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1 Simulado de Jurisprudência – 07/09/2025 2 Simulado de Jurisprudência – 07/09/2025 Simulado de Jurisprudência Nome: ___________________________________________________________________________________ INFORMAÇÕES SOBRE O SIMULADO EXCLUSIVO 1 – Este simulado conta com questões focadas em concursos de Carreiras Jurídicas; 2 – A prova contém 50 questões que abordam conhecimentos cobrados no edital do concurso; 3 – As questões são inéditas e foram elaboradas pelos nossos professores com base no perfil da banca organizadora, com questões A, B, C, D, E; 4 – O link para acesso ao simulado será encaminhado por e-mail, disponibilizado na área do aluno e em um artigo publicado no blog do Estratégia Concursos; 5 – Os participantes têm das 8:30 às 13:30 para responder às questões e preencher o Gabarito Eletrônico; 6 – Caso você deseje comparar o seu resultado com os demais alunos, faça o simulado diretamente no SQCJ, neste link: https://cj.estrategia.com/cadernos-e-simulados/simulados/481167a7-a42a-400d-8150-654f3656dfc0 7 – Esse simulado é uma auto avaliação! Você mesmo (a) vai corrigir, a partir do padrão de respostas. 4 Simulado de Jurisprudência – 07/09/2025 DIREITO CONSTITUCIONAL Professora Nelma Fontana Questão 1 O Estado X editou lei complementar, de iniciativa parlamentar, determinando que 40% do orçamento da Defensoria Pública estadual fosse destinado à celebração de convênios com a OAB para custear a atuação de advogados privados na prestação de assistência judiciária suplementar. A Associação Nacional das Defensoras e dos Defensores Públicos, insatisfeita com a situação, questionou a validade da norma perante o STF, sob o argumento de violação à autonomia da Defensoria Pública. Com base na jurisprudência do STF, assinale a alternativa correta. a) A lei é constitucional, pois cabe ao Poder Executivo definir a destinação orçamentária de todos os órgãos e instituições estaduais, inclusive da Defensoria Pública. b) A lei é inconstitucional apenas sob o aspecto formal, por vício de iniciativa, já que compete exclusivamente ao Governador propor leis que tratem da organização administrativa dos órgãos estaduais. c) A lei é inconstitucional, pois viola a autonomia funcional, administrativa e financeira da Defensoria Pública, além de configurar interferência indevida do Poder Executivo na elaboração da proposta orçamentária da instituição. d) A lei é constitucional, pois a destinação de recursos a advogados dativos amplia a rede de atendimento e garante maior efetividade ao direito de acesso à justiça, não havendo prejuízo à Defensoria Pública. e) A lei é formalmente constitucional, mas materialmente inconstitucional, pois embora respeite o processo legislativo, afronta o princípio da separação dos Poderes ao impedir a Defensoria Pública de propor sua própria lei orçamentária. Questão 2 Pedro, maior de idade e plenamente capaz, religioso, foi internado em hospital público após sofrer acidente grave que ocasionou hemorragia intensa. Os médicos recomendaram transfusão sanguínea imediata como forma de salvar sua vida. No entanto, Pedro recusou expressamente o procedimento, alegando motivos religiosos, tendo registrado sua vontade de forma escrita e assinada, na presença de testemunhas, e já possuindo diretivas antecipadas de vontade depositadas em cartório. A equipe médica, por sua vez, ponderou que havia possibilidade técnico-científica de adotar outro tratamento eficaz, disponível no SUS, sem utilização de sangue. O hospital, porém, questionou se deveria respeitar a recusa do paciente ou se estaria obrigado a realizar a transfusão, independentemente de sua vontade. No mesmo período, os pais de uma criança também adepta da mesma religião recusaram transfusão de sangue em favor de seu filho de 12 anos, que necessitava do procedimento. Nessa hipótese, não havia alternativa terapêutica segura além da transfusão. Considerando a CF/1988 e a jurisprudência do STF, assinale a alternativa correta a) A recusa de Pedro deve ser respeitada, desde que inequívoca, livre, informada e consciente, cabendo ao Estado fornecer, quando viável, tratamento médico alternativo disponível no SUS. b) O hospital deve realizar a transfusão em Pedro mesmo contra a sua vontade, pois a recusa é juridicamente inválida, configurando renúncia ao direito fundamental à vida, que é indisponível. c) Pedro, sendo maior e capaz, não pode recusar tratamento que implique risco de morte, prevalecendo o dever estatal de preservação da vida sobre sua liberdade religiosa. d) Os pais da criança podem, por motivo religioso, recusar a transfusão, mesmo sem alternativa terapêutica eficaz, prevalecendo a liberdade de crença. e) O hospital não pode oferecer qualquer tratamento alternativo, pois a recusa religiosa não gera obrigação estatal de custear procedimentos médicos diversos do protocolo padrão. 5 Simulado de Jurisprudência – 07/09/2025 Questão 3 Na Assembleia Legislativa do Estado Z, a Constituição estadual estabeleceu que o suplente de deputado poderia ser convocado quando o parlamentar titular se afastasse por licença superior a 30 dias. Assim, quando o deputado João solicitou licença de 40 dias para tratar de interesse particular, foi convocado seu suplente para ocupar a cadeira durante o período. Um grupo de parlamentares questionou a medida alegando que a norma estadual violaria a Constituição Federal ao alterar os critérios para a convocação de suplentes. O caso chegou ao STF por meio de Ação Direta de Inconstitucionalidade. Com base na CF/1988 e na jurisprudência do STF, assinale a alternativa correta a) É válida a norma estadual que prevê convocação de suplente em prazo inferior ao estabelecido pela CF/1988, pois se trata de tema de autonomia legislativa estadual. b) O prazo para convocação de suplente pode ser definido livremente pelas Constituições estaduais, desde que não ultrapasse o período de 120 dias previsto na CF/1988. c) O Estado pode fixar prazo inferior a 120 dias para a convocação do suplente, desde que o dispositivo seja aprovado por emenda constitucional estadual, respeitado o princípio da simetria. d) A CF/1988 não estabeleceu regra específica sobre a convocação de suplentes de deputados estaduais, razão pela qual cabe aos entes federados disciplinar a matéria em suas Constituições. e) É inconstitucional norma estadual que reduza o prazo de licença de 120 dias para fins de convocação de suplente, por violar os princípios democrático, da soberania popular e da simetria constitucional. Questão 4 O Regimento Interno da Assembleia Legislativa do Estado Y estabeleceu que a eleição da Mesa Diretora para o segundo biênio da legislatura poderia ser realizada já no início do primeiro biênio, juntamente com a eleição dos cargos para o primeiro período. Além disso, a Constituição estadual previa que a eleição poderia ocorrer em qualquer momento da legislatura, inclusive logo após a posse dos deputados estaduais, sem vinculação ao mês de outubro que antecede o segundo biênio. Ocorreu, então, que a Mesa Diretora para o biênio 2025- 2026 foi eleita já em fevereiro de 2023, em votação simultânea com a escolha dos dirigentes para o biênio 2023-2024. O ato foi questionado em Ação Direta de Inconstitucionalidade sob o argumento de violação dos princípios democrático e republicano. À luz da CF/1988 e da jurisprudência do STF, assinale a alternativa correta a) É válida a eleição concomitante das Mesas Diretoras para dois biênios consecutivos, pois prevalece a autonomia organizatória dos estados sobre as regras de periodicidade eleitoral. b) É inconstitucional realizar a eleição da Mesa Diretora antes do mês de outubro do ano anterior ao biênio ou de forma concomitante para dois mandatos, por violar os princípios democrático, republicano e da contemporaneidadedo pleito. c) A Constituição estadual pode livremente fixar o momento de realização das eleições das Mesas Diretoras, desde que respeitado o princípio da proporcionalidade e garantida a participação de todas as bancadas. d) A validade da eleição antecipada depende apenas de aprovação por emenda à Constituição estadual, pois a CF/1988 não impõe restrições explícitas ao tema. e) A antecipação da eleição da Mesa Diretora é admissível quando não houver alteração substancial na correlação de forças políticas entre os parlamentares, de modo a preservar a legitimidade da escolha. Questão 5 O Estado ABC editou lei determinando que concessionárias de energia elétrica compartilhassem sua infraestrutura com empresas de telecomunicações, fixando parâmetros de remuneração e atribuindo novas obrigações contratuais não previstas na legislação federal. Além disso, a norma estabeleceu carga tributária direcionada aos municípios sobre cada unidade de infraestrutura compartilhada. Diante disso, uma associação de empresas concessionárias ajuizou Ação Direta de 6 Simulado de Jurisprudência – 07/09/2025 Inconstitucionalidade perante o Supremo Tribunal Federal. Com base na CF/1988 e na jurisprudência do STF, assinale a alternativa correta a) É válida a norma estadual, pois decorre do poder de polícia local e do interesse municipal em regular serviços prestados em seu território. b) A lei estadual é legítima, já que a competência sobre energia elétrica é concorrente, cabendo à União editar normas gerais e aos Estados complementá-las. c) A norma estadual pode estabelecer parâmetros de remuneração do compartilhamento de infraestrutura, desde que respeite os contratos já firmados pelas concessionárias. d) O Estado pode fixar carga tributária específica sobre a infraestrutura das concessionárias, em razão de sua competência tributária residual prevista na CF/1988. e) A lei estadual é inconstitucional, porque a exploração dos serviços de energia elétrica e a definição de obrigações das concessionárias competem privativamente à União. Questão 6 O Município XYZ editou lei criando o “Programa Bolsa Trabalho Municipal”, de caráter assistencial, destinado a oferecer ocupação temporária, qualificação e renda mínima a desempregados residentes no município. O Ministério Público ajuizou ação direta de inconstitucionalidade estadual alegando que a norma afrontaria o princípio do concurso público e configuraria burla à regra do art. 37, II, da CF/1988. Diante disso, assinale a alternativa correta a) É inconstitucional, pois qualquer forma de contratação sem concurso público, ainda que para fins assistenciais, viola de maneira absoluta o art. 37, II, da CF/1988. b) É inconstitucional, porque os municípios não possuem competência para criar programas sociais próprios, devendo apenas aplicar políticas definidas pela União e pelos Estados. c) É constitucional, pois o programa tem natureza assistencial e não se presta a suprir funções permanentes da Administração, não violando o princípio do concurso público. d) É constitucional apenas se o programa tiver caráter remuneratório equivalente a cargo público, assegurando estabilidade provisória ao participante. e) É inconstitucional, porque a lei municipal não pode disciplinar políticas de emprego e renda, matéria de competência privativa da União. DIREITO ADMINISTRATIVO Professor Rodolfo Penna Questão 7 Em ação de desapropriação por interesse social para fins de reforma agrária, ajuizada pelo INCRA, o juízo de primeira instância proferiu sentença condenando a autarquia ao pagamento de justa indenização, acrescida de juros compensatórios, a despeito de laudo pericial constatar que o imóvel possuía graus de utilização da terra e de eficiência na exploração iguais a zero. A sentença transitou em julgado em junho de 2020. Contudo, em 2018, o Supremo Tribunal Federal, no julgamento da ADI 2332, declarou a constitucionalidade do § 2º do art. 15-A do Decreto-Lei nº 3.365/1941, que veda a incidência de juros compensatórios em tais hipóteses. Iniciada a fase de cumprimento de sentença pelo expropriado, o INCRA apresenta impugnação. Nesse cenário, é correto afirmar que: a) A impugnação do INCRA deve ser rejeitada, pois a condenação ao pagamento dos juros compensatórios está protegida pela autoridade da coisa julgada, que não pode ser relativizada em fase de cumprimento de sentença. b) O capítulo da sentença que fixou os juros compensatórios é inexequível, pois o título executivo judicial está fundado em interpretação tida pelo STF como incompatível com a Constituição Federal, em decisão proferida antes do trânsito em julgado da sentença exequenda. c) A única via para o INCRA desconstituir a condenação é a propositura de ação rescisória, demonstrando a violação manifesta à norma jurídica, não sendo a impugnação ao cumprimento de sentença o meio processual adequado. d) A decisão do STF na ADI 2332 somente se aplica aos processos ajuizados após sua publicação, não afetando 7 Simulado de Jurisprudência – 07/09/2025 as sentenças proferidas em ações anteriores, ainda que o trânsito em julgado seja posterior. e) O juízo da execução deve aplicar a modulação de efeitos da ADI 2332, garantindo o pagamento de juros compensatórios até a data do julgamento pelo STF e afastando a incidência apenas para o período subsequente. Questão 8 Em março de 2021, foi proferida sentença de improcedência em uma ação de improbidade administrativa ajuizada pelo Ministério Público. Não houve interposição de apelação. Em 26 de outubro de 2021, entrou em vigor a Lei nº 14.230/2021, que, entre outras alterações, vedou expressamente o reexame necessário para sentenças de improcedência em ações de improbidade. Os autos foram remetidos ao Tribunal de Justiça para o reexame, e o relator, com base na nova legislação, decidiu monocraticamente por não conhecer da remessa. Considerando o direito intertemporal processual e a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, a decisão do relator está: a) Correta, pois a nova lei processual tem aplicação imediata aos processos em curso, atingindo a remessa necessária ainda não julgada, em observância ao princípio “tempus regit actum”. b) Incorreta, pois a vedação ao reexame necessário não se aplica aos processos em que a sentença foi proferida antes da vigência da Lei nº 14.230/2021. c) Correta, pois a supressão do reexame necessário é uma norma de natureza processual mais benéfica ao réu e, portanto, deve retroagir. d) Incorreta, pois a Lei de Improbidade Administrativa é omissa, devendo ser aplicada por analogia a regra do reexame necessário invertido da Lei de Ação Popular. e) Correta, pois o reexame necessário possui natureza jurídica de recurso e, como não houve apelação voluntária, operou-se a preclusão. Questão 9 Um servidor público federal, após preencher todos os requisitos para a aposentadoria voluntária com proventos integrais, optou por permanecer em atividade, passando a receber o abono de permanência. Ao entrar de férias e ao final do ano, percebeu que o valor do abono não foi computado na base de cálculo do terço constitucional de férias e da gratificação natalina. Inconformado, ajuizou ação pleiteando a inclusão da referida verba no cálculo dos benefícios. Com base na jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, o pedido do servidor é: a) Improcedente, pois o abono de permanência possui natureza indenizatória, não se incorporando à remuneração para qualquer fim. b) Improcedente, pois a não incidência de contribuição previdenciária sobre o abono de permanência afasta seu caráter remuneratório. c) Procedente, pois o abono de permanência possui natureza remuneratória e caráter permanente, integrando a base de cálculo do adicional de férias e da gratificação natalina. d) Procedente, mas apenas em relação ao adicionalde férias, pois a gratificação natalina tem como base de cálculo exclusiva o vencimento do cargo efetivo. e) Improcedente, pois o abono é uma vantagem de caráter transitório, paga apenas enquanto o servidor permanece na ativa, não podendo ser considerada uma vantagem permanente para fins de cálculo de outros benefícios. Questão 10 Um cidadão impetrou mandado de segurança visando obter cópia integral de páginas específicas do livro de portaria de uma unidade prisional estadual. O pedido foi negado na via administrativa sob o fundamento de que as informações são classificadas como sigilosas, pois sua divulgação poderia comprometer a segurança do estabelecimento, das pessoas e da coletividade. O impetrante alega violação ao seu direito de acesso à informação, garantido pela Constituição Federal e pela Lei nº 12.527/2011. 8 Simulado de Jurisprudência – 07/09/2025 De acordo com a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça sobre o tema, a negativa da administração pública é: a) Legal, pois, embora a publicidade seja a regra, o sigilo é uma exceção legítima quando a divulgação de informações, como as contidas no livro de portaria de um presídio, pode comprometer a segurança de instituições e da sociedade. b) Ilegal, pois o direito de acesso à informação pública é absoluto e o pedido não precisa ser motivado, devendo a administração fornecer os documentos e apenas suprimir os dados pessoais de terceiros. c) Ilegal, pois a classificação de um documento como sigiloso só pode ocorrer por ato do Governador do Estado, sendo nula a classificação realizada por autoridade de hierarquia inferior, como o diretor do presídio. d) Legal, mas apenas se a administração comprovar que o cidadão solicitante possui antecedentes criminais ou algum interesse que possa, de fato, colocar em risco a segurança da unidade. e) Ilegal, pois a Lei de Acesso à Informação prevalece sobre a Lei Geral de Proteção de Dados, não podendo a proteção de dados pessoais servir de fundamento para negar o acesso a um documento público. Questão 11 A Companhia de Saneamento Básico de um Estado, sociedade de economia mista prestadora de serviço público essencial de abastecimento de água e esgotamento sanitário em regime não concorrencial e sem finalidade eminentemente lucrativa, ajuizou ação de cobrança contra um particular por faturas inadimplidas. A discussão jurídica centralizou-se no prazo prescricional aplicável à pretensão da estatal. Com base na jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, o prazo prescricional para a cobrança é: a) Decenal, conforme a regra geral do art. 205 do Código Civil, pois a estatal possui personalidade jurídica de direito privado. b) Trienal, conforme o art. 206, § 3º, V, do Código Civil, por se tratar de pretensão de reparação civil. c) Vintenário, para dívidas vencidas na vigência do Código Civil de 1916. d) Quinquenal, conforme o Decreto nº 20.910/1932, em razão da equiparação da entidade à Fazenda Pública para fins prescricionais, dada a natureza de sua atividade. e) Quinquenal, conforme o Código de Defesa do Consumidor, por se tratar de dívida líquida constante de instrumento particular oriunda de prestação de serviço. Questão 12 A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) ajuizou execução fiscal contra uma operadora de plano de saúde para o ressarcimento de despesas que o SUS teve com o atendimento de um beneficiário do plano. O atendimento médico ocorreu em março de 2018. Após o devido processo administrativo, a ANS notificou a operadora sobre a decisão final e o valor a ser ressarcido em dezembro de 2020. A ação de cobrança foi proposta em novembro de 2025. A operadora arguiu a prescrição da pretensão. Considerando a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, a pretensão da ANS está: a) Prescrita, pois o prazo é trienal, nos termos do Código Civil, contado da data do atendimento médico. b) Não prescrita, pois o prazo é quinquenal, previsto no Decreto nº 20.910/1932, contado da data do atendimento médico. c) Prescrita, pois, embora o prazo seja quinquenal, seu termo inicial é a data do atendimento médico. d) Prescrita, pois, apesar de o prazo ser quinquenal, ele não corre durante a tramitação do processo administrativo, voltando a fluir integralmente após a notificação. e) Não prescrita, pois o prazo é quinquenal, previsto no Decreto nº 20.910/1932, contado a partir da notificação da decisão administrativa que apurou os valores. 9 Simulado de Jurisprudência – 07/09/2025 DIREITO TRIBUTÁRIO Professor Felipe Duque Questão 13 Com base no julgamento da ADI 3.717/PR pelo STF em 2025, sobre a cobrança de taxas por serviços de segurança pública, assinale a alternativa CORRETA: a) É constitucional a cobrança de taxa para policiamento ostensivo em estabelecimentos bancários, pois se trata de serviço específico e divisível. b) É inconstitucional qualquer cobrança de taxa relacionada a serviços de segurança pública, pois todos constituem serviços gerais e indivisíveis. c) É constitucional a cobrança de taxa para segurança preventiva em eventos esportivos com cobrança de ingresso, tratando-se de serviço específico e divisível. d) A emissão de certidões e atestados por órgãos de segurança pública sempre pode ser cobrada mediante taxa, independentemente de sua finalidade. e) A mensurabilidade econômica do serviço policial por "homem/hora" altera sua natureza, tornando-o específico e divisível para fins de cobrança de taxa. Questão 14 Segundo a tese fixada pelo STJ no Tema 1283 (Recurso Repetitivo), sobre o Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (PERSe), é CORRETO afirmar: a) O contribuinte optante pelo Simples Nacional pode se beneficiar da alíquota zero do PERSE para PIS/COFINS, CSLL e IRPJ. b) A inscrição no CADASTUR é dispensável para empresas que já prestavam serviços turísticos antes da Lei 14.148/2021. c) É necessária a prévia inscrição no CADASTUR para fruição da alíquota zero instituída pelo art. 4º da Lei 14.148/2021. d) A alíquota zero do PERSE aplica-se automaticamente a todos os prestadores de serviços de eventos, independentemente de cadastramento. e) O regime do Simples Nacional é compatível com os benefícios fiscais do PERSE, desde que observadas as regras específicas da LC 123/2006. Questão 15 De acordo com a tese fixada pelo STJ no Tema 1239 (Recurso Repetitivo - 2025), sobre a incidência de PIS e COFINS na Zona Franca de Manaus: a) Incide PIS e COFINS sobre vendas e prestações de serviços na Zona Franca, mas com alíquotas reduzidas. b) A não incidência de PIS e COFINS limita-se às exportações diretas para o exterior realizadas a partir da Zona Franca. c) Não incide PIS e COFINS sobre receitas de vendas e prestações de serviços realizadas a pessoas físicas ou jurídicas dentro da Zona Franca de Manaus. d) A localização do comprador ou vendedor dentro ou fora da Zona Franca é relevante para definir a incidência das contribuições. e) Os incentivos fiscais da Zona Franca devem ser interpretados restritivamente, aplicando-se apenas às operações expressamente previstas em lei. Questão 16 Conforme o julgamento do STF no Tema 1186 (Repercussão Geral - 2025), sobre a base de cálculo da Contribuição Previdenciária sobre a Receita Bruta (CPRb): a) É inconstitucional a inclusão do PIS e da COFINS na base de cálculo da CPRB por caracterizar bis in idem. b) A base de cálculo da CPRB deve excluir todos os tributos incidentes sobre a operação para evitar dupla tributação. c) É constitucional a inclusão do PIS e da COFINS na base de cálculo da CPRB, seguindo o conceito de receita bruta do Decreto-Lei 1.598/77. d) O conceito de receita bruta para a CPRB deve ser idêntico ao utilizado para PIS e COFINS, excluindo-se os tributos. e) A CPRB constitui benefício fiscal de adesão obrigatória, não se aplicando o conceitoamplo de receita bruta. 10 Simulado de Jurisprudência – 07/09/2025 Questão 17 Segundo a decisão do STF na ADI 7.096/DF (2025), sobre o enquadramento de transportadores autônomos de cargas no Simples Nacional: a) É inconstitucional por violar a reserva de iniciativa do Presidente da República em matéria tributária. b) Configura renúncia de receita sujeita às exigências do art. 113 do ADCT e do art. 14 da LRF. c) É constitucional o art. 18-F da LC 123/2006, que permite enquadramento como MEI com limite diferenciado de receita bruta. d) Viola os princípios constitucionais de fomento às microempresas por criar tratamento desigual entre categorias. e) É inconstitucional por não observar o princípio da capacidade contributiva na fixação da alíquota previdenciária. Questão 18 Com base na jurisprudência do STJ sobre multa por erro de classificação fiscal na importação (Informativo 856 - 2025): a) A multa é sempre devida quando há erro na classificação NCM, independentemente do valor dos tributos recolhidos. b) Não é devida multa quando há recolhimento de tributos em valor superior ao efetivamente devido, sem prejuízo à fiscalização. c) O erro de classificação fiscal sempre caracteriza sonegação, justificando a aplicação de multa qualificada. d) A multa por obrigação acessória independe da verificação de prejuízo concreto à atividade fiscalizatória. e) O recolhimento em excesso não afasta a multa, pois a obrigação de informar corretamente é autônoma da obrigação de pagar. DIREITO CIVIL Professor Paulo Sousa Questão 19 A respeito da utilização da imagem de pessoas públicas em matérias jornalísticas, assinale a alternativa correta a) A utilização da imagem de pessoa pública em matéria jornalística, ainda que verossímil, configura automaticamente dano moral indenizável, pois atinge a honra objetiva do retratado. b) A liberdade de imprensa constitui direito absoluto, não podendo sofrer qualquer limitação, ainda que o conteúdo divulgado seja ofensivo à imagem de pessoa pública. c) A proteção dos direitos da personalidade de pessoas públicas é plena e não sofre redução, mesmo diante do interesse coletivo em fiscalizar seus atos. d) A utilização de imagem de pessoa pública em matéria jornalística, sem invasão da vida privada e ainda que em tom de crítica, não gera, por si só, dano indenizável. e) A divulgação de informações jornalísticas somente é legítima quando baseada em fatos absolutamente incontroversos, não sendo admitida a utilização de fatos apenas verossímeis. Questão 20 Maria e João se divorciaram após anos de casamento. Durante o processo, foi concedida medida protetiva de urgência em favor de Maria, vítima de violência doméstica, determinando o afastamento de João da residência familiar. Maria permaneceu no imóvel do ex- casal, onde mora com a filha adolescente. Passado algum tempo, João ingressa em juízo requerendo que Maria lhe pague aluguel pelo uso exclusivo do bem, alegando enriquecimento sem causa. Diante dessa situação, assinale a alternativa correta a) Maria deve pagar aluguel, pois o uso exclusivo do imóvel comum por um dos ex-cônjuges sempre gera enriquecimento sem causa em relação ao outro. b) Maria não deve pagar aluguel, pois a permanência dela no imóvel com a filha adolescente e em razão de medida protetiva não configura enriquecimento sem causa. 11 Simulado de Jurisprudência – 07/09/2025 c) Maria deve pagar aluguel proporcional, pois, mesmo residindo com a filha, há utilização exclusiva do bem em detrimento de João. d) Maria somente ficaria isenta do pagamento de aluguel se fosse economicamente hipossuficiente, o que não está descrito no caso concreto. e) Maria não deve pagar aluguel apenas enquanto não for realizada a partilha do imóvel; após isso, a indenização passa a ser obrigatória. Questão 21 José faleceu deixando testamento em que instituía como herdeiros seus dois filhos, Pedro e Ana. No mesmo testamento, determinou que sua sobrinha Carla receberia, a título de legado, uma renda vitalícia mensal. Aberta a sucessão, Carla requereu imediatamente o pagamento do legado, ainda durante o inventário, sob a alegação de que dependia financeiramente de José para sua subsistência. Os herdeiros, no entanto, contestaram, sustentando que o pagamento só seria exigível após a conclusão do inventário e a partilha dos bens. Nesse caso, assinale a alternativa correta a) O pagamento do legado de renda vitalícia somente poderá ser exigido após a homologação da partilha, quando forem individualizados os quinhões hereditários. b) O pagamento do legado de renda vitalícia é devido desde a abertura da sucessão, independentemente da conclusão do inventário. c) O pagamento do legado de renda vitalícia somente será devido se houver cláusula expressa no testamento fixando o termo inicial. d) O legado de renda vitalícia somente poderá ser exigido se houver bens disponíveis em dinheiro no espólio; caso contrário, sua exigibilidade fica suspensa. e) O legado de renda vitalícia não possui caráter assistencial, mas apenas patrimonial, de modo que o seu pagamento pode ser diferido até a partilha sem prejuízo. Questão 22 Clara iniciou um relacionamento com Paulo, acreditando tratar-se de um vínculo amoroso verdadeiro. Contudo, descobriu posteriormente que Paulo apenas simulava interesse afetivo para obter vantagens financeiras, aproveitando-se da vulnerabilidade emocional dela. Durante o relacionamento, Clara realizou pagamentos expressivos das dívidas pessoais de Paulo, acreditando em histórias de dificuldades financeiras que ele narrava. Após o término, Clara ingressou em juízo requerendo indenização pelos valores gastos e por danos morais. Diante dessa situação, assinale a alternativa correta a) Não há ato ilícito, pois os pagamentos foram feitos de forma espontânea por Clara, sem coação ou ameaça. b) O caso configura mera frustração amorosa, que não gera dever de indenizar na esfera civil. c) O comportamento de Paulo caracteriza ato ilícito, configurando estelionato sentimental, com dever de indenizar pelos danos materiais e morais. d) A reparação só poderia ser concedida se houvesse comprovação de coação física ou psicológica para os pagamentos. e) O direito à indenização restringe-se apenas aos danos materiais, não alcançando danos morais em razão do caráter privado da relação. Questão 23 Sobre a validade da outorga de procuração por pessoa jurídica, assinale a alternativa correta a) A procuração perde a validade automaticamente com o falecimento do sócio que a assinou em nome da pessoa jurídica. b) A validade da procuração outorgada pela pessoa jurídica depende de renovação periódica sempre que houver alteração no quadro societário. c) O falecimento do sócio ou representante legal que assinou a procuração não afeta a sua validade, pois a personalidade da pessoa jurídica é distinta da de seus sócios. d) A procuração somente permanece válida se o contrato social prever expressamente a continuidade de seus efeitos após o falecimento do sócio signatário. 12 Simulado de Jurisprudência – 07/09/2025 e) O falecimento do sócio signatário implica a suspensão automática da representação processual até regularização da procuração. Questão 24 Quanto à ação de partilha de bens após a dissolução da sociedade conjugal, assinale a alternativa correta a) A pretensão de partilha de bens após o divórcio está sujeita à prescrição de 10 anos. b) A pretensão de partilha de bens após o divórcio está sujeita à decadência, devendo ser exercida no prazo de 4 anos. c) A partilha de bens constitui pretensão patrimonial que se extingue se não for ajuizada em até 5 anos após o divórcio. d) A partilha de bens é direito potestativo, não sujeito a prescrição ou decadência, podendo ser requerida a qualquer tempo, inclusiveapós o divórcio. e) A partilha de bens depende da anuência de ambos os ex-cônjuges, não podendo ser exigida unilateralmente. DIREITO AMBIENTAL Professor Thiago Leite Questão 25 Segundo jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, lei municipal que obriga as concessionárias de automóveis a plantarem uma árvore para cada carro novo vendido: a) Possui natureza mista. b) É inconstitucional, por violar o princípio da liberdade econômica. c) Possui natureza de política ambiental. d) É constitucional, mas deve ser referendada pelo CONAMA. e) Possui natureza tributária. Questão 26 Acerca do dano moral coletivo ambiental, assinale a alternativa correta segundo jurisprudência recente do Superior Tribunal de Justiça. a) Os danos morais coletivos não advêm do simples descumprimento da legislação ambiental, exigindo constatação de injusta conduta ofensiva à natureza. b) Os danos decorrem da prática de ações e omissões lesivas, devendo ser aferidos de maneira subjetiva, estando atrelados a análises subjetivas de dor, sofrimento ou abalo psíquico da coletividade ou de um grupo social. c) A possibilidade de recomposição material do meio ambiente degradado, de maneira natural ou por intervenção antrópica, afasta a existência de danos extrapatrimoniais causados à coletividade. d) Constatada a existência de degradação ambiental, mediante alteração adversa das características ecológicas, não se presume a lesão intolerável ao meio ambiente e a ocorrência de danos morais coletivos, cabendo ao órgão ambiental o ônus dessa comprovação. e) Nos biomas arrolados como patrimônio nacional pelo artigo 225, parágrafo 4º, da Constituição Federal, o dever coletivo de proteção da biota detém contornos jurídicos mais flexíveis, havendo dano imaterial difuso sempre que evidenciada a prática de ações ou omissões que os descaracterizem ou afetem sua integridade ecológica ou territorial, a depender da extensão da área afetada. Questão 27 Quanto aos indígenas, assinale a alternativa correta segundo jurisprudência recente do Superior Tribunal de Justiça. a) A adoção de criança indígena deverá ser julgada pela Justiça Federal, haja vista a obrigatória intervenção da FUNAI (autarquia federal). b) A adoção de criança indígena poderá ser julgada pela Justiça Federal ou Estadual, a depender da escolha da parte adotante. c) A adoção de criança indígena deverá ser julgada pela Justiça Federal, mesmo não sendo necessária a intervenção da FUNAI (autarquia federal). 13 Simulado de Jurisprudência – 07/09/2025 d) A adoção de criança indígena deverá ser julgada pela Justiça Estadual, não sendo necessária a intervenção da FUNAI (autarquia federal). e) A adoção de criança indígena deverá ser julgada pela Justiça Estadual, mesmo tendo em vista a obrigatória intervenção da FUNAI (autarquia federal). Questão 28 Em relação à responsabilidade ambiental, assinale a alternativa correta segundo entendimento do Superior Tribunal de Justiça. a) O sítio eletrônico pode ser responsabilizado por infração ambiental relacionada à venda de animais silvestres quando atuar como provedor que intermedeia negócios, e não apenas na busca de informações. b) O sítio eletrônico pode ser responsabilizado por infração ambiental relacionada à venda de animais silvestres quando atuar como mero buscador de informações. c) Pessoa jurídica não pode ser responsabilizada por infrações ambientais. d) A responsabilidade administrativa ambiental é objetiva, ou seja, independe de culpa ou dolo. e) O sítio eletrônico não pode ser responsabilizado por infração ambiental relacionada à venda de animais silvestres quando atuar como provedor que intermedeia negócios. DIREITO PROCESSUAL CIVIL Professor Rodrigo Vaslin Questão 29 Considerando o entendimento jurisprudencial a respeito do tema “gratuidade de justiça”, assinale a alternativa correta: a) Quando há agravo interno contra decisão que nega gratuidade de justiça, o preparo só se torna exigível após a confirmação do indeferimento pelo colegiado. b) O pedido superveniente de gratuidade de justiça, formulado após a primeira manifestação nos autos, precisa vir acompanhado de prova da alteração da condição econômica do requerente. c) O deferimento da justiça gratuita implica na dispensa da prestação de caução exigida para concessão de tutela provisória. d) É constitucional norma estadual que, ao disciplinar parcialmente a gratuidade de justiça, fixa valor mínimo a ser pago pela parte, por invadir a competência privativa da União para legislar sobre processo civil. e) O enquadramento na faixa de isenção de imposto de renda pode ser utilizado como critério para o deferimento do benefício da assistência judiciária gratuita. Questão 30 a) A desconsideração da personalidade jurídica pode ser postulada a qualquer tempo, não estando sujeita a prazo prescricional ou decadencial, segundo posicionamento majoritário do STJ. b) O fato de a empresa devedora estar submetida aos efeitos de recuperação judicial impõe a suspensão ou extinção do incidente de desconsideração da personalidade jurídica em relação aos sócios/acionistas. c) O juízo universal da falência é o competente para apreciar ação de usucapião de bem imóvel de propriedade da massa falida. d) O pedido contraposto somente é admitido em hipóteses excepcionais expressamente previstas em lei, e a equivocada denominação do pedido reconvencional como pedido contraposto não impede o regular processamento da pretensão, desde que ela esteja bem delimitada na contestação e, ao autor, seja assegurado o pleno exercício do contraditório e da ampla defesa. e) Não cabe intervenção de terceiros em mandado de segurança. 14 Simulado de Jurisprudência – 07/09/2025 Questão 31 Em matéria de competência, assinale a alternativa correta: a) A Lei 14.879/2024 alterou o art. 63 do CPC, prevendo em seu § 1º que a eleição de foro somente produz efeito quando “guardar pertinência com o domicílio ou a residência de uma das partes ou com o local da obrigação, ressalvada a pactuação consumerista, quando favorável ao consumidor”. De acordo com o STJ, a nova regra retroage, de modo a se aplicar aos processos ajuizados antes da vigência da lei. b) É do melhor interesse de crianças e adolescentes indígenas a competência da Justiça Federal para processar e julgar ações de adoção, assim sendo, a intervenção da FUNAI em tais situações atrai a competência automática da Justiça Federal. c) Admite-se a cobrança, em solo pátrio, de dívida de jogo contraída por brasileiro em país onde a prática é legal. d) Compete à Justiça do Trabalho o julgamento de ação de usucapião de bem imóvel em que a posse exercida pela parte usucapiente supostamente decorre de vínculo empregatício, ainda que já extinto à época do ajuizamento. e) O foro competente para julgar ação de indenização por danos morais e materiais decorrente de suposta falha de serviço notarial por Tabelião é o do domicílio do autor. Questão 32 Sobre a tutela provisória de urgência, seu regramento no Código de Processo Civil (CPC/2015) e o entendimento jurisprudencial atual do STJ, assinale a alternativa INCORRETA. a) O prazo de 30 (trinta) dias para apresentação do pedido principal, nos mesmos autos da tutela cautelar requerida em caráter antecedente, previsto no Art. 308 do CPC/2015, possui natureza processual, portanto deve ser contabilizado em dias úteis (Art. 219 do CPC/2015). b) Não atendido o prazo legal de 30 dias para formulação do pedido principal em tutela cautelar requerida em caráter antecedente, a medida concedida perderá a sua eficácia, prosseguindo-se com o julgamento do procedimento de tutela antecedente. c) A contagem do prazo de 30 (trinta) dias previsto no art. 308 do CPC/2015 para formulação do pedido principal se inicia na data em que for totalmenteefetivada a tutela cautelar. d) Tratando-se de fornecimento de medicamentos, cabe ao Juiz adotar medidas eficazes à efetivação de suas decisões, podendo, se necessário, determinar até mesmo o sequestro de valores do devedor (bloqueio), segundo o seu prudente arbítrio, e sempre com adequada fundamentação. e) Não é possível que o magistrado, ao conceder tutela antecipada no âmbito de processo cível cujo objeto não consista em obrigação de natureza alimentícia, efetue ameaça de decretação de prisão para o caso de eventual descumprimento dessa ordem judicial, sob a justificativa de que, nesse caso, configurar-se-ia crime de desobediência (Art. 330 do CP). Questão 33 No que diz respeito ao mandado de segurança individual e coletivo, levando-se em consideração a legislação de regência e as súmulas do Superior Tribunal de Justiça e do Supremo Tribunal Federal aplicáveis, analise as assertivas abaixo: I. A concessão de mandado de segurança produz efeitos patrimoniais em relação a período pretérito à impetração do writ, sendo dispensável requerimento administrativo ou judicial para que o ato decisório concessivo produza efeito no período referido. II. Podem ser fixados honorários advocatícios em cumprimento de sentença proferida em mandado de segurança individual, quando existam efeitos patrimoniais a serem executados nos próprios autos III. As pessoas jurídicas de direito privado não têm legitimidade para formular pedido de suspensão de segurança, ainda quando prestadoras de serviço público ou no exercício de função delegada pelo Poder Público e na defesa do interesse público primário. IV. É cabível recurso ordinário constitucional em sede de execução em mandado de segurança. Quais estão INCORRETAS? a) Apenas III. b) Apenas I, II e IV. c) Apenas II, III e IV. 15 Simulado de Jurisprudência – 07/09/2025 d) Apenas I, II, III e IV. e) I, II, III, IV. Questão 34 Sobre os recursos, assinale a alternativa correta: a) Cabe agravo de instrumento contra a decisão do juiz que corrige, de ofício, o valor da causa. b) Não se aplica a técnica de julgamento ampliado (art. 942 do CPC) quando os embargos de declaração opostos contra acórdão unânime em apelação forem rejeitados por maioria, e o voto vencido dos embargos poderia alterar o resultado da apelação. c) O pedido de desistência do recurso não pode ser indeferido, ainda quando houver indício de uso de estratagema processual para evitar a criação ou a formação de jurisprudência contrária ao interesse da parte desistente. d) Admite-se como paradigma, em sede de embargos de divergência, os julgados proferidos em ações com natureza jurídica de garantia constitucional (habeas corpus, habeas data, mandado de segurança e mandado de injunção). e) Cabe reclamação contra decisão do juiz de primeiro grau que nega seguimento à apelação. Se a decisão foi proferida na fase de execução ou cumprimento de sentença, o apelante poderá também interpor agravo de instrumento para impugnar a negativa. DIREITO PREVIDENCIÁRIO Professora Adriana Menezes Questão 35 O Regime Geral de Previdência Social (RGPS) concede benefícios aos seus segurados e dependentes, atendidas as condições impostas pela legislação previdenciária. Analise as assertivas abaixo, à luz do entendimento dos Tribunais Superiores, no que diz respeito às condições para concessão, manutenção e revisão dos benefícios previdenciários. I. Para a concessão da aposentadoria por idade do trabalhador rural, especificamente, para o segurado especial, o tamanho da área explorada na atividade agropecuária não poderá ultrapassar 04 módulos fiscais, ainda que outros elementos comprovem o exercício do segurado em regime de economia familiar. II. O segurado que exerce atividade sob efetiva exposição a agentes químicos, físicos e biológicos prejudiciais à saúde, ou a associação desses agentes, somente poderá contar como tempo de serviço especial o período em que esteve em gozo de auxílio por incapacidade temporária decorrente de acidente do trabalho (acidentário). III. É legítimo o acréscimo de 25% ao valor das aposentadorias quando o segurado comprovar que necessita da assistência permanente de outra pessoa. O STF entendeu que o auxílio-acompanhante deve ser estendido a todas as aposentadorias em respeito aos princípios da isonomia e da dignidade da pessoa humana. Assinale a opção correta. a) Apenas a assertiva I está correta. b) Apenas as assertivas I e II estão corretas. c) Apenas a assertiva III está correta. d) Todos as assertivas estão corretas. e) Nenhuma assertiva está correta. Questão 36 Para a concessão das aposentadorias programáveis é indispensável que o segurado comprove um certo tempo de contribuição. Em alguns casos, é comum que o segurado tenha que comprovar, perante a autarquia previdenciário ou em processo judicial que, de fato, exerceu atividade que o enquadrasse como segurado do RGPS, especialmente quando não há registro no Cadastro Nacional de Informações Sociais - CNIS. Quanto à comprovação do tempo de serviço/contribuição para fins previdenciários, analise as assertivas abaixo e marque a opção que está de acordo com o entendimento dos Tribunais Superiores. a) Em caso de demissão do empregado, o período corresponde ao aviso prévio indenizado poderá ser computado como tempo de contribuição, mesmo que não haja incidência de contribuição sobre os valores creditados ou pagos ao trabalhador dispensado. b) A sentença trabalhista homologatória de acordo somente será considerada início razoável de prova material válida para fins previdenciários, se nos autos da 16 Simulado de Jurisprudência – 07/09/2025 reclamação trabalhista tiverem sido produzidas provas documentais contemporâneas aptas à comprovação do tempo de serviço no período que se pretende reconhecer na ação previdenciária, exceto na hipótese de caso fortuito ou força maior. c) O período em que o segurado esteve em gozo do benefício de auxílio-doença não poderá ser computado como tempo de contribuição e como carência. No período de afastamento do segurado não houve recolhimento de contribuição previdenciária para que pudesse ser contada como carência. d) Comprovado o exercício da atividade rural em período anterior à vigência da Lei n. 8.213/1991, perante o INSS, o servidor vinculado a regime próprio de previdência social poderá computar o aludido tempo rural para fins de contagem recíproca, sem a necessidade de indenizar as contribuições previdenciárias relativas ao período rural reconhecido. e) Como a condição de trabalhador rural é bastante sacrificada e nem sempre o segurado tem conhecimento suficiente para avaliar e guardar documentos que comprovem a sua condição de rurícola, admite-se, no caso de concessão da aposentadoria por idade, a prova exclusivamente testemunhal para comprovar os pressupostos da sua filiação ao regime geral de previdência social. Questão 37 O benefício do salário-maternidade é devido aos segurados do Regime Geral de Previdência Social em casos, dentre outros, de parto e de adoção. A pensão por morte é benefício previdenciário assegurado aos dependentes do segurado falecido, aposentado ou não. Em relação aos benefícios de salário-maternidade e de pensão por morte, analise as assertivas abaixo e marque a opção correta, considerando o entendimento firmado pelo Supremo Tribunal Federal e/ou pelo Superior Tribunal de Justiça. a) O salário-maternidade exige das seguradas empregada, empregada doméstica e contribuinte individual o cumprimento do período de carência de 10 contribuições mensais. b) As empresas e os empregadores têm direito de compensar os valores que pagaram às empregadas gestantes afastadas, inclusive às que não puderam trabalhar remotamente, durante a pandemia de COVID- 19, com as contribuições previdenciárias devidas, por se tratar de verba relativa a salário-maternidade.c) Caso a indígena comprove sua condição de segurada especial, terá direito ao salário-maternidade por 120 dias, mesmo que o parto ocorra antes de ela ter completado 16 anos de idade. d) Para fins de concessão de pensão por morte aos dependentes do segurado do RGPS, aplica-se a lei vigente no momento do requerimento do benefício. e) Uma pessoa que manteve, durante longo período e com aparência familiar, união com um(a) segurado(a) casado(a), terá direito à pensão por morte em caso de falecimento do convivente, dividindo o benefício, em partes iguais, com o cônjuge supérstite. Questão 38 A seguridade social é financiada de forma direta e indireta, nos termos da lei, com recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e de contribuições sociais. Em relação ao financiamento da seguridade social, analise os itens abaixo. I. Ao contrário do que ocorre no regime próprio de previdência social, o aposentado pelo regime geral de previdência social (RGPS) que permanecer em atividade após a aposentação ou retornar ao exercício de atividade remunerada, não será obrigado a contribuir para a previdência social porque não terá direito a todos os benefícios que a legislação previdenciária contempla. II. Incide contribuição previdenciária sobre o valor pago ou creditado ao empregado a título de terço constitucional de férias. III. É constitucional a inclusão da contribuição ao Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (Cofins) na base de cálculo da Contribuição Previdenciária sobre a Receita Bruta. Está de acordo com o entendimento firmado pelos Tribunais Superiores o que se afirma em a) I, apenas. b) II, apenas. c) III, apenas 17 Simulado de Jurisprudência – 07/09/2025 d) II e III, apenas. e) I, II e III. DIREITO PENAL Professor Michael Procópio Questão 39 Assinale a alternativa INCORRETA sobre o crime de furto: a) Superior Tribunal de Justiça possui entendimento consolidado de que, embora o art. 158 do Código de Processo Penal exija exame pericial para crimes que deixam vestígios, a prova técnica pode ser suprida por outros meios de prova quando estes forem suficientes para comprovar, de modo inequívoco, a materialidade da qualificadora. b) Segundo entendimento consolidado do STJ, a causa de aumento prevista no § 1° do art. 155 do Código Penal (prática do crime de furto no período noturno) não incide no crime de furto na sua forma qualificada. c) A restituição imediata e integral do bem furtado não constitui, por si só, motivo suficiente para a incidência do princípio da insignificância. d) A qualificadora do concurso de pessoas possui natureza subjetiva e, por essa razão, por demonstrar maior gravidade da conduta, torna incompatível o reconhecimento da figura privilegiada do furto, independentemente do pequeno valor da res furtiva e da primariedade da agravante. e) É desnecessária perícia técnica para configurar a qualificadora referente à escalada em furto cujo iter criminis foi testemunhado pelos policiais. Questão 40 Assinale a alternativa correta acerca do entendimento do Superior Tribunal de Justiça sobre os crimes contra a dignidade sexual: a) A conduta de passar a mão na genitália da vítima enquanto esta dormia caracteriza estupro de vulnerável, pois se deve considerar que a vítima estava em estado de sono, prejudicando sua capacidade de resistência. b) Não é possível a exasperação da pena-base do crime de violação sexual mediante fraude em razão da gravidade do fato de o agente ter se aproveitado da sua condição de médico, por ser elemento inerente à ação típica. c) É atípica a conduta de professor que busca vantagem sexual de aluna maior de 14 anos de idade, considerando que o assédio sexual exige a ascendência ou a superioridade hierárquica, que se restringem, respectivamente, à ideia de subordinação no serviço público e de relação empregatícia entre as partes. d) Em caso de superficialidade da conduta, é possível a desclassificação do crime de estupro de vulnerável para o de importunação sexual. e) No crime de estupro de vulnerável, não é possível a aplicação da fração máxima de majoração prevista no art. 71, caput, do Código Penal, se ausente a delimitação precisa do número de atos sexuais praticados, ainda que o período de tempo e a recorrência das condutas permita inferir que houve sete ou mais repetições. Questão 41 Julgue os itens a seguir acerca dos crimes contra a fé pública na ótica dos Tribunais Superiores: I – O tipo penal de falsidade ideológica consuma-se no momento da falsificação, sendo irrelevante o local do resultado. II – É atípica a simples conduta de alterar, com fita adesiva, a placa do automóvel, se ausente a finalidade específica de fraudar a fé pública III – A competência para processar e julgar o crime de uso de documento falso é firmada em razão da entidade ou órgão que expediu o documento público. Neste caso, está correto o que se afirma em: a) apenas I. b) apenas II. c) I e II. d) I e III. e) II e III. 18 Simulado de Jurisprudência – 07/09/2025 Questão 42 A respeito do entendimento dos Tribunais Superiores, assinale a alternativa INCORRETA: a) Nos crimes sexuais cometidos contra a vítima em situação de vulnerabilidade temporária, em que ela recupera suas capacidades físicas e mentais e o pleno discernimento para decidir acerca da persecução penal de seu ofensor, a ação penal é pública condicionada à representação se o fato houver sido praticado na vigência da redação conferida ao artigo 225 do Código Penal pela Lei 12.015, de 2009. b) A reincidência não influi no prazo da prescrição da pretensão punitiva. c) A execução da pena restritiva de direitos depende do trânsito em julgado da condenação. d) A falta grave interrompe o prazo para obtenção de livramento condicional. e) O crime de fraude à licitação é formal e sua consumação prescinde da comprovação do prejuízo ou da obtenção de vantagem. Questão 43 Julgue os itens a seguir a respeito dos crimes contra a Administração Pública, considerando o entendimento dos Tribunais Superiores: I – A perfeita subsunção da conduta ao crime de corrupção passiva exige a demonstração de que o favorecimento negociado pelo agente público se encontra no rol das atribuições previstas para a função que exerce. II- A figura do peculato-apropriação traz a elementar “apropriar-se”, que significa tomar como propriedade sua ou apossar-se, ou seja, posicionar-se em relação à coisa como se fosse seu proprietário. A expressão “posse” não deve ser concebida de modo a incluir a disponibilidade jurídica do bem. III – O crime de prevaricação não exige dolo específico, podendo se configurar se o funcionário público deixar de atuar por desídia ou comodismo. Neste caso, está correto o que se afirma em: a) I e II b) II e III. c) I, II e III. d) apenas I. e) apenas II. Questão 44 Julgue os itens a seguir conforme entendimento do Superior Tribunal de Justiça sobre a teoria da pena: I – É prescindível a reparação integral do dano para a incidência do comando normativo referente ao arrependimento posterior. II- O inadimplemento da pena de multa, após cumprida a pena privativa de liberdade ou restritiva de direitos, não obsta a extinção da punibilidade, ante a alegada hipossuficiência do condenado, salvo se diversamente entender o juiz competente, em decisão suficientemente motivada, que indique concretamente a possibilidade de pagamento da sanção pecuniária. III – A legislação estadual que afasta a execução da pena de multa não se aplica ao Ministério Público, que possui legitimidade prioritária para promover a execução da pena de multa decorrente de ação penal. Neste caso, está(ão) correto(s) o(s) seguinte(s) item(ns): a) apenas I. b) apenas II. c) I eII d) II e III. e) I, II e III. DIREITO PROCESSUAL PENAL Professor Anezio Andrade Questão 45 Durante o atendimento a um homicídio em via pública, a Polícia Civil apreendeu, ao lado do corpo da vítima, um aparelho celular desbloqueado, aparentemente pertencente a alguém presente no local no momento do crime. Buscando identificar o proprietário e eventual vínculo com a autoria do delito, os investigadores acessaram a lista de contatos e as últimas mensagens recebidas, registrando a operação em relatório posterior. Não houve autorização judicial prévia para a medida. Considerando a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, é correto afirmar que: 19 Simulado de Jurisprudência – 07/09/2025 a) A medida é ilícita, pois qualquer acesso a dados de celular apreendido exige prévia decisão judicial, independentemente da situação concreta. b) O acesso é válido, pois se tratou de encontro fortuito de celular em cena de crime, sendo possível a consulta imediata aos dados para fins exclusivos de identificação do proprietário ou da autoria, desde que haja justificação posterior. c) A medida é ilegal, pois a possibilidade de acesso direto só se admite em caso de consentimento do titular ou ordem judicial, sendo irrelevante a hipótese de abandono ou encontro fortuito. d) O acesso é válido apenas se as informações extraídas forem posteriormente homologadas pelo juiz, com ciência da defesa, não se admitindo a mera justificativa posterior da autoridade policial. e) A consulta imediata aos dados seria válida apenas se restrita a registros telefônicos (ligações), não abrangendo mensagens ou contatos, que dependem de ordem judicial. Questão 46 Durante investigação de roubo praticado por dois indivíduos, a vítima compareceu à delegacia e foi chamada a reconhecer um suspeito. O delegado exibiu apenas a fotografia do investigado, sem alinhamento com outras pessoas semelhantes. A vítima confirmou ser o autor, e o suspeito foi denunciado. No curso do processo, a defesa alegou a nulidade do reconhecimento, por ausência das formalidades do art. 226 do CPP. Para reforçar sua acusação, o Ministério Público requereu novo reconhecimento pessoal em juízo, desta vez observando o alinhamento de pessoas semelhantes. A vítima novamente confirmou o suspeito. O juiz, entretanto, observou que, ao ser questionada, a vítima afirmou já ter fixado a imagem do acusado em sua memória desde o primeiro ato de reconhecimento. Considerando a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça sobre o tema, é correto afirmar que: a) O vício do primeiro reconhecimento pode ser superado por nova realização do ato em juízo, desde que observado formalmente o art. 226 do CPP. b) O reconhecimento fotográfico irregular não invalida automaticamente o reconhecimento pessoal subsequente, pois este goza de maior confiabilidade por ter sido realizado sob o crivo do contraditório. c) O reconhecimento de pessoas é prova irrepetível, de modo que o vício inicial contamina a memória da vítima, tornando inválido o segundo reconhecimento, ainda que formalmente adequado. Contudo, não se faz necessário a observância do procedimento formal do CPP quando não se tratar de apontamento de indivíduo desconhecido com base na memória visual de suas características físicas percebidas no momento do crime, mas, sim, de mera identificação de pessoa que o depoente já conhecia anteriormente. d) O reconhecimento fotográfico, ainda que irregular, pode ser utilizado como prova subsidiária, desde que apoiado em outros elementos de convicção existentes nos autos. e) A nulidade do reconhecimento inicial não interfere no reconhecimento posterior, pois a lei processual admite a livre valoração pelo magistrado, que pode sopesar ambos os atos segundo seu convencimento motivado. Questão 47 Considerando a jurisprudência dos Tribunais Superiores, assinale a alternativa incorreta: a) É possível a determinação de monitoração eletrônica como condição ao cumprimento de pena em regime semiaberto harmonizado, ainda que se trate de pessoa em situação de rua. b) O uso prolongado de aparelho celular por jurado durante os debates orais compromete a imparcialidade e a independência dos julgadores leigos, configurando nulidade do julgamento. c) Eventual ilegalidade na execução da revista íntima incidental à busca domiciliar acarreta, por derivação, a nulidade das provas apreendidas na busca realizada na residência. d) A leitura de depoimento prestado pela vítima em sede policial durante a audiência de instrução e julgamento não configura nulidade processual, salvo se ficar demonstrado efetivo prejuízo ao réu. e) O testemunho policial pode servir de prova em um processo criminal, devendo, para tanto, ter seu conteúdo racionalmente valorado. 20 Simulado de Jurisprudência – 07/09/2025 Questão 48 Em investigação sobre crimes financeiros, o delegado de Polícia Federal representou pela busca e apreensão na residência de determinado empresário. O pedido foi deferido judicialmente, com decisão fundamentada. No entanto, por um descuido administrativo da vara, a decisão não foi formalizada por meio da expedição de um mandado de busca e apreensão. Na data do cumprimento, os policiais se dirigiram ao local apenas com cópia da decisão proferida. A diligência resultou na apreensão de documentos contábeis e de valores em espécie. No curso da ação penal, a defesa requereu a nulidade da prova, alegando que a ausência da expedição e apresentação do mandado de busca e apreensão tornava a diligência ilegal, ainda que houvesse decisão judicial autorizando o ato. À luz da jurisprudência recente do Superior Tribunal de Justiça, é correto afirmar que: a) A diligência é válida, pois a existência de decisão judicial prévia supre a ausência de exibição física do mandado, não havendo nulidade quando o investigado não demonstra prejuízo. b) A busca e apreensão é nula, pois a ausência do mandado físico compromete a legalidade da diligência, tornando ilícitas as provas obtidas, ainda que exista autorização judicial prévia. c) A ausência do mandado físico constitui mera irregularidade formal, incapaz de gerar nulidade absoluta, de modo que as provas permanecem válidas para instrução processual. d) A nulidade da diligência somente se configuraria se a defesa comprovasse que a ausência do mandado físico impediu o pleno exercício do contraditório e da ampla defesa. e) A validade da busca e apreensão depende exclusivamente da existência de decisão judicial prévia, sendo irrelevante a forma documental em que foi transmitida aos agentes responsáveis pelo cumprimento. Questão 49 Durante investigação de organização criminosa voltada à prática de estelionatos eletrônicos, o juiz de primeira instância, ao analisar representação da autoridade policial pela decretação de prisão preventiva, consultou diretamente as redes sociais abertas de um dos investigados. Constatou diversas postagens públicas em que o suspeito ostentava veículos de luxo e fazia referência a atividades típicas de fraudes digitais. Utilizando tais elementos, o magistrado fundamentou a decretação da prisão preventiva e de medidas cautelares patrimoniais. A defesa impetrou habeas corpus, alegando nulidade das decisões por violação ao sistema acusatório e quebra da imparcialidade do julgador. À luz da jurisprudência recente do Superior Tribunal de Justiça, é correto afirmar que: a) O acesso a informações públicas de redes sociais pelo juiz não configura quebra de imparcialidade, podendo fundamentar prisão preventiva e medidas cautelares, desde que observados os limites legais. b) O magistrado não pode acessar diretamente redes sociais do investigado, ainda que abertas ao público, pois a iniciativa configuraria investigação de ofício, vedada pelo modelo acusatório. c) O juiz agiu de forma ilegítima, pois qualquer iniciativa probatória,ainda que em fontes públicas, viola o sistema acusatório e compromete a imparcialidade judicial. d) A consulta judicial a redes sociais só seria válida se houvesse prévia solicitação expressa do Ministério Público, que é o titular da ação penal. e) O juiz até pode consultar redes sociais abertas, mas não pode utilizar tais informações para fundamentar medidas cautelares, sob pena de nulidade da decisão por excesso de atuação. 21 Simulado de Jurisprudência – 07/09/2025 Questão 50 Em investigação de crime de receptação, o investigado optou por permanecer em silêncio no inquérito policial. O Ministério Público, ao analisar o caso, deixou de oferecer o Acordo de Não Persecução Penal (ANPP), sustentando que a confissão é requisito legal do art. 28- A do CPP e que, por não ter ocorrido durante a fase inquisitorial, a proposta seria inviável. A defesa impugnou o ato ministerial, alegando que a confissão poderia ser formalizada no momento da assinatura do acordo, ocasião em que o investigado estaria assistido por advogado e ciente das condições da proposta. À da jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, é correto afirmar que: a) A exigência de confissão na fase inquisitorial constitui pressuposto de validade do ANPP, pois somente ela assegura o caráter voluntário e espontâneo do ato, tornando legítima a negativa do Ministério Público. b) A ausência de confissão no inquérito policial não inviabiliza o ANPP, uma vez que a confissão exigida pelo art. 28-A pode ser prestada apenas no momento da formalização do acordo perante o Ministério Público, com defesa técnica. c) A proposta do ANPP somente poderia ser realizada se o investigado apresentasse confissão em audiência judicial, com homologação imediata pelo juiz, não sendo suficiente a confissão extrajudicial. d) O silêncio do investigado durante o inquérito configura renúncia tácita à possibilidade de ANPP, de modo que eventual confissão posterior não teria aptidão para validar a proposta. e) A exigência de confissão para o ANPP só se aplica aos delitos de menor potencial ofensivo, sendo desnecessária nos crimes comuns de médio potencial ofensivo, como a receptação. 22 Simulado de Jurisprudência – 07/09/2025 NÃO É ASSINANTE? 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