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DO DIREITO DAS COISAS
-NP1-
Posse: é o exercício, pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade, caracterizando uma relação de fato do possuidor com a coisa, seja ele proprietário ou não. A posse é protegida juridicamente, pois se constitui em meio de exercício da propriedade ou de outros direitos reais, possuindo relevância econômica e social. Art. 1.196 a 1.203, cc.
Gagliano classifica a posse de diversas formas:
Posse direta e indireta: a posse direta é aquela exercida por quem tem o bem sob sua guarda imediata. A posse indireta é exercida por quem detém o bem por meio de outra pessoa (possuidor direto).
Posse de boa-fé e má-fé: a posse de boa-fé é aquela em que o possuidor desconhece o vício na posse ou a ilegitimidade do direito; a posse de má-fé ocorre com conhecimento da ilegalidade.
Posse justa e injusta a justa é exercida sem vícios, sem violência, clandestinidade ou precariedade; a injusta possui algum desses vícios.
Posse nova e velha: posse nova é aquela que dura menos de um ano e um dia do esbulho; posse velha é quando já ultrapassa esse prazo.
Outros tipos: composse (posse simultânea de várias pessoas sobre o mesmo bem), posse ad interdicta (aquela protegida por interditos possessórios), posse ad usucapionem (posse que gera direito à usucapião).
Pablo Stolze destaca que posse é realidade fática reforçada por proteção jurídica, constituindo-se numa situação que pode gerar direitos reais, sobretudo o direito de propriedade, após o decurso do tempo e observância dos requisitos legais.
Esses conceitos aplicam-se aos artigos 1.196 a 1.210 do Código Civil que regulam a
De acordo com Pablo Stolze Gagliano, a 
Aquisição da Posse: ocorre quando alguém começa a exercer algum dos poderes inerentes à propriedade ou a outro direito real sobre uma coisa, mesmo que não seja o proprietário. A posse é o relacionamento de fato entre uma pessoa e um bem, protegido juridicamente, que pode gerar diversos efeitos, inclusive o direito de usucapião. ART.1.204 a 1.208 cc.
Gagliano detalha que a posse pode ser adquirida por meio de vários modos, entre os quais destacam-se:
Ocupação: tomar a coisa sem dono, geralmente em relação a bens móveis ou imóveis que estejam sem proprietário.
Ato de vontade: o possuidor manifesta a intenção de exercer a posse, com posse corporificada sobre o bem.
Transmissão: a posse pode ser transmitida de uma pessoa a outra, como na locação, comodato, cessão ou venda.
Usucapião: modo originário de aquisição da propriedade baseado na posse prolongada e contínua com os requisitos legais.
Posse nova: aquisição recente, normalmente em decorrência de esbulho ou perda.
Posse indireta: quando se exerce a posse por intermédio de outra pessoa.
O momento da aquisição da posse é o instante da efetiva atuação do possuidor sobre a coisa, que pode ser demonstrado por atos materiais ou pela intenção de possuir. A proteção legal confere ao possuidor uma série de direitos para defender sua posse contra turbações ou esbulhos.
A obra apresenta também uma análise detalhada do conceito jurídico da posse, seus efeitos e importância para o direito das coisas, evidenciando sua função social e econômica no ordenamento jurídico brasileiro.
Efeitos da Posse: são múltiplos e jurídicos, mesmo que a posse seja uma relação de fato, ela goza de proteção legal. Atr. 1.210 a 1.222, cc.
Principais efeitos da posse segundo Gagliano:
Proteção possessória: a posse é protegida contra turbação e esbulho por meio de ações possessórias, garantindo a manutenção do status quo enquanto o direito pleno não é decidido.
Presunção de propriedade: o possuidor de boa-fé goza da presunção de ser proprietário até prova em contrário, o que facilita a defesa de seus direitos.
Aquisição da propriedade: a posse contínua, mansa e pacífica por certo tempo pode gerar o direito à propriedade por meio da usucapião.
Frutos e benfeitorias: o possuidor tem direito aos frutos naturais e industriais produzidos pela coisa, e nos casos de boa-fé, pode ser ressarcido pelas benfeitorias necessárias e úteis realizadas.
A posse, portanto, apesar de não ser um direito real pleno como a propriedade, possui efeitos jurídicos relevantes que a protegem e atribuem direitos ao possuidor, reconhecendo sua função social e econômica no ordenamento jurídico brasileiro
 Da Perda Da Posse: no Código Civil Brasileiro é o artigo 1.223, que dispõe:
"Perde-se a posse quando cessa, embora contra a vontade do possuidor, o poder sobre o bem a que se refere o artigo 1.196."
O artigo 1.196, citado no 1.223, conceitua posse como o exercício, pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade.
Pablo Stolze Gagliano explica que a perda da posse se caracteriza pela cessação do exercício dos poderes sobre o bem, podendo ocorrer voluntária ou involuntariamente. A perda involuntária se dá, por exemplo, pelo esbulho (retirada da posse contra a vontade do possuidor) ou pela destruição da coisa, enquanto a perda voluntária ocorre pelo abandono ou por cessão do bem.
Maria Helena Diniz complementa que a perda da posse implica a extinção do poder de fato sobre a coisa, seja por ato próprio ou por eventos naturais ou jurídicos, e reforça que, para efeitos jurídicos, a posse existe enquanto há controle material sobre a coisa.
Assim, segundo ambos os autores, a perda da posse consiste na efetiva cessação do exercício dos poderes inerentes à coisa, conforme previsto e regulado pelos artigos 1.196 e 1.223 do Código Civil brasileiro. O artigo 1.223 do Código Civil brasileiro dispõe que perde-se a posse quando cessa, embora contra a vontade do possuidor, o poder sobre o bem a que se refere o artigo 1.196, que define posse como o exercício, pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade.
Pablo Stolze Gagliano ensina que a perda da posse ocorre quando o possuidor deixa de exercer esses poderes, podendo a perda ser voluntária (como abandono ou cessão) ou involuntária (como esbulho ou destruição do bem). A perda involuntária, especialmente, requer que o possuidor atue para restabelecer a posse, caso queira mantê-la juridicamente.
Maria Helena Diniz complementa que a perda da posse implica a extinção do controle material sobre a coisa, um elemento essencial para o reconhecimento jurídico da posse. Ela destaca que a posse permanece até que essa cessação efetiva ocorra, garantindo a segurança jurídica na relação possessória.
Portanto, a perda da posse é a cessação do exercício dos poderes inerentes à propriedade, regulada nos artigos 1.196 e 1.223 do Código Civil, com entendimento consolidado na doutrina de Pablo Stolze Gagliano e Maria Helena Diniz.
Dos Direitos Reais: especialmente referente ao Código Civil brasileiro, os direitos reais são tratados nos artigos 1.225 a 1.510-E do Código Civil.
Destacam-se os seguintes artigos que abrangem os principais direitos reais:
a) Art. 1.225: enumera os direitos reais: como propriedade, usufruto, uso, habitação, servidões, penhor, hipoteca e anticrese.
b) Art. 1.228 em diante: trata da propriedade, seus atributos e limitações.
c) Art. 1.228 a 1.244: abrange a posse, direitos e deveres do possuidor.
d) Art. 1.247 a 1.271: regula o usufruto, direito real que confere uso e fruição da coisa alheia.
e) Art. 1.277 a 1.300: trata das servidões prediais.
f) Art. 1.431 a 1.510-E: regula o condomínio edilício, multipropriedade, entre outros direitos reais mais recentes.
Pablo Stolze Gagliano enfatiza que os direitos reais possuem eficácia erga omnes, ou seja, são oponíveis contra todos, conferindo ao seu titular um poder direto sobre a coisa, ao contrário dos direitos pessoais, que são relações jurídicas entre pessoas determinadas.
Além disso, ele trata da taxatividade da lista de direitos reais (numerus clausus), da necessidade de registro no caso dos imóveis para publicidade e segurança jurídica, e da natureza jurídica dos direitos reais como relação jurídica imediata com a coisa.
Segundo Pablo Stolze Gagliano, o direito de 
Propriedade em Geral: está disciplinado principalmente nos artigos 1.228 a 1.277 do Código Civil brasileiro. Essesartigos tratam dos conceitos, atributos, limites e funções da propriedade.
Principais pontos da doutrina de Pablo Stolze Gagliano sobre a propriedade:
O artigo 1.228 estabelece: que o proprietário tem o direito de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la de quem injustamente a possua ou detenha.
A propriedade: é um direito real por excelência, absoluto, exclusivo e perpétuo, o que significa que é exercida contra todos, não admite a existência de dois proprietários plenos sobre o mesmo bem e só termina por vontade do titular ou por disposição legal.
Os atributos da propriedade abrangem o jus utendi (direito de usar), jus fruendi (direito de gozar), jus abutendi (direito de dispor) e o direito de reivindicação (rei vindicatio).
A função social da propriedade: está prevista no Código Civil e na Constituição Federal, impõe limites e obrigações ao proprietário para que a propriedade cumpra sua função na sociedade, não podendo ser usada contra o interesse coletivo ou para prejudicar terceiros.
Pablo Stolze destaca que, dentro do direito das coisas, todos os demais direitos reais (usufruto, servidões, penhor, hipoteca etc.) se relacionam e derivam da propriedade, que é o núcleo central dos direitos reais.
O autor também aborda a propriedade especial, como a propriedade fiduciária, condomínio e direitos reais sobre coisas alheias, que são formas restritas do direito de propriedade.
Essa análise detalhada está baseada nos dispositivos do Código Civil, sobretudo entre os artigos 1.228 e 1.277, que regulam a propriedade, sua aquisição, perda, e formas especiais, destacando as nuances e importância sistemática desse direito dentro do Direito Civil.
Da Descoberta: está tratado nos artigos 1.233 a 1.237, que regulamentam o achado de coisa alheia perdida.
· Art. 1.233: Quem encontrar coisa alheia perdida deve restituí-la ao dono ou possuidor legítimo. Se este não for conhecido, o descobridor deve fazer esforços para localizá-lo, e, se não encontrar, entregar a coisa à autoridade competente.
· Art. 1.234: O descobridor que restituir a coisa tem direito a uma recompensa mínima de 5% do valor, além da indenização pelas despesas com a conservação e transporte, caso o dono não prefira abandonar o bem.
· Art. 1.235: O descobridor responde pelos prejuízos causados se agir com dolo.
· Art. 1.236: A autoridade deve dar conhecimento da descoberta por meios públicos, podendo expedir editais conforme o valor da coisa.
· Art. 1.237: Se após 60 dias ninguém reivindicar a coisa, ela será vendida em hasta pública, e o remanescente, após pagar despesas e recompensa, pertence ao município em cuja circunscrição foi encontrada. Para coisas de pequeno valor, o município pode abandoná-la em favor do descobridor.
Pablo Stolze Gagliano enfatiza que a descoberta não é forma de aquisição da propriedade, mas impõe ao descobridor o dever de diligência para restituir a coisa ao legítimo dono, podendo receber recompensa.
Maria Helena Diniz complementa que a descoberta regula importantes direitos e deveres, protegendo tanto o proprietário legítimo quanto o descobridor, e assegura um procedimento justo e equilibrado para situações de achado de coisas alheias perdidas.
Assim, esses artigos regulam a descoberta, estabelecendo direitos do descobridor e deveres de restituição, com previsão expressa no Código Civil brasileiro, cujas disposições são analisadas de forma aprofundada na doutrina de Pablo Stolze Gagliano e Maria Helena Diniz.
Aquisição da propriedade Imóvel: está disciplinada no Código Civil brasileiro, principalmente nos artigos 1.238 a 1.259. Essa aquisição pode ocorrer por diversos modos, sendo os principais:
Usucapião: modo originário de aquisição da propriedade, mediante o exercício contínuo, pacífico e com animus domini (intenção de dono) sobre o imóvel pelo tempo previsto na lei. Os tipos variam conforme o artigo: usucapião extraordinária (art. 1.238), especial rural (art. 1.239), especial urbana (art. 1.240), familiar (art. 1.240-A), ordinária (art. 1.242), entre outros.
Acessão: aquisição decorrente da incorporação, ao imóvel, de coisas móveis (ex: construções, plantações) ou mesmo aumento do terreno (art. 1.248 em diante). O CC prevê regras específicas para construções em terreno alheio (arts. 1.253 a 1.259), incluindo casos de boa-fé e má-fé do construtor.
Sucessão hereditária: transmissão da propriedade mediante falecimento do proprietário, considerada aberta a sucessão (princípio da saisine), conforme o artigo 1.784 do CC.
Maria Helena Diniz corrobora esses entendimentos, destacando que a aquisição da propriedade imóvel pode ocorrer tanto por atos inter vivos (como compra e venda, usucapião e acessão) quanto por sucessão causa mortis, enfatizando a função social do direito de propriedade e a necessidade de formalidades para garantir a segurança jurídica.
Assim, a aquisição da propriedade imóvel envolve aspectos jurídicos substanciais e formativos, regulamentados expressamente no Código Civil, e amplamente debatidos na doutrina de Pablo Stolze Gagliano e Maria Helena Diniz, que enfatizam a importância do tempo, da posse qualificada, da boa-fé e da função social da propriedade. Segundo Pablo Stolze Gagliano, a aquisição da propriedade imóvel está disciplinada nos artigos 1.238 a 1.259 do Código Civil brasileiro. Os principais modos de aquisição são:
· Usucapião, que pode ser extraordinária (art. 1.238), especial rural (art. 1.239), especial urbana (art. 1.240), familiar (art. 1.240-A), ordinária (art. 1.242), entre outras modalidades previstas em lei. A usucapião exige posse contínua, pacífica e com animus domini pelo tempo legal.
· Acessão, que ocorre pela incorporação ao imóvel de bens móveis ou pelo aumento da extensão do terreno, com detalhamento nos artigos 1.248 a 1.259, inclusive sobre construções feitas em terreno alheio, com tratamento diferenciado para posse de boa-fé ou má-fé.
· Sucessão hereditária, que transmite a propriedade do imóvel aos herdeiros com a abertura da sucessão, conforme artigo 1.784 do Código Civil.
Maria Helena Diniz complementa que a aquisição da propriedade imóvel pode ser tanto via atos inter vivos como causa mortis, ressaltando a necessidade de observância das formalidades legais e da função social da propriedade.
Dessa forma, tanto Pablo Stolze Gagliano quanto Maria Helena Diniz destacam a importância dos requisitos legais como posse qualificada, tempo, boa-fé, e funções sociais para a aquisição legítima da propriedade imóvel no direito brasileiro.
Da Aquisição Pelo Registro do Título: aquisitivo está prevista no Código Civil brasileiro, principalmente no artigo 1.245, que dispõe:
"Art. 1.245. Transfere-se entre vivos a propriedade mediante o registro do título translativo no Registro de Imóveis."
Pablo Stolze Gagliano enfatiza que o registro do título é o ato formal essencial para a efetiva transferência da propriedade imobiliária, caracterizando a aquisição derivada da propriedade, sendo indispensável para a validade contra terceiros e a segurança jurídica do novo proprietário. Ele explica que até o registro, o adquirente possui somente um direito pessoal contra o alienante, e não é proprietário pleno.
Maria Helena Diniz complementa que o registro de título aquisitivo é o meio formal que assegura a publicidade e a eficácia do direito real contra terceiros, garantindo transparência e proteção nas transações imobiliárias. Ela destaca ainda a importância da matrícula como a individualização do imóvel no registro, e da averbação para registrar alterações.
Assim, a aquisição da propriedade pelo registro do título está fundamentada nos artigos 1.245 a 1.247 do Código Civil, com interpretação doutrinária que ressalta a formalidade, publicidade e segurança jurídica proporcionadas pelo ato registral, conforme o entendimento de Pablo Stolze Gagliano e Maria Helena Diniz.
Da Aquisição Por Acessão: é uma forma originária de aquisição da propriedade, que ocorre quando um bem acessório se incorpora a um bem principal aumentando lhe o volume ou valor.
No Código Civil brasileiro, os artigosprincipais que regulam a acessão são os artigos 1.248 a 1.259. Acessão natural inclui fenômenos como aluvião, avulsão e formação de ilhas, enquanto a acessão artificial trata da incorporação de construções e plantações ao solo.
Pablo Stolze Gagliano enfatiza que a acessão natural ou artificial gera a aquisição do imóvel acrescido pelo proprietário do solo, desde que respeitados os requisitos legais. A doutrina destaca a importância do registro para garantia jurídica da propriedade oriunda da acessão, especialmente para imóveis.
Maria Helena Diniz destaca que a acessão reforça o papel do direito das coisas ao assegurar que o acréscimo incorporado ao imóvel pertença ao titular do terreno, observando sempre a preservação da segurança jurídica e da função social da propriedade.
Assim, tanto Pablo Stolze Gagliano quanto Maria Helena Diniz entendem que a aquisição por acessão é um modo originário, regulado no Código Civil (§1.248-1.259), que dá segurança e coerência à propriedade imobiliária ao incorporar acréscimos naturais ou artificiais ao imóvel.
A temática 
Das Ilhas: no Direito Civil, especificamente no Direito das Coisas, está regulada pelo Código Civil brasileiro no artigo 1.249, que trata da formação e propriedade das ilhas.
O artigo 1.249 dispõe que as ilhas formadas por acumulação natural ou artificial nas margens dos rios ou lagos pertencem ao proprietário do terreno marginal, salvo disposição legal em contrário.
Segundo Pablo Stolze Gagliano, as ilhas são consideradas coisas integrantes do imóvel que as originou, compondo o direito real sobre o terreno, desde que cumpram os requisitos de formação natural ou artificial contínua, sendo assim incorporadas à propriedade ribeirinha ou litorânea.
Maria Helena Diniz complementa que, em consonância com o artigo 1.249 do Código Civil, as ilhas que surgem nas margens ou no leito dos cursos d’água são propriedade do proprietário do terreno marginal, reforçando a ideia da integridade e unidade do imóvel, o que inclui terrenos e suas adjacências naturais que se formam com o tempo.
Portanto, a aquisição e posse das ilhas relacionadas aos imóveis marginais refletem a continuidade da propriedade e a função econômica e ambiental desses bens, conforme a legislação e a doutrina contemporânea no Brasil.
No Direito Civil brasileiro, o tema
 Da Aluvião: está regulamentado no artigo 1.250 do Código Civil, que dispõe:
"Os acréscimos formados, sucessiva e imperceptivelmente, por depósitos e aterros naturais ao longo das margens das correntes, ou pelo desvio das águas destas, pertencem aos donos dos terrenos marginais, sem indenização.
Parágrafo único: O terreno aluvial, que se formar em frente de prédios de proprietários diferentes, dividir-se-á entre eles, na proporção da testada de cada um sobre a antiga margem."
Pablo Stolze Gagliano destaca que a aluvião é uma forma de aquisição originária da propriedade por acessão natural, referindo-se ao acréscimo de terras à margem dos rios ou lagos, de forma gradual e imperceptível. Ele ressalta que essa forma de aquisição não gera obrigação de indenização ao proprietário prejudicado, pois decorre de fenômeno natural.
Maria Helena Diniz complementa que a aluvião é um modo de aquisição da propriedade imóvel que acontece sem intervenção humana, com a consequente ampliação do terreno marginal, conforme previsto expressamente no Código Civil. Ela reforça que se trata de fenômeno natural que, ao ampliar a propriedade, respeita os direitos dos vizinhos, determinando a divisão proporcional do novo terreno aluvial.
Assim, tanto Pablo Stolze Gagliano quanto Maria Helena Diniz reconhecem a aluvião como um processo natural previsto no artigo 1.250 do Código Civil, atuando como modo originário de aquisição da propriedade imobiliária pela ampliação da área do imóvel ribeirinho ou litorâneo.
A avulsão: está prevista no artigo 1.251 do Código Civil brasileiro, estabelecendo que:
"Quando, por força natural violenta, uma porção de terra se destacar de um prédio e se juntar a outro, o dono deste adquirirá a propriedade do acréscimo, se indenizar o dono do primeiro ou, sem indenização, se, em um ano, ninguém houver reclamado.
Parágrafo único: Recusando-se ao pagamento de indenização, o dono do prédio a que se juntou a porção de terra deverá aquiescer a que se remova a parte acrescida."
Pablo Stolze Gagliano explica que a avulsão é uma forma de aquisição da propriedade imóvel por acessão natural, distinta da aluvião, caracterizada pela separação rápida e violenta de uma porção de terra, que passa a integrar outro imóvel, com direito à indenização quando cabível.
Maria Helena Diniz complementa que a avulsão gera a transferência da propriedade da porção de terra, respeitando os direitos de indenização e o prazo decadencial de um ano para reclamação, garantindo a segurança jurídica e o equilíbrio entre os proprietários afetados pela alteração natural do terreno.
Assim, ambos os autores destacam a avulsão como modo originário de aquisição da propriedade, disciplinado no artigo 1.251 do Código Civil, regulamentando os direitos e obrigações dos proprietários envolvidos no processo de alteração natural do imóvel. No Direito Civil brasileiro, a avulsão está disciplinada no artigo 1.251 do Código Civil, que estabelece:
"Quando, por força natural violenta, uma porção de terra se destacar de um prédio e se juntar a outro, o dono deste adquirirá a propriedade do acréscimo, se indenizar o dono do primeiro ou, sem indenização, se, em um ano, ninguém houver reclamado.
Parágrafo único: Recusando-se ao pagamento de indenização, o dono do prédio a que se juntou a porção de terra deverá aquiescer a que se remova a parte acrescida."
Pablo Stolze Gagliano explica que a avulsão é um modo originário de aquisição da propriedade pelo deslocamento violento de uma porção do imóvel, que se incorpora a outro, com a obrigação de indenizar o antigo proprietário, salvo se este não reclamar no prazo legal.
Maria Helena Diniz complementa que a avulsão, diferentemente da aluvião, representa uma mudança abrupta e significativa na configuração do imóvel, envolvendo garantias para ambas as partes, especialmente no que diz respeito à indenização e à segurança jurídica do domínio.
Assim, a avulsão é prevista no artigo 1.251 do Código Civil e interpretada por ambos os autores como uma forma natural e originária de aquisição da propriedade imobiliária, com proteção jurídica específica para os envolvidos.
No Direito Civil brasileiro, 
Do Álveo Abandonado: está disciplinado no artigo 1.252 do Código Civil, que dispõe:
"O álveo abandonado de corrente pertence aos proprietários ribeirinhos das duas margens, sem que tenham indenização os donos dos terrenos por onde as águas abrirem novo curso, entendendo-se que os prédios marginais se estendem até o meio do álveo."
Pablo Stolze Gagliano explica que o álveo abandonado é o leito antigo do rio que deixou de ser curso de água devido a fenômenos naturais, como o desvio do curso do rio, e que passa a pertencer em comum aos proprietários dos terrenos marginais. Ele destaca que o direito desses proprietários se estende até a metade do leito abandonado, de forma a garantir uma divisão equitativa e a continuidade das propriedades.
Maria Helena Diniz complementa que, conforme o artigo 1.252 do Código Civil e sua interpretação doutrinária, o álveo abandonado, por ser decorrência de acessão natural, não gera direito a indenização para os proprietários dos terrenos onde as águas abriram novo curso, reforçando a importância da função social da propriedade e da estabilidade das relações possessórias e dominiais.
Ambos reforçam que o reconhecimento do álveo abandonado é importante para assegurar a titularidade e o domínio sobre o novo terreno formado, respeitando os limites e direitos dos proprietários ribeirinhos, em consonância com os princípios do direito das coisas e da acessão natura
No Código Civil brasileiro, os artigos que tratam 
Das Construções e Plantações: são os artigos 1.253 a 1.258:
1. Art. 1.253: Presume-se que toda construção ou plantaçãoexistente em um terreno foi feita pelo proprietário e à sua custa, até prova em contrário.
2. Art. 1.254: Quem semeia, planta ou edifica em terreno próprio com sementes, plantas ou materiais alheios adquire a propriedade destes, mas deve pagar o valor se agiu de má-fé.
3. Art. 1.255: Quem semeia, planta ou edifica em terreno alheio perde em favor do proprietário do terreno as sementes, plantas e construções; se agiu de boa-fé tem direito à indenização. Se a construção exceder muito o valor do terreno, quem construiu de boa-fé pode adquirir a propriedade, pagando indenização.
4. Art. 1.256: Se ambas as partes agiram de má-fé, o proprietário do terreno fica com as benfeitorias, mas deve ressarcir o valor das acessões.
5. Art. 1.257: Trata da situação em que nem as sementes, plantas ou materiais pertencem a quem os empregou em terreno alheio.
6. Art. 1.258: A propriedade sobre a parte do terreno invadida por construção pode ser adquirida pelo construtor de boa-fé, sob certas condições.
Pablo Stolze Gagliano destaca que a presunção do artigo 1.253 é relativa e admite prova em contrário, reforçando a função social da propriedade e a proteção da boa-fé. Ele ressalta a importância da indenização para os que agem de boa-fé e da vedação ao enriquecimento sem causa, valorizando o equilíbrio entre os direitos do proprietário do solo e do construtor ou plantador.
Maria Helena Diniz complementa que a legislação busca proteger o equilíbrio nas relações de propriedade e uso do solo, ajustando os direitos conforme a boa-fé e o valor das benfeitorias, evitando prejuízos desproporcionais.
Dessa forma, a doutrina de ambos os autores oferece um estudo aprofundado e equilibrado das regras relativas às construções e plantações no Direito Civil brasileiro.

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