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Avaliação 
Cognitivo-
Comportamental
Sumário
 
CLIQUE NO CAPÍTULO PARA SER REDIRECIONADO
Avaliação em TCC para crianças, adolescentes e adultos
 A caracterização da terapia cognitivo-comportamental
 A avaliação do paciente durante a terapia cognitivo-
comportamental
 A influência da idade do paciente na terapia cognitivo-
comportamental 
Disfunções cognitivas e a avaliação das disfunções
 As particularidades que influenciam no caráter cognitivo-
comportamental do paciente 
 As distorções cognitivas e os métodos para a sua 
identificação na TCC
Pensamentos desadaptativos e a reestruturação cognitiva
 Os pensamentos disfuncionais e suas principais 
características
 A efetivação da reestruturação cognitiva em pacientes da 
TCC
 O modelo ABC e sua aplicação na reestruturação cognitiva 
da TCC
 A importância da conceituação cognitiva para o processo 
de reestruturação
6
22
38
Sumário
 
CLIQUE NO CAPÍTULO PARA SER REDIRECIONADO
A conceituação cognitiva e a estrutura das sessões de TCC
 A caracterização do processo de conceituação cognitiva na 
TCC
 As principais técnicas de conceituação cognitiva na TCC
 A estruturação da sessão de TCC e sua avaliação clínica
Referências 
52
67
Objetivos Definição
Explicando Melhor Você Sabia?
Acesse Resumindo
Nota Importante
Saiba Mais Reflita
Atividades Testando
Para o início do 
desenvolvimento de uma 
nova competência;
Se houver necessidade 
de se apresentar um novo 
conceito;
Algo precisa ser melhor 
explicado ou detalhado;
Curiosidades indagações 
lúdicas sobre o tema em 
estudo, se forma necessárias;
Se for preciso acessar um 
ou mais sites para fazer 
download, assistir vídeos, ler 
textos, ouvir podcast;
Quando for preciso se fazer 
um resumo acumulativo 
das últimas abordagens;
Quando forem necessárias 
observações ou 
complementações para o 
seu conhecimento;
As observações escritas 
tiveram que ser priorizadas 
para você;
Textos, referências 
bibliográficas e links para 
aprofundamento do seu 
conhecimento;
Se houver a necessidade 
de chamar a atenção 
sobre algo a ser refletido ou 
discutido sobre;
Quando alguma atividade 
de autoaprendizagem for 
aplicada;
Quando o desenvolvimento de 
uma competência for concluído 
e questões forem explicadas. 
@faculdadelibano_
1
Avaliação em TCC 
para crianças, 
adolescentes e 
adultos
Avaliação Cognitivo-Comportamental Capítulo 1
Avaliação em TCC para 
crianças, adolescentes e 
adultos
Objetivos
No percurso deste capítulo será entendido como o processo de avaliação 
cognitivo-comportamental pode ser efetivado na TCC. Para tanto, serão 
compreendidas as etapas desse momento avaliativo, apontando as 
especificidades a serem consideradas em relação à faixa etária dos 
pacientes.
A caracterização da terapia cognitivo-comportamental
A terapia cognitivo-comportamental (TCC) se caracteriza como um tipo de tratamento 
que tem por finalidade principal garantir a saúde e o bem-estar das pessoas que, em 
decorrência de crenças disfuncionais, podem acabar por desenvolver transtornos 
psicoemocionais que interferem diretamente no seu comportamento cotidiano, sua 
capacidade de manter relações interpessoais com os demais sujeitos ao seu redor e o 
modo com o qual este lida com as situações que se dão na sua rotina diariamente. 
Sendo assim, no decorrer dos seus estudos acerca dessa temática, você deve ter 
compreendido as principais características da TCC, as ferramentas utilizadas na sua 
efetivação e as técnicas que permitem o seu pleno cumprimento.
Tendo tomado conhecimento disso, também é possível analisar que a TCC pode ser 
fundamentada em diferentes concepções, cada uma delas com as suas principais 
características que definem o seu processo e as medidas utilizadas pelo terapeuta 
para promover um tratamento de qualidade e eficácia, que agrega positivamente 
na vida desse indivíduo, permitindo o seu autoconhecimento e o desenvolvimento de 
Avaliação Cognitivo-
Comportamental
Avaliação em TCC para crianças, adolescentes e adultos Capítulo 1
estratégias que favorecem uma forma adequada de lidar com os seus comportamentos 
disfuncionais. Adicionalmente a isso, é também possível compreender que a relação 
entre o terapeuta e o paciente é essencial para que a TCC efetive os seus objetivos, 
ajudando efetivamente ao indivíduo tratado.
Nesse caso, se faz orientado observar, também, que o processo de terapia por intermédio 
das concepções cognitivo-comportamentais não deve, exclusivamente, oferecer 
ao paciente as formas adequadas de se comportar. O objetivo é, afinal, garantir a 
independência desse sujeito para que ele mesmo consiga lidar com as dificuldades 
que possam aparecer no seu dia a dia, sem deixar ser grandemente influenciado 
por crenças disfuncionais que foram construídas em sua mente no seu processo de 
formação como um indivíduo. Dessa maneira, é indiscutível que a TCC se origina de 
uma relação colaborativa entre o paciente e o profissional da área da psicologia, na 
medida em que este último deve agir como um orientador ao indicar caminhos que 
devem ser trilhados, de fato, pelo primeiro.
FIGURA 1
Os diferentes 
aspectos particulares 
que permitem a 
efetivação da TCC.
FONTE
Elaborado pelo autor 
(2023).
Avaliação Cognitivo-
Comportamental
Avaliação em TCC para crianças, adolescentes e adultos Capítulo 1
Em razão disso, irão existir diferentes estudiosos do campo da psicologia que, durante 
as suas pesquisas e direto contato com seus pacientes, buscarão compreender 
melhor como os aspectos cognitivos, isto é, a capacidade de aprendizagem, podem 
influenciar diretamente nas particularidades comportamentais dos indivíduos humanos. 
Parte-se do pressuposto que as reações que um sujeito desempenha como resposta 
a um determinado evento ou estímulo, que acontece na sua rotina cotidiana, estão 
relacionadas a crenças construídas durante seu processo de desenvolvimento, em 
razão de experiências semelhantes. Em vista disso, essas crenças podem ser funcionais 
ou disfuncionais, sendo estas últimas as que resultam 
Tomando como base isso, pesquisadores como o norte-americano Aaron T. Beck vão 
ter como objetivo principal compreender melhor como o entendimento acerca dessas 
características cognitivas e comportamentais pode ser essencial para desenvolver 
o tratamento de seus pacientes. Ele, por sua vez, buscou analisar os indivíduos que 
consultava e, assim, apresentavam sobretudo sinais de depressão, como maneira de 
encontrar as formas adequadas para promover a sua melhoria e sanar as disfunções 
presentes em seus comportamentos e pensamentos. Afinal, é por meio do aprendizado 
através da experiência direta ou mesmo da observação que as crenças de um indivíduo 
são criadas desde a sua infância, no entanto, com o acompanhamento e as ferramentas 
adequadas, estas podem ser devidamente trabalhadas, de modo a originar crenças 
novas e mais adequadas com a realidade.
Acesse
Visite o link abaixo para assistir ao vídeo “Transtornos emocionais afetam 
jovens brasileiros”, publicado pelo canal da TV Aparecida no ano de 2019. 
Neste, é possível compreender como os transtornos emocionais, como 
a depressão e a ansiedade, se fazem presentes na rotina, sobretudo, de 
adolescentes, analisando as suas principais características.
TV Aparecida. Transtornos emocionais afetam jovens brasileiros. 2019. 
Disponível em: https://youtu.be/yUqbdvGf7Ac. Acesso em: 08 de jun. de 
2023.
Avaliação Cognitivo-
Comportamental
Avaliação em TCC para crianças, adolescentes e adultos Capítulo 1
Tomando isso como base, é nesse contexto em que são desenvolvidas as práticas de 
terapia cognitivo-comportamental que, em vista disso, tem por finalidade principal 
promover a efetivação dessas medidas terapêuticas, como forma de fazer com que 
o indivíduo passe a reconhecer com mais qualidade os seus pensamentos e atitudes 
disfuncionais, como forma de melhorar o seu próprio comportamento. 
O terapeuta atua ali, então, como um sujeito de apoio que tem a funçãodistorções que interferem no seu 
comportamento de maneira inadequada;
Avaliação Cognitivo-
Comportamental
Pensamentos desadaptativos e a reestruturação cognitiva Capítulo 3
III. Modificação dos pensamentos disfuncionais: Finalmente, a última etapa que 
permite a efetivação da reestruturação cognitiva de um determinado paciente é 
a modificação das suas crenças disfuncionais e os pensamentos advindos desta. 
Tendo reconhecido e confrontado essas crenças nas etapas anteriores, é necessário 
que esse sujeito considere promover a sua ressignificação, substituindo-as por 
crenças de fato saudáveis. Se faz necessário apontar, no entanto, que esse ato não 
pode ser imposto pelo terapeuta em seu paciente, sendo uma iniciativa que deve 
partir do próprio sujeito em processo de tratamento, na medida em que a função do 
profissional é promover o seu fortalecimento para que este consiga desempenhar a 
sua própria reestruturação da forma adequada.
É importante considerar, para além disso, que a reestruturação cognitiva de um 
paciente que possui disfunções cognitivas é, portanto, um processo que costuma ser 
longo e complexo. Sendo assim, é inviável considerar que as mudanças e benefícios 
proporcionadas pelas ações desempenhadas em cada uma das suas etapas terão 
seus efeitos sentidos de maneira imediata. 
Apesar disso, cada momento do tratamento é essencial para assegurar a melhoria 
do paciente e a manutenção da sua qualidade de vida e, por decorrência disso, não 
podem ser ignorados ou negligenciados durante a efetivação da TCC por intermédio 
de seus métodos.
O modelo ABC e sua aplicação na reestruturação cognitiva da TCC
Como foi plenamente evidenciado anteriormente, a reestruturação cognitiva é um dos 
principais aspectos da TCC e contribui, então, para a efetivação dos seus objetivos 
terapêuticos. Por decorrência disso, para que as finalidades desse processo de 
reestruturação sejam devidamente atingidas, é necessário que o terapeuta atue como 
um orientador e, posteriormente, um contestador dos pensamentos do paciente, para 
que este consiga, de fato, identificar quais são as suas disfunções cognitivas e, em vista 
disso, decidir modificá-las e substituí-las por pensamentos e crenças mais saudáveis 
e funcionais durante a sua rotina durante e depois da consulta com o profissional da 
psicoterapia.
Avaliação Cognitivo-
Comportamental
Pensamentos desadaptativos e a reestruturação cognitiva Capítulo 3
Tendo compreendido isso, é importante considerar, também, que a reestruturação 
cognitiva pode se utilizar de técnicas que permitem o seu cumprimento com mais 
qualidade e facilidade, promovendo um maior contato do indivíduo em processo de 
tratamento com os hábitos de vida saudáveis que permitem uma plena identificação 
das suas disfunções e a oportunidade de corrigi-las. É, afinal, papel desse próprio sujeito, 
que busca a TCC como forma de melhorar a sua qualidade de vida, tomar a ação 
ativa para modificar os seus pensamentos disfuncionais, tendo em vista que isso não 
pode ser forçado por parte do terapeuta, de modo a não gerar uma maior dependência 
entre este e o indivíduo consultado, considerando que a TCC busca, também, manter 
plenamente a sua independência e autonomia durante e após a utilização dessas 
técnicas terapêuticas.
Para isso, o modelo ABC pode ser uma ferramenta importante no processo de 
reestruturação cognitiva, na medida em que permite um maior entendimento e 
explanação do caso do paciente pelo próprio terapeuta. Essa compreensão por parte 
do profissional se faz, por sua vez, de indiscutível importância para que este consiga 
desempenhar o seu papel durante todo o tratamento da TCC, considerando que ele 
tende a agir como um apoio e, em determinados momentos, um contestador para que 
este consiga refletir acerca da sua própria condição e chegar nas suas conclusões 
individuais sobre a melhor forma de lidar com os seus problemas que o levaram até a 
consulta. 
Vejamos, então, o que cada etapa do modelo ABC representa durante esse processo 
terapêutico:
• Letra A: Trata da consideração e análise das emoções do paciente que se fazem 
comumente associadas a lembranças específicas e que, por sua vez, podem 
originar crenças disfuncionais. Dessa maneira, compreende-se que esse momento 
do modelo terapêutico estudado leva em consideração os eventos que originaram 
as disfunções cognitivas do indivíduo em tratamento, de modo a entender como 
estes podem influenciar grandemente tanto nos seus comportamentos, como 
também nas manifestações dos seus sentimentos, compreendendo que a cognição 
é predecessora da emoção;
• Letra B: Posteriormente ao momento anteriormente evidenciado, há também a 
análise do próprio caráter cognitivo do paciente, algo que é feito por ele mesmo com 
o devido apoio do profissional da terapia que o ajuda a efetivar os processos da TCC. 
Sendo assim, se a etapa anterior considera sobretudo os eventos que originaram 
Avaliação Cognitivo-
Comportamental
Pensamentos desadaptativos e a reestruturação cognitiva Capítulo 3
as disfunções cognitivas, esse momento é voltado para levar em consideração 
essas próprias disfunções, de modo a entender como o paciente interpretou aquele 
evento, que crença cognitiva se faz associada a este e, ainda, quais são as memórias 
semelhantes que podem se fazer associadas a esse dado acontecimento ou estímulo 
passado;
• Letra C: Por fim, a letra C representa as consequências das distorções cognitivas 
originadas por eventos que atuam como os seus gatilhos. Dessa maneira, associa-
se a essa etapa todas as influências que os pensamentos disfuncionais exercem 
no corpo, mente, emoções e comportamento do indivíduo em tratamento, sendo 
comumente coisas que podem ser plenamente perceptíveis por parte deste e que, 
em razão disso, originam a sua busca por um apoio profissional adequado para 
melhorar a sua condição e qualidade de vida.
Dessa forma, é possível compreender que o modelo ABC busca abranger todas as 
etapas que culminam nos comportamentos errôneos reproduzidos por um indivíduo, 
comumente por consequência das crenças e pensamentos disfuncionais que são 
mantidos por este antes de buscar a ajuda profissional adequada. Por esse motivo, o 
próprio psicólogo pode fazer uso desse modelo como um material de apoio que ajuda 
a entender melhor qual o problema enfrentado pelo sujeito em consulta, quais são as 
suas fontes de origem e como isso interfere na qualidade de vida desse paciente. A 
partir disso, se torna mais fácil fazer uma conceituação cognitiva e, então, chegar em 
um diagnóstico preciso.
A importância da conceituação cognitiva para o processo de rees-
truturação
Estudamos, até aqui, o papel da reestruturação cognitiva como o que efetiva o tratamento 
propiciado pela TCC e permite que o paciente assuma novos hábitos de vida que 
contribuem para a sua vida cotidiana e permite que este modifique os seus próprios 
pensamentos e crenças, buscando a manutenção de qualidades psicoemocionais 
cognitivas plenamente funcionais. Para além disso, é necessário entender que a 
conceituação do caso desse sujeito também se faz igualmente relevante para que a 
terapia consiga efetivar os seus objetivos e garantir a melhoria do seu quadro. Pensando 
nisso, iremos avaliar o conceito desse processo, bem como a sua relevância e principais 
características.
Avaliação Cognitivo-
Comportamental
Pensamentos desadaptativos e a reestruturação cognitiva Capítulo 3
Nesse sentido, a primeira etapa para promover uma conceituação adequada é a 
entrevista inicial, onde são recolhidas informações relevantes acerca do paciente, 
que podem ajudar o terapeuta a entendê-lo melhor, bem como revelar qualidades 
importantes das suas características cognitivas. Após isso, é preciso que sejam 
levantados situações, pensamentos, emoções, comportamentos e reações, tendo por 
objetivo compreender melhor como estes estão relacionados e se efetivam por parte 
do indivíduo em consulta que, durante esse processo, deve estar ciente do conceitode cada um desses aspectos, o que também irá ajudá-lo a identificá-los quando for 
necessário durante a terapia.
Posteriormente a isso, é indispensável que o profissional que cumpre com os métodos 
da TCC faça um uso pleno do Diagrama de Conceitualização Cognitiva, desenvolvido 
por Beck (1997), que tem por função principal ajudar na organização das informações 
que foram coletadas do cliente e, com isso, favorecer a conceitualização de maneira 
mais efetiva e precisa. Após isso, o paciente e seu terapeuta estão devidamente prontos 
para promover a identificação dos pensamentos automáticos, cujo conceito já foi 
evidenciado anteriormente nesse módulo, buscando entender as suas características 
e se estes apresentam um caráter disfuncional. Só então, se faz possível identificar e 
analisar as crenças do indivíduo em tratamento, para que se possa entender se estas são 
centrais, intermediárias ou, ainda, se caracterizam como estratégias compensatórias.
Finalmente, quando todas essas características são devidamente evidenciadas, 
é possível que o terapeuta organize, em conjunto com o seu paciente, um plano de 
estratégias que irão ajudá-lo a sedimentar a noção clínica acerca das suas crenças. A 
partir disso, é possível garantir, também que as metas para a intervenção desse sujeito 
sejam devidamente traçadas, isto é, que os métodos que este irá utilizar para melhorar 
as suas qualidades cognitivas e comportamentais serão discorridos em conjunto com 
o profissional, visando promover a sua efetiva melhoria. 
É com base nesses aspectos, portanto, que a reestruturação cognitiva pode ser 
devidamente alcançada, na medida em que todas as características psicoemocionais, 
cognitivas e comportamentais do cliente são devidamente consideradas e registradas, 
beneficiando, então, o cumprimento do seu tratamento por meio da TCC.
Avaliação Cognitivo-
Comportamental
Pensamentos desadaptativos e a reestruturação cognitiva Capítulo 3
Resumindo
E aqui se encerra o desenvolvimento do terceiro capítulo deste módulo. 
As informações disponibilizadas até aqui ficaram bem fixadas na sua 
mente? Não vai sair daqui com nenhuma dúvida, não é? Pensando nisso, 
foi reservado esse momento para resumir os novos conhecimentos 
elencados no decorrer deste capítulo. Preparado? Então vamos lá. 
Inicialmente, foi discutido como existem diferentes pensamentos 
automáticos que apresentam caráter disfuncional e, em decorrência 
disso, resultam em comportamentos erráticos e prejudiciais por parte 
do indivíduo, como o do tipo “deveria” ou a rotulação, que impede que o 
sujeito encare as situações ao seu redor da maneira adequada e tenha 
atitudes positivas. Em decorrência disso, notou-se que se faz necessário, 
através da TCC, que seja propiciado o processo de reestruturação 
cognitiva, onde o profissional terapeuta orienta o seu paciente a 
reconhecer, caracterizar e modificar os seus pensamentos automáticos 
disfuncionais, buscando substituí-los por pensamentos saudáveis e 
que agregam positivamente na sua capacidade de cumprir com as 
atividades cotidianas e manter relacionamentos interpessoais.
@faculdadelibano_
4
A conceituação 
cognitiva e a 
estrutura das 
sessões de TCC
 
Avaliação Cognitivo-Comportamental Capítulo 4
A conceituação cognitiva e 
a estrutura das sessões de 
TCC
Objetivos
No decorrer da exposição do conteúdo deste capítulo, serão elencadas 
as principais técnicas que permitem a efetivação do processo 
de conceituação dos aspectos cognitivos dos pacientes da TCC. 
Adicionalmente a isso, será evidenciado como as sessões clínicas desse 
método terapêutico são estruturadas e o papel da avaliação nestas.
A caracterização do processo de conceituação cognitiva na TCC
Nas discussões fomentadas no decorrer dessa unidade, foi possível compreender alguns 
dos principais aspectos que definem a aplicação e efetivação da TCC como um método 
terapêutico que busca reduzir o índice de pensamentos automáticos disfuncionais na 
mente dos pacientes, proporcionando a estes uma melhor capacidade de lidar com 
os estímulos do seu dia a dia, cumprir com as suas atividades cotidianas e manter 
relacionamentos interpessoais saudáveis e de qualidade. 
Em razão disso, foi visto que, para que a TCC se faça devidamente cumprida, é 
necessário que o terapeuta se mostre capacitado a lidar com as características 
particulares do seu paciente e, com isso, promover as medidas necessárias para 
assegurar a sua melhoria psicoemocional e comportamental.
Com base nisso, é possível observar que os processos de conceitualização do caráter 
cognitivo do paciente e, também, sua reestruturação cognitiva são características 
particulares da TCC que não podem ser ignoradas, na medida em que permitem, antes de 
mais nada, um diagnóstico assertivo que, a partir disso, facilita o trabalho do profissional 
Avaliação Cognitivo-
Comportamental
A conceituação cognitiva e a estrutura das sessões de TCC Capítulo 4
e seu cliente em busca da melhoria da sua saúde psicológica. Adicionalmente a isso, 
pode-se notar, ainda, que esses processos se dão através de etapas, o que inclui diversas 
ações a serem tomadas pelo psicólogo desde a entrevista inicial com o indivíduo em 
consulta até a conclusão acerca do seu quadro cognitivo de maneira adequada. 
Sendo assim, é importante que a conceituação cognitiva desse sujeito seja efetuada da 
maneira correta, visando cobrir as suas mais variadas especificidades.
FIGURA 11
Os diferentes tipos de 
crenças cognitivas 
desenvolvidas pelos 
indivíduos humanos.
FONTE
Elaborado pelo autor (2023).
Tomando como base isso, se faz importante considerar que os indivíduos que buscam 
os tratamentos da terapia cognitivo-comportamental costumam o fazer ao notar que 
os seus aspectos cognitivos e, na maioria dos casos, emocionais estão interferindo 
diretamente na qualidade do seu comportamento e capacidade de efetivar as suas 
atividades cotidianas. 
Por esse motivo, é importante que o terapeuta busque conhecer, de fato, o seu cliente, 
de modo a entender quais são as suas principais queixas, que problemas as originaram 
e como estes, por sua vez, podem estar relacionados a crenças disfuncionais que ditam 
a sua resposta a estímulos e eventos cotidianos. 
Avaliação Cognitivo-
Comportamental
A conceituação cognitiva e a estrutura das sessões de TCC Capítulo 4
A partir disso, é possível organizar tais crenças em três classificações principais que 
permitem a sua plena compreensão:
• Crenças centrais: Correspondem às principais crenças que um indivíduo possui, que 
foram criadas por parte dos indivíduos durante o seu processo de desenvolvimento, 
comumente resultante de uma determinada experiência a qual este passou ainda 
na infância ou de um determinado evento presenciado por esta no decorrer do seu 
crescimento que ditou aspectos da sua cognição. Dessa maneira, é possível avaliar 
que esse tipo de crença cognitiva se localiza, como o próprio nome sugere, no centro 
dos esquemas cognitivos do paciente, dando origem a outras crenças que, por sua 
vez, são caracterizadas como secundárias;
• Crenças intermediárias: Como evidenciado no item anterior, as crenças intermediárias 
são aquelas que são derivadas das crenças centrais e, por decorrência disso, estão 
não no centro dos esquemas cognitivos, mas contribuem para a sua organização 
e formação. Em razão disso, é possível avaliar, também, que esse tipo de crença é 
extremamente diversificada e pode variar grandemente de um indivíduo para o outro, 
daí a importância de um processo de conceituação cognitiva preciso e adequado, 
para que as especificidades daquele cliente em particular sejam devidamente 
conhecidas e levadas em consideração por parte do profissional terapeuta;
• Estratégias compensatórias: Por fim, há as estratégias compensatórias que, em suma, 
correspondem às reações emoções que são desempenhadas por um determinado 
indivíduo e que, por sua vez, podem estar associadas às crenças disfuncionais, na 
medida em que tais reações não condizemcom a realidade da situação ou, em 
geral, fazem com que o sujeito evite encarar o estímulo que desencadeia esse tipo 
de estratégia por meio de mecanismos de evitação que, através disso, promove a 
ativação disfuncional das suas crenças, resultando em comportamentos também 
disfuncionais. Nesse sentido, nota-se que, aqui, o aspecto central da identificação 
dessas estratégias é a avaliação das reações do paciente aos fenômenos que o 
cercam.
É importante frisar, consequentemente, que as ações de identificação desses 
pensamentos automáticos disfuncionais e as crenças associadas a eles devem ser 
efetivadas, sobretudo, por parte do próprio paciente que deve reconhecer e apontar as 
suas características cognitivas disfuncionais. 
O papel do terapeuta, nesse momento, é proporcionar as técnicas adequadas para 
assegurar o entendimento desse indivíduo em consulta acerca das suas próprias 
Avaliação Cognitivo-
Comportamental
A conceituação cognitiva e a estrutura das sessões de TCC Capítulo 4
especificidades psicoemocionais, também buscando entender e classificar as suas 
distorções cognitivas, de modo a apontar quais métodos de tratamentos se fazem 
devidamente adequados para garantir a sua melhoria.
As principais técnicas de conceituação cognitiva na TCC
Como evidenciado no início deste capítulo, o processo de conceitualização cognitiva 
é de suma importância para a efetivação da terapia cognitivo-comportamental, na 
medida em que permite ao próprio paciente a oportunidade de refletir, reconhecer e 
analisar as suas distorções cognitivas particulares e, com isso, apontar por si próprio os 
aspectos da sua saúde psicoemocional que devem ser devidamente melhorados para 
garantir o seu bem-estar. 
Por outro lado, contribui para que o psicólogo conheça efetivamente o seu cliente e, 
a partir disso, desenvolva e aplique as estratégias terapêuticas necessárias para 
ajudá-lo durante o processo de tratamento e melhoria. Para isso, é preciso que essa 
conceitualização seja proporcionada da maneira adequada, algo que pode ser feito 
com o uso de técnicas adequadas e benéficas.
Dessa maneira, se faz possível avaliar que existem diferentes tipos de técnicas que 
podem contribuir para a identificação das crenças disfuncionais de um determinado 
paciente e, a partir disso, favorecer os processos da TCC, permitindo que o terapeuta 
e o sujeito em consulta identifiquem os problemas e busquem formas adequadas de 
resolvê-los. Dentre estas, podem ser citados o questionamento socrático e, também, a 
flecha descendente, cada um como medidas terapêuticas com suas características 
particulares, mas que apresentam a semelhança de ajudar na conceituação cognitiva 
do cliente.
Avaliação Cognitivo-
Comportamental
A conceituação cognitiva e a estrutura das sessões de TCC Capítulo 4
Desse modo, é indisputável que o profissional que busca garantir a efetivação da 
terapia cognitivo-comportamental, visando compreender de fato as especificidades 
do seu paciente e, com base nisso, apontar as melhores formas para este lidar com as 
suas disfunções cognitivas, deve conhecer devidamente as principais dessas técnicas, 
de modo a aplicá-las durante o processo de consulta desse indivíduo. Só então, se 
faz possível analisar como o sujeito em consulta percebe e encara as suas próprias 
características cognitivas e comportamentais, algo que é essencial para assegurar que 
as atividades terapêuticas da TCC serão devidamente efetivadas, na medida em que 
dependem do envolvimento do próprio paciente nelas. Pensando nisso, veremos as 
duas principais técnicas utilizadas nesse processo e suas particularidades.
FIGURA 12
As principais 
técnicas utilizadas 
na efetivação da 
conceituação 
cognitiva na TCC.
FONTE
Elaborado pelo 
autor (2023).
Avaliação Cognitivo-
Comportamental
A conceituação cognitiva e a estrutura das sessões de TCC Capítulo 4
Flecha Descendente
Como já discutido anteriormente, a Flecha Descendente é caracterizada por ser 
uma técnica da terapia cognitivo-comportamental que busca apontar, reconhecer 
e caracterizar as crenças disfuncionais de um determinado indivíduo, levando em 
consideração os seus comportamentos e, também, pensamentos automáticos. Sendo 
assim, essa técnica se faz baseada no fundamento de que as crenças disfuncionais, 
que por sua vez resultam em comportamentos errôneos por parte do paciente, são 
originadas pelos pensamentos automáticos daquele sujeito e, por decorrência disso, 
é necessário entender a sua fonte de origem para buscar medidas de modificá-las ou 
corrigi-las.
É importante levar em consideração, nesse processo, como as reclamações e 
preocupações do paciente da TCC podem ser resultantes desses pensamentos e de 
onde eles surgem. Um indivíduo que se faz incapaz de cumprir com as suas obrigações 
profissionais, por exemplo, pode sentir essa dificuldade em razão de uma noção de que 
ele não é capacitado o suficiente para exercer tais atividades. Quando o terapeuta se 
utiliza da Flecha Descendente para compreender melhor esse aspecto disfuncional, 
pode questionar qual o motivo que o cliente atribui para a sua falha, o que, por sua vez, 
pode evidenciar uma série de inseguranças advindas de pensamentos automáticos 
que questionam os seus próprios atributos profissionais, como não se sentir organizado 
ou dedicado o suficiente para ter destaque no seu trabalho.
Saiba Mais
Visite o link abaixo para assistir ao vídeo “Conceituação Cognitiva em 
TCC”, publicado pelo canal Papo de Consultório com Eliene Oliveira no ano 
de 2020. Neste, é possível compreender com mais detalhes o conceito 
de conceituação cognitiva, entendendo também quais medidas são 
estabelecidas durante a TCC para cumprir com esse procedimento 
clínico e efetivar seus objetivos.
PAPO de Consultório com Eliene Oliveira. Conceituação Cognitiva em 
TCC. 2020. Disponível em: https://youtu.be/3l3cIhtzrZY. Acesso em: 08 de 
jun. de 2023.
Avaliação Cognitivo-
Comportamental
A conceituação cognitiva e a estrutura das sessões de TCC Capítulo 4
Os questionamentos por parte do terapeuta devem ser continuados, de modo a 
incentivar o paciente a aprofundar-se mais nos seus próprios pensamentos automáticos, 
os sentimentos associados a estes e os seus respectivos significados. 
Em razão disso, se faz relevante questionar ao indivíduo em consulta o que a sua noção 
de incapacidade em relação às suas obrigações profissionais, por exemplo, pode dizer 
sobre ele, ou que tipo de atitude ele tomaria caso não atingisse a satisfação profissional 
que procura através de uma promoção ou mesmo reconhecimento dos seus superiores 
no ambiente de trabalho. A função dessa etapa é traçar as crenças intermediárias que 
estão associadas àquele pensamento, de modo a, eventualmente, atingir a crença 
central que as originou.
A partir disso, é possível que os questionamentos proporcionados pelo psicólogo 
ofereçam a oportunidade para que o sujeito em consulta reflita acerca dos seus 
pensamentos automáticos, na mesma medida em que demonstra, efetivamente, a sua 
origem com base em uma trajetória descendente que vai desde a consideração dos 
comportamentos e emoções reproduzidos por ele, para a identificação das crenças 
intermediárias que os circundam, até, enfim, o apontamento e reconhecimento das 
crenças centrais que se caracterizam como sua real fonte de origem. 
Com isso, o terapeuta consegue desafiar e promover a exploração dessas crenças 
disfuncionais e os pensamentos automáticos associados a elas, permitindo que o 
paciente os modifique e substitua-os por pensamentos e comportamentos mais 
saudáveis e funcionais.
Questionamento Socrático
Tendo compreendido a Flecha Decrescente, é possível entender, também, o 
questionamento socrático como um elemento fundamental da efetivação dos 
métodos da terapia cognitivo-comportamental, sobretudo como uma ferramenta 
que busca, igualmente, identificar e reconhecer as crenças disfuncionais de um dado 
paciente, através do incentivo do psicólogo e da atuação ativa do próprio indivíduoem 
consulta na consideração e enfrentamento dos seus pensamentos automáticos e os 
comportamentos resultantes deles. 
Avaliação Cognitivo-
Comportamental
A conceituação cognitiva e a estrutura das sessões de TCC Capítulo 4
É importante destacar, no entanto, que os questionamentos dessa técnica cognitiva 
não têm a finalidade de promover um confrontamento do paciente, fazendo-o ser 
desacreditado no ambiente clínico terapêutico. 
Ao invés disso, essa medida tem o papel de fazer com que o sujeito em processo de 
tratamento reflita acerca das suas próprias crenças e características comportamentais, 
de modo a fazer uma autoavaliação sobre o seu caráter e deduzir se elas são, de fato, 
saudáveis ou disfuncionais. Dessa forma, o Questionamento Socrático permite que 
esse indivíduo mantenha uma criticidade e consciência em relação às suas próprias 
emoções e atitudes cotidianas.
Importante
Dessa maneira, é possível avaliar que, dentro dos métodos de efetivação 
da TCC, o Questionamento Socrático assume um caráter semelhante, 
mas estando inteiramente aplicado aos contextos terapêuticos cognitivo-
comportamentais. Em decorrência disso, os questionamentos são 
propostos pelo próprio profissional terapeuta a seu paciente, como uma 
forma de identificar os seus pensamentos, emoções e comportamentos 
associados a um determinado evento, fator ou lembrança. O objetivo é, 
afinal, avaliar possíveis déficits ou falhas na sua capacidade de raciocínio, 
ao oferecer respostas a tais questionamentos que não se fazem, de fato, 
devidamente relacionados com a realidade e a lógica, o que evidencia 
o seu caráter disfuncional.
Dessa forma, esse método de questionamento é diretamente influenciado pela 
metodologia elaborada pelo filósofo grego Sócrates (470 a.C.-399 a.C.), que buscou 
entender o mundo e a si mesmo por meio de perguntas existenciais e respostas advindas 
da lógica e da razão.
Avaliação Cognitivo-
Comportamental
A conceituação cognitiva e a estrutura das sessões de TCC Capítulo 4
Com base nisso, é observável que a viabilidade dessa medida terapêutica só se faz 
possível por intermédio de questionamentos indutivos, que tem por função principal 
garantir a indagação de perguntas que exigem que o paciente questionado se volte 
para a racionalidade e a reflexão para respondê-los. 
A partir disso, esse indivíduo consegue ter a sua curiosidade devidamente estimulada 
pela ação do seu psicólogo e, em decorrência disso, busca conhecer a si mesmo e 
a origem dos seus pensamentos automáticos, de modo a definir se estes devem ser 
modificados ou não. Em adição a isso, essa técnica também favorece que o paciente 
passe a compreender melhor as suas crenças cognitivas, o seu ponto de origem e ter 
um aprofundamento maior da sua influência no seu comportamento.
Com base nisso, é possível observar que o Questionamento Socrático é uma das 
principais técnicas utilizadas na promoção de uma conceitualização adequada do 
paciente da TCC. Isso se dá, portanto, pela capacidade que esta oferece ao terapeuta 
FIGURA 13
As ações 
desempenhadas pelo 
paciente acerca dos 
seus pensamentos 
disfuncionais durante 
o questionamento 
socrático.
FONTE
Elaborado pelo autor 
(2023).
Avaliação Cognitivo-
Comportamental
A conceituação cognitiva e a estrutura das sessões de TCC Capítulo 4
e seu paciente de identificar as crenças disfuncionais desse indivíduo. A partir disso, 
também é possível analisar quais delas se caracterizam como crenças centrais ou 
intermediárias, também permitindo que o indivíduo em tratamento as desafie, de modo 
a buscar manter pensamentos e comportamentos funcionais e saudáveis. Assim, pode-
se dizer que esse método terapêutico cumpre com os seguintes objetivos:
• Desafiar crenças disfuncionais;
• Promover o autoconhecimento e a autoavaliação;
• Apontar os padrões disfuncionais do paciente;
Propondo que o próprio indivíduo em processo de tratamento responda às perguntas 
efetuadas pelo psicólogo durante esse questionamento, é possível incentivá-lo a analisar 
a viabilidade dos seus pensamentos automáticos e se estes se fazem devidamente 
correspondente à realidade, como a evidenciação que um indivíduo que considera que 
ninguém gosta dele possui, sim, sujeitos em sua vida que oferecem a ele importância e, 
por isso, o seu pensamento inicial é errôneo e disfuncional. 
Além disso, esse método também favorece o entendimento dos padrões disfuncionais 
desse sujeito, isto é, da sua inclinação em considerar sempre o pior cenário possível, o 
que o impede de desempenhar suas atividades rotineiras da maneira adequada.
Os padrões disfuncionais são, portanto, caracterizados como um meio de pensar no 
qual o indivíduo o faz de forma habitual, mas mesmo que este não perceba de imediato, 
possui um caráter negativo e prejudicial para a manutenção do seu dia a dia. Sendo 
assim, é inegável que os padrões disfuncionais de um determinado indivíduo podem 
estar, também, inerentemente enraizados nas suas crenças e pensamentos errôneos, 
o que por vezes pode passar despercebido, mas que o terapeuta pode favorecer o 
direcionamento da atenção do seu paciente para tais aspectos, de modo a garantir 
que este enxergue as suas próprias atitudes a partir de um olhar crítico e questionador.
 
A estruturação da sessão de TCC e sua avaliação clínica
No decorrer desse módulo, foi possível observar algumas das principais características 
que contribuem para a estruturação da terapia cognitivo-comportamental e, com isso, 
permite a efetivação dos seus objetivos como uma medida que contribui para a melhoria 
da qualidade de vida das pessoas que buscam esse tipo de tratamento. A partir disso, 
Avaliação Cognitivo-
Comportamental
A conceituação cognitiva e a estrutura das sessões de TCC Capítulo 4
é possível observar, também, como os procedimentos e sessões da TCC podem ser 
devidamente estruturadas, tendo em vista que seguem uma ordem adequada para 
que os seus métodos sejam devidamente aplicados e o terapeuta consiga exercer a 
sua função ao guiar o paciente aos caminhos a serem traçados para a sua modificação 
cognitiva.
Desse modo, é possível compreender que a própria organização da ordem das atividades 
a serem desempenhadas, em conjunto pelo terapeuta e o indivíduo em tratamento, 
durante a TCC é relevante para que as sessões tenham um bom rendimento e apresentem 
o caráter positivo desejado para o sujeito que busca melhorar a sua rotina por meio das 
medidas terapêuticas oferecidas pelas abordagens cognitivas e comportamentais. 
Assim sendo, nota-se que esse processo de melhoria se inicia desde o primeiro contato 
do paciente com a terapia, onde, como já evidenciado neste módulo, é feita a entrevista 
inicial que irá, a posteriori, fomentar a avaliação cognitiva desse indivíduo, permitindo 
que o psicólogo compreenda melhor a sua condição e chegue em um diagnóstico.
FIGURA 14
As etapas que 
estruturam as 
sessões clínicas da 
terapia cognitivo-
comportamental.
FONTE
Elaborado pelo autor 
(2023).
Avaliação Cognitivo-
Comportamental
A conceituação cognitiva e a estrutura das sessões de TCC Capítulo 4
Após isso, se faz possível efetivar a conceituação cognitiva que, como visto neste 
capítulo, se trata do uso de diferentes técnicas que permitem a identificação das 
crenças cognitivas de um indivíduo, classificando-as em crenças intermediárias, crenças 
centrais ou estratégias compensatórias. Em razão disso, se faz possível, também, permitir 
que o próprio paciente reflita, com criticidade e lógica, acerca dos seus pensamentos 
automáticos individuais, visando promover a sua capacidade de identificá-los como 
disfuncionais ou não. 
Feito isso, é finalmente possibilitada a modificação cognitiva desse indivíduo, na medida 
em que ele mesmo, sob o apoio e orientação do profissional psicólogo, busca substituir 
suas crenças disfuncionais por crenças saudáveis, o que melhora igualmente o seu 
comportamento.
Por consequência disso, é idealizado que as sessões da TCC sejam devidamente 
organizadas emtrês principais tipos, na medida em que buscam promover, 
inicialmente, a plena compreensão do paciente, suas queixas e características 
cognitivas comportamentais relevantes para o processo de tratamento, o que inclui o 
entendimento acerca das suas crenças e dos seus pensamentos automáticos. Só então, 
é possível cumprir com a conceituação cognitiva e, enfim, aplicar os métodos que irão 
fazer com que o sujeito em consulta reflita sobre as suas particularidades cognitivo-
comportamentais, de modo a modificá-las a fim de fazê-las assumir um caráter mais 
saudável e funcional. 
Vejamos, com mais detalhes, como esses três momentos podem ser efetivados:
• Consulta inicial: Corresponde ao primeiro contato entre o terapeuta e o seu paciente, 
onde também é efetivada a anamnese desse indivíduo através do formulário pré-
estabelecido que busca averiguar as suas principais características psicoemocionais, 
físicas, familiares e mesmo sociais. A partir disso, é possível que o profissional atinja 
um diagnóstico pleno que, então, irá ditar os principais rumos a serem tomados nas 
sessões de TCC posteriores que buscarão a efetivação do tratamento do paciente e, 
assim, a melhoria da sua qualidade de vida;
• Primeira sessão: Equivale ao princípio do tratamento do indivíduo que busca os 
métodos da terapia cognitivo-comportamental para melhorar as suas qualidades 
psicoemocionais e, com isso, o seu bem-estar cotidiano e capacidade de efetivar 
as suas tarefas rotineiras. Dessa forma, é importante que o psicólogo ofereça uma 
devida orientação e, então, contextualize o seu cliente acerca desse processo de 
Avaliação Cognitivo-
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A conceituação cognitiva e a estrutura das sessões de TCC Capítulo 4
tratamento, fazendo com que ele entenda o seu próprio diagnóstico e, eventualmente, 
consiga se manter como um elemento ativo e indispensável das sessões terapêuticas, 
fomentando o seu próprio processo de melhoria através do apoio do profissional;
• Sessões posteriores: Se subdividem, por sua vez, em sessão inicial, intermediária 
e final, tendo por finalidade promover a devida identificação dos pensamentos 
automáticos por parte do paciente com a orientação do seu terapeuta. Sendo assim, 
a intenção é analisar se tais pensamentos possuem um caráter disfuncional, a que 
crenças estes se fazem relacionados e se eles precisam de uma atenção maior 
por parte desses indivíduos para que possam ser, assim, modificados ou mantidos 
com base nas suas especificidades. São nessas sessões, portanto, que o tratamento 
terapêutico é continuamente efetivado e, por isso, cada uma delas se faz importante 
para tal processo.
Tendo compreendido isso, é possível avaliar que a TCC só pode ser devidamente 
cumprida a partir de uma relação saudável e mutuamente respeitosa entre o profissional 
psicoterapeuta e o seu paciente. É preciso, então, que este primeiro consiga ter um bom 
e adequado contato com o último, para que a sua orientação se faça cabível e aplicável, 
garantindo o processo de percepção, análise e conceituação dos pensamentos 
automáticos do sujeito em tratamento, ainda oferecendo as ferramentas e métodos 
adequados para assegurar a melhoria da qualidade de vida do cliente através da 
modificação dos pensamentos disfuncionais e substituição das suas crenças errôneas 
por crenças de fato saudáveis.
Adicionalmente a isso, nota-se que o processo de terapia não começa e termina 
durante a consulta clínica com o profissional da terapia. Do contrário, é necessário que 
o paciente também tenha atividades de casa, isto é, exercícios que são devidamente 
selecionados pelo terapeuta para que o seu cliente consiga continuar a sua busca por 
hábitos de vida funcionais mesmo fora do consultório. 
Em vista disso, é importante que esses exercícios levem em consideração a rotina 
doméstica, profissional ou acadêmica daquele indivíduo, para que este consiga aplicá-
los nos diferentes contextos do seu dia a dia, que como já avaliado nessa disciplina, 
são diretamente interferidos pela sua disfuncionalidade cognitiva e comportamental 
quando estas não possuem a devida atenção e cuidado. Com isso, a reestruturação 
cognitiva se faz realmente possível, se dando de forma transversal no cotidiano do 
paciente.
Avaliação Cognitivo-
Comportamental
A conceituação cognitiva e a estrutura das sessões de TCC Capítulo 4
Resumindo
E, com isso, fica concluído o desenvolvimento do quarto e último 
capítulo deste módulo. Deu para compreender todas as informações 
que foram disponibilizadas no corpo deste capítulo? É importante que 
nenhuma dúvida fique no ar e, por isso, resolvemos fazer um breve 
resumo do conteúdo que foi elencado até aqui, que tal? Então vamos lá. 
Primeiramente, foi visto que a conceituação cognitiva do paciente da TCC 
é uma etapa indispensável para a efetivação dessa medida terapêutica. 
Dessa forma, o objetivo é caracterizar os aspectos cognitivos do indivíduo 
em consulta, de modo a identificar as suas crenças cognitivas e os seus 
pensamentos disfuncionais, que devem ainda ser classificados por ele 
mesmo. Existem, portanto, as técnicas de flecha descendente, que visa 
identificar crenças centrais a partir das suas crenças intermediárias, e 
o pensamento socrático, que busca instigar a criticidade do paciente 
acerca dos seus próprios pensamentos automáticos. Adicionalmente a 
isso, é importante que as sessões de terapia cognitivo-comportamental 
sejam devidamente efetivadas, seguindo uma estrutura funcional de 
consulta inicial com a anamnese, sessão inicial que começa o tratamento 
e as sessões seguintes que o efetivam.
Avaliação Cognitivo-Comportamental
Referências
ARRIGONI, A. C. B. et al. A Reestruturação Cognitiva como Intervenção na Redução das 
Interpretações Catastróficas no Transtorno de Ansiedade Generalizada. REVISTA EIXO, v. 
10, n. 1, p. 13-22, 2021.
Barkley R.A., Edwards G. Diagnostic interview, behavior rating scales, and the medical 
examination. In: Barkley RA. Attention-deficit hyperactivity disorder: a handbook for 
diagnosis and treatment. 3nd ed. New York: Spring Street, 2006.
Beck, J. S. Terapia cognitiva: Teoria e prática (S. Costa, Trad.). Porto Alegre: Artmed, 1997.
Petersen C. S., Wainer R. Princípios básicos da terapia cognitivo-comportamental de 
crianças e adolescentes. In: Petersen CS, Wainer R, organizadores. Terapias cognitivo-
comportamentais para crianças e adolescentes, p. 16-31. Porto Alegre: Artmed, 2011.
PAPO de Consultório com Eliene Oliveira. COMO FAZER O PREENCHIMENTO DA ANAMNESE? 
2022. Disponível em: https://youtu.be/3l3plrbZizQ. Acesso em: 08 de jun. de 2022.
PAPO de Consultório com Eliene Oliveira. Conceituação Cognitiva em TCC. 2020. Disponível 
em: https://youtu.be/3l3cIhtzrZY. Acesso em: 08 de jun. de 2023.
PENSAMENTOS Disfuncionais: 18 tipos de pensamentos que te fazem sofrer. Clínica de 
Psicologia Nodari. 2020. Disponível em: https://clinicadepsicologianodari.com.br/post/
pensamentos-disfuncionais-18-tipos-de-pensamentos-que-estao-te-boicotando/. 
Acesso em: 10 de jun. de 2023.
TV Aparecida. Transtornos emocionais afetam jovens brasileiros. 2019. Disponível em: 
https://youtu.be/yUqbdvGf7Ac. Acesso em: 08 de jun. de 2023.essencial de 
guiar o indivíduo em processo de tratamento a desempenhar ações cotidianas que 
contribuem para a sua melhoria psicológica e emocional, reduzindo os efeitos negativos 
que essas disfunções podem manter durante o seu dia a dia.
Para tanto, se faz essencial que o profissional do ramo da terapia tenha não apenas 
pleno conhecimento acerca dessas técnicas, como também saiba exatamente como 
estas podem ser aplicadas e que tipo de sujeitos em tratamento elas podem atender. 
Sabendo disso, nota-se a indispensável importância do processo de avaliação dos 
indivíduos durante a TCC, como uma forma de identificar a sua condição particular e, 
ainda, registrar o seu avanço durante os procedimentos que, em conjunto, contribuem 
para a efetivação dessa modalidade terapêutica. 
Pensando nisso, iremos abordar no decorrer desse módulo acerca dos principais 
métodos utilizados na avaliação dos pacientes que se submetem à TCC e como 
estes podem contribuir para um resultado assertivo que, por esse motivo, beneficiam 
grandemente a experiência das pessoas envolvidas nela e facilitam a execução do 
trabalho do psicólogo.
A avaliação do paciente durante a terapia cognitivo-comportamental
Como evidenciado anteriormente, a TCC é uma medida terapêutica que acontece 
por um conjunto de técnicas e ferramentas que buscam sanar os pensamentos e 
comportamentos disfuncionais dos indivíduos em processo de tratamento, comumente 
ocasionados por transtornos psicoemocionais como a depressão e a ansiedade. Para 
que isso se faça possível, no entanto, é necessário que o profissional psicólogo tenha 
um pleno conhecimento acerca do seu cliente e as suas condições específicas, algo 
que pode ser devidamente facilitado por meio de uma anamnese adequada, isto é, o 
recolhimento de informações relevantes acerca do paciente, que contribuem para que 
Avaliação Cognitivo-
Comportamental
Avaliação em TCC para crianças, adolescentes e adultos Capítulo 1
o profissional da saúde compreenda as suas particularidades e, a partir disso, consiga 
chegar em um diagnóstico assertivo que, a posteriori, irá definir as ações necessárias 
para melhorar a sua qualidade de vida e saúde.
O processo de anamnese pode, por sua vez, garantir que o terapeuta conheça 
efetivamente o seu paciente, na medida em que se caracteriza como uma das 
primeiras e principais etapas de qualquer consulta médica, onde o sujeito atendido 
tem por finalidade listar as suas particularidades, informações pessoais e natureza das 
suas queixas. Sendo assim, esse momento tende a acontecer em duas etapas, sendo 
a primeira por meio do preenchimento de um formulário com perguntas previamente 
selecionadas que buscam traçar conhecimentos gerais acerca daquele indivíduo, 
enquanto que a segunda se caracteriza pelo diálogo oral e direto com o profissional da 
saúde, na medida em que esta busca ouvir, então, as suas reclamações e os motivos 
que o levaram àquela consulta.
FIGURA 2
As qualidades 
particulares que 
favorecem o processo 
de anamnese na TCC.
FONTE
Elaborado pelo autor 
(2023).
Avaliação Cognitivo-
Comportamental
Avaliação em TCC para crianças, adolescentes e adultos Capítulo 1
Em razão disso, é possível concluir que a anamnese é indispensável para a efetivação 
de uma boa avaliação do paciente da psicoterapia, o que inclui aqueles que irão 
desenvolver-se através dos métodos da terapia cognitivo-comportamental. 
Nesse sentido, é importante que o terapeuta compreenda os detalhes acerca do seu 
cliente para que essa avaliação se faça adequada e, com isso, permita a conclusão de 
diagnóstico bem feito e a escolha adequada de métodos que contribuirão para o seu 
tratamento psicológico. 
Em adição a isso, é importante, também, que a faixa etária do indivíduo em consulta 
seja devidamente levada em conta, tendo em vista que esta interfere diretamente na 
forma como esse sujeito expressa as suas preocupações e queixas, bem como tem 
influência considerável em como os métodos da TCC serão aplicados.
 
A influência da idade do paciente na terapia cognitivo-
comportamental
Foi discutido anteriormente que as características particulares do paciente que 
pretende ser tratado por meio dos métodos da terapia cognitivo-comportamental 
podem influenciar em como essas medidas terapêuticas vão ser aplicadas e, com 
isso, promover a sua efetiva melhora e o beneficiamento do seu bem-estar e saúde de 
maneira cotidiana. 
Dessa maneira, nota-se que a idade é um desses aspectos centrais que ditam como o 
terapeuta deve promover a TCC, na medida em que a sua atenção específica se inicia 
desde o primeiro contato com o cliente. Nesse sentido, é importante considerar alguns 
princípios fundamentais acerca da influência da idade no cumprimento da TCC. 
Vejamos:
I. A terapia cognitivo-comportamental possui os mesmos princípios e 
fundamentos básicos em todos os pacientes nos quais é aplicada. Sendo 
assim, a idade do indivíduo em processo de tratamento psicoemocional por 
meio da TCC não influencia nos seus princípios, mas as técnicas utilizadas pelo 
Avaliação Cognitivo-
Comportamental
Avaliação em TCC para crianças, adolescentes e adultos Capítulo 1
profissional da terapia e a forma como estas se farão acessíveis ao paciente 
dependerá, sim, da sua faixa etária e nível de maturidade para reconhecer as 
medidas terapêuticas e ser devidamente beneficiado por elas;
II. A TCC se caracteriza como uma forma de tratamento terapêutico que é, 
comprovadamente, eficiente para lidar com condições psicoemocionais 
internas que afetam o caráter emocional das pessoas, como a depressão e a 
ansiedade, independentemente da sua idade ao desenvolver tais condições 
e buscar a ajuda profissional adequada para a efetivação do seu tratamento;
III. Não existe uma faixa etária específica para o desenvolvimento de capacidades 
cognitivas que permitam a aplicação da TCC para um determinado indivíduo. 
Sendo assim, todos os sujeitos que possuem transtornos psicoemocionais e 
precisam passar por esses métodos terapêuticos como forma de tratamento 
possuem as características emocionais e cognitivas adequadas para o fazê-
lo, diferindo apenas em como o seu funcionamento cognitivo irá funcionar;
IV. Não existe uma idade mínima específica, bem como um limite de idade, que 
permite o início dos tratamentos por meio da TCC. Em razão disso, pode-se 
concluir que os indivíduos que precisam desse tipo de psicoterapia podem 
iniciá-lo a qualquer momento de sua vida, considerando que mesmo sujeitos 
no início da infância, isto é, com menos de dez anos, podem iniciar o tratamento 
cognitivo-comportamental, levando em consideração as suas características 
específicas, assim como as ferramentas e técnicas que melhor promovam o 
atendimento de sua condição psicoemocional.
Percebe-se, com isso, que apesar de crianças e adolescentes exigirem um determinado 
cuidado específico no momento de avaliação e aplicação dos métodos e técnicas da 
TCC, não existe nenhum impedimento considerável para que estes não obtenham esse 
tipo de tratamento terapêutico. 
Do contrário, o que se faz são determinadas adaptações que permitem o seu melhor 
contato com as medidas de terapia da TCC e, em decorrência disso, favorecem o 
beneficiamento da sua saúde. Por isso, é importante que o terapeuta que lida com 
sujeitos de uma determinada idade específica saiba as melhores formas de promover 
o seu tratamento, comumente utilizando-se da ludicidade para favorecer o seu acesso 
à terapia.
Avaliação Cognitivo-
Comportamental
Avaliação em TCC para crianças, adolescentes e adultos Capítulo 1
Em adição a isso, também é comum que se faça necessário, com sujeitos em idade 
infantil, principalmente aqueles com menos de 10 anos, o desenvolvimento de linguagens 
específicas que permitem a melhor comunicação deste acerca dos seus sentimentos 
e pensamentos disfuncionais para o seu terapeuta que, por sua vez, tem a finalidade 
de orientar as atitudes necessárias para favorecer a sua convivência cotidiana emseu 
meio social. 
Sendo assim, nota-se que essa linguagem costuma ser não-verbal, na medida em que 
esses indivíduos podem ter uma maior dificuldade para expressar seus pensamentos e 
emoções, algo que pode nem mesmo ser exclusivo às crianças e, em decorrência disso, 
reafirma a importância dessa medida para a efetivação da terapia em diferentes casos.
Faz-se necessário considerar, também, que nos anos recentes o diálogo acerca do 
bem-estar psicológico tem sido mais abrangente, o que aumenta, igualmente, o número 
de demandas por tratamentos terapêuticos que favorecem a saúde emocional dos 
indivíduos em sociedade. 
Isso é refletido, ainda, na TCC e como as suas técnicas podem ser utilizadas para tratar 
consideráveis transtornos que interferem no dia a dia dos sujeitos que sofrem destes, 
independentemente da sua idade. Por isso, é importante levar em conta esse aumento 
da busca por essa terapia comportamental por sujeitos das mais diferentes faixas 
etárias, analisando determinados critérios.
Avaliação Cognitivo-
Comportamental
Avaliação em TCC para crianças, adolescentes e adultos Capítulo 1
Compreender e interpretar as queixas do paciente é, logo de início, indispensável para 
a efetivação de um diagnóstico e a identificação da condição específica desse sujeito. 
Dessa maneira, compreende-se que, quando o indivíduo que se consulta é um adulto, 
é ele mesmo que irá descrever os seus problemas e situação, indicando como estes 
estão interferindo diretamente no seu bem-estar psicoemocional e na efetivação das 
suas atividades rotineiras. 
Por outro lado, em caso de crianças e mesmo adolescentes, é comum que haja a 
presença dos pais ou responsáveis e, na grande maioria das vezes, são eles quem 
descrevem a situação do paciente, o que caracteriza aquela entrevista, de certo modo, 
como indireta.
FIGURA 3
As distintas faixas 
etárias às quais os 
pacientes da TCC 
podem pertencer.
FONTE
Elaborado pelo 
autor (2023).
Avaliação Cognitivo-
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Avaliação em TCC para crianças, adolescentes e adultos Capítulo 1
Por esse motivo, enquanto o processo de anamnese com pacientes adultos se demonstra 
mais direto, é necessário que o profissional terapeuta se utilize de determinadas estratégias 
que permitam uma assertividade maior, quando lidar com sujeitos pertencentes ao 
período de infância ou adolescência do seu desenvolvimento. Em decorrência disso, é 
importante estender as perguntas acerca do bem-estar do paciente não apenas para 
os seus pais, como também buscar consultar outros indivíduos presentes na sua rotina, 
como professores e outros familiares, assim como oferecer a oportunidade do próprio 
paciente de expressar as suas preocupações e sentimentos. Isso permite uma melhor 
análise das características psicológicas desse sujeito que podem abranger dois grupos 
específicos:
Isso permite uma melhor análise das características psicológicas desse sujeito que 
podem abranger dois grupos específicos:
• Aspectos psicossociais do paciente: Correspondem às características que se dão, 
sobretudo, em razão das relações que o paciente estabelece com os indivíduos que 
se fazem presentes na sua rotina. Inclui-se aqui, portanto, as suas relações com os 
membros da família, os amigos e os colegas presentes no seu ambiente profissional, 
escolar ou acadêmico;
• Aspectos emocionais do paciente: Equivalem às características que definem o 
contexto emocional do indivíduo consultado e, por isso, é estabelecido por um 
conjunto de particularidades importantes a serem consideradas pelo terapeuta. 
Sendo assim, podem envolver desde o seu humor corriqueiro durante o dia-a-dia, 
até os vínculos que este forma com os demais indivíduos ao seu redor e, ainda, o tipo 
de reação que este mantém em decorrência dos acontecimentos e estímulos que 
se dão no seu cotidiano.
Avaliação Cognitivo-
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Avaliação em TCC para crianças, adolescentes e adultos Capítulo 1
Tomando conhecimento disso, é possível perceber que essas características são 
indispensáveis para a aplicação de uma boa terapia cognitivo-comportamental, na 
medida em que permitem um melhor e pleno conhecimento acerca não apenas dos 
aspectos individuais do paciente, como também das qualidades que definem a sua 
relação com os demais sujeitos ao seu redor. 
Além disso, entender como esses fatores interferem na saúde psicoemocional desse 
indivíduo facilita o trabalho do terapeuta, bem como beneficia o processo de avaliação 
que, por sua vez, contribui para um diagnóstico adequado que resultará na definição 
dos métodos terapêuticos utilizados para proporcionar a sua melhora e manutenção 
do bem-estar psicológico.
FIGURA 4
As especificidades dos 
pacientes da TCC a 
serem considerados 
durante o tratamento.
FONTE
Elaborado pelo autor 
(2023).
Avaliação Cognitivo-
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Avaliação em TCC para crianças, adolescentes e adultos Capítulo 1
Ao lidar com sujeitos em fase de crescimento, sobretudo crianças e adolescentes, se 
faz também necessário analisar outras questões importantes que podem definir a sua 
saúde e características emocionais. 
Desse modo, durante o processo de avaliação no atendimento da TCC, o profissional 
terapeuta também pode buscar entender algumas especificidades acerca do seu 
paciente em idade infantil ou de adolescência, tais como os principais dados do seu 
histórico que precedem a consulta com o terapeuta e, também, os aspectos que definem 
o seu processo de desenvolvimento e, por esse motivo, podem influenciar diretamente 
nas características que definem o seu bem-estar psicológico e, ainda, podem ser 
relevantes para o entendimento das suas crenças, na medida em que estas podem ser 
disfuncionais e, com isso, afetar as suas emoções e respostas aos estímulos cotidianos 
presentes na sua rotina. 
Vejamos com mais detalhes quais informações devem ser devidamente recolhidas pelo 
terapeuta durante esse processo de avaliação com seus pacientes:
• Informações da sua história pregressa: Incluem as principais características acerca 
do processo de gestação desse indivíduo, também se estendendo para como se deu 
o seu parto e as patologias que possuem histórico na sua família, principalmente 
no âmbito do lado materno e que, possivelmente, representaram algum obstáculo 
durante a gravidez ou o parto do paciente;
• Informações acerca do seu desenvolvimento: Equivalem a todos os detalhes que 
definem o processo de crescimento do paciente, o que valia desde os seus hábitos 
alimentares e comportamentais, até as características que definem o contexto social, 
cultural, econômico e mesmo religioso no qual este foi criado. Além disso, também 
leva em consideração o histórico de saúde da família e o desenvolvimento motor, 
físico e cognitivo desse sujeito, incluindo, ainda, a sua linguagem e capacidade de 
comunicação verbal e não verbal;
• Informações sobre os seus relacionamentos interpessoais: Como já evidenciado 
nesse módulo, a TCC leva em consideração a relação do paciente com os demais 
sujeitos que se fazem presentes na sua rotina diária. Sendo assim, é importante que 
o terapeuta compreenda, efetivamente, as características que definem a relação do 
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Avaliação em TCC para crianças, adolescentes e adultos Capítulo 1
indivíduo tratado com os seus familiares, desde pais e irmãos, até os demais membros 
da sua família estendida, com os seus pares no ambiente escolar ou acadêmico e, 
em caso de pacientes adultos, profissional.
Essas qualidades podem ser, portanto essenciais para a plena compreensão das 
características do paciente, em especial aqueles que estão em idade infantil e, por isso, 
possuem alguns aspectos particulares, associados ao seu processo de desenvolvimento, 
que devem ser devidamente considerados por parte do terapeuta durante a sua análise 
cognitivo-comportamental. 
Na convivência escolar, se faz preciso considerar a forma como esse indivíduo se insere 
nos seus contextos que, por sua vez, são diferentes da rotina doméstica.Assim, é buscado 
a reação desse sujeito acerca das figuras de autoridade na escola, a interação com os 
seus pares e a forma de lidar com as normas estabelecidas especificamente para esse 
ambiente de aprendizagem.
A partir disso, se faz possível investigar, qualitativamente, as características cognitivas 
e comportamentais do sujeito em processo de formação, de modo a entender como 
estas se fazem devidamente presentes na sua rotina diária para além do que é visto 
e experienciado em terceira pessoa pelos pais, demais membros da família e outros 
sujeitos que frequentam o seu ambiente doméstico. Por esse motivo, é essencial que o 
terapeuta conduza uma investigação em relação aos sintomas de um possível transtorno 
emocional derivado de crenças disfuncionais do paciente e que afetam, então, a sua 
cognição e comportamento no dia a dia. 
Barkley & Edwards (2006) reafirmam que o conhecimento e a consideração da história 
pregressa desses pacientes contribuem para a caracterização dos sintomas do sujeito 
em consulta e, assim, permitem uma maior efetivação dos métodos da TCC em pacientes 
de diferentes faixas etárias.
Tendo efetivado uma boa anamnese com qualidade, é necessário, então, promover 
uma conceituação da condição que o indivíduo consultado possui. Nesse contexto, 
também existem especificidades que devem ser tomadas em relação aos sujeitos na 
infância ou adolescência, tendo em vista que a sua fase de desenvolvimento deve ser 
devidamente levada em consideração durante todo esse processo. 
Avaliação Cognitivo-
Comportamental
Avaliação em TCC para crianças, adolescentes e adultos Capítulo 1
Assim sendo, é comum que existam protocolos que facilitam a atuação do terapeuta 
nesse momento, destacando quais dos aspectos específicos este deve analisar no seu 
paciente, tais como as suas principais dificuldades, o que caracterizou o seu processo de 
crescimento e como esse indivíduo percebe a si mesmo e aos demais sujeitos presentes 
na sua rotina.
Utilizar-se de um protocolo que busca evidenciar todas essas características é, portanto, 
um passo fundamental para facilitar a conceituação cognitiva de um determinado 
paciente, sobretudo aqueles que ainda não são adultos. Adicionalmente a isso, com 
sujeitos na infância ou adolescência o seu protocolo também deve ser revisitado e 
mesmo refeito durante o processo de tratamento com a TCC, tendo em vista que as 
suas características cognitivas e comportamentais são extremamente dinâmicas e, por 
vezes, inconsistentes em razão do seu constante crescimento e evolução individual. Por 
isso, não é incomum que o seu quadro mude e, com isso, surjam novas necessidades a 
serem atendidas por parte dos tratamentos terapêuticos cognitivos-comportamentais.
Sendo esse processo de investigação das qualidades cognitivas e comportamentais 
dos sujeitos em desenvolvimento algo contínuo a ser constantemente revisitado por 
parte do profissional terapeuta, com o objetivo de avaliar alguma alteração relevante, 
é importante que este saiba quais aspectos devem ser devidamente considerados por 
sua parte como indispensáveis para o pleno entendimento do seu paciente. 
Em decorrência disso, Petersen & Wainer (2011) ainda destacam que a atenção principal 
deve estar voltada para os problemas que são enfrentados pelos sujeitos em processo 
de tratamento no momento em que a investigação é feita, bem como onde estão as 
suas maiores dificuldades acerca do processamento e armazenamento de informações, 
considerando como este se associa aos seus pensamentos disfuncionais.
Avaliação Cognitivo-
Comportamental
Avaliação em TCC para crianças, adolescentes e adultos Capítulo 1
Resumindo
Tendo em vista o conteúdo abordado até aqui, fica possível concluir 
o desenvolvimento do primeiro capítulo deste módulo. Deu para 
compreender as informações dispostas até aqui? Para garantir, 
reservamos esse momento para resumir tudo o que foi posto no decorrer 
desse capítulo, vamos lá? Primeiramente, foi evidenciado que o processo 
de avaliação cognitiva é uma importante etapa para a efetivação 
da TCC, na medida em que permite o pleno conhecimento sobre as 
características particulares do paciente, incluindo os seus aspectos 
cognitivos e comportamentais. Para tanto, é preciso efetivar uma 
anamnese, que se dá por meio da entrevista oral e o preenchimento de 
um formulário escrito que têm por finalidade principal coletar informações 
relevantes que, então, irão contribuir para a sua conceituação cognitiva 
e eventual diagnóstico. Além disso, se faz necessário considerar 
especificidades do paciente, como a sua faixa etária, de modo a entender 
as suas particularidades psicossociais e emocionais, relevantes para 
esse processo avaliativo e que pode envolver a relação do indivíduo 
com a sua família, escola, amigos ou trabalho, a depender da fase do 
crescimento humano em que se encontra.
@faculdadelibano_
2
Disfunções 
cognitivas e a 
avaliação das 
disfunções
Avaliação Cognitivo-Comportamental Capítulo 2
Disfunções cognitivas e a 
avaliação das disfunções
Objetivos
Durante a leitura desse capítulo, você irá compreender quais são os 
principais aspectos de um paciente da TCC que devem ser considerados 
durante a efetivação da sua avaliação cognitiva. Em adição a isso, será 
comentado acerca das disfunções cognitivas e suas características 
primárias.
As particularidades que influenciam no caráter cognitivo-
comportamental do paciente
Anteriormente a este módulo, foi compreendido como acontece o processo de avaliação 
dos pacientes de terapia cognitivo-comportamental (TCC). Em decorrência disso, 
discutiu-se que a TCC é um método terapêutico que se dá por intermédio de diferentes 
técnicas que, com base nisso, buscam melhorar a saúde psicológica e emocional do 
sujeito em tratamento que, em razão de crenças disfuncionais que são construídas 
durante o seu processo de crescimento, não conseguem lidar adequadamente com 
os fenômenos e estímulos aos quais são submetidos no decorrer da sua rotina diária, 
resultando, então, em pensamentos e comportamentos disfuncionais que interferem na 
sua capacidade de manter uma boa qualidade de vida de maneira cotidiana.
Sendo assim, como em todos os procedimentos clínicos que se iniciam a partir da 
primeira consulta do sujeito tratado, a TCC começa com o processo de avaliação 
que é feito pelo profissional da psicoterapia para averiguar quais são as queixas do 
seu paciente, buscando promover, com isso, uma conceitualização do seu problema 
e, então, atingir um diagnóstico que se faça alinhado com os problemas que esse 
indivíduo está passando. É apenas com a integração de um diagnóstico de qualidade, 
portanto, que podem ser aplicadas as técnicas necessárias para tratar a sua condição 
Avaliação Cognitivo-
Comportamental
Disfunções cognitivas e a avaliação das disfunções Capítulo 2
psicoemocional disfuncional e assegurar a sua saúde e bem-estar de forma adequada. 
Logo, a anamnese se configura como a etapa inicial da terapia e é indispensável para 
uma avaliação de qualidade.
É através de uma anamnese efetiva e de qualidade, portanto, que o psicólogo consegue 
compreender quais são as principais características que definem o indivíduo em 
consulta e, a partir disso, pode analisar melhor as suas queixas, o problema que as 
originaram e como este afeta diretamente a sua qualidade de vida, na medida em que 
a preservação desta é um dos principais aspectos que leva um sujeito em busca dos 
tratamentos terapêuticos proporcionados pela TCC. 
Adicionalmente a isso, é importante considerar, também, que as pessoas que se 
consultam com um terapeuta podem ter, ainda, características individuais específicas, 
que devem ser igualmente consideradas por parte do profissional na hora de promover 
uma avaliação precisa e, em razão disso, garantir que a sua condição seja entendida 
e plenamente considerada durante a escolha das estratégias utilizadas para tratá-la.
FIGURA 5
Os elementos que 
permitem a efetivação 
da avaliação cognitivana 
TCC.
FONTE
Elaborado pelo autor 
(2023).
Avaliação Cognitivo-
Comportamental
Disfunções cognitivas e a avaliação das disfunções Capítulo 2
Dentre os aspectos que não podem ser considerados por parte do profissional que tem 
a função de promover o tratamento dos indivíduos que buscam a terapia cognitivo-
comportamental está, inegavelmente, a sua idade. Compreende-se, com isso, que 
a depender da fase do desenvolvimento humano na qual o sujeito que se consulta 
se encontra, este pode ter características específicas que devem ser devidamente 
consideradas por parte do profissional da terapia, de modo a analisar como a sua idade 
pode influenciar nas suas características particulares cognitivas e comportamentais. 
Isso é, ainda, grandemente intensificado na infância e adolescência, onde o quadro 
cognitivo-comportamental do paciente tende a ser mais dinâmico em razão das 
especificidades que definem o seu crescimento e mudanças emocionais e psicológicas 
em razão deste.
É inegável, portanto, que os sujeitos que ainda se encontram em um pleno processo 
de formação, fortemente influenciado pelas suas próprias características físicas e 
biológicas, mas também estabelecido pelos aspectos que definem o seu entorno social, 
FIGURA 6
Os aspectos de um 
determinado indivíduo 
a serem considerados 
durante sua avaliação 
cognitiva.
FONTE
Elaborado pelo autor 
(2023).
Avaliação Cognitivo-
Comportamental
Disfunções cognitivas e a avaliação das disfunções Capítulo 2
possuem qualidades cognitivas e comportamentais específicas a serem consideradas 
pelo profissional da terapia. Dessa maneira, entende-se que a anamnese e o processo 
de avaliação e conceitualização desse sujeito, iniciada já durante a primeira entrevista 
conduzida pelo psicoterapeuta, deve também buscar ir além das primeiras queixas 
demonstradas por esse sujeito, promovendo uma investigação mais intensa e precisa 
acerca da sua condição.
Em decorrência disso, se faz possível perceber, também, que é comum haver a 
interferência dos pais ou responsáveis desse indivíduo mesmo durante esse contato 
inicial entre o paciente e o profissional terapeuta. 
Por esse motivo, é também aconselhável levar em consideração como essa influência 
familiar pode atingir o processo de avaliação e, com isso, interferir na possibilidade de um 
diagnóstico preciso e adequado. Por outro lado, obter informações pessoais detalhadas 
também pode ser utilizado a favor do profissional para compreender e caracterizar 
melhor o seu paciente.
Nesse sentido, existem algumas especificidades do cotidiano desse indivíduo que podem 
ser consideradas durante a sua avaliação, tais como:
• A rotina doméstica;
• A rotina escolar;
• As relações interpessoais;
• Os comportamentos e emoções;
• As suas principais características biológicas, como idade, saúde, alimentação e 
outros aspectos que afetam o seu corpo;
• A forma de lidar com os diferentes sujeitos presentes em sua rotina, como colegas, 
familiares e figuras de autoridade;
• O modo de reagir às normas que são impostas a ele no seu dia a dia, tanto nos 
contextos domésticos, quanto escolares.
São, dessa forma, essas características que podem ser essenciais na promoção de um 
melhor entendimento do terapeuta acerca do seu paciente, principalmente aqueles que 
ainda estão em fase de crescimento e, por isso, não apresentam aspectos cognitivos e 
comportamentais definitivos. 
Avaliação Cognitivo-
Comportamental
Disfunções cognitivas e a avaliação das disfunções Capítulo 2
A função da avaliação é, afinal, efetivar uma devida conceitualização do caráter 
cognitivo-comportamental do indivíduo, isto é, analisar evidências de possíveis crenças, 
comportamentos e respostas disfuncionais aos eventos que acontecem no seu dia a 
dia. 
Daí, a importância de uma anamnese bem feita e que, de modo geral, costuma se 
organizar em diferentes etapas que buscam cobrir, de fato, os diferentes setores da vida 
do paciente que se fazem relevantes para a obtenção de um diagnóstico adequado e, 
também, preciso.
Tendo efetivado tal etapa do processo de efetivação da terapia cognitivo-
comportamental, é possível, finalmente, que o terapeuta consiga identificar que tipos de 
distorções cognitivas aquele sujeito em atendimento possui, analisando também como 
essas interferem diretamente na sua capacidade de cumprir com as suas obrigações 
e atividades cotidianas e, ainda, de se relacionar interpessoalmente com os demais 
sujeitos presentes nos contextos familiares, domésticos, escolares, acadêmicos ou 
profissionais do seu dia-a-dia. 
Nota-se, com isso, a importância de conhecer quais são as principais distorções 
cognitivas e o seu efeito na pessoa impactada por estas, de modo a compreender 
melhor como identificá-las e, eventualmente, lidar com elas terapeuticamente.
Saiba Mais
Acesse o link abaixo para assistir ao vídeo “COMO FAZER O PREENCHIMENTO 
DA ANAMNESE?”, publicado pelo canal Papo de Consultório com Eliene 
Oliveira, para compreender melhor como o processo de anamnese pode 
ser efetivado no contexto clínico da terapia cognitivo-comportamental.
PAPO de Consultório com Eliene Oliveira. COMO FAZER O PREENCHIMENTO 
DA ANAMNESE? 2022. Disponível em: https://youtu.be/3l3plrbZizQ. Acesso 
em: 08 de jun. de 2022.
Avaliação Cognitivo-
Comportamental
Disfunções cognitivas e a avaliação das disfunções Capítulo 2
As distorções cognitivas e os métodos para a sua identificação na TCC
Como já evidenciado anteriormente nesse capítulo, a avaliação de um paciente durante 
a terapia cognitivo-comportamental é essencial para que o seu diagnóstico seja 
plenamente atingido e, a partir disso, o profissional terapeuta consiga evidenciar, de 
fato, quais medidas devem ser tomadas para promover o seu tratamento de maneira 
adequada e conclusiva. 
Visto isso, é possível compreender que a avaliação se dá por intermédio de diferentes 
etapas que, em determinados casos, acontecem de forma contínua, e não unicamente 
durante a primeira entrevista que compõe o processo de anamnese daquele indivíduo 
atendido.
No mais, a chegada em um diagnóstico de fato assertivo só pode ser propiciada através 
do pleno conhecimento acerca das características que definem as distorções cognitivas, 
permitindo que o terapeuta consiga identificá-las e, com isso, entender através da 
avaliação do paciente qual a sua condição específica e que técnicas e estratégias 
podem ser tomadas para garantir a sua melhora. 
Compreende-se, com isso, que essas distorções são originadas, ainda, das crenças 
disfuncionais desse sujeito que, em conjunto, formam os seus sistemas mentais 
responsáveis por ditar a sua reação e comportamento em relação aos diferentes 
estímulos e situações presentes no seu dia a dia. Por esse motivo, compreende-
se que existem diferentes disfunções cognitivas e cada uma delas possui as suas 
particularidades e demandas específicas para que o tratamento do paciente que a 
possui seja, de fato, beneficiado.
Em vista disso, é possível reavaliar o papel da TCC como uma ferramenta que busca 
entender a relação que é estabelecida pelas ações, emoções e pensamentos de um 
determinado indivíduo, considerando que as suas experiências passadas podem 
influenciar diretamente na forma como esta se comporta cotidianamente no presente. 
Por esse motivo, percebe-se que existem determinados pensamentos humanos 
que surgem de disfunções presentes na sua própria mente e estas, por sua vez, são 
comumente resultantes de crenças errôneas que foram construídas no decorrer da 
vida desse indivíduo. Assim sendo, é necessário compreender quais são as principais 
dessas disfunções e suas características. 
Avaliação Cognitivo-
Comportamental
Disfunções cognitivas e a avaliação das disfunções Capítulo 2
Analisa-se, com isso, que as disfunções cognitivas estão comumente associadas à 
capacidade da mente humana de, efetivamente, revisitar eventos que aconteceram 
no passado e ajudaram a construir os esquemas de pensamento que definem os seus 
comportamentos mesmono período atual. 
Por decorrência disso, quando um determinado estímulo se faz associado a uma 
lembrança negativa, que interfere diretamente na manifestação das emoções do 
indivíduo afetado, é comum que este origine distorções comportamentais que, caso não 
tratadas da maneira adequada, podem resultar em problemas mais graves, incluindo 
os transtornos psicoemocionais.
Vejamos:
FIGURA 7
As principais 
disfunções cognitivas 
tratadas através da 
terapia cognitivo-
comportamental.
FONTE
Elaborado pelo autor 
(2023).
Avaliação Cognitivo-
Comportamental
Disfunções cognitivas e a avaliação das disfunções Capítulo 2
Identificar cada uma dessas distorções nos pacientes se caracteriza, então, como um 
dos principais aspectos que definem o bom trabalho do profissional da TCC e permite a 
efetivação das suas técnicas para promover a melhoria do comportamento do indivíduo 
afetado. 
Em razão disso, percebe-se que a intenção é buscar entender como essas distorções 
foram originadas na mente do indivíduo, que tipo de sentimento e ação elas podem 
originar e quais medidas podem ser tomadas para reduzir o seu impacto negativo na 
qualidade de vida do sujeito. Com base nisso, iremos observar, a seguir, as principais 
dessas distorções e suas caracterizações.
Generalização
Uma das principais distorções cognitivas que podem afetar a vida de um determinado 
indivíduo é a generalização. Como o próprio nome já pode sugerir, implica a aplicação 
de uma determinada noção desenvolvida por aquele sujeito em resposta a um 
acontecimento, fenômeno ou estímulo em outras situações que, na maioria das vezes, 
não são caracterizadas da mesma forma e, por decorrência disso, exigem uma resposta 
distinta daquele sujeito. Dessa forma, nota-se que o indivíduo que possui esse tipo de 
disfunção toma um determinado evento genérico como uma verdade absoluta, o 
que prejudica a sua capacidade de analisar os acontecimentos do seu dia a dia com 
precisão e racionalidade.
A nível de exemplo, pode-se notar que um determinado sujeito que, durante um período 
de sua vida, teve um rendimento negativo nas suas atividades escolares, acaba 
perdendo a sua motivação para permanecer e se dedicar aos seus estudos. Pode-se 
dizer que essa situação hipotética é resultante de uma generalização, na medida em 
que o indivíduo toma o seu fracasso inicial, fato genérico, como uma evidência de que 
ele jamais obterá sucesso nos seus estudos, como se isso fosse uma verdade absoluta. 
Quando não trabalhado devidamente por meio dos métodos terapêuticos, essa noção 
pode prejudicar ainda mais essa pessoa e a sua capacidade de envolver-se nos estudos, 
também mantendo efeitos negativos para a sua autoestima e, em casos mais elevados, 
sua capacidade de planejar um bom futuro para si mesmo.
Avaliação Cognitivo-
Comportamental
Disfunções cognitivas e a avaliação das disfunções Capítulo 2
Atribuição de culpa
Uma outra disfunção cognitiva também muito relevante para o entendimento e a 
aplicação das técnicas da terapia cognitivo-comportamental é, portanto, a atribuição 
de culpa. Nesta, o indivíduo tende a procurar terceiros ou, ainda, fatores externos 
que não estão diretamente associados ao seu fracasso como uma forma de culpá-
los e, em decorrência disso, tirar a sua própria responsabilidade sobre as suas ações 
e comportamentos que levaram a tal resultado. Essa característica cognitiva é 
grandemente negativa, na medida em que impede que o sujeito enxergue a real fonte 
dos seus problemas, o que também o previne de encontrar uma solução adequada 
para estes.
Personalização
A personalização se caracteriza, por sua vez, como uma disfunção cognitiva que pode 
ser classificada como o oposto da atribuição de culpa. Dessa maneira, se trata da 
responsabilização que o indivíduo com essa distorção impõe sobre si próprio, mesmo 
quando o problema encarado não foi de fato sua culpa. Nesse sentido, é prejudicial pois 
alimenta paranoias e o sentimento de impotência desses sujeitos, tendo em vista que 
eles podem se sentir culpados por coisas que estão fora do alcance do seu controle e, 
Você Sabia?
Na atribuição de culpa é comum, ainda, que as relações interpessoais 
do indivíduo se façam prejudicadas, na medida em que este se torna 
incapaz de reconhecer a sua própria culpa sobre determinados 
resultados negativos que são obtidos nas suas atividades cotidianas, 
o que inclui a própria manutenção de um relacionamento com outra 
pessoa. Em adição a isso, sujeitos com esse tipo de distorção cognitiva 
também tendem a responsabilizar os demais indivíduos ao seu redor 
pelos seus próprios erros, o que diminui a funcionalidade da sua relação 
e pode danificar ligações que vão desde laços românticos e familiares, 
até mesmo laços de amizade ou simples convivência profissional e 
acadêmica.
Avaliação Cognitivo-
Comportamental
Disfunções cognitivas e a avaliação das disfunções Capítulo 2
por decorrência disso, não são de fato resultantes das suas ações ou comportamentos 
rotineiros, algo que representa uma desconexão desse sujeito com a realidade.
Nota-se, em razão disso, que autoculpabilização é algo que pode, também, atingir a 
relação desse indivíduo com os demais sujeitos no seu dia a dia, tendo em vista que é 
comum que os indivíduos com essa distorção cognitiva tenham problemas com a sua 
autoestima e, por isso, considerem ser melhor se afastar dos demais indivíduos com 
quem mantém relações em diferentes níveis. Além disso, é comum que este também 
se responsabilize não apenas pelo próprio fracasso, como também pelas derrotas dos 
seus familiares, amigos e colegas, o que resulta em sentimentos e comportamentos 
negativos, incluindo o isolamento.
Maximização e minimização
Nesse tipo de distorção cognitiva, é comum que o indivíduo passe a ter um grande 
foco em acontecimentos negativos em um nível exagerado, o que prejudica a sua 
capacidade de enxergar os aspectos positivos da sua vida cotidiana e, por decorrência 
disso, pode levar a problemas psicoemocionais mais graves. Sendo assim, é comum que 
os indivíduos com essa disfunção maximizem demasiadamente os eventos negativos 
do seu dia a dia, enquanto minimizam as suas próprias atribuições positivas, resultando 
em emoções e comportamentos que são igualmente prejudicados pelos pensamentos 
disfuncionais.
Para que essa disfunção seja mantida, é comum que a própria mente do indivíduo, 
ditada pelos sistemas que são construídos por parte das suas crenças disfuncionais, 
busquem justificativas para o seu pensamento negativo. 
Nesse caso, as suas conquistas são caracterizadas como obra da sorte ou influência de 
terceiros, mesmo que a sua própria ação individual tenha culminado nelas. Em paralelo 
a isso, toma a responsabilidade acerca de todas as falhas, focando exageradamente 
nelas e considerando ser, sempre, fruto da sua própria incapacidade de lidar com as 
atividades e obrigações que se fazem presentes no seu dia a dia.
Avaliação Cognitivo-
Comportamental
Disfunções cognitivas e a avaliação das disfunções Capítulo 2
Leitura da mente
Como a sua própria denominação sugere, essa distorção cognitiva implica que o 
indivíduo que a possui acredita ser capaz de deduzir o que se passa na mente dos 
demais sujeitos ao seu redor, mesmo que a sua dedução se faça errônea e não condiz, 
de fato, com a realidade vivida por essas pessoas que convivem interpessoalmente de 
maneira cotidiana na sociedade. 
Assim, é comum que esses pacientes cheguem, portanto, em conclusões precipitadas 
que são baseadas no seu próprio achismo acerca do sentimento dos demais, mas 
que toma para si como uma verdade, o que pode danificar a sua capacidade de se 
relacionar com os outros e encarar a real fonte de seus problemas rotineiros.
É comum, por exemplo, que se um indivíduo que possui esse tipo de distorção é encarado 
com um fracasso no âmbito profissional, como não conseguir uma promoção no seu 
emprego, considera ser por motivos pessoais de terceiros, como se o seu empregador 
não gostasse pessoalmentedeste, desconsiderando outras possibilidades que se 
associam, de fato, ao âmbito profissional. 
Adicionalmente a isso, é comum que pacientes com esse tipo de distorção também 
considerem que os demais indivíduos ao seu redor não gostem dele, mesmo que não 
haja nenhuma evidência concreta para tal fato, algo que se associa a uma deficiência 
psicoemocional e um desejo considerável por aceitação no seu ciclo social, mas que o 
impede de se relacionar, realmente, com os sujeitos presentes nesta.
Catastrofização
Esse tipo de disfunção cognitiva está associado a atribuição de fenômenos catastróficos 
a determinados eventos ou situações, isto é, a capacidade que o indivíduo tem de pensar 
em grandes possibilidades negativas em diversas situações cotidianas distintas, o que 
limita as suas ações diárias em decorrência de um medo de sofrer essas consequências 
catastróficas. Um exemplo disso é, então, um sujeito que, apesar de saber dirigir, não o 
faz em razão de um medo, por vezes infundado, de sofrer um acidente, ou que não 
consegue viajar de avião, pois considera sempre que a pior possibilidade pode vir a 
acontecer, como este cair do ar, dentre outros fenômenos que estão fora do seu controle.
Avaliação Cognitivo-
Comportamental
Disfunções cognitivas e a avaliação das disfunções Capítulo 2
Além disso, é comum também que este atribua possibilidades negativas aos 
acontecimentos rotineiros da sua vida. Em decorrência disso, quando um sujeito com 
esse tipo de disfunção cognitiva não obtém uma resposta imediata de um familiar ou 
amigo, pode acabar por considerar que algo grandemente terrível aconteceu com este, 
como um acidente enquanto estava fora de casa. 
É possível perceber, assim, que essa disfunção se faz grandemente associada com 
pensamentos ansiosos que prejudicam ativamente o bem-estar do indivíduo, assim 
como a sua capacidade de lidar com as adversidades do seu dia a dia de maneira 
racional e devidamente controlada.
FIGURA 8
Os diferentes conhecimentos 
desenvolvidos pelo homem no 
decorrer da história.
FONTE
Elaborado pelo autor (2023).
Avaliação Cognitivo-
Comportamental
Disfunções cognitivas e a avaliação das disfunções Capítulo 2
Filtro mental
Se caracteriza por ser uma disfunção cognitiva que, semelhantemente a outras já 
discorridas no decorrer desse capítulo, faz com que o indivíduo que a possui veja todos 
os eventos do seu cotidiano através de um filtro que seleciona apenas os seus aspectos 
negativos. Nesse sentido, é comum que esse paciente tenha dificuldades em observar as 
coisas boas que acontecem no seu dia a dia, focando exclusivamente nas coisas ruins 
que, por sua vez, podem variar de diferentes formas, abrangendo desde um resultado 
inadequado nos seus afazeres, até a forma como este lida com os seus relacionamentos 
interpessoais.
Conclusão precipitada
Essa distorção cognitiva corresponde ao sentimento que um indivíduo tem de, por vezes, 
premonição ou capacidade de prever o futuro. É inegável, no entanto, que é impossível 
ter certeza, de fato, do que irá acontecer, mas os indivíduos com essa condição tendem 
a acreditar que conseguem concluir o resultado das suas ações antes mesmo de 
tomá-las. Além disso, essa noção também pode se estender para os demais sujeitos 
ao seu redor, na medida em que o paciente tende a assumir quais serão as suas ações 
e reações futuras, mesmo que a sua ideia não esteja, realmente, conectada com a 
realidade. Isso faz com que as suas decisões sejam prejudicadas, na medida em que 
Importante
É comum, também, que os sujeitos que apresentam esse tipo de distorção 
cognitiva tenham dificuldades para perceber o seu próprio sucesso 
nas atividades rotineiras que executam. É normal, afinal, que todas as 
pessoas apresentem momentos de fracasso ou sucesso, mas os sujeitos 
que possuem a distorção do filtro mental são incapazes de perceber 
os aspectos positivos que marcam a sua rotina, podendo apenas focar 
nos resultados que não se fizeram favoráveis para a manutenção da 
sua qualidade de vida e bem-estar físico e emocional. Isso, por sua vez, 
também pode gerar sentimentos de ansiedade e incapacidade de lidar 
com os problemas durante a sua vida, na medida em que considera 
que resultados positivos são impossíveis de serem alcançados.
Avaliação Cognitivo-
Comportamental
Disfunções cognitivas e a avaliação das disfunções Capítulo 2
evita executar ações que poderiam ser benéficas ao assumir que resultarão em uma 
consequência negativa sem ao menos tentar.
Isso faz com que as suas decisões sejam prejudicadas, na medida em que evita executar 
ações que poderiam ser benéficas ao assumir que resultarão em uma consequência 
negativa sem ao menos tentar.
Raciocínio emocional
Se refere à aplicação das emoções de um indivíduo às suas ações e como este considera 
que é percebido pelos demais sujeitos ao seu redor. Sendo assim, quando um paciente 
que possui esse tipo de disfunção cognitiva é marcado pelo nervosismo ao fazer uma 
determinada apresentação em público, tende a acreditar que sua ansiedade advém do 
fato de que as outras pessoas não estão gostando de ouvi-lo, quando em verdade tal 
sentimento deriva das suas próprias condições psicoemocionais internas. Além disso, 
também é comum que os sujeitos com esse tipo de distorção tenham problemas de 
autoestima, que resultam na impressão de que ninguém ao seu redor o aprecia, algo 
que impacta a sua capacidade de interagir socialmente com os demais.
Polarização
Por fim, mas também grandemente importante para o entendimento das disfunções 
cognitivas e como estas podem ser percebidas durante uma avaliação da TCC, está 
a polarização. Esta, por sua vez, equivale ao hábito de um indivíduo de ser incapaz de 
observar os múltiplos caminhos que podem ser traçados pelas suas decisões no seu 
dia-a-dia. 
Em decorrência disso, tende a ter um olhar muito reduzido e superficial dos eventos que 
o cerca, sempre impondo a estes um valor extremamente positivo ou negativo. Isso 
danifica, então, a capacidade desse sujeito de enxergar as nuances presentes na sua 
rotina que, por sua vez, são importantes para desenhar alternativas para as suas ações 
e compreender que os resultados destas podem, também, ter valores distintos que não 
necessariamente são terríveis ou perfeitos.
Avaliação Cognitivo-
Comportamental
Disfunções cognitivas e a avaliação das disfunções Capítulo 2
Dessa forma, se faz possível compreender quais são as principais distorções cognitivas 
que podem ser desenvolvidas pelas crenças disfuncionais de um indivíduo. Se 
faz relevante, portanto, que os sujeitos que possuem uma dessas características 
cognitivo-comportamentais disfuncionais busquem a ajuda profissional adequada 
para desempenhar hábitos de vida mais saudáveis e beneficiar as suas atividades e 
relações cotidianas. Para tanto, no entanto, é preciso que o próprio terapeuta tenha 
o pleno conhecimento acerca desses aspectos, de modo a promover uma avaliação, 
diagnóstico e tratamento adequado, com base nas especificidades do seu paciente.
Resumindo
Concluímos, aqui, a leitura desse segundo capítulo. Ficou tudo 
compreendido, não é? É de suma importância para a absorção dos 
seus conhecimentos que nenhuma dúvida seja mantida. Por isso, que tal 
resumir tudo o que foi visto até aqui e revisar o que foi aprendido? Então 
vamos lá! No início do capítulo, foi denotado que qualidades como a 
rotina de um determinado indivíduo, suas relações interpessoais e o seu 
caráter psicossocial podem influenciar diretamente no seu bem-estar 
psicológico e, sendo assim, é importante que tais características sejam 
consideradas no percurso da avaliação cognitiva que busca compreender 
melhor as suas especificidades durante a TCC. Em decorrência disso, 
também foi observado que os indivíduos em sociedade podem 
desenvolver crenças disfuncionais que, por sua vez, interferem na sua 
forma de pensar e se comportar. Dentre as principais dessas disfunções 
cognitivas estão, portanto, a maximização e minimização, a atribuiçãode culpa, a generalização, a personalização e a catastrofização que, 
por sua vez, interferem na qualidade de vida e bem-estar do paciente 
de maneiras particulares, impedindo-o de cumprir com as suas tarefas 
cotidianas da maneira adequada.
@faculdadelibano_
3
Pensamentos 
desadaptativos e 
a reestruturação 
cognitiva
Avaliação Cognitivo-Comportamental Capítulo 3
Pensamentos 
desadaptativos e a 
reestruturação cognitiva
Objetivos
No percurso deste capítulo, serão estudados os principais pensamentos 
automáticos disfuncionais, compreendendo as suas características. 
Além disso, também será entendido como acontece o processo de 
reestruturação cognitiva fomentada nas sessões de terapia cognitivo-
comportamental.
Os pensamentos disfuncionais e suas principais características
No capítulo anterior, foi evidenciado como a terapia cognitivo-comportamental pode 
contribuir para a manutenção da qualidade de vida das pessoas, na medida em que 
ajuda no tratamento das suas crenças disfuncionais que, quando não são lidadas da 
forma correta, podem resultar em transtornos psicoemocionais mais graves, como os 
distúrbios de ansiedade e até mesmo a depressão. Para que o tratamento da TCC se 
faça assertivo e funcional, é necessário, no entanto, que o profissional que a realize tenha 
um conhecimento pleno acerca dos pensamentos disfuncionais, ou desadaptativos, 
que podem ditar diretamente o curso das suas ações e comportamentos e, com 
isso, influenciar na sua capacidade de efetivar suas atividades cotidianas e interagir 
interpessoalmente.
Nesse sentido, é importante entender que as crenças disfuncionais exemplificadas 
no capítulo anterior, são sinônimos dos pensamentos desadaptativos, e podem 
ser classificadas em diferentes tipos, na medida em que cada uma destas pode ser 
desenvolvida pelo indivíduo em diferentes momentos da sua vida, geralmente ainda 
durante o seu processo de crescimento. Em acréscimo a isso, é possível também 
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Pensamentos desadaptativos e a reestruturação cognitiva Capítulo 3
entender que essas crenças são caracterizadas como pensamentos automáticos, isto 
é, que surgem sem uma devida análise e reflexão do indivíduo que os tem e, por esse 
motivo, podem ser difíceis de serem plenamente identificados por parte do sujeito sem 
um acompanhamento profissional adequado.
No entanto, denota-se que não é impossível que uma pessoa aprenda a desenvolver uma 
consciência maior acerca dos seus pensamentos automáticos, de modo a identificar 
aqueles que possuem um caráter disfuncional e, por decorrência disso, representam 
efeitos negativos para a manutenção da sua vida cotidiana. É nesse contexto, portanto, 
que a TCC surge e se desenvolve como um campo da psicoterapia que tem por função 
principal garantir que as pessoas consigam a capacidade individual suficiente para 
manter hábitos psicoemocionais mais saudáveis e que buscam, então, combater 
esses pensamentos disfuncionais, visando promover pensamentos que culminam em 
comportamentos adequados e positivos para as situações e estímulos que os originam.
FIGURA 9
Alguns dos 
pensamentos 
automáticos que 
possuem caráter 
disfuncional.
FONTE
Elaborado pelo 
autor (2023).
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É possível compreender, em razão dessas informações, que existem diferentes tipos de 
pensamento disfuncionais e cada um deles possui as suas características particulares. 
Para que a atuação do profissional terapeuta seja devidamente efetivada é necessário, 
portanto, que este tenha um pleno conhecimento acerca dessas qualidades e como 
estas podem ser apresentadas para o indivíduo que se consulta e, assim, procura os 
tratamentos da terapia cognitivo-comportamental para beneficiar o seu dia a dia. 
Fazer um mapeamento dessas disfunções pode ser, então, de grande proveito para 
o profissional, de modo a facilitar o próprio processo de avaliação e conceitualização 
cognitiva dos seus pacientes. Vejamos como isso pode ser feito através da nomenclatura 
das distorções cognitivas e seu conceito:
• Rotulação: É a disfunção de rotular a si próprio ou aos demais indivíduos do seu ciclo 
social com base em uma situação específica e isolada, que não deveria, de fato, 
definir a impressão que um sujeito tem dele mesmo ou das outras pessoas;
• Afirmações do tipo “deveria”: Corresponde à disfunção em que o indivíduo idealiza 
uma determinada situação, deduzindo como esta deveria acontecer em um cenário 
ideal, positivo e perfeito, o que pode resultar em decepção e descontentamento 
quando esta acontece de forma distinta na prática;
• Generalização: A aplicação de um determinado acontecimento como uma 
verdade absoluta e inflexível, o que resulta na consideração de que um determinado 
acontecimento negativo não pode gerar resultados distintos com base em outras 
tentativas ou formas de melhorá-lo, impedindo que o sujeito ao menos tente obter 
um resultado melhor;
• Adivinhação: Também pode ser classificada como uma conclusão precipitada 
que o indivíduo com essa disfunção cognitiva tira em relação às situações do seu 
cotidiano, acreditando saber o resultado que irá obter com estas antes mesmo de 
cumprir com elas;
• Filtro mental: Favorece a consideração exclusiva dos aspectos negativos e falhas na 
rotina de um determinado indivíduo que, a partir disso, ignora os resultados bons e 
positivos das suas ações como se tivessem um peso menor no seu dia a dia;
• Pensamento de tudo ou nada: Equivale à disfunção cognitiva na qual o sujeito 
consegue enxergar os eventos da sua vida apenas através de extremos, o que 
dificulta a sua capacidade de analisar as nuances e alternativas inerentes a estes;
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• Desqualificação dos aspectos positivos: Semelhantemente ao pensamento 
disfuncional já evidenciado anteriormente, este também equivale à disfunção na 
qual o sujeito desconsidera as suas características positivas, considerando que as 
coisas boas que se dão no seu cotidiano são resultado do destino ou da ação de 
terceiros, mas nunca de si mesmo;
• Catastrofização: Também é comumente associado aos dois pensamentos citados 
anteriormente, se dando quando o indivíduo tem pensamentos extremamente 
negativos em relação aos eventos ao seu redor, sendo tomado pelo medo e ansiedade 
resultantes da apreensão de uma catástrofe poderá acontecer, mesmo quando não 
há sentido lógico para esse receio;
• Raciocínio emocional: Considera os seus aspectos emocionais e os seus sentimentos 
como uma verdade absoluta que pode ditar os fenômenos ao seu redor e, por isso, 
dificulta o seu contato com a realidade e a sua capacidade de lidar com os desafios 
rotineiros, na medida em que considera que aquilo que ele está sentido corresponde 
à realidade vivida, mesmo quando isso não é verdade;
• Leitura mental: É o pensamento disfuncional pelo qual o sujeito considera que sabe 
o que se passa na mente dos demais indivíduos ao seu redor, mesmo quando isso é 
impossível e pode resultar em interpretações errôneas e decisões precipitadas que 
não condizem, inerentemente, com a realidade do pensamento das demais pessoas.
A partir do conhecimento acerca desses pensamentos disfuncionais e suas 
características e efeitos no paciente que os possui, é possível que o profissional do 
ramo da psicologia compreenda maneiras de identificar essas disfunções nos sujeitos 
em consulta e, com isso, efetivar um processo avaliativo de qualidade, comumente 
beneficiado pela entrevista da anamnese que permite o conhecimento do caso, do 
próprio paciente e das suas principais queixas. 
É necessário, com isso, avaliar como esses pensamentos podem se fazer presentes de 
maneira cotidiana e como fazer com que o próprio paciente consiga identificá-los, de 
modo a aplicar, de fato, as medidas cabíveis para superá-los.
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Tomando como base isso, o terapeuta tem por principal finalidade profissional oferecer 
aos seus pacientes os mecanismos, ferramentas e técnicas adequadas para garantir o 
cumprimento do seu tratamento e processo de melhora, que não pode ser devidamente 
efetivada apenas por parte do esforço do profissional, necessitando a atuação conjunta 
entre este e o indivíduo que busca a sua ajuda. 
Dessa maneira, é essencial que seja propiciada, também, uma reestruturação cognitiva, 
que exerce como sua primordial finalidade assegurar que os indivíduos marcados por 
pensamentos disfuncionais consigam melhorar as suas qualidades cognitivas para que, 
então, o seu comportamento cotidiano seja igualmente beneficiado e, em razão disso, 
a sua capacidade de lidar consigo mesmo e com os demais sujeitos ao seu redor seja 
mantida em dia.
A efetivação da reestruturação cognitiva em pacientes da TCC
No decorrer desse capítulo, foram revisitados alguns dos principais conceitos que 
estão associados com a terapia cognitivo-comportamental. Em razão disso, pode-
se observar que os pensamentos disfuncionais são os principais elementos da mente 
de um indivíduo que o faz procurar o tratamento da TCC, na medida em que estes 
podem interferir de diferentes formas com o seu bem-estar e, a partir disso, com a sua 
capacidade de efetivar as suas atividades rotineiras e conviver em sociedade com as 
Acesse
Para revisar melhor o que são os pensamentos disfuncionais e as suas 
principais características, acesse o link abaixo e leia a matéria publicada 
pelo blog da Clínica de Psicologia Nodari que faz um breve resumo 
acerca dessa temática.
PENSAMENTOS Disfuncionais: 18 tipos de pensamentos que te fazem 
sofrer. Clínica de Psicologia Nodari. 2020. Disponível em: https://
clinicadepsicologianodari.com.br/post/pensamentos-disfuncionais-18-
tipos-de-pensamentos-que-estao-te-boicotando/. Acesso em: 10 de 
jun. de 2023.
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outras pessoas que se fazem inseridas ao seu redor. Daí, a inegável importância de 
realizar uma avaliação cognitiva adequada para que o terapeuta consiga entender 
a sua condição específica e, então, decidir as melhores maneiras de lidar com esta 
durante o processo de tratamento.
É importante averiguar, portanto, que o paciente deve se fazer inteiramente inserido no seu 
próprio processo de melhoria, tendo em vista que o autoconhecimento e a capacidade 
de reconhecer os seus próprios pensamentos e comportamentos disfuncionais se 
caracterizam como uma parte indispensável da sua recuperação e superação dos seus 
desafios. 
Tomando conhecimento disso, pode-se afirmar que a TCC é devidamente efetivada por 
meio da atuação conjunta entre o profissional terapeuta, que age como um orientador, 
e do paciente, que deve receber tal orientação e promover as atitudes saudáveis 
adequadas para melhorar o seu próprio caráter cognitivo-comportamental.
Dessa maneira, se faz essencial que o profissional que pretende efetivar os procedimentos 
da terapia cognitiva-comportamental conheça as técnicas que são utilizadas na 
promoção de uma reestruturação cognitiva que, por sua vez, deve garantir o bem-
estar dos pacientes, buscando tratar efetivamente os seus pensamentos disfuncionais 
e promover o necessário para que estes mantenham hábitos de vida saudáveis, que 
asseguram o seu bem-estar psicológico e emocional no dia-a-dia e, ainda, beneficia a 
sua capacidade de atuar na vida em sociedade. Pensando nisso, observe na definição 
abaixo, como a reestruturação cognitiva pode ser conceituada e o que a define:
Definição
De acordo com Arrigoni et al. (2020), a reestruturação cognitiva se 
caracteriza como uma técnica que pode ser utilizada na terapia 
cognitivo-comportamental, tendo como principal finalidade promover, 
no paciente em tratamento, o processo de aprendizagem de métodos 
para identificar os seus próprios pensamentos disfuncionais e, também, 
reconhecê-los, mesmo quando estes se dão de forma automática. 
Adicionalmente a isso, esse tipo de técnica também é essencial para que 
o paciente consiga contestar essas disfunções cognitivas, de modo a 
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Tendo compreendido isso, se faz possível entender que a reestruturação cognitiva é 
um aspecto central dos métodos terapêuticos da TCC, na medida em que permite o 
pleno envolvimento do paciente nos processos que envolvem a sua melhoria através 
da identificação das suas próprias distorções cognitivas e a busca para identificá-las e, 
a posteriori, evitá-las. 
Em decorrência disso, também pode-se compreender que a reestruturação cognitiva na 
TCC deve ocorrer em três etapas principais, que tem por função assegurar que todos os 
seus objetivos sejam devidamente atingidos e, desse modo, o processo de tratamento 
do paciente consiga obter resultados favoráveis para a sua recuperação cognitiva e 
comportamental. Vejamos a seguir:
propiciar a construção de alternativas mentais para os seus pensamentos 
e comportamentos que, assim, culminam na conscientização desse 
indivíduo acerca das suas próprias características psicoemocionais 
e os esquemas que organizam os seus pensamentos e reações a 
determinados estímulos.
FIGURA 10
As diferentes etapas que 
permitem a efetivação da 
reestruturação cognitiva do 
paciente na TCC.
FONTE
Elaborado pelo autor 
(2023).
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É importante avaliar, também, que a efetivação dessa reestruturação dos aspectos 
cognitivos do paciente não começa e termina durante o atendimento com o 
profissional terapeuta, precisando se estender mesmo para fora deste, de modo a 
aplicar esses métodos durante todos os momentos do cotidiano do paciente no qual 
este seja acometido pelos pensamentos disfuncionais e, por isso, precise utilizar do que 
foi aprendido com a orientação profissional adequada para promover a sua própria 
melhoria. 
Com isso, a separação das estratégias que favorecem o cumprimento dessa atividade 
da TCC em três distintos, mas igualmente relevantes, momentos é essencial para facilitar 
a atuação do paciente e o seu contato com as suas próprias características cognitivas, 
emocionais e comportamentais. 
Para isso, é necessário entender como cada uma dessas etapas são devidamente 
efetivadas:
I. Identificação dos pensamentos disfuncionais: Reconhecer quais são os 
pensamentos disfuncionais do paciente é um passo indispensável para o processo 
da sua reestruturação cognitiva. Nesse sentido, é comum que as pessoas considerem 
que os acontecimentos negativos na sua vida são os reais responsáveis pela sua 
disfuncionalidade emocional e, apesar do impacto desses eventos não ser nulo, 
em verdade, o que realmente interfere no bem-estar psicoemocional das pessoas 
é a forma como este percebe e interpreta tais eventos. Dessa maneira, a TCC se 
utiliza de técnicas de exposição para permitir que o paciente identifique quais são 
os seus pensamentos disfuncionais, também promovendo métodos de relaxamento 
que buscam melhorar a sua reação a estes e permitir uma maior racionalidade ao 
enfrentá-los;
II. Contestação dos pensamentos disfuncionais: Posteriormente ao processo de 
identificação, é possível que o paciente, em conjunto com o seu terapeuta, promova 
a contestação dos seus pensamentos disfuncionais. Isso só se faz possível, então, 
quando esse indivíduo já se fez capaz de devidamente identificar as suas disfunções 
cognitivas e entendê-las por meio da etapa anterior. Com isso, o terapeuta exerce a 
função de promover a sua contestação ao realizar perguntas que, em decorrência 
disso, irão incentivar que o indivíduo em tratamento assuma um caráter reflexivo 
acerca das suas crenças, buscando compreender se estas se fazem devidamente 
alinhadas com a realidade, ou representam

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