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PROCESSO CIVIL PETIÇÃO INICIAL É a peça processual que da origem a uma relação jurídico processual civil. Através da PI, o autor provoca o judiciário para que decida sobre o seu pedido contra o réu. Lembrando que o judiciário não age de oficio, precisa ser provocado. Na petição, o autor deve demonstrar a existência das condições da ação: no atual CPC, as condições são possibilidade jurídica do pedido, interesse e legitimidade – o novo CPC eliminou a possibilidade jurídica do pedido e manteve como condições interesse e legitimidade. A PI deve indicar: 7 o juízo a qual se dirige (lembrando que a vara cível é a vala comum, ou seja, quando não houver juízo especializado para a demanda proposta, deve ser enviada para a varal cível); a qualificação das partes, que é a identificação. Se o autor não possuir os dados, pode solicitar aos órgãos públicos competentes. A PI não pode ser indeferida pela falta de qualificação, se isso acontecer cabe recurso de agravo de instrumento; os fatos e seus fundamentos jurídicos; o pedido com suas especificações; o valor da causa; as provas; opção ou não pela conciliação e mediação. Se a PI tiver defeitos ou irregularidades, o magistrado deve indicar o que deve ser corrigido, e o autor tem prazo de 15 dias para fazer as correções. Se o autor não corrigir os erros, a petição inicial será indeferida sem resolução do mérito. Caso a demanda seja extinta sem resolução do mérito, o autor poderá propor outra vez porém terá que arcar com as custas processuais novamente. Extinta a demanda em 3 oportunidades, ocorre a perempção. Se isso acontecer, o autor não poderá propor nova ação contra o mesmo réu e com o mesmo objeto. Petição Inicial – o réu é citado Reconvenção: o advogado do reconvindo é intimado através da imprensa INDEFERIMENTO DA PETIÇÃO INICIAL A petição inicial pode ser indeferida pelo magistrado antes mesmo da citação do réu. O autor apresenta a petição inicial em face do réu. No NCPC, os requisitos para indeferimento da petição inicial encontram-se no art. 330. A petição inicial será indeferida quando: for inepta; a parte for manifestamente ilegítima; quando não atendidas as determinações dos arts. 106 e 321 NCPC. A demanda será extinta por meio de uma sentença (que obviamente não discute o mérito do pedido). Esta sentença permite recurso de apelação. O apelante apresenta em juízo suas razoes de apelação. Ao receber o recurso de apelação, o magistrado tem 5 dias para retratar-se. Se não o fizer, o réu será citado para responder ao recurso. Os autos serão remetidos para o TJ, que pode concordar ou discordar do ato judicial. Se o TJ reformar a decisão, o prazo para contestação começa a contar a partir da publicação, dando ciência do retorno dos autos. INÉPCIA DA PETIÇÃO INICIAL: Considera-se a PI inepta quando: lhe faltar pedido ou causa de pedir; o pedido for indeterminado (exceto nas hipóteses que a lei permite pedido indeterminado); da narração dos fatos não decorrer decisão lógica; contiver pedidos incompatíveis entre si. IMPROCEDÊNCIA LIMINAR DO PEDIDO O art. 332 permite que em algumas situações que dispensam a fase instrutória, o juiz pode julgar liminarmente como improcedente o pedido formulado na PI, como em caso de prescrição ou decadência. Na hipótese de indeferimento liminar da PI, a sentença é definitiva, porque a demanda é encerrada com resolução do mérito. PEDIDO O pedido é que fixa os limites da sentença. Deverá ser certo e determinado, salvo em casos onde a lei permite pedidos genéricos. O pedido genérico admite-se nas ações de dissolução de sociedade, por exemplo. É vedado ao magistrado julgar: Ultra petita: mais do que pedido Citra/infra petita: menos do que pedido Extra petita: fora do pedido O magistrado deve julgar de acordo com que foi pedido, sendo vedado que conheça de outras circunstâncias não alegadas pelas partes. O pedido pode ser imediato, que é o tipo de providencia que se busca em juízo (sentença declaratória, condenatória, mandamental etc.) ou mediato, que é o bem da vida pleiteado em juízo. O bem pode ser corpóreo (aqueles que podemos ver/tocar/medir) ou incorpóreo (que não pode ser visto/tocado/medido, como direitos autorais. O pedido pode ser simples (1 item) ou complexto (quando abrange vários itens, alternativo, sucessivo ou subsidiário). Pedido alternativo – caracteriza-se quando, pela natureza da obrigação, o devedor pode cumpri-la por mais de um modo, ou seja, o devedor pode utilizar apenas 1 das formas pelas quais a obrigação pode ser cumprida. Pedido sucessivo – é aquele formulado cumulativamente com outro pedido. Pedido subsidiário – nesse pedido, o juiz somente atenderá o pedido posterior quando não for possível acolher o anterior. O autor formula 2 pedidos, para que o juiz acolha o subsidiário se não for possível acolher o principal. Pedido incluindo prestações periódicas – as prestações que se vencerem durante o curso da demanda são consideradas como parte do pedido. Para demandar prestações que vencerem após a sentença, deve-se ajuizar uma nova ação. CUMULAÇÃO DE PEDIDOS: é possível a cumulação de pedidos, desde que sejam seguidas as normas legais: Os pedidos devem ser compatíveis entre si; O mesmo juízo deve ser competente para tratar de ambos; Sejam adequados para todos os pedidos o mesmo rito ou procedimento. Sempre que houver cumulação de pedidos, o procedimento deverá ser comum. Esse fato deve ser comunicado expressamente ao magistrado. VALOR DA CAUSA O valor da causa deve ser atribuído mesmo quando não se busca o pagamento de prestação pecuniária. O valor da causa é importante para: 5 determinar a competência do juízo; perante JECs tramitam causas com valor até 40 salários mínimos determinar o rito ou procedimento a ser seguido (valor até 60 salários mínimos o rito será sumário) determinar as custas processuais (atualmente 1% do valor da causa) determinar os honorários advocatícios (10% a 20% do valor da causa) IMPUGNAÇÃO DO VALOR DA CAUSA O autor deve indicar na PI o valor da causa. No velho CPC, o valor da causa pode ser impugnado por meio de petição autônoma, separado da contestação. Já no novo CPC isso mudou, o réu pode impugnar o valor da causa por meio de preliminar de contestação. O juiz pode determinar de oficio a retificação do valor da causa. O incidente relativo ao valor da causa poderá ser resolvido: por meio de decisão interlocutória, a qual desafia o agravo de instrumento; através de sentença, a qual desafia o recurso de apelação. PRELIMINARES DE CONTESTAÇÃO No art. 337 do novo CPC encontram-se matérias que devem ser analisadas antes da defesa do mérito pois, se acatadas, levam à extinção do processo. As preliminares de contestação são: 13 inexistência ou nulidade da citação – a falta de citação acarreta a nulidade de todos os atos processuais subsequentes; incompetência absoluta e relativa – a incompetência relativa considera o valor e o território, enquanto a absoluta considera a matéria; incorreção do valor da causa; inépcia da petição inicial; perempção; litispendência; coisa julgada; conexão; incapacidade da parte, defeito de representação ou falta de autorização; convenção de arbitragem; ausência de legitimidade ou de interesse processual; falta de caução ou de outra prestação que a lei exige como preliminar. CONTESTAÇÃO A contestação é um instrumento de defesa do réu. Na contestação, o réu exerce em plenitude seu direito de defesa, combatendo a pretensão do autor. Trata-se de um prazo exclusivo do réu. O réu deve alegar na contestação toda a matéria de defesa, inclusive as suplementares para o caso das defesas principais não serem reconhecidas. A contestação deve se manifestar de maneira clara e precisa sobre cada um dos fatos na PI. Deve rebater artigo por artigo, para que a defesa seja completa. Os fatos não contestados são reconhecidos como verdadeiros, ou seja, incide a presunção de veracidade.A presunção de veracidade não se aplica quando: 3 não for admitida confissão – não se admite confissão quando forem discutidos direitos indisponíveis (questões relativas a alimentos, paternidade, etc.); quando o negócio jurídico exigir forma especifica para ser praticado (envolvendo bem imóvel, pessoa incapaz, etc.); se os fatos alegados na contestação estiverem em contradição com a defesa. Na contestação, cabe ao réu apresentar defesa direta ou indireta contra o processo e contra o mérito. Assim, o réu poderá: negar os fatos (contestação geral). Nesse caso, o réu não admite os fatos que embasam o pedido do autor; admitir os fatos em que se baseia o autor, porém negar as consequências jurídicas pretendidas; admitir os fatos em que se baseia o autor, bem como suas consequências jurídicas, porem alegar outros fatos impeditivos, modificativos ou extintivos do direito do autor (ex: prescrição = impeditivo, pagto parcial = modificativo) alegar fatos que, tendo por conteúdo um direito seu, impeçam a pretensão do autor (ex: compensação). Cabem defesas posteriores à contestação nos seguintes casos: em matérias relativas a direito ou fato superveniente; matérias que competirem ao juiz conhecer de oficio; matérias que puderem ser formuladas em qualquer tempo e grau de jurisdição (como suspeição, por exemplo). O prazo para contestação é de 15 dias, e o termo inicial será a data: da audiência de mediação ou conciliação; do protocolo do pedido de cancelamento da audiência de conciliação ou de mediação apresentado pelo réu; data prevista no art. 231, de acordo com modo como foi feita a citação, nos demais casos. No novo CPC, o réu deve ajuizar ação reconvencional na própria peça de contestação. RECONVENÇÃO Reconvenção é uma ação do réu contra o autor da ação principal, no mesmo processo e juízo em que é demandado. No velho CPC, a reconvenção deve ser proposta separadamente da contestação. No novo CPC isso mudou, a reconvenção deve ser proposta do corpo da contestação. As partes na reconvenção são o reconvinte (é aquele que oferece a reconvenção, réu da ação principal) e o reconvindo (é aquele contra quem é proposta a reconvenção, autor da ação principal). A reconvenção foi criada com objetivo de obter economia e celeridade processual. Alguns pressupostos são necessários para admissibilidade da reconvenção: 5 que haja uma causa pendente; que não esteja precluso o prazo para defesa; que o juiz seja competente para apreciar ambos pedidos; que haja identidade de rito ou procedimento; que a reconvenção seja conexa com a ação principal ou com os fundamentos da defesa. A reconvenção só poderá ser utilizada se a ação principal tramitar sob o rito comum ordinário. Se o rito for sumario, não se fala em reconvenção pois neste caso é possível formular pedido contraposto. A reconvenção deverá atentar aos requisitos da petição inicial. A petição da reconvenção pode ser emendada/aditada. Também pode ser indeferida por inépcia. O reconvindo terá prazo de 15 dias para se manifestar sobre a reconvenção. No atual CPC, a ação de reconvenção e a ação principal deverão ser julgadas pela mesma sentença. No novo CPC, o magistrado pode julgar antecipadamente a lide ou a ação reconvencional. Se o autor da ação principal desistir, a reconvenção prosseguirá, posto que conta com objeto autônomo. RITO OU PROCEDIMENTO – é o modo por meio do qual são praticados atos processuais. O rito deve seguir ordem lógica e cronológica estabelecida no CPC ou nas leis esparsas e extravagantes. O rito comum ordinário é o padrão, aplicado a todas as espécies de procedimento. RITO SUMÁRIO De acordo com o velho CPC, o rito sumario será adotado em função do valor ou da matéria da causa. No novo CPC não tem mais rito sumario. Rito sumaríssimo aplica-se No rito sumário, o réu será citado nos termos da ação, bem como da data da audiência. Neste rito, a contestação é apresentada no dia da audiência. O CPC admite a contestação oral. RITO ORDINÁRIO No rito ordinário, a contestação deve ser apresentada no prazo de 15 dias (tanto no velho quanto no novo CPC). Cabe atentar ao dia do inicio da contagem, a saber: Citação pelo correio: prazo conta a partir da juntada ao autos do AR (aviso de recebimento); Da juntada ao autos do mandato (citação através de oficial de justiça); Cartas precatórias (utilizadas pelos juízes de direito hierarquicamente): prazo conta a partir da juntada aos autos da carta; Carta rogatória: utilizada por estados soberanos; Carta de ordem: utilizada entre órgãos judiciários de hierarquia diferente. Editalícia (éditos): decorrido o prazo do edital, cabe ao cartório certificar e a data desta certidão é a que começará a contar o prazo; Citação eletrônica: a partir do envio do e-mail; Litisconsórcio: a partir da juntada aos autos do ultimo mandado de citação. Art. 329 NCPC – pedido Art. 292 NCPC – valor da causa Art. 330 NCPC – Inépcia da Petição Inicial
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