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( 9 ) UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP Graduação em Enfermagem RELATÓRIO DE AULA PRÁTICA DE PRATÍCA PRODOPÊUTICA E PROCESSOS DE CUIDAR DA SAÚDE DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE Prof. Hosana de Pinho da Silva Maria Janaína de Lima Protazio UP20202659 Manaus – AM 2022 Introdução Os cuidados com a saúde do recém-nascido tem importância fundamental para a redução da mortalidade infantil, assim como a promoção de melhor qualidade de vida e a diminuição de desigualdades em saúde. No período neonatal, momento de grande vulnerabilidade na vida, concentram-se riscos biológicos, ambientais, socioeconômicos e culturais, havendo necessidade de cuidados especiais, com atuação oportuna, integral e qualificada de proteção social e de saúde, direitos reconhecidos pelo Estatuto da Criança e do Adolescente. Objetivos O objetivo de nosso relatório é evidenciar os cuidados que devem ser prestados diariamente pela profissional da saúde ao recém-nascido. Tais trâmites foram apresentados na aula pratica no dia 19/10/2022 e tiveram como tema Reflexos distribuídos em: reflexos primitivos, banho no recém-nascido, anamnese e exame físico, checagem dos sinais vitais, propedêutica e ausculta. Materiais e Métodos Definiremos materiais e métodos como as ferramentas necessárias para desenvolver o processo. Antropômetro, fita métrica, luvas de procedimento, termômetro, estetoscópio, algodão, otoscópio, balança, álcool 70%, banheira, gazes. Resultados e discussão 1.1 Reflexos Primitivos Com base nos objetivos trabalhados no laboratório, foi visto que os reflexos primitivos funcionam como respostas automáticas do organismo desde o nascimento. O desenvolvimento da criança segue alguns padrões tanto em relação ao crescimento físico quanto à questão neuropsicomotora. O teste de reflexo de preensão acontece quando pressionamos a palma da mão ou a planta do pé do recém-nascido e o estímulo deve ter como resultado a flexão dos dedos dos pés e das mãos. O teste de reflexo de preensão é simples, o reflexo acontece quando pressionamos a palma da mão ou a planta do pé do recém-nascido e o estímulo deve ter como resultado a flexão dos dedos dos pés e das mãos. Entre 4 e 6 meses, os reflexos do recém-nascido são substituídos pelas ações voluntarias. O reflexo de sucção é desencadeado pela estimulação dos lábios. É possível observar a sucção vigorosa e a sua ausência é sinal de disfunção neurológica grave. Quando o mamilo toca no céu da boca do recém-nascido, ele já começa a fazer movimentos de sucção. O reflexo de Galant tem a função de colocar o estímulo tátil na região dorso lateral. Para que esse reflexo aconteça, devemos colocar o recém-nascido de barriga para baixo sobre as mãos e encostar com os dedos os dois lados da sua coluna, primeiro de um lado e depois do outro e imediatamente o bebê vai responder ao estímulo curvando a coluna na direção do lado estimulado. O reflexo de Babinski tem algumas similaridades com o reflexo de preensão, no entanto, a diferença é que a sola do pé é pressionada com mais firmeza, o que faz com que o dedão do pé do recém-nascido se movimente para cima, indo em direção ao peito do pé. Durante o movimento, os outros dedos se esticam. No reflexo de Moro, segure o bebê com as duas mãos, colocando uma nas costas e outra apoiando seu pescoço e cabeça, depois, deve deixa-lo cair de um a dois centímetros, sem nunca retirar as mãos de debaixo de suas costas. Esse reflexo é uma resposta a uma ação ou som, que pode acordar o recém-nascido logo quando é posto para deitar. O reflexo de fuga à asfixia consiste em colocar o recém-nascido com a face voltada para o colchão e ele conseguir virar o rosto em alguns segundos para liberar o nariz e respirar. Caso isso não ocorra, o recém-nascido deve ter acompanhamento profissional. O reflexo da marcha é desencadeado por inclinação do tronco do recém-nascido após a obtenção do apoio plantar. Pode se observar o cruzamento das pernas, uma à frente da outra. O reflexo de busca ou procura tem a função de estimular a face ao redor da boca. É possível notar a rotação da cabeça na tentativa de buscar o objeto, seguido de reflexo de sucção do mesmo. De início é comum que o recém-nascido mexa a cabeça de um lado para o outro antes de conseguir encontrar o seio de sua mãe. Após os primeiros dias de vida, o reflexo se aprimora e depois o bebê consegue se posicionar sem grandes dificuldades. Caso algum dos reflexos observados não ocorram, o recém-nascido deve ter acompanhamento especial. 1.2 Banho no recém-nascido Nesse tópico da aula prática foi ensinado que antes de começar a dar o banho no recém-nascido é importante ver se o local está com a temperatura aquecida entre 22°C e 25°C, reunindo todo material que será utilizado na hora e pós banho, preparar a água na banheira, que deve ficar entre os 36°C e 37°C, sabendo que, o recém-nascido perde muito calor nesse momento, o banho não deve demorar mais de 10 minutos. Foi apresentado um passo a passo na aula prática de como dar banho no recém-nascido: · Segurar o recém-nascido com a cabeça, repousando sobre a mão do executor e com o tronco sobre o antebraço para promover segurança e conforto; · Ocluir os meatos acústicos externos do recém-nascido com os dedos médio e polegar da mesma mão que segura a cabeça para evitar que a água no canal auditivo; · Aproximar a cabeça para o interior da banheira e evite que a água caia fora da banheira; · Higienizar a face, incluindo os olhos de dentro para fora e as orelhas externas com a água aquecida, utilizando bolas de algodão umedecidas ou com o próprio dedo enluvado em movimentos únicos e suaves; · Higienizar o couro cabeludo com a água aquecida e o sabonete neutro com movimentos manuais suaves sem esfregar e enxague o couro cabeludo com água morna; · Secar a face e a cabeça com a toalha em movimentos compreensivos suaves e utilizar a ponta da toalha para secar as orelhas externas e as narinas; · Colocar o recém-nascido na água lentamente, segure-o firmemente pelo braço abaixo da axila com uma das mãos do executor, deixando que a cabeça repouse sobre o seu antebraço para evitar estresse e perda de calor; · Desenrolar o recém-nascido conforme o precedendo a higiene e realizar a higiene do pescoço, dos membros superiores, do tórax anterior, do abdome incluindo o coto umbilical e dos membros inferiores com a água aquecida e o sabonete neutro; · Utilizar bolas de algodão para a higiene em regiões com maior sujidade aderida se for necessário e enxague toda parte anterior do corpo com a água aquecida e remova o sabonete neutro e sujidades; · Higienizar a genitália e o períneo com a água aquecida e um pouco de sabonete neutro com movimentos manuais suaves; · Virar o recém-nascido na posição ventral, segurando-o firmemente pelo braço, abaixo da axila com a outra mão, deixando que a cabeça repouse sobre seu antebraço; · Higienizar as costas, os glúteos, os membros inferiores e a região anal com água aquecida e o sabonete neutro com movimentos manuais suaves, depois enxaguar toda parte posterior do corpo com água aquecida; · Retirar o recém-nascido da banheira, enrole-o em uma toalha macia e seca e leve-o a um local seguro, secar o recém-nascido com a toalha com movimentos compreensivos suaves, atentando para áreas de dobra. É importante seguir os passos corretamente para que não ocorra complicações no recém-nascido. 1.3 Anamnese e exame físico Entende–se por Anamnese como uma entrevista conduzida pelo profissional em consultório com o objetivo de identificar os sintomas do paciente e chegar ao diagnóstico de uma doença. Logo, foi exposto na aula prática que, a anamnese se inicia com o estabelecimento de uma relação de respeito e confiança com a criança e sua família. Na primeira consulta deve ser obtida a história completa do paciente e essas informações devem ser atualizadas a cada retorno. O tópico da anamnese inicia com: A identificaçãodeve constar o nome, gênero, data de nascimento, idade, etnia, naturalidade, nacionalidade, nome dos pais, endereço e outros dados para contato. Os antecedentes o obstétrico é o número de gestações anteriores, sua evolução, tipo de parto, internações anteriores, diagnósticos, tempo de amamentação dos filhos anteriores, dados da gestação atual com as informações obtidas no pré-natal, resultados de exames obstétricos, resultados de exames sorológicos e todas as informações sobre vacinação, intervenções cirúrgicas, procedimentos, complicações, medicamentos e hábitos. Os dados do parto são a duração do trabalho de parto e da expulsão, alterações no foco fetal, tipo de parto, tempo se ruptura da bolsa, características do líquido amniótico, doses utilizadas durante o trabalho de parto e as características da placenta. Por último as condições de nascimento que deve ser apresentado horário de nascimento, sexo do recém-nascido, generalidade, peso, comprimento, tempo da primeira respiração, primeiro choro, momento da ligadura do cordão e eventuais manobras utilizadas durante a receção da criança. Na aula pratica também foi citado sobre a realização de exame físico completo do recém-nascido nas primeiras 24 horas de vida. Os exames começam com uma serie de medições que incluem peso, comprimento e circunferência da cabeça. Para verificar o perímetro cefálico: primeiro deve utilizar fita métrica flexível, pois a mesma pode esticar; colocar a fita em torno da cabeça do bebê, passar pelos pontos acima da sobrancelha e orelha e em torno da saliência occipital. Nos casos em que a circunferência da cabeça está sendo verificada diariamente a cabeça deverá ser marcada nos pontos principais para que não haja inconsistência nas medidas. Se a circunferência da cabeça do bebê está acima do normal ou abaixo do normal, uma avaliação mais detalhada é necessária. Para a verificar o perímetro abdominal: começar a levantar o tórax do recém-nascido suavemente e envolva o abdômen com a fita métrica, passe-o por trás do mesmo e traga para frente até que a ponta encontre o valor referente à mensuração desejada; organize o recém-nascido com o auxílio da mãe; retire as luvas e higienize suas mãos. Para verificar o perímetro torácico: levantar o tórax do recém-nascido suavemente e passe a fita por trás do mesmo e traga-o a frente até que a ponta encontre o valor referente à mensuração desejada. Para verificar a estatura: colocar a régua perpendicular ao corpo da criança encostando a cabeça na extremidade fixa da régua; esticar completamente o corpo segurando a cabeça na linha média, centrada ao eixo do corpo, colocar a mão sobre os joelhos, os mantendo juntos e os empurrando suavemente em direção ao colchão para baixo. Segurar os tornozelos do bebê e deslizar a peça móvel até encostar nos calcanhares mantendo os joelhos bem estendidos. Para verificar o peso: antes de pesar o bebê é importante pesar o cueiro que será realizado no procedimento da pesagem; enrole o recém-nascido sobre o cueiro e coloque-o no prato da balança; verifique o peso apresentado e desconte o peso do cueiro do peso apresentado na balança e depois retire o bebê da balança. Para calcular o IMC: basta dividir o peso da criança em kg, pela altura ao quadrado. O resultado será o valor do IMC que deverá ser verificado na tabela de crescimento. O intervalo dos sinais vitais neonatais são: Temperatura de 36,5°C a 37,6°C; o enfermeiro precisa ficar atento com a temperatura do ambiente para que não esteja muito frio e causa uma hipotermia no recém-nascido assim evitando alarme falso na temperatura do bebê. Ritmo cardíaco de 120 a 160min. Frequência cardíaca de 36 a 60min. Pressão arterial deve ser medida com uma braçadeira de tamanho neonatal, adequada e devidamente ajustada; normalmente só é medida se houver suspeita de patologias renais ou cardiovasculares. Neonatos também sentem dor e nenhum profissional de saúde deve apagar a dor, pois mesmo que ele não tenha desenvolvimento o suficiente para apontar onde sente a dor, pode-se saber que há algo de errado pelo choro da criança; a principal dor de um bebê é causada pela cólica e o enfermeiro tem que ficar atento sempre para amenizar a dor e solicitar tratamento para dor como sedações e analgesia. Os recém-nascidos reagem à dor com alterações comportamentais, fisiológicas, bioquímicas e hormonais. Evitar procedimentos desnecessários, prever episódios que possam ser dolorosos e agir para prevenir ou minimizar a dor (farmacológico e não farmacológico). Inspeção deve apresentar abdome semigloboso, com perímetro de 2-3cm menor que o cefálico; avaliar diástase dos músculos retos abdominais, condições do coto umbilical, presença de artéria umbilical única, secreção na base do coto umbilical ou eritema da pele ao redor da implantação umbilical, ainda devem ser detectados defeitos da parede abdominal; avaliar a presença de hérnias umbilical e inguinal. Percussão é possível determinar o tamanho do fígado, acompanhando o som submaciço; som timpânico. Palpação deve apalpar e descrever as características do fígado, palpar o polo inferior do baço, apalpar os rins, verificar a presença de massas abdominais descrevendo sua localização, forma, tamanho, mobilidade, consistência e eventuais irregularidades de superfície. 1.4 Ausculta A avaliação neurológica inclui a postura, movimentação espontânea, resposta ao manuseio e choro; estar atento ao estado de alerta da criança, esperando o recém-nascido acordar para realização do exame; é importante avaliar os reflexos primitivos, caracterizados por respostas motora involuntária a um estímulo; mediados por mecanismos neuromusculares subcorticais; desaparecem com o curso normal de maturação do sistema neuromuscular e desenvolvimento de mecanismo corticais inibitórios. O tórax do recém-nascido é simétrico, com um arredondamento leve e com a distância ântero-posterior maior que a sua largura. No sistema respiratório, avaliar o padrão respiratório quanto à frequência e amplitude dos movimentos e sinais de esforço respiratório. A respiração é abdominal e quando predominantemente torácica e com retração indica dificuldade respiratória. A frequência cardíaca do recém-nascido varia entre 120 a 160 batimentos por minuto e é muito importante investigar a presença de abaulamento precordial e turgência jugular; fazer a palpação dos pulsos centrais e periféricos é obrigatório; faça a palpação nos pulsos e nos quatro membros comparando os dois membros superiores e inferiores. Indo para o crânio, avalie o perímetro cefálico, faça a palpação do crânio, verificando as suturas e fontanelas anterior e posterior; verifique se há deformidades transitórias dependentes da apresentação cefálica ou tocotraumatismo, malformações e hidrocefalia. Na região do pescoço, inspecionar e palpe a linha mediana; inspecionar e palpar a região lateral do pescoço e explorar a mobilidade e tônus cervical; checar se há hematoma de esternocleidomastóideo e torcicolo congênito; palpar ambas as clavículas para a descartar fraturas; checar a presença de higroma cístico, pescoço alado e excesso de pele cervical. Antes de examinar o abdome, observar a forma do mesmo. A distensão abdominal pode ser devida à ascite, visceromegalia, obstrução ou perfuração intestinal. Observar se a distensão é supre umbilical, infra umbilical ou de todo o abdome; quando encontrado abdômen escavado associado a dificuldade respiratória severa, é sugerido um diagnóstico de hérnia diafragmática. Observar se há anomalias congênitas como onfalocele, gastrosquize, hérnia umbilical e inguinal, extrofia de bexiga. Identifique no cordão umbilical se duas artérias e uma veia. Checar se há presença de massas abdominais. Genitália masculina: a palpação da bolsa escrotal permite verificar a presença ou ausência dos testículos do recém-nascido que pode ser encontrado também nos canais inguinais e a existência de hidrocele. A hipospadia é o meato uretral na face períneo-escrotal do pênis. a epispádia é a falha no fechamento dauretra na parede dorsal; pode acometer toda uretra, associando-se frequentemente com extrofia vesical. Genitália feminina: os pequenos lábios e o clitóris são naturalmente proeminentes. Checar sinequia de pequenos lábios; secreção vulvar mucosa esbranquiçada e às vezes hemorrágica, pode ocorrer em decorrência da passagem de estrógeno materno para o feto nas últimas semanas de gestação. Os membros superiores e inferiores do recém-nascido devem ser avaliados com relação à simetria, amplitude de movimento e sinais de malformação; sindactilia parcial entre o segundo e terceiro dedo é uma variação comum observadas em recém-nascidos normais. Neonatos geralmente possuem a região plantar com pregar e coxins de gordura proeminentes; o avaliador deve realizar a manobra chamada Ortolani, que consiste na flexão dos membros inferiores seguida da abdução da coxa para pesquisas de luxação congênita da anca de quadril. Na existência de uma displasia de quadril, ocorre um estalo que é o sinal de Ortolani; o avaliador também deve conferir se os joelhos estão na mesma altura. Conclusão Fica evidenciado a importância e finalidade da aula prática que foi base para este relatório e, diante do exposto, conclui-se que compreender a importância do acompanhamento do recém-nascido no desenvolvimento neuropsicomotor, é imprescindível bem como é possível compreender que para que isso ocorra é necessário conhecer os parâmetros que envolvem o pré-natal, a caderneta da criança, os cuidados com o recém-nascido, a necessidade do acompanhamento, o primeiro banho no recém-nascido e a importância de realizar o exame físico do recém-nascido. Também foi abordado sobre o desenvolvimento neuro motor, que envolve os reflexos do recém-nascido, tanto primitivos quanto posturais. O objeto de pesquisa do relatório que foi síntese da aula pratica ministrado em 19/10/2022 fornece um leque de informações a qual se torna base para o sucesso do trabalho do profissional de saúde neonatal e infere diretamente para o sucesso e qualidade de vida do recém-nascido. Referências Bibliográficas Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Atenção à saúde do recém-nascido: guia para os profissionais de saúde. 2. ed. atual. – Brasília (DF): Ministério da Saúde; 2014. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Atenção humanizada ao recém-nascido: Método Canguru: manual técnico. 3a ed. Brasília (DF): Ministério da Saúde; 2017. MEDEIROS, J. S.; MASCARENHAS, M. F. P. Banho Humanizado em recém-nascido prematuros de baixo peso em uma enfermaria canguru. Rev. Ter. Ocup. Univ. São Paulo, V.21, N.01, P. 51-60, Janeiro / Abril 2010. Clube de Leitura Quindim https://quindim.com.br reflexos primitivos WHALEY, L.F.; WONG, D.L. Enfermagem Pediátrica: Elementos Essenciais à Intervenção Efetiva. 2 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1989. image1.png