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Legislação Escolar
Introdução
A legislação escolar no Brasil é um pilar fundamental para a organização e o funcionamento do sistema educacional, 
garantindo direitos, estabelecendo deveres e definindo diretrizes para a qualidade do ensino. Este documento explora os 
principais marcos legais que regem a educação brasileira, desde as bases constitucionais até os programas e diretrizes mais 
específicos, oferecendo uma visão abrangente sobre o arcabouço normativo que molda a escola no país.
Sumário
Bases Fundamentais
Legislação Escolar (p.1)
A Educação e as Constituições 
(p.3)
A educação nas Constituições do 
século XX (p.4)
A Educação Escolar na LDB (p.6)
As Leis de Diretrizes e Bases 
(LDB) (p.7)
A LDB atual: Lei nº 9.394, de 1996 
(p.8)
Plano Nacional de Educação 
(PNE) (p.9)
PNE: breve histórico (p.10)
O PNE atual (p.11)
Marcos Normativos dos Sistemas 
de Ensino (p.12)
Programas Essenciais do 
FNDE
Os Programas do FNDE (p.5)
Programa Nacional de 
Alimentação Escolar (PNAE) 
(p.13)
Programa Nacional do Livro e do 
Material Didático (PNLD) (p.14)
Programa Dinheiro Direto na 
Escola (PDDE) (p.15)
Programa Nacional de Apoio ao 
Transporte do Escolar (PNATE) 
(p.16)
Programa de Apoio aos Sistemas 
de Ensino para Atendimento à 
Educação de Jovens e Adultos 
(PEJA) (p.17)
Programa Nacional de Tecnologia 
Educacional (ProInfo) (p.18)
Fundo de Manutenção e 
Desenvolvimento da Educação 
Básica (FUNDEB) (p.19)
Diretrizes e Regulamentações 
Complementares
Sistema Nacional de Avaliação da 
Educação Básica (SAEB) (p.20)
Diretrizes Curriculares Nacionais 
(DCNs) (p.21)
Base Nacional Comum Curricular 
(BNCC) (p.22)
Planos Estaduais e Municipais de 
Educação (p.23)
Lei de Cotas nas Universidades (Lei 
nº 12.711/2012) (p.24)
Programas de Financiamento 
Estudantil (p.25)
Programa Nacional de Acesso ao 
Ensino Técnico e Emprego 
(PRONATEC) (p.26)
Conselho Nacional de Educação 
(CNE) (p.27)
Estatuto da Criança e do 
Adolescente (ECA) e Educação 
(p.28)
Diretrizes Operacionais para a 
Educação do Campo (p.29)
Diretrizes Operacionais para a 
Educação Especial na perspectiva 
da Educação Inclusiva (p.30)
Referências Bibliográficas (p.31)
A Educação e as Constituições
A trajetória da educação nas Constituições brasileiras revela a evolução do pensamento político e social sobre o papel do 
Estado na garantia do direito à educação. Desde a primeira Constituição, outorgada em 1824, durante o Império, até a atual 
Carta Magna de 1988, é possível identificar avanços significativos no reconhecimento da educação como direito fundamental 
e dever do Estado.
A Constituição Imperial de 1824, ainda que de forma incipiente, já trazia em seu texto a garantia da instrução primária gratuita 
a todos os cidadãos, além da criação de colégios e universidades. No entanto, é importante ressaltar que o conceito de 
cidadania naquele período era restrito, excluindo escravos e, na prática, grande parte da população.
Com a Proclamação da República e a promulgação da Constituição de 1891, houve uma descentralização da responsabilidade 
educacional, atribuindo aos estados a competência para legislar sobre o ensino primário e secundário, enquanto à União cabia 
a organização do ensino superior. Essa primeira Constituição republicana estabeleceu também a laicidade do ensino 
ministrado nos estabelecimentos públicos, marcando uma separação entre Estado e Igreja no âmbito educacional.
11824 - Constituição Imperial
Garantia de instrução primária gratuita a todos os 
cidadãos e criação de colégios e universidades.
2 1891 - Primeira Constituição 
Republicana
Descentralização da educação e estabelecimento 
da laicidade do ensino público.31934 - Segunda Constituição 
Republicana
Educação como direito de todos, dever da família e 
dos poderes públicos. Criação dos sistemas 
educacionais.
4 1988 - Constituição Cidadã
Educação como direito social fundamental, 
estabelecimento de princípios para o ensino e 
definição de responsabilidades dos entes 
federados.
As Constituições posteriores, especialmente a partir de 1934, ampliaram gradativamente o reconhecimento da educação 
como direito social, estabelecendo princípios, diretrizes e competências específicas para cada nível de ensino. Esse processo 
culminou com a Constituição de 1988, conhecida como "Constituição Cidadã", que consagrou a educação como direito social 
fundamental, estabelecendo princípios como a gratuidade do ensino público, a valorização dos profissionais da educação e a 
gestão democrática do ensino público.
A educação nas Constituições do século XX
O século XX foi marcado por intensas transformações políticas, sociais e econômicas no Brasil, refletidas nas diversas 
Constituições promulgadas nesse período. Cada uma dessas Cartas trouxe avanços e, por vezes, retrocessos no tratamento 
dado à educação, influenciados pelos contextos históricos em que foram elaboradas.
Constituição de 1934
A Constituição de 1934, elaborada após a Revolução de 
1930 e influenciada pelo Manifesto dos Pioneiros da 
Educação Nova de 1932, representou um marco importante 
ao dedicar um capítulo específico à educação. Estabeleceu a 
educação como direito de todos, devendo ser ministrada 
pela família e pelos poderes públicos. Instituiu a gratuidade 
e obrigatoriedade do ensino primário, a liberdade de ensino, 
a criação de fundos específicos para a educação e a 
elaboração de um Plano Nacional de Educação. Definiu 
também percentuais mínimos da receita de impostos a 
serem aplicados na educação pelos diferentes entes 
federados.
Constituição de 1937
Com o advento do Estado Novo, a Constituição de 1937 
representou um retrocesso em relação à anterior. O ensino 
passou a ter uma orientação mais autoritária, com ênfase no 
ensino cívico, na educação física e nos trabalhos manuais. A 
gratuidade do ensino não foi garantida de forma ampla, 
sendo mantida apenas para aqueles que comprovassem 
insuficiência de recursos. Fortaleceu-se o ensino 
profissional, alinhado às necessidades de industrialização do 
país, mas com clara distinção entre a formação das elites 
dirigentes e dos trabalhadores.
Constituição de 1946
Com a redemocratização do país após o fim do Estado Novo, 
a Constituição de 1946 retomou princípios da Carta de 
1934. Reafirmou a educação como direito de todos, a 
obrigatoriedade e gratuidade do ensino primário, e 
estabeleceu a necessidade de concurso público para o 
magistério oficial. Previu também a elaboração de uma Lei 
de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, promulgada 
apenas em 1961 (Lei nº 4.024).
Constituição de 1967 e Emenda Constitucional 
nº 1 de 1969
Durante o regime militar, a Constituição de 1967 e a 
Emenda Constitucional nº 1 de 1969 mantiveram 
formalmente os princípios educacionais anteriores, mas na 
prática, houve uma forte intervenção autoritária na 
educação. Foi ampliada a obrigatoriedade do ensino 
primário para a faixa etária de 7 a 14 anos e fortalecida a 
vinculação entre educação e desenvolvimento nacional, com 
ênfase no ensino técnico-profissional.
A Constituição de 1988, embora pertença ao século XX, representa o coroamento de um processo de evolução do direito à 
educação no Brasil. Em seu artigo 205, estabelece a educação como "direito de todos e dever do Estado e da família", devendo 
ser "promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para 
o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho". Dedica toda uma seção à educação (artigos 205 a 214), 
estabelecendo princípios, garantias e mecanismos de financiamento que constituem a base do atual sistema educacional 
brasileiro.
Os Programas do FNDE
O Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), autarquia federal criada pela Lei nº 5.537/1968, desempenha 
papel fundamental na execução de políticas educacionais do Ministério da Educação (MEC). Sua principal missão é prestar 
assistênciabrasileira e de fatores que podem interferir no desempenho do estudante. Criado em 1990, o SAEB passou por diversas 
reformulações ao longo dos anos, sendo atualmente regido pela Portaria nº 366, de 29 de abril de 2019, do Ministério da 
Educação.
Evolução Histórica
O SAEB foi implementado em 1990, inicialmente com uma 
avaliação amostral das escolas públicas urbanas que 
ofertavam as 1ª, 3ª, 5ª e 7ª séries do Ensino Fundamental, 
com testes de Língua Portuguesa, Matemática e Ciências. 
Em 1995, o sistema foi reestruturado, passando a avaliar 
alunos das 4ª e 8ª séries (atuais 5º e 9º anos) do Ensino 
Fundamental, com foco em Língua Portuguesa e 
Matemática.
Em 2005, o SAEB foi novamente reformulado, passando a 
ser composto por duas avaliações: a Avaliação Nacional da 
Educação Básica (Aneb), de caráter amostral, e a Avaliação 
Nacional do Rendimento Escolar (Anresc), conhecida como 
Prova Brasil, de caráter censitário. Em 2013, foi incorporada 
a Avaliação Nacional da Alfabetização (ANA), para avaliar o 
nível de alfabetização dos estudantes do 3º ano do Ensino 
Fundamental.
A partir de 2019, com a Portaria nº 366, as avaliações 
passaram a ser identificadas unicamente como SAEB, 
acompanhado da etapa, área de conhecimento e tipos de 
instrumentos envolvidos. Além disso, o sistema foi ampliado 
para incluir a educação infantil, com avaliação de condições 
de oferta, e o 9º ano do ensino fundamental passou a ser 
avaliado também em Ciências da Natureza e Ciências 
Humanas, além de Língua Portuguesa e Matemática.
Em 2021, o SAEB passou por nova atualização, com a 
inclusão da avaliação do 2º ano do ensino fundamental, para 
verificar o processo de alfabetização, e a consolidação da 
avaliação das áreas de Ciências da Natureza e Ciências 
Humanas para o 9º ano do ensino fundamental. Também foi 
intensificado o uso de questionários contextuais para 
coletar informações sobre fatores socioeconômicos e 
escolares que podem estar associados ao desempenho dos 
estudantes.
Objetivos e Funcionamento
O SAEB tem como principais 
objetivos avaliar a qualidade, a 
equidade e a eficiência da educação 
básica brasileira, produzindo 
informações sistemáticas sobre o 
desempenho dos estudantes e 
sobre as condições intra e 
extraescolares que incidem no 
processo de ensino e 
aprendizagem. Os resultados do 
SAEB subsidiam a formulação, 
reformulação e o monitoramento 
das políticas públicas educacionais 
nas diferentes esferas de governo, 
contribuindo para a melhoria da 
qualidade, equidade e eficiência do 
ensino.
Estrutura e Aplicação
O SAEB é aplicado a cada dois anos, 
abrangendo estudantes de escolas 
públicas e privadas, de zonas 
urbanas e rurais, que estejam 
matriculados no 2º, 5º e 9º anos do 
ensino fundamental e na 3ª e 4ª 
séries do ensino médio. A avaliação 
é composta por testes cognitivos, 
que medem o desempenho dos 
estudantes em diferentes áreas do 
conhecimento, e questionários 
contextuais, que coletam 
informações sobre as condições 
socioeconômicas e culturais dos 
estudantes, as condições de oferta 
das escolas, o perfil dos professores 
e diretores, entre outros aspectos.
Resultados e Utilização
Os resultados do SAEB, juntamente 
com os dados do Censo Escolar, 
compõem o Índice de 
Desenvolvimento da Educação 
Básica (IDEB), criado em 2007 
como um indicador de qualidade 
educacional que combina 
informações de desempenho em 
exames padronizados com 
informações sobre rendimento 
escolar (aprovação). O IDEB é 
calculado e divulgado a cada dois 
anos, permitindo o 
acompanhamento das metas de 
qualidade estabelecidas no Plano 
de Desenvolvimento da Educação 
(PDE) para a educação básica.
O SAEB representa um importante instrumento de monitoramento da qualidade da educação básica no Brasil, fornecendo 
informações que subsidiam a formulação e o acompanhamento de políticas públicas educacionais. Ao longo de seus mais de 30 
anos de existência, o sistema tem contribuído para a construção de uma cultura de avaliação educacional no país e para a 
promoção da transparência e da responsabilização dos sistemas de ensino.
No entanto, como todo sistema de avaliação em larga escala, o SAEB também enfrenta desafios e críticas, como a necessidade 
de considerar as diversidades regionais e socioeconômicas do país, o risco de estreitamento curricular em função da avaliação, 
a pressão sobre professores e estudantes, entre outros aspectos. Por isso, é fundamental que os resultados do SAEB sejam 
interpretados e utilizados de forma adequada, considerando suas potencialidades e limitações, e que sejam complementados 
por outras formas de avaliação, incluindo as avaliações realizadas pelas próprias escolas e sistemas de ensino.
Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs)
As Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs) são normas obrigatórias para a Educação Básica que orientam o planejamento 
curricular das escolas e sistemas de ensino, sendo discutidas, concebidas e fixadas pelo Conselho Nacional de Educação (CNE). 
Elas visam garantir a formação básica comum e estabelecer uma base nacional unificada, respeitando a autonomia dos 
sistemas de ensino e valorizando as particularidades pedagógicas, regionais e socioculturais.
Base Legal e Objetivos
As DCNs têm origem na Lei de Diretrizes e Bases da 
Educação Nacional (LDB), Lei nº 9.394/1996, que em seu 
artigo 9º, inciso IV, estabelece que cabe à União 
"estabelecer, em colaboração com os Estados, o Distrito 
Federal e os Municípios, competências e diretrizes para a 
educação infantil, o ensino fundamental e o ensino médio, 
que nortearão os currículos e seus conteúdos mínimos, de 
modo a assegurar formação básica comum".
O objetivo principal das DCNs é orientar as escolas 
brasileiras na organização, articulação, desenvolvimento e 
avaliação de suas propostas pedagógicas. Diferentemente 
dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), que tinham 
caráter de recomendação, as Diretrizes Curriculares 
Nacionais têm caráter mandatório, devendo ser seguidas 
por todas as escolas e sistemas de ensino.
As DCNs buscam preservar a autonomia da escola e do 
professor, evitando o detalhamento excessivo de conteúdos. 
Elas estabelecem princípios, fundamentos e procedimentos 
que devem orientar as escolas na elaboração de seus 
currículos, deixando espaço para a diversidade de projetos 
pedagógicos. Além disso, as DCNs procuram assegurar a 
formação básica comum, a fim de legitimar a unidade e a 
qualidade da ação pedagógica na diversidade nacional, 
permitindo, ao mesmo tempo, a flexibilidade curricular para 
atender às demandas e peculiaridades locais.
3
5
Além das DCNs específicas para cada etapa e modalidade da educação básica, existem também as Diretrizes Curriculares 
Nacionais Gerais para a Educação Básica, estabelecidas pela Resolução CNE/CEB nº 4/2010, que sistematizam os princípios e 
diretrizes gerais da Educação Básica, buscando garantir a articulação entre as etapas e modalidades de ensino e a unidade 
teórico-metodológica do processo educacional.
Com a aprovação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), em 2017 para a educação infantil e ensino fundamental, e em 
2018 para o ensino médio, as DCNs continuam vigentes e fundamentais para a organização curricular das escolas, sendo a 
BNCC um documento complementar que detalha os direitos e objetivos de aprendizagem e desenvolvimento que todos os 
estudantes devem desenvolver ao longo da educação básica. Assim, enquanto as DCNs estabelecem os princípios e 
fundamentos que orientam a organização curricular, a BNCC define os conhecimentos, competências e habilidades essenciais 
que todos os estudantes devem desenvolver.
As Diretrizes Curriculares Nacionais, portanto, representam um importante instrumento normativo para a garantia de uma 
educação de qualidade para todos os brasileiros, estabelecendo parâmetros de equidade e buscando assegurar a formação 
básica comum, sem deixarde valorizar a diversidade regional, cultural e metodológica que caracteriza a educação no Brasil.
DCNs para a Educação 
Infantil
Estabelecidas pela Resolução 
CNE/CEB nº 5/2009, orientam a 
organização de propostas pedagógicas 
para a educação infantil, enfatizando a 
indissociabilidade entre o cuidar e o 
educar, o respeito às especificidades 
das crianças de 0 a 5 anos, a garantia 
de experiências que promovam o 
desenvolvimento integral e a 
articulação com o ensino fundamental.
DCNs para o Ensino 
Fundamental
Definidas pela Resolução CNE/CEB nº 
7/2010, orientam a organização 
curricular do ensino fundamental de 9 
anos, estabelecendo princípios éticos, 
políticos e estéticos que devem 
fundamentar o projeto político-
pedagógico das escolas, bem como a 
forma de organização curricular, a 
avaliação e a gestão democrática.
DCNs para o Ensino Médio
Atualizadas pela Resolução 
CNE/CEB nº 3/2018, em 
decorrência da reforma do ensino 
médio (Lei nº 13.415/2017), 
estabelecem a organização 
curricular por áreas do 
conhecimento, a oferta de 
diferentes itinerários formativos e a 
integração com a educação 
profissional e tecnológica.
DCNs para a Educação das 
Relações Étnico-Raciais
Instituídas pela Resolução CNE/CP nº 
1/2004, visam orientar a inclusão da 
temática da História e Cultura Afro-
Brasileira e Africana nos currículos 
escolares, em atendimento à Lei nº 
10.639/2003. Posteriormente, com a 
Lei nº 11.645/2008, foi incluída 
também a temática indígena.
DCNs para a Educação 
Especial
Estabelecidas pela Resolução 
CNE/CEB nº 2/2001 e atualizadas pela 
Resolução CNE/CEB nº 4/2009, 
orientam a organização do 
atendimento educacional 
especializado na perspectiva da 
educação inclusiva, garantindo o 
acesso, a permanência e a participação 
dos estudantes com deficiência, 
transtornos globais do 
desenvolvimento e altas 
habilidades/superdotação nas escolas 
regulares.
DCNs para a Educação de 
Jovens e Adultos
Definidas pela Resolução CNE/CEB 
nº 1/2000 e complementadas pela 
Resolução CNE/CEB nº 3/2010, 
orientam a organização da 
educação de jovens e adultos como 
modalidade da educação básica, 
considerando as situações, os perfis 
e as faixas etárias dos estudantes, e 
estabelecendo a duração mínima 
dos cursos e a idade mínima para 
ingresso e certificação.
Base Nacional Comum Curricular (BNCC)
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é um documento de caráter normativo que define o conjunto orgânico e 
progressivo de aprendizagens essenciais que todos os alunos devem desenvolver ao longo das etapas e modalidades da 
Educação Básica. Sua implementação representa um marco significativo na história da educação brasileira, ao estabelecer, de 
forma clara e objetiva, as competências e habilidades que devem ser desenvolvidas pelos estudantes em cada etapa de sua 
formação.
Base Legal e Histórico
A elaboração da BNCC tem respaldo na Constituição 
Federal de 1988, que estabelece, em seu artigo 210, a 
necessidade de "conteúdos mínimos para o ensino 
fundamental, de maneira a assegurar formação básica 
comum e respeito aos valores culturais e artísticos, 
nacionais e regionais". Essa determinação foi reforçada pela 
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), Lei nº 
9.394/1996, e pelo Plano Nacional de Educação (PNE), Lei 
nº 13.005/2014, que estabeleceu como estratégia para o 
cumprimento de suas metas a elaboração e implantação da 
BNCC.
O processo de elaboração da BNCC teve início em 2015, 
com a formação de uma comissão de especialistas 
responsável pela redação da primeira versão do documento, 
que foi colocada em consulta pública no mesmo ano. Em 
2016, após a análise das contribuições recebidas, foi 
elaborada a segunda versão, que passou por um processo de 
discussão em seminários estaduais. Em 2017, foi 
apresentada a terceira versão, que após ajustes, foi 
aprovada pelo Conselho Nacional de Educação (CNE) e 
homologada pelo Ministério da Educação em dezembro do 
mesmo ano, contemplando as etapas da educação infantil e 
do ensino fundamental. A parte referente ao ensino médio 
foi homologada em dezembro de 2018, após a reforma 
dessa etapa de ensino, estabelecida pela Lei nº 
13.415/2017.
A BNCC tem como fundamento a educação integral, 
compreendida como o desenvolvimento do ser humano em 
todas as suas dimensões: intelectual, física, emocional, social 
e cultural. Para isso, o documento estabelece dez 
competências gerais que os estudantes devem desenvolver 
ao longo de toda a educação básica, permeando cada um dos 
componentes curriculares. Essas competências abrangem 
conhecimentos, habilidades, atitudes e valores que visam à 
formação humana em suas múltiplas dimensões.
1
Educação Infantil na BNCC
Na educação infantil, a BNCC está 
estruturada em seis direitos de 
aprendizagem e desenvolvimento 
(conviver, brincar, participar, 
explorar, expressar e conhecer-se) 
e cinco campos de experiências (O 
eu, o outro e o nós; Corpo, gestos e 
movimentos; Traços, sons, cores e 
formas; Escuta, fala, pensamento e 
imaginação; Espaços, tempos, 
quantidades, relações e 
transformações). Para cada campo 
de experiência, são definidos 
objetivos de aprendizagem e 
desenvolvimento organizados em 
três grupos por faixa etária: bebês 
(0-1a6m), crianças bem pequenas 
(1a7m-3a11m) e crianças 
pequenas (4a-5a11m).
2
Ensino Fundamental na 
BNCC
No ensino fundamental, a BNCC 
está organizada em cinco áreas do 
conhecimento (Linguagens, 
Matemática, Ciências da Natureza, 
Ciências Humanas e Ensino 
Religioso), que reúnem os 
diferentes componentes 
curriculares. Para cada 
componente curricular, são 
definidas competências específicas 
e um conjunto de habilidades 
relacionadas a objetos de 
conhecimento (conteúdos, 
conceitos e processos), 
organizados em unidades 
temáticas. As habilidades são 
expressas por verbos que indicam 
processos cognitivos e 
socioemocionais, associados a 
objetos de conhecimento.
3
Ensino Médio na BNCC
No ensino médio, a BNCC está 
organizada em quatro áreas do 
conhecimento (Linguagens e suas 
Tecnologias, Matemática e suas 
Tecnologias, Ciências da Natureza 
e suas Tecnologias, Ciências 
Humanas e Sociais Aplicadas), que 
reúnem os diferentes 
componentes curriculares. Para 
cada área, são definidas 
competências específicas e 
habilidades a serem desenvolvidas 
ao longo dessa etapa. Além da 
formação geral básica, o currículo 
do ensino médio deve incluir 
itinerários formativos, que são 
arranjos curriculares diversificados 
que permitem aos estudantes 
aprofundar seus conhecimentos 
em uma ou mais áreas do 
conhecimento e/ou na formação 
técnica e profissional.
A implementação da BNCC representa um desafio significativo para os sistemas de ensino e escolas, exigindo a revisão dos 
currículos, a formação continuada dos professores, a adequação dos materiais didáticos e a reorganização dos tempos e 
espaços escolares. Para apoiar esse processo, o Ministério da Educação, em parceria com o Conselho Nacional de Secretários 
de Educação (CONSED) e a União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (UNDIME), instituiu o Programa de Apoio à 
Implementação da Base Nacional Comum Curricular (ProBNCC), que visa fomentar e acompanhar a (re)elaboração dos 
currículos e o alinhamento das políticas educacionais à BNCC.
A BNCC não deve ser confundida com currículo. Enquanto a Base estabelece as aprendizagens essenciais que todos os 
estudantes devem desenvolver, os currículos devem ser elaborados pelos sistemas e redes de ensino, considerando as 
características regionais e locais, as necessidades e interesses dos estudantes, e o projeto político-pedagógico de cada escola. 
Assim, a BNCC representa o que é comum e obrigatório, enquanto os currículos devem contemplar, além do que é comum, as 
particularidades de cada contexto educacional.
Planos Estaduais e Municipais de Educação
OsPlanos Estaduais de Educação (PEE) e os Planos Municipais de Educação (PME) são instrumentos de planejamento que 
estabelecem diretrizes, metas e estratégias para a política educacional dos estados e municípios brasileiros por um período de 
dez anos. Esses planos são elaborados em consonância com o Plano Nacional de Educação (PNE), porém adaptados às 
realidades e necessidades locais, respeitando o princípio do regime de colaboração entre os entes federados.
Base Legal e Objetivos
A elaboração dos PEEs e PMEs está prevista na Lei de 
Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), Lei nº 
9.394/1996, que estabelece, em seu artigo 10, inciso III, que 
os estados devem "elaborar e executar políticas e planos 
educacionais, em consonância com as diretrizes e planos 
nacionais de educação, integrando e coordenando as suas 
ações e as dos seus Municípios". De forma similar, o artigo 
11, inciso I, determina que os municípios devem "organizar, 
manter e desenvolver os órgãos e instituições oficiais dos 
seus sistemas de ensino, integrando-os às políticas e planos 
educacionais da União e dos Estados".
O Plano Nacional de Educação (PNE), Lei nº 13.005/2014, 
reforçou essa determinação, estabelecendo em seu artigo 
8º que "os Estados, o Distrito Federal e os Municípios 
deverão elaborar seus correspondentes planos de educação, 
ou adequar os planos já aprovados em lei, em consonância 
com as diretrizes, metas e estratégias previstas neste PNE, 
no prazo de 1 (um) ano contado da publicação desta Lei". 
Essa determinação visava garantir a articulação federativa 
na implementação do PNE e o atendimento às 
especificidades locais no planejamento educacional.
Os PEEs e PMEs têm como principal objetivo orientar a 
gestão educacional e as políticas públicas de educação nos 
estados e municípios, estabelecendo prioridades, metas e 
estratégias para a melhoria da qualidade da educação, o 
aumento da escolaridade da população, a redução das 
desigualdades educacionais, a valorização dos profissionais 
da educação, e a gestão democrática do ensino público, 
entre outros aspectos. Esses planos devem contemplar 
todos os níveis, etapas e modalidades de ensino, 
abrangendo desde a educação infantil até a pós-graduação, 
e considerando as especificidades das populações do campo, 
indígenas, quilombolas, pessoas com deficiência, e outros 
grupos historicamente marginalizados.
Elaboração
A elaboração dos PEEs e PMEs deve seguir um processo 
democrático e participativo, envolvendo representantes 
do poder público, da sociedade civil, das instituições 
educacionais, dos profissionais da educação, dos 
estudantes e de outros segmentos sociais. Esse processo 
geralmente inclui a realização de diagnósticos da situação 
educacional local, a definição de diretrizes, objetivos, 
metas e estratégias, a consulta pública sobre o texto 
preliminar, e a aprovação pelo poder legislativo 
(Assembleia Legislativa, no caso dos PEEs, e Câmara 
Municipal, no caso dos PMEs).
Diagnóstico
Um elemento fundamental na elaboração dos PEEs e 
PMEs é o diagnóstico da situação educacional local, que 
deve identificar os principais desafios e potencialidades, 
analisar os indicadores educacionais (como taxas de 
matrícula, aprovação, reprovação, abandono, distorção 
idade-série, resultados em avaliações externas, etc.), e 
mapear a demanda por vagas em cada etapa e 
modalidade de ensino. Esse diagnóstico serve como base 
para a definição de metas e estratégias realistas e 
adequadas às necessidades locais.
Conteúdo
O conteúdo dos PEEs e PMEs geralmente abrange 
aspectos como: universalização do acesso à educação 
básica; ampliação do atendimento em creches e pré-
escolas; melhoria da qualidade do ensino; aumento da 
escolaridade média da população; redução das 
desigualdades educacionais; formação inicial e 
continuada dos profissionais da educação; valorização 
dos profissionais da educação (incluindo planos de 
carreira e remuneração); gestão democrática da 
educação pública; financiamento da educação; e 
infraestrutura educacional.
Monitoramento e Avaliação
A implementação dos PEEs e PMEs deve ser 
continuamente monitorada e avaliada, para verificar o 
cumprimento das metas e estratégias estabelecidas e 
realizar os ajustes necessários. A lei que institui o PNE 
prevê a realização de pelo menos duas conferências 
nacionais de educação até o final do decênio, e sugere a 
realização de conferências estaduais e municipais como 
espaços de avaliação e ajuste dos planos. Além disso, os 
entes federados devem estabelecer mecanismos próprios 
de monitoramento e avaliação, com a participação das 
instâncias responsáveis pelo setor educacional e da 
sociedade civil.
A elaboração e implementação dos PEEs e PMEs representam um importante avanço na consolidação do planejamento 
educacional no Brasil, contribuindo para a continuidade das políticas públicas de educação e para a articulação federativa na 
busca por uma educação de qualidade para todos. No entanto, esse processo ainda enfrenta diversos desafios, como a 
necessidade de maior participação social, a dificuldade de estabelecer metas realistas mas ambiciosas, a limitação de recursos 
financeiros, a descontinuidade administrativa devido às mudanças de governo, e a falta de mecanismos efetivos de 
monitoramento e avaliação.
Apesar desses desafios, os PEEs e PMEs são instrumentos fundamentais para a concretização do direito à educação em cada 
estado e município brasileiro, permitindo a definição de prioridades e estratégias adequadas às realidades locais, e a 
mobilização da sociedade em torno de objetivos comuns para a melhoria da educação. A articulação entre os planos nacional, 
estaduais e municipais de educação, respeitando as competências e atribuições de cada ente federado, é essencial para a 
construção de um sistema educacional mais equitativo e de qualidade em todo o país.
Lei de Cotas nas Universidades (Lei nº 
12.711/2012)
A Lei nº 12.711, de 29 de agosto de 2012, conhecida como Lei de Cotas nas Universidades, representa um marco histórico na 
democratização do acesso ao ensino superior no Brasil. Esta lei estabelece a reserva de vagas em instituições federais de 
ensino superior e técnico para estudantes que tenham cursado integralmente o ensino médio em escolas públicas, com 
subcotas para estudantes de baixa renda, pretos, pardos, indígenas e pessoas com deficiência, proporcionalmente à população 
desses grupos no estado onde está situada a instituição.
Histórico e Contexto
A discussão sobre ações afirmativas no ensino superior 
brasileiro ganhou força a partir do início dos anos 2000, com 
experiências pioneiras em universidades como a 
Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e a 
Universidade de Brasília (UnB). Essas iniciativas surgiram 
como resposta às desigualdades históricas no acesso à 
educação superior, especialmente para grupos socialmente 
marginalizados.
O Projeto de Lei nº 73/1999, que deu origem à Lei de Cotas, 
tramitou por mais de uma década no Congresso Nacional, 
enfrentando resistências e debates acalorados. Em 2012, 
após a aprovação pelo Congresso, a Lei nº 12.711 foi 
sancionada pela presidenta Dilma Rousseff, estabelecendo 
um marco regulatório nacional para as políticas de ação 
afirmativa nas instituições federais de ensino.
Em 2016, a constitucionalidade da Lei de Cotas foi 
confirmada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que 
entendeu que as ações afirmativas são compatíveis com o 
princípio da igualdade e necessárias para a correção de 
desigualdades históricas. A decisão do STF fortaleceu 
juridicamente a política de cotas e contribuiu para sua 
consolidação no sistema educacional brasileiro.
Inicialmente, a Lei nº 12.711/2012 estabeleceu um prazo de 
quatro anos para a implementação integral das cotas, com 
percentuais progressivos até atingir 50% das vagas. Em 
2016, essa meta foi alcançada, e todas as instituiçõesfederais de ensino passaram a reservar metade de suas 
vagas para estudantes de escolas públicas. Em 2022, a lei foi 
renovada por mais dez anos, após avaliação positiva de seus 
resultados, garantindo a continuidade da política até 2032.
A Lei de Cotas tem sido objeto de diversos estudos e avaliações, que apontam para resultados positivos em termos de inclusão 
social e diversidade no ensino superior federal. Pesquisas mostram que os cotistas, em geral, têm desempenho acadêmico 
similar ao dos não cotistas, desmentindo previsões de que haveria queda na qualidade do ensino. Além disso, a política tem 
contribuído para a formação de uma nova geração de profissionais mais diversa e representativa da sociedade brasileira.
No entanto, a política de cotas também enfrenta desafios, como a necessidade de políticas complementares para garantir a 
permanência e o sucesso acadêmico dos estudantes cotistas, que muitas vezes enfrentam dificuldades econômicas, sociais e 
pedagógicas. Além disso, há a necessidade de avaliação contínua e aprimoramento da política, considerando as 
transformações sociais e educacionais do país.
Apesar das controvérsias que ainda cercam o tema, a Lei de Cotas representa um importante avanço na democratização do 
acesso ao ensino superior no Brasil, contribuindo para a redução das desigualdades educacionais e para a construção de uma 
sociedade mais equitativa e inclusiva. Sua renovação em 2022 demonstra o reconhecimento de sua importância como política 
pública de Estado, que transcende governos específicos e se consolida como um instrumento de justiça social e reparação 
histórica.
Escolas Públicas
50% das vagas são reservadas para 
estudantes que tenham cursado 
integralmente o ensino médio em 
escolas públicas, independentemente 
de renda ou cor/raça.
Baixa Renda
Metade das vagas reservadas para 
estudantes de escolas públicas (25% 
do total) é destinada a candidatos 
com renda familiar per capita de até 
1,5 salário mínimo.
Pretos, Pardos e Indígenas
Um percentual das vagas reservadas 
é destinado a pretos, pardos e 
indígenas, em proporção à população 
desses grupos no estado onde está 
situada a instituição, segundo o 
último censo do IBGE.
Pessoas com Deficiência
A partir da Lei nº 13.409/2016, foi 
incluída também a reserva de vagas 
para pessoas com deficiência, em 
proporção à população desse grupo 
no estado onde está situada a 
instituição.
Programas de Financiamento Estudantil
Os Programas de Financiamento Estudantil são políticas públicas que visam ampliar o acesso à educação superior para 
estudantes que não têm condições de arcar com os custos de mensalidades em instituições privadas. No Brasil, esses 
programas têm desempenhado um papel crucial na expansão do acesso ao ensino superior, complementando outras políticas 
como a ampliação da rede federal e as cotas em universidades públicas.
Fundo de Financiamento Estudantil (FIES)
O Fundo de Financiamento Estudantil (FIES) é um programa 
do Ministério da Educação destinado a financiar a 
graduação na educação superior de estudantes 
matriculados em cursos superiores não gratuitos. Instituído 
pela Lei nº 10.260, de 12 de julho de 2001, o FIES substituiu 
o antigo Crédito Educativo (CREDUC), apresentando 
condições mais favoráveis de financiamento e mecanismos 
mais eficientes de gestão.
Ao longo dos anos, o FIES passou por diversas 
reformulações para ampliar seu alcance e melhorar suas 
condições. Em 2010, a gestão do programa passou para o 
Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), 
os juros foram reduzidos para 3,4% ao ano, e o período de 
carência após a formatura foi ampliado. Em 2015, novas 
mudanças foram implementadas, estabelecendo critérios 
socioeconômicos mais rígidos para a seleção dos 
beneficiários e exigência de notas mínimas no Exame 
Nacional do Ensino Médio (ENEM).
Em 2018, com a Lei nº 13.530/2017, o FIES foi novamente 
reformulado, passando a oferecer três modalidades de 
financiamento: a modalidade do FIES tradicional, com juro 
zero para estudantes com renda familiar per capita de até 
três salários mínimos; o P-FIES, para estudantes com renda 
familiar per capita de até cinco salários mínimos, com 
recursos de fundos constitucionais e do BNDES; e uma 
modalidade de financiamento complementar, sem subsídio 
do governo.
3,5M
Contratos do FIES
Desde sua criação, o FIES já realizou mais de 3,5 milhões de 
contratos, beneficiando estudantes em todo o país.
R$15B
Investimento anual
O investimento anual do governo federal no FIES chega a 
cerca de R$ 15 bilhões, considerando os subsídios e a oferta 
de financiamento.
9M
Bolsas do ProUni
Desde 2005, o ProUni já concedeu mais de 9 milhões de 
bolsas, sendo aproximadamente 70% integrais e 30% 
parciais.
Atualmente, o FIES continua sendo um importante 
programa de financiamento estudantil, mas enfrenta 
desafios como a alta taxa de inadimplência, a concentração 
de vagas em determinadas regiões e cursos, e a necessidade 
de garantir a qualidade das instituições e cursos financiados. 
Em 2021, o programa foi novamente modificado, com 
mudanças nas faixas de renda, na forma de seleção dos 
estudantes e nas condições de pagamento, buscando torná-
lo mais sustentável financeiramente e mais efetivo em 
termos de inclusão social.
Programa Universidade 
para Todos (ProUni)
Criado pela Lei nº 11.096, de 13 de 
janeiro de 2005, o ProUni tem 
como finalidade a concessão de 
bolsas de estudo integrais e 
parciais em cursos de graduação e 
sequenciais de formação 
específica, em instituições 
privadas de educação superior. As 
instituições que aderem ao 
programa recebem isenções 
fiscais e, em contrapartida, 
oferecem bolsas de estudo para 
estudantes de baixa renda que 
tenham cursado o ensino médio 
em escolas públicas ou em escolas 
privadas como bolsistas integrais.
Para concorrer às bolsas integrais, 
o candidato deve ter renda 
familiar per capita de até um 
salário mínimo e meio. Para as 
bolsas parciais (50%), a renda 
familiar per capita deve ser de até 
três salários mínimos. Além disso, 
o candidato deve ter participado 
do Exame Nacional do Ensino 
Médio (ENEM) e obtido a nota 
mínima estabelecida pelo 
Ministério da Educação, não ter 
diploma de curso superior e 
atender a critérios específicos 
para cada modalidade de bolsa.
Programa de Estímulo à 
Reestruturação e ao 
Fortalecimento das 
Instituições de Ensino 
Superior (PROIES)
Instituído pela Lei nº 12.688, de 18 
de julho de 2012, o PROIES tem 
como objetivo assegurar 
condições para a continuidade das 
atividades de entidades 
mantenedoras de instituições de 
ensino superior em situação 
econômico-financeira 
desfavorável. O programa permite 
o parcelamento de dívidas 
tributárias federais e a concessão 
de moratória, em troca da oferta 
de bolsas de estudo integrais em 
cursos de graduação.
Para participar do PROIES, as 
instituições devem atender a 
requisitos como a comprovação 
da situação de desequilíbrio 
financeiro, a apresentação de um 
plano de recuperação econômica e 
a adoção de práticas de gestão 
que contribuam para a melhoria 
da qualidade acadêmica. As bolsas 
de estudo oferecidas no âmbito do 
PROIES seguem regras similares 
às do ProUni, beneficiando 
estudantes de baixa renda que 
tenham cursado o ensino médio 
em escolas públicas.
Programas Estaduais de 
Financiamento Estudantil
Além dos programas federais, 
diversos estados brasileiros 
também desenvolveram seus 
próprios programas de 
financiamento estudantil, 
adaptados às realidades e 
necessidades locais. Exemplos 
incluem o Programa de Crédito 
Educativo de Pernambuco 
(PCE/PE), o Fundo de 
Financiamento Estudantil do 
Estado de São Paulo (FEFE), o 
Programa de Crédito Educativo do 
Rio Grande do Sul (PROCRED), 
entre outros.
Esses programas estaduais 
geralmente seguem modelos 
similares aos do FIES, com 
condições de financiamentoadaptadas às possibilidades 
orçamentárias de cada estado e às 
características de suas redes de 
ensino superior. Alguns deles 
priorizam áreas de formação 
consideradas estratégicas para o 
desenvolvimento regional, como 
saúde, engenharias, licenciaturas e 
tecnologias.
Os programas de financiamento estudantil têm contribuído significativamente para a expansão do acesso ao ensino superior 
no Brasil, especialmente para estudantes de baixa renda. Segundo dados do Censo da Educação Superior, o número de 
matrículas no ensino superior cresceu substancialmente desde a implementação desses programas, com um aumento 
significativo na participação de estudantes oriundos de famílias de menor renda.
No entanto, esses programas também enfrentam críticas e desafios, como o questionamento sobre a qualidade de algumas 
instituições e cursos financiados, o alto índice de evasão, a sustentabilidade financeira dos programas (especialmente do FIES, 
que enfrenta altas taxas de inadimplência), e a concentração de recursos em determinadas regiões e áreas de conhecimento. 
Além disso, há discussões sobre a eficiência desse modelo de financiamento em comparação com o investimento direto na 
ampliação da rede pública de ensino superior.
Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico 
e Emprego (PRONATEC)
O Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (PRONATEC) foi criado pelo Governo Federal, por meio da Lei 
nº 12.513, de 26 de outubro de 2011, com o objetivo de ampliar a oferta de cursos de educação profissional e tecnológica, 
aumentando as oportunidades de formação para jovens e trabalhadores. O programa surgiu em um contexto de crescimento 
econômico e necessidade de qualificação de mão de obra para atender às demandas do mercado de trabalho.
Objetivos e Público-Alvo
O PRONATEC tem como principais objetivos: expandir, 
interiorizar e democratizar a oferta de cursos de educação 
profissional técnica de nível médio e de cursos de formação 
inicial e continuada ou qualificação profissional; contribuir 
para a melhoria da qualidade do ensino médio público, por 
meio da articulação com a educação profissional; ampliar as 
oportunidades educacionais dos trabalhadores; e estimular 
a difusão de recursos pedagógicos para apoiar a oferta de 
cursos de educação profissional e tecnológica.
O programa é destinado prioritariamente a estudantes do 
ensino médio da rede pública, incluindo os da educação de 
jovens e adultos; trabalhadores; beneficiários dos 
programas de transferência de renda; e estudantes que 
tenham cursado o ensino médio completo em escola da rede 
pública ou em instituições privadas na condição de bolsista 
integral. Também são priorizados os públicos em situação de 
vulnerabilidade social, como pessoas com deficiência, povos 
indígenas, comunidades quilombolas, adolescentes e jovens 
em cumprimento de medidas socioeducativas, entre outros.
O PRONATEC é estruturado em várias iniciativas, como a 
Bolsa-Formação, que oferece cursos técnicos e de 
qualificação profissional gratuitos; o Fundo de 
Financiamento Estudantil da Educação Profissional e 
Tecnológica (FIES Técnico), que financia cursos técnicos 
para estudantes e trabalhadores; a expansão da Rede 
Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica; o 
fomento à ampliação da oferta de educação profissional e 
tecnológica pelas redes estaduais (Brasil Profissionalizado); 
e o apoio à expansão da oferta de educação profissional a 
distância (Rede e-Tec Brasil).
Bolsa-Formação
A Bolsa-Formação é uma das 
principais iniciativas do 
PRONATEC, oferecendo cursos 
técnicos (de no mínimo 800 horas) e 
cursos de formação inicial e 
continuada ou qualificação 
profissional (de no mínimo 160 
horas) gratuitos, em instituições da 
Rede Federal de Educação 
Profissional, Científica e 
Tecnológica, das redes estaduais, 
distritais e municipais de educação 
profissional e tecnológica, e das 
instituições do Sistema S (SENAI, 
SENAC, SENAR, SENAT). Os 
estudantes recebem material 
didático, uniforme e auxílio para 
alimentação e transporte.
Brasil Profissionalizado
O Brasil Profissionalizado visa 
fortalecer as redes estaduais de 
educação profissional e 
tecnológica, por meio do repasse de 
recursos para que os estados 
invistam em suas escolas técnicas. 
O programa financia a construção, 
ampliação e reforma de escolas 
técnicas estaduais, a aquisição de 
equipamentos, o desenvolvimento 
de laboratórios e a formação de 
professores e gestores escolares. O 
objetivo é integrar o ensino médio à 
educação profissional, combinando 
formação geral e técnica.
Rede e-Tec Brasil
A Rede e-Tec Brasil, instituída pelo 
Decreto nº 7.589/2011, visa 
desenvolver a educação 
profissional e tecnológica na 
modalidade de educação a 
distância, ampliando e 
democratizando o acesso a cursos 
técnicos de nível médio, programas 
de formação inicial e continuada e 
de pós-graduação. O programa 
fomenta a produção de material 
didático, a capacitação de 
professores e tutores, e a criação e 
manutenção de polos de apoio 
presencial, permitindo que pessoas 
em localidades distantes dos 
grandes centros tenham acesso à 
formação profissional.
Desde sua criação, o PRONATEC já ofereceu milhões de vagas em cursos técnicos e de qualificação profissional, em mais de 
4.000 municípios brasileiros. O programa contribuiu significativamente para a expansão da educação profissional e 
tecnológica no país, especialmente em regiões e para públicos historicamente com menor acesso a esse tipo de formação.
No entanto, o PRONATEC também enfrentou críticas e desafios, como a concentração de recursos em cursos de curta duração 
e baixa complexidade, a dificuldade de articulação entre a formação oferecida e as reais necessidades do mercado de trabalho, 
a descontinuidade de financiamento em períodos de crise econômica, e a insuficiência de mecanismos de acompanhamento 
dos egressos e avaliação da efetividade do programa.
Apesar desses desafios, o PRONATEC continua sendo uma importante política pública para a educação profissional e 
tecnológica no Brasil, contribuindo para a formação de trabalhadores e para o desenvolvimento econômico e social do país. 
Nos últimos anos, o programa passou por ajustes e reformulações, buscando maior eficiência e efetividade, com foco na 
qualidade da formação oferecida e na inserção dos egressos no mundo do trabalho.
Conselho Nacional de Educação (CNE)
O Conselho Nacional de Educação (CNE) é um órgão colegiado integrante da estrutura administrativa do Ministério da 
Educação, que tem por finalidade colaborar na formulação, implementação e avaliação da Política Nacional de Educação. Sua 
atuação é fundamental para a garantia da qualidade e da democratização da educação brasileira, exercendo funções 
normativas, deliberativas e de assessoramento ao Ministro de Estado da Educação.
Histórico e Base Legal
A história dos conselhos de educação no Brasil remonta ao 
início do século XX, com a criação do Conselho Superior de 
Ensino em 1911. Ao longo do tempo, esse órgão passou por 
diversas transformações, recebendo diferentes 
denominações e atribuições, como Conselho Nacional de 
Ensino (1925), Conselho Nacional de Educação (1931), 
Conselho Federal de Educação (1961) e, finalmente, 
retornando à denominação de Conselho Nacional de 
Educação em 1995.
O atual CNE foi instituído pela Lei nº 9.131, de 24 de 
novembro de 1995, que alterou dispositivos da Lei nº 
4.024/1961, e posteriormente foi regulamentado pelo 
Decreto nº 3.889/2001. Sua composição, funcionamento e 
atribuições também são orientados pela Lei de Diretrizes e 
Bases da Educação Nacional (LDB), Lei nº 9.394/1996, e por 
seu Regimento Interno, aprovado pela Portaria MEC nº 
1.306/1999.
De acordo com a legislação vigente, o CNE tem por missão a 
busca democrática de alternativas e mecanismos 
institucionais que possibilitem, no âmbito de sua esfera decompetência, assegurar a participação da sociedade no 
desenvolvimento, aprimoramento e consolidação da 
educação nacional de qualidade.
O CNE é composto por duas Câmaras, a Câmara de 
Educação Básica (CEB) e a Câmara de Educação Superior 
(CES), cada uma com 12 membros. Os conselheiros são 
nomeados pelo Presidente da República, mediante 
indicação do Ministro de Estado da Educação, para um 
mandato de quatro anos, permitida uma recondução. A 
escolha e nomeação dos conselheiros devem observar a 
necessária representação regional e estadual do país, bem 
como a representação das diversas áreas do conhecimento 
e dos diferentes níveis e modalidades de ensino.
4
O CNE tem desempenhado um papel fundamental na elaboração e implementação de importantes marcos normativos da 
educação brasileira, como as Diretrizes Curriculares Nacionais para os diferentes níveis e modalidades de ensino, a Base 
Nacional Comum Curricular (BNCC), as normas para a formação de professores, entre outros. O Conselho também tem 
contribuído para o enfrentamento de desafios contemporâneos da educação, como a inclusão educacional, a educação a 
distância, a internacionalização da educação superior, a educação para as relações étnico-raciais, e mais recentemente, as 
questões relacionadas à educação em tempos de pandemia.
Apesar de sua importância, o CNE também enfrenta desafios e críticas, como questionamentos sobre a representatividade de 
sua composição, a efetividade de suas deliberações e a autonomia em relação ao poder executivo. No entanto, é inegável o 
papel do Conselho como instância de mediação entre o Estado e a sociedade civil na formulação e implementação das políticas 
educacionais, contribuindo para a construção de uma educação de qualidade, democrática e inclusiva no Brasil.
Atribuições Normativas
O CNE tem a competência de emitir 
pareceres e elaborar diretrizes 
curriculares para todos os níveis e 
modalidades de ensino. As Diretrizes 
Curriculares Nacionais (DCNs), 
aprovadas pelo CNE e homologadas pelo 
Ministro da Educação, são normas 
obrigatórias para a educação básica e 
superior, que orientam o planejamento 
curricular das escolas e sistemas de 
ensino. O Conselho também elabora e 
aprova outros instrumentos normativos, 
como resoluções e indicações, que 
regulamentam diversos aspectos da 
educação nacional.
Funções Relacionadas à 
Educação Superior
No âmbito da educação superior, o CNE, 
por meio de sua Câmara de Educação 
Superior, analisa e emite parecer sobre 
os processos de autorização, 
reconhecimento e renovação de 
reconhecimento de cursos de graduação, 
bem como sobre o credenciamento e 
recredenciamento de instituições de 
ensino superior. O Conselho também 
delibera sobre as diretrizes curriculares 
para os cursos de graduação e pós-
graduação, e sobre os instrumentos de 
avaliação do Sistema Nacional de 
Avaliação da Educação Superior 
(SINAES).
Funções Relacionadas à 
Educação Básica
Na educação básica, o CNE, por 
meio de sua Câmara de Educação 
Básica, estabelece diretrizes para a 
organização e o funcionamento da 
educação infantil, do ensino 
fundamental e do ensino médio, 
bem como para as diversas 
modalidades de ensino, como a 
educação de jovens e adultos, a 
educação especial, a educação 
profissional e tecnológica, entre 
outras. O Conselho também se 
manifesta sobre questões relativas 
à aplicação da legislação 
educacional e à adequação entre os 
sistemas de ensino.
Atribuições Consultivas
O CNE exerce função consultiva em 
relação às questões que abrangem a 
educação nacional, sendo 
frequentemente chamado a se 
manifestar sobre temas relevantes e 
controversos. O Conselho pode ser 
consultado pelo Ministro da Educação, 
por outros órgãos da administração 
pública, por instituições educacionais e 
pela sociedade civil. Os pareceres 
emitidos pelo CNE, quando 
homologados pelo Ministro da 
Educação, têm força normativa e 
orientam a implementação das políticas 
educacionais.
Papel no Debate Educacional
Além de suas atribuições formais, o CNE 
desempenha um importante papel como 
espaço de debate e reflexão sobre os 
rumos da educação brasileira. O 
Conselho realiza audiências públicas, 
seminários, fóruns e outros eventos que 
promovem a participação da sociedade 
na discussão dos temas educacionais. 
Essas iniciativas contribuem para a 
democratização do processo de 
formulação das políticas educacionais e 
para a construção de consensos em 
torno de questões fundamentais para a 
educação nacional.
Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e 
Educação
O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), instituído pela Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990, representa um marco 
fundamental na legislação brasileira ao reconhecer crianças e adolescentes como sujeitos de direitos, estabelecendo um 
sistema de garantias que visa assegurar a proteção integral desse público. Entre os diversos direitos assegurados pelo ECA, o 
direito à educação ocupa um lugar de destaque, sendo considerado fundamental para o pleno desenvolvimento da pessoa, seu 
preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.
Princípios e Direitos Fundamentais
O ECA, em consonância com a Constituição Federal de 
1988, reconhece a educação como um direito subjetivo de 
todas as crianças e adolescentes, devendo ser assegurado 
pelo Estado, pela família e pela sociedade. O Estatuto 
estabelece que a educação deve visar ao pleno 
desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da 
cidadania e sua qualificação para o trabalho, princípios que 
também estão presentes na Constituição Federal e na Lei de 
Diretrizes e Bases da Educação Nacional.
De acordo com o artigo 53 do ECA, a criança e o 
adolescente têm direito à educação, visando ao pleno 
desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da 
cidadania e qualificação para o trabalho, assegurando-lhes:
Igualdade de condições para o acesso e permanência na 
escola;
1.
Direito de ser respeitado por seus educadores;2.
Direito de contestar critérios avaliativos, podendo 
recorrer às instâncias escolares superiores;
3.
Direito de organização e participação em entidades 
estudantis;
4.
Acesso à escola pública e gratuita, próxima de sua 
residência, garantindo-se vagas no mesmo 
estabelecimento a irmãos que frequentem a mesma 
etapa ou ciclo de ensino da educação básica.
5.
O ECA também estabelece, em seu artigo 54, que é dever do 
Estado assegurar à criança e ao adolescente:
Ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive 
para os que a ele não tiveram acesso na idade própria;
1.
Progressiva extensão da obrigatoriedade e gratuidade 
ao ensino médio;
2.
Atendimento educacional especializado aos portadores 
de deficiência, preferencialmente na rede regular de 
ensino;
3.
Atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero 
a cinco anos de idade;
4.
Acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e 
da criação artística, segundo a capacidade de cada um;
5.
Oferta de ensino noturno regular, adequado às 
condições do adolescente trabalhador;
6.
Atendimento no ensino fundamental, através de 
programas suplementares de material didático-escolar, 
transporte, alimentação e assistência à saúde.
7.
Responsabilidades dos 
Pais e do Estado
O ECA estabelece que os pais ou 
responsáveis têm a obrigação de 
matricular seus filhos ou pupilos 
na rede regular de ensino (art. 55), 
prevendo inclusive a possibilidade 
de responsabilização por 
abandono intelectual em caso de 
descumprimento desse dever. Ao 
Estado, por sua vez, cabe zelar 
pela frequência à escola, sendo 
obrigatória a comunicação ao 
Conselho Tutelar dos casos de 
maus-tratos envolvendo alunos, 
reiteração de faltas injustificadas 
e evasão escolar, e elevados níveis 
de repetência (art. 56).
Proteção contra Violência 
e Discriminação
O ambiente escolar deve ser um 
espaço seguro e acolhedor paratodas as crianças e adolescentes. 
O ECA proíbe qualquer 
tratamento desumano, violento, 
aterrorizante, vexatório ou 
constrangedor, prevendo medidas 
de proteção em caso de violação 
de direitos (art. 5º e art. 98). Isso 
inclui a proteção contra o bullying, 
a discriminação, o assédio moral e 
outras formas de violência que 
podem ocorrer no contexto 
escolar. A Lei nº 13.185/2015, que 
instituiu o Programa de Combate 
à Intimidação Sistemática 
(Bullying), e a Lei nº 13.663/2018, 
que incluiu a promoção de 
medidas de conscientização, 
prevenção e combate a todos os 
tipos de violência entre as 
incumbências dos 
estabelecimentos de ensino, 
reforçam essa proteção.
Medidas Socioeducativas 
e Educação
Para adolescentes em conflito 
com a lei, o ECA prevê medidas 
socioeducativas (art. 112), que 
têm caráter pedagógico e visam à 
reintegração social. Entre essas 
medidas, destaca-se a obrigação 
de matricular o adolescente e 
acompanhar sua frequência e 
aproveitamento escolar (art. 119, 
II). A Lei nº 12.594/2012, que 
instituiu o Sistema Nacional de 
Atendimento Socioeducativo 
(SINASE), reforça a centralidade 
da educação no processo 
socioeducativo, estabelecendo a 
garantia do acesso a todos os 
níveis de educação formal como 
um dos direitos dos adolescentes 
em cumprimento de medidas 
socioeducativas.
A implementação efetiva dos dispositivos do ECA relacionados à educação depende da articulação entre diferentes políticas 
públicas e atores sociais, como as escolas, os conselhos tutelares, os conselhos de direitos, o Ministério Público, o Poder 
Judiciário, as famílias e a sociedade civil. Nesse sentido, o ECA estabelece um sistema de garantia de direitos, com atribuições 
específicas para cada um desses atores, visando assegurar a proteção integral das crianças e adolescentes.
Apesar dos avanços trazidos pelo ECA, ainda persistem desafios significativos para a plena efetivação do direito à educação de 
crianças e adolescentes no Brasil, como a evasão escolar, a baixa qualidade do ensino em muitas regiões, a violência escolar, a 
discriminação e a dificuldade de inclusão de estudantes com deficiência. Esses desafios exigem o fortalecimento das políticas 
públicas educacionais e sua integração com outras políticas sociais, bem como a contínua mobilização da sociedade em defesa 
dos direitos das crianças e adolescentes.
O ECA, ao completar mais de três décadas de vigência, continua sendo um instrumento fundamental para a garantia do direito 
à educação e para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária, que reconheça crianças e adolescentes como sujeitos 
de direitos e protagonistas de seu próprio desenvolvimento.
Diretrizes Operacionais para a Educação do 
Campo
As Diretrizes Operacionais para a Educação Básica nas Escolas do Campo, instituídas pela Resolução CNE/CEB nº 1, de 3 de 
abril de 2002, e complementadas pela Resolução CNE/CEB nº 2, de 28 de abril de 2008, representam um marco significativo 
no reconhecimento das especificidades da educação voltada para as populações rurais, consolidando uma concepção de 
educação do campo que valoriza a identidade e a cultura dessas populações.
Contexto Histórico e Conceitual
A construção das Diretrizes Operacionais para a Educação 
do Campo é resultado de um longo processo de luta dos 
movimentos sociais do campo, que reivindicavam políticas 
educacionais específicas e adequadas à realidade rural. 
Historicamente, a educação ofertada às populações rurais 
foi marcada por um caráter urbanocêntrico, que 
desconsiderava as particularidades do campo e de seus 
sujeitos, resultando em altos índices de analfabetismo, 
evasão escolar e baixa qualidade do ensino.
A partir da década de 1990, com o fortalecimento dos 
movimentos sociais do campo e o surgimento do movimento 
"Por uma Educação do Campo", intensificou-se a luta por 
uma educação que reconhecesse a diversidade sociocultural 
do campo e valorizasse os saberes, a cultura e a identidade 
dos povos do campo. Esse movimento ganhou impulso com a 
realização do I Encontro Nacional de Educadoras e 
Educadores da Reforma Agrária (ENERA), em 1997, e com 
as Conferências Nacionais por uma Educação do Campo, 
realizadas em 1998 e 2004.
As Diretrizes Operacionais para a Educação do Campo 
representam um avanço no reconhecimento do campo 
como espaço de vida, produção e cultura, rompendo com a 
visão tradicional que associava o rural ao atraso e ao 
arcaico. Elas estabelecem que a educação do campo deve 
ser compreendida como aquela voltada para o conjunto dos 
trabalhadores e das trabalhadoras do campo, sejam eles 
camponeses, quilombolas, indígenas, extrativistas, 
pescadores artesanais, ribeirinhos, assentados e 
reassentados da reforma agrária, e outros grupos que 
produzem suas condições materiais de existência a partir do 
trabalho no meio rural.
Princípios e Fundamentos
As Diretrizes Operacionais para a Educação do 
Campo estabelecem uma série de princípios que 
devem orientar as políticas e práticas educacionais 
voltadas para as populações rurais. Entre eles, 
destacam-se:
O respeito à diversidade do campo em seus 
aspectos sociais, culturais, ambientais, políticos, 
econômicos, de gênero, geracional e de raça e 
etnia;
A valorização da identidade da escola do campo 
por meio de projetos pedagógicos com conteúdos 
curriculares e metodologias adequadas às reais 
necessidades dos alunos do campo;
A flexibilidade na organização escolar, incluindo 
adequação do calendário escolar às fases do ciclo 
agrícola e às condições climáticas;
A participação efetiva da comunidade e dos 
movimentos sociais do campo na formulação e 
implementação das políticas educacionais;
A formação específica de professores para 
atuação nas escolas do campo, considerando as 
peculiaridades desse contexto;
A sustentabilidade ambiental, social, cultural, 
econômica e política como base para o 
desenvolvimento do campo;
A articulação entre a educação básica e a 
educação profissional, visando à formação integral 
dos sujeitos do campo.
Organização da Oferta Educacional
No que se refere à organização da oferta educacional, 
as Diretrizes estabelecem que as escolas do campo 
devem contemplar a diversidade do campo em todos 
os seus aspectos, promovendo o desenvolvimento 
sociocultural e econômico das comunidades. Entre as 
orientações específicas, destacam-se:
A garantia da universalização do acesso da 
população do campo à Educação Básica e à 
Educação Profissional de Nível Técnico;
A possibilidade de diferentes formas de 
organização da escola, adequadas às 
especificidades locais, como escolas 
multisseriadas, alternância, nucleação, entre 
outras;
A oferta da Educação Infantil e dos anos iniciais do 
Ensino Fundamental nas próprias comunidades 
rurais, evitando-se o processo de nucleação de 
escolas e o deslocamento das crianças;
A garantia de transporte escolar, quando 
necessário, considerando o menor tempo possível 
no percurso residência-escola e as condições de 
estradas e vias;
A participação democrática da comunidade na 
gestão das escolas, com a criação e fortalecimento 
de conselhos escolares e outras instâncias de 
participação;
A formação inicial e continuada específica para os 
professores que atuam nas escolas do campo, 
valorizando a diversidade cultural e os processos 
de interação e transformação do campo.
A partir das Diretrizes Operacionais, foram desenvolvidas diversas políticas e programas voltados para a educação do campo, 
como o Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (PRONERA), o Programa de Apoio à Formação Superior em 
Licenciatura em Educação do Campo (PROCAMPO), o Programa Escola Ativa, o Programa Nacional de Educação do Campo 
(PRONACAMPO), entre outros. Essas iniciativas buscam materializar os princípios estabelecidos nas Diretrizes, promovendo 
uma educação contextualizada e de qualidade para as populações do campo.
Apesardos avanços representados pelas Diretrizes e pelos programas delas decorrentes, a educação do campo ainda enfrenta 
desafios significativos, como a persistência do fechamento de escolas rurais, a precariedade da infraestrutura de muitas 
escolas, a dificuldade de acesso e permanência dos estudantes, a falta de formação adequada para os professores, e a 
necessidade de maior articulação entre as políticas educacionais e outras políticas públicas voltadas para o desenvolvimento 
sustentável do campo.
No entanto, é inegável que as Diretrizes Operacionais para a Educação do Campo representaram um avanço significativo no 
reconhecimento da educação como direito dos povos do campo e na valorização de sua identidade, cultura e modos de vida, 
contribuindo para a construção de uma educação mais inclusiva, democrática e contextualizada.
Diretrizes Operacionais para a Educação Especial 
na perspectiva da Educação Inclusiva
A Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva, instituída em 2008, e as Diretrizes 
Operacionais para o Atendimento Educacional Especializado na Educação Básica, estabelecidas pela Resolução CNE/CEB nº 4, 
de 2 de outubro de 2009, representam marcos fundamentais na construção de um sistema educacional inclusivo no Brasil, que 
reconhece e valoriza a diversidade e assegura o direito de todos à educação.
Contexto Histórico e Conceitual
A trajetória da educação especial no Brasil passou por 
diferentes fases, desde a exclusão total das pessoas com 
deficiência do sistema educacional, passando por um 
modelo segregacionista, com escolas e classes especiais, até 
chegar à perspectiva atual da educação inclusiva. Essa 
evolução acompanhou mudanças nos paradigmas sociais e 
nas concepções sobre deficiência, bem como avanços na 
legislação nacional e internacional sobre direitos humanos e 
educação.
A Constituição Federal de 1988, ao estabelecer a educação 
como direito de todos e dever do Estado e da família, já 
previa o atendimento educacional especializado às pessoas 
com deficiência, preferencialmente na rede regular de 
ensino. Esse princípio foi reforçado pelo Estatuto da Criança 
e do Adolescente (1990) e pela Lei de Diretrizes e Bases da 
Educação Nacional (1996). No âmbito internacional, a 
Declaração Mundial sobre Educação para Todos (1990), a 
Declaração de Salamanca (1994) e a Convenção sobre os 
Direitos das Pessoas com Deficiência (2006) foram 
documentos que influenciaram significativamente a 
construção das políticas de educação inclusiva no Brasil.
A Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da 
Educação Inclusiva, elaborada pelo Grupo de Trabalho 
nomeado pela Portaria Ministerial nº 555/2007, e as 
Diretrizes Operacionais para o Atendimento Educacional 
Especializado na Educação Básica, estabelecidas pela 
Resolução CNE/CEB nº 4/2009, consolidaram uma nova 
abordagem para a educação especial, definindo-a como uma 
modalidade transversal a todos os níveis, etapas e 
modalidades de ensino, que disponibiliza recursos e serviços 
e realiza o atendimento educacional especializado, de forma 
complementar ou suplementar à formação dos estudantes 
no ensino regular.
Público-Alvo
De acordo com as Diretrizes, o público-
alvo da educação especial são os alunos 
com deficiência (aqueles que têm 
impedimentos de longo prazo de 
natureza física, intelectual, mental ou 
sensorial), transtornos globais do 
desenvolvimento (incluindo diferentes 
condições do espectro autista) e altas 
habilidades/superdotação (que 
apresentam um potencial elevado em 
qualquer uma das áreas, isoladas ou 
combinadas: intelectual, acadêmica, 
liderança, psicomotricidade e artes, 
além de apresentar grande criatividade, 
envolvimento na aprendizagem e 
realização de tarefas em áreas de seu 
interesse).
Atendimento Educacional 
Especializado (AEE)
O Atendimento Educacional 
Especializado (AEE) é definido como o 
conjunto de atividades, recursos de 
acessibilidade e pedagógicos 
organizados institucionalmente, 
prestado de forma complementar ou 
suplementar à formação dos alunos no 
ensino regular. O AEE deve ser 
realizado, prioritariamente, nas salas de 
recursos multifuncionais da própria 
escola ou em outra escola de ensino 
regular, no turno inverso da 
escolarização, não sendo substitutivo às 
classes comuns. Nas salas de recursos 
multifuncionais, são desenvolvidas 
atividades que diferenciam-se daquelas 
realizadas na sala de aula comum, não 
sendo substitutivas à escolarização.
Formação de Professores
As Diretrizes estabelecem que o 
professor do AEE deve ter formação 
inicial que o habilite para o exercício da 
docência e formação específica na 
educação especial. Entre as atribuições 
desse profissional, destacam-se: 
identificar, elaborar, produzir e 
organizar serviços, recursos 
pedagógicos, de acessibilidade e 
estratégias considerando as 
necessidades específicas dos alunos; 
elaborar e executar plano de AEE, 
avaliando a funcionalidade e a 
aplicabilidade dos recursos pedagógicos 
e de acessibilidade; estabelecer 
articulação com os professores da sala 
de aula comum, visando a 
disponibilização dos serviços, dos 
recursos pedagógicos e de 
acessibilidade e das estratégias que 
promovem a participação dos alunos 
nas atividades escolares.
A implementação da Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva e das Diretrizes 
Operacionais para o Atendimento Educacional Especializado levou a um significativo aumento no número de matrículas de 
estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação nas classes comuns do 
ensino regular. De acordo com dados do Censo Escolar, houve um crescimento expressivo nessas matrículas, passando de 
cerca de 145 mil em 2003 para mais de 1,1 milhão em 2019, representando um aumento de mais de 750% em dezesseis anos.
No entanto, apesar dos avanços, a educação inclusiva ainda enfrenta desafios significativos, como a necessidade de formação 
adequada para todos os profissionais da educação, a adaptação das escolas em termos de acessibilidade física e pedagógica, a 
garantia de apoios e recursos necessários para o atendimento às necessidades específicas dos estudantes, e a superação de 
barreiras atitudinais e preconceitos que ainda persistem na sociedade.
Em 2020, o Decreto nº 10.502, de 30 de setembro de 2020, instituiu a "Política Nacional de Educação Especial: Equitativa, 
Inclusiva e com Aprendizado ao Longo da Vida", que gerou controvérsias por prever a possibilidade de escolas e classes 
especializadas. Após questionamentos judiciais, o Supremo Tribunal Federal (STF) suspendeu os efeitos do decreto, 
considerando que ele poderia representar um retrocesso na política de educação inclusiva. Esse episódio evidencia que o 
debate sobre a educação especial e inclusiva continua sendo um campo de disputas e tensões, refletindo diferentes 
concepções sobre deficiência, educação e direitos humanos.
Apesar das controvérsias e desafios, é inegável que a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação 
Inclusiva e as Diretrizes Operacionais para o Atendimento Educacional Especializado representaram avanços significativos na 
garantia do direito à educação para as pessoas com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas 
habilidades/superdotação, contribuindo para a construção de um sistema educacional mais inclusivo, equitativo e respeitoso 
com a diversidade humana.
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http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/rceb004_09.pdftécnica e financeira aos estados, municípios e Distrito Federal, contribuindo para a implementação de ações que 
visam à melhoria da qualidade da educação básica pública.
Os recursos do FNDE são direcionados para diversos programas estruturantes que abrangem diferentes dimensões do 
processo educacional, desde a infraestrutura física das escolas até a alimentação dos estudantes, passando pela formação dos 
profissionais da educação e a aquisição de materiais didáticos.
1
Programa Nacional de 
Alimentação Escolar 
(PNAE)
Criado em 1955, é um dos mais 
antigos programas de alimentação 
escolar do mundo. Visa garantir 
alimentação escolar adequada e 
ações de educação alimentar e 
nutricional a estudantes de todas 
as etapas da educação básica 
pública. Uma importante inovação 
foi introduzida pela Lei nº 
11.947/2009, que determina que 
no mínimo 30% dos recursos 
repassados pelo FNDE devem ser 
utilizados na aquisição de gêneros 
alimentícios provenientes da 
agricultura familiar.
2
Programa Nacional do 
Livro e do Material 
Didático (PNLD)
Destinado a avaliar e disponibilizar 
obras didáticas, pedagógicas e 
literárias, entre outros materiais de 
apoio à prática educativa, de forma 
sistemática, regular e gratuita, às 
escolas públicas de educação 
básica. O programa passou por 
diversas reformulações ao longo 
dos anos, ampliando seu escopo 
para incluir não apenas livros 
didáticos, mas também dicionários, 
obras literárias, materiais de apoio 
à alfabetização e, mais 
recentemente, tecnologias 
educacionais.
3
Programa Dinheiro Direto 
na Escola (PDDE)
Criado em 1995, tem por 
finalidade prestar assistência 
financeira, em caráter suplementar, 
às escolas públicas da educação 
básica e às escolas privadas de 
educação especial mantidas por 
entidades sem fins lucrativos. O 
objetivo é a melhoria da 
infraestrutura física e pedagógica, 
o reforço da autogestão escolar e a 
elevação dos índices de 
desempenho da educação básica. 
Os recursos podem ser utilizados 
na manutenção, conservação e 
pequenos reparos da 
infraestrutura física da escola, na 
aquisição de material permanente 
e de consumo necessário ao 
funcionamento da escola, entre 
outras finalidades.
Além desses, o FNDE gerencia diversos outros programas, como o Programa Nacional de Apoio ao Transporte do Escolar 
(PNATE), o Programa de Construção de Escolas (Proinfância), o Programa Nacional de Tecnologia Educacional (ProInfo), entre 
outros. Todos esses programas são fundamentais para a efetivação do direito à educação e para a redução das desigualdades 
educacionais no país, fornecendo condições materiais e pedagógicas para o funcionamento adequado das escolas e para o 
desenvolvimento pleno dos estudantes.
É importante destacar que a gestão desses programas deve seguir princípios de transparência, eficiência e controle social, 
sendo fundamental o papel dos Conselhos de Alimentação Escolar (CAE), Conselhos do FUNDEB e demais instâncias de 
participação da comunidade escolar na fiscalização da aplicação dos recursos públicos destinados à educação.
A Educação Escolar na LDB
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) representa o principal marco regulatório da educação brasileira, 
estabelecendo os fundamentos, princípios e finalidades da educação nacional. A atual LDB, Lei nº 9.394/1996, organiza a 
educação escolar em diferentes níveis e modalidades, definindo responsabilidades, diretrizes curriculares e mecanismos de 
gestão para todo o sistema educacional.
Princípios e Fins da Educação Nacional
A LDB estabelece, em seu artigo 2º, que "a educação, dever 
da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade 
e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o 
pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o 
exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho". O 
artigo 3º complementa esse dispositivo, elencando treze 
princípios básicos que devem nortear o ensino, entre os 
quais se destacam a igualdade de condições para o acesso e 
permanência na escola, a liberdade de aprender e ensinar, o 
pluralismo de ideias e concepções pedagógicas, a gratuidade 
do ensino público, a valorização do profissional da educação 
e a gestão democrática do ensino público.
A educação escolar, conforme definido no artigo 21 da LDB, 
compõe-se de educação básica (formada pela educação 
infantil, ensino fundamental e ensino médio) e educação 
superior. Para cada um desses níveis, a lei estabelece 
objetivos específicos, critérios de organização e 
mecanismos de avaliação, buscando assegurar a formação 
comum indispensável para o exercício da cidadania e 
fornecer meios para progredir no trabalho e em estudos 
posteriores.
Educação Básica
De acordo com a LDB, a educação 
básica tem por finalidade 
"desenvolver o educando, 
assegurar-lhe a formação comum 
indispensável para o exercício da 
cidadania e fornecer-lhe meios 
para progredir no trabalho e em 
estudos posteriores" (art. 22). 
Inclui a educação infantil (até 5 
anos), o ensino fundamental 
(duração de 9 anos) e o ensino 
médio (duração mínima de 3 anos). 
A lei estabelece diretrizes para o 
currículo, carga horária mínima, 
critérios de avaliação e promoção 
dos alunos, além de definir as 
competências de cada ente 
federado na oferta desses níveis de 
ensino.
Educação Superior
A educação superior, conforme o 
artigo 43 da LDB, tem entre suas 
finalidades "formar diplomados nas 
diferentes áreas de conhecimento, 
aptos para a inserção em setores 
profissionais e para a participação 
no desenvolvimento da sociedade 
brasileira, e colaborar na sua 
formação contínua". A lei define as 
diferentes modalidades de cursos e 
programas de educação superior, 
os critérios para o credenciamento 
e avaliação das instituições, além 
de estabelecer normas para a 
autonomia universitária.
Modalidades de Educação
A LDB reconhece também 
diferentes modalidades de 
educação que perpassam os níveis 
de ensino, como a Educação de 
Jovens e Adultos (EJA), a Educação 
Profissional e Tecnológica, a 
Educação Especial, a Educação a 
Distância, a Educação no Campo, a 
Educação Escolar Indígena e a 
Educação Escolar Quilombola. Para 
cada uma dessas modalidades, são 
estabelecidas diretrizes específicas 
que consideram as 
particularidades dos públicos a que 
se destinam.
A LDB também trata de temas como a formação e valorização dos profissionais da educação, o financiamento da educação, a 
gestão democrática do ensino público e os processos de avaliação do sistema educacional. Ao longo dos anos, a lei tem passado 
por diversas alterações para se adequar às novas demandas educacionais e sociais, como a ampliação da obrigatoriedade do 
ensino (Lei nº 12.796/2013), a inclusão de novos componentes curriculares obrigatórios (Leis nº 10.639/2003 e 11.645/2008) 
e a reformulação do ensino médio (Lei nº 13.415/2017).
As Leis de Diretrizes e Bases (LDB)
A história das Leis de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) no Brasil reflete as transformações políticas, sociais e 
educacionais vivenciadas pelo país ao longo do tempo. Até o momento, o Brasil teve três LDBs, cada uma correspondendo a 
um contexto histórico específico e representando diferentes concepções sobre o papel da educação na sociedade.
Lei nº 4.024/1961 - A primeira LDB
A primeira LDB do Brasil foi promulgada em 20 de 
dezembro de 1961, após um longo e intenso debate que 
durou 13 anos, desde a apresentação do anteprojeto 
original em 1948. Esse debate foi marcado pelo confronto 
entre defensores da escola pública e da escola privada, 
especialmente as confessionais, em um período de 
redemocratização após o Estado Novo (1937-1945). A Lei nº 
4.024/1961 acabou representando um compromisso entre 
essas diferentes visões, garantindo a liberdade de ensino e 
estabelecendo equivalência entre os cursos de mesmo nível, 
sem distinção entre os cursos acadêmicose 
profissionalizantes para fins de continuidade nos estudos.
Entre suas principais características, destacam-se: a 
definição das finalidades da educação nacional, inspiradas 
nos princípios de liberdade e solidariedade humana; a 
organização do sistema educacional em ensino pré-
primário, primário, médio (ginasial e colegial) e superior; a 
criação do Conselho Federal de Educação e dos Conselhos 
Estaduais de Educação; e a manutenção da obrigatoriedade 
apenas do ensino primário, com duração de quatro anos.
Lei nº 5.692/1971 - A segunda LDB
Durante o regime militar, foi promulgada a Lei nº 5.692, em 
11 de agosto de 1971, que fixou diretrizes e bases para o 
ensino de 1º e 2º graus. Essa lei, que na prática funcionou 
como uma segunda LDB, alterou significativamente a 
estrutura do ensino estabelecida pela Lei nº 4.024/1961, 
embora tenha mantido os objetivos gerais da educação.
Entre as principais mudanças introduzidas, destacam-se: a 
extensão da obrigatoriedade escolar de 4 para 8 anos; a 
eliminação do exame de admissão ao ginásio; a unificação do 
ensino primário e ginasial em um único ciclo, denominado 
ensino de 1º grau, com duração de 8 anos; a reformulação do 
ensino médio, que passou a ser chamado de ensino de 2º 
grau, com duração de 3 ou 4 anos; e a profissionalização 
compulsória no ensino de 2º grau, com o objetivo de formar 
técnicos para atender às necessidades do mercado de 
trabalho em expansão.
A profissionalização obrigatória foi uma das medidas mais 
controversas dessa lei, enfrentando resistências e 
dificuldades práticas que levaram à sua flexibilização por 
meio da Lei nº 7.044/1982, que tornou facultativa a 
profissionalização no ensino de 2º grau.
Curiosidade sobre a Lei nº 5.692/1971
A Lei nº 5.692/1971, embora amplamente conhecida como "segunda LDB", tecnicamente não revogou 
integralmente a Lei nº 4.024/1961. Ela modificou apenas os títulos referentes ao ensino primário e médio, 
mantendo em vigor os dispositivos relativos ao ensino superior. Por isso, alguns especialistas consideram que o 
Brasil teve apenas duas LDBs completas: a de 1961 e a atual, de 1996.
Essas duas primeiras LDBs refletem momentos distintos da história brasileira: a primeira, elaborada em um contexto de 
democracia e intenso debate educacional; a segunda, durante um regime autoritário, com ênfase na formação para o mercado 
de trabalho. A atual LDB, Lei nº 9.394/1996, por sua vez, foi promulgada após a redemocratização do país e a promulgação da 
Constituição de 1988, representando uma nova concepção de educação como direito social e dever do Estado, tema que será 
abordado com mais detalhes na próxima seção.
A LDB atual: Lei nº 9.394, de 1996
A Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, conhecida como a nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), foi 
resultado de um longo processo de discussão que se iniciou logo após a promulgação da Constituição Federal de 1988. 
Durante oito anos, diversos projetos foram debatidos no Congresso Nacional, envolvendo educadores, parlamentares, 
entidades representativas e outros segmentos da sociedade civil. O texto final aprovado, embora não tenha contemplado 
todas as reivindicações dos movimentos educacionais, representou um avanço significativo em relação às legislações 
anteriores, ao estabelecer uma concepção mais ampla de educação e ao incorporar princípios democráticos na organização 
dos sistemas de ensino.
Estrutura Inovadora
A atual LDB apresenta uma estrutura 
mais flexível e menos detalhista que 
as anteriores, estabelecendo 
diretrizes gerais que permitem 
adaptações às diversas realidades 
locais. Composta por 92 artigos 
distribuídos em nove títulos, a lei 
aborda desde os princípios e fins da 
educação nacional até disposições 
gerais e transitórias, passando pela 
organização da educação nacional, 
pelos níveis e modalidades de ensino, 
pelos profissionais da educação e 
pelo financiamento da educação.
Inovações Conceituais
Entre as principais inovações 
conceituais introduzidas pela LDB de 
1996, destacam-se: a ampliação do 
conceito de educação, que passa a 
abranger os processos formativos 
que se desenvolvem na vida familiar, 
na convivência humana, no trabalho, 
nas instituições de ensino e pesquisa, 
nos movimentos sociais e 
organizações da sociedade civil e nas 
manifestações culturais; a definição 
da educação como dever da família e 
do Estado; e a valorização da 
experiência extraescolar e da 
vinculação entre a educação escolar, 
o trabalho e as práticas sociais.
Nova Organização
A lei estabeleceu uma nova 
organização para a educação básica, 
que passou a compreender a 
educação infantil, o ensino 
fundamental e o ensino médio. A 
educação infantil foi reconhecida 
como primeira etapa da educação 
básica, o que representou um avanço 
significativo no reconhecimento da 
importância dessa fase para o 
desenvolvimento integral da criança. 
O ensino fundamental, com duração 
inicialmente prevista de oito anos, foi 
posteriormente ampliado para nove 
anos pela Lei nº 11.274/2006, com 
início aos seis anos de idade.
Desde sua promulgação, a LDB tem passado por diversas alterações para se adaptar às novas demandas educacionais e sociais. 
Entre as principais modificações, podemos citar: a inclusão da obrigatoriedade do ensino de História e Cultura Afro-Brasileira 
e Indígena (Leis nº 10.639/2003 e 11.645/2008); a ampliação da obrigatoriedade da educação básica dos 4 aos 17 anos (Lei nº 
12.796/2013); a inclusão da Base Nacional Comum Curricular como referência obrigatória para os currículos da educação 
básica (Lei nº 13.415/2017); a reformulação do ensino médio, com a implementação do ensino em tempo integral e a 
flexibilização curricular (Lei nº 13.415/2017); e a inserção de dispositivos específicos sobre educação especial na perspectiva 
inclusiva (Lei nº 12.796/2013).
A LDB também estabeleceu diretrizes para a valorização dos profissionais da educação, prevendo a formação continuada, 
condições adequadas de trabalho e piso salarial profissional. Além disso, institucionalizou a gestão democrática do ensino 
público e criou mecanismos de avaliação do sistema educacional em todos os níveis.
Apesar dos avanços, a implementação efetiva da LDB ainda enfrenta desafios, como a garantia de financiamento adequado, a 
superação das desigualdades regionais, a melhoria da qualidade do ensino e a valorização real dos profissionais da educação. 
No entanto, é inegável que a lei estabeleceu um novo paradigma para a educação brasileira, baseado nos princípios de 
democratização do acesso, permanência e gestão, na flexibilidade, diversidade e qualidade do ensino, e na valorização da 
experiência extraescolar.
Plano Nacional de Educação (PNE)
O Plano Nacional de Educação (PNE) é um instrumento de planejamento do Estado brasileiro que orienta a execução e o 
aprimoramento de políticas públicas educacionais. Previsto na Constituição Federal de 1988 e regulamentado pela Lei de 
Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), o PNE estabelece diretrizes, metas e estratégias para a política educacional 
por um período de dez anos.
A Constituição Federal, em seu artigo 214, determina que o PNE deve ser estabelecido por lei, com o objetivo de articular o 
sistema nacional de educação em regime de colaboração, definindo diretrizes, objetivos, metas e estratégias de 
implementação para assegurar a manutenção e desenvolvimento do ensino em seus diversos níveis, etapas e modalidades, por 
meio de ações integradas dos poderes públicos das diferentes esferas federativas.
Artigo 214 da Constituição Federal
"A lei estabelecerá o plano nacional de educação, de duração decenal, com o objetivo de articular o sistema nacional 
de educação em regime de colaboração e definir diretrizes, objetivos, metas e estratégias de implementação para 
assegurar a manutenção e desenvolvimento do ensino em seus diversos níveis, etapas e modalidadespor meio de 
ações integradas dos poderes públicos das diferentes esferas federativas que conduzam a: I - erradicação do 
analfabetismo; II - universalização do atendimento escolar; III - melhoria da qualidade do ensino; IV - formação para 
o trabalho; V - promoção humanística, científica e tecnológica do País; VI - estabelecimento de meta de aplicação de 
recursos públicos em educação como proporção do produto interno bruto."
O PNE tem como principais características:
Duração decenal, visando superar a descontinuidade das políticas educacionais resultantes de mudanças governamentais;
Abrangência nacional, embora sua implementação seja responsabilidade compartilhada entre União, estados, Distrito 
Federal e municípios;
Estabelecimento de metas objetivas e mensuráveis, permitindo o monitoramento e avaliação contínuos de sua execução;
Previsão de estratégias específicas para o alcance de cada meta, orientando a ação dos diferentes atores envolvidos;
Articulação com outros planos e políticas públicas, como os Planos Estaduais e Municipais de Educação;
Participação da sociedade civil em sua elaboração, monitoramento e avaliação.
O PNE representa um compromisso do Estado brasileiro com a melhoria da qualidade da educação e a redução das 
desigualdades educacionais. Suas metas abrangem todos os níveis, etapas e modalidades de ensino, desde a educação infantil 
até a pós-graduação, além de aspectos transversais como a formação e valorização dos profissionais da educação, a gestão 
democrática e o financiamento da educação.
A implementação efetiva do PNE depende da colaboração entre os sistemas de ensino e da articulação entre as diferentes 
esferas governamentais, bem como da participação da sociedade civil no acompanhamento e controle social das políticas 
educacionais. Além disso, é fundamental a adequada alocação de recursos financeiros para a consecução das metas 
estabelecidas, o que requer o cumprimento dos percentuais mínimos de investimento em educação previstos na legislação.
PNE: breve histórico
A ideia de um plano nacional para a educação brasileira remonta ao início do século XX, com as discussões promovidas pela 
Associação Brasileira de Educação (ABE) e, posteriormente, com o Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova, de 1932. No 
entanto, a trajetória institucional dos Planos Nacionais de Educação (PNE) teve início efetivo apenas na década de 1960, com a 
promulgação da primeira Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei nº 4.024/1961).
1Década de 1930
O Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova, 
publicado em 1932, já defendia a necessidade de 
um plano nacional para a educação, com visão 
sistêmica e de longo prazo. A Constituição de 1934 
incorporou essa ideia, atribuindo ao Conselho 
Nacional de Educação a elaboração do PNE. No 
entanto, com o advento do Estado Novo em 1937, 
esse processo foi interrompido.
2 Décadas de 1960 e 1970
A LDB de 1961 retomou a ideia do PNE, que foi 
elaborado pelo Conselho Federal de Educação em 
1962, não como lei, mas como um conjunto de 
metas quantitativas e qualitativas a serem 
alcançadas em oito anos. Em 1965, sofreu uma 
revisão com a introdução de normas para estimular 
a elaboração de planos estaduais. Em 1966, nova 
revisão introduziu alterações para a distribuição de 
recursos federais. Durante o regime militar, a 
educação foi abordada nos Planos Nacionais de 
Desenvolvimento (PNDs), mas não houve um PNE 
específico.
3Constituição de 1988 e LDB de 1996
A Constituição de 1988 retomou a ideia de um PNE 
com força de lei, determinando sua elaboração. A 
LDB de 1996 reforçou essa determinação, 
estabelecendo que a União deveria elaborar o PNE 
em colaboração com estados, Distrito Federal e 
municípios. O texto também definiu que os estados, 
o Distrito Federal e os municípios deveriam 
elaborar seus próprios planos de educação, em 
consonância com as diretrizes e metas do PNE.
4 PNE 2001-2010
O primeiro PNE com força de lei foi aprovado pelo 
Congresso Nacional e sancionado pelo presidente 
Fernando Henrique Cardoso em 9 de janeiro de 
2001 (Lei nº 10.172/2001). Resultado de intensa 
mobilização da sociedade civil, especialmente 
durante os Congressos Nacionais de Educação 
(CONEDs), o plano estabeleceu 295 metas para 
serem cumpridas em dez anos. No entanto, o PNE 
2001-2010 enfrentou diversos obstáculos para sua 
implementação, como os vetos presidenciais a 
dispositivos de financiamento, a falta de um 
sistema de monitoramento e avaliação, e a 
desarticulação entre o plano nacional e os planos 
estaduais e municipais.
Apesar das dificuldades enfrentadas na implementação do PNE 2001-2010, o período foi marcado por importantes avanços 
na política educacional brasileira, como a criação do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de 
Valorização dos Profissionais da Educação (FUNDEB), a ampliação do ensino fundamental para nove anos, a instituição do piso 
salarial profissional nacional para os profissionais do magistério público da educação básica, entre outros.
Ao final da vigência do PNE 2001-2010, iniciou-se um amplo debate sobre a elaboração do novo plano. Em dezembro de 2010, 
o governo federal apresentou ao Congresso Nacional o Projeto de Lei nº 8.035/2010, contendo a proposta para o PNE 2011-
2020. Após quase quatro anos de tramitação e intensos debates, o novo PNE foi finalmente aprovado pela Lei nº 13.005, de 25 
de junho de 2014, com vigência de 2014 a 2024, representando um importante instrumento para a consolidação de políticas 
educacionais no Brasil.
O PNE atual
O atual Plano Nacional de Educação (PNE), instituído pela Lei nº 13.005, de 25 de junho de 2014, com vigência de dez anos 
(2014-2024), representa um marco significativo na política educacional brasileira. Fruto de amplo debate envolvendo diversos 
setores da sociedade, incluindo entidades representativas dos trabalhadores em educação, estudantes, gestores educacionais 
e especialistas, o PNE estabelece diretrizes, metas e estratégias que devem nortear as ações educacionais em todos os níveis 
de governo durante sua vigência.
Estrutura e Diretrizes
O PNE 2014-2024 está estruturado em 20 metas, 
acompanhadas de suas respectivas estratégias de 
implementação. As metas abrangem todos os níveis, etapas 
e modalidades de ensino, desde a educação infantil até a 
pós-graduação, além de aspectos relacionados à qualidade 
da educação, formação e valorização dos profissionais, 
gestão democrática e financiamento.
O artigo 2º da Lei nº 13.005/2014 estabelece dez diretrizes 
para o PNE:
Erradicação do analfabetismo;1.
Universalização do atendimento escolar;2.
Superação das desigualdades educacionais, com ênfase 
na promoção da cidadania e na erradicação de todas as 
formas de discriminação;
3.
Melhoria da qualidade da educação;4.
Formação para o trabalho e para a cidadania, com ênfase 
nos valores morais e éticos em que se fundamenta a 
sociedade;
5.
Promoção do princípio da gestão democrática da 
educação pública;
6.
Promoção humanística, científica, cultural e tecnológica 
do País;
7.
Estabelecimento de meta de aplicação de recursos 
públicos em educação como proporção do Produto 
Interno Bruto (PIB), que assegure atendimento às 
necessidades de expansão, com padrão de qualidade e 
equidade;
8.
Valorização dos(as) profissionais da educação;9.
Promoção dos princípios do respeito aos direitos 
humanos, à diversidade e à sustentabilidade 
socioambiental.
10.
Educação Infantil e
Básica
Educação Superior
Valorização dos
Profissionais
Gestão e Financiamento
Redução de
Desigualdades
Educação Profissional
1
Metas para a Educação 
Básica
Entre as principais metas para a 
educação básica, destacam-se: a 
universalização da educação 
infantil para crianças de 4 e 5 anos 
e a ampliação da oferta de creches 
(Meta 1); a universalização do 
ensino fundamental de 9 anos para 
a população de 6 a 14 anos (Meta 
2); a universalizaçãodo 
atendimento escolar para a 
população de 15 a 17 anos e o 
aumento da taxa líquida de 
matrículas no ensino médio (Meta 
3); a universalização da educação 
básica para pessoas com 
deficiência, transtornos globais do 
desenvolvimento e altas 
habilidades/superdotação (Meta 
4); e a alfabetização de todas as 
crianças até o final do 3º ano do 
ensino fundamental (Meta 5).
2
Metas para a Valorização 
Profissional
O PNE também estabelece metas 
importantes para a valorização dos 
profissionais da educação, como a 
formação específica de nível 
superior para todos os professores 
da educação básica (Meta 15); a 
formação em nível de pós-
graduação para 50% dos 
professores da educação básica 
(Meta 16); a valorização dos 
profissionais do magistério das 
redes públicas de educação básica 
(Meta 17); e a existência de planos 
de carreira para os profissionais da 
educação básica e superior pública 
(Meta 18).
3
Meta para o Financiamento
Uma das metas mais ambiciosas e 
importantes do PNE é a Meta 20, 
que estabelece a ampliação do 
investimento público em educação 
pública de forma a atingir, no 
mínimo, o patamar de 7% do 
Produto Interno Bruto (PIB) do 
País no 5º ano de vigência da Lei e, 
no mínimo, o equivalente a 10% do 
PIB ao final do decênio. Esta meta é 
crucial para viabilizar a 
implementação das demais metas 
do plano, representando um 
avanço significativo no 
compromisso com o financiamento 
adequado da educação pública.
A implementação do PNE requer um esforço conjunto de União, estados, Distrito Federal e municípios, em regime de 
colaboração. A lei que instituiu o plano prevê também mecanismos de monitoramento contínuo e avaliações periódicas, com a 
participação do Ministério da Educação, Comissão de Educação da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, Conselho 
Nacional de Educação e Fórum Nacional de Educação.
Apesar dos avanços representados pelo PNE 2014-2024, sua implementação tem enfrentado diversos desafios, como as 
restrições orçamentárias impostas pela Emenda Constitucional nº 95/2016 (que estabeleceu um teto para os gastos públicos), 
a descontinuidade de políticas educacionais e as dificuldades de articulação entre os diferentes sistemas de ensino. Além 
disso, a pandemia de COVID-19, iniciada em 2020, trouxe impactos significativos para a educação brasileira, criando novos 
obstáculos para o cumprimento das metas do PNE.
Marcos Normativos dos Sistemas de Ensino
O sistema educacional brasileiro é estruturado de forma complexa, refletindo a organização federativa do país e o princípio da 
gestão democrática do ensino público. Além da Constituição Federal, da LDB e do PNE, que estabelecem os princípios e 
diretrizes gerais, existem diversos outros marcos normativos que regulamentam o funcionamento dos sistemas de ensino nos 
âmbitos federal, estadual e municipal.
Conselho Nacional de Educação (CNE)
Criado pela Lei nº 9.131/1995, o CNE é um órgão 
colegiado vinculado ao Ministério da Educação, com 
atribuições normativas, deliberativas e de 
assessoramento. Composto pelas Câmaras de Educação 
Básica e de Educação Superior, o CNE tem como 
principal função formular e avaliar a política nacional de 
educação, zelar pela qualidade do ensino e velar pelo 
cumprimento da legislação educacional. As Resoluções 
e Pareceres emitidos pelo CNE constituem importantes 
marcos normativos que orientam os sistemas de ensino 
em todo o país.
Base Nacional Comum Curricular (BNCC)
Prevista na Constituição Federal, na LDB e no PNE, a 
BNCC é um documento de caráter normativo que 
define o conjunto orgânico e progressivo de 
aprendizagens essenciais que todos os alunos devem 
desenvolver ao longo das etapas e modalidades da 
Educação Básica. A BNCC foi aprovada pelo CNE e 
homologada pelo MEC em dezembro de 2017 
(Educação Infantil e Ensino Fundamental) e em 
dezembro de 2018 (Ensino Médio). Sua implementação 
representa um importante passo para a garantia de 
equidade na educação, ao estabelecer um patamar 
comum de aprendizagens para todos os estudantes 
brasileiros.
Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs)
As DCNs são normas obrigatórias para a Educação 
Básica que orientam o planejamento curricular das 
escolas e sistemas de ensino. Elaboradas pelo CNE, as 
diretrizes têm origem na LDB e visam orientar as 
escolas na organização, articulação, desenvolvimento e 
avaliação de suas propostas pedagógicas. Existem 
DCNs específicas para cada etapa e modalidade da 
Educação Básica, como as Diretrizes Curriculares 
Nacionais para a Educação Infantil, para o Ensino 
Fundamental, para o Ensino Médio, para a Educação de 
Jovens e Adultos, entre outras.
Sistema Nacional de Avaliação da Educação 
Básica (SAEB)
Instituído pela Portaria nº 931, de 21 de março de 2005, 
o SAEB é composto por um conjunto de avaliações 
externas em larga escala que permitem ao Inep realizar 
um diagnóstico da educação básica brasileira e de 
fatores que podem interferir no desempenho do 
estudante. Por meio de testes e questionários, aplicados 
a cada dois anos na rede pública e em uma amostra da 
rede privada, o Saeb reflete os níveis de aprendizagem 
demonstrados pelos estudantes avaliados, explicando 
esses resultados a partir de uma série de informações 
contextuais. Os resultados do SAEB, juntamente com os 
dados do Censo Escolar, compõem o Índice de 
Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB).
Além desses marcos normativos de âmbito nacional, os sistemas estaduais e municipais de ensino também possuem suas 
próprias normas, elaboradas pelos respectivos Conselhos de Educação, em consonância com as diretrizes nacionais. Esses 
conselhos, compostos por representantes dos diversos segmentos da comunidade educacional e da sociedade civil, têm papel 
fundamental na definição das políticas educacionais locais e na adaptação das diretrizes nacionais às realidades específicas de 
cada estado e município.
Os Conselhos Estaduais e Municipais de Educação exercem funções normativas, consultivas, deliberativas e de 
assessoramento aos respectivos sistemas de ensino. Entre suas atribuições, destacam-se a elaboração de normas 
complementares para o sistema de ensino, a autorização, reconhecimento e credenciamento de estabelecimentos de ensino, a 
aprovação de regimentos e planos de curso, e a promoção de sindicâncias, mediante verificação de irregularidades.
Também constituem importantes marcos normativos os Planos Estaduais e Municipais de Educação, elaborados em 
consonância com o PNE, que estabelecem metas e estratégias específicas para cada sistema de ensino, considerando suas 
particularidades e necessidades.
A existência desses diversos marcos normativos, nos diferentes níveis da federação, reflete o princípio da gestão democrática 
do ensino público e a autonomia dos sistemas de ensino, previstos na Constituição Federal e na LDB. No entanto, essa 
multiplicidade de normas também pode gerar desafios para a articulação e integração dos sistemas de ensino, reforçando a 
necessidade de um efetivo regime de colaboração entre União, estados, Distrito Federal e municípios na organização da 
educação nacional.
Programa Nacional de Alimentação Escolar 
(PNAE)
O Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) é um dos mais antigos e importantes programas de alimentação escolar 
do mundo, sendo reconhecido internacionalmente como um caso exemplar de política pública. Instituído em 1955, o programa 
passou por diversas reformulações ao longo dos anos, consolidando-se como uma política de Estado fundamental para a 
garantia da segurança alimentar e nutricional e do direito humano à alimentação adequada no ambiente escolar.
Base Legal e Objetivos
Atualmente regido pela Lei nº 11.947, de 16 de junho de 
2009, e pela Resolução CD/FNDE nº 6, de 8 de maio de 
2020, o PNAE tem como objetivo contribuir para o 
crescimento e o desenvolvimento biopsicossocial, a 
aprendizagem, o rendimento escolare a formação de 
hábitos alimentares saudáveis dos alunos, por meio de ações 
de educação alimentar e nutricional e da oferta de refeições 
que cubram suas necessidades nutricionais durante o 
período letivo.
O programa atende a todos os alunos matriculados na 
educação básica pública (educação infantil, ensino 
fundamental, ensino médio e educação de jovens e adultos), 
incluindo aqueles que frequentam escolas filantrópicas e 
comunitárias conveniadas com o poder público. Os recursos 
são transferidos pelo FNDE diretamente aos estados, 
Distrito Federal e municípios, com base no Censo Escolar 
realizado no ano anterior.
A gestão do PNAE é descentralizada e compartilhada entre 
a União, os estados, o Distrito Federal e os municípios. Ao 
FNDE cabe a coordenação do programa em nível nacional, 
estabelecendo normas gerais, transferindo recursos 
financeiros, promovendo a articulação institucional e 
prestando assistência técnica. Aos estados, Distrito Federal 
e municípios compete a execução do programa, incluindo o 
complemento financeiro, a elaboração dos cardápios, a 
aquisição dos alimentos, a prestação de contas e a garantia 
das condições para que o programa seja executado de 
acordo com a legislação.
40M
Alunos atendidos
O PNAE atende 
aproximadamente 40 
milhões de estudantes em 
todo o Brasil, da educação 
infantil ao ensino médio, 
incluindo jovens e adultos.
R$4B
Orçamento anual
O programa conta com um 
orçamento de 
aproximadamente R$ 4 
bilhões por ano para garantir 
a alimentação escolar de 
qualidade.
30%
Agricultura familiar
No mínimo 30% dos recursos 
repassados pelo FNDE 
devem ser utilizados na 
aquisição de gêneros 
alimentícios diretamente da 
agricultura familiar.
5.570
Municípios atendidos
O PNAE tem abrangência 
nacional, atendendo a todos 
os municípios brasileiros e ao 
Distrito Federal.
Uma das principais inovações trazidas pela Lei nº 11.947/2009 foi a obrigatoriedade de que, no mínimo, 30% dos recursos 
repassados pelo FNDE sejam utilizados na aquisição de gêneros alimentícios diretamente da agricultura familiar e do 
empreendedor familiar rural ou de suas organizações, priorizando-se os assentamentos da reforma agrária, as comunidades 
tradicionais indígenas e as comunidades quilombolas. Essa determinação trouxe múltiplos benefícios, como o estímulo ao 
desenvolvimento econômico e sustentável das comunidades, a valorização da produção local de alimentos e a promoção de 
uma alimentação mais saudável e diversificada nas escolas.
O PNAE é considerado uma referência mundial em alimentação escolar, sendo frequentemente citado como exemplo pela 
Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e pelo Programa Mundial de Alimentos (PMA). Seu 
modelo tem sido adaptado e replicado em diversos países, especialmente na América Latina e na África, como parte de 
estratégias de cooperação Sul-Sul para a promoção da segurança alimentar e nutricional.
Programa Nacional do Livro e do Material 
Didático (PNLD)
O Programa Nacional do Livro e do Material Didático (PNLD) é uma política de Estado que visa avaliar, adquirir e distribuir 
obras didáticas, pedagógicas e literárias, entre outros materiais de apoio à prática educativa, para as escolas públicas de 
educação básica das redes federal, estaduais, municipais e distrital, bem como para instituições de educação infantil 
comunitárias, confessionais ou filantrópicas sem fins lucrativos e conveniadas com o Poder Público.
Evolução Histórica
O programa tem uma longa trajetória, iniciada em 1937 com 
a criação do Instituto Nacional do Livro (INL). Contudo, foi 
em 1985 que surgiu o Programa Nacional do Livro Didático 
(PNLD), por meio do Decreto nº 91.542, estabelecendo 
importantes mudanças, como a indicação do livro didático 
pelos professores, a reutilização do livro e o fim da 
participação financeira dos estados, assumindo o governo 
federal a aquisição de livros didáticos para todos os alunos 
do ensino fundamental da rede pública.
Ao longo dos anos, o programa foi sendo ampliado para 
atender às diferentes etapas e modalidades da educação 
básica. Em 1996, iniciou-se o processo de avaliação 
pedagógica dos livros inscritos, sendo publicado o primeiro 
"Guia de Livros Didáticos". Em 2003, foi criado o Programa 
Nacional do Livro para o Ensino Médio (PNLEM), e em 2007, 
o Programa Nacional do Livro Didático para a Alfabetização 
de Jovens e Adultos (PNLA). Em 2010, esses programas 
foram unificados no PNLD.
Em 2017, o programa foi ampliado e reformulado pelo 
Decreto nº 9.099, passando a se chamar Programa Nacional 
do Livro e do Material Didático (PNLD), com a inclusão de 
outros materiais de apoio à prática educativa, além dos 
livros didáticos, como softwares e jogos educacionais, 
materiais de reforço e correção de fluxo, materiais de 
formação e materiais destinados à gestão escolar, entre 
outros.
O PNLD se destaca pela sua abrangência, alcançando praticamente todas as escolas públicas de educação básica do país, e 
pelo volume de recursos envolvidos. A cada ano, são adquiridos e distribuídos milhões de exemplares de livros e materiais 
didáticos, com investimentos que superam a casa do bilhão de reais. Apenas para o triênio 2020-2022, por exemplo, o PNLD 
2020 (destinado aos anos finais do ensino fundamental) adquiriu mais de 117 milhões de exemplares, com investimento 
superior a R$ 1,3 bilhão.
Além do impacto direto na educação, fornecendo materiais didáticos de qualidade para alunos e professores, o PNLD também 
tem um papel significativo no mercado editorial brasileiro, sendo um dos principais compradores de livros do país. Isso tem 
levado a um contínuo aprimoramento da qualidade dos materiais didáticos produzidos, especialmente no que se refere à 
adequação às diretrizes curriculares nacionais e à incorporação de temas contemporâneos e abordagens pedagógicas 
inovadoras.
Adesão
As escolas públicas federais e as redes 
de ensino estaduais, municipais e do 
Distrito Federal que desejem 
participar do PNLD devem manifestar 
este interesse mediante adesão 
formal, observados os prazos, normas, 
obrigações e procedimentos 
estabelecidos pelo FNDE.
Inscrição
As editoras inscrevem suas obras 
conforme critérios estabelecidos em 
edital. Os editais podem incluir ciclos 
para diferentes segmentos e 
componentes curriculares da 
educação básica.
Avaliação
As obras inscritas passam por um 
rigoroso processo de avaliação 
pedagógica, coordenado pelo MEC 
com a participação de universidades 
públicas. Somente obras aprovadas 
nessa avaliação podem ser 
escolhidas pelas escolas.
Escolha
Os professores e equipes pedagógicas 
das escolas analisam as resenhas 
contidas no guia do PNLD e escolhem 
as obras que melhor atendem ao 
projeto político-pedagógico da escola.
Aquisição e Distribuição
O FNDE adquire as obras mais 
escolhidas e as distribui para as 
escolas antes do início do ano letivo, 
utilizando a estrutura logística dos 
Correios.
Monitoramento e Avaliação
O MEC e o FNDE realizam o 
monitoramento e a avaliação da 
execução do programa, coletando 
dados sobre a entrega e utilização 
dos materiais, e identificando 
necessidades de ajustes.
Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE)
O Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE) representa uma importante iniciativa no âmbito das políticas de financiamento 
educacional no Brasil. Criado em 1995, inicialmente com o nome de Programa de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino 
Fundamental (PMDE), e institucionalizado pela Medida Provisória nº 1.784, de 14 de dezembro de 1998, posteriormente 
convertida na Lei nº 11.947, de 16 de junho de 2009, o PDDE introduziu um novo modelo de gestão financeira no sistema 
educacional brasileiro, baseado na descentralização e na autonomia escolar.
Objetivos e Funcionamento
O principal objetivo do PDDE é prestar assistência 
financeira, em caráter suplementar, às escolas públicasda 
educação básica das redes estaduais, municipais e do 
Distrito Federal, às escolas de educação especial 
qualificadas como beneficentes de assistência social ou 
atendimento direto e gratuito ao público, bem como às 
escolas mantidas por entidades de tais gêneros, e aos polos 
presenciais do sistema Universidade Aberta do Brasil (UAB) 
que ofertem programas de formação inicial ou continuada a 
profissionais da educação básica.
Os recursos do PDDE são transferidos diretamente para as 
escolas, sem a necessidade de convênio, acordo, contrato ou 
instrumento congênere, de acordo com o número de alunos 
matriculados na educação básica, conforme dados do Censo 
Escolar do ano anterior. Para receber os recursos, as escolas 
públicas devem possuir Unidade Executora Própria (UEx), 
que pode ser uma Associação de Pais e Mestres, Conselho 
Escolar, Caixa Escolar ou similar. No caso de escolas com 
menos de 50 alunos que não possuem UEx, os recursos são 
transferidos para a prefeitura ou secretaria estadual de 
educação, que deve repassá-los às escolas correspondentes.
Os recursos do PDDE podem ser utilizados para diversas 
finalidades, incluindo: a aquisição de material permanente e 
de consumo necessário ao funcionamento da escola; a 
manutenção, conservação e pequenos reparos da 
infraestrutura física da escola; a implementação de projetos 
pedagógicos; o desenvolvimento de atividades 
educacionais; a avaliação de aprendizagem; a 
implementação do Projeto Político Pedagógico (PPP); e o 
funcionamento das escolas nos finais de semana. Isso 
confere às escolas maior flexibilidade e autonomia na gestão 
dos recursos, permitindo que atendam a suas necessidades 
específicas de forma mais ágil e eficiente.
1
PDDE Básico
Destina recursos financeiros para 
auxiliar na manutenção e melhoria 
da infraestrutura física e 
pedagógica das escolas, 
fortalecendo a participação da 
comunidade e a autogestão 
escolar. Os recursos são calculados 
com base no número de alunos 
matriculados na escola, conforme o 
Censo Escolar, sendo que escolas 
de áreas mais vulneráveis recebem 
valores per capita maiores, como 
forma de promover equidade.
2
PDDE Estrutura
Compreende ações voltadas para a 
melhoria da infraestrutura física e 
tecnológica das escolas, como o 
PDDE Água e Esgoto Sanitário, que 
visa garantir o abastecimento de 
água em condições apropriadas 
para consumo e o esgotamento 
sanitário nas unidades escolares, e 
o PDDE Escola Acessível, que 
promove a acessibilidade 
arquitetônica nos prédios 
escolares.
3
PDDE Qualidade
Agrupa ações que visam contribuir 
para a melhoria da qualidade do 
ensino e para o alcance de índices 
educacionais mais elevados pelas 
escolas. Inclui o PDDE Educação 
Integral, que financia a ampliação 
da jornada escolar, o PDDE Ensino 
Médio Inovador, que apoia o 
desenvolvimento de propostas 
curriculares inovadoras nesse nível 
de ensino, entre outros.
O PDDE representa um avanço significativo na gestão democrática da educação pública brasileira, na medida em que promove 
a autonomia das escolas na definição de suas prioridades e na aplicação dos recursos, além de incentivar a participação da 
comunidade escolar nos processos decisórios. Essa abordagem descentralizada também contribui para maior agilidade na 
resolução de problemas cotidianos das escolas, reduzindo a burocracia e fortalecendo a responsabilidade e o controle social 
sobre os recursos públicos destinados à educação.
Apesar dos benefícios, o programa ainda enfrenta desafios, como a necessidade de ampliar os valores repassados, 
considerando o custo real das despesas escolares, a capacitação contínua dos gestores escolares para a adequada gestão 
financeira, e o aprimoramento dos mecanismos de transparência e prestação de contas. Não obstante, o PDDE segue como um 
importante instrumento de política pública educacional, que tem contribuído para a melhoria das condições de ensino e 
aprendizagem nas escolas brasileiras.
Programa Nacional de Apoio ao Transporte do 
Escolar (PNATE)
O Programa Nacional de Apoio ao Transporte do Escolar (PNATE) foi instituído pela Lei nº 10.880, de 9 de junho de 2004, com 
o objetivo de garantir o acesso e a permanência nos estabelecimentos escolares dos alunos do ensino fundamental público 
residentes em área rural que utilizem transporte escolar. Posteriormente, por meio da Lei nº 11.947, de 16 de junho de 2009, o 
programa foi ampliado para toda a educação básica, beneficiando também os estudantes da educação infantil e do ensino 
médio residentes em áreas rurais.
Objetivos e Funcionamento
O PNATE tem como objetivo principal garantir o acesso e a 
permanência nos estabelecimentos escolares dos alunos da 
educação básica pública residentes em área rural que 
utilizem transporte escolar. O programa consiste na 
transferência automática de recursos financeiros, em 
caráter suplementar, aos estados, ao Distrito Federal e aos 
municípios, para custear despesas com manutenção de 
veículos escolares pertencentes às frotas das entidades ou 
de seus entes federados, bem como para a contratação de 
serviços terceirizados de transporte, tendo como base o 
quantitativo de alunos transportados e informados no censo 
escolar realizado pelo Instituto Nacional de Estudos e 
Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP) no ano 
anterior.
Os recursos do PNATE são transferidos em nove parcelas 
anuais, de março a novembro, e podem ser utilizados para 
diversos fins relacionados ao transporte escolar, como: 
manutenção, seguros, licenciamento, impostos e taxas, 
pneus, câmaras, serviços de mecânica em freio, suspensão, 
câmbio, motor, elétrica e funilaria, recuperação de assentos, 
combustível e lubrificantes do veículo ou, no que couber, da 
embarcação utilizada para o transporte de alunos da 
educação básica pública residentes em área rural; e 
pagamento de serviços contratados junto a terceiros para o 
transporte escolar.
A gestão do PNATE é de responsabilidade do Fundo 
Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), que 
estabelece as normas e critérios para o repasse dos 
recursos, acompanha a execução do programa e recebe a 
prestação de contas. No âmbito local, o programa é 
acompanhado pelos Conselhos do FUNDEB, que têm a 
atribuição de analisar a prestação de contas dos recursos 
recebidos e emitir parecer conclusivo sobre a aplicação 
desses recursos.
80%
Escolas rurais atendidas
Aproximadamente 80% das escolas 
localizadas em áreas rurais no Brasil são 
beneficiadas pelo programa, garantindo 
o acesso de milhões de estudantes à 
educação básica.
65%
Municípios participantes
Cerca de 65% dos municípios 
brasileiros recebem recursos do PNATE 
para garantir o transporte escolar de 
alunos residentes em áreas rurais, 
abrangendo todas as regiões do país.
25%
Redução da evasão escolar
Estudos indicam que o programa 
contribuiu para uma redução de 
aproximadamente 25% na evasão 
escolar em áreas rurais, evidenciando 
seu impacto na permanência dos alunos 
nas escolas.
O PNATE representa uma importante política de inclusão educacional, especialmente considerando as dimensões 
continentais do Brasil e as dificuldades de acesso e deslocamento em muitas áreas rurais. Ao garantir o transporte escolar para 
estudantes residentes nessas áreas, o programa contribui significativamente para a democratização do acesso à educação, a 
redução das desigualdades educacionais entre zonas urbanas e rurais, e a diminuição das taxas de evasão e abandono escolar.
No entanto, o programa ainda enfrenta desafios, como a necessidade de ampliação dos recursos para atender adequadamente 
à demanda, a melhoria das condições de segurança e conforto dos veículos utilizados, e a adaptação às particularidades 
geográficas e climáticas de cada região do país. Além disso, há a necessidade de uma maior integração entre o PNATE e outras 
políticas públicas educacionais, visando a garantianão apenas do acesso, mas também da qualidade da educação oferecida aos 
estudantes de áreas rurais.
Apesar desses desafios, o PNATE continua sendo um programa essencial para a garantia do direito à educação no Brasil, sendo 
reconhecido como uma das principais políticas públicas de transporte escolar do mundo, em termos de abrangência e impacto 
social.
Programa de Apoio aos Sistemas de Ensino para 
Atendimento à Educação de Jovens e Adultos 
(PEJA)
O Programa de Apoio aos Sistemas de Ensino para Atendimento à Educação de Jovens e Adultos (PEJA) foi instituído pelo 
Governo Federal como parte das ações de apoio à Educação de Jovens e Adultos (EJA), modalidade educacional destinada 
àqueles que não tiveram acesso ou continuidade de estudos no ensino fundamental e médio na idade própria. Inicialmente 
vinculado ao Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (FUNDEF), 
que não incluía a EJA em seu financiamento, o programa foi criado para suprir essa lacuna, oferecendo assistência financeira 
aos sistemas de ensino para a ampliação da oferta de vagas na modalidade.
Evolução Histórica e Base Legal
O PEJA teve sua origem em um contexto de exclusão da EJA 
das políticas de financiamento educacional. Com a criação 
do FUNDEF pela Emenda Constitucional nº 14/1996 e sua 
regulamentação pela Lei nº 9.424/1996, a EJA não foi 
incluída no cômputo das matrículas para distribuição dos 
recursos, o que desestimulou a oferta dessa modalidade 
pelos estados e municípios. Para mitigar esse problema, o 
governo federal criou o PEJA, como forma de apoio 
suplementar aos sistemas de ensino.
Com a substituição do FUNDEF pelo Fundo de Manutenção 
e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos 
Profissionais da Educação (FUNDEB), por meio da Emenda 
Constitucional nº 53/2006 e da Lei nº 11.494/2007, a EJA 
passou a ser contemplada no novo fundo, embora com um 
fator de ponderação inferior ao das demais modalidades da 
educação básica. O PEJA continuou existindo, mas com 
recursos significativamente reduzidos, uma vez que a maior 
parte do financiamento da EJA passou a ser realizada via 
FUNDEB.
Com a aprovação do novo FUNDEB, por meio da Emenda 
Constitucional nº 108/2020 e da Lei nº 14.113/2020, a EJA 
teve seu financiamento aprimorado, com a possibilidade de 
diferenciação dos fatores de ponderação de acordo com a 
localização e especificidades da oferta, além da inclusão da 
EJA integrada à educação profissional como modalidade 
específica de distribuição dos recursos.
O PEJA, em sua concepção atual, tem como objetivo apoiar 
os sistemas de ensino na ampliação da oferta de vagas na 
educação de jovens e adultos, contribuindo para o 
enfrentamento do analfabetismo e baixa escolaridade entre 
jovens e adultos no Brasil. O programa atua de forma 
complementar ao FUNDEB, direcionando recursos 
especialmente para ações de alfabetização e para a oferta 
de EJA integrada à educação profissional.
Financiamento e Recursos
Os recursos do PEJA são 
repassados pelo FNDE aos estados, 
municípios e Distrito Federal, com 
base no número de matrículas na 
EJA registradas no Censo Escolar 
do ano anterior. Os recursos podem 
ser utilizados para aquisição de 
material didático-pedagógico, 
formação continuada de 
professores, aquisição de gêneros 
alimentícios para os estudantes, 
transporte escolar e pequenas 
adaptações de espaços físicos 
destinados às classes de EJA.
Público-Alvo e Prioridades
O programa tem como público-alvo 
jovens e adultos a partir de 15 anos 
que não concluíram o ensino 
fundamental, e jovens e adultos a 
partir de 18 anos que não 
concluíram o ensino médio. São 
priorizadas ações voltadas para 
populações historicamente 
marginalizadas, como indígenas, 
quilombolas, população carcerária, 
agricultores familiares, ribeirinhos, 
assentados, e pessoas com 
deficiência.
Integração com Outros 
Programas
O PEJA busca articulação com 
outros programas educacionais e 
políticas públicas, como o Programa 
Brasil Alfabetizado (PBA), voltado 
para a alfabetização inicial de 
jovens e adultos, e o Programa 
Nacional de Inclusão de Jovens 
(ProJovem), destinado à elevação 
da escolaridade e formação 
profissional de jovens. Essa 
articulação visa construir um 
percurso formativo contínuo para 
os jovens e adultos, desde a 
alfabetização até a conclusão da 
educação básica.
A Educação de Jovens e Adultos (EJA) é uma modalidade educacional que, além de ser um direito constitucional, representa 
uma importante estratégia para a superação de desigualdades sociais e para a promoção da inclusão. No Brasil, onde milhões 
de pessoas com 15 anos ou mais ainda não concluíram a educação básica, programas como o PEJA são essenciais para garantir 
oportunidades educacionais a essa parcela da população.
No entanto, apesar dos avanços alcançados nas últimas décadas, a EJA ainda enfrenta desafios significativos, como a redução 
contínua do número de matrículas, a alta taxa de evasão, a necessidade de metodologias específicas que considerem as 
experiências e conhecimentos prévios dos estudantes, e a formação adequada dos professores para atuar nessa modalidade. 
Nesse contexto, o PEJA e outros programas de apoio à EJA precisam ser constantemente avaliados e aprimorados, buscando 
responder de forma mais efetiva às necessidades e expectativas dos jovens e adultos em processo de escolarização.
Programa Nacional de Tecnologia Educacional 
(ProInfo)
O Programa Nacional de Tecnologia Educacional (ProInfo) foi criado pelo Ministério da Educação, por meio da Portaria nº 522, 
de 9 de abril de 1997, com o objetivo de promover o uso pedagógico das tecnologias de informação e comunicação nas redes 
públicas de educação básica. Inicialmente denominado Programa Nacional de Informática na Educação, o ProInfo foi 
reestruturado pelo Decreto nº 6.300, de 12 de dezembro de 2007, passando a se chamar Programa Nacional de Tecnologia 
Educacional, com uma abordagem mais ampla e integrada das tecnologias na educação.
Objetivos e Princípios
O ProInfo tem como principal objetivo promover o uso 
pedagógico das tecnologias de informação e comunicação 
nas escolas públicas de educação básica, contribuindo para a 
inclusão digital de alunos e professores e para a melhoria 
dos processos de ensino e aprendizagem. Entre seus 
objetivos específicos, destacam-se:
Promover o uso pedagógico das tecnologias de 
informação e comunicação nas escolas de educação 
básica das redes públicas de ensino urbanas e rurais;
Fomentar a melhoria do processo de ensino e 
aprendizagem com o uso das tecnologias de informação 
e comunicação;
Promover a capacitação dos agentes educacionais 
envolvidos nas ações do programa;
Contribuir com a inclusão digital por meio da ampliação 
do acesso a computadores, da conexão à rede mundial 
de computadores e de outras tecnologias digitais, 
beneficiando a comunidade escolar e a população 
próxima às escolas;
Contribuir para a preparação dos jovens e adultos para o 
mercado de trabalho por meio do uso das tecnologias de 
informação e comunicação;
Fomentar a produção nacional de conteúdos digitais 
educacionais.
O programa é estruturado em um regime de colaboração 
entre a União, os estados, o Distrito Federal e os municípios. 
Ao Ministério da Educação, por meio da Secretaria de 
Educação Básica (SEB), cabe a implantação de ambientes 
tecnológicos equipados com computadores e recursos 
digitais nas escolas públicas, bem como a oferta de 
formação continuada aos professores e agentes 
educacionais para o uso pedagógico das tecnologias. Aos 
estados, Distrito Federal e municípios cabe prover a 
infraestrutura necessária para a instalação dos 
equipamentos, garantir a formação dos profissionais para o 
uso das tecnologias, e assegurar as condições para o uso 
pedagógico das tecnologias nas escolas.
Infraestrutura Tecnológica
O ProInfo contemplaa implantação 
de laboratórios de informática nas 
escolas públicas, equipados com 
computadores, impressoras, 
roteadores, servidores e outros 
equipamentos, bem como a 
disponibilização de conexão à 
internet. Além disso, o programa 
também prevê a instalação de 
projetores integrados a 
computadores em salas de aula 
(ProInfo Integrado), tablets 
educacionais para professores, e 
laptops educacionais no modelo um 
computador por aluno (Projeto 
UCA).
Formação Continuada
O programa oferece cursos de 
formação continuada para 
professores e gestores escolares, 
visando a integração pedagógica das 
tecnologias digitais às práticas de 
sala de aula. Os cursos abordam 
desde a introdução à informática 
educativa até o uso de ferramentas 
específicas para a criação de 
conteúdos digitais, a elaboração de 
projetos, e a utilização de tecnologias 
na gestão escolar.
Conteúdos e Recursos 
Digitais
O ProInfo também contempla o 
desenvolvimento e disponibilização 
de conteúdos e recursos 
educacionais digitais, como o Portal 
do Professor, o Banco Internacional 
de Objetos Educacionais (BIOE), a TV 
Escola, o Domínio Público e outros. 
Esses recursos visam apoiar o 
trabalho pedagógico dos professores 
e enriquecer o processo de ensino e 
aprendizagem.
Ao longo de mais de duas décadas de existência, o ProInfo tem contribuído significativamente para a inclusão digital nas 
escolas públicas brasileiras, especialmente nas regiões mais carentes do país. No entanto, o programa também tem enfrentado 
desafios, como a rápida obsolescência dos equipamentos, a dificuldade de manutenção das infraestruturas tecnológicas, a 
desigualdade no acesso à internet de qualidade entre as diferentes regiões do país, e a necessidade de formação continuada 
dos professores para o uso pedagógico das tecnologias em um cenário de constante evolução tecnológica.
Nos últimos anos, com o advento de novas tecnologias e abordagens pedagógicas, o ProInfo tem buscado se adaptar, 
incorporando novas perspectivas como a aprendizagem móvel, a educação híbrida, a cultura maker e a programação. Além 
disso, a pandemia de COVID-19, iniciada em 2020, evidenciou ainda mais a importância das tecnologias digitais na educação e 
a necessidade de políticas públicas robustas para garantir o acesso equitativo a essas tecnologias, reforçando a relevância de 
programas como o ProInfo no contexto educacional brasileiro.
Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da 
Educação Básica (FUNDEB)
O Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (FUNDEB) é 
um fundo especial, de natureza contábil, formado por recursos provenientes de impostos e transferências dos estados, 
Distrito Federal e municípios, vinculados à educação por força do disposto no art. 212 da Constituição Federal. Além desses 
recursos, o FUNDEB recebe uma complementação da União, com o objetivo de assegurar um valor mínimo por aluno nas 
unidades da federação onde esse valor não é alcançado com os recursos dos próprios estados e municípios.
Evolução Histórica
O FUNDEB foi instituído pela Emenda Constitucional nº 53, 
de 19 de dezembro de 2006, e regulamentado pela Lei nº 
11.494, de 20 de junho de 2007, e pelo Decreto nº 6.253, de 
13 de novembro de 2007, em substituição ao Fundo de 
Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e 
de Valorização do Magistério (FUNDEF), que vigorou de 
1998 a 2006. Enquanto o FUNDEF contemplava apenas o 
ensino fundamental, o FUNDEB ampliou o financiamento 
para toda a educação básica, incluindo a educação infantil, o 
ensino médio e as diversas modalidades de ensino, como a 
educação de jovens e adultos, a educação especial, a 
educação indígena e quilombola, entre outras.
Inicialmente, o FUNDEB foi estabelecido com um prazo de 
vigência de 14 anos, até 2020. No entanto, diante de sua 
importância para o financiamento da educação básica no 
Brasil, foi aprovada a Emenda Constitucional nº 108, de 26 
de agosto de 2020, que tornou o FUNDEB permanente, 
incorporando-o ao texto constitucional como instrumento 
permanente de financiamento da educação básica pública. A 
nova regulamentação do FUNDEB foi estabelecida pela Lei 
nº 14.113, de 25 de dezembro de 2020, que trouxe 
aprimoramentos importantes ao mecanismo de distribuição 
dos recursos.
ICMS
FPE
FPM
IPI-Exp
ITCMD
IPVA
0 8 16 24
Funcionamento e 
Distribuição dos Recursos
O FUNDEB opera no âmbito de 
cada estado e do Distrito Federal, 
com recursos provenientes de 
impostos e transferências desses 
entes e dos seus municípios. Os 
recursos são distribuídos com 
base no número de alunos 
matriculados nas escolas públicas 
de educação básica, de acordo 
com os dados do último Censo 
Escolar, sendo consideradas as 
diferentes etapas, modalidades e 
tipos de estabelecimento de 
ensino. Para cada tipo de 
matrícula, é atribuído um fator de 
ponderação, que varia de acordo 
com o custo estimado do aluno, 
resultando em valores 
diferenciados por aluno/ano.
Complementação da 
União
A União complementa os recursos 
do FUNDEB sempre que, no 
âmbito de cada estado e do 
Distrito Federal, o valor por aluno 
não alcançar o mínimo definido 
nacionalmente. De acordo com a 
EC nº 108/2020, a 
complementação da União será 
de, no mínimo, 23% do total de 
recursos do fundo, a ser atingido 
progressivamente até 2026. Essa 
complementação é distribuída em 
três modalidades: 
complementação-VAAF (valor 
anual por aluno), destinada aos 
entes federativos que não 
atingirem o valor mínimo nacional 
por aluno; complementação-VAAT 
(valor anual total por aluno), 
destinada às redes públicas com 
maior vulnerabilidade 
socioeconômica; e 
complementação-VAAR (valor 
anual por aluno com resultado), 
destinada a redes públicas que, 
cumpridas condicionalidades de 
melhoria de gestão, alcançarem 
evolução de indicadores de 
atendimento e melhoria da 
aprendizagem.
Aplicação dos Recursos
Os recursos do FUNDEB devem 
ser aplicados na manutenção e 
desenvolvimento da educação 
básica pública e na valorização dos 
profissionais da educação, 
incluindo sua remuneração 
condigna. A legislação estabelece 
que, no mínimo, 70% dos recursos 
anuais totais do fundo devem ser 
destinados ao pagamento da 
remuneração dos profissionais da 
educação básica em efetivo 
exercício na rede pública. Os 
recursos restantes devem ser 
aplicados em outras despesas de 
manutenção e desenvolvimento 
do ensino, como aquisição de 
equipamentos e material 
permanente, construção e 
manutenção de instalações, 
formação continuada dos 
profissionais da educação, entre 
outras.
O FUNDEB representa um importante mecanismo de financiamento da educação básica no Brasil, contribuindo para a 
redução das desigualdades educacionais entre as diferentes regiões do país e para a valorização dos profissionais da educação. 
Sua institucionalização como instrumento permanente de financiamento, por meio da EC nº 108/2020, representa um avanço 
significativo para a garantia do direito à educação de qualidade para todos os brasileiros.
No entanto, apesar dos avanços, ainda existem desafios a serem superados, como a necessidade de ampliação dos recursos 
totais destinados à educação, a melhoria dos mecanismos de distribuição dos recursos para garantir maior equidade, e o 
aprimoramento dos instrumentos de controle social e transparência na aplicação dos recursos. Além disso, é fundamental que 
o FUNDEB seja articulado com outras políticas educacionais, visando a melhoria da qualidade da educação e a redução das 
desigualdades educacionais no Brasil.
Sistema Nacional de Avaliação da Educação 
Básica (SAEB)
O Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (SAEB) é um conjunto de avaliações externas em larga escala que 
permite ao Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP) realizar um diagnóstico da educação 
básica

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