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C O N T R O L E T Ô N I C O - Em geral, o controle tônico da frequência cardíaca é dominado pela porção parassimpática ; - O aumento da FC pode ser feito de duas formas: (1) Diminuindo a atividade parassimpática, pois assim as células autoexcitáveis assumem sua frequência intrínseca de despolarização e a frequência cardíaca aumenta para 90 a 100 bpm. (2) Um estímulo simpático aumenta a FC acima da taxa intrínseca. A noradrenalina (ou adrenalina) nos receptores B1 acelera a taxa de despolarização das células autoexcitáveis e aumenta a FC; - Ambas as subdivisões autonômicas alteram a velocidade de condução no nó AV: ACh desacelera a condução (fazendo o retardo elétrico), e as catecolaminas aceleram a condução dos PA nesse nó. N E R V O S - O coração recebe inervação simpática e parassimpática; - Os nervos parassimpáticos (vagos) se distribuem mais pelos nós SA e AV, pouco menos para os átrios e muito pouco para os ventrículos; - Os nervos simpáticos (vértebras T1-T5) estão em todo o coração, sobretudo no ventrículo; E S T I M U L A Ç Ã O P A R A S S I M P Á T I C A ( V A G A L ) - A estimulação parassimpática (vagal ) do coração provoca a liberação de acetilcolina pelas terminações vagais, que diminui o ritmo do nó AS e a excitabilidade das fibras funcionais do nó AV; - A estimulação vagal reduz a FC e pode até interromper por completo a excitação rítmica do nó SA, bloqueando a transmissão da impulsão do nó AV para os ventrículos; - A liberação de ACh aumenta a permeabilidade aos íons potássio, hiperpolarizando, e logo, deixando a célula muito menos excitável. Assim, é necessário mais tempo e/ou mais corrente despolarizante para que seja atingido o limiar de excitação; R E C E P T O R E S A D R E N É R G I C O S B-ADRENÉRGICOS: os principais receptores adrenérgicos presentes no coração. Existem dois subgrupos destes receptores, os β1 e β2; - Os receptores β1 localizam-se sobretudo no miocárdio ventricular, e os receptores β2, principalmente no músculo liso vascular; - A estimulação de receptores β-Adrenérgicos aumenta a contratilidade miocárdica, dilata as artérias coronárias, provoca efeitos inotrópicos positivos, acelera a condução atrioventricular e aumenta a automaticidade (ação de marca -passo das células do nó SA) Α-ADRENÉRGICOS: são subdivididos em α1 e α2. - Os receptores α1 estão presentes no miocárdio, principalmente nos átrios, onde participam da produção de efeitos inotrópicos positivos; - Já os receptores α2 estão localizados em terminais nervosos pré-sinápticos no cérebro, e sua estimulação pode inibir a descarga adrenérgica; C O L I N É R G I C O S - A estimulação dos receptores colinérgicos muscarínicos (M2 e M4) presentes sobretudo nos nós SA e AV e miocárdio atrial, determinam os efeitos observados da ação parassimpática (proteína Gi), que inibe a produção de AMPc, produzindo efeito contrário dos receptores beta; - Ação cronotrópica e inotrópica negativa, e aumento do tempo de condução atrioventricular; I N F L U Ê N C I A H U M O R A L - Os hormônios da tireoide (T3 e T4) influenciam o funcionamento do coração, provocando um aumento do metabolismo basal do corpo. Ao aumentar a metabolismo, aumenta a demanda do consumo de oxigênio ao nível dos tecidos, provocando vasodilatação e aumentando a ação dos cronotrópicos e inotrópicos; - Aumentam o retorno venoso, e assim o DC e a resistência arterial sistêmica; - Os hormônios da tireóide podem alterar o ritmo e a frequência cardíaca, o ´débito cardíaco, a pré-carga e pós carga, e a pressão sistólica e diastólica; - No coração, o T3 atua aumentando a expressão de receptores β1, o que sensibiliza o miocárdio à ação das catecolaminas, resultando em aumento da frequência cardíaca (cronotropismo positivo), da contratilidade (inotropismo positivo) e da fração de ejeção oq aumenta o débito cardíaco. - Além disso, promove vasodilatação periférica por meio do aumento da produção de óxido nítrico, o que reduz a resistência vascular sistêmica. Como consequência, embora a pressão arterial sistólica possa se elevar devido ao maior débito cardíaco, a pressão arterial média nem sempre aumenta, já que a diminuição da resistência vascular compensa o aumento do fluxo sanguíneo. O que é característico do estado observado no hipertireoidismo. L E I D E F R A N K S T A R L I N G D O C O R A Ç Ã O - Nos músculos estriados, a força gerada por uma fibra muscular é relacionada com o comprimento do sarcômero, como indicado pelo comprimento inicial da fibra muscular. Assim, quanto mais esticados estiverem no início da contração, maior será a tensão; - Se mais sangue chegar ao ventrículo, as fibras musculares se estiram mais, aumentando a força de contração e injetando mais sangue. Esse grau de estiramento do miocárdio antes da contração é a pré-carga; - A lei de Frank Starling do coração diz que quanto mais sangue chega ao coração, ele se contrai com mais força e ejeta mais sangue. Assim, dentro dos limites fisiológicos, o coração ejeta todo o sangue que chega até ele. C O N T R A T I L I D A D E - Toda substância química que afeta a contratilidade é chamada de agente inotrópico, sua influência é chamada de efeito inotrópico; - Se uma substância química aumenta a força de contração (como as catecolaminas), ela possui um efeito inotrópico positivo. Substâncias químicas com efeito inotrópico negativo diminuem a contratilidade; - A contratilidade é diferente da relação comprimento-tensão, pois um músculo pode permanecer com um determinado comprimento e ter maior contratilidade, pois ela depende da quantidade de Ca+2 disponível; - O aumento do comprimento do sarcômero também torna o músculo cardíaco mais sensível ao Ca2+; COMO? As catecolaminas ativam os receptores beta 1-adrenérgicos na membrana das células contráteis do miocárdio. Os receptores beta 1 ativados utilizam o sistema de segundo mensageiro do AMPc para fosforilar proteínas intracelulares específicas. A fosforilação dos canais de Ca2+ dependentes de voltagem aumenta a probabilidade de eles abrirem e permanecerem abertos por mais tempo, permitindo maior entrada de Ca+2. -As catecolaminas aumentam o armazenamento de Ca2+ por meio de uma proteína reguladora, chamada de fosfolambam, que aumenta a atividade de Ca+2 ATPase no RS, concentrando sua concentração no retículo, e fazendo com que mais Ca2+ fique disponível para a liberação de cálcio induzida pelo cálcio extracelular. Com mais Ca+2 disponível no citosol, maior o número de ligações cruzadas, gerando contração mais forte; - Além de aumentar a contração cardíaca, as catecolaminas encurtam a duração da contração. O aumento da atividade da Ca2+-ATPase acelera a remoção do Ca2+ do citosol, reduzindo o tempo em que o Ca2+ fica ligado à troponina e diminui o tempo ativo das ligações cruzadas de miosina; OBS: Um mecanismo diferente para aumentar a contratilidade pode ser desencadeado administrando-se glicosídeos cardíacos, pois retardam a remoção de Ca2+ do citosol; E L E T R O C A R D I O G R A M A (ECG) - Registro da atividade elétrica gerada pelas células do coração e percebida por eletrodos colocados na superfície da pele; - É possível utilizar eletrodos na superfície para registrar a atividade elétrica interna porque as soluções salinas, como o líquido extracelular à base de NaCl, são bons condutores de eletricidade; - Walter Einthoven criou o “triângulo de Einthoven”, um triângulo hipotético criado ao redor do coração quando os eletrodos são colocados nos braços e na perna esquerda. Os lados do triângulo são numerados para corresponder às três derivações, ou pares de eletrodos, usados para obter o registro; - Um ECG registra uma derivação de cada vez. Um eletrodo atua como eletrodo positivoda derivação, e um segundo eletrodo atua como o eletrodo negativo da derivação. Por exemplo, na derivação I, o eletrodo do braço esquerdo é definido como positivo, e o eletrodo do braço direito é definido como negativo. Quando uma onda elétrica se move em direção ao eletrodo positivo, a onda do ECG ascende da linha de base. Se o movimento resultante de cargas pelo coração vai para o eletrodo negativo, o traçado move -se para baixo; - Um ECG não é a mesma coisa que um único potencial de ação, mas sim um registro extracelular que representa múltiplos potenciais de ação ocorrendo em muitas células musculares cardíacas; - As amplitudes do PA e do registro do ECG são muito diferentes. O potencial de ação ventricular tem uma variação de voltagem de 110 mV, por exemplo, mas o sinal do ECG tem uma amplitude de apenas 1 mV quando ele atinge a superfície do corpo. P A D R O N I Z A Ç Õ E S - -O papel onde é traçada a linha do ECG é padronizado: um quadriculado composto de quadrados maiores (linhas grossas) preenchidos com quadrados menores (linhas finas); o Eixo x (vertical) = mede a amplitude da onda (mV); o Eixo y (horizontal) = mede o tempo (s ); - Cada quadradinho tem 0,1 mV de amplitude e representa 0,04 segundos; - A velocidade é 25 mm/s; - A FC é calculada por 1500/Intervalo entre duas ondas R (1 minuto de traçado a uma velocidade de 25 mm/s apresenta cerca de 1500 quadrados menores) O N D A S D O E C G - Existem dois componentes principais em um ECG : as ondas e os segmentos: o Ondas fazem parte do traçado que sobe e desce a partir da linha de base; o Segmentos são partes da linha de base entre duas ondas; o Intervalos são combinações de ondas e segmentos. ONDA P: o Despolarização atrial; o É composta do registro da ativação de cada átrio apresentado como uma única onda; o Arredondada e pode ter entalhes; o Podem ser positivas ou negativas dependendo da derivação; o Sua presença indica o ritmo sinusal ; o Amplitude de 0,25-0,30 mV; 0,08-0,11 s em adultos; INTERVALO PR o Vai do início da onda P até o início do complexo QRS; o Indica o tempo de condução através do nó AV e do fásciculo AV; o Para adultos, vai de 0,12 a 0,20 s; o Abaixo de 0,12 s, deve-se pensar em ritmo ectópico, iniciando fora do nó SA, ou síndrome de Wolf-Parkinson-White*; o Se acima de 0,20 s, deve-se pensar em atrasos de condução, como bloqueio atrioventricular do 1a grau; *A síndrome de Wolff -Parkinson-White é uma doença congênita em que há uma conexão elétrica adicional entre os átrios e os ventrículos. Faz com que os batimentos cardíacos sejam extremamente acelerados. COMPLEXO QRS o Despolarização ventricular; o Morfologia pontiaguda; o 0,05-0,11 s; o A amplitude varia, e a obesidade, enfisema pulmonar, derrames pericárdicos, miocardiopatia dilatada e edemas favorecem o registro de baixa voltagem deste complexo; o A repolarização atrial está escondida no complexo QRS; o Se tiver uma só deflexão para baixo, é chamada de onda QS; SEGMENTO ST o Vai do final do complexo QRS ao início da onda T; o Geralmente tem um caráter isoelétrico, e caso tenha desnivelamento, pode indicar patologia de falta de O2 no miocárdio (Supra = IAM; Infra = Isquemia miocárdica); ONDA T o Repolarização ventricular; o Onda arredondada e assimétrica (sobe lenta e desce rápida); o Positiva em DI, DII, V3 e V6; INTERVALO QT o Período entre o início do complexo QRS e o final da onda T; o Marca toda a atividade ventricular; o Dura de 0,30-0,46 s; ONDA U o Pode ser encontrada, de forma não obrigatória, em V3 e V4 no final da onda T; o Comum em atletas e bradicárdicos, pois é inversamente proporcional à FC; o Pequena e arredondada; R I T M O S I N U S A L N O E C G - No adulto, o ritmo sinusal é originado no nó SA, conduzido aos ventrículos com intervalo entre 120 ms e 200 ms; - No ECG, é representado pela presença de ondas P positivas nas derivações DI, DII e DaVF e a mesma onda P negativa em aVR; C O N C E I T O S CRONOTROPISMO– Frequência cardíaca - É o efeito principal sobre as células do nó SA; - O intervalo entre os potenciais de ação pode ser modificado alterando a permeabilidade das células autorrítimicas a diferentes íons: O aumento da permeabilidade ao Na⁺ e Ca⁺² durante o potencial marcapasso acelera a despolarização e a FC, ao passo que a diminuição da permeabilidade ao Ca⁺² ou o aumento da permeabilidade ao K⁺ retarda a despolarização e diminui a FC; DROMOTROPISMO – Velocidade de condução elétrica do coração; - É o efeito principal no nó AV; - Afeta a condução do processo de ativação elétrica por todo o miocárdio; - Afeta a velocidade da despolarização rápida e a corrente de influxo; LUSITROPISMO – Capacidade de relaxamento global do coração - É a capacidade de relaxamento global do coração, uma vez cessada sua estimulação elétrica; - Determina o relaxamento diastólico; - O relaxamento global do coração é um processo ativo, dependendo do gasto energético, de bombas iônicas de recaptação e bomba de cálcio. Quando se compromete a oferta de O² o relaxamento fica comprometido, relaxa mais lentamente, o coração fica mais “duro”; o Lusitrópico positivo: relaxamento rápido; o Lusitrópico negativo: relaxamento lento; BATMOTROPISMO – Capacidade de excitação do coração - Manutenção de um limiar e despolarizar ao ser estimulado por um potencial elétrico; - Ativando-se um ponto, todo o órgão responde. Por exemplo, quando qualquer outro ponto que não o marcapasso natural, consegue excitar o coração, a resposta extra chama-se extrassístole; o Batmotrópico positivo: miocárdio mais excitável; o Batmotrópico negativo: miocárdio menos excitável; INOTROPISMO: contratilidade cardíaca - É a capacidade intrínseca do miocárdio de gerar força, que pode ser aumentada por estímulos simpáticos ou reduzida por substâncias depressoras cardíacas. VDF É o volume de sangue presente no ventrículo ao final da diástole, ou seja, logo antes da contração (sístole). Valor médio normal (ventrículo esquerdo): ≈ 120 a 130 mL - Representa o grau de enchimento ventricular - Está diretamente relacionado à pré-carga (força que estira as fibras do miocárdio antes da contração) - Quanto maior o VDF (até certo limite), maior a força de contração pelo mecanismo de Frank-Starling VSF É o volume de sangue que permanece no ventrículo ao final da sístole, ou seja, depois da contração ventricular. Valor médio normal (ventrículo esquerdo): ≈ 50 a 60 mL - Reflete a eficiência da contração ventricular - Está relacionado à pós-carga e à contratilidade cardíaca - Um VSF alto pode indicar falência de bomba (coração fraco) F A R M A C O L O G I A B E T A B L O Q U E A D O R E S - Os betabloqueadores agem bloqueando os receptores beta-adrenérgicos (β1 – nó SA e miocárdio ventricular; e os receptores β2 – arteríolas, veias e rins) impedindo a ligação das catecolaminas (adrenalina e noradrenalina); - Inibe as respostas cronotrópicas (FC), inotrópicas (contratilidade) e vasoconstritoras à ação das catecolaminas. Assim, ocorre a diminuição da atividade simpática *; *Quando a s catecolaminas se ligam aos receptores, há um aumento da concentração de AMPc, que transmite sua informação às células alvo. A resposta do receptor depende da sua localização e do tipo de receptor (β1 ou β2); - O mecanismo anti-hipertensivo envolve a diminuição inicial do DC, redução da secreção de renina, readaptação dos barorreceptores, vasodilatação e diminuição das catecolaminas nas sinapses nervosas; o Não seletivos: Bloqueiam tantos os receptores β1 quanto os β2. Bloqueando β1, tem-se cronotropismo negativo (↓ FC) →↓ DC ; miocárdio ventricular: inotropismo negativo (↓ força contrátil do coração). Bloqueandoβ2: ↓ vasodilatação; rins: ↓ secreção de renina. Tem efeitos periféricos mais acentuados, como aumento da resistência arterial periférica e broncoconstrição. Ex: propranolol, o Cardiosseletivos: Bloqueiam preferencialmente β1 adrenérgicos. Em doses muito altas podem também ter ação nos receptores β2; o Ação vasodilatadora: manifesta-se por antagonismo ao receptor α1 periférico e por produção de óxido nítrico; BLOQUEADORES DOS CANAIS DE C Á L C I O - Os bloqueadores do canal de cálcio (BCC) bloqueiam os canais de Ca+2 na membrana das células miocárdicas e das fibras musculares lisas nas arteríolas e veias; - Agem inibindo o fluxo de cálcio extracelular para o interior das células, através do canal lento (tipo L), presente nas células excitáveis. O bloqueio dessa passagem resulta na redução da concentração de cálcio intracelular (resultando no bloqueio da contração muscular) e dilatação das artérias e arteríolas; - Na periferia, é necessária a entrada de cálcio nas células musculares lisas vasculares para a contração das células, sendo determinante do tônus vasomotor em repouso. Os BCC, pelo bloqueio da entrada de cálcio, produzem relaxamento do músculo liso vascular, reduzindo a RVP e, logo, a PA; - Ao reduzir a concentração de cálcio intracelular, pode causar depressão na contratilidade miocárdica, por isso é contraindicado em pacientes com insuficiência cardíaca ; o Di-hidropiridínicos: anlodipino, nifedipino, seu principal efeito é o de vasodilatação e redução da RVP; o Não di-hidropiridínicos, estão as difenilalquilaminas (verapamil) e as benzotiazepinas (diltiazem); AGONISTAS A D R E N É R G I C O S - Os agonistas adrenérgicos (simpaticomiméticos), dependendo de sua classificação, têm os seguintes efeitos: → Agonistas adrenérgicos de ação direta (não seletivos ou seletivos): exerce efeito mimético das catecolaminas sobre os receptores adrenérgicos (α1, β1 e β2); → Agonistas adrenérgicos de ação indireta: induz a liberação das catecolaminas e reduz a sua degradação → ↑ ligação entre as catecolaminas e os receptores adrenérgicos; → Agonistas adrenérgicos de ação mista: de ação direta e indireta A N T I C O L I N É R G I C O S Os anticolinérgicos, de ação direta ou indireta, atuam inibindo a ação da ACh sobre os receptores colinérgicos, sejam eles muscarínicos (M2) e/ou nicotínicos; - Inibem a ativação da atividade parassimpática; CICLO CARDÍACO - Inicia com os átrios e os ventrículos em repouso. O ECG começa com a despolarização atrial. A contração atrial inicia durante a parte final da onda P e continua durante o segmento P-R. Durante o segmento P-R, o sinal elétrico desacelera quando passa através do nó AV (atraso do nó AV) e do fascículo AV. A contração ventricular inicia logo após a onda Q e continua na onda T. Os ventrículos são repolarizados durante a onda T, o que resulta no relaxamento ventricular. Durante o segmento T-P o coração está eletricamente quiescente -Também conhecido como Ciclo Contração-Relaxamento, apresenta 2 fases: diastole (relaxa) e sístole (contrai) -O fluxo sanguíneo durante o ciclo: sangue flui de uma área de maior pressão para uma de menor, e a contração aumenta a pressão, ao passo que o relaxamento diminui Coração em Repouso (Diástole Atrial e Ventricular) - Átrios e ventrículos relaxados - Átrios estão se enchendo com sangue vindo das veias e os ventrículos acabaram de completar uma contração (ciclo anterior) - À medida que os ventrículos relaxam, as valvas AV se abrem e o sangue flui pela gravidade dos átrios para os ventrículos, que se expandem para poder acomodá-lo Enchimento Ventricular Rápido -Quando a pressão ventricular cai para níveis mais baixos (um pouco menor que a atrial esquerda), a valva mitral se abre e o ventrículo começa a se encher de sangue do Átrio Esquerdo. A pressão continua baixa pois o ventrículo está relaxado e complacente -O rápido fluxo de sangue dos átrios para os ventrículos produz a 3ª bulha cardíaca (S3), normal em crianças mas não audíveis em adultos normais Sístole Atrial (Término do enchimento / Diástole Ventricular) -A maior parte do sangue já passou para o ventrículo, mas 20% não; o que falta passa por Contração Atrial -O impulso para o batimento se inicia no nodo SA e rapidamente se propaga para os átrios, provocando sua contração -A contração atrial se dá no momento em que os ventrículos estão relaxados e contribui para cerca de 20% do enchimento ventricular; os outros 80% ocorrem de forma passiva devido as valvas atrioventriculares estarem abertas -Nesta fase ocorre a 4ª bulha cardíaca (S4); som causado pelo átrio que se contrai contra o ventrículo enrijecido, tentando enchê-lo Contração Ventricular Isovolumétrica (volume de sangue não varia) - O sangue empurrado contra a porção inferior das valvas AV faz elas se fecharem, de modo que não haja refluxo para os átrios. As vibrações seguintes ao fechamento das valvas AV geram a 1ª bulha cardíaca (S1 ), o “tum” Ejeção Ventricular Rápida (Bomba Cardíaca) OBS: Ejeção máxima: inicia-se com a abertura das valvas semilunares e dura até a elevação máxima da curva de pressão arterial. Cerca de 75% do sangue é ejetado dos ventrículos nesta fase. Relaxamento Ventricular Isovolumétrico (2ª Bulha Cardíaca) -Começa após os ventrículos estarem totalmente repolarizados, e é marcado pelo fim da onda T no ECG -Como o ventrículo esquerdo está relaxado, a pressão ventricular diminui de modo acentuado. Quando cai abaixo da aórtica, a valva aórtica se fecha. Bulhas Cardíacas 1ª Bulha (B1) -Ocorre durante a Contração Ventricular Isovolumétrica, quando os ventrículos comprimem o sangue, fazendo com que as valvas atrioventriculares se fechem rapidamente -Ruído representado pela onomatopeia “tum” 2ª Bulha (B2) -Ocorre durante o relaxamento ventricular isovolumétrico (diástole ventricular), quando as pressões nas cavidades ventriculares deixam de superar a pós-carga, fazendo com que as valvas aórtico pulmonares/ semilunares se fechem abruptamente -Ruído representado pela onomatopoeia “tá” 3ª Bulha (B3) -Se caracteriza por um ruído de baixa frequência devido ao impacto do sangue na parede ventricular no início da diástole (enchimento ventricular rápido) -Representado pela onomatopéia “Tu” -É normal em crianças e adultos jovens, durante um quadro de febre ou após exercícios -Patológica na insuficiência cardíaca 4ª Bulha (B4) -É provocada pelo impacto do sangue, impulsionado pelo átrio, contra o sangue pré-existente no interior do ventrículo, no final da diástole -Quase sempre é patológica, exceto em situações como síndromes hipercinéticas ou em atletas -Pode ser representada pela expressão “tu”. A percepção do som é de 2x1 Ritmo cardíaco em 2 tempos (binário): TUM-TA; TUM-TA; TUM-TA Ritmo cardíaco em 3 tempos (tríplice): TUM-TA-TU (B3); TU-TUM-TA (B4)