão na sociedade. A terapia ocupacional é uma abordagem terapêutica que utiliza atividades significa- tivas para melhorar a função física, cognitiva e psicossocial das pessoas. Para as pessoas com deficiência, a terapia ocupacional pode ajudá-las a melhorar sua capacidade de realizar atividades cotidianas, como se vestir, tomar banho e cozinhar. Além disso, a terapia ocupa- cional também pode ajudar as pessoas com deficiência a desenvolver habilidades sociais e emocionais, a se comunicar melhor e a acessar recursos e serviços (ATHAYDE, 2020). As tecnologias assistivas, por sua vez, são dispositivos e sistemas que ajudam as pessoas com deficiência a realizar atividades cotidianas e a participar mais plenamente na sociedade. Essas tecnologias podem incluir próteses, cadeiras de rodas, dispositivos de comunicação, software de reconhecimento de voz e outras soluções personalizadas. As tecnologias assistivas podem melhorar significativamente a independência, a mobilidade, a comunicação e a qualidade de vida das pessoas com deficiência. É importante lembrar que as tecnologias assistivas não são a única solução para to- das as deficiências. Cada pessoa tem necessidades e habilidades diferentes, e é necessário avaliar cuidadosamente as necessidades de cada pessoa e fornecer soluções personaliza- das. Por isso, é importante que os profissionais de terapia ocupacional trabalhem em cola- boração com especialistas em tecnologias assistivas para fornecer soluções personalizadas e abrangentes que auxiliem as pessoas com deficiência a alcançar seus objetivos. 41UNIDADE 3 TECNOLOGIA ASSISTIVA E ADAPTAÇÕES PARA PROMOVER INCLUSÃO ESCOLAR Em resumo, a terapia ocupacional e as tecnologias assistivas têm um papel fun- damental ao auxiliar as pessoas com deficiência a melhorar sua qualidade de vida e a participar plenamente na sociedade. Em vista disso, é fundamental investir nessas áreas e assegurar que pessoas com deficiência tenham acesso à terapia ocupacional e tecnologias assistivas de alta qualidade, promovendo assim a inclusão e autonomia. Por isso, são necessários programas de capacitação e treinamento para as pessoas com deficiência, a fim de garantir que elas possam exercer suas atividades profissionais com eficiên- cia. Também é necessário haver políticas públicas que promovam a inclusão dessas pessoas na educação, no mercado de trabalho e em todas as outras esferas da vida social (ATHAYDE, 2020). A inclusão das pessoas com deficiência é fundamental para uma sociedade justa e igualitária, e investir na sua autonomia e independência é um dever de todos. As tecnologias assistivas e a terapia ocupacional são ferramentas importantes para essa inclusão, mas é preciso garantir que elas estejam disponíveis e acessíveis a todos aqueles que precisam. “Hoje, no Brasil, milhares de pessoas com algum tipo de deficiência estão sendo discriminadas nas comuni- dades em que vivem ou sendo excluídas do mercado de trabalho. O processo de exclusão social de pessoas com deficiência ou alguma necessidade especial é tão antigo quanto a socialização do homem. A estrutura das sociedades, desde os seus primórdios, sempre inabilitou os portadores de deficiência, marginalizando- -os e privando-os de liberdade. Essas pessoas, sem respeito, sem atendimento, sem direitos, sempre foram alvo de atitudes preconceituosas e ações impiedosas”. Fonte: MACIEL, 2000. Vivenciamos um momento em que mundialmente se fala na inclusão escolar de alunos com necessidades educacionais especiais, na rede regular de ensino. Sabemos que a legislação é explícita, quanto à obrigatoriedade em acolher e matricular todos os alunos, independente de suas necessidades ou diferenças. Por outro lado, é importante ressaltar que não é suficiente apenas esse acolhimento, mas que o aluno com necessidades educacionais especiais tenha condições efetivas de aprendizagem e desenvolvimento de suas potencialidades. Fonte: FRIAS; MENEZES, 2008. 42UNIDADE 3 TECNOLOGIA ASSISTIVA E ADAPTAÇÕES PARA PROMOVER INCLUSÃO ESCOLAR CONSIDERAÇÕES FINAIS Prezado (a) aluno (a), No presente material, analisamos qual o papel do terapeuta ocupacional frente ao contexto escolar. Entendemos sobre o papel do terapeuta ocupacional frente às necessidades de crianças específicas e especiais, além é claro de todo o processo de inclusão nas escolas. Assim, ao promover a inclusão do aluno no ambiente escolar, conseguimos compreen- der suas necessidades e demandas. Podemos utilizar recursos como a tecnologia assistiva para atender às necessidades específicas dos alunos, além de explorar as Tecnologias Sociais que se relacionam com a Educação e a Terapia Ocupacional. Deste modo entendemos toda complexidade do modo de atendimento de um terapeuta ocupacional no contexto escolar. Logo mais, abordaremos demais assuntos relacionados a terapia ocupacional e contexto escolar, desfrute de todos os conteúdos disponibilizados, portanto, faça a leitura do material disponível logo abaixo e assista ao vídeo sugerido, é por meio de estudo teórico que se faz um profissional de excelência na vida prática profissional. Muito Obrigado! UNIDADE 3 TECNOLOGIA ASSISTIVA E ADAPTAÇÕES PARA PROMOVER INCLUSÃO ESCOLAR 43 MATERIAL COMPLEMENTAR • Título: Inclusão Social na Escola • Autor: Antônio Efro Feltrin • Editora: Paulinas • Sinopse: O livro de Antônio Efro Feltrin é um relato pessoal sobre sua experiência profissional lidando com a diferença entre as pessoas, que é a raiz da desigualdade manifestada na escola. O autor propõe soluções para lidar com essa questão, dividindo o desenvolvimento da proposta em quatro capítulos. O primeiro aborda a punição na sociedade e como as diferenças resultam em desigualdades. O segundo capítulo apresenta tentativas de solução para incluir todas as crianças na escola e evitar que sejam punidas por serem diferentes. O terceiro capítulo analisa casos concretos de indisciplina e falta de atenção, suas causas e como a escola pode lidar com esses problemas. No último capítulo, o autor discute a viabilidade das soluções atuais, como disciplina, capacitação e inclusão, enfatizando a importância de enxergar cada aluno individualmente e adaptar as práticas pedagógicas de acordo com cada caso específico. O autor ressalta que as teorias são valiosas quando aliadas à pedagogia do dia-a-dia. • Título: Como Estrelas na Terra • Ano: 2007 • Sinopse: Um menino de oito anos de idade tem um desempenho ruim nos estudos e poderá repetir o ano pela segunda vez. Seu irmão, por outro lado, tem as melhores notas, além de ser ótimo nos esportes. O novo professor de artes terá que ter a paciência e compaixão necessárias para tentar compreender quais são os reais problemas por trás da situação do estudante. • Link do vídeo: https://youtu.be/Ql1lexvIkcc 44UNIDADE 3 TECNOLOGIA ASSISTIVA E ADAPTAÇÕES PARA PROMOVER INCLUSÃO ESCOLAR . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Plano de Estudos • Intervenções da Terapia Ocupacional na rede de ensino. • Educação Especial e Terapia Ocupacional. • Terapia Ocupacional com crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA). • As contribuições da Terapia Ocupacional no ambiente escolar. Objetivos da Aprendizagem • Conceituar e contextualizar sobre as diversas formas de intervir no ambiente escolar. • Auxiliar no processo de aprendizagem entre educação especial e terapia ocupacional; • Identificar quais as contribuições com relação à atuação da terapia ocupacional no ambiente escolar. 4 UNIDADEUNIDADE ESTRATÉGIAS E ESTRATÉGIAS E PRÁTICAS INCLUSIVAS PRÁTICAS INCLUSIVAS PARA ESTUDANTES PARA ESTUDANTES COM DIVERSOS COM DIVERSOS TRANSTORNOSTRANSTORNOS Professor(a) Esp. Sandra Mesquita INTRODUÇÃO Olá, aluno (a), seja bem-vindo (a) à nossa Unidade IV do curso sobre Terapia Ocupacional no contexto escolar, aproveite ao máximo o conteúdo disponibilizado. Nesta unidade, discutiremos sobre as diferentes formas e maneiras que um profissional de tera- pia ocupacional pode intervir durante o processo terapêutico tanto em escolas quanto em outros ambientes. Sendo que, por meio do conhecimento sobre o papel do terapeuta ocu- pacional conseguimos direcionar quais as intervenções que podemos oferecer às crianças com Transtorno do Espectro Autista. Convido você a adquirir este valioso conteúdo, que certamente contribuirá significativamente para o seu processo de formação profissional. Ao explorar e absorver o conhecimento presente neste material, você estará ampliando suas habilidades e conhecimentos no campo da Terapia Ocupacional no contexto escolar. Bons estudos. UNIDADE 4 ESTRATÉGIAS E PRÁTICAS INCLUSIVAS PARA ESTUDANTES COM DIVERSOS TRANSTORNOS 46 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . A Terapia Ocupacional (TO) pode atuar em diversas áreas e setores da sociedade, incluindo a educação. Na rede de ensino, a TO pode trabalhar em diferentes níveis, desde a intervenção individual até a promoção de ações coletivas para a comunidade escolar (ATHAYDE, 2020). Algumas possíveis intervenções da TO na rede de ensino são: • Avaliação e intervenção individual: A TO pode atuar no processo de avaliação e intervenção individual de estudantes com necessidades específicas. Isso inclui avaliação das habilidades motoras finas, gráficas e viso motoras, bem como intervenções para melhorar essas habilidades e promover a autonomia do aluno. • Adaptação de atividades escolares: A TO pode adaptar atividades escolares, incluindo atividades lúdicas, jogos e trabalhos escolares, para que estudantes com diferentes necessidades possam participar de forma igualitária e inclusiva. • Promoção do autocuidado e da independência: A TO pode promover a autonomia dos estudantes por meio da promoção do autocuidado, como orientações sobre higiene pessoal, alimentação e controle da bexiga e do intestino. A TO também pode orientar professores e familiares sobre como apoiar o desenvolvimento da independência dos estudantes no ambiente escolar. • Capacitação de professores e equipe escolar: A TO pode capacitar professores e equipe escolar sobre a importância da inclusão e a prática de estratégias peda- gógicas inclusivas. Isso inclui, por exemplo, a utilização de recursos pedagógicos adaptados para estudantes com necessidades específicas. • Promoção da participação social e comunitária: A TO pode desenvolver ações para promover a participação social e comunitária dos estudantes, incluindo ati- UNIDADE 4 ESTRATÉGIAS E PRÁTICAS INCLUSIVAS PARA ESTUDANTES COM DIVERSOS TRANSTORNOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1 INTERVENÇÕES DA TERAPIA OCUPACIONAL NA REDE DE ENSINO TÓPICO 47 vidades extracurriculares e eventos que incentivem o engajamento dos alunos e sua integração à escola e à comunidade. • Consultoria e assessoria: A TO pode atuar como consultora e assessora de equipes pedagógicas e administrativas, oferecendo orientações e soluções para problemas relacionados às áreas em que atua. Essas são apenas algumas possíveis intervenções da TO na rede de ensino. É importante destacar que cada escola e cada aluno apresenta particularidades que exigem abordagens específicas e individualizadas. A atuação da TO no ambiente escolar tem como objetivo promover a inclusão e participação escolar de estudantes com necessidades educacionais especiais, bem como prevenir e tratar problemas de desenvolvimento infantil, problemas de aprendizagem e comportamento (ATHAYDE, 2020). Algumas atividades que podem ser desenvolvidas pela TO na escola incluem: • Avaliação das habilidades e necessidades individuais dos estudantes, incluindo habilidades motoras finas e grossas, cognitivas, sensoriais e emocionais; • Desenvolvimento de planos de tratamento individualizados para estudantes com necessidades educacionais especiais, incluindo atividades de treino motor, atividades sensoriais, adaptações de materiais, entre outras; • Orientação e treinamento de professores e equipe escolar sobre estratégias de inclusão e adaptação curricular para atender as necessidades dos estudantes; • Promoção de atividades coletivas para estudantes, com o objetivo de desenvol- ver habilidades sociais, emocionais, motoras e cognitivas; • Identificação e prevenção de problemas de aprendizagem, através de inter- venções precoces e acompanhamento de estudantes com risco de desenvolver problemas escolares; • Acompanhamento e orientação de estudantes que necessitem de adaptações para realizar as atividades escolares. Assim, a TO pode ser uma importante aliada da educação inclusiva, contribuindo significativamente para criar um ambiente escolar mais acolhedor e inclusivo para todos os estudantes. Com foco na autonomia e no fortalecimento das habilidades funcionais, a TO busca capacitar os estudantes com ferramentas práticas e adaptativas, permitindo que eles superem desafios e alcancem seu máximo potencial. Ao proporcionar suporte emocional, social e acadêmico, os terapeutas ocupacionais colaboram com professores, familiares e equipes multidisciplinares para promover uma educação inclusiva e de qualidade, onde todos os estudantes tenham igualdade de oportunidades de aprendizado e crescimento. 48UNIDADE 4 ESTRATÉGIAS E PRÁTICAS INCLUSIVAS PARA ESTUDANTES COM DIVERSOS TRANSTORNOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . A Educação Especial e a Terapia Ocupacional são áreas que trabalham em conjunto para o desenvolvimento de pessoas com necessidades especiais. Ambas as áreas visam ajudar essas pessoas a se tornarem independentes e capazes de desempenhar suas atividades diárias. A Educação Especial é uma área da educação que visa atender alunos com necessidades educacionais especiais, como aqueles com deficiências físicas, mentais, sensoriais ou emocionais. Ela busca promover a inclusão dessas pessoas na sociedade, fornecendo-lhes apoio e recursos que lhespermitam participar da vida comunitária e profissional (SOUTO; GOMES; FOLHA, 2018). Já a Terapia Ocupacional é uma área de saúde que oferece tratamento e atividades voltadas para a promoção da saúde por meio da realização de atividades cotidianas, como fazer compras, cozinhar, se vestir, entre outras. Ela tem como objetivo ajudar as pessoas a desenvolverem suas habilidades motoras e cognitivas, para que possam se tornar mais independentes e autônomas. A Educação Especial e a Terapia Ocupacional, por trabalharem em conjunto, visam atender todas as necessidades dos alunos com necessidades especiais, desde a melhora do desempenho escolar até a promoção da independência e autonomia em suas atividades coti- dianas. Por isso, a colaboração entre essas áreas é fundamental para o sucesso do tratamento e desenvolvimento dessas pessoas. A Educação Especial tem como objetivo identificar as demandas e capacidades dos alunos com necessidades especiais e oferecer as ferramentas e recursos necessários para que eles possam alcançar seus objetivos escolares e sociais. Já a Terapia Ocupacional trabalha com o desenvolvimento das habilidades motoras, cognitivas e emocionais dos alunos, buscando promover a independência na execução de atividades diárias (SOUTO; GOMES; FOLHA, 2018). UNIDADE 4 ESTRATÉGIAS E PRÁTICAS INCLUSIVAS PARA ESTUDANTES COM DIVERSOS TRANSTORNOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 EDUCAÇÃO ESPECIAL E TERAPIA OCUPACIONAL TÓPICO 49 A partir da colaboração entre essas áreas, é possível desenvolver um plano de inter- venção personalizado, de acordo com as necessidades de cada aluno. Isso inclui o trabalho em grupo com professores e familiares, a realização de atividades específicas para esti- mular o desenvolvimento motor e cognitivo, e o uso de recursos tecnológicos e materiais adaptados para o melhor desempenho do aluno. A Educação Especial e a Terapia Ocupacional também trabalham para conscientizar a sociedade sobre a inclusão e a diversidade, promovendo a igualdade de oportunidades e o respeito às diferenças. Afinal, o desenvolvimento integral de cada indivíduo é essencial para uma sociedade mais justa e equitativa. A Educação Especial é responsável por promover a inclusão de pessoas com deficiên- cia na escola e na sociedade em geral. Isso inclui não apenas a adaptação de materiais e espaços de ensino, mas também a sensibilização dos profissionais e dos colegas para as ne- cessidades desses alunos. A Terapia Ocupacional, por sua vez, atua no desenvolvimento das habilidades necessárias para que pessoas com deficiência possam participar plenamente da vida diária, incluindo o trabalho, o lazer e o convívio social (SOUTO; GOMES; FOLHA, 2018). Essas duas áreas de atuação têm em comum, a busca pela inclusão e pela igualda- de de oportunidades, enfatizando a importância de valorizar a diversidade e de enxergar as diferenças como algo positivo. Ao conscientizar a sociedade sobre esses temas, a Edu- cação Especial e a Terapia Ocupacional contribuem para a construção de uma sociedade mais justa e equitativa, onde todos têm direito ao desenvolvimento integral e à participação plena na vida em comunidade. Sobretudo, a terapia ocupacional atua na promoção da inclusão social e no enfren- tamento das desigualdades, ao trabalhar com indivíduos que possuem deficiências, trans- tornos mentais, doenças crônicas, entre outras condições, para que possam exercer suas habilidades e capacidades, sejam elas físicas, cognitivas, emocionais ou sociais. A partir do uso de atividades significativas, a terapia ocupacional busca alcançar objetivos específicos relacionados ao bem-estar e à autonomia dos indivíduos, como o desenvolvimento de habilidades motoras, cognitivas e de comunicação, aumento da autoestima e autoconfiança, promoção da integração social e fortalecimento da capacidade de tomada de decisão. Com essa abordagem, a terapia ocupacional oferece suporte para que as pessoas consigam superar barreiras sociais, econômicas e culturais e expandir suas oportunidades de vida e trabalho, contribuindo para uma sociedade mais inclusiva e justa. 50UNIDADE 4 ESTRATÉGIAS E PRÁTICAS INCLUSIVAS PARA ESTUDANTES COM DIVERSOS TRANSTORNOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . A terapia ocupacional é uma abordagem terapêutica utilizada na intervenção com crian- ças com Transtorno do Espectro Autista (TEA). O objetivo da terapia ocupacional é melhorar as habilidades motoras, sociais e emocionais da criança e ajudá-la a se integrar melhor na sociedade. Em virtude disso, a terapia ocupacional começa com uma avaliação da criança, com foco em suas habilidades motoras e cognitivas. Com base nessa avaliação, o terapeuta ocupacional define um plano de terapia que se concentra em áreas específicas de desen- volvimento. Essas áreas incluem coordenação motora, desenvolvimento da linguagem e das habilidades sociais (SILVA; PEDRO,2022). Os terapeutas ocupacionais usam uma variedade de técnicas e atividades para ajudar as crianças com TEA a desenvolverem suas habilidades. Alguns exemplos incluem jogos sen- soriais para melhorar a percepção tátil e visual, jogos de memória para desenvolver a memória de curto e longo prazo, e jogos de cooperação para incentivar a socialização e a interação. Além disso, a terapia ocupacional também pode incluir atividades da vida diária, como aprender a se vestir e amarrar os sapatos, para ajudar as crianças com TEA a se tornarem mais independentes. A terapia ocupacional pode ser realizada individualmente ou em grupo, dependendo das necessidades da criança. É importante lembrar que a terapia ocupacional não é uma solução para o TEA, mas sim uma abordagem terapêutica que pode ajudar a melhorar o desenvolvimento e qualidade de vida da criança. Durante a terapia ocupacional, a criança é incentivada a participar de atividades diárias, como brincar, se vestir, comer e escovar os dentes, de uma maneira que desenvolva suas UNIDADE 4 ESTRATÉGIAS E PRÁTICAS INCLUSIVAS PARA ESTUDANTES COM DIVERSOS TRANSTORNOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 TERAPIA OCUPACIONAL COM CRIANÇAS COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA (TEA) TÓPICO 51 habilidades sociais, motoras e cognitivas. A terapia também pode incluir jogos e brinquedos que estimulem a comunicação, a interação social e a resolução de problemas (SILVA; PEDRO,2022). Em um contexto de grupo, a terapia ocupacional pode ser realizada em conjunto com outras crianças com TEA, o que ajuda a promover habilidades sociais e a construção de amizades. Além disso, a terapia em grupo também pode ser uma oportunidade para a família da criança obter suporte emocional e trocar experiências com outros pais e cuidadores. É importante que o plano de tratamento de cada criança com TEA seja adaptado às suas necessidades individuais. Em vista disso, a terapia ocupacional é uma das muitas opções de tratamento disponíveis. A abordagemmultidisciplinar, que envolve diferentes profissionais de saúde e educação, é geralmente a mais eficaz no tratamento do TEA. Isso ocorre porque o Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição comple- xa que afeta diversas áreas do desenvolvimento, como comunicação, linguagem, interação social, comportamento e atenção. Portanto, abordar essa questão de forma integrada e holisticamente é fundamental para obter melhores resultados no tratamento do TEA. A equipe multidisciplinar de saúde e educação pode incluir médicos, psicólogos, fo- noaudiólogos, terapeutas ocupacionais, fisioterapeutas, educadores e outros profissionais que trabalham juntos, visando atender as necessidades individuais das pessoas com TEA. Dessa forma, cada profissional contribui com suas habilidades e conhecimentos específicos, a fim de promover o desenvolvimento das habilidades sociais, emocionais e cognitivas e ajudar as pessoas com TEA a lidar com as dificuldades decorrentes da condição. Assim, a abordagem multidisciplinar é essencial para garantir o sucesso na inter- venção, promovendo a inclusão e melhor qualidade de vida para as pessoas com TEA e suas famílias (SILVA; PEDRO,2022). A intervenção multidisciplinar envolve profissionais de diferentes áreas, como psicólogos, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos, fisioterapeutas, educadores físicos, entre outros, que trabalham em conjunto para desenvolver um plano de intervenção perso- nalizado para as necessidades de cada indivíduo. O objetivo principal da abordagem multidisciplinar é garantir que cada pessoa com TEA receba o apoio necessário em todas as áreas da vida, incluindo habilidades de comunicação, interação social, autonomia e independência, além de promover a inclusão e interação com a sociedade. Além disso, a abordagem multidisciplinar não apenas oferece suporte à pessoa com TEA, mas também às suas famílias, ajudando-as a entender e lidar melhor com a condição e a desenvolver habilidades para apoiar e cuidar de seus entes queridos. Portanto, a abordagem multidisciplinar é fundamental para garantir uma intervenção bem- -sucedida e promover a inclusão e qualidade de vida para as pessoas com TEA e suas famílias. 52UNIDADE 4 ESTRATÉGIAS E PRÁTICAS INCLUSIVAS PARA ESTUDANTES COM DIVERSOS TRANSTORNOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . A Terapia Ocupacional (TO) tem um papel fundamental no ambiente escolar, em seu intuito de promover a independência e a autonomia dos alunos, além de auxiliá-los em seu desenvolvimento pessoal e educacional. Assim, algumas contribuições da TO neste ambiente incluem: • Promoção da inclusão: a TO pode auxiliar os alunos com deficiência ou dificulda- des de aprendizagem a se tornarem mais independentes e inclusos no ambiente escolar. Através de estratégias de adaptação e orientação, a terapeuta ocupacio- nal pode ajudar os alunos a acessarem o currículo e participarem de atividades escolares, bem como desenvolverem suas habilidades sociais e emocionais. • Identificação de necessidades e suporte: a terapeuta ocupacional pode identifi- car as necessidades individuais dos alunos e fornecer suporte para que possam alcançar seu potencial máximo. Seja em atividades de rotina escolar, habilidades de escrita, uso de materiais escolares ou desenvolvimento da coordenação motora e força muscular, a TO pode ajudar os alunos a superarem desafios e a terem maior confiança e independência. • Melhoria da saúde e bem-estar: a terapia ocupacional pode contribuir para a promoção da saúde e bem-estar dos alunos, incluindo a prevenção de lesões, o manejo de condições crônicas e a promoção de estilos de vida saudáveis. A TO pode auxiliar os alunos a desenvolverem hábitos saudáveis de alimentação, sono e exercício, bem como a identificarem e gerenciarem o estresse e a ansiedade. • Promoção da participação e engajamento: a terapia ocupacional pode encorajar os alunos a se envolverem em atividades escolares, a estabelecerem metas e a alcançarem sucesso acadêmico e pessoal. Através de estratégias de engaja- mento, como a utilização de atividades lúdicas, criativas ou tecnológicas, a TO UNIDADE 4 ESTRATÉGIAS E PRÁTICAS INCLUSIVAS PARA ESTUDANTES COM DIVERSOS TRANSTORNOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4 AS CONTRIBUIÇÕES DA TERAPIA OCUPACIONAL NO AMBIENTE ESCOLAR TÓPICO 53 pode incentivar a participação ativa dos alunos, o que pode contribuir para o seu bem-estar emocional e social. • Colaboração com pais e equipe escolar: a terapia ocupacional pode trabalhar em parceria com pais e equipes escolares para apoiar o desenvolvimento dos alunos. A TO pode fornecer orientação para os pais sobre como ajudar seus filhos a desenvolverem habilidades motoras, emocionais e de comunicação, bem como trabalhar em colaboração com professores e outros profissionais da escola para fornecer um ambiente de aprendizagem e desenvolvimento seguro e inclusivo. A terapia ocupacional pode desempenhar um papel importante na colaboração com pais e equipes escolares para apoiar o desenvolvimento dos alunos. O terapeuta ocupacio- nal pode trabalhar em parceria com os pais para entender as necessidades específicas do aluno, bem como sua rotina diária em casa e na escola. Além disso, o terapeuta ocupacional pode ajudar os pais a identificar atividades que podem ser feitas em casa para promover o desenvolvimento do aluno (PAULA; BALEOTTI, 2011). Com relação à equipe escolar, o terapeuta ocupacional pode colaborar com outros profissionais, como professores e psicólogos, para desenvolver um plano de intervenção que atenda às necessidades específicas do aluno. Isso pode incluir estratégias para me- lhorar a capacidade de atenção e concentração, desenvolver habilidades motoras e de coordenação, e promover a independência e autonomia nas atividades diárias. Além disso, o terapeuta ocupacional pode ajudar a equipe escolar a adaptar o ambien- te de sala de aula para atender às necessidades do aluno, incluindo a adaptação de mesas e cadeiras, mudanças na iluminação ou configuração da sala de aula, e o uso de ferramentas de tecnologia assistiva para facilitar a comunicação e o acesso ao conteúdo curricular. Em resumo, a colaboração entre pais, equipe escolar e terapeutas ocupacionais pode ser uma ótima estratégia para apoiar o desenvolvimento dos alunos, tornando o am- biente escolar mais inclusivo e adaptado para atender às necessidades individuais de cada aluno (PAULA; BALEOTTI, 2011). Os pais podem fornecer informações valiosas sobre as habilidades e dificuldades de seus filhos, bem como compartilhar estratégias que funcionam em casa. A equipe escolar pode trabalhar em conjunto com os pais e terapeutas ocupacionais para implementar ajustes no ambiente físico da escola, adaptar atividades e técnicas de ensino para atender às necessidades de cada aluno. Acrescenta-se ainda, que os terapeutas ocupacionais podem desempenhar um papel fundamental nessa colaboração, fornecendo avaliações e intervenções destinadas a melhorar funções motoras, de comunicação e de habilidades de vida diária. Eles também podem aconselhar os pais e professores sobre práticas recomendadas para promover o desenvolvimento geral dos alunos (PAULA; BALEOTTI, 2011). Ao trabalhar juntos, os pais, equipe escolar e terapeutas ocupacionais podem fornecer um ambiente de apoio e inclusão para todos os alunos, independentemente de suashabilida- des ou necessidades específicas. Isso pode ajudar os alunos a se tornarem mais engajados no processo de aprendizagem, melhorando seu desempenho acadêmico e bem-estar emocional. 54UNIDADE 4 ESTRATÉGIAS E PRÁTICAS INCLUSIVAS PARA ESTUDANTES COM DIVERSOS TRANSTORNOS 55UNIDADE 4 ESTRATÉGIAS E PRÁTICAS INCLUSIVAS PARA ESTUDANTES COM DIVERSOS TRANSTORNOS Você sabia que o Terapeuta Ocupacional atua no contexto social? Usuários dos serviços de assistência social, adolescentes em cumprimento de medidas socioeducativas, população prisional, povos tradicionais, população em situação de rua e todas as pessoas, grupos ou co- letivos que tenham dificuldades para acesso aos direitos sociais e ocupacionais podem se beneficiar de intervenções de Terapia Ocupacional. No âmbito da Política de Assistência Social o terapeuta ocupacional atua diretamente com a sociedade, considerando as questões socioculturais que influenciam no acesso e no desempenho ocupacional da pes- soa, buscando garantir a justiça ocupacional, reconhecendo o direito à ocupação e objetivando o acesso e a participação inclusiva em ocupações significativas. Entende-se que a justiça ocupacional é alcançada quando as pessoas conseguem desenvolver suas ocupações de maneira saudável e satisfatória. Neste cam- po o terapeuta ocupacional é profissional competente para atuar em todos os níveis de complexidade da política de assistência social, do desenvolvimento socioambiental, socioeconômico e cultural, em serviços da proteção social básica, média e da alta complexidade. Fonte: https://www.crefito8.gov.br/portal/index.php/menu-o-crefito8/todos-elementos/boletim-infor- mativo-2/493-atuacao-do-terapeuta-ocupacional-no-contexto-social “A Terapia Ocupacional não é ocupar para ocupar. É potencializar recursos para ‘ocupar-se’ [cliente e ambiente] é utilizar o ‘ocupar’ [significativo] para conhecer, transformar, treinar, aprender, adaptar-se e ganhar novas habilidades para promover a independência e autonomia na realização ‘ocupacional’ do cotidiano em toda sua complexidade. É uma arte!”. João Paulo Charles Albino Fonte: https://www.pensador.com/frase/MjI2NDc1Mg/ https://www.crefito8.gov.br/portal/index.php/menu-o-crefito8/todos-elementos/boletim-informativo-2/493-atuacao-do-terapeuta-ocupacional-no-contexto-social https://www.crefito8.gov.br/portal/index.php/menu-o-crefito8/todos-elementos/boletim-informativo-2/493-atuacao-do-terapeuta-ocupacional-no-contexto-social https://www.pensador.com/frase/MjI2NDc1Mg/ CONSIDERAÇÕES FINAIS Prezado (a) aluno (a), No presente material, analisamos qual é o papel do terapeuta ocupacional no con- texto escolar. Abordamos assuntos relacionados às intervenções da Terapia Ocupacional na rede de ensino, mostrando como podemos atuar de forma efetiva e promover a educação inclusiva em conjunto com a Terapia Ocupacional. Através do material disponível, discorre- mos sobre a Terapia Ocupacional com crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e destacamos a importância fundamental da Terapia Ocupacional no ambiente escolar. Aproveite ao máximo o conteúdo disponível, todas as apostilas oferecidas são entregues para que sua formação seja adequada, portanto, faça a leitura do material dispo- nível logo abaixo e assista ao vídeo sugerido, é por meio de estudo teórico que se faz um profissional de excelência na vida prática profissional. Muito Obrigado! UNIDADE 4 ESTRATÉGIAS E PRÁTICAS INCLUSIVAS PARA ESTUDANTES COM DIVERSOS TRANSTORNOS 56 MATERIAL COMPLEMENTAR • Título: Terapia Ocupacional e Comunicação Alternativa em Con- textos de Desenvolvimento Humana • Autor: Manzini, Mariana • Editora: Editora Fundação de Apoio Inst. Ao Desenv. Cient. E Tecnologico • Sinopse: Este livro foi concebido frente à importância de se reunir e difundir contribuições da terapia ocupacional no uso da comunicação suplementar e/ou alternativa (CSA) em diferentes contextos de desenvolvimento humano. Conhecimentos teóricos e práticos do campo da Terapia Ocupacional dialogam nas experiên- cias relatadas utilizando a CSA. São descritas complicações com recursos alternativos de comunicação nos diferentes contextos da vida diária de pessoas com dificuldades na comunicação oral e/ou escrita, na perspectiva de seu engajamento em suas ocupações cotidianas. Esta obra é destinada a estudantes e profissionais graduados que atuam na área de comunicação alternativa. • Título: Sempre Amigos • Ano: 1998 • Diretor: Peter Chelsom • Pais de origem: EUA • Sinopse: Quando o jovem Kevin Dillon (Kieran Culkin) e sua mãe (Sharon Stone) mudam para a casa ao lado de Maxwell Kane e seus avós, uma nova vida começa para os dois meninos. Max, de 13 anos, é um gigante. Devagar na escola e sem coragem, nunca teve amigos. Já Kevin, tem problemas de nascença nas pernas, mas compensa as dificuldades físicas com cérebro de gênio. Uni- dos, Kevin dá a Max suas idéias e Max dá a Kevin a habilidade de se mover rapidamente. Uma amizade fantástica que dá força e coragem para que ambos enfrentem as adversidades da infância com o poder da imaginação. • Link do vídeo: https://youtu.be/Zz0oO4t-OKA 57UNIDADE 4 ESTRATÉGIAS E PRÁTICAS INCLUSIVAS PARA ESTUDANTES COM DIVERSOS TRANSTORNOS https://youtu.be/Zz0oO4t-OKA CONCLUSÃO GERAL Prezado (a) aluno (a), Neste material, busquei trazer para você os principais conceitos a respeito da atua- ção da terapia ocupacional no contexto escolar. Para tanto, abordamos a terapia ocupacional no ensino educacional, bem como na educação infantil de 0 a 2 anos e as possibilidades de atuação do profissional (TO), discorremos ainda sobre a inclusão e perspectivas da terapia ocupacional no ambiente escolar. Destacamos também, a formação Educacional na Terapia Ocupacional, bem como quais metodologias de intervenções no contexto escolar, além da forma de atuação da Terapia Ocupa- cional e saúde mental infantojuvenil, elencando a terapia ocupacional nas escolas públicas. Além disso, discutimos também sobre uso da tecnologia assistiva para alunos com necessidades específicas, com tecnologias sociais, relacionando além da tecnologia a inclusão social de alunos com necessidades especiais. Portanto, a Terapia Ocupacional desempenha um papel fundamental na promoção da inclusão educacional, através da utilização de tecnologias e recursos assistivos, bem como da integração do aluno no ambiente escolar. É por meio dessa abordagem completa e sensível que os terapeutas ocupacionais contribuem para o sucesso e bem-estar dos alunos no contexto escolar. A partir de agora, acreditamos que você já está preparado para seguir em frente desenvolvendo ainda mais suas habilidades e oferecer um suporte terapêutico adequado e promover a inclusão e o desenvolvimento dos alunos. Reconhecendo a importância da inclusão e do uso adequado das tecnologias assistivas, compreendemos a complexidade envolvida no trabalho do terapeuta ocupacional no contexto escolar. Até uma próxima oportunidade. Muito Obrigado! 58 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ATHAYDE, Eduardo Augusto Rodrigues de. Terapia Ocupacional no Contexto Escolar: Conhecimentos de Profissionais Inseridos nas Escolas Públicas. Universidade Federal Da Paraíba, Orientação: Berla Moreira de Moraes. Monografia (Graduação Terapia Ocupacio- nal) - UFPB/CCS. João Pessoa-Pb. 2020. BARBA, Patrícia Carla de Souza Della.; SILVA, Roseli Ferreira.; JOAQUIM, Regina Helena Vitale Torkomian.; BRITO, Cristiane Miryam Drumond. Formação inovadora em Terapia Ocupacional. Comunicação Saúde Educação. São Carlos, SP, v. 16, n.42, p.829–42, jul./ set. 2012. CARDOSO, Paula Tatiana.; MATSUKURA, Thelma Simões. Práticas e perspectivas da terapia ocupacional na inclusão escolar. Rev. Ter. Ocup. Univ. São Paulo, v. 23, n. 1, p. 7-15, jan./abr. 2012. CARRASCO, Bianca Gonçalves de. Retrato de uma creche: possibilidades de atuação da terapia ocupacional na educação infantil (0-2 anos). Cadernos de Terapia Ocupacionalda UFSCar, v.13, n.2. 2005. FERNANDES, Amanda Dourado Souza Akahosi.; CIDA, Maria Fernanda Barboza. SPE- RANZA, Marina.; COPIB, Cleonice Guerrero. A intersetorialidade no campo da saúde mental infantojuvenil: proposta de atuação da terapia ocupacional no contexto escolar. Caderno Brasileiro Terapia Ocupacional, São Carlos, v. 27, n. 2, p. 454–461, 2019. FRIAS, Elzabel Maria Alberton.; MENEZES, Maria Christine Berdusco. Inclusão escolar do aluno com necessidades educacionais especiais: contribuições ao professor do ensino regular. Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE/2008. 59 GRADIM, Luma Carolina Câmara. FINARDE, Tamara Neves.; CARRIJO, Débora Couto de Melo. Práticas em Terapia Ocupacional. Editora: Manole Ltda. 2020. MACIEL, Maria Regina Cazzaniga. Portadores de deficiência: a questão da inclusão so- cial. Centro de Democratização das Ciências da Informação. São Paulo, Perspectiva 2000. MARTINS, João Batista. A atuação do psicólogo escolar: Multirreferencialidade, Implica- ção e Escuta Clínica. Psicologia em Estudo, Maringá, v. 8, n. 2, p. 39–45, 2003. PAULA, Ana Flávia Marostegan de; BALEOTTI, Luciana Ramos. Inclusão Escolar Do Aluno Com Deficiência Física: Contribuições Da Terapia Ocupacional. Cadernos de Terapia Ocupacional da UFSCar, São Carlos, v. 19, n.1, p. 53–69. 2011. RAMOS, Flavia Pascoal.; SANTOS, Ligia Amparo da Silva; REIS, Amélia Borba Costa. Educação alimentar e nutricional em escolares: uma revisão de literatura. Caderno de Saúde Pública, Rio de Janeiro, 29 (11): 2147–2161, nov. 2013. SILVA, Adrielli Lethicia Gordiano da; PEDRO, Ketilin Mayra. As contribuições da terapia ocupacional no processo de inclusão escolar: um olhar para as crianças com transtorno do espectro autista. Editora: Científica, 2018. Disponível em: C3%B5es+da+terapia++ocu- pacional+no+processo+de+inclus%C3%A3o++escolar%3A+um+olhar+para+as+crian%- C3%A7as++com+transtorno+do+espectro+autista&btnG=. Acesso em: 28 set. 2022. SOUTO, Maely Sacramento de.; GOMES, Ewerlin Bruna Neves.; FOLHA, Débora Ribeiro da Silva Campos. Educação Especial e Terapia Ocupacional: Análise de Interfaces a partir da Produção de Conhecimento. Rev. Bras. Ed. Esp., Marília, v.24, n.4, p.583–600, 2018. 60 https://www.amazon.com.br/s/ref=dp_byline_sr_book_2?ie=UTF8&field-author=Tamara+Neves+Finarde+Pedro&text=Tamara+Neves+Finarde+Pedro&sort=relevancerank&search-alias=stripbooks https://www.amazon.com.br/s/ref=dp_byline_sr_book_2?ie=UTF8&field-author=Tamara+Neves+Finarde+Pedro&text=Tamara+Neves+Finarde+Pedro&sort=relevancerank&search-alias=stripbooks ENDEREÇO MEGAPOLO SEDE Praça Brasil , 250 - Centro CEP 87702 - 320 Paranavaí - PR - Brasil TELEFONE (44) 3045 - 9898 ENDEREÇO CAMPUS SEDE Rodovia BR-376, 1000 KM 102 - Chácara Jaraguá CEP 87701 - 970 Paranavaí - PR - Brasil TELEFONE (44) 3045 - 9898 Shutterstock capa final.pdf Shutterstock Site UniFatecie 3:e a comunidade. Convido você a adquirir este conteúdo valioso para o seu processo de formação profissional. Desejo a você bons estudos! UNIDADE 1 A TERAPIA OCUPACIONAL FRENTE ÀS DEMANDAS DA INCLUSÃO ESCOLAR 7 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . A Terapia Ocupacional vem cada vez mais ganhando seu espaço frente às necessi- dades diversas que demonstram a real importância desse campo de atuação. Percebemos que, nos últimos anos, a necessidade de mudança na formação de profissionais vem sendo solicitada, mudanças essas conforme as necessidades que veremos no decorrer do conteúdo. Uma dessas mudanças está na formação destes profissionais, que devem romper com modelos de ensino amplamente tradicionais e dispor de informações e competências em maior quantia possível, para assim, formar profissionais capacitados para lidar com as demandas advindas da necessidade social e lidar com a realidade de crianças e adolescen- tes, uma dessas demandas está ligada ao contexto escolar (BARBA et al., 2012). Sabemos que um dos principais objetivos da terapia ocupacional está ligada a inter- venções em diversas ocupações humanas, podendo assim desempenhar seus serviços em ambientes distintos como, neurologia, gerontologia, ambiente hospitalar, na saúde mental e no ambiente escolar. Assim, complementando tanto o campo educacional quanto o de saúde ocupacional, e beneficiando o público alvo. Quando o terapeuta ocupacional está inserido no ambiente educacional, podemos rela- cionar sua atuação junto a comunidade escolar, e quando relacionamos este campo de atuação estamos citando tanto o ensino regular quanto a educação inclusiva de diferentes aspectos. No contexto escolar, a Terapia Ocupacional lida com o aluno e o ambiente edu- cacional, além da história de vida da família envolvida e das necessidades específicas e individuais daquele aluno. O objetivo é compreender as intervenções adequadas para UNIDADE 1 A TERAPIA OCUPACIONAL FRENTE ÀS DEMANDAS DA INCLUSÃO ESCOLAR . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1 TERAPIA OCUPACIONAL NO ENSINO EDUCACIONAL TÓPICO 8 promover seu desenvolvimento. Trata-se de um conjunto complexo de ações que nos per- mite compreender as causas e resultados relacionados a cada indivíduo, sendo a escola o ambiente central nesse processo. Vale ressaltar a importância de documentar, registrar e descrever quais as neces- sidades vistas e que levaram as intervenções, com evoluções que irão contribuir para esta criança, uma vez que o vínculo seja estabelecido e a relação esteja contextualizada a demanda irá ser direcionada ao mesmo. Toda intervenção precisa preencher quais as reais necessidades da criança, e assim, estabelecer contato com todos os profissionais que lecionam no ambiente escolar, e junto aos familiares. Esta aproximação faz, por hora, entender e compreender qual a dificuldade que vem sendo apresentada pelo menor, como dificuldades de aprendizagem, de socialização, limitações e diversos atrasos. Esta aproximação irá possibilitar ao profissional que conheça seu cotidiano, suas ocupações e seus interesses, além é claro de captar dados familiares e pessoais que no ambiente escolar podem não ser apresentadas ou faladas pela mesma, a importância da anamnese e conversa com os responsáveis é uma das maiores ferramentas utilizadas A terapia ocupacional pode assim adquirir e aplicar sua função como um fator facilitador entre famílias e integração escolar, será o meio e veículo entre os dois ambientes, para entender- mos muitas dificuldades apresentadas na escola e em sala de aula, os demais profissionais que atendem uma mesma criança deve assim manter uma relação e discussão sobre o me- nor quando estiver em processo de intervenções (GRADIM; FINARDE e CARRIJO, 2020). Devemos ainda, perceber que muitas vezes este meio de comunicação e meio faci- litador entre família e escola pode não ser uma realidade encontrada em grande parte das escolas regulares no país, ou pela falta de profissionais inseridos neste contexto escolar, ou pela falta de diálogo entre famílias e profissionais, devemos assim refletirmos acerca disto. Precisamos ainda salientar que, o ambiente escolar deve se manter democrático e efetivo com relação aos deveres frente ao processo educacional, independente da faixa etária, assim estruturar e oferecer conhecimento de qualidade, respeitando a individuali- dade de cada aluno e entendendo suas necessidades pessoais que refletem no ambiente escolar. A diversidade de alunos proporciona um ambiente complexo e desafiador para o terapeuta ocupacional (SILVA; PEDRO, 2018). Precisamos ainda entender que o trabalho da terapia ocupacional no contexto esco- lar se caracteriza entre apoio tanto de famílias e crianças quanto de profissionais inseridos na mesma rede de ensino, assim contribuindo para que o processo de intervenção esteja alinhado e atinja objetivos traçados, o trabalho em conjunto e colaborativo só tende a somar para melhores resultados com o menor em discussão. 9UNIDADE 1 A TERAPIA OCUPACIONAL FRENTE ÀS DEMANDAS DA INCLUSÃO ESCOLAR Ressaltamos ainda a necessidade de mais interrelações entre esses profissionais, mesmo que não inseridos no mesmo ambiente educacional, deve-se assim manter uma conversação frente a necessidade vista. Relações estás em escolas e clínicas, por exemplo, frente a isto, temos visto efeitos satisfatórios nos resultados. O papel da Terapia Ocupacio- nal pode e deve proporcionar estas relações junto às intervenções (SILVA; PEDRO, 2018). É importante recordarmos que a Terapia Ocupacional no ambiente escolar, aconteceu para suprir as necessidades dos alunos com alguma deficiência e posteriormente com suas difi- culdades, isto em ambiente próprio para abordar estes indivíduos, em instituições especializadas. Atualmente, o terapeuta ocupacional tem sido destaque justamente em ambiente de ensino regular, no campo da educação inclusiva, ainda atendendo as necessidades especiais de cada indivíduo com específica deficiência, porém junto aos demais alunos e oferecendo suporte a estes. Suporte no qual é ofertado tanto aos alunos, quanto aos demais profissionais e professores com suas ações de consultoria colaborativa à instituição. As adaptações são necessárias vistas conforme a dificuldade do indivíduo em realizar tal atividade, seja ela cognitiva ou motora. Por isso, o terapeuta ocupacional auxilia na elaboração de atividades, adequações no ambiente físico para facilitar o acesso desses alunos a diversos ambientes, adequação de mobiliários condizentes com tal necessidade e ainda solicitação de equipamentos necessários a esta educação inclusiva. O terapeuta ocupacional ainda tem papel importante frente a introdução de tecnolo- gia, sendo ela assistida, junto a comunicação alternativa, a possibilidade de colaborar para maior autonomia do aluno, manejos e possibilidades de relações sociais. Ainda, tendo au- tonomia, para encaminhar o menor ao ambiente de saúde para uma determinada avaliação ou reabilitação junto a escola, possibilitando assim uma melhor qualidade de vida e ensino. Todavia, o ambiente escolar deve atender a população de forma democrática, para as- sim cumprir-se efetivos objetivos de toda rede de ensino e todas as faixas etárias. Este mesmo ambiente deve ser acolhedor, reestruturando as necessidades educacionaisde seus alunos, ofe- recendo assim uma educação de qualidade e diversidade de estudantes (SILVA; PEDRO, 2018). 10UNIDADE 1 A TERAPIA OCUPACIONAL FRENTE ÀS DEMANDAS DA INCLUSÃO ESCOLAR . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . A educação infantil por muitos anos, vem sendo difundida como ambiente em que recebiam o menor, porém a responsabilidade de tarefas era somente de familiares, visto que, a escola não tinha papel relevante na formação, sendo assim ao longo da história foram sendo construídos novos caminhos e significados. Sendo assim, a educação infantil passou a ter sua responsabilidade por meio de entidades religiosas e assistenciais. Por meio das reivindicações de operários, as primeiras creches surgiram por volta do século XX, no ambiente industrial, além destas as creches filantrópicas surgiram por volta da década de 50, sendo elas responsáveis por higienização, segurança do menor e alimentação (CARRASCO, 2005). Com o passar dos anos o ambiente escolar infantil passou por diversas reformas, sendo uma delas as adaptações necessárias para estes alunos. Este é um setor que requer atenção, e se necessário as mudanças devem ser constantes, vistos quando haja necessidade. Além das necessárias mudanças devemos entender que o ambiente escolar e os primeiros contatos da criança com o meio externo irão acarretar diversos benefícios, sendo assim, o ambiente influenciará nas sensações, medos, descobertas e exploração, fora é claro do seu ambiente seguro no qual já está habituado, onde a mesma reside. As percepções e ampliação de sensações fazem parte de um dos papéis dos pro- fessores quando recebem estes pequenos, possibilitar assim um campo de exploração, e assim provocar a curiosidade, quando despertada, oferece a criança a possibilidade de tocar, sentir e conhecer determinado objeto ou algo novo. Salientamos que, a creche e a escola de educação infantil devem ser consideradas o local de novas vivências e diferentes conhecimentos. É ali que muitas crianças passarão a entender o mundo que a rodeia, talvez por falta de recursos em casa ou talvez por ausência de diferentes estímulos. UNIDADE 1 A TERAPIA OCUPACIONAL FRENTE ÀS DEMANDAS DA INCLUSÃO ESCOLAR . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 TERAPIA OCUPACIONAL NA EDUCAÇÃO INFANTIL DE 0 A 2 ANOS TÓPICO 11 As diversas percepções, e este novo mundo de sensações constrói aos poucos a noção de ser o ambiente em que se está inserido. É de extrema importância a estimulação precoce, tanto cognitiva, quanto a motora. Muitas crianças que chegam ao ensino infantil não foram ou poucas vezes receberam a possibilidade de explorar o ambiente em que vivem (SOUTO; GOMES; FOLHA, 2018). A partir daí podemos ver qual o papel do terapeuta ocupacional frente às necessida- des e deveres com relação aos alunos inseridos neste contexto escolar. As possibilidades de aplicabilidade do terapeuta neste local refletem qual a necessidade de o mesmo estar inserido nas escolas de educação infantil. Além dos estímulos sensoriais, devemos pensar no ambiente físico, local de receptivida- de, mobília conforme as idades, elaboração de conteúdo e a realização de diferentes atividades. É necessário ainda que, o terapeuta entenda basicamente sobre desenvolvimento infantil. Quando falamos em desenvolvimento e intervenções, precisamos salientar que é de extrema necessidade a atuação que todo e qualquer profissional de educação infantil saiba e perceba o desenvolvimento dos seus alunos. Por isso, quando citamos a faixa etária de até 2 anos, uma gama de descobertas será demonstrada e devemos assim estarmos preparados para saber identificarmos junto a família qualquer eventualidade ou necessida- de de demais avaliações (CARRASCO, 2005). O terapeuta educacional do ensino infantil assim deve avaliar, observar e relatar qualquer anormalidade que fuja do desenvolvimento padrão de um dos alunos. Entende-se que toda criança terá seu tempo, mas este mesmo tempo de alcançar diferentes conquistas devem ser no tempo de desenvolvimento infantil, tempo este universal, no qual toda e qualquer criança deve atingir, ultrapassando isto os professores, terapeuta e familiares devem intervir e aprofundar com acompanhamento, se necessário com intervenções após indicações médicas. Sempre que citamos o fato de intervir precocemente, não devemos assim retirar ou diminuir as frequências do ambiente e contexto escolar, pois é neste meio que muitas vezes a criança pode apresentar novas características. Conforme já dito acima, interpelações entre equi- pe, professores e familiares para melhor intervenção e resultados necessários com a criança. O profissional deve-se manter atento às necessidades de cada indivíduo e sempre que necessário manter uma conversação com os responsáveis, recordatórios e anamnese com os pais fazem valer frente a uma possível avaliação e indicação clínica. É sempre necessário ofertarmos a essa faixa etária a possibilidade de brincar, livre e de forma genuína. Assim, sem mostrarmos objetivos e interesses por trás do brincar, interesses estes dos profissionais que acompanham e trabalham com estas estimulações. Lembre-se, toda e qualquer criança precisa e deve manter-se como tal, e para isso o ambiente é fundamental, além das instruções de um adulto que o possibilite de conhecer o mundo a sua volta, deve, naturalmente, conduzir as melhores sensações. Por outro lado, os educadores devem manter boas relações em rotinas pré-estabelecidas, fazendo com que a criança mesmo no início da infância já entenda e respeite regras e deveres, como compensação o ambiente agradável e de harmonia que será ofertado. 12UNIDADE 1 A TERAPIA OCUPACIONAL FRENTE ÀS DEMANDAS DA INCLUSÃO ESCOLAR . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Sabemos o quão importante tornou-se o trabalho e atuação do terapeuta ocupacional no ambiente escolar, tanto para melhorias, adaptações e inclusão de diversos alunos neste contexto. A possível atuação deu-se após notar-se a necessidade e possibilidade de bons resultados. Já falado acima, porém devemos frisar que antes o papel do terapeuta ocupacional no contexto escolar se dava exclusivamente a reabilitação e manejos específicos, o que há alguns anos vem sendo modificado e difundindo sua necessidade neste campo educacional. Um dos grandes papéis do terapeuta ocupacional neste ambiente é a inclusão social e melhora dos conhecimentos dos alunos que, por sua vez, apresentam suas difi- culdades e limitações. Entende-se que a escola inclusiva vem com o propósito de abordar novas ideias e posturas em relação à educação, especialmente nas escolas e creches consideradas comuns, ou seja, nas escolas de ensino regular. Essa abordagem busca promover a inclusão de todos os alunos, independentemente de suas diferenças e necessi- dades, e oferecer a eles igualdade de oportunidades no ambiente escolar. Trata-se de um movimento que valoriza a diversidade e busca criar um espaço acolhedor e inclusivo, onde todos os estudantes se sintam respeitados e tenham acesso a uma educação de qualidade. Sendo assim, a educação inclusiva permite ampliar os saberes na medida que todos os alunos possam e devam aprender juntos, dentro de cada objetivo, mesmo que para isto o proces- so seja diferenteou adaptado. Portanto, o professor tem a chance de oferecer aos seus alunos um suporte necessário a cada estudante, respeitando suas particularidades (CARRASCO, 2005). Uma das formas de conseguirmos estes resultados está no papel de atuação do terapeuta ocupacional neste contexto, sendo assim, este profissional irá mediar entre pos- UNIDADE 1 A TERAPIA OCUPACIONAL FRENTE ÀS DEMANDAS DA INCLUSÃO ESCOLAR . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 POSSIBILIDADES DE ATUAÇÃO DA TERAPIA OCUPACIONAL TÓPICO 13 sibilidades de absorção de conteúdos, e interligações entre educação e saúde. À medida que o ambiente escolar favorece e possibilita novas descobertas entre alunos e terapeutas, podemos assim identificar que a criança estará inserida numa maior diversidade e ativida- des, respeitando os processos e as dificuldades de cada um. Ao pensarmos em desenvolvimento infantil, principalmente nesta primeira infância, devemos assim atingir uma qualidade em oferecer atividades como papel fundamental em aspectos psicomotores, de autonomia e percepções cognitivas, além é claro da interação social entre todos os alunos e ambiente escolar. Entretanto, o papel do terapeuta ocupacional no contexto escolar, apesar de no- tarmos sua real importância e fundamentação na sua atuação, sabemos que o mesmo está sendo inserido neste ambiente educacional progressivamente e de modo recente. Precisamos assim, enquanto profissional deste ambiente, ressaltarmos e consolidarmos sua necessidade, pois assim como já vem sendo tratado, este profissional é quem irá mediar entre saúde infantil, encaminhamos específicos e intervenções necessárias após avaliações clínicas do mesmo (CARRASCO, 2005). Devemos assim salientar que além de mantermos um ambiente funcional aos me- nores, podemos então promover não só a maior participação de educadores no processo educacional como também a participação do núcleo familiar e a equipe multidisciplinar. Os maiores enfoques do papel do terapeuta ocupacional se dá hoje no contexto escolar e na educação inclusiva de 3 formas, sendo elas, viabilização de inclusão entre pro- fissionais e âmbito familiar; possibilidade de diretas ou indiretas de necessidades particulares tanto da criança quando do adulto da família e novos caminhos facilitadores entre instituição educacional e assistência médica especializada (SOUTO; GOMES; FOLHA, 2018). Cabe assim ao terapeuta ocupacional, ofertar aos demais profissionais novas pos- sibilidades de trabalhos e atividades, visto que, o objetivo final é incluir os alunos com suas dificuldades em meio a grande parte da turma em sala de aula. Preparando assim toda a equipe multiprofissional para que consigam traçar e alcançar ao mesmo tempo, um único objetivo, a educação de qualidade para diferentes crianças. Cabe ainda ao terapeuta ocupacional identificar quais as dificuldades que esses demais profissionais e instituição vem apresentando, que possivelmente estão interferindo no processo de educação inclusiva. Para que o ensino de qualidade seja entregue e explorado é necessário que o terapeuta faça um trabalho em conjunto com a instituição de ensino regular. Neste sentido, fornecer e contribuir para que o processo de aprendizagem seja eficaz dentre todos os alunos da instituição de educação, visando melhorar suas necessidades especiais. 14UNIDADE 1 A TERAPIA OCUPACIONAL FRENTE ÀS DEMANDAS DA INCLUSÃO ESCOLAR . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . No decorrer dos últimos anos, as Instituições de ensino enfrentam a necessidade de elaborar, implementar e avaliar propostas de boa qualidade pedagógica para então transpassar aos seus usuários um ensino significativo, resultando assim numa formação de qualidade satisfatória ao longo dos anos de curso. São diversas as áreas que podem influenciar na construção da formação, mesmo que essa formação de base seja a educação. A área da saúde, por exemplo, tende a acres- centar significativamente no acúmulo de conhecimentos. A área da educação traz consigo metodologias alternativas com relação a ensinos tradicionais e inovadores, que por sua vez podem atender suas necessidades. A formação do terapeuta Ocupacional não difere, frente a educação tradicional du- rante os anos de curso, sabemos a importância e a relevância que tendem ao aprofundar- mos nas opções alternativas, pensando que iremos atingir o público com as necessidades e dificuldades na educação tradicional (BARBA et al., 2012). Assim, quando pensamos em formação de bons profissionais visando um atendimento de qualidade ao público que deve ser atingido, devemos também imaginar que o profissional de Terapia Ocupacional atendo o ser como um ser práxico, que assim busca intervir em seu cotidiano com a finalidade de proporcionar uma melhor qualidade de vida para o mesmo. Em vista disso, por meio de atividades educacionais, o terapeuta irá proporcionar em quaisquer áreas que for inserido, bem-estar físico, mental, psíquico, imersão por meio da área da saúde, social e áreas educacionais. Assim, o terapeuta, cada vez mais vem sendo inserido em meios educacionais, como visto acima. (PAULA; BALEOTTI, 2011). UNIDADE 1 A TERAPIA OCUPACIONAL FRENTE ÀS DEMANDAS DA INCLUSÃO ESCOLAR . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4 INCLUSÃO E PERSPECTIVAS DA TERAPIA OCUPACIONAL NO AMBIENTE ESCOLAR TÓPICO 15 O terapeuta Ocupacional tem como sua maior perspectiva atingir a qualidade pedagógi- ca esperada tanto pelos profissionais que aplicam o ensino quanto os alunos que necessitam de auxílio. Precisamos ter em mente que a qualidade de ensino deve ser pautada nas ações tanto voltadas aos alunos inseridos na escola quanto à população que possui algum tipo de dificuldade ou deficiência, assim, além de inserir este ser no contexto escolar, nas escolas de ensino regular. A população que tem algum tipo de deficiência, seja ela física, mental, auditiva, visual ou qualquer transtorno do desenvolvimento, merece um espaço de atenção oferecido pelo contexto escolar, uma extensão oferecida tanto pela escola quanto em ambiente de atividade clínica, seja estes atendimentos de reabilitação física ou cognitiva (SOUTO; GOMES; FOLHA, 2018). O mais importante quando falamos em inclusão e perspectivas da terapia ocupacional é buscar qualidade de vida e condições próximas ao cotidiano da sociedade. Assim, todo o contex- to de vida diária desta criança, deve haver relação entre meio familiar e meio educacional. Por isso devemos entender que toda escola tem sua realidade, mas de modo geral todo processo de ensino e educação se baseiam num mesmo propósito, o ensino de qualidade (ATHAYDE, 2020). Quando inserimos profissionais de terapia ocupacional nas escolas, inserimos as- sim mais conhecimento e amparo aos profissionais. Pois sabemos que muitos professores se encontram sem preparo para atendimento especializado. Além do que, mudançasfísicas de estrutura podem assim ser ajustadas pelo T.O de acordo com a realidade da instituição. A partir do momento em que um terapeuta ocupacional tem a oportunidade de atuar no âmbito de ensino, eles tendem a contribuir positivamente neste ambiente, trabalhando diversos aspectos relacionados ao dia a dia da escola. Assim, atingem resultados positivos, além do pro- cesso de aprendizagem convencional, inclusão assertiva com profissionais e todos os alunos que ali estão inseridos. Deste modo precisamos entender qual a forma de atuação deste profissional. A atuação dos terapeutas ocupacionais nas escolas é amparada pela Resolu- ção n.° 445, de 26 de abril de 2014, do COFFITO (Conselho Federal de Fisiote- rapia e Terapia Ocupacional), em seu anexo XII, que inclui ações terapêuticas ocupacionais no ensino regular com o propósito de “facilitar o processo de ensino/aprendizado, a superação das desigualdades educacionais e a inclusão escolar, a formação para o trabalho, a promoção da participação e da cidada- nia de crianças, jovens, adultos e idosos”6. Do mesmo modo, a Resolução nº 500, de 26 de dezembro de 2018, do COFFITO, a qual reconhece a especia- lidade de Terapia Ocupacional no contexto escolar. (ATHAYDE, 2020, p. 10). Assim, quando se entende como é importante a atuação de um profissional de terapia ocupacional no contexto escolar, visto que, seu papel não é atuar sobre educação especial, mais, sim, inserir alunos com dificuldades e necessidades na instituição, sendo esta inserção por espaço físico, currículo adaptado de ensino ou desempenho ocupacional do estudante inserido. Vimos ainda que, falta muito para que todas as instituições adotem o uso deste pro- 16UNIDADE 1 A TERAPIA OCUPACIONAL FRENTE ÀS DEMANDAS DA INCLUSÃO ESCOLAR fissional, dá-se pelo não conhecimento dos mesmos ou pelo fator administrativo no qual o responsável ainda não se encontrou na necessidade de inseri-lo. Tendo em vista quais os benefícios que este profissional pode proporcionar a escola, devemos cada vez mais bus- car o enfoque no processo de inclusão educacional (PAULA; BALEOTTI, 2011). É por meio deste profissional que o contexto escolar terá melhores condições de adap- tações e a criação de um ambiente com melhores condições no processo de ensino aprendiza- gem, além de melhores ambientes de trabalho para os demais profissionais que compartilham do mesmo ambiente educacional. Estes profissionais devem estar no contexto não só estadual, mas principalmente no meio de ensino municipal e ensino infantil, abrangendo então desde a primeira infância a inserção e inclusão dos alunos com dificuldades e limitações (ATHAYDE, 2020). 17UNIDADE 1 A TERAPIA OCUPACIONAL FRENTE ÀS DEMANDAS DA INCLUSÃO ESCOLAR Conforme algumas leituras realizadas, sabemos que por volta da década de 1960 a terapia ocupacional veio a ca- lhar exclusivamente na educação especial, assim, como o atendimento era direcionado a crianças e adolescentes que apresentam algum transtorno do desenvolvimento, deficiências físicas, auditivas ou cognitivas. A educação especial abrangia esse público que se mostravam “desviados” dos padrões de “normalidade” da sociedade. Fonte: Souto; Gomes; Folha (2018). Apesar de compreendermos a importância do Terapeuta Ocupacional no contexto escolar nos dias atuais, você sabia que esta inserção foi documentada no Brasil em 1994? “No Brasil, a educação inclusiva foi difundida em 1994, após os postulados produzidos pela Declaração de Salamanca (UNESCO, 1994). Tal Declaração reafirma o compromisso com a Educação para Todos, reconhecendo a necessidade e urgência de providenciar educação para as crianças, jovens e adultos com necessidades educacionais especiais dentro do sistema regular de ensino, endossa a Estrutura de Ação em Educação Especial”. Fonte: Paula; Baleotti (2011). CONSIDERAÇÕES FINAIS Prezado (a) aluno (a), No presente material, analisamos qual o papel do terapeuta ocupacional frente ao contexto escolar. Entendemos que além de auxiliar crianças e jovens que necessitam de ajustes físicos ou ajuda motora, este terapeuta também aborda o ambiente familiar, pode estender seu atendimento a clínica que a criança possa frequentar e promover aos demais profissionais da escola o conhecimento e suporte. Por meio deste material teórico conseguimos assim visualizar a real necessidade de um profissional no contexto escolar. Adaptações físicas, por exemplo, são vistas necessárias a partir de quando a neces- sidade do (a) aluno (a) passa a trazer resultados negativos no processo de aprendizagem, professores e coordenadores precisam estar atentos a essas dificuldades, e o terapeuta é quem irá norteá-los a tal adaptação, que por si só pode tanto confeccionar o necessário quanto solicitar novos materiais específicos para tal dificuldade. Vimos ainda qual o papel deste terapeuta no processo de aprendizagem de 0 a 2 anos de idade e sua relação entre professores e comunidade, família envolvida e demais terapeutas quando a criança passa a ter a necessidade de mais suporte. O processo de encaminhamentos e percepção de avaliação médica ainda é muitas vezes parte deste profissional. Vimos também o papel de atuação do terapeuta no processo de inclusão e percepções desta profissão nas escolas. Logo mais, abordaremos demais assuntos relacionados a terapia ocupacional e o contexto escolar, desfrute de todos os conteúdos disponibilizados, portanto, faça a leitura do material disponível logo abaixo e assista ao vídeo sugerido, é por meio de estudo teórico que se faz um profissional de excelência na vida prática profissional. Muito Obrigado! UNIDADE 1 A TERAPIA OCUPACIONAL FRENTE ÀS DEMANDAS DA INCLUSÃO ESCOLAR 18 MATERIAL COMPLEMENTAR • Título: Escola para todos e as pessoas com deficiência: contri- buições da Terapia Ocupacional • Autor: Eucenir Fredini Rocha, Maria Inês Britto Brunello e Camila C. B. Ximenez de Souza. • Editora: HUCITEC. • Sinopse: O livro pretende estimular o leitor a refletir sobre os possíveis deslocamentos do objeto da Terapia Ocupacional no campo da Educação de abordagens biomédicas, organicistas, cujas origens estão no movimento eugênico, para abordagens fun- damentadas em princípios epistêmicos e éticos alinhados com a possibilidade de exercer a liberdade, a imaginação e o diálogo vivo com as experiências. Pondera sobre as ações práticas da Terapia Ocupacional no contexto escolar, considerando as particularidades do seu cotidiano e dos seus coletivos, tendo como finalidade a escola para todos e suas interconexões com o pensamento críti- co. Deseja ainda, por meio de diferentes relatos de experiências, instigar o leitor a dialogar com temas atuais como os preconceitos, estigmas, medos, intolerâncias presentes nas relações interpes- soais e institucionais do contexto escolar. • Título: Terapia Ocupacional no Contexto Escolar • Ano: 2018. • Sinopse: O vídeo da terapeuta Márcia Valiat, explica sobre as razões mais frequentes do encaminhamento de crianças em idade escolar à terapia Ocupacional. • Link do vídeo: https://youtu.be/7iOurUt7_CE UNIDADE 1 A TERAPIA OCUPACIONAL FRENTE ÀS DEMANDAS DA INCLUSÃO ESCOLAR 19 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Plano de Estudos • Formação Educacional na Terapia Ocupacional. • Metodologia de intervenções no contexto escolar. • Atuação da Terapia Ocupacional e saúde mental infantojuvenil. • Terapia Ocupacional em Escolas Públicas. Objetivos da Aprendizagem • Conceituar e contextualizar sobre a formação de terapeutas ocupacionais; • Auxiliar no processo de aprendizagem dos estudantes com relação às metodologias de intervenções no contexto escolar; • Orientar profissionais com relação à saúde mental infantil e o papel do terapeuta nas escolas públicas. 2UNIDADEUNIDADE PRÁTICAS E PRÁTICAS E PERSPECTIVASPERSPECTIVAS DA DA ATUAÇÃO DA TERAPIA ATUAÇÃO DA TERAPIA OCUPACIONAL NA OCUPACIONAL NA EDUCAÇÃOEDUCAÇÃO Professor(a) Esp. Sandra Mesquita INTRODUÇÃO Olá, aluno(a), seja bem-vindo(a) à nossa Unidade II sobre Terapia Ocupacional no contexto escolar. Aproveitem ao máximo o conteúdo disponibilizado. Nessa Unidade II, vamos debater sobre a formação educacional na Terapia Ocupacional, abordando o processo de formação dos futuros profissionais durante o período de formação. Além disso, buscaremos compreender a metodologia de intervenções disponíveis no contexto escolar. Abordaremos ainda temas relacionados à atuação do terapeuta ocupacional na saúde men- tal infantojuvenil nas escolas públicas. Convido você a adquirir este valioso conteúdo, que certamente contribuirá significativamente para o seu processo de formação profissional. Ao explorar e absorver o conhecimento presente neste material, você estará ampliando suas habilidades e conhecimentos no campo da Terapia Ocupacional no contexto escolar. Bons estudos! UNIDADE 2 PRÁTICAS E PERSPECTIVAS DA ATUAÇÃO DA TERAPIA OCUPACIONAL NA EDUCAÇÃO 21 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Assim como em diferentes áreas de atuação profissional, necessitamos de conhe- cimentos amplos. Na terapia ocupacional, não seria diferente, pois estamos nos referindo aos cuidados gerais que o profissional deve manter com o aluno ou paciente durante o seu processo terapêutico. É de extrema importância e se faz necessário que estudantes e profissionais já in- seridos no mercado de trabalho tenham conhecimento de todo o processo de saúde versus doença com o qual podemos lidar. Estamos pensando em alunos propensos a apresentar essas complexidades e/ou comorbidades. Precisamos fortalecer os vínculos entre o sistema de saúde e as universidades, a fim de modificarmos a formação dos profissionais de saúde. Essa modificação deve ocorrer de maneira positiva e agregar um melhor manejo de atendimento quando feito. Devemos nos atentar e nos capacitar de modo integral para a saúde individual e coletiva. Essa formação diferenciada e abrangente demonstra que é necessário revisar os currículos dos cursos de graduação de níveis superiores e fazer adequações com relação a essas abrangências de saúde. É claro que isso deve ser analisado e aplicado conforme as regiões e localidades, levando em consideração a necessidade de ampliar os atendimentos na saúde pública, com espaços e locais adequados. No entanto, toda e qualquer mudança gera desconforto e sacrifícios, e, portanto, todo o sistema precisa se readequar. Por que não iniciar pela formação acadêmica desses profissionais que serão inseridos no mercado de trabalho? O principal manejo para que toda mudança e melhoria aconteça ainda é por meio da boa formação generalista, humanizada, reflexiva e capaz de desenvolver suas ações por UNIDADE 2 PRÁTICAS E PERSPECTIVAS DA ATUAÇÃO DA TERAPIA OCUPACIONAL NA EDUCAÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1 FORMAÇÃO EDUCACIONAL NA TERAPIA OCUPACIONAL. TÓPICO 22 meio de projetos pedagógicos, onde o principal interessado é o indivíduo em atendimento clínico. Para que isto aconteça precisamos ter em mente a necessidade de cursos práticos mesmo dentro da instituição de ensino e não apenas mudança no campo de estágio, por exemplo (BARBA; et al., 2012). Em vista disso, precisamos oferecer metodologias de ensino e aprendizagem que venham de encontro com as necessidades de cada indivíduo. Por meio da prática peda- gógica, já podemos perceber essa necessidade viável. Devemos, portanto, considerar a interdisciplinaridade e valorizar as diferentes dimensões éticas que permeiam nossa cultura, respeitando todo e qualquer indivíduo. Sendo assim, conseguimos abranger não só os alunos com indicação ao acompa- nhamento terapêutico no ambiente escolar, mas sim fortalecer o serviço de atendimento es- colar amplo, mediante a várias situações e possíveis indicações. Em vista disso, o contexto escolar deve por si só oferecer além dos conhecimentos básicos esperados pela instituição, um ambiente no qual conseguimos desenvolver um sistema de corresponsabilidade, avalia- ções e acompanhamentos quando qualquer criança precisa ser observada de mais perto. Além disso, é importante selecionar conteúdos pertinentes e de grande relevância na formação desse aluno ao longo dos períodos escolares. E mais, devemos nos atentar ao papel primordial das escolas, não apenas em relação à estrutura física, mas também em oferecer conteúdo de qualidade e proveitoso às crianças que frequentam. Será por meio dos profissionais que atuam nesse ambiente que conseguiremos analisar qual é a real necessidade presente nesse contexto. Por isso, precisamos, enquanto profissionais de terapia ocupacional, ficar atentos e ressaltar nossa participação ativa no meio dessas fases de todo estudante, promovendo assim maior qualidade e possibilidade de construção de conhecimento. O mais importante é que, por meio dos atendimentos terapêuticos, muitas vezes podemos oferecer a um aluno o autocuidado e o autoconhecimento. Torna-se, assim, a participação do educador enquanto mediador ou facilitador edu- cacional, criar diferentes situações e condições de aprendizagem a fim de construir conhe- cimentos e saberes a partir delas. Nós, terapeutas ocupacionais, temos a responsabilidade de proporcionar isso. Vale lembrar que essas situações podem ser criadas ou baseadas em situações reais do cotidiano, buscando uma formação inovadora em Terapia Ocupacional. 23UNIDADE 2 PRÁTICAS E PERSPECTIVAS DA ATUAÇÃO DA TERAPIA OCUPACIONAL NA EDUCAÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . A metodologia de intervenção no contexto escolar, envolve uma série de estratégias e técnicas que visam promover o desenvolvimento educacional, social e emocional dos alunos, bem como a melhoria do desempenho escolar e do clima escolar como um todo. Para trabalhar com esta metodologia, é necessário seguir algumas etapas, tais como: • Identificação dos problemas e desafios: é importante fazer uma análise crítica do contexto escolar, identificando pontos fortes e pontos fracos, desafios e oportunidades. • Definir objetivos e metas: com base na análise do contexto, deve-se estabele- cer objetivos e metas claramente definidos, que sejam específicos, mensuráveis, alcançáveis, relevantes e temporais. • Planejar as intervenções: com base nos objetivos e metas definidos, é ne- cessário planejar as intervenções, selecionando as estratégiase técnicas mais adequadas para cada caso. • Executar as intervenções: com o plano de intervenções elaborado, é hora de colocá-lo em prática, envolvendo todos os atores envolvidos no processo educa- cional, tais como professores, alunos, pais, gestores, entre outros. • Avaliar os resultados: após a execução das intervenções, é importante avaliar os resultados alcançados, verificando se os objetivos e metas definidos foram atingidos e se as mudanças esperadas ocorreram de fato. Caso necessário, é preciso ajustar o plano de intervenções e repetir o processo. Além disso, existem algumas maneiras de identificar problemas e desafios no contexto escolar, como: • Observação direta - observar a dinâmica da escola e como os alunos e pro- fessores interagem entre si pode revelar problemas como falta de comunicação, bullying, conflitos de interesse, entre outras questões. UNIDADE 2 PRÁTICAS E PERSPECTIVAS DA ATUAÇÃO DA TERAPIA OCUPACIONAL NA EDUCAÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 METODOLOGIA DE INTERVENÇÕES NO CONTEXTO ESCOLAR TÓPICO 24 • Análise de dados - avaliar os dados de desempenho dos alunos, taxas de eva- são e reprovação, entre outros indicadores, pode dar uma visão mais clara dos desafios que a escola enfrenta. • Feedback de alunos, pais e professores - ouvir as opiniões e sugestões de todos os envolvidos na escola pode trazer à tona problemas e desafios que precisam ser abordados. • Benchmarking - estudar o que outras escolas estão fazendo para superar pro- blemas semelhantes pode ser uma fonte valiosa de ideias e soluções. A avaliação dos resultados é uma etapa crítica no processo de intervenção, pois permite que os responsáveis pelo projeto verifiquem se os esforços foram bem-sucedidos, identifiquem oportunidades de melhoria e façam os ajustes necessários para futuras intervenções. A avaliação pode ser realizada a partir de diferentes abordagens e metodologias, desde a análise de relató- rios e dados quantitativos até a realização de entrevistas e grupos focados em obter feedback qualitativo dos usuários ou beneficiários da intervenção (CARDOSO; MATSUKURA, 2012). Entre os principais indicadores que podem ser monitorados estão: • Alcance das metas e objetivos definidos: é importante verificar se as mudanças es- peradas foram alcançadas e se os números e indicadores previstos foram atingidos. • Impactos e efeitos da intervenção: além dos resultados quantitativos, é importan- te analisar os impactos e efeitos da intervenção sobre os usuários, beneficiários e a comunidade em geral, buscando identificar mudanças de comportamento, percepções e atitudes. • Satisfação dos usuários: a avaliação da satisfação dos usuários é fundamental para identificar eventuais problemas ou oportunidades de melhoria na execução da intervenção, bem como para garantir que as necessidades e expectativas dos usuários sejam atendidas. • Custos e efetividade: é necessário avaliar os custos da intervenção em relação aos resultados alcançados, buscando garantir que os recursos foram utilizados de forma efetiva e eficiente. Com base nos resultados obtidos, os responsáveis pelo projeto podem fazer os ajustes necessários no plano de intervenções e repetir o processo, buscando continuamente melhorar a qualidade e efetividade das ações realizadas. Algumas técnicas e estratégias que podem ser utilizadas para trabalhar com a metodologia de intervenções no contexto escolar são: análise de dados e indicadores educacionais, planejamento estratégico, formação de equipes pedagógicas, implementação de programas de desenvolvimento socioemocional, in- tervenções para a melhoria do clima escolar, entre outras (CARDOSO; MATSUKURA, 2012). É importante lembrar que a metodologia de intervenções no contexto escolar exige um trabalho em equipe, participação ativa de todos os envolvidos e um engajamento contí- nuo para garantir resultados efetivos. 25UNIDADE 2 PRÁTICAS E PERSPECTIVAS DA ATUAÇÃO DA TERAPIA OCUPACIONAL NA EDUCAÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . A Terapia Ocupacional desempenha um papel importante na promoção da saúde mental infantojuvenil, ao ajudar crianças e adolescentes a explorarem suas potencialidades e habilidades, assim como encontrar maneiras positivas de lidar com as suas dificuldades emocionais e comportamentais. Os Terapeutas Ocupacionais trabalham com crianças e adolescentes em diversas áreas, como habilidades sociais, comunicação, atividades de vida diária, organização e planejamento, alfabetização emocional, autoestima e autoconfiança. Eles auxiliam na identificação e resolução de problemas pessoais, familiares e sociais, promovendo a com- preensão das emoções e sentimentos dos pacientes e incentivando sua participação em atividades que promovam o bem-estar e a felicidade. A Terapia Ocupacional também pode ser usada para auxiliar na recuperação de doenças mentais. Em conjunto com outros profissionais da saúde mental, o Terapeuta Ocupacional ajuda o paciente a desenvolver habilidades e estratégias de enfrentamento, que o auxiliam na promoção de saúde física e mental, e na prevenção de futuras crises (FERNANDES, et al., 2019). Em geral, a Terapia Ocupacional é uma opção importante para promover a saúde mental infantil e juvenil, e deve ser incluída em todos os planos de tratamento. A Terapia Ocupacional (TO) é uma disciplina da área da saúde que visa melhorar a qualidade de vida e a independência das pessoas por meio da utilização da atividade humana em suas diversas formas. Na saúde mental, o objetivo é ajudar as crianças e os jovens a desenvolverem habi- lidades funcionais, sociais e emocionais que possam ajudá-los a lidar com as demandas do dia a dia. Através da TO, é possível identificar as atividades que as crianças e jovens gostam e que lhe trazem satisfação, e incorporá-las em um plano de intervenção individualizado. UNIDADE 2 PRÁTICAS E PERSPECTIVAS DA ATUAÇÃO DA TERAPIA OCUPACIONAL NA EDUCAÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 ATUAÇÃO DA TERAPIA OCUPACIONAL E SAÚDE MENTAL INFANTOJUVENIL TÓPICO 26 Estas atividades podem ser utilizadas como ferramentas importantes para ajudar a promover o bem-estar emocional, melhorar a autoestima, aumentar a autoconfiança e fornecer um sentido de propósito e realização. Além disso, a TO pode ajudar a criança ou jovem a se envolver em atividades em grupo, como esportes, música ou artes, que possam ajudá-los a desenvolver habilidades sociais e fornecer um senso de pertencimento e conexão com outras pessoas. Em resumo, a Terapia Ocupacional é uma opção importante para promover a saúde mental infantil e juvenil, e deve ser incluída em todos os planos de tratamento. Ela pode ser feita em uma variedade de ambientes, como em casa, na escola ou em clínicas especializadas, e pode ajudar a criança ou jovem a desenvolver habilidades vitais para o crescimento e o desenvolvimento saudáveis (FERNANDES, et al., 2019).Além disso, o TO pode ajudar a criança ou jovem a desenvolver habilidades de co- municação eficaz, resolução de conflitos, autocontrole e autoestima, o que pode ajudá-los a ter relacionamentos mais saudáveis e positivos ao longo da vida. O TO também pode ajudar a identificar problemas comportamentais ou emocionais e fornecer intervenções adequadas para lidar com essas questões. Em última análise, o objetivo da TO é permitir que a criança ou jovem alcance seu potencial máximo e desfru- te de uma vida feliz e saudável. A Terapia Ocupacional (TO) em escolas públicas é uma prática voltada para o apoio de crianças e jovens com dificuldades em atividades diárias, habilidades motoras, sociais e emocionais. O papel do terapeuta ocupacional é realizar uma avaliação inicial das habilidades e necessidades do aluno e, a partir disso, desenvolver planos de tratamento personalizados que incluam atividades e intervenções terapêuticas para auxiliar na adaptação às atividades escolares e habilidades para a vida diária. Os terapeutas ocupacionais em escolas públicas podem trabalhar com crianças com diferentes condições e necessidades, incluindo autismo, transtornos de aprendizagem, transtornos de déficit de atenção e hiperatividade, paralisia cerebral, distúrbios motores ou sensoriais. Eles também podem trabalhar com crianças em geral para promover habilida- des de autonomia e independência, como o desenvolvimento de habilidades motoras finas, habilidades de escrita, planejamento e organização (SILVA; PEDRO, 2022). Além disso, a Terapia Ocupacional pode ajudar na adaptação de estudantes com deficiência em sala de aula, fornecendo soluções para problemas de acessibilidade, como a adaptação de equipamentos, materiais e estrutura física e organizacional. Em escolas públicas, a Terapia Ocupacional pode ser financiada por meio de recursos do Sistema Único de Saúde (SUS), Secretarias de Educação, Ministério da Educação e outros parceiros governamentais. 27UNIDADE 1 A TERAPIA OCUPACIONAL FRENTE ÀS DEMANDAS DA INCLUSÃO ESCOLAR . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Em resumo, a Terapia Ocupacional em escolas públicas é uma importante fer- ramenta para ajudar crianças e jovens com necessidades diferentes a se integrarem na escola, promover a inclusão e melhorar a qualidade de vida e o desempenho escolar. O terapeuta ocupacional pode atuar em várias frentes, como: identificação das difi- culdades motoras, sensoriais, cognitivas e emocionais dos alunos, por meio de avaliações individuais; elaboração de atividades adaptadas e planejamento de intervenções pedagó- gicas inclusivas em parceria com professores e equipes escolares; ensino de técnicas e estratégias para melhorar o desempenho em atividades de vida diária, como escrita, leitura, habilidades sociais e de comunicação; elaboração de programas de treinamento para a autonomia em situações de rotina escolar, como alimentação, higiene, vestuário e locomo- ção; aconselhamento a pais e professores sobre como lidar com desafios e dificuldades na rotina escolar; promoção de ações para conscientização e respeito à diversidade e inclusão de alunos com necessidades especiais (ATHAYDE, 2020). Em suma, a terapia ocupacional em escolas públicas tem como objetivo central promover a inclusão e a qualidade de vida dos alunos com necessidades diferentes de forma integral, capacitando-os para lidar com as dificuldades cotidianas e a desempenhar seu máxi- mo potencial. A terapia ocupacional oferece atividades que ajudam a desenvolver habilidades como coordenação motora fina, organização do pensamento, atenção, percepção e resolução de problemas, além de incentivar a socialização e a autoestima (SILVA; PEDRO, 2022). Através desses exercícios, os alunos têm a oportunidade de explorar seu potencial e de aprender a superar suas limitações de maneira independente. A terapia ocupacional é essencial em escolas públicas porque muitas vezes as crianças com necessidades não têm UNIDADE 2 PRÁTICAS E PERSPECTIVAS DA ATUAÇÃO DA TERAPIA OCUPACIONAL NA EDUCAÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4 TERAPIA OCUPACIONAL EM ESCOLAS PÚBLICAS TÓPICO 28 acesso a um atendimento individualizado fora do contexto escolar, ou seja, em suas casas ou em clínicas particulares. A escola é um ambiente inclusivo por natureza e, com a terapia ocupacional, é possível oferecer um atendimento diferenciado aos alunos que precisam de uma atenção mais específica. Dessa forma, a terapia ocupacional se torna uma ferramenta essencial para promo- ver a inclusão e a qualidade de vida desses alunos, contribuindo para o seu desenvolvimento integral e para a construção de uma sociedade mais inclusiva e plural. É fundamental que tanto os profissionais de educação quanto os profissionais de saúde estejam capacitados a atuar em conjunto, promovendo a integração entre as diversas áreas e ampliando o acesso aos serviços de terapia ocupacional. “A Educação Alimentar e Nutricional (EAN) constitui uma estratégia preconizada pelas políticas públicas em alimentação e nutrição, sendo considerada um importante instrumento para promoção de hábitos alimen- tares saudáveis. O interesse pelo tema no Brasil surgiu na década de 1940 e, até 1970, esteve relacionada à introdução de alimentos novos para população por interesses econômicos, às publicações voltadas para divulgação de materiais informativos, e à adoção de medidas que privilegiavam a suplementação alimentar e atividades de combate a carências nutricionais específicas. Na década de 1970, por seu turno, houve re- ferência à renda como principal obstáculo à alimentação adequada e nesse período a educação nutricional foi menos destacada nos programas de saúde pública por aproximadamente duas décadas”. Fonte: RAMOS; SANTOS; REIS, 2013. Frente às necessidades psicológicas que o ambiente escolar tem sofrido, refletimos: “Ainda segundo o autor, o psicólogo escolar seria um elo entre o mundo acadêmico e o sistema escolar. O psicólogo escolar serve, no modelo clínico, como elo entre várias agências de saúde mental e o sistema escolar. Enquanto agente de ligação entre o mundo acadêmico e o sistema escolar, o psicólogo escolar está interessado em metodologias científicas e resultados de pesquisas, geralmente obtidos no ambiente acadêmico. Enquanto profissional vinculado ao campo educacional, traduziria estas metodologias e resultados em ação nas escolas. Fazendo isso, poderia atender a dois objetivos: ajudar a superar o descompasso entre educação e aplicação de resultados de pesquisa e encorajar atividades de pesquisa nas escolas, servindo como elemento de ligação para os acadêmicos que queiram fazer contato com indivíduos que falem a sua linguagem nas escolas.” Fonte: MARTINS, 2003. 29UNIDADE 2 PRÁTICAS E PERSPECTIVAS DA ATUAÇÃO DA TERAPIA OCUPACIONAL NA EDUCAÇÃO CONSIDERAÇÕES FINAIS Prezado (a) aluno (a), No presente material, analisamos qual o papel do terapeuta ocupacional frente ao contexto escolar. Compreendemos de maneira ampla sobre a formação educacional do tera- peuta ocupacional, junto a metodologia de intervenções no contexto escolar, além da forma de atuação do terapeuta ocupacional e o contexto da saúde mental infantojuvenil, sempre interligando esses temas ao ensino e processo de aprendizagem nas escolas públicas. Logo mais, abordaremos demais assuntos relacionados a terapia ocupacionale contexto escolar, desfrute de todos os conteúdos disponibilizados. Portanto, faça a leitura do material disponível logo abaixo e assista ao vídeo sugerido, é por meio de estudo teórico que se faz um profissional de excelência na vida prática profissional. Muito Obrigado! UNIDADE 2 PRÁTICAS E PERSPECTIVAS DA ATUAÇÃO DA TERAPIA OCUPACIONAL NA EDUCAÇÃO 30 MATERIAL COMPLEMENTAR • Título: Formação em terapia ocupacional no Brasil • Autor: Rodrigo Alves dos Santos Sila, Pamela Cristina Bianchi e David dos Santos Calheiros. • Editora: Filoczar • Sinopse: Este livro, inédito na área, tem o objetivo de contribuir para o fortalecimento da formação técnica, política e ética de tera- peutas ocupacionais. Trata-se de uma coletânea com 17 capítulos baseados em relatos de experiências e pesquisas, escritos por 42 estudiosos de distintas Universidades brasileiras. A reunião desses capítulos em obra única, permite aos interessados, uma compreen- são articulada das potências, dos desafios e do que vem sendo produzido sobre a formação em Terapia Ocupacional no Brasil. • Título: Guia de Profissões - Terapia Ocupacional • Ano: 2017 • Sinopse: Terapia Ocupacional - Mais autonomia aos pacientes nas atividades cotidianas. O terapeuta ocupacional trabalha para restabelecer pacientes e adaptar o meio às suas necessidades, a fim de lhe dar mais autonomia na realização das atividades cotidianas. • Link do vídeo: https://youtu.be/LXyT3UFgJRk 31UNIDADE 2 PRÁTICAS E PERSPECTIVAS DA ATUAÇÃO DA TERAPIA OCUPACIONAL NA EDUCAÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Plano de Estudos • O uso da tecnologia assistiva para alunos com necessidades específicas; • Tecnologias Sociais entre Educação e Terapia Ocupacional; • O papel da Terapia Ocupacional com uso de tecnologias; • Tecnologias assistiva e inclusão educacional. Objetivos da Aprendizagem • Conceituar e contextualizar quais às necessidades específicas entre alunos e a tecnologia assistiva; • Auxiliar no processo de aprendizagem entre educação e a terapia ocupacional; • Orientar profissionais com relação ao papel da terapia ocupacional e inclusão educacional. 3UNIDADEUNIDADE TECNOLOGIA ASSIS-TECNOLOGIA ASSIS- TIVA E ADAPTAÇÕES TIVA E ADAPTAÇÕES PARA PROMOVER PARA PROMOVER INCLUSÃO ESCOLARINCLUSÃO ESCOLAR Professor(a) Esp. Sandra Mesquita INTRODUÇÃO Olá, aluno (a), seja bem-vindo à nossa Unidade III da disciplina sobre Terapia Ocupacional no contexto escolar. Aproveite ao máximo o conteúdo disponibilizado. Nessa unidade, discutiremos o uso das tecnologias assistivas entre o terapeuta ocupacional e os alunos, bem como a análise das necessidades específicas da escola e o papel fundamental que o terapeuta ocupacional desempenha no processo de inclusão social. Convido você para essa viagem rumo ao conhecimento, na qual contribuirá significativamente em seu processo de formação profissional. Bons estudos. UNIDADE 3 TECNOLOGIA ASSISTIVA E ADAPTAÇÕES PARA PROMOVER INCLUSÃO ESCOLAR 33 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . A tecnologia assistiva é um conjunto de recursos que auxiliam pessoas com neces- sidades específicas a participar da vida social, aumentar a sua independência e melhorar a sua qualidade de vida. Para alunos com necessidades educacionais especiais, a tecnologia assistiva é fundamental para garantir o seu direito à inclusão e acessibilidade. A tecnologia assistiva pode ser utilizada para diferentes tipos de necessidades especiais, como visuais, auditivas, motoras, cognitivas e de comunicação. Existem diver- sos recursos disponíveis que auxiliam os alunos a superar as barreiras que encontram na aprendizagem, como leitores de tela, braile, pranchas de comunicação, software de reconhecimento de voz, dentre outros. Além disso, os avanços tecnológicos têm permitido novas possibilidades de aces- sibilidade, como aplicativos e softwares que auxiliam na escrita, leitura, cálculo e organi- zação, além de dispositivos de controle de movimento para alunos com deficiência física, programas de tradução e interpretação para alunos com deficiência auditiva e muitos outros recursos (SOUTO; GOMES; FOLHA, 2018). Por isso, é fundamental que as escolas estejam preparadas para o uso da tecno- logia assistiva, oferecendo suporte e treinamento para os professores e disponibilizando recursos e equipamentos para os alunos. Além disso, é preciso garantir que esses recursos sejam utilizados de forma adequada e inclusiva, respeitando as diferenças individuais e estimulando a autonomia dos alunos. Em resumo, a tecnologia assistiva é uma importante ferramenta para garantir o direito à educação e inclusão de alunos com necessidades especiais. Com investimento UNIDADE 3 TECNOLOGIA ASSISTIVA E ADAPTAÇÕES PARA PROMOVER INCLUSÃO ESCOLAR . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1 O USO DA TECNOLOGIA ASSISTIVA PARA ALUNOS COM NECESSIDADES ESPECÍFICAS TÓPICO 34 e apoio adequados, é possível oferecer aos alunos as condições necessárias para que possam aprender e se desenvolver plenamente. Além disso, a tecnologia assistiva também pode contribuir para a autonomia e inde- pendência dessas pessoas em outros aspectos da vida, como no trabalho e na vida cotidiana. No entanto, é importante ressaltar que a tecnologia assistiva não é a única solução para garantir a inclusão e acesso à educação de pessoas com necessidades específicas. É necessário um esforço coletivo, que envolva professores, escolas, famílias e governos, para garantir que esses alunos tenham oportunidades iguais de aprendizado e desenvolvimento. A tecnologia assistiva é uma ferramenta complementar a ser integrada em um sistema abrangente de inclusão educacional e social. Ela se refere a todo o conjunto de recursos e serviços que são utilizados para promover a autonomia, a acessibilidade e a inclusão social das pessoas com deficiên- cia ou com necessidades específicas. Estes recursos abrangem desde equipamentos e tecnologias mais simples, como lupas, óculos especiais, até aparelhos mais sofisticados como cadeiras de rodas motorizadas, sistemas de comunicação alternativa, softwares e aplicativos especiais (SOUTO; GOMES; FOLHA, 2018). A tecnologia assistiva é fundamental para a promoção de uma sociedade mais inclusiva, já que ela permite que as pessoas com deficiência ou com necessidades espe- cíficas tenham um amplo acesso às informações, serviços, locais e oportunidades que, de outra forma, seriam inacessíveis. Ela também ajuda a reduzir as barreiras físicas,