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AS METODOLOGIAS DE TRABALHO COM EJA NO BRASIL FRENTE AS DEMANDAS EDUCACIONAIS CONTEMPORÂNEAS. MACHADO, Patrícia Sayuri Nakata[footnoteRef:1] [1: Pós-graduada em Neuropedagogia pela Faculdade Campos Eliseos e graduada em Pedagogia pelo Unisalesiano.] RODRIGUES, Luciana da Silva[footnoteRef:2] [2: Mestra em educação] RESUMO A educação no Brasil enfrenta diversas dificuldades nas várias formas que se apresenta. Estudiosos como Paulo Freire, expressam tais dificuldades e propõe alterações metodológicas importantes para os professores, que muitas vezes enfrentam dificuldades que vão além dos limites acadêmicos, visto que mostram-se empecilhos financeiros e sociais. O trabalho em tenra idade para sustentar a família, colabora para deixar em segundo plano os estudos, que voltam a serem buscados em outros momentos da vida e o EJA é um tácito exemplo deste fato. Com o objetivo de conhecer as principais metodologias de trabalho com EJA no Brasil, refletindo a respeito de sua possibilidade de atender as demandas educacionais contemporâneas e do mercado de trabalho, verificou-se duas perspectivas, tradicional e compensatória de um lado e a libertadora, de Paulo Freire de outro. Ao conhecer tais demandas educacionais contemporâneas, propôs-se reflexões a respeito das dificuldades atuais e metodologias utilizadas para a formação dos estudantes da modalidade de ensino de jovens e adultos. Através de uma pesquisa descritiva bibliográfica de autores com comprovada experiência na área de estudo como Mello (2015), Schneider (2013) e Silva (2012) que desenvolveram propostas e apresentaram suas experiências com a modalidade de Ensino de Jovens e Adultos, verificou-se a necessidade de maiores investimentos na formação dos profissionais envolvidos na modalidade EJA de ensino, bem como da participação de outros setores da sociedade como alguns do fatores primordiais para promover não somente uma educação de qualidade como também uma sociedade mais justa e emancipadora. Palavras Chave: Educação de Jovens e Adultos; Metodologia; eficácia metodológica. INTRODUÇÃO A educação sempre foi tema de grande relevância social e na contemporaneidade, frente as transformações tecnológicas e sociais entre as quais estamos vivenciando, nunca houve tamanha necessidade de uma boa formação para adentrar o mercado de trabalho. Tamanha é esta necessidade que muitas pessoas que não concluíram seus estudos no ensino fundamental e médio passaram a frequentar a modalidade de ensino de jovens e adultos, a saber, o EJA. No entanto, as metodologias de trabalho com EJA no Brasil podem atender as demandas educacionais contemporâneas? Esta é uma indagação que norteia este artigo. O cenário educacional brasileiro enfrenta diversas dificuldades nas mais diversas modalidades de ensino. Autores como Paulo Freire, destacam dificuldades metodológicas e propõe alterações na utilização dos conhecimentos por parte dos profissionais da educação, que muitas vezes enfrentam dificuldades que extrapolam os limites acadêmicos e configuram-se como entraves econômicos e sociais, como a necessidade de trabalhar cedo para sustentar a família, contribuindo para deixar em segundo plano a formação escolar que, muitas vezes, volta a ser buscada em outro momento da vida. E este é apenas um exemplo possível. Entretanto, conhecer as metodologias de ensino que foram mais utilizadas no Brasil no EJA, é fundamental para avaliarmos nossos conhecimentos do processo de aprendizagem, e assim tendo em vista as transformações tecnológicas que trouxeram novas demandas educacionais, podemos traçar novos paradigmas para responder a tais demandas de maneira a auxiliar a qualificação dos que buscam na modalidade EJA, uma esperança de ingresso no mercado de trabalho. Com o objetivo de conhecer as principais metodologias de trabalho com EJA no Brasil refletindo a respeito de sua possibilidade de atender as demandas educacionais contemporâneas procurou-se pesquisar as principais metodologias de trabalho com EJA no Brasil, bem como conhecer as demandas educacionais contemporâneas e assim propor reflexões a respeito das dificuldades atuais e metodologias utilizadas para a formação dos estudantes da modalidade de ensino de jovens e adultos frente as dificuldades encontradas para atender não somente a necessidade de formação da população que busca tal possibilidade de continuar os estudos como também em atender a um mercado de trabalho altamente competitivo e que de forma ainda incipiente busca melhorar sua capacidade competitiva investindo na formação de seus recursos humanos por meio dos cursos e treinamentos que oportuniza a seus colaboradores realizarem, já que compreendem que a sobrevivência das empresas em cenário globalizado passa primeiro pela capacitação de sua mão de obra, capaz de determinar o sucesso ou fracasso das diversas organizações, sejam elas públicas ou privadas. Frente as dificuldades da estrutura educacional brasileira, as empresas perceberam que necessitam e também devem promover incentivos para a educação, pois ela também é expressão da responsabilidade social que tais organizações possuem e percebem que são melhor avaliadas enquanto promovem a melhoria da qualidade de vida das pessoas. O cenário contemporâneo educacional brasileiro É sem sombra de dúvida que a educação ocupa lugar de destaque no desenvolvimento de qualquer País. No entanto, ela atravessa diversas dificuldades que atrapalham seu curso, principalmente nos países em desenvolvimento como o caso do Brasil. A educação de jovens e adultos, conhecida também como EJA, é mais um esforço no sentido de transformar a sociedade através da educação do povo que por diversas razões, não pôde levar ao fim a educação dos níveis básico e médio. Percebemos na literatura, e o trabalho de Mello (2015) retrata de maneira clara que esta preocupação com o ensino já ocorria desde o Brasil colônia. Entretanto, apenas na década de 1950 começa a ganhar relevância com ações específicas. Em termos de campo de pesquisa, pode-se afirmar que a educação de jovens e adultos, no Brasil, desponta com as ações articuladas, a partir do fnal da década de 1950, entre educação escolar e educação popular. Ganhou bastante relevância na América Latina na década de 1970 gerando, inclusive, debate sobre metodologias de pesquisa mais adequadas à produção do conhecimento: pesquisa participante e pesquisa-ação foram temas bastante abordados nas décadas de 1970 e 1980 em diferentes países – o número 12, dos Cadernos Cedes, datado de 1984, sobre pesquisa participante em educação, é exemplo do debate. Nos anos subsequentes, permeável ao debate internacional, as políticas nacionais, as práticas formativas e educativas (escolares e não-escolares), e as pesquisas sobre EJA foram afrmando suas especifcidades e ampliando suas fronteiras, no diálogo com os debates, acordos e produções internacionais. Nas políticas e movimentos internos, as disputas, tensões, avanços e retrocessos vão se dando em territórios e na ação de diversos atores, em meio a diferentes abordagens teóricas e metodológicas. (MELLO, 2015, p. 166) Deste modo, mesmo diante de novas necessidades no que tange ao preparo da população para ocupar novos postos de trabalho, frutos das transformações sociais, faz-se necessário compreender os contextos dos alunos e suas identidades, conforme nos pontua Paula e Oliveira (2012, p. 45). Os autores também complementam explicitando a presença das diferentes origens dos alunos, colocando também os fatores como o sexo e a religião, bem como também a etnia fazem significativa diferença na dinâmica pedagógica na qual o professor deve estar devidamente atento para não somente ensinar os conteúdos técnicos como também deve preocupar-se com a motivação dos educandos, visto que, por muito tempo os alunos foram tratados a partir “de uma representação social enraizada” (PAULA; OLIVEIRA, 2012, p. 46) Na obra de Schneider e Fonseca (2013) percebe-se também o ingresso de estudantes em idade escolar, ingressando nas salas de EJA, pondo em contrasteas diferentes gerações e maturidades em contato nem sempre harmonioso e que de fato não pode ser negligenciado pelo educador que pretende realizar um trabalho de qualidade em sala de aula. A motivação inicial daquela pesquisa foi a percepção do incômodo, que se instalou entre educadores, educadoras, educandas e educandos da EJA, atribuído ao ingresso massivo de jovens nas escolas dessa modalidade de oferta de educação básica. A disposição inicial da investigação se voltava, pois, para o questionamento do impacto que esse ingresso produz nas práticas escolares e na configuração da modalidade EJA, bem como nos modos de ensinar e aprender matemática ali. (SCHNEIDER e FONSECA, 2013, p. 229) Desta forma, a educação não é dirigida a emancipação e liberdade, mas em manter os indivíduos do jeito que estão, como Paulo Freire tanto nos fez perceber com sua metáfora da educação bancária, promovendo profundas reflexões a respeito da educação de jovens e adultos no país. Outro fato interessante se apresenta na obra de Silva, Bonamino e Ribeiro (2012) que destacam a necessidade de buscar alternativas que visem a oferecer melhores condições para desenvolver uma educação de qualidade a um público tão diverso, e “promover a permanência e a aprendizagem de um segmento populacional reincidentemente excluído do sistema educacional.” (SILVA, BONAMINO, RIBEIRO, 2012, p. 368) Paula e Oliveira ainda reiteram essa lógica propondo que: Considerando que a EJA deva se constituir a partir das identidades e culturas dos sujeitos que a integram, abrindo, assim, possibilidades de construção de propostas educativas relevantes e significativas, entendemos ser necessário o desenvolvimento de uma abordagem capaz de mapear e compreender a complexidade de suas realidades, desvelando principalmente, os mecanismos desiguais que situam homens e mulheres em condições determinadas pela exclusão. (PAULA; OLIVEIRA, 2012, p. 47) Hoje vive-se um momento no qual já se compreende o impacto destas formas de ensino que buscam unificar o aluno a um modelo ideal, ou transferir o mesmo conhecimento a todos. Embora pouco compreendida e passível de inúmeras críticas, o novo modelo de Ensino Médio demonstra que mudanças são necessárias, mas de fato estamos ainda receosos de sua implementação e se os benefícios apontados serão de fato benéficos ou não para os inúmeros jovens deste tempo. Paradigmas, metodologias e afins Todo processo educativo segue uma direção, uma linha diretriz que lhe confere caminhos a percorrer, métodos e processos que auxiliam na conquista de um objetivo. Recorremos a Paula e Oliveira (2012) para definir este conceito: Os paradigmas e as concepções de educação referem-se a um conjunto de princípios, intencionalidades e práticas que conformam os ambientes educativos, e que permitem identificar as interdições e as possibilidades resultantes da ação pedagógica. (PAULA; OLIVEIRA, 2012, p. 69) Deste princípio, busca-se recordar de um autor de relevante expressão no contexto educacional brasileiro, que nas palavras de Paula e Oliveira (2012, p. 69) foi um verdadeiro divisor de águas, que fez com que toda a história da EJA tomasse rumos diversos”. A autora apresenta Paulo Freire contrastando uma educação dita “bancária” na qual faz uma crítica devido a sua característica “conteudista” (sic), em constraste com uma perspectiva freireana, na qual baseia-se numa visão humanizadora e emancipadora. (PAULA E OLIVEIRA, 2012, p. 70) O preparo adequado dos profissionais também é ponto relevante, segundo a autora, fato que dificulta ainda mais a situação da qualidade da educação “transmitida”. No contraponto da educação bancária, a necessidade da popularização da educação apresenta-se como alternativa, conforme Paula e Oliveira nos apresenta: Tornar popular a educação significa universalizá-la e democratizá-la em seus diferentes níveis e em suas diferentes dimensões, tornando-a, de fato, acessível às camadas populares, o que promove, pela via do conhecimento e da cidadania, as condições de inteligibilidade necessárias à transformação social e a emancipação humana, o fim último da ação político pedagógica. A concepção teórica e as práticas desenvolvidas a partir do conceito de educação popular podem constituir numa alternativa viável, de um lado, ao projeto neoliberal da educação, hegemônico, baseado na ética do mercado, e, de outro, à teoria e à prática de uma educação burocrática e excludente. A ação política intencional e consciente presente na educação popular fortaleceria a autonomia política e pedagógica da escola. Isso permitiria uma relação dialética e não subordinada ao Estado e ao mercado. Dessa escola, comprometida com a transformação social, não haveria lugar a reprodução e/ou transmissão cultural. (PAULA; OLIVEIRA, 2012, p. 69) Percebe-se que a mudança de perspectiva, saindo de uma posição na qual o educando é um ser passivo, para uma posição na qual o educando é um agente transformador da própria educação, participativo, e dotado de direitos e deveres, torna de fato a educação emancipadora e libertadora, assim como nos orientou Paulo Freire em sua obra. (FREIRE, 2011) O mercado de trabalho contemporâneo Percebe-se facilmente nos meios de comunicação de massa, como a televisão, o rádio e até a internet, que tem alcançado altos índices de acesso pelo Brasil, os altos índices de desemprego, a busca de mão de obra qualificada e as dificuldades enfrentadas pelo brasileiro para manter-se no emprego e dos setores empregadores em manter as vagas de trabalho. Entende-se as difíceis crises como fatores agravantes, entretanto tende-se a considerar o papel da educação como forma de superar a crise enfrentada quando esta se faz valorizada e factível de investimentos dos diversos setores da sociedade, tanto públicos como privados. Nunca ouviu-se tanto a palavra formação, tanto é que muitas empresas passaram a investir na formação de seus recursos humanos, promovendo treinamentos internos e externos baseados na visão de que a competitividade não pode desenvolver-se aquém da educação. E não é qualquer educação, é uma educação de qualidade, que promova crescimento e desenvolvimento. No trabalho de Simões, Alves e Silva (2016) existem evidências que retratam dados apontando uma “redução da participação dos mais jovens, das pessoas menos instruídas e pela redução no ritmo de inserção das mulheres no mercado de trabalho.” (SIMOES; ALVES; SILVA, 2016, p. 541) Destaca-se uma grande preocupação com os indivíduos mais jovens que estão tendo menores oportunidades de trabalho segundo Simões, Alves e Silva (2016): Os jovens têm sido proporcionalmente mais prejudicados no contexto da atual crise, e a desocupação tem hoje um perfil etário ainda mais desfavorável aos mais jovens do que no passado. Isso levanta preocupações do ponto de vista social e econômico, pois estes jovens excluídos do mercado de trabalho adquirem menos habilidades que podem impulsionar sua produtividade no futuro. Justificam-se, dessa maneira, os temores de que esta possa ser uma “geração perdida”, mais educada do que qualquer outra na história do país, mas que corre sérios riscos de não alcançar o máximo de suas possibilidades, tanto em termos de contribuição para o crescimento econômico quanto de realizações pessoais e projetos de vida. (SIMOES; ALVES; SILVA, 2016, p. 541) Com as crescentes dificuldades de ingresso no mercado de trabalho fica patente o caráter compensatório, tanto na época da criação da modalidade de ensino EJA, quanto dos dias atuais, visto que, um mercado competitivo e excludente, como têm-se apresentado o mercado brasileiro, já se encontra sensível a necessidade de capacitação, pois se não temos um sistema educacional capaz de oferece-la, o mercado também passa a atuar deste modo, a proporcionar as capacitações cada vez mais frequentes no dia a dia das instituições empregadoras do país. Conhecendo a situação econômica do país, suas dificuldades na formação de mão de obra qualificada e de manter em funcionamento, as empresas nas quais a maioriaé fechada antes de completar cinco anos de existência, auxilia na compreensão do complexo fenômeno do desemprego e suas inter-relações com a educação e fatores sociais do país. O desemprego é uma situação de privação involuntária e temporária de trabalho. Nesse sentido, ele é, por definição, uma situação a superar, transitória; e porque involuntária (seu correlato), o desempregado se distingue do inativo por estar socialmente obrigado a manifestar uma conduta de “procura ativa de trabalho”. (GUIMARAES, 2012, p. 123) Este fato atesta o grande valor social do trabalho, que nos dias atuais é capaz de conferir identidade as pessoas, que passam a identificar-se pela profissão que exercem. Deste modo, o trabalho fica tão valorizado que a falta deste promove profundas implicações que não se restringem aos campos econômicos, mas também impactam nas relações humanas da sociedade. Considerações Finais As dificuldades econômicas do país bem como os entraves pelos quais atravessa a educação nas diversas modalidades de ensino são fatos que já são conhecidos pelos diversos setores da sociedade. Se por um lado a história evidenciou que uma perspectiva metodológica não promove a emancipação humana, na medida que não valoriza o homem e sim o trata como mero receptáculo de informações, contribuindo para a manutenção da segregação de classes sociais, percebe-se pequenos avanços no sentido da transformação educacional proposta inicialmente por Paulo Freire para uma educação libertadora. Não somente pelas metodologias utilizadas, mas também pela participação dos educandos em sala de aula para que se efetive uma educação de fato propiciadora de transformações. A falta de recursos financeiros no fomento de pesquisa na área da educação de jovens e adultos, bem como a pequena produção cientifica na área atesta uma preocupante realidade que por si só dificulta e muito o progresso na qualidade de ensino ofertada no país no que diz respeito a qualificação para o mercado de trabalho, forçando as empresas a cada vez mais investirem na qualificação continuada dos seus colaboradores e dificultando o acesso a novas oportunidades tendo em vista a necessária qualificação para ocupar os cargos que já estão cada vez mais escassos e carentes de mão de obra qualificada. O baixo índice de contratação formal, aliado ao aumento da demanda por emprego torna a situação de quem não completa o ensino fundamental ou médio ainda mais agravante, visto que só se ampliam as exigências do mercado e as desigualdades sociais. Hoje vivencia-se nas salas de aula da modalidade de ensino de jovens e adultos outros além daqueles que não completaram o ensino básico na idade correspondente, mas também jovens que parcialmente abandonaram o ensino regular para ingressar no mercado de trabalho por exemplo que tem criado diferentes situações de conflitos de gerações, visto que a maturidade, a experiência de vida e tantos outros fatores que os diferenciam ampliam a necessária adequação e preparo dos docentes para de fato incluir e harmonizar o ambiente em sala de aula, o plano de ensino a ser desenvolvido entre outras obrigações que venham a contribuir na formação de um público diverso e que por essa mesma diversidade possui diferentes maneiras de aprender e carecem de metodologias diversas, visto que possuem responsabilidades diferenciadas. A necessidade de formação, a falta de emprego e recursos bem como as dificuldades das instituições de ensino proporcionarem uma educação de qualidade, seja por meio da falta de profissionais capacitados para a modalidade de ensino de jovens e adultos, fruto da falta de investimentos nesta modalidade, por meio das próprias universidades que na sua maioria não oferece cursos de especialização na área, ou pouco abordam durante a formação dos seus profissionais da educação e o fato das empresas, cada vez mais exigentes, passarem a tomarem parte na formação de sua equipe são fatores que expressam a dura realidade brasileira marcada pela falta de qualificação, educação deficitária e o subdesenvolvimento econômico e social se manterem estáveis em nossa sociedade. A valorização da educação em um país comprometido com o seu desenvolvimento passa pela adequada formação de seus cidadãos e em maior grau daqueles que se ocupam das carreiras de ensino, visto que participam diretamente da qualidade do ensino ofertado. Porém, educação não se faz somente com bons profissionais, mas também com alunos engajados na transformação de sua realidade. A esses dois pontos, acrescenta-se materiais didáticos adequados, planos de ensino voltados para a qualificação técnica, científica e crítica, partindo-se do pressuposto que a educação se faz numa relação dialética e horizontalizada, visto que o professor não pode ser mais visto como detentor do saber e sim como um facilitador do processo de aprendizagem de seu aluno ou aluna. Em uma sociedade de recursos escassos e a falta de investimentos do setor público torna também necessária a participação da iniciativa privada para colaborar na difícil missão que é a educação da população de nosso país. Dentre todas as explanações apresentadas, fica evidente que uma educação de qualidade se faz com a participação de inúmeros setores sociais, econômicos e políticos, pois ela é capaz de transformar a realidade das pessoas e também capaz de construir um futuro melhor para todos que acreditarem que é através da educação que alcançamos melhores posições na vida em uma sociedade capitalista, marcada pela segregação de classes e portanto, valorizadora da manutenção das coisas assim como elas estão, visto que serve aos interesses daqueles que estão no poder que um povo inculto é mais facilmente enganado do que aqueles que criticam e pensam a respeito da realidade em que vivem e por isso buscam a sua emancipação. 10 Referências FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. 50. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2011. GUIMARAES, Nadya Araujo. A procura de trabalho: uma boa janela para mirarmos as transformações recentes no mercado de trabalho?. Novos estud. - CEBRAP, São Paulo, n. 93, p. 123-143, jul. 2012. 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SIMOES, Pedro Henrique de Castro; ALVES, José Eustáquio Diniz; SILVA, Pedro Luis do Nascimento. Transformações e tendências do mercado de trabalho no Brasil entre 2001 e 2015: paradoxo do baixo desemprego?. Rev. bras. estud. popul., São Paulo, v. 33, n. 3, p. 541-566, Dec. 2016. Disponível em:. Acesso em: 02 Set. 2018.