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Tema 4 - Produtos de Higiene Pessoal

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Questões resolvidas

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Produtos de higiene pessoal
Produtos cosméticos utilizados para a higiene pessoal do consumidor.
Profª. Fernanda Borges de Almeida
1. Itens iniciais
Propósito
Presentes diariamente na rotina da população brasileira, os produtos cosméticos para higiene pessoal estão
diretamente ligados à saúde devido à remoção de sujidades e à promoção do bem-estar. O conhecimento
sobre a composição desses produtos e sua ação permitirá a produção e a orientação adequada quanto ao uso
de tais cosméticos.
Objetivos
Distinguir os conceitos básicos sobre desodorantes e antitranspirantes.
Identificar os tipos de sabonetes utilizados em higiene pessoal.
Reconhecer os diferentes produtos capilares baseados na sua composição.
Identificar as principais características dos dentifrícios.
Introdução
Os produtos para higiene pessoal estão presentes diariamente na vida da população. Para uma higiene básica
diária, normalmente são utilizados dentifrícios, xampu, condicionador, sabonete, desodorante ou
antitranspirante – isso sem levar em conta os demais produtos cosméticos que muitas pessoas empregam
diariamente, como espuma de barbear e loção pós-barba, cremes e loções hidratantes, assim como cremes
fotoprotetores, perfumes e maquiagens de maneira geral. Imagine quantos produtos cosméticos para higiene
você usa ao longo do dia.
Além disso, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos -
ABIHPEC - (2021), o Brasil é o 4º maior consumidor de produtos de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos
do mundo, ficando atrás apenas dos Estados Unidos (1º colocado), China (2º) e Japão (3º). Tal fato ilustra a
importância desse setor não só para a economia, mas também para a população de maneira geral, devido ao
impacto que os cuidados com a higiene pessoal geram na saúde, prevenindo o surgimento de doenças e
fortalecendo o bem-estar e a autoestima.
Por isso, neste material, abordaremos as principais características dos produtos mais utilizados em higiene
pessoal diária, destacando ainda como eles atuam.
• 
• 
• 
• 
1. Desodorantes e antitranspirantes
Glândulas sudoríparas
As glândulas sudoríparas são responsáveis pela produção e excreção do suor na pele humana. É estimado que
os seres humanos apresentem de 2 a 4 milhões dessas glândulas distribuídas por todo o corpo. Mas a
densidade na qual elas estão distribuídas varia, havendo regiões com mais densidade de glândulas
sudoríparas e outras, menos. Estima-se que a média de glândulas se situe entre 100 e 200 por cm2. 
Existem dois tipos de glândulas sudoríparas: 
1
Glândulas écrinas
As glândulas écrinas estão distribuídas por todo o corpo e possuem como principal função realizar o
controle da temperatura corporal. Para isso, elas secretam o suor, composto por uma mistura de
água e cloreto de sódio quando ocorre a elevação da temperatura corporal. O suor écrino é inodoro e
estéril, tendo pouca contribuição na produção do odor corporal.
2
Glândulas apócrinas
Elas podem ser encontradas nas axilas e nas regiões pubiana e mamária. Permanecem inativas até a
puberdade, quando iniciam sua atividade até a velhice, período em que reduzem a produção sudoral.
O suor apócrino possui uma composição mais complexa em relação à do suor écrino, sendo rico em
lipídeos, proteínas, açúcares e amônia. A secreção desse tipo de suor, também inodoro e estéril,
responde ao estresse emocional e possui grande contribuição na produção do odor corporal.
Estrutura da pele humana destacando a presença das glândulas sudoríparas.
Origem do odor sudoral
A microbiota da pele humana (anteriormente chamada de flora bacteriana) é composta por diversos tipos de
bactérias. A quantidade e o tipo de bactérias presentes variam de acordo com as diferentes regiões do corpo.
Além disso, a quantidade de água e nutrientes disponíveis para o crescimento bacteriano influencia
diretamente no número de bactérias presentes sobre a pele.
Por apresentarem uma anatomia que dificulta a evaporação da água e uma alta densidade
bacteriana, as axilas podem ser consideradas um ecossistema ideal para o crescimento e o
desenvolvimento bacteriano. Os microrganismos majoritariamente responsáveis pela produção de
odor corporal incluem Corynebacterium, Streptococcus e Propionibacteria. 
Outro ponto a ser destacado é a presença intensa de nutrientes (presentes nas axilas) para as bactérias.
Apontaremos alguns deles a seguir: 
Água e eletrólitos
Secretados pelas glândulas écrinas.
Proteínas e lipídeos
Secretados pelas glândulas apócrinas.
Aminoácidos
Devido à descamação do estrato córneo.
Lipídeos
Secretados pelas glândulas sebáceas.
Desse modo, o odor axilar é gerado devido à presença das bactérias sobre a pele que utilizam o suor
(especialmente o apócrino) como substrato para seu crescimento e consequente produção de metabólitos
com mau odor, que não é propriamente ditado pelo suor, o qual, aliás, é totalmente inodoro.
Ilustração da formação do mau odor axilar.
Desodorantes
Os desodorantes são classificados como produtos cosméticos grau 1, ou seja, apresentam propriedades
básicas que não necessitam de comprovação científica quanto à sua função nem de mais detalhes em relação
ao modo de usar independentemente da sua forma de apresentação – sejam tais produtos loções, soluções
spray, cremes, roll-ons, aerossóis, bastões etc.
Saiba mais
Os desodorantes geralmente apresentam, em sua composição, matérias-primas com características
antissépticas ou a mistura de um antisséptico e uma substância capaz de modificar o odor corporal, seja
pelo mascaramento do odor ou por sua neutralização. As substâncias antissépticas atuam inibindo o
crescimento microbiano nas axilas e, como consequência disso, diminuindo o odor provocado pelo
metabolismo das bactérias. 
As matérias-primas mais utilizadas nas formulações desodorantes são:
Bifenóis
Com maior atividade antimicrobiana contra bactérias Gram-positivas, os bifenóis são praticamente
insolúveis em água, sendo necessário o uso de álcool etílico para sua solubilização.
Triclosan
Um dos agentes antimicrobianos mais utilizados, o triclosan possui atividade antimicrobiana de amplo
espectro, sendo utilizado em concentrações de 0,05 a 0,2%. Insolúvel em água, é necessário haver o
uso de álcool etílico ou de propilenoglicol para sua solubilização.
Ethylhexyloxyglycerin
Quando utilizado em concentração de 0,3%, ele apresenta eficiência similar a 0,1% de triclosan.
Óleos essenciais
Cravo, lavanda, alecrim, pinho e tomilho são alguns exemplos. A concentração recomendada varia de
acordo com o óleo utilizado.
Antitranspirantes (antiperspirantes)
Os produtos antitranspirantes são classificados como cosméticos grau 2. Desse modo, precisam comprovar
sua ação por meio de ensaios laboratoriais para registrar o produto na Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(Anvisa) e, consequentemente, ter a sua comercialização autorizada. 
Para a ação antitranspirante, ou seja, inibir a produção do suor, vários sais metálicos são utilizados.
Atualmente, os sais de alumínio e de zircônio são os mais empregados pela indústria cosmética.
Os produtos antitranspirantes reduzem a secreção do suor por meio do bloqueio dos ductos das
glândulas écrinas e apócrinas, que são as responsáveis por levar o suor até a superfície da pele. O
sal metálico se difunde por intermédio do ducto sudoríparo, formando um gel ou complexo
mucopolissacarídeo que impede a saída do suor. Essa obstrução permanece até que ocorra o
processo natural de renovação celular.
Embalagem roll-on.
Um grande inconveniente do uso de antitranspirantes é o fato de eles poderem causar irritação na pele, além
de descolorir e manchar roupas, o que se deve ao fato do baixo pH (3,0) dessas formulações. Essa realidade é
um grande desafio ao formulador, pois os demais componentes da formulação, como fragrâncias, espessantes
e emolientes, devem ser compatíveis com esse valor de pH.
Atenção
Há muitas informações equivocadas correlacionando o uso de antitranspirantes contendo sais de
alumínio com o surgimentodo câncer de mama. Entretanto, estudos na área já mostraram que essa
correlação não pode ser feita, pois nenhuma evidência científica apoia essa hipótese. Portanto, o uso de
produtos antitranspirantes contendo sais de alumínio é seguro. A Sociedade Americana de Câncer
(American Cancer Society) e o Instituto Nacional do Câncer (Inca) disponibilizam essas informações em
seus sites oficiais para consulta. 
Formas de apresentação
No mercado cosmético, é comum haver inúmeras formas de apresentação do mesmo produto cosmético com
o objetivo de agradar o maior número possível de consumidores e seus gostos particulares. Dessa maneira,
desodorantes e antitranspirantes são encontrados em diversas formas de apresentação, como soluções
spray, roll-ons, sticks e aerossóis.
Roll-on
Essa forma de apresentação é uma das que
mais agrada os consumidores por ela
normalmente estar contida em embalagens
pequenas de fácil transporte e armazenamento,
além de apresentar boa espalhabilidade do
produto nas axilas e não ter uma sensação
oleosa. 
O roll-on pode ser utilizado tanto para
desodorantes quanto para antitranspirantes.
Sua aplicação consiste no deslizamento da
bolinha presente na embalagem, o que leva o
conteúdo do interior do frasco para o meio
externo.
Os vários tipos de desodorantes e
antitranspirantes em roll-on se diferem por
conta dos veículos utilizados para sua aplicação.
Veremos adiante três tipos de veículo de roll-on:
1Veículo aquoso
Trata-se do veículo mais utilizado pela indústria cosmética. Majoritariamente, os veículos aquosos
são emulsões do tipo óleo em água, ou seja, cremes desodorantes ou antitranspirantes.
Normalmente, o ingrediente ativo é incorporado na fase externa da formulação (água) para
apresentar um melhor efeito. São utilizados surfactantes não iônicos, como o álcool cetoestearílico
etoxilado, para promover a formação da emulsão. Além disso, precisa conter emolientes, como o
adipato de butila, para promover uma lubrificação adequada da esfera localizada na parte superior do
frasco, de maneira a permitir que o creme saia corretamente da embalagem.
2
Veículo hidroalcoólico
Ele apresenta um tempo reduzido de secagem do produto sobre a pele, além de fornecer uma
sensação de refrescância. Normalmente, são utilizados polímeros, como os derivados de celulose,
para aumentar a viscosidade do produto a fim de permitir sua aplicação roll-on. Veículos
hidroalcoólicos possuem limitação em relação à incorporação de matérias-primas, pois todos os
excipientes e os ingredientes ativos devem ser solúveis em álcool.
3
Veículo à base de silicone
Os ativos são suspensos em ciclometicona, que é um tipo de óleo de silicone volátil. Para aumentar a
viscosidade da formulação e evitar a sedimentação do ativo, além de garantir a aplicação roll-on, são
utilizados derivados de amônio quaternário, como o quaternium-18 hectorite. Tal veículo é o menos
utilizados devido ao maior custo de produção.
Sticks
Embalagem de stick.
Também chamados de bastões sólidos, os
sticks não apresentam grande popularidade no
mercado brasileiro, sendo mais comuns nos
Estados Unidos, onde possuem grande
aceitação do público. O stick apresenta-se na
forma de um sólido com aspecto ceroso, o qual,
ao entrar em contato com a pele, se funde e
desliza, depositando sobre ela uma fina
camada do produto.
Normalmente, sua embalagem possui uma
rosca para elevar o sólido conforme ocorre o
consumo do produto. 
Veremos adiante dois tipos de stick:
1
Desodorantes sticks
Apresentam agentes gelificantes, como o estearato de sódio, para fornecer consistência ao produto.
As fragrâncias responsáveis pela ação desodorante normalmente são solubilizadas no veículo, que
contém uma mistura de água e propilenoglicol. O estearato de sódio, além de fornecer consistência,
pode contribuir para a transparência da formulação. Além disso, são utilizados agentes de
deslizamento, como a alquilmeticona, para proporcionar uma aplicação agradável do desodorante.
2
Antitranspirantes sticks
Eles normalmente são suspensões dos ativos antitranspirantes em silicones, como a ciclometicona.
Para fornecer consistência ao produto, são utilizados agentes de consistência, como o álcool
cetoestearílico, o monoestearato de glicerila e o álcool cetílico. Diferentemente dos desodorantes
sticks, que normalmente são formulações transparentes, os produtos antitranspirantes sticks são
sólidos opacos. Isso se deve à presença dos sais metálicos, que conferem uma ação antitranspirante,
em suspensão na formulação deles.
Aerossóis
Sistemas dispersos, os aerossóis podem ser de dois tipos:
 
Líquidos dispersos em gás.• 
Embalagem de aerossol.
Sólidos dispersos em gás.
Os desodorantes e antitranspirantes aerossóis precisam estar acondicionados em recipientes pressurizados
próprios para esse fim. 
Normalmente, os desodorantes e
antitranspirantes aerossóis apresentam um
custo mais elevado em relação às demais
formas de apresentação devido ao alto preço
da embalagem e do próprio custo de produção. 
Além disso, essa forma de apresentação
confere alguns desafios ao formulador, como o
controle do tamanho da partícula (seja ela
sólida ou líquida), da taxa de pulverização e da
pressão na lata do produto. Os produtos
apresentados na forma de aerossol, segundo a
RDC nº 07, de 2015, também não podem conter
um volume superior a 500mL.
1
Desodorantes aerossóis
O desodorante aerossol possui os ativos desodorantes solubilizados em etanol ou propilenoglicol,
que é misturado com o gás propelente liquefeito. Butano, propano e isobutano são os gases mais
utilizados. Conforme ocorre a pressão na válvula da embalagem, os líquidos se vaporizam e saem do
frasco.
2
Antitranspirantes aerossóis
Os ativos antitranspirantes (sais metálicos) apresentam-se na forma de suspensões nos veículos
utilizados, como a ciclometicona, por exemplo. Para evitar a sedimentação desses sais, são utilizados
agentes suspensores, como o dióxido de silício e a bentonita de esteralcônio. Além disso, o rótulo do
produto deve sempre conter a indicação de agitação da embalagem antes do uso. Os gases
propelentes são os mesmos utilizados nos desodorantes aerossóis.
Hiperidrose e o uso de desodorantes / antitranspirante
O doutor Vinícius Viana explicará o que é a hiperidrose, as diferenças entre o desodorante e o antitranspirante
e qual dos produtos é indicado na hiperidrose. Vamos lá!
Conteúdo interativo
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Vem que eu te explico!
Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar.
• 
Desodorantes
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Antitranspirantes (antiperspirantes)
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Verificando o aprendizado
Questão 1
A produção do suor é um processo fisiológico do nosso organismo. Entretanto, o mau odor axilar produz
incômodo. Por isso, rotineiramente são utilizados produtos cosméticos que podem atenuar esses maus
odores. Com base no seu conhecimento sobre desodorantes e antitranspirantes, assinale a opção correta em
relação à produção de mau odor axilar.
A
O mau odor axilar está relacionado à ingestão de alimentos com odor forte, como cebola e alho.
B
O suor possui odor característico e diferente em cada indivíduo.
C
O mau odor é causado pela microbiota da pele, e não pelo suor propriamente dito.
D
As glândulas écrinas e apócrinas produzem suor com a mesma composição química.
E
As bactérias presentes na pele não interferem no odor axilar.
A alternativa C está correta.
As bactérias presentes na pele, como Corynebacterium, Streptococcus e Propionibacteria, utilizam o suor
como substrato para o seu metabolismo e sua multiplicação. As bactérias, ao se multiplicarem, secretam
metabólitos cujo odor desagradável é erroneamente associado ao suor.
Questão 2
Em relação aos produtos antitranspirantes, marque a opção que descreve de maneira correta o mecanismo de
inibição da transpiração.
A
Os sais metálicos presentes nosantitranspirantes inibem a produção de suor pelas glândulas sudoríparas.
B
Os sais metálicos presentes nos antitranspirantes agem para sempre impedindo a transpiração axilar.
C
Os sais metálicos presentes nos antitranspirantes inibem a transpiração devido ao seu baixo pH.
D
Os sais metálicos obstruem os ductos das glândulas sudoríparas, impedindo que o suor chegue à superfície
da pele.
E
Os sais metálicos presentes nos antitranspirantes impedem que a microbiota da pele se multiplique.
A alternativa D está correta.
Os sais metálicos, como os de alumínio e de zircônio, se difundem através do ducto das glândulas
sudoríparas, formando um gel que impede a passagem do suor até a superfície da pele na axila.
2. Sabonetes
Cosméticos de limpeza
Os cosméticos de limpeza são amplamente utilizados e fazem parte da rotina diária de higiene da população.
De maneira ideal, produtos desse tipo devem ser capazes de remover a sujidade sem causar danos e/ou
irritações. 
Os cosméticos de limpeza podem ser classificados de acordo com:
A forma de apresentação
Sólido ou líquido.
O grau de limpeza que fornece
Suave ou intenso.
A pele é a principal barreira de proteção do organismo contra o meio externo, ficando, assim, em constante
contato, por exemplo, com poluição, óleo, cosméticos e patógenos do meio-ambiente. Dessa maneira, limpá-
la é primordial para garantir uma pele saudável e livre de condições indesejáveis. Além disso, a limpeza é o
primeiro passo para iniciar o cuidado da pele e a prepara para receber produtos hidratantes e nutritivos. 
No mercado, existem diversos produtos que prometem garantir a limpeza da pele tanto do rosto quanto do
corpo. Os sabonetes em barra e os líquidos são os mais amplamente comercializados e consumidos.
Independentemente de sua forma de apresentação (sólidos ou líquidos), os sabonetes são
classificados como cosméticos grau 1 – exceto aqueles que apresentam uma ação antisséptica e de
uso infantil – e possuem como função remover a sujidade da pele (sebo, cosméticos, poluição ou
poeira).
A sujidade é removida da pele devido aos surfactantes presentes na formulação dos sabonetes. Os
surfactantes reduzem a tensão interfacial entre a água e o óleo, emulsionando a sujidade presente na
superfície da pele e permitindo que a água do enxágue remova esses produtos oleosos.
Surfactantes
Também chamados de tensoativos, os surfactantes são moléculas anfifílicas, isto é, apresentam uma parte da
molécula com característica polar (cabeça) e outra com característica apolar (cauda). Dessa maneira, essa
molécula é polar e apolar ao mesmo tempo.
Esquema da estrutura de um surfactante.
Essa característica dos surfactantes permite que essas moléculas se liguem ao mesmo tempo em substâncias
com características polares, como a água, e em substâncias apolares, como a gordura e o sebo presentes nas
sujidades do nosso corpo, o que permite à gordura ser arrastada com a água durante o enxágue do produto. A
alta capacidade dos surfactantes de remover gorduras só é possível pelo fato de tais moléculas reduzirem a
tensão interfacial entre a água e a gordura.
Atenção
As substâncias surfactantes são moléculas anfifílicas que reduzem a tensão superficial da água e a
interfacial de misturas de água e óleo, sendo, portanto, também chamadas de tensoativos. No entanto,
certas substâncias também podem reduzir a tensão superficial e interfacial, como o etanol em algumas
formulações, por exemplo, mesmo não sendo moléculas anfifílicas e, portanto, surfactantes. Dessa
maneira, todo surfactante é um tensoativo, porém nem todo tensoativo é um surfactante. 
Diversos surfactantes são utilizados em produtos cosméticos e classificados de acordo com a sua estrutura
química:
Surfactantes aniônicos
Constituem a maior classe dos surfactantes e a mais utilizada na indústria. Nessa classe, se
encontram aqueles utilizados em sabonetes, xampus e detergentes. A região polar apresenta carga
negativa e átomos de oxigênio que aumentam ainda mais a polaridade. A alta polaridade faz com que
essa classe de surfactante apresente grande solubilidade em água, tendo um elevado poder de
detergência e uma alta capacidade de formação de espuma. Exemplos: Lauril éter sulfato de sódio,
lauril sulfosuccinato de sódio, lauril éter sulfato de amônio e lauril sulfato de amônio.
Surfactantes catiônicos
Trata-se de uma classe com poucos exemplos, sendo todos eles derivados de nitrogênio quaternário.
Os surfactantes catiônicos apresentam carga positiva na região polar e átomos de nitrogênio, os
quais, por apresentarem alta eletronegatividade, atraem os elétrons envolvidos na ligação,
neutralizando parcialmente a carga positiva e consequentemente diminuindo a polaridade. Devido a
essa redução, esses surfactantes apresentam menos solubilidade em água que os aniônicos. Eles têm
uma grande capacidade de depósito sobre as superfícies sólidas e pouca de detergência e formação
de espuma. Exemplos: cloreto de cetiltrimetilamônio, de beheniltrimetilamônio e de cetrimônio.
Estrutura de uma micela.
Surfactantes não iônicos
Não apresentam cargas verdadeiras: elas estão dispersas por vários átomos de oxigênio espalhados
em cadeias de óxido de eteno. Segunda classe de surfactantes mais utilizada, os não iônicos
apresentam uma redução da solubilidade conforme sua temperatura é elevada. Eles apresentam ainda
baixa detergência e pouca capacidade de formação de espuma. Exemplos: álcool cetoestearílico,
álcool cetílico propoxilado etoxilado, ácido esteárico, monooleato de sorbitano etoxilado, monolaurato
de sorbitano etoxilado e monooleato de sorbitano. 
Surfactantes anfóteros
Pouco utilizados pela indústria devido a seu alto custo, os surfactantes anfóteros comportam-se
como aniônicos em meio alcalino e como catiônicos em meio ácido. Eles apresentam baixa
irritabilidade ocular, sendo frequentemente utilizados em produtos de higiene infantil, e boa
capacidade de formação de espuma, mas promovem uma limpeza mais suave. Exemplos:
cocoamidopropilbetaína e seus derivados.
Grau de detergência e capacidade de formação de
espumas
A detergência consiste na capacidade que um surfactante possui de remover a sujidade oleosa de uma
superfície. Os surfactantes com maior capacidade detergente são os do tipo aniônico.
Para ocorrer a remoção da sujeira, é necessário
que os surfactantes estejam acima de uma
concentração específica denominada
concentração micelar crítica (CMC). Acima da
CMC, que é tabelada para cada surfactante,
ocorre a formação de estruturas chamadas de
micelas. 
Essas micelas são formadas pelas moléculas
dos surfactantes, as quais, por sua vez, estão
organizadas de maneira que a porção apolar do
surfactante esteja voltada para o interior da
micela e a polar, para a parte externa, conforme
ilustra a imagem ao lado.
As micelas presentes nas formulações possuem
a capacidade de capturar as sujidades oleosas
em seu interior, enquanto a parte externa permanece em contato com a água. Dessa maneira, ocorre a
formação de uma emulsão que é facilmente arrastada pela água durante o enxágue do produto. 
Quando uma formulação contendo surfactantes aniônicos em concentração acima da CMC é agitada, ocorre
formação de espuma, que são pequenas bolhas de ar que entram na solução. Portanto, a agitação que ocorre
durante a aplicação desse tipo de formulação sobre a pele ou os cabelos proporciona a formação da espuma.
Atenção
A espuma não possui relação com a efetividade de limpeza; entretanto, os consumidores costumam
fazer essa associação, levando às indústrias a formular produtos com tal característica. 
Sabonetes sólidos
Sabonetes tradicionais
Os sabonetes sólidos tradicionais são normalmente constituídos por misturas de ácidos graxos na forma de
sais de sódio. Esses ácidos (na forma de sais de sódio) são obtidos graças ao processo químico chamado de
saponificação, que consiste na reação de hidrólise alcalina de triglicerídeos, ou seja, é a reação de óleos ou
gorduras catalisada por uma base forte (hidróxido de sódio, por exemplo) com a produçãode um sal de ácido
carboxílico de cadeia longa (sabão).
Os óleos e gorduras de origem natural são a principal matéria-prima para a produção de sabonetes sólidos.
Veja, a seguir, observações importantes sobre as matérias-primas utilizadas na fabricação do sabonete:
Sabão
Moléculas anfifílicas, os sabões frequentemente são chamados de surfactantes naturais por conta de
seu processo de obtenção. 
Saiba mais
Atualmente, o mercado conta com sabonetes sólidos que não utilizam a saponificação em seu processo
de fabricação, e sim surfactantes aniônicos sintéticos que, mesmo sendo similares aos sabões,
conferem uma limpeza mais suave para a pele e com um menor potencial irritante para ela. 
Gorduras de origem animal 
O sebo animal, por possuir cadeias graxas
com 16 a 18 carbonos em sua estrutura, é
comumente utilizado, pois sua presença
reduz uma possível irritação da pele além de
conferir dureza ao sabonete.
Entretanto, utilizar apenas sebo de animal na
produção produz um sabonete que não
forma espuma adequadamente, o que não é
bem aceito pelos consumidores.
Óleos Vegetais 
Já o emprego de óleos de origem
vegetal na composição do sabonete,
como óleos de coco e babaçu, por
exemplo, conferem um aumento da
produção de espuma. Esses óleos são
normalmente utilizados em uma
concentração de 20%, acima disso os
sabonetes tornam-se “babentos” em
contato prolongado com a água,
gerando uma sensação desagradável
além de desgastarem mais
rapidamente.
Além dos sabões e dos surfactantes, os sabonetes tradicionais podem conter outros componentes em sua
formulação, como:
Hidratantes
Atuam protegendo o estrato córneo contra potenciais agressões dos sabões e surfactantes.
Exemplos: óleo mineral, óleo de amêndoas e pantenol.
Soluções tampão
Atuam ajustando o pH da formulação para um valor mais próximo ao da pele.
Corantes
Tendo uma função exclusivamente estética para o produto, os corantes não influenciam na
capacidade de limpeza dos sabonetes. Exemplo: dióxido de titânio.
Fragrâncias
São frequentemente adicionadas para mascarar o odor dos demais componentes da formulação, além
de proporcionarem uma experiência mais agradável e prazerosa ao consumidor.
Conservantes
Atuam inibindo o crescimento microbiológico na formulação. Exemplos: parabenos e fenoxietanol.
Sabonetes glicerinados
Os sabonetes glicerinados, assim como os tradicionais, possuem sabões, embora eles não sejam solubilizados
para tornarem-se transparentes. Para isso, utiliza-se o álcool etílico em concentração superior a 15%
associado a umectantes, como propilenoglicol, glicerina e sorbitol.
Os sabonetes glicerinados formam menos espuma que os tradicionais e normalmente possuem a
adição de dietanolamina de ácido graxo de coco para aumentar a formação de espuma. Graças à
presença de altas concentrações de glicerina, esse tipo de sabonete é considerado menos irritante
para a pele e com uma limpeza mais suave.
Sabonetes líquidos
Os sabonetes líquidos são formulações
semelhantes aos xampus; entretanto, possuem,
em sua composição, elevadas concentrações
de surfactantes (45 a 60%). Eles podem ser
transparentes ou perolados, tendo o aspecto
cremoso e apresentando intensa formação de
espuma. 
Os surfactantes aniônicos lauril sulfato de sódio
e lauril éter sulfato de sódio são os mais
utilizados nas formulações de sabonetes
líquidos devido ao seu alto poder de limpeza e
sua intensa capacidade de formar espumas.
Os sabonetes líquidos, por não contarem com
os sabões em sua composição, fornecem uma limpeza mais suave e com menor potencial de irritação da pele,
sendo comumente utilizados para a remoção da sujidade presente na pele do rosto. Além disso, possuem, em
sua formulação, uma concentração mais elevada de emolientes (silicones, óleo mineral, óleo de amêndoas
etc.), o que proporciona mais maciez a pele devido à deposição desses componentes sobre ela, mesmo após
o enxágue.
Produzindo sabonetes
O doutor Vinícius Viana apresentará na prática a produção de um sabonete sólido e falará sobre os cuidados
que devem ser tomados ao longo do processo. Vamos lá!
Conteúdo interativo
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Vem que eu te explico!
Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar.
Surfactantes
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Grau de detergência e capacidade de formação de espumas
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Verificando o aprendizado
Questão 1
Os sabonetes são produtos cosméticos amplamente utilizados na rotina diária de cuidado e higiene da pele.
Utilizando seus conhecimentos sobre sabonetes sólidos, aponte a alternativa correta.
A
Os sabonetes glicerinados são transparentes, pois possuem apenas glicerina em sua composição.
B
Os sabonetes tradicionais possuem, em sua composição, surfactantes obtidos por meio do processo químico
chamado de saponificação.
C
Os sabonetes sólidos glicerinados são potencialmente mais irritantes para a pele que os tradicionais.
D
Sabonetes tradicionais produzem espuma abundante, sem a necessidade da adição de outros componentes
em sua formulação.
E
Sabonetes sólidos não podem conter outros componentes além dos surfactantes.
A alternativa B está correta.
Os sabonetes tradicionais são majoritariamente formulados a partir da reação de hidrólise alcalina de
triglicerídeos, ou seja, é a reação de óleos ou gorduras catalisada por uma base forte (hidróxido de sódio,
por exemplo) com a produção de um sal de ácido carboxílico de cadeia longa (sabão). Os sabões são
moléculas anfifílicas frequentemente chamadas de surfactantes naturais.
Questão 2
Os sabonetes líquidos são formulações semelhantes aos xampus, embora possuam, em sua composição,
elevadas concentrações de surfactantes. Sobre isso, assinale a alternativa correta.
A
Por possuírem elevadas concentrações de surfactantes, os sabonetes líquidos possuem mais potencial
irritante que os sólidos.
B
Os surfactantes mais utilizados na formulação dos sabonetes líquidos são os do tipo catiônicos.
C
As formulações líquidas de sabonetes somente podem ter surfactantes em sua composição.
D
Os sabonetes líquidos só podem ser transparentes e não formam espuma adequadamente.
E
Os sabonetes líquidos fornecem uma limpeza mais suave e com menor potencial de irritação da pele devido à
ausência de sabões em sua composição.
A alternativa E está correta.
Os sabonetes líquidos são formulados utilizando surfactantes sintéticos, que possuem uma ação
detergente mais suave que a dos sabões utilizados nos sabonetes sólidos.
3. Produtos capilares
Estrutura do fio de cabelo
Os cabelos não possuem uma função vital, isto é, sua existência não é primordial para a sobrevivência.
Entretanto, eles possuem uma enorme importância em relação à autoestima, além de conferirem ao couro
cabeludo proteção térmica e contra a radiação ultravioleta. 
Cada fio de cabelo consiste em uma raiz localizada na derme e uma haste que se projeta até a superfície da
pele (ver figura adiante). Seu crescimento se divide em três fases:
Anágena
Fase de crescimento do novo fio, a anágena dura de 2 a 6 anos, podendo chegar a 8. Quanto mais
longa essa fase, mais tempo o cabelo é capaz de crescer. Em média, o fio cresce 1mm a cada 3 dias.
Catágena
Fase de transição entre o crescimento do fio e a fase de repouso, a catágena dura de 2 a 3 semanas;
nessa etapa, ocorre a pausa da divisão celular. Em tal fase, o folículo capilar se retrai, enquanto sua
base fica próximo da superfície da pele, logo abaixo da glândula sebácea. Também ocorre nela a
suspensão da produção de melanina, o que ocasiona uma ausência de pigmentação na extremidade
inferior do fio.
Telógena
É a fase de repouso do folículo piloso. Nessa etapa, o fio de cabelo envelhecido cai espontaneamente
ou permanece ancorado nas paredes do folículo até que um novo fio o empurre para fora. A fase
telógena dura, em média, de 3 a 5 anos.
Estrutura da raiz do fio de cabelo.
Folículo piloso – circundatoda a região da raiz do fio de cabelo, sendo formado por células epiteliais.
Bulbo – região da base da raiz e do folículo piloso, o bulbo é ligeiramente maior que o resto da raiz.
Essa região recebe os vasos sanguíneos que irrigarão as células presentes na matriz capilar.
Papila – região aonde chegam os vasos sanguíneos.
• 
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• 
Matriz – é a região da raiz que contém as células em crescimento ativo. Essas células são a única fonte
de novos fios de cabelo.
Músculo eretor do fio – músculo responsável por levantar ou abaixar o fio, respondendo a estímulos
externos, como as alterações de temperatura, por exemplo.
Glândula sebácea – reveste o fio de cabelo com sebo e se abre no folículo piloso.
 
A haste do fio de cabelo surge do bulbo da raiz e é produzida pela multiplicação dos queratinócitos
localizados na matriz. O crescimento desse fio é semelhante ao das células da pele: conforme outras vão
surgindo, as células mais velhas são empurradas para a parte superior, longe do suprimento de sangue, o que
leva à morte celular e à queratinização delas.
A haste do fio de cabelo, dessa forma, é formada inteiramente por células mortas compostas
majoritariamente de queratina.
Sua estrutura microscópica está ilustrada na figura a seguir:
Estrutura microscópica do fio de cabelo.
Protofibrila – cada protofibrila é composta por quatro cadeias de queratina torcidas na forma de um
cabo.
Microfibrilas – é o conjunto de 11 protofibrilas firmemente aderidas umas as outras.
Macrofibrilas – são formadas pela coleção de microfibrilas.
Células corticais – um conjunto de feixes de macrofibrilas forma as células corticais, que são as
responsáveis por conferir força e elasticidade ao cabelo.
Córtex – principal componente da haste do cabelo, o córtex é formado pelas células corticais e por
uma matriz amorfa de proteínas de enxofre, as quais, por sua vez, são responsáveis pela forma do fio.
Já a melanina presente no córtex é quem confere coloração aos fios de cabelo. As mudanças causadas
por coloração oxidativa, modelagem térmica e alisamentos permanentes ocorrem no córtex, cujas
propriedades ópticas afetam o brilho e a cor do fio.
Cutícula – camada mais externa do fio, a cutícula é formada por células achatadas e queratinizadas que
se sobrepõem na forma de escamas. Ela é a camada-alvo dos produtos condicionadores, pois é um
fator determinante da textura do fio. Além disso, atua como barreira, protegendo o fio e regulando a
perda de água.
 
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A fibra capilar é formada por fibras de queratina, que são longas cadeias moleculares proteicas interligadas
entre si tanto por ligações fortes, como as de dissulfeto, quanto fracas, como a Van der Waals e a de
hidrogênio. Por se tratar de uma proteína, a queratina é formada por aminoácidos, sendo a cisteína um dos
mais importantes e responsável pelas ligações de dissulfeto.
Essas ligações contribuem para a forma e a
textura do cabelo. As de dissulfeto, por
exemplo, são consideradas fortes, pois não
podem ser quebradas pela ação do calor ou
pela água, sendo necessária uma reação
química para que a ligação entre as moléculas
de cisteína seja desfeita.
As demais ligações químicas são facilmente
desfeitas pela ação do calor e da água.
Contudo, elas são momentâneas e retornam ao
seu estado inicial com o término do estímulo.
Xampu
Xampus são produtos cosméticos grau 1 e possuem como função remover a sujidade (sebo, suor, poeira,
resíduos de outros cosméticos etc.) do fio e do couro cabeludo. Como a maioria das impurezas que se
depositam sobre os cabelos não é solúvel em água, para removê-los se faz necessário o uso do xampu, que
contém, em sua composição, os surfactantes.
Dos diversos tipos de surfactantes, os do tipo
aniônico são os mais utilizados nos xampus
devido à sua alta capacidade de detergência e
à sua baixa capacidade de deposição nos fios,
conferindo um melhor enxágue. O laurilsulfato
de sódio e o miristato de sódio são alguns
exemplos de surfactante aniônicos comumente
encontrados em formulações de xampu.
A presença desses surfactantes poderá causar
irritação nos olhos caso eles entrem em contato
com a região ocular. Para reduzir essa possível
irritação, outros tipos podem ser utilizados, como os surfactantes anfóteros. Além disso, os xampus contêm
diversos tipos de componentes em suas formulações com objetivos distintos.
Enumeraremos agora alguns desses componentes:
1 - Espessantes
Aumentam a viscosidade do xampu para facilitar a aplicação sobre os cabelos. Exemplos: cloreto de
sódio, celulose, álcool polivinílico, diestearato de polietilenoglicol 6000, dioleato de metilglicose PEG
120, hidroxipropilmetilcelulose, hidroxietilcelulose e goma xantana.
2 - Conservantes
Evitam o crescimento microbiano na formulação. Exemplos: parabenos, metilcloroisotiazolinona,
fenoxietanol, benzoato de sódio e caprilil glicol.
3 - Opacificantes e agentes perolizantes
Possuem funções exclusivamente estéticas para proporcionar um aspecto perolado e cintilante,
transmitindo a sensação de cremosidade à formulação. Exemplos: ésteres de poliglicol e
opacificantes de látex.
4 - Condicionantes
Embora a função do xampu seja a limpeza, cabelos secos, coloridos ou descoloridos têm o brilho
reduzido, e esse processo é agravado pelo uso de xampus sem agentes condicionantes. Exemplos:
glicerina, silicone e dimeticona.
5 - Soluções tampão
Os surfactantes normalmente tornam o pH dos xampus alcalino, o que não é interessante, pois isso
promoveria um inchaço da cutícula. Os tampões são utilizados para tornar o pH neutro e reduzir
danos aos fios. Exemplos: ácidos cítrico e glicólico.
6 - Agentes quelantes
São utilizados para aumentar a estabilidade dos produtos, pois se ligam aos íons metálicos, que
podem estar presentes na água. Exemplos: EDTA e seus derivados.
7 - Outros ingredientes
São usados para melhorar a experiência do consumidor com o produto, mas não influenciam na
função de limpeza dos xampus. Exemplos: corantes, perfumes, extratos naturais e óleo vegetais.
Xampu anticaspa
Os xampus anticaspa são produtos cosméticos grau 2, pois apresentam uma função adicional à limpeza.
Desse modo, sua atividade anticaspa precisa ser comprovada por meio de ensaios laboratoriais e clínicos.
Forma branda da dermatite seborreica, a caspa se apresenta na forma de manchas secas e
descamação do couro cabeludo. Isso ocorre devido ao aumento da renovação celular e
consequentemente ao aumento do número de células mortas, as quais, por sua vez, formam
agregados visíveis no couro cabeludo.
A caspa pode aparecer em todos os tipos de cabelo; entretanto, ela ocorre de maneira mais frequente em
pessoas com cabelos oleosos. Fatores ambientais e estresse podem contribuir para o surgimento e o aumento
da caspa, embora suas causas não sejam ainda totalmente descritas. Os xampus anticaspa são xampus
convencionais com a adição de ingredientes ativos que reduzem a descamação da pele e a taxa de renovação
celular, além de promoverem uma ação antimicrobiana. Os ativos comumente encontrados nesses produtos
são o cetoconazol, o ácido salicílico e o piritionato de zinco.
Assim como os xampus convencionais, os
anticaspa contêm diversos tipos de
componentes em suas formulações. 
Listaremos alguns deles a seguir: 
• Espessantes.
• Conservantes.
• Opacificantes e agentes perolizantes.
• Condicionantes.
• Soluções tampão.
• Agentes quelantes.
Condicionadores
Cosméticos grau 1, os condicionadores são utilizados após a lavagem dos fios com o xampu e possuem a
função de:
 
Proporcionar maciez e brilho.
Facilitar o penteado dos cabelos.
Além disso, os xampus deixam os fios de cabelo carregados negativamente devido à presença dos
surfactantes aniônicos, o que promove o surgimento de frizz e deixam os cabelos com aparência ressecada.
Os condicionadores, que possuem surfactantes catiônicos, se depositam sobre os fios, anulando essas
cargas. 
Os agentes condicionantes são principais ingredientes dos condicionadores. Dos diversos agentes disponíveis
no mercado, podemoscitar os seguintes:
Quaternários
São surfactantes catiônicos que, graças à sua carga positiva, anulam as cargas negativas do fio e se
depositam em sua superfície, tornando-o menos suscetível à eletricidade estática e deixando o
cabelo mais macio. Exemplos: cloretos de cetrimônio, de cetiltrimetilamônio, de esteralcônio e de
beheniltrimetilamônio.
Formadores de filme
Revestem o fio com uma fina camada de polímero e preenchem pequenos espaços na cutícula. A
película formada pelo polímero deixa um aspecto mais brilhante ao fio. Exemplos: polivinilpirrolidona
(PVP), dimeticona, feniltrimeticona, amodimeticona e ciclometicona.
Proteínas
Os condicionadores com uma pequena quantidade de proteínas podem aumentar a resistência do fio
a quebras. As proteínas são hidrolisadas para serem capazes de penetrar na haste do fio: quanto
maior o tempo de contato, mais profundamente elas conseguem penetrar. Exemplo: colágeno
hidrolisado.
• 
• 
Silicones
Formam uma camada sobre o fio sem deixar o aspecto oleoso. Alguns silicones são resistentes à
água. Exemplos: ciclometicona e dimeticona.
Sobreengordurante
Tem a função de repor gorduras removidas pelo processo de lavagem dos fios. Exemplos: Manteiga
de muru-muru, de cupuaçu, de karité e de manga; óleos de maracujá e de andiroba; palmitato de
isopropila; feniltrimeticona; amodimeticona; dimeticona; e ciclometicona.
Atenção
Atualmente há diversos textos e vídeos “demonizando” algumas matérias-primas presentes em
formulações de xampus e condicionadores. Entretanto, um produto cosmético, seja ele qual for, é muito
mais do que apenas um ingrediente: o mesmo componente, afinal, é capaz de atuar com mais de uma
função, podendo inclusive estar presente no produto para fornecer estabilidade ou aumentar a
segurança da formulação, não tendo sequer ação sobre os cabelos ou a pele. 
Nesse contexto, é preciso ter extremo cuidado e senso crítico ao decidir condenar e banir um ingrediente,
pois uma formulação cosmética é um sistema complexo com interações físico-químicas variadas – e não
apenas um componente isolado. Além disso, a Anvisa constantemente fiscaliza e revisa a segurança e a
eficácia dos ingredientes cosméticos, baseando-se em evidência científica, isto é, utilizando dados de artigos
científicos publicados em revistas internacionais. 
Dessa maneira, se o ingrediente do produto utilizado é autorizado pela agência regulatória e está presente na
formulação dentro da faixa de concentração permitida, isso significa que ele é seguro. 
Saiba mais
Para saber quais ingredientes são proibidos em formulações cosméticas consulte, a RDC nº 529, de 4 de
agosto de 2021. 
Análise físico-química de cosméticos capilares
Vejamos os principais testes aplicados na análise físico-química de amostras de xampu (pH, densidade e
viscosidade), com o doutor Vinícius Viana. Vamos lá!
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Vem que eu te explico!
Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar.
Xampu
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Condicionadores
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Verificando o aprendizado
Questão 1
Utilizando seus conhecimentos sobre xampus e condicionadores, indique a opção correta. 
I – Em sua formulação, os xampus possuem surfactantes aniônicos; os condicionadores, surfactantes
catiônicos. 
II – A principal função dos xampus é promover a remoção das sujidades presentes no fio e no couro cabeludo. 
III – Os condicionadores anulam as cargas positivas deixadas pelo xampu após a lavagem dos cabelos. 
IV – Xampus anticaspa possuem ativos que reduzem a descamação do couro cabeludo. 
V – Todos os xampus e condicionadores são classificados como cosméticos grau I.
A
I, II e V.
B
I, III e IV.
C
I, II e IV.
D
II e III.
E
II, IV e V.
A alternativa C está correta.
Os condicionadores, que possuem surfactantes catiônicos, anulam as cargas negativas deixadas pelo
xampu após a lavagem dos cabelos devido à presença dos surfactantes aniônicos na composição dele. Os
xampus anticaspa são classificados como cosméticos grau 2.
Questão 2
O fio de cabelo é uma estrutura complexa e formada por várias camadas microscópicas que influenciam no
formato e na textura no cabelo. Nesse contexto, aponte a opção correta sobre a estrutura do fio de cabelo.
A
A fibra capilar é formada por fibras de queratina.
B
O crescimento do fio de cabelo pode ser dividido em duas etapas: anágena e telógena.
C
As macrofibrilas são a principal estrutura do fio de cabelo.
D
As células corticais se organizam como escamas e possuem a função de proteger o fio de cabelo.
E
A melanina, que confere coloração aos fios, está presente na cutícula do fio de cabelo.
A alternativa A está correta.
A principal estrutura do fio de cabelo é a queratina, que forma estruturas mais complexas e maiores. Essas
estruturas se ligam entre si por meio de ligações de dissulfeto, que são fortes, e de Van der Waals e de
hidrogênio, que são ligações do tipo fracas.
4. Dentifrícios
Cavidade oral
Quando pensamos em produtos dentifrícios, fazemos uma associação direta com os dentes. 
Entretanto, a cavidade oral é composta, além
deles, por:
 
Lábios.
Gengivas.
Mucosa.
Glândulas salivares.
Língua.
Palato (vulgarmente chamado de céu da
boca).
Assoalho da boca (região onde a língua
repousa).
Além de possuir uma microbiota específica e complexa. Complexidade essa que se deve à presença constante
de saliva, que, sendo rica em açúcares e aminoácidos, fornece um meio ideal para o crescimento microbiano.
Os adultos possuem 32 dentes permanentes, que começam a nascer em torno dos seis anos de idade e
gradativamente vão substituindo os decíduos (os chamados “dentes de leite”). 
Além de desempenharem um papel fundamental na mastigação e na fala, os dentes impactam
diretamente na autoestima e na qualidade de vida de homens e mulheres. 
Os dentes podem ser divididos em duas partes: 
Coroa
Região visível que fica acima da gengiva.
Raiz
Localizada dentro da gengiva.
A figura a seguir ilustra as principais regiões anatômicas dos dentes:
• 
• 
• 
• 
• 
• 
• 
Principais estruturas anatômicas do dente.
Esmalte – parte externa branca dos dentes, o esmalte é a substância mais resistente do corpo humano.
Sua função é evitar o desgaste do dente devido à mastigação. O cálcio presente nele se encontra na
forma de hidroxiapatita, enquanto sua manutenção é dependente do pH da boca.
Dentina – camada semelhante a um osso com coloração levemente amarelada, a dentina constitui a
maior parte do dente. Na região da coroa, ela é recoberta pelo esmalte, garantindo a sua proteção. A
dentina é uma região mais porosa e sensível, sendo mais suscetível ao desgaste se ficar exposta.
Cavidade pulpar – é a região onde se encontram os vasos sanguíneos e as terminações nervosas por
meio do canal radicular.
Problemas orais mais comuns
Muitos problemas orais são decorrentes da má higiene bucal. Eles poderiam ser evitados com o uso adequado
e regular dos produtos cosméticos de higiene oral.
Entre esses problemas, podemos citar:
Placa
A formação de placa ocorre constantemente nos dentes e constitui uma película incolor de bactérias
e açúcares (biofilme). Caso ela não seja removida adequadamente todos os dias, pode ocorrer o seu
endurecimento (chamado de tártaro).
• 
• 
• 
Cárie
Segundo a Organização Mundial da Saúde - World Health Organization - (2020), a cárie é a doença
crônica com a maior prevalência dos países industrializados. Ela surge como pequenos orifícios de
coloração marrom na superfície dos dentes devido à perda de cálcio e fosfato do esmalte deles. Isso
é ocasionado pela presença de substâncias ácidas produzidas pelas bactérias cariogênicas
(especialmente de Streptococcus mutans), que aumentam o seu crescimento após a ingestão de
açúcares. É importante destacar que as cáries se formam gradativamente ao longo do tempo e
quando não ocorre a realizaçãoda higiene adequada do local.
Tártaro
Também chamado de cálculo dentário, o tártaro é o endurecimento (calcificação) da placa dentária.
Ele pode se formar sob as gengivas, causando uma irritação no tecido. Devido ao processo de
calcificação, o tártaro não pode ser removido pela escovação, sendo necessária a sua retirada por um
odontólogo. Em longo prazo, ele causa uma coloração amarelo-amarronzada nos dentes.
Gengivite
Processo inflamatório das gengivas, a gengivite se dá pela presença de uma placa. Resultado: as
gengivas ficam inchadas e podem sangrar facilmente. Ela é a etapa inicial da doença periodontal e, se
não for tratada adequadamente, pode evoluir, atingindo o osso que sustenta o dente, que é a principal
causa de perda dos dentes em adultos. 
Mau hálito
Também chamado de halitose, o mau hálito se caracteriza pelo mau cheiro proveniente da boca. As
bactérias presentes nela produzem diversas substâncias que, oriundas do seu processo metabólico,
possuem um mau cheiro. Essas bactérias são influenciadas por vários fatores, como alimentação,
fumo, bebida, higiene oral e sono. A salivação da boca permite a eliminação dessas bactérias, porém,
no período do sono, ocorre uma redução na produção de saliva, o que permite um aumento na
multiplicação bacteriana. Com o acúmulo das bactérias nesse período, ocorre, dessa maneira, a
geração do mau hálito matinal.
Produtos para cuidado oral
Creme dentifrício
Os cremes dentifrícios ou dentais são
popularmente conhecidos como pastas de
dentes. Entretanto, isso configura um erro
conceitual em relação às formas farmacêuticas
– o que, para a população leiga, é
compreensível, ainda que seja algo inaceitável
para farmacêuticos.
Revendo as definições de algumas formas
farmacêuticas, obtemos, segundo a
Farmacopeia brasileira (2019), o seguinte:
Pasta
É a pomada que contém uma grande quantidade de sólidos em dispersão (pelo menos 25%). A pasta
tem de atender às especificações estabelecidas para pomadas.
Pomada
Forma farmacêutica semissólida para aplicação na pele ou em membranas mucosas, a pomada
consiste na solução ou na dispersão de um ou mais princípios ativos em baixas proporções em uma
base adequada – em geral, não aquosa.
Creme
Forma farmacêutica semissólida, o creme é uma emulsão formada por uma fase lipofílica e uma
hidrofílica. Ele contém um ou mais princípios ativos dissolvidos ou dispersos em uma base apropriada,
sendo utilizado normalmente para aplicação externa na pele ou nas membranas mucosas.
Como podemos observar a partir das definições da Farmacopeia brasileira, pastas e cremes são formas
farmacêuticas muito distintas, embora ambas possam ser utilizadas em mucosas. De maneira geral, as pastas
e pomadas possuem um sensorial desagradável, com resíduo oleoso e de difícil enxágue.
Atenção
Por isso, os cremes são mais aceitos pelos consumidores, pois não deixam esse resíduo desagradável e
são facilmente removidos durante o enxágue do produto. Observe a embalagem do seu dentifrício de
uso diário e note que não está escrito “pasta”, e sim creme dental! 
Os dentifrícios possuem a função de ajudar a remover a placa e auxiliar na manutenção do hálito fresco. Além
disso, melhoram a limpeza mecânica realizada pela escova de dente.
Os dentifrícios possuem em sua formulação diversos componentes. Entre eles, destacam-se os seguintes:
1
Abrasivos
São ingredientes que limpam e dão polimento aos dentes. O grau de limpeza que os abrasivos
fornecem é diretamente ligado ao tamanho e ao formato da partícula. Partículas muito grandes
podem danificar as gengivas e o esmalte. Os abrasivos devem possuir formato arredondado e liso.
Exemplos: sílica hidratada, fosfato de cálcio, carbonato de cálcio e bicarbonato de sódio.
2
Surfactantes
Auxiliam na limpeza pela capacidade de remoção de produtos oleosos e na formação de espuma.
Normalmente, são utilizados surfactantes aniônicos. Exemplos: lauril sulfato de sódio, lauril fosfato
de sódio e lauril sulfato de magnésio.
3Espessantes
São utilizados para aumentar a viscosidade do creme a fim de garantir que ele permaneça sobre as
cerdas da escova e não escorra. Além disso, auxiliam na estabilidade da formulação, evitando que os
componentes abrasivos sedimentem. Exemplos: carboximetilcelulose, hidroxietilcelulose, alginato de
sódio e goma xantana.
4
Umectantes
Umectantes evitam que o dentifrício seque e endureça, tendo a sua remoção da embalagem
dificultada. Além disso, conferem brilho ao produto. Exemplos: glicerina, sorbitol e propilenoglicol.
5
Conservantes
Conservantes evitam o crescimento microbiano na formulação. Exemplos: parabenos e benzoato
de sódio. 
6
Edulcorantes
Empregados para mascarar o sabor amargo e desagradável dos componentes da formulação, os
edulcorantes são agentes adoçantes que precisam ser utilizados em pequenas quantidades para não
fornecer um sabor extremamente doce ao produto. Exemplos: aspartame, sacarina sódica e sorbitol.
7
Flavorizantes
Conferem sabor aos produtos dentifrícios, sendo a parte que mais influencia na escolha do
consumidor. Tradicionalmente, os sabores de menta e hortelã são aqueles que mais predominam em
cremes dentais para adultos, enquanto os de frutas são os mais usados nos produtos infantis.
Exemplos: hortelã-pimenta, mentol, óleo de cravo, óleo de eucalipto, aroma de manga e morango.
8
Ativos anticárie
São utilizados para prevenir o surgimento da cárie e fortalecer o esmalte do dente. O ativo mais
utilizado é o flúor: presente em cerca de 95% dos cremes dentifrícios, ele possui a capacidade de
acelerar a reposição dos minerais que compõem o esmalte e de desacelerar a perda deles, o que
contribui para a manutenção do esmalte do dente.
Enxaguatórios bucais
Os enxaguatórios bucais são soluções límpidas (e geralmente coloridas) que possuem a função de refrescar o
hálito, embora possam conter ativos que contribuem para a prevenção da cárie e da gengivite, além de auxiliar
no processo de remoção da placa. 
Os ingredientes majoritariamente presentes nos produtos enxaguatórios são:
1
Solventes
São utilizados como veículo da formulação. Água e etanol são os solventes mais comumente
encontrados. O álcool, além de solubilizar os óleos essenciais presentes nos enxaguatórios, possui
uma ação antibacteriana, o que contribui para o processo de remoção da placa, além de promover
uma sensação de frescor na boca.
2
Umectantes
Umectantes inibem a formação de cristais em torno da tampa do produto, além de poderem
contribuir com um sabor adocicado. Exemplos: glicerina e sorbitol.
3
Surfactantes
Surfactantes são empregados para solubilizar os óleos essenciais utilizados, além de fornecerem
uma ação espumante. Exemplos: poloxameres, polisorbatos e lauril sulfato de sódio.
4
Adstringentes
Adstringentes agem mascarando o mau hálito temporariamente.Exemplos: cloridrato de zinco,
etanol e hamamélis.
5Conservantes
Embora os enxaguatórios bucais frequentemente tenham etanol em sua formulação, o espectro
antimicrobiano do álcool pode não abranger todos os microrganismos com o potencial de contaminar
a formulação. Dessa maneira, se faz necessário o uso de outros agentes conservantes. Exemplos:
parabenos, benzoato de sódio e ácido benzoico.
6
Edulcorantes
Assim como nos cremes dentais, sua presença visa a mascarar o sabor amargo dos componentes
da formulação. Exemplos: aspartame, sacarina sódica e sorbitol.
7
Flavorizantes
Além de favorecerem a aceitação do produto pelo consumidor, os flavorizantes também contribuem
para a ação refrescante do produto. Exemplos: menta, mentol e eucalipto. 
8
Ativos anticárie
Da mesma forma como nos cremes dentais, a presença do flúor para fortalecer o esmalte do dente é
frequente. Além disso, muitos enxaguatórios bucais, em sua formulação, têm a clorexidina, que
possui uma ação inibitória da formação de placa e da gengivite. Outros ativos frequentemente
presentes nos enxaguatórios são os óleos essenciais, pois, além de contribuírem para o caráter
refrescante do produto, possuem uma ação antimicrobiana.
Clareadores dentais:o que são e como agem?
O doutor Vinícius Viana apresentará a estrutura do dente, os princípios ativos utilizados no clareamento dental
e como essas substâncias agem. Vamos acompanhar! 
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Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar.
Creme dentifrício
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Enxaguatórios bucais
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Verificando o aprendizado
Questão 1
Sabe-se que realizar uma higienização adequada da cavidade oral é essencial para fazer a manutenção da
saúde bucal e evitar o surgimento de problemas orais, como cáries e tártaro, por exemplo. Dessa maneira,
aponte a opção verdadeira sobre produtos para o cuidado oral.
A
Pasta de dente e creme dental são termos sinônimos.
B
Abrasivos têm a função de aumentar a viscosidade de cremes dentifrícios.
C
O flúor é o ativo anticárie mais utilizado em dentifrícios.
D
Espessantes atuam mascarando o sabor amargo dos dentifrícios.
E
Flavorizantes são utilizados para evitar o crescimento de microrganismos na formulação.
A alternativa C está correta.
O flúor é amplamente utilizado como um ativo nos produtos dentifrícios, sendo encontrado em cerca de
95% desses produtos à disposição no mercado. O flúor atua fortalecendo o esmalte do dente e reduzindo a
probabilidade de ocorrer a formação de cárie devido à sua capacidade de acelerar a reposição dos minerais
presentes no esmalte.
Questão 2
Enxaguatórios bucais são amplamente usados como adjuvantes no cuidado oral, isto é, auxiliam na
manutenção da limpeza da cavidade oral realizada pela escovação. Sobre esses enxaguatórios, assinale a
opção correta.
A
Surfactantes são utilizados para inibir a formação de cristais na tampa do produto.
B
Devido à presença do etanol, não é necessário utilizar conservantes na formulação.
C
Umectantes são empregados para solubilizar os óleos essenciais.
D
Adstringentes conferem um sabor adocicado aos enxaguatórios.
E
São soluções límpidas e normalmente possuem etanol como solvente.
A alternativa E está correta.
O etanol é amplamente utilizado como solvente para solubilizar os demais componentes da formulação;
além disso, atua como agente antibacteriano e contribui para a sensação de frescor na boca,
apresentando, portanto, mais de uma função na formulação.
5. Conclusão
Considerações finais
Como verificamos neste conteúdo, os produtos para higiene pessoal abrangem diversos cosméticos e
diferentes tecnologias e modos de ação. Cada produto possui uma composição específica, embora diversos
componentes sejam comuns a mais de um deles.
Apontamos, em seguida, que o mau odor sudoral é ocasionado pelo processo metabólico das bactérias
presentes nas axilas que utilizam o suor como substrato para seu desenvolvimento e sua multiplicação. Em
relação aos produtos capilares, pontuamos que os condicionadores atuam neutralizando as cargas negativas
deixadas no fio pelos surfactantes presentes no xampu.
Ao falarmos sobre os sabonetes, destacamos as diferenças entre os sólidos e os líquidos, frisando como o
processo químico de saponificação é importante e utilizado na produção de sabonetes sólidos. Por fim, vimos
que as pastas e os cremes dentais não são sinônimos: na verdade, eles constituem formas farmacêuticas
distintas. Também demonstramos como os produtos dentifrícios atuam evitando problemas orais. 
Podcast
Para encerrar, ouça sobre a importância da higiene pessoal para a saúde, os principais produtos para
este fim e as inovações neste ramo. Com a palavra, o doutor Vinícius Viana.
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Assista:
 
Ao vídeo NUNCA VI 1 CIENTISTA. O câncer de mama e o alumínio, no canal YouTube, publicado em: 27
out. 2020.
 
Ao vídeo NUNCA VI 1 CIENTISTA. Tudo sobre low poo e no poo, no canal YouTube, publicado em: 15
set. 2020.
Referências
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA INDÚSTRIA DE HIGIENE PESSOAL, PERFUMARIA E COSMÉTICOS. Panorama do
setor de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos. São Paulo: ABIHPEC, 2021.
 
BAKI, G.; ALEXANDER, K. S. Introduction to cosmetic formulation and technology. 1. ed. Nova Jersey: Wiley,
2015.
 
BRASIL. Farmacopeia brasileira. 6. ed. Brasília: Anvisa, 2019.
 
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CORRÊA, M. A. Cosmetologia: ciência e técnica. 1. ed. São Paulo: Medfarma, 2012.
 
DALTIN, D. Tensoativos: química, propriedades e aplicações. 1. ed. São Paulo: Blucher, 2011.
 
LEONARDI, G. R. Cosmetologia aplicada. 1. ed. São Paulo: Medfarma, 2005.
 
NAMER, M.; LUPORSI, E.; GLIGOROV, J.; LOKIEC, F.; SPIELMANN, M. The use of deodorants/antiperspirants
does not constitute a risk factor for breast cancer. Bull cancer. v. 95. 2008. p. 871-880.
 
SOUZA, E. I.; MACHADO, K. E. Importância da medula na estrutura capilar. Cosmetics & toiletries Brasil. v. 31.
2019. p. 50-56.
 
WORLD HEALTH ORGANIZATION. Oral health. Publicado em: 25 mar. 2020.
	Produtos de higiene pessoal
	1. Itens iniciais
	Propósito
	Objetivos
	Introdução
	1. Desodorantes e antitranspirantes
	Glândulas sudoríparas
	Glândulas écrinas
	Glândulas apócrinas
	Origem do odor sudoral
	Água e eletrólitos
	Proteínas e lipídeos
	Aminoácidos
	Lipídeos
	Desodorantes
	Saiba mais
	Bifenóis
	Triclosan
	Ethylhexyloxyglycerin
	Óleos essenciais
	Antitranspirantes (antiperspirantes)
	Atenção
	Formas de apresentação
	Roll-on
	Veículo aquoso
	Veículo hidroalcoólico
	Veículo à base de silicone
	Sticks
	Desodorantes sticks
	Antitranspirantes sticks
	Aerossóis
	Desodorantes aerossóis
	Antitranspirantes aerossóis
	Hiperidrose e o uso de desodorantes / antitranspirante
	Conteúdo interativo
	Vem que eu te explico!
	Desodorantes
	Conteúdo interativo
	Antitranspirantes (antiperspirantes)
	Conteúdo interativo
	Verificando o aprendizado
	2. Sabonetes
	Cosméticos de limpeza
	A forma de apresentação
	O grau de limpeza que fornece
	Surfactantes
	Atenção
	Surfactantes aniônicos
	Surfactantes catiônicos
	Surfactantes não iônicos
	Surfactantes anfóteros
	Grau de detergência e capacidade de formação de espumas
	Atenção
	Sabonetes sólidos
	Sabonetes tradicionais
	Saiba mais
	Hidratantes
	Soluções tampão
	Corantes
	Fragrâncias
	Conservantes
	Sabonetes glicerinados
	Sabonetes líquidos
	Produzindo sabonetes
	Conteúdo interativo
	Vem que eu te explico!
	Surfactantes
	Conteúdo interativo
	Grau de detergência e capacidade de formação de espumas
	Conteúdo interativo
	Verificando o aprendizado
	3. Produtos capilares
	Estrutura do fio de cabelo
	Anágena
	Catágena
	Telógena
	Xampu
	1 - Espessantes
	2 - Conservantes
	3 - Opacificantes e agentes perolizantes
	4 - Condicionantes
	5 - Soluções tampão
	6 - Agentes quelantes
	7 - Outros ingredientes
	Xampu anticaspa
	Condicionadores
	Quaternários
	Formadores de filme
	Proteínas
	Silicones
	Sobreengordurante
	Atenção
	Saiba mais
	Análise físico-química de cosméticos capilares
	Conteúdo interativo
	Vem que eu te explico!
	Xampu
	Conteúdo interativo
	Condicionadores
	Conteúdo interativo
	Verificando o aprendizado
	4. Dentifrícios
	Cavidade oral
	Coroa
	Raiz
	Problemas orais mais comuns
	Placa
	Cárie
	Tártaro
	Gengivite
	Mau hálito
	Produtos para cuidado oral
	Creme dentifrício
	Pasta
	Pomada
	Creme
	Atenção
	Abrasivos
	Surfactantes
	Espessantes
	Umectantes
	Conservantes
	Edulcorantes
	Flavorizantes
	Ativos anticárie
	Enxaguatórios bucais
	Solventes
	Umectantes
	Surfactantes
	Adstringentes
	Conservantes
	Edulcorantes
	Flavorizantes
	Ativos anticárie
	Clareadores dentais: o que são e como agem?
	Conteúdo interativo
	Vem que eu te explico!
	Creme dentifrício
	Conteúdo interativo
	Enxaguatórios bucais
	Conteúdo interativo
	Verificando o aprendizado
	5. Conclusão
	Considerações finais
	Podcast
	Conteúdo interativo
	Explore +
	Referências

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