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<p>Disciplina</p><p>FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO</p><p>BRASILEIRA E POLÍTICAS</p><p>PÚBLICAS</p><p>Unidade 1</p><p>POLÍTICAS PÚBLICAS E LEGISLAÇÃO EDUCACIONAL</p><p>Aula 1</p><p>As Políticas Públicas na Educação</p><p>As políticas públicas na educação</p><p>Este conteúdo é um vídeo!</p><p>Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo</p><p>computador ou pelo aplicativo. Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo</p><p>para assistir mesmo sem conexão à internet.</p><p>Dica para você</p><p>Aproveite o acesso para baixar os slides do vídeo, isso pode deixar sua</p><p>aprendizagem ainda mais completa.</p><p>Olá, estudante! Nesta aula, conversaremos um pouco sobre as políticas públicas e educacionais</p><p>a partir da perspectiva da organização da educação nacional. Você sabe qual é o papel e a</p><p>importância da política no contexto educacional e como ela impacta na educação e no trabalho</p><p>do professor? Essas são questões importantes, pois todo trabalho pedagógico que acontece na</p><p>escola segue regras, normatizações e orientações que decorrem das políticas. Desse modo,</p><p>entender o funcionamento da educação brasileira é fundamental para qualquer pro�ssional da</p><p>educação. Prepare-se para essa jornada de conhecimento. Vamos lá!</p><p>Ponto de Partida</p><p>Olá, estudante! Bem-vindo à disciplina Funcionamento da Educação Brasileira e Políticas</p><p>Públicas. Queremos, nesta aula, apresentar a você alguns conceitos relacionados às políticas</p><p>públicas e suas relações com a educação. Para isso, conversaremos sobre a história das</p><p>legislações educacionais e da organização da educação brasileira, bem como discutiremos duas</p><p>importantes leis: a Constituição Federal e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB). Você</p><p>Disciplina</p><p>FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO</p><p>BRASILEIRA E POLÍTICAS</p><p>PÚBLICAS</p><p>pode se perguntar: a�nal, que ligação tem as políticas públicas com a minha atual ou futura</p><p>atuação no âmbito da educação? Para responder a essa questão de antemão, podemos dizer que</p><p>é signi�cativa a relação entre legislação, políticas públicas e educação, e cabe a nós, acadêmicos</p><p>e futuros pro�ssionais da educação, compreendermos essas relações, pois elas embasam e</p><p>determinam muitas das mudanças e ações que tomamos dentro das escolas.</p><p>Para começar nosso primeiro tópico, queremos lançar um desa�o. Imagine a seguinte situação:</p><p>Viviane, coordenadora pedagógica da escola KWY, está planejando o calendário pedagógico do</p><p>próximo ano e percebe que precisará, junto aos professores da escola, reformular o Projeto</p><p>Político-Pedagógico (PPP), para alinhá-lo aos novos direcionamentos das políticas educacionais</p><p>vigentes. Sendo a primeira vez como coordenadora que ela fará isso, surgem alguns</p><p>questionamentos: de que maneira as atuais políticas educacionais in�uenciam a construção e a</p><p>implementação do Projeto Político-Pedagógico na escola? Como os professores podem</p><p>colaborar com a reformulação do PPP a partir das mudanças na legislação? Como posso trazer e</p><p>apresentar essa temática para os professores da escola, para promover uma construção</p><p>participativa e inclusiva do PPP que atenda às demandas das políticas educacionais?</p><p>Nosso objetivo, é contribuir para o seu aprendizado, abordando uma ampla variedade de temas</p><p>que possam ajudar você e a Viviane a compreenderem a importância das políticas educacionais</p><p>e como elas estão diretamente relacionadas com a nossa formação e atuação enquanto</p><p>professores. Você está sendo convidado a analisar, re�etir, questionar e construir novas ideias a</p><p>partir dos conhecimentos que serão apresentados adiante. Vamos à leitura!</p><p>Vamos Começar!</p><p>A educação brasileira, sua trajetória histórica e a relação com as</p><p>políticas e legislações educacionais</p><p>Você já se perguntou sobre o que é política? Para que ela serve? Essas questões parecem</p><p>simples, mas trazem uma série de re�exões sobre a sociedade, a organização política e os</p><p>impactos na educação e seu funcionamento. Ao adentrarmos na esfera da política,</p><p>imediatamente evocamos concepções associadas aos partidos políticos, à legislação, aos</p><p>compromissos e até mesmo à corrupção, dada a profusão de informações disseminadas pelas</p><p>diversas mídias em nosso cotidiano, abordando as dinâmicas dentro e fora do nosso país.</p><p>Podemos inferir que essa pode ser uma parte da política, mas não o todo, é redutivo limitarmos a</p><p>política apenas a esses elementos apresentados nos noticiários ou nas diferentes mídias. A</p><p>política, enquanto ato de governar e de tomar decisões, é um conceito de natureza</p><p>consideravelmente abrangente, exigindo uma compreensão que transcenda aspectos</p><p>super�ciais, ou seja, para uma melhor compreensão do seu papel e da sua função, deve-se</p><p>analisar sua dimensão histórica e social.</p><p>Disciplina</p><p>FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO</p><p>BRASILEIRA E POLÍTICAS</p><p>PÚBLICAS</p><p>A etimologia da palavra "política" vem do vocábulo grego politiké, resultado da combinação de</p><p>duas outras palavras gregas, polis e tikós, que fazem alusão à organização e ao pensamento</p><p>grego referente à cidade e à participação e atuação dos sujeitos na organização das cidades-</p><p>estados, dentro do regime de democracia ateniense na Antiguidade. Entre alguns pensadores</p><p>políticos importantes desse período, podemos destacar o �lósofo Aristóteles, que se dedicou ao</p><p>estudo da política enquanto ciência, cuja �nalidade seria a felicidade humana, pautada na ética,</p><p>olhando para o homem individualmente, e na política em si, considerando a coletividade das</p><p>relações. Portanto, na perspectiva aristotélica, a política deve buscar boas ações para o bem-</p><p>estar tanto individual como coletivo.</p><p>Da Antiguidade à atualidade, diferentes concepções e regimes políticos e governamentais</p><p>surgiram ao passo que as sociedades se tornaram mais complexas e numerosas, assim como</p><p>diferentes demandas sociais e relacionais, e a política se tornou um meio para administrar essa</p><p>complexidade das relações, através de tomada de decisões e de ações.</p><p>Quando falamos nas ações decorrentes da política, tratamos das chamadas políticas públicas,</p><p>que são ações ligadas ao governo para abordar problemas especí�cos e alcançar metas de bem-</p><p>estar coletivo. Dada a abrangência das políticas públicas, podemos ter políticas voltadas à</p><p>economia, à educação, à saúde, ao meio ambiente, à ciência e tecnologia, ao trabalho, à moradia,</p><p>entre outras, a depender das demandas sociais percebidas. Para Cunha e Cunha (2002, p. 12),</p><p>“as políticas públicas têm sido criadas como resposta do Estado às demandas que emergem da</p><p>sociedade e do seu próprio interior, sendo a expressão do compromisso público de atuação</p><p>numa determinada área a longo prazo”.</p><p>Podemos observar que, para que a política e as políticas públicas sejam efetivas, precisamos</p><p>delimitar o papel do Estado e do governo. Quando falamos sobre o Estado, referimo-nos à</p><p>estrutura política e social que detém o controle sobre um território e seus habitantes, incluindo</p><p>funções legislativas, executivas e judiciárias. Já o governo pode ser compreendido como o grupo</p><p>político temporário no poder, responsável pela administração do Estado. De acordo com Rocha</p><p>(2008), enquanto o governo faz parte do Estado e está vinculado ao grupo político no comando,</p><p>uma Política de Estado é regulamentada por leis e possui uma durabilidade, independentemente</p><p>do grupo político no poder, como a Constituição Federal Brasileira de 1988.</p><p>Em suma, a política nasce dentro das sociedades na busca de organizar, administrar e mediar</p><p>con�itos e interesses. E o que seria, então, a política educacional nesse contexto? Quando</p><p>falamos das questões educacionais, não é diferente. Existem interesses, visões e percepções</p><p>sobre o sujeito e as relações e os contextos que fazem surgir novas legislações e revisitar outras,</p><p>mas, de modo geral, podemos conceituar as políticas educacionais como o conjunto de normas,</p><p>ações e estratégias governamentais para o desenvolvimento, a implementação e a avaliação de</p><p>práticas e programas no sistema educacional, visando melhorar a qualidade, a equidade e a</p><p>e�ciência do ensino.</p><p>Lembra que no começo da nossa aula falamos que a política precisa ser compreendida a partir</p><p>da história e dos aspectos sociais? Podemos ver muitos dos interesses</p><p>Sua</p><p>importância se estende a diversos aspectos, destacando-se como uma ferramenta valiosa para a</p><p>compreensão do panorama educacional e a implementação de políticas e�cazes. Com base nos</p><p>estudos de Vasconcelos, Leal e Cerqueira Araújo (2020), a partir da avaliação do IDEB, o</p><p>Ministério da Educação (MEC) concede apoio técnico e �nanceiro aos municípios que</p><p>apresentaram índices insu�cientes de qualidade de ensino. A provisão de recursos é realizada</p><p>mediante a participação no Compromisso Todos pela Educação e na elaboração do Plano de</p><p>Ações Articuladas (PAR).</p><p>O PAR é uma estratégia de suporte técnico e �nanceiro que proporciona aos entes federados</p><p>uma ferramenta abrangente para diagnóstico e planejamento de políticas educacionais.</p><p>Por �m, o IDEB pode ser calculado tanto por etapas de ensino quanto por dimensões geográ�cas</p><p>e administrativas. Para compreender um pouco mais como se dá o cálculo do IDEB, é necessário</p><p>considerarmos a seguinte fórmula (Jeduca, 2018):</p><p>Em que:</p><p>i = ano do exame (Saeb e Prova Brasil) e do Censo Escolar.</p><p>Nji = média da pro�ciência em Língua Portuguesa e Matemática, padronizada para um indicador</p><p>entre 0 e 10, dos alunos da unidade j, obtida em determinada edição do exame realizado ao �nal</p><p>da etapa de ensino.</p><p>Pji = indicador de rendimento baseado na taxa de aprovação da etapa de ensino dos alunos da</p><p>unidade j.</p><p>Em suma, o IDEB desempenha um papel fundamental na avaliação, no monitoramento e no</p><p>aprimoramento da Educação Básica no Brasil, proporcionando uma base sólida para a</p><p>implementação de políticas educacionais e�cazes e o avanço constante na qualidade do ensino.</p><p>IDEBji = NjiPji</p><p>0 ≤ Nj; 0 ≤ 10; 0 ≤ Pj</p><p>0 ≤ IDEBj ≤ 10</p><p>Disciplina</p><p>FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO</p><p>BRASILEIRA E POLÍTICAS</p><p>PÚBLICAS</p><p>Sistema de Avaliação da Educação Básica</p><p>Conforme Bonamino e Franco (1999), o surgimento do SAEB está ligado à demanda do Banco</p><p>Mundial para desenvolver um sistema de avaliação. Essa demanda, junto ao interesse do MEC</p><p>em estabelecer um sistema abrangente de avaliação educacional a partir da década de 1990,</p><p>resultou inicialmente na criação do Sistema Nacional de Avaliação do Ensino Público de 1º Grau</p><p>(SAEP). Apesar de uma aplicação piloto em 1988 nos estados do Paraná e do Rio Grande do</p><p>Norte, di�culdades �nanceiras impediram o progresso do projeto. Somente em 1990, com a</p><p>alocação de recursos pela Secretaria Nacional de Educação Básica, o SAEB pôde ser</p><p>efetivamente lançado.</p><p>O Sistema de Avaliação da Educação Básica constitui um conjunto abrangente de avaliações</p><p>externas em larga escala que viabiliza ao Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas</p><p>Educacionais Anísio Teixeira (Inep) realizar uma análise diagnóstica da educação básica no</p><p>Brasil, identi�cando fatores que possam in�uenciar no desempenho dos estudantes. Através da</p><p>aplicação periódica de testes e questionários a cada dois anos, abrangendo tanto a rede pública</p><p>quanto uma amostra representativa da rede privada, o SAEB espelha os níveis de aprendizado</p><p>evidenciados pelos estudantes avaliados. Esses resultados são contextualizados por meio de</p><p>uma variedade de informações, oferecendo uma compreensão mais profunda.</p><p>Os resultados dessas avaliações servem como indicadores da qualidade do ensino no Brasil,</p><p>fornecendo elementos fundamentais para a formulação, o monitoramento e o aprimoramento de</p><p>políticas educacionais baseadas nos dados obtidos. Desde seu surgimento, as áreas, os públicos</p><p>e as etapas avaliadas foram alteradas ao longo do aperfeiçoamento do sistema e, a partir de</p><p>2013, passou a ter um foco maior na alfabetização, trazendo a Avaliação Nacional de</p><p>Alfabetização (ANA) para o cenário de avaliações.</p><p>A partir de 2019, com a adequação dos currículos à Base Nacional Comum Curricular (BNCC),</p><p>novas matrizes de referência foram implementadas, inicialmente, para as avaliações de Língua</p><p>Portuguesa e Matemática no 2º ano do ensino fundamental, além de Ciências Humanas e</p><p>Ciências Da Natureza no 9º ano, de modo a evitar impactos no cálculo do Índice de</p><p>Desenvolvimento da Educação Básica.</p><p>Nesse processo todas as avaliações passam a ser identi�cadas como SAEB, acompanhadas das</p><p>etapas, áreas de conhecimento e tipos de instrumentos utilizados. Além disso, a avaliação da</p><p>alfabetização ocorre de forma amostral no 2º ano do ensino fundamental, enquanto a avaliação</p><p>da educação infantil inicia-se como um estudo-piloto, incluindo questionários eletrônicos para</p><p>professores, diretores e secretários municipais e estaduais. (Brasil, 2020, [s. p.])</p><p>Em síntese, o SAEB emerge como uma ferramenta crucial no panorama educacional brasileiro,</p><p>desempenhando um papel essencial na identi�cação de desa�os e no direcionamento de</p><p>estratégias para a melhoria contínua da qualidade do ensino. Ao alinhar-se com a BNCC, o SAEB</p><p>Disciplina</p><p>FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO</p><p>BRASILEIRA E POLÍTICAS</p><p>PÚBLICAS</p><p>não apenas avalia o desempenho dos estudantes mas também se adapta às demandas</p><p>contemporâneas da educação, proporcionando uma visão abrangente e contextualizada.</p><p>Entretanto, apesar dos avanços proporcionados pelo SAEB, a educação brasileira ainda enfrenta</p><p>desa�os signi�cativos. A equidade no acesso à educação, a formação adequada de professores,</p><p>a infraestrutura das escolas e a necessidade de superar as disparidades regionais permanecem</p><p>como questões prementes. Além disso, a pandemia de Covid-19 evidenciou a importância da</p><p>adaptação rápida e e�caz dos sistemas educacionais, destacando a urgência em integrar</p><p>tecnologias educacionais e estratégias de ensino a distância de maneira equitativa.</p><p>Assim, a implementação contínua de políticas educacionais embasadas em evidências, com</p><p>base nos resultados do SAEB, é fundamental para enfrentar esses desa�os persistentes. Investir</p><p>na formação contínua de educadores, promover a inclusão digital e garantir recursos adequados</p><p>são passos indispensáveis. Somente por meio de um compromisso coletivo e ações deliberadas</p><p>será possível assegurar que o SAEB não seja apenas uma ferramenta de avaliação mas também</p><p>um instrumento e�caz para transformar a educação brasileira, garantindo a todos os estudantes</p><p>as oportunidades de aprendizado de qualidade, independentemente de sua origem ou localidade.</p><p>Siga em Frente...</p><p>Desa�os atuais da implementação e acompanhamento da</p><p>efetivação das políticas públicas para uma educação de</p><p>qualidade</p><p>A busca por uma educação de qualidade é um imperativo fundamental para o desenvolvimento</p><p>sustentável de uma sociedade. Contudo, a implementação e o acompanhamento efetivo das</p><p>políticas públicas voltadas para esse �m enfrentam desa�os signi�cativos na</p><p>contemporaneidade.</p><p>Um dos principais desa�os reside na necessidade de equidade. Apesar dos avanços, persistem</p><p>disparidades no acesso à educação de qualidade, especialmente entre regiões urbanas e rurais,</p><p>bem como em comunidades economicamente desfavorecidas. Garantir que todos os estudantes,</p><p>independentemente de sua origem ou contexto socioeconômico, tenham acesso a recursos</p><p>educacionais adequados é uma tarefa complexa.</p><p>Para entendermos melhor esses desa�os, é importante relembramos como ocorre o processo de</p><p>criação e elaboração das políticas públicas. As políticas públicas para sua construção seguem</p><p>um ciclo que passa pelas fases de: formação da agenda, formulação da política, tomada de</p><p>decisão, implementação da política e avaliação. Além disso, dependendo de seu objetivo, apoio e</p><p>características, podem ser classi�cadas como distributivas, redistributivas, regulatórias e</p><p>constitutivas.</p><p>Disciplina</p><p>FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO</p><p>BRASILEIRA E POLÍTICAS</p><p>PÚBLICAS</p><p>As políticas regulatórias são visíveis ao público, envolvendo a burocracia estatal, os</p><p>políticos e os grupos de interesses. Exemplos incluem proibições de fumo em locais</p><p>fechados, regras para a publicação de certos produtos, códigos de obras e trânsito.</p><p>Políticas distributivas favorecem uma parcela especí�ca da população, sem considerar a</p><p>limitação dos recursos públicos. Exemplos incluem gratuidade de taxas para certos</p><p>usuários do transporte público, incentivos �scais e emendas parlamentares para obras</p><p>públicas.</p><p>As políticas redistributivas alocam bens ou serviços a segmentos especí�cos da sociedade,</p><p>usando recursos extraídos de outros grupos. Exemplos incluem a Reforma Agrária e os</p><p>sistemas previdenciário, trabalhista e tributário.</p><p>As políticas constitutivas estabelecem as "regras do jogo", como normas para a formulação</p><p>e a implementação de outras políticas. Exemplos incluem as regras de distribuição de</p><p>competência entre os poderes, o sistema político eleitoral e as regras de participação da</p><p>sociedade civil nas decisões políticas.</p><p>A seguir, veremos um pouco das características das fases das políticas (Unale, 2023):</p><p>Formação da agenda: planejamento, visando identi�car os problemas existentes que</p><p>merecem maior atenção. Nesta fase inicial, analisam-se os dados referentes à situação, à</p><p>emergência e aos recursos disponíveis.</p><p>Formação da política: de�nição dos objetivos, dos programas e das ações que deverão ser</p><p>desenvolvidos. As ideias são organizadas, os recursos são direcionados e as opiniões de</p><p>especialistas são coletadas para estabelecer os objetivos e resultados a serem alcançados.</p><p>Processo de tomada de decisão: após avaliação das alternativas, determina-se o curso de</p><p>ação a ser adotado. Os recursos necessários e o prazo para a implementação da política</p><p>são estabelecidos.</p><p>Implementação da política: é o momento prático, no qual o planejamento e as ações</p><p>acordadas nas fazes anteriores são colocados em ação.</p><p>Avaliação: é uma das fases mais importantes e deve acontecer durante todas as etapas</p><p>anteriores. Além de servir como uma fonte de aprendizado para melhorar os resultados, a</p><p>supervisão da política inclui o controle, a correção de falhas e a análise do desempenho do</p><p>projeto. Com base no sucesso alcançado, o poder público decide se é necessário reiniciar o</p><p>ciclo das políticas públicas com ajustes ou se o projeto deve ser mantido e continuado.</p><p>Dada a especi�cidade de como as políticas públicas são construídas, podemos pensar na</p><p>importância do acompanhamento e da implementação das políticas nas mais variadas esferas,</p><p>incluindo a educação.</p><p>A formação e a valorização dos pro�ssionais da educação também se apresentam como</p><p>desa�os prementes. O desenvolvimento contínuo dos educadores, aliado ao reconhecimento de</p><p>sua importância na formação integral dos estudantes, é essencial. A atração de talentos para a</p><p>carreira docente e a criação de condições de trabalho que estimulem a excelência são desa�os</p><p>atuais e futuros neste cenário. A integração de tecnologias educacionais é outra questão</p><p>desa�adora. Embora a tecnologia ofereça oportunidades de inovação e personalização do</p><p>Disciplina</p><p>FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO</p><p>BRASILEIRA E POLÍTICAS</p><p>PÚBLICAS</p><p>ensino, a sua implementação requer investimentos signi�cativos em infraestrutura e formação</p><p>de professores. A pandemia de Covid-19 evidenciou a urgência de superar barreiras tecnológicas</p><p>e garantir que o acesso digital seja inclusivo.</p><p>A participação efetiva da comunidade escolar e a transparência na gestão educacional são</p><p>fatores-chave para o sucesso das políticas públicas. A construção de parcerias entre escolas,</p><p>famílias e órgãos governamentais é fundamental para garantir a efetividade e a sustentabilidade</p><p>das ações empreendidas. Além disso, o compartilhamento de experiências intermunicipais bem-</p><p>sucedidas pode ser um novo caminho para se pensar a efetivação das políticas públicas e a</p><p>qualidade educacional, considerando as dimensões continentais do país e a colaboração entre</p><p>os entes federados.</p><p>Em síntese, os desa�os atuais na implementação e no acompanhamento das políticas públicas</p><p>para uma educação de qualidade demandam uma abordagem integrada e persistente. É</p><p>necessário um compromisso coletivo para superar as disparidades, investir na formação de</p><p>educadores, integrar tecnologias de maneira inclusiva e promover uma gestão transparente e</p><p>participativa. Somente assim será possível construir um sistema educacional que</p><p>verdadeiramente proporcione oportunidades iguais de aprendizado e desenvolvimento para</p><p>todos.</p><p>Vamos Exercitar?</p><p>Estudante, vamos retomar as questões iniciais apresentadas por Carla? Conforme nossos</p><p>estudos, podemos dizer que a discussão sobre a qualidade educacional é complexa e envolve</p><p>pensar as relações entre aprendizado, instituições, ensino e políticas públicas. Erroneamente,</p><p>pode- se pensar, muitas vezes, que esses saberes não têm relação efetiva com a prática</p><p>educacional dos professores, todavia o trabalho pedagógico em sala de aula deve se pautar pela</p><p>ética, pelo respeito à diversidade e pela qualidade educacional, temáticas essas que estão</p><p>presentes nos diferentes instrumentos, documentos e legislações que regulamentam a educação</p><p>brasileira. Por �m, o professor participará de processos avaliativos junto aos estudantes, não só</p><p>internamente mas também externamente, por exemplo, por meio das provas que compõem o</p><p>SAEB. A partir desse entendimento mais amplo, podemos re�etir sobre nosso papel e nossa</p><p>ação em relação ao acompanhamento das políticas educacionais e sobre como esses aspectos</p><p>legais e políticos se re�etem nas práticas de ensino.</p><p>Até breve!</p><p>Saiba mais</p><p>Estudante, para aprofundar seus estudos a partir das temáticas apresentadas na aula, sugerimos</p><p>a leitura do texto Avaliação da aprendizagem e a subjetividade: repensando os processos</p><p>Disciplina</p><p>FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO</p><p>BRASILEIRA E POLÍTICAS</p><p>PÚBLICAS</p><p>educativos, que faz parte do livro Conjuntura política e educacional brasileira na</p><p>contemporaneidade, organizado por Francisco Roberto Diniz, disponibilizado na Biblioteca</p><p>Virtual. O texto em questão apresenta apontamentos signi�cativos sobre a avaliação não como</p><p>ação singular, mas como processo complexo envolvendo as práticas educativas; além disso, o</p><p>livro apresenta considerações sobre a formação dos professores e os desa�os frente ao sistema</p><p>atual educacional e político no país.</p><p>DINIZ, F. R.; OLIVEIRA, K. M. A. de; BATISTA, M. T. de O. (org.). Conjuntura política e educacional</p><p>brasileira na contemporaneidade. Jundiaí: Paco e Littera, 2020.</p><p>Bons estudos!</p><p>Referências</p><p>BRASIL. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. Histórico.</p><p>Brasília: INEP, 2020. Disponível em: https://www.gov.br/inep/pt-br/areas-de-atuacao/avaliacao-e-</p><p>exames-educacionais/saeb/historico. Acesso em: 25 jan. 2024.</p><p>BRASIL. Decreto nº 6.094, de 24 de abril de 2007. Dispõe sobre a implementação do Plano de</p><p>Metas Compromisso Todos pela Educação, pela União Federal, em regime de colaboração com</p><p>Municípios, Distrito Federal e Estados, e a participação das famílias e da comunidade, mediante</p><p>programas e ações de assistência técnica e �nanceira, visando a mobilização social pela</p><p>melhoria da qualidade da educação básica. Brasília: Presidência da República, [2024]. Disponível</p><p>em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/decreto/d6094.htm. Acesso em:</p><p>3 jan. 2024.</p><p>BONAMINO, A.; FRANCO, C. Avaliação e política educacional: o processo de institucionalização</p><p>do SAEB. Cadernos de pesquisa, p. 101-132, 1999.</p><p>JEDUCA. Guia explica o IDEB. Jeduca, 2018. Disponível em: https://jeduca.org.br/guia/guia-</p><p>explica-o-ideb#:~:text=O%20Ideb%20%C3%A9%20calculado%20a,x%206%20%3D%205%2C4.</p><p>Acesso em: 25 jan. 2024.</p><p>UNIÃO NACIONAL DOS LEGISLADORES E LEGISLATIVOS ESTADUAIS. O ciclo das políticas</p><p>públicas. Unale, 2023. Disponível em: https://unale.org.br/o-ciclo-das-politicas-publicas/. Acesso</p><p>em: 25 jan. 2024.</p><p>VASCONCELOS, C. R. D.; LEAL, I. O. J.; CERQUEIRA ARAÚJO, J. A. Q. de. Nexos entre gestão,</p><p>avaliação e o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) em escolas</p><p>públicas. Revista online de Política e Gestão Educacional, v. 24, n. 1, p. 55-70, 2020.</p><p>https://www.gov.br/inep/pt-br/areas-de-atuacao/avaliacao-e-exames-educacionais/saeb/historico</p><p>https://www.gov.br/inep/pt-br/areas-de-atuacao/avaliacao-e-exames-educacionais/saeb/historico</p><p>https://jeduca.org.br/guia/guia-explica-o-ideb#:~:text=O%20Ideb%20%C3%A9%20calculado%20a,x%206%20%3D%205%2C4</p><p>https://jeduca.org.br/guia/guia-explica-o-ideb#:~:text=O%20Ideb%20%C3%A9%20calculado%20a,x%206%20%3D%205%2C4</p><p>https://unale.org.br/o-ciclo-das-politicas-publicas/</p><p>Disciplina</p><p>FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO</p><p>BRASILEIRA E POLÍTICAS</p><p>PÚBLICAS</p><p>Aula 5</p><p>Encerramento da Unidade</p><p>Videoaula de Encerramento</p><p>Este conteúdo é um vídeo!</p><p>Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo</p><p>computador ou pelo aplicativo. Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo</p><p>para assistir mesmo sem conexão à internet.</p><p>Dica para você</p><p>Aproveite o acesso para baixar os slides do vídeo, isso pode deixar sua</p><p>aprendizagem ainda mais completa.</p><p>Olá, estudante! Nesta aula, re�etiremos sobre aspectos importantes que envolvem a organização</p><p>política e a estruturação da educação brasileira, considerando os aspectos qualitativos,</p><p>avaliativos, �nanceiros e políticos que se relacionam mutuamente para gerir o funcionamento do</p><p>sistema de ensino. Essa síntese de ideias e conceitos é fundamental para a assimilação dos</p><p>temas que estamos estudando e para uma re�exão sobre a importância das políticas públicas a</p><p>partir de uma perspectiva histórica, social e educacional no Brasil. Vamos lá! Boa leitura!</p><p>Ponto de Chegada</p><p>Como futuros educadores, é de suma importância adquirir conhecimento sobre a legislação</p><p>educacional e as diretrizes que regem o trabalho pedagógico, ou seja, aquelas que regulamentam</p><p>a educação nacional.</p><p>Em relação ao termo "política", sua origem remonta à palavra grega polis, que signi�ca cidade,</p><p>mas era utilizada também como sinônimo de cidade-Estado. Na polis, a vida era dividida em duas</p><p>esferas: uma privada, relacionada aos assuntos particulares da casa, e outra pública, expressa</p><p>pelo espaço urbano público e político, junto às suas instituições. A política representava a</p><p>maneira de normalizar a convivência entre os habitantes das cidades e entre cidades-Estado</p><p>vizinhas. Quando aplicada dentro de um mesmo Estado, era chamada de política interna; quando</p><p>aplicada entre diferentes Estados, era denominada política externa.</p><p>Disciplina</p><p>FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO</p><p>BRASILEIRA E POLÍTICAS</p><p>PÚBLICAS</p><p>Direcionando o olhar para as sociedades modernas, Saravia e Ferrarezi (2006) destacam que as</p><p>relações sociais se tornaram complexas tanto entre seus membros quanto entre as instituições</p><p>que as compõem. Isso ocorre devido à diversidade de interesses, ideias e valores, resultando na</p><p>ocorrência de con�itos. Dessa forma, a política emerge como um meio capaz de gerenciar essa</p><p>complexidade e, por meio da tomada de decisões e ações, impulsiona o progresso da sociedade.</p><p>Assim, a política representa uma forma pela qual os indivíduos gerenciam suas relações,</p><p>concretizando intenções em ações com o objetivo de atender às necessidades coletivas, visando</p><p>ao bem comum.</p><p>O termo "Estado" abrange toda a sociedade política, incluindo o governo, que desempenha</p><p>funções executiva, legislativa e judiciária. O governo, por sua vez, faz parte do Estado e é</p><p>identi�cado pelo grupo político no comando. No entanto, uma Política de Estado é</p><p>regulamentada por leis e tem uma duração abrangente, independentemente do grupo político no</p><p>poder.</p><p>Um exemplo concreto de Política de Estado é o Plano Nacional de Educação (PNE), cuja vigência</p><p>é de 10 anos. O PNE estabelece metas para municípios, estados e federação,</p><p>independentemente dos grupos no poder. Por outro lado, uma Política de Governo perdura</p><p>enquanto um grupo especí�co mantém o controle. Em questões municipais de educação infantil,</p><p>por exemplo, costuma haver novas normatizações a cada quatro anos, re�etindo a mudança no</p><p>governo local. No entanto, as políticas de Estado devem ser seguidas independentemente do</p><p>governo local, sendo regulamentadas por legislação.</p><p>No Brasil, a organização do Estado adotou o modelo federativo. Conforme destacado por Pinho</p><p>(2012), a Federação representa uma aliança de Estados para a formação de um Estado único, no</p><p>qual as unidades federadas mantêm autonomia política, enquanto a soberania é transferida para</p><p>o Estado Federal.</p><p>A Constituição Federal de 1988 marcou uma nova fase para o Brasil, ampliando as</p><p>responsabilidades do Estado e da sociedade em relação à educação, em consonância com as</p><p>demandas do mundo moderno e globalizado. A descentralização político-administrativa, um</p><p>princípio da ordem política, deu à sociedade o direito de formular e controlar políticas, alterando</p><p>as relações entre Estado e sociedade civil.</p><p>A Constituição de 1988 também introduziu a ideia do Plano Nacional de Educação (PNE),</p><p>destacando sua necessidade. A ideia existia desde a década de 1930, mas apenas planos</p><p>menores ocorreram. Com a Constituição de 1988, o PNE tornou-se um plano de Estado, não de</p><p>governo, podendo ser elaborado em diferentes instâncias (federal, estadual e municipal), com</p><p>vigência de dez anos.</p><p>A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei nº 9.394/1996) estabeleceu que o PNE</p><p>seria elaborado pela União com a colaboração de estados, municípios e Distrito Federal,</p><p>re�etindo a responsabilidade compartilhada prevista na Constituição. O art. 211 da CF reforça a</p><p>Disciplina</p><p>FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO</p><p>BRASILEIRA E POLÍTICAS</p><p>PÚBLICAS</p><p>distribuição de responsabilidades entre municípios, estados e Distrito Federal no que diz respeito</p><p>aos níveis de ensino.</p><p>Na década de 1990, a descentralização e a gestão democrática tornaram-se temas centrais na</p><p>educação brasileira, buscando a participação de diferentes atores no processo educativo,</p><p>re�etindo uma abordagem mais democrática na prática social da educação.</p><p>A LDB estabeleceu dois principais níveis educacionais no Brasil: Educação Básica e Ensino</p><p>Superior. A Educação Básica abrange a educação infantil (creche e pré-escola), o ensino</p><p>fundamental (nove anos de estudos), e o ensino médio, cada um com objetivos especí�cos,</p><p>como o desenvolvimento integral da criança e a preparação para o mundo do trabalho. A</p><p>Educação Superior compreende graduação e pós-graduação.</p><p>Além desses níveis, a LDB introduziu modalidades educacionais, como a Educação de Jovens e</p><p>Adultos (EJA), que estabelece idades mínimas para cursar o ensino fundamental e o ensino</p><p>médio; a Educação Pro�ssional, voltada para o desenvolvimento de competências para o mundo</p><p>produtivo; a Educação Especial, visando à inclusão preferencialmente na rede regular de ensino.</p><p>Re�etir sobre a educação envolve contemplar um contínuo movimento de transformações que,</p><p>ao longo de toda sua trajetória histórica, buscou aproximar-se da sociedade por meio de</p><p>propostas, conhecimentos e aprendizagens, conferindo signi�cado a diversas situações. Abordar</p><p>o funcionamento da Educação Básica signi�ca, primordialmente, contemplar as transformações</p><p>ocorridas no panorama educacional até alcançarmos a realidade atual. A integração desses</p><p>documentos é crucial. Mesmo sendo homologados em períodos e contextos diversos, é por meio</p><p>da relação que podem estabelecer com o cotidiano e o funcionamento de todas as instituições</p><p>educacionais que ocorrem as mudanças.</p><p>Cabe ainda destacarmos o papel do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB),</p><p>criado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP) em</p><p>2007. Ele é um índice que avalia a qualidade da aprendizagem dos estudantes em todo o Brasil, e</p><p>utiliza dados do Sistema de Avaliação da Educação Básica (SAEB), incluindo taxas de aprovação,</p><p>reprovação e evasão escolar. Os recursos para a melhoria da educação estão vinculados ao</p><p>Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb), criado em 2007. Esse</p><p>fundo destina-se a aumentar os recursos na Educação Básica, incluindo a formação de</p><p>professores e a melhoria dos salários. Estados e municípios recebem recursos com base no</p><p>número de alunos matriculados, devendo destinar 60% para remuneração de pro�ssionais e 40%</p><p>para ações de manutenção e desenvolvimento do ensino.</p><p>Os dados do IDEB e das provas do SAEB auxiliam no acompanhamento e na avaliação da</p><p>qualidade educacional e das políticas públicas, trazendo novas orientações e perspectivas para</p><p>superação dos desa�os educacionais presentes no Brasil. Dessa forma, é crucial compreender a</p><p>legislação educacional e examinar o conjunto</p><p>de valores socialmente consensuais que</p><p>in�uenciam as ações educacionais em vigor no nosso país.</p><p>Disciplina</p><p>FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO</p><p>BRASILEIRA E POLÍTICAS</p><p>PÚBLICAS</p><p>É Hora de Praticar!</p><p>Este conteúdo é um vídeo!</p><p>Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo</p><p>computador ou pelo aplicativo. Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo</p><p>para assistir mesmo sem conexão à internet.</p><p>Estudante, a partir dos conhecimentos adquiridos durante nossos estudos, analise a seguinte</p><p>situação: no município X, localizado em uma região diversi�cada economicamente e</p><p>historicamente, há a necessidade de revisitar e reformular as políticas educacionais para melhor</p><p>atender às demandas locais e promover uma educação de qualidade. Para essa mudança,</p><p>primeiro, foi necessário entender melhor a relação entre as políticas e a organização da</p><p>educação, considerando que a estruturação da educação nacional por meio de políticas públicas</p><p>visa garantir a uniformidade e a qualidade do ensino em todo o país, ao mesmo tempo em que</p><p>possibilita a adaptação a realidades regionais e locais especí�cas.</p><p>O Estado pode desempenhar um papel vital na organização do sistema educacional através da</p><p>formulação e da implementação de políticas educacionais. Essas políticas devem abranger</p><p>desde a de�nição de currículos até a alocação de recursos �nanceiros, para garantir uma oferta</p><p>educacional e�ciente e equitativa. O contexto histórico exerce uma in�uência signi�cativa na</p><p>concepção da educação e não deve ser deixado de lado.</p><p>A partir desse entendimento, como o munícipio pode coordenar e desenvolver essas melhorias?</p><p>Qual é a função das políticas na estruturação da educação nacional?</p><p>De que maneira o Estado pode desempenhar um papel na organização do sistema</p><p>educacional?</p><p>Em que medida o contexto histórico in�uencia a concepção e a re�exão sobre a educação?</p><p>Pensando o contexto apresentado, alguns aspectos podem ser considerados, para pensar</p><p>estratégias e pontos de melhoria. No município X, é necessário analisar como eventos passados</p><p>moldaram as abordagens educacionais e como essas in�uências podem ser ajustadas para</p><p>atender às necessidades atuais. As leis que regem a atividade educacional no Brasil incluem a</p><p>Constituição Federal, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), o Plano Nacional</p><p>de Educação (PNE), a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e outras normativas. Elas</p><p>fornecem o arcabouço legal para a gestão e a implementação das políticas educacionais. Tendo</p><p>clara essa percepção, entre algumas possibilidades, destacam-se:</p><p>Revisão e formulação de políticas: a administração do município X deve revisar as políticas</p><p>educacionais existentes, envolvendo a comunidade escolar, para garantir que se alinhem às</p><p>necessidades locais e aos padrões nacionais de qualidade.</p><p>Disciplina</p><p>FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO</p><p>BRASILEIRA E POLÍTICAS</p><p>PÚBLICAS</p><p>Participação do Estado: é fundamental estabelecer uma parceria e�caz com o Estado, para</p><p>garantir a implementação adequada das políticas educacionais. Isso inclui a busca de</p><p>recursos �nanceiros e técnicos para apoiar iniciativas locais.</p><p>Análise do contexto histórico: uma análise do contexto histórico local deve ser realizada,</p><p>para compreender como eventos passados moldaram as atitudes em relação à educação.</p><p>Isso permitirá ajustes adequados para melhor atender às demandas atuais.</p><p>Conformidade legal: as autoridades educacionais do município devem garantir total</p><p>conformidade com as leis nacionais, atualizando as práticas para re�etir as normativas</p><p>mais recentes.</p><p>Desenvolvimento de diretrizes pedagógicas: a criação de diretrizes pedagógicas alinhadas</p><p>com as políticas educacionais garantirá uma prática pedagógica moderna e e�caz,</p><p>enfocando a inovação e a adaptação às necessidades locais.</p><p>Esse estudo de caso destaca a importância da revisão constante das políticas educacionais,</p><p>considerando a participação da comunidade, a colaboração com o Estado, a compreensão do</p><p>contexto histórico e a conformidade legal para promover uma educação de qualidade no</p><p>município X.</p><p>Bons estudos!</p><p>Disciplina</p><p>FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO</p><p>BRASILEIRA E POLÍTICAS</p><p>PÚBLICAS</p><p>BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília:</p><p>Congresso Nacional, [2024]. Disponível em:</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao37.htm. Acesso em: 28 abr. 2024.</p><p>BRASIL. Lei nº 13.005, de 25 de junho de 2014. Aprova o Plano Nacional de Educação – PNE e dá</p><p>outras providências. Brasília: Presidência da República, [2024]. Disponível em:</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2014/lei/l13005.htm. Acesso em: 28 abr.</p><p>2024.</p><p>BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação</p><p>nacional. Brasília: Presidência da República, [2024]. Disponível em:</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm. Acesso em: 28 abr. 2024.</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao37.htm</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2014/lei/l13005.htm</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm</p><p>Disciplina</p><p>FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO</p><p>BRASILEIRA E POLÍTICAS</p><p>PÚBLICAS</p><p>PINHO, R. C. R. Da organização do estado, dos Poderes, e histórico das constituições. 12. ed. São</p><p>Paulo: Saraiva, 2012.</p><p>SARAVIA, E.; FERRAREZI, E. (orgs.). Políticas públicas. Brasília: ENAP, 2006.</p><p>,</p><p>Unidade 2</p><p>POLÍTICA E LEGISLAÇÃO PARA EDUCAÇÃO BÁSICA</p><p>Aula 1</p><p>Políticas e Legislação para a Educação Infantil</p><p>Política e legislação para educação infantil</p><p>Este conteúdo é um vídeo!</p><p>Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo</p><p>computador ou pelo aplicativo. Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo</p><p>para assistir mesmo sem conexão à internet.</p><p>Dica para você</p><p>Aproveite o acesso para baixar os slides do vídeo, isso pode deixar sua</p><p>aprendizagem ainda mais completa.</p><p>Olá, estudante! Você se lembra do seu período de infância? Como era ir para a escola? Brincar</p><p>com seus amigos? E ver a professora? A infância é uma etapa importante da nossa vida e, no</p><p>âmbito da educação, con�gura uma fase com legislações e características próprias. É sobre isso</p><p>que falaremos nesta videoaula. Contamos com a sua participação. Vamos estudar e aprender</p><p>juntos!</p><p>Ponto de Partida</p><p>Olá, estudante! Iniciaremos uma nova jornada de estudos e aprendizado, conhecendo um pouco</p><p>mais dos aspectos políticos e organizacionais que envolvem a educação infantil como direito</p><p>das crianças e as políticas públicas para a infância. Para isso, imagine a seguinte situação: em</p><p>Disciplina</p><p>FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO</p><p>BRASILEIRA E POLÍTICAS</p><p>PÚBLICAS</p><p>um centro de educação infantil, a equipe pedagógica discute as di�culdades de infraestrutura na</p><p>instituição. Ela atribui muitos desses problemas à falta de investimento em políticas públicas</p><p>para a primeira infância, que, muitas vezes, prejudica o acesso a recursos que estimulem o</p><p>aprendizado das crianças. Diante dessa realidade, a equipe se questiona sobre como, dentro das</p><p>limitações orçamentárias, podem promover um ambiente mais enriquecedor para as crianças,</p><p>abordando aspectos além dos pedagógicos, como a valorização da cultura e a promoção da</p><p>saúde.</p><p>Diante desse cenário, quais estratégias podem ser adotadas para sensibilizar a comunidade e os</p><p>órgãos responsáveis sobre a importância de investir em políticas públicas que promovam a</p><p>qualidade da educação infantil, considerando aspectos educacionais, culturais e de saúde?</p><p>A partir dessa perspectiva, ampliaremos nossos saberes. Contamos com você para que, juntos,</p><p>possamos aprender ainda mais!</p><p>Vamos Começar!</p><p>Contexto histórico do atendimento à primeira infância no Brasil</p><p>Estudante, será que a concepção sobre infância e criança sempre existiu, tal qual conhecemos</p><p>hoje? Se você pensou não, a resposta está correta. A criança, durante muitos séculos, foi vista</p><p>como um “miniadulto”. Os direitos dela não eram assegurados nem havia a compreensão do que</p><p>é ser criança. A concepção de infância é uma percepção mais moderna, decorrente das</p><p>mudanças pós-Revolução Industrial e da própria</p><p>reestruturação da família a partir do século</p><p>XVIII.</p><p>No Brasil, até o início do século XX, as crianças não tinham seus direitos assegurados, não se</p><p>entendia exatamente o que seria esse período da infância e suas especi�cidades. Isso começou</p><p>a mudar a partir da década de 1920, quando surgiu, no Brasil, uma série de discussões sociais</p><p>em diferentes cenários, entre os quais se destaca a educação frente às mudanças, como</p><p>industrialização, imigração etc.</p><p>Esse não foi um processo rápido e fácil, antes foi produto de uma série de movimentos de</p><p>higienistas, de médicos e de educadores que, juntamente com as transformações sociais e</p><p>econômicas sofridas pela sociedade brasileira, tentavam preservar a vida dos pequenos e que</p><p>acabaram contribuindo para melhorar o atendimento, favorecendo o cuidado e a educação de</p><p>crianças além de olhar para a infância com outra perspectiva, o que já vinha ocorrendo em outras</p><p>partes do mundo. (Carneiro, 2020, p. 951)</p><p>Com esse novo olhar para a infância e as crianças, inicia-se um processo de pensar e elaborar</p><p>políticas públicas voltadas especi�camente para esse público. Inicialmente, muitas dessas</p><p>políticas vieram acompanhadas de um olhar assistencialista. Esse aspecto ganhou destaque</p><p>Disciplina</p><p>FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO</p><p>BRASILEIRA E POLÍTICAS</p><p>PÚBLICAS</p><p>especialmente nas primeiras décadas do século XX. Durante esse período, os esforços iniciais</p><p>para a consolidação da educação infantil estavam frequentemente associados a medidas de</p><p>assistência social.</p><p>Na década de 1930, por exemplo, observou-se a criação de creches e pré-escolas, com uma</p><p>ênfase signi�cativa na assistência às crianças em situação de vulnerabilidade social. Essas</p><p>instituições, embora desempenhassem um papel importante ao oferecer cuidados básicos,</p><p>muitas vezes não priorizavam aspectos pedagógicos. Desse modo, a educação destinada às</p><p>crianças partia de uma abordagem que enfatizava o cuidado físico e nutricional, mas nem</p><p>sempre considerava aspectos educacionais essenciais para o desenvolvimento integral.</p><p>A Constituição Federal de 1988 reconheceu a educação como um direito para todos e, nesse</p><p>período, iniciou-se a descentralização das políticas educacionais, com maior participação dos</p><p>municípios na oferta de educação infantil. Na década de 1990, a Lei de Diretrizes e Bases da</p><p>Educação (LDB) de�niu a educação infantil como a primeira etapa da educação básica. No</p><p>entanto, o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do</p><p>Magistério (Fundef) priorizou o ensino fundamental, deixando a educação infantil em segundo</p><p>plano. A partir da década de 2000, com alterações no Fundeb e mais recentemente com o novo</p><p>Fundeb, os investimentos na educação passaram a ser para todas as etapas da educação básica,</p><p>o que inclui a educação infantil.</p><p>A pesquisadora Sonia Kramer (1999) destaca que a educação infantil desempenha um papel</p><p>social crucial no desenvolvimento humano e na formação da sociedade. Embora a prioridade,</p><p>durante muito tempo, foi da escola fundamental, com ênfase no acesso, na permanência das</p><p>crianças e na aquisição de conhecimentos, é essencial entendermos que a defesa da escola</p><p>fundamental não diminui a importância da educação infantil, primeira etapa da educação básica,</p><p>essencial para todos.</p><p>Além do Fundeb, a implementação do Plano Nacional de Educação (PNE), em 2014, estabeleceu</p><p>metas especí�cas para essa etapa educacional, buscando universalizar o acesso e melhorar a</p><p>qualidade. Contudo, desa�os persistem, como a necessidade de ampliar o acesso, garantir</p><p>infraestrutura adequada, promover a formação continuada de professores e adotar abordagens</p><p>pedagógicas que respeitem as particularidades da infância e as linguagens da criança.</p><p>Para Kramer (1999), as crianças precisam de bons lugares para brincar, com areia, água, terra,</p><p>brinquedos, livros e espaços culturais. A autora ainda enfatiza que, infelizmente, em muitas</p><p>cidades brasileiras, não existem locais adequados para crianças pequenas, defendendo que as</p><p>cidades precisam de mais espaços, como parques e praças, com brinquedos. “É importante ter</p><p>lugares divertidos em clubes, museus, bibliotecas, hospitais e outros lugares onde adultos �cam</p><p>por muito tempo. Até mesmo escolas e creches precisam de espaços para brincar, importantes</p><p>para as crianças e suas famílias” (Kramer, 1999).</p><p>A partir desse contexto, podemos inferir que o desa�o ao longo do tempo tem sido superar as</p><p>marcas do assistencialismo com uma abordagem educacional adequada e que valorize o educar</p><p>Disciplina</p><p>FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO</p><p>BRASILEIRA E POLÍTICAS</p><p>PÚBLICAS</p><p>e cuidar, reconhecendo a importância de ambas as dimensões no contexto da infância.</p><p>Constituição Federal, ECA e LDB nº 9.394/96</p><p>No Brasil, a partir da Constituição Federal e da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), a</p><p>educação básica tornou-se obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete) anos. Além</p><p>disso, a LDB enfatiza que a educação infantil acontecerá em creche e pré-escola para as crianças</p><p>até 5 (cinco) anos de idade.</p><p>Essa legislação, ainda, no art. 29, de�ne: “A educação infantil, primeira etapa da educação básica,</p><p>tem como �nalidade o desenvolvimento integral da criança de até 5 (cinco) anos, em seus</p><p>aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da</p><p>comunidade” (Brasil, 1996, [s. p.]). Além disso, apresenta algumas especi�cações em relação à</p><p>organização desta etapa educacional, em seu art. 31:</p><p>I - avaliação mediante acompanhamento e registro do desenvolvimento das crianças, sem o</p><p>objetivo de promoção, mesmo para o acesso ao ensino fundamental; II - carga horária mínima</p><p>anual de 800 (oitocentas) horas, distribuída por um mínimo de 200 (duzentos) dias de trabalho</p><p>educacional; III - atendimento à criança de, no mínimo, 4 (quatro) horas diárias para o turno</p><p>parcial e de 7 (sete) horas para a jornada integral; IV - controle de frequência pela instituição de</p><p>educação pré-escolar, exigida a frequência mínima de 60% (sessenta por cento) do total de</p><p>horas; V - expedição de documentação que permita atestar os processos de desenvolvimento e</p><p>aprendizagem da criança. (Brasil, 1996, [s. p.])</p><p>A partir da LDB e da Constituição, podemos ver uma preocupação maior com as especi�cidades</p><p>dessa etapa educacional, enfatizando, por exemplo, os próprios processos avaliativos que devem</p><p>se pautar no acompanhamento do desenvolvimento da criança em seus aspectos físicos,</p><p>psicológicos, intelectuais e sociais. Atrelado a essas discussões, precisamos destacar a</p><p>importância do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), instituído pela Lei nº 8.069, de 13 de</p><p>julho de 1990. Visando à proteção integral da criança e do adolescente, essa legislação</p><p>considera a pessoa até doze anos incompletos como criança, e adolescente aquela entre doze e</p><p>dezoito anos.</p><p>O ECA surgiu no contexto de redemocratização do Brasil, como uma resposta às demandas de</p><p>criação de leis para garantir os direitos das crianças e dos adolescentes no país. Antes do ECA,</p><p>as normativas sobre essa temática estavam dispersas e careciam de uma abordagem mais</p><p>abrangente e coerente. O estatuto representou esse marco ao reconhecer as crianças e os</p><p>adolescentes como sujeitos de direitos, proporcionando medidas de proteção integral, prevenção</p><p>de violações e responsabilização da sociedade e do Estado na promoção de um ambiente</p><p>propício para o desenvolvimento dessa população, fomentando, por exemplo, o direito à</p><p>educação gratuita. No seu art. 53, o ECA estabelece que “a criança e o adolescente têm direito à</p><p>educação, visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da</p><p>cidadania e quali�cação para o trabalho” (Brasil, 1990, [s. p.]).</p><p>Disciplina</p><p>FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO</p><p>BRASILEIRA E POLÍTICAS</p><p>PÚBLICAS</p><p>Siga em Frente...</p><p>RCNEI, Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil</p><p>e BNCC</p><p>A partir de legislações, como LDB, CF e ECA, outras foram surgindo, ao passo que a oferta e o</p><p>acesso à educação foram se expandindo pelo país. Nesse sentido, temos alguns documentos</p><p>orientadores importantes</p><p>para a organização didático-pedagógica e curricular da educação</p><p>infantil. O Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (RCNEI) consiste em um</p><p>documento dividido em três volumes, cuja �nalidade é orientar os educadores em relação à</p><p>prática pedagógica e educacional em creches e pré-escolas. Os três volumes se dividem em:</p><p>Introdução, Formação Pessoal e Social e Conhecimento de Mundo (Brasil, 1998).</p><p>O documento apresenta uma visão interessante ao destacar a importância do brincar, do faz de</p><p>conta e da valorização da criança como ser ativo e em desenvolvimento e do professor como</p><p>mediador do conhecimento.</p><p>Além disso, a criança é vista como um ser que deve desenvolver-se em um ambiente propício,</p><p>sem a intervenção de nenhum fator que possa tolher seu desenvolvimento. Sendo assim, a</p><p>educação deve acompanhar o desenvolvimento infantil e não o contrário, respeitando-se sempre</p><p>a espontaneidade da criança e oferecendo atividades diversi�cadas para que estas possam</p><p>desenvolver suas capacidades criativas. (Justel, 2007, p. 73)</p><p>A partir dessa percepção da criança, podemos pensar uma característica importante da</p><p>educação infantil, que é a relação entre educar e cuidar, diferenciando-se dos processos</p><p>educativos da escola fundamental. O foco na educação infantil não está na transmissão de</p><p>conteúdo, mas em lidar e conhecer a criança considerando seus múltiplos aspectos. A interação</p><p>entre educar e cuidar na educação infantil é crucial, proporcionando não apenas a assistência</p><p>física, psicológica e social mas também promovendo o desenvolvimento integral da criança.</p><p>Essa abordagem integra a segurança do cuidado com estímulos educacionais, contribuindo para</p><p>o desenvolvimento cognitivo e para a formação de vínculos afetivos e valores éticos,</p><p>estabelecendo uma base sólida para o desenvolvimento saudável da criança.</p><p>Além dos referenciais, temos as Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação Infantil (DCNEI),</p><p>regulamentadas por meio do Parecer CNE/CEB nº 20/2009 e da Resolução CNE/CEB nº 05/09.</p><p>Trata-se de um documento importante, pois destaca a identidade da educação infantil, elemento</p><p>crucial na construção da proposta pedagógica. Reconhecem-na como parte integrante da</p><p>educação básica e enfatizam a concepção da criança como sujeito histórico e de direito,</p><p>destacando sua centralidade no planejamento curricular, impulsionando o desenvolvimento por</p><p>meio de interações com outras crianças e parceiros adultos, sendo a brincadeira uma atividade</p><p>privilegiada nessa faixa etária.</p><p>Disciplina</p><p>FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO</p><p>BRASILEIRA E POLÍTICAS</p><p>PÚBLICAS</p><p>Além desses parâmetros, temos a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que representa um</p><p>marco signi�cativo nos avanços da educação infantil, diferenciando-se e complementando as</p><p>DCNEI e o RCNEI. Ao contrário das orientações anteriores, a BNCC estabelece um conjunto de</p><p>aprendizagens essenciais que todas as crianças devem adquirir, fornecendo uma base comum</p><p>que transcende as diversidades regionais do nosso país.</p><p>A base destaca a importância do brincar e das experiências lúdicas no processo de</p><p>aprendizagem, reconhecendo a criança como sujeito ativo na construção do conhecimento. Essa</p><p>abordagem valoriza a individualidade e as particularidades do desenvolvimento infantil,</p><p>promovendo práticas pedagógicas mais �exíveis e adaptáveis às necessidades especí�cas de</p><p>cada criança.</p><p>Considerando que, na educação infantil, as aprendizagens e o desenvolvimento das crianças têm</p><p>como eixos estruturantes as interações e a brincadeira, assegurando-lhes os direitos de conviver,</p><p>brincar, participar, explorar, expressar-se e conhecer-se, a organização curricular da Educação</p><p>Infantil na BNCC está estruturada em cinco campos de experiências, no âmbito dos quais são</p><p>de�nidos os objetivos de aprendizagem e desenvolvimento. Os campos de experiências</p><p>constituem um arranjo curricular que acolhe as situações e as experiências concretas da vida</p><p>cotidiana das crianças e seus saberes, entrelaçando-os aos conhecimentos que fazem parte do</p><p>patrimônio cultural. (Brasil, 2018, [s. p.])</p><p>Os Campos de Experiência representam áreas temáticas que integram conhecimentos, saberes e</p><p>práticas, considerando as múltiplas dimensões do desenvolvimento da criança. Conforme a</p><p>BNCC (2018), são agrupados em:</p><p>O eu, o outro e nós</p><p>Corpo, gestos e movimentos</p><p>Traços, sons, cores e formas</p><p>Escuta, fala, pensamento e imaginação</p><p>Espaços, tempos, quantidades, relações e transformações</p><p>A BNCC para a educação infantil, em consonância com outros documentos que regulamentam</p><p>essa etapa educacional, desempenha um papel crucial nas políticas educacionais,</p><p>estabelecendo parâmetros nacionais e promovendo uma abordagem centrada no</p><p>desenvolvimento integral e na diversidade. Ao alinhar esses documentos normativos, as políticas</p><p>educacionais ganham consistência, promovendo uma educação infantil mais equitativa.</p><p>A formação docente, ancorada na compreensão profunda da BNCC, das diretrizes e de outras</p><p>legislações, é fundamental para a efetiva implementação das políticas educacionais. Nosso</p><p>estudo visa não só à transmissão de conteúdo mas também à compreensão das especi�cidades</p><p>do desenvolvimento infantil, promovendo práticas pedagógicas sensíveis às demandas</p><p>Disciplina</p><p>FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO</p><p>BRASILEIRA E POLÍTICAS</p><p>PÚBLICAS</p><p>educacionais contemporâneas. A interseção entre BNCC, diretrizes, referencial teórico, políticas</p><p>educacionais e saber docente cria uma base sólida para uma educação infantil de qualidade no</p><p>Brasil.</p><p>Vamos Exercitar?</p><p>A partir da situação-problema apresentada inicialmente em nossa aula, podemos pensar</p><p>algumas estratégias possíveis que a escola pode tomar, dentre as quais, destacam-se:</p><p>1. A equipe pode repensar a organização dos espaços na instituição, priorizando áreas de</p><p>contação, expressão artística e atividades lúdicas que estimulem o desenvolvimento das</p><p>crianças. Além disso, parcerias com a comunidade local, como artistas e pro�ssionais da</p><p>saúde, podem enriquecer as experiências das crianças e dos próprios professores, mesmo</p><p>com recursos e infraestrutura limitada.</p><p>2. A realização de eventos comunitários que evidenciem a importância da primeira infância</p><p>para o desenvolvimento futuro da sociedade, bem como a produção de materiais</p><p>informativos e educativos para sensibilizar os responsáveis e as autoridades locais sobre a</p><p>necessidade de investimentos especí�cos em políticas públicas voltadas para a educação</p><p>infantil, são estratégias relevantes. O envolvimento da comunidade pode ser crucial para</p><p>promover mudanças e sensibilizar os órgãos responsáveis sobre a urgência de investir na</p><p>qualidade da educação infantil.</p><p>Saiba mais</p><p>Estudante, aprofundar nossos saberes por meio de outras fontes é essencial para fortalecer</p><p>nosso aprendizado, por isso, segue indicação de material complementar: leia o artigo Sobre a</p><p>organização curricular da Educação Infantil: conversas com professores a partir das Diretrizes</p><p>Curriculares Nacionais, escrito por Luciana Esmeralda Ostetto. O texto apresenta re�exões sobre</p><p>o currículo na educação infantil a partir da percepção dos professores e das orientações das</p><p>Diretrizes, enfatizando aspectos políticos, éticos e estéticos.</p><p>OSTETTO, L. E. Sobre a organização curricular da Educação Infantil: conversas com professoras</p><p>a partir das Diretrizes Curriculares Nacionais. Revista Zero a Seis, v. 19, n. 35, p. 46-68, 2017.</p><p>Bons estudos!</p><p>Referências</p><p>BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília:</p><p>Congresso Nacional, [2024]. Disponível em:</p><p>Disciplina</p><p>FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO</p><p>BRASILEIRA E POLÍTICAS</p><p>PÚBLICAS</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao37.htm. Acesso em: 28 abr. 2024.</p><p>BRASIL. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC, 2018.</p><p>BRASIL. Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do</p><p>Adolescente e dá outras providências. Brasília: Presidência da República, [2024]. Disponível em:</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8069.htm. Acesso em: 28 abr. 2024.</p><p>BRASIL. Lei nº 9.394,</p><p>de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação</p><p>nacional. Brasília: Presidência da República, [2024]. Disponível em:</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm. Acesso em: 28 abr. 2024.</p><p>BRASIL. Parecer nº 20, de 11 de novembro de 2009. Revisão das Diretrizes Curriculares</p><p>Nacionais para a Educação Infantil. Brasília: Conselho Nacional de Educação, [2024]. Disponível</p><p>em: http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/pceb020_09.pdf. Acesso em: 28 abr. 2024.</p><p>BRASIL. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil. Brasília: MEC/SEB, 1998.</p><p>BRASIL. Resolução nº 5, de 17 de dezembro de 2009. Fixa as Diretrizes Curriculares Nacionais</p><p>para a Educação Infantil. Brasília: Conselho Nacional de Educação, [2024]. Disponível em:</p><p>http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=2298-rceb005-</p><p>09&category_slug=dezembro-2009-pdf&Itemid=30192. Acesso em: 28 abr. 2024.</p><p>CARNEIRO, M. A. B. Educação infantil e políticas públicas no Brasil: visões e re�exões. Revista</p><p>online de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 24, p. 946-960, 2020. Disponível em:</p><p>https://periodicos.fclar.unesp.br/rpge/article/view/14325. Acesso em: 1º fev. 2024.</p><p>KRAMER, S. O papel social da educação infantil. Revista Textos do Brasil, Brasília, 1999.</p><p>JUSTEL, T. O Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil e a Pedagogia da Infância</p><p>como divulgadores do ideário construtivista: uma análise teórica de suas concepções de criança,</p><p>professor e conhecimento. Cadernos da Pedagogia, v. 1, n. 1, 2007.</p><p>Aula 2</p><p>Políticas e Legislação para a Alfabetização</p><p>Política e legislação para alfabetização</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao37.htm</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8069.htm</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm</p><p>http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/pceb020_09.pdf</p><p>http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=2298-rceb005-09&category_slug=dezembro-2009-pdf&Itemid=30192</p><p>http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=2298-rceb005-09&category_slug=dezembro-2009-pdf&Itemid=30192</p><p>Disciplina</p><p>FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO</p><p>BRASILEIRA E POLÍTICAS</p><p>PÚBLICAS</p><p>Este conteúdo é um vídeo!</p><p>Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo</p><p>computador ou pelo aplicativo. Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo</p><p>para assistir mesmo sem conexão à internet.</p><p>Dica para você</p><p>Aproveite o acesso para baixar os slides do vídeo, isso pode deixar sua</p><p>aprendizagem ainda mais completa.</p><p>Olá, estudante! Sabia que, até a década de 1950, cerca da metade da população brasileira era</p><p>analfabeta? Um número extremamente alto, considerando a quantidade de habitantes no país na</p><p>época (51.941.767), não é mesmo? Essa realidade levou o governo a buscar diferentes</p><p>estratégias para enfrentar essa situação. Você sabe quais foram essas estratégias?</p><p>Descobriremos juntos nesta aula, explorando aspectos relacionados às políticas de</p><p>alfabetização.</p><p>Ponto de Partida</p><p>Olá, estudante! Neste momento, expandiremos nossos conhecimentos ao explorarmos as</p><p>políticas e legislações voltadas para a alfabetização no contexto brasileiro. Para isso,</p><p>analisaremos a seguinte situação: durante uma revisão histórica sobre as políticas de</p><p>alfabetização no Brasil, um grupo de pesquisadores depara-se com um desa�o peculiar na</p><p>análise da e�cácia dessas políticas ao longo do tempo. Ao examinar os diferentes períodos,</p><p>desde a década de 1950 até os dias atuais, eles observam uma persistente disparidade regional</p><p>nos índices de alfabetização. Por que as taxas de alfabetização variam signi�cativamente entre</p><p>as diferentes regiões do Brasil? Quais fatores históricos, socioeconômicos e culturais</p><p>contribuíram para essa disparidade? Além disso, como as políticas de alfabetização evoluíram ao</p><p>longo dos anos? Quais foram os desa�os enfrentados na implementação e na sustentação</p><p>dessas políticas em âmbito nacional? Como garantir que as estratégias sejam e�cazes e</p><p>alcancem todas as regiões de maneira equitativa?</p><p>Essas questões servirão como base para nossos estudos seguintes. Por isso, prepare seu</p><p>caderno, celular e computador e vamos aprender ainda mais juntos!</p><p>Vamos Começar!</p><p>Dados estatísticos sobre alfabetização no Brasil</p><p>Disciplina</p><p>FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO</p><p>BRASILEIRA E POLÍTICAS</p><p>PÚBLICAS</p><p>Conforme os estudos de Costa, Figueiredo e Cossetin (2023), durante a década de 1990, as</p><p>políticas públicas e as discussões governamentais enfatizavam o papel e os serviços básicos de</p><p>educação e saúde pelo Estado, seguindo as orientações do Banco Mundial. Nesse período, o</p><p>Brasil adotou as proposições advindas de acordos internacionais, os quais destacavam, entre</p><p>outros aspectos, a importância das políticas públicas voltadas para a alfabetização, visando</p><p>reduzir os índices de analfabetismo.</p><p>Podemos considerar que uma pessoa alfabetizada domina a leitura e a escrita. Já no caso de um</p><p>analfabeto funcional, ele pode decifrar palavras, mas enfrenta desa�os na compreensão e</p><p>interpretação textual. Por �m, o analfabeto não adquiriu habilidades de leitura e escrita, limitando</p><p>sua interação com o mundo letrado. No caso brasileiro, podemos perceber a presença dessas</p><p>três situações.</p><p>Historicamente, no Brasil, existe uma luta relacionada à erradicação do analfabetismo. Segundo</p><p>dados do Mapa do Analfabetismo (Brasil, 1997), o índice de pessoas analfabetas na população</p><p>de 15 anos ou mais caiu ao longo do século XX, saindo de um patamar de 65,3%, em 1900, para</p><p>chegar a 13,6%, nos anos 2000. Mas, ainda assim, havia milhões de brasileiros analfabetos.</p><p>Desse modo, a partir de conferências mundiais e outras questões internacionais, ocorreu uma</p><p>centralidade nas políticas e ações governamentais, visando ao acesso e à permanência das</p><p>crianças no ensino fundamental e, consequentemente, à alfabetização.</p><p>Segundo os dados do PNAD (2022), pela primeira vez, a população de 25 anos ou mais (53,1%)</p><p>no Brasil tinha pelo menos o ensino básico obrigatório, o que representa um signi�cativo avanço</p><p>quando se compara a momentos anteriores, porém, aproximadamente, 9,6 milhões de pessoas</p><p>ainda são consideradas analfabetas. E esse resultado apresenta disparidades quando incluímos</p><p>as categorias de análise de raça, região e etnia.</p><p>Os dados estatísticos coletados por instrumentos amostrais e censitários são relevantes para as</p><p>políticas educacionais, pois nos dão ideia de alguns desa�os relacionados às desigualdades</p><p>sociais e regionais que se referem especi�camente à alfabetização no Brasil. No Plano Nacional</p><p>de Educação (2014-2024), encontramos algumas metas especí�cas relacionadas à</p><p>alfabetização, dentre as quais, destacamos:</p><p>Meta 5: alfabetizar todas as crianças, no máximo, até o �nal do 3º ano do ensino</p><p>fundamental.</p><p>Meta 9: elevar a taxa de alfabetização da população com 15 anos ou mais para 93,5% até</p><p>2015 e, até o �nal da vigência deste PNE, erradicar o analfabetismo absoluto e reduzir em</p><p>50% a taxa de analfabetismo funcional.</p><p>Conforme os dados do relatório do segundo ciclo das metas do PNE (Brasil, 2019), nas regiões</p><p>Norte e Nordeste, há maior percentual de alunos posicionados no nível mais baixo da escala de</p><p>leitura: cerca de 30% dos estudantes, chegando a atingir mais de 40% em alguns estados.</p><p>Também é expressivo o percentual de alunos nesse nível nas escolas da área rural (cerca de</p><p>35%). Em relação à pro�ciência em leitura, constata-se, ao nível nacional, que cerca de 2/3 dos</p><p>Disciplina</p><p>FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO</p><p>BRASILEIRA E POLÍTICAS</p><p>PÚBLICAS</p><p>alunos do 3º ano do ensino fundamental se concentram nos níveis 2 e 3 da escala nas duas</p><p>edições da Avaliação Nacional da Alfabetização (2014 e 2016), tendo ligeira melhora em 2016.</p><p>Cerca de 22% dos alunos se encontram no nível mais baixo da escala (Nível 1), e mais de 50%</p><p>dos alunos se concentram nos níveis 1 e 2 nas duas edições consideradas.</p><p>A Avaliação Nacional da Alfabetização (ANA) trata-se de uma avaliação externa, realizada de</p><p>maneira abrangente e anual, destinada aos alunos do terceiro ano do ensino fundamental nas</p><p>escolas públicas. Seu principal propósito é medir os níveis de alfabetização e letramento dos</p><p>estudantes nas disciplinas de Língua Portuguesa e Matemática.</p><p>Por meio desses dados, podemos inferir que os desa�os nas políticas educacionais para a</p><p>alfabetização são multifacetados, destacando-se a necessidade de superar disparidades</p><p>regionais, promover formação contínua de professores e adotar métodos pedagógicos e�cazes.</p><p>A diversidade socioeconômica do país cria discrepâncias no acesso a recursos educacionais,</p><p>tornando imperativo um esforço concentrado para garantir equidade.</p><p>Programas governamentais e Política Nacional de Alfabetização</p><p>(PNA)</p><p>Pensando nas políticas públicas voltadas à educação, podemos pensar nos programas</p><p>fomentados pelo governo para abordar necessidades especí�cas da Educação Básica,</p><p>envolvendo alocação de recursos e estratégias para alcançar metas educacionais de�nidas.</p><p>Esses programas visam aprimorar o sistema educacional e atender às demandas especí�cas da</p><p>sociedade. Leal e Silva (2023) destacam em seus estudos que, ao longo da história do Brasil,</p><p>vários governos têm adotado políticas e programas para diminuir e erradicar o analfabetismo.</p><p>Entre os principais programas destacados pelas autoras, estão:</p><p>Profa (2001) – Programa de Formação de Professores Alfabetizadores: tratava-se de um</p><p>curso destinado a preencher lacunas na formação dos professores alfabetizadores e a</p><p>suprir a falta de materiais pedagógicos e referências teóricas, com o intuito de oferecer</p><p>suporte à elaboração de propostas pedagógicas mais e�cazes.</p><p>Pró-Letramento (2004) – Programa de formação continuada docente para as séries iniciais</p><p>do ensino fundamental (1º ao 5º ano): capacitação contínua destinada a professores que</p><p>atuam nas séries iniciais do ensino fundamental, visando aprimorar a qualidade do ensino</p><p>de leitura, escrita e matemática. A carga horária total do curso é de 180 horas, sendo 120</p><p>horas presenciais e 60 horas a distância.</p><p>PNAIC (2012) – Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa: diferentemente do Pró-</p><p>Letramento, o PNAIC é voltado somente para o ciclo de alfabetização (1º ao 3º ano do</p><p>ensino fundamental) das escolas públicas brasileiras. Apoia-se em quatro eixos: gestão,</p><p>avaliação, formação e material didático.</p><p>Além desses programas, podemos destacar iniciativas signi�cativas, como a Política Nacional de</p><p>Alfabetização (PNA), instituída pelo Decreto nº 9.765, de 11 de abril de 2019, e revogada pelo</p><p>Disciplina</p><p>FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO</p><p>BRASILEIRA E POLÍTICAS</p><p>PÚBLICAS</p><p>Decreto nº 11.556, de 12 de junho de 2023, que institui o Compromisso Nacional Criança</p><p>Alfabetizada. Consistia em ações voltadas à promoção da alfabetização baseada em evidências</p><p>cientí�cas, para melhorar a qualidade da alfabetização no território nacional e combater o</p><p>analfabetismo absoluto e o analfabetismo funcional, no âmbito das diferentes etapas e</p><p>modalidades da Educação Básica.</p><p>Apesar de apresentar uma proposta interessante e especí�ca para a alfabetização, em termos</p><p>práticos, trouxe desa�os na sua efetivação, como carência de recursos �nanceiros, condições</p><p>socioeconômicas diversas, discrepâncias nos sistemas educacionais, ausência de mecanismos</p><p>de monitoramento, falta de participação efetiva da sociedade civil na sua construção e algumas</p><p>divergências entre o Plano Nacional de Educação (PNE), a Constituição e a Base Nacional</p><p>Comum Curricular (BNCC).</p><p>As políticas de alfabetização concentram-se em aprimorar a preparação dos pro�ssionais da</p><p>educação para enfrentar os desa�os especí�cos desse contexto. Elas abrangem estratégias para</p><p>fortalecer os métodos de ensino, incorporar práticas pedagógicas e�cazes e promover a</p><p>formação continuada dos educadores. Além disso, essas políticas visam integrar abordagens</p><p>inovadoras, como o uso de tecnologias, e garantir a capacidade de lidar com a diversidade de</p><p>contextos sociais e culturais. O objetivo é assegurar que os professores estejam devidamente</p><p>capacitados para promover a alfabetização e�caz e inclusiva, atendendo às demandas</p><p>contemporâneas desse campo educacional. Dadas essas complexidades, trata-se de um campo</p><p>em constante análise e problematização na organização e no funcionamento da educação</p><p>brasileira.</p><p>Siga em Frente...</p><p>Alfabetização na BNCC</p><p>Ao longo das nossas aulas, debruçamo-nos sobre os indicadores, dados e aspectos políticos que</p><p>envolvem a alfabetização. Mas, o que é alfabetização? E letramento? Para seguirmos em nossos</p><p>estudos, será importante entendermos esses conceitos. De maneira geral, podemos caracterizar</p><p>a alfabetização como um processo de aprendizagem envolvendo a competência de ler e</p><p>escrever, enquanto o letramento se ocupa mais dos aspectos sociais dessa leitura e escrita. Por</p><p>isso, esses dois processos devem ser trabalhados de forma articulada durante todo o processo</p><p>de escolarização dos sujeitos.</p><p>A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é um documento normativo brasileiro que estabelece</p><p>as aprendizagens essenciais que todos os alunos devem desenvolver ao longo da Educação</p><p>Básica. Busca uniformizar os currículos escolares, assegurando uma base comum para a</p><p>educação em todo o país. Para Gontijo, Costa e Perovano (2020), a BNCC se vincula com as</p><p>expectativas da Unesco, enfatizando o aprendizado como competência e o componente</p><p>Disciplina</p><p>FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO</p><p>BRASILEIRA E POLÍTICAS</p><p>PÚBLICAS</p><p>curricular Língua Portuguesa como importante, especialmente no que diz respeito à</p><p>alfabetização nos primeiros dois anos do ensino fundamental.</p><p>É necessário lembrar que, no modelo funcional ou na perspectiva do letramento (termos que, em</p><p>nossa opinião, têm o mesmo signi�cado), a alfabetização, entendida como aquisição do código</p><p>escrito ou de habilidades de codi�cação e decodi�cação, é a base para a atuação em contextos</p><p>situados e, também, para a mudança dos contextos dos quais as crianças fazem parte. (Gontijo;</p><p>Costa; Perovano, 2020, p. 12)</p><p>A BNCC promove signi�cativas mudanças na forma como a alfabetização é concebida e</p><p>desenvolvida no contexto educacional brasileiro. Em primeiro lugar, destaca a alfabetização</p><p>como um processo contínuo, estendendo seu foco além do simples domínio do código</p><p>linguístico, para abranger a compreensão e a produção de textos em diferentes contextos. Essa</p><p>abordagem ampliada busca uma alfabetização mais efetiva, capaz de formar indivíduos críticos</p><p>e participativos na sociedade.</p><p>Outra mudança signi�cativa introduzida por esse documento é a valorização das práticas</p><p>pedagógicas mais �exíveis e contextualizadas. Ao reconhecer a diversidade linguística e cultural</p><p>do Brasil, a BNCC incentiva métodos que considerem as especi�cidades regionais, étnicas e</p><p>sociais, tornando a alfabetização mais inclusiva e adaptada às diferentes realidades. Além disso,</p><p>a incorporação de competências socioemocionais no processo de alfabetização visa não apenas</p><p>ao desenvolvimento técnico da leitura e escrita mas também à formação integral dos alunos,</p><p>preparando-os para enfrentar desa�os e construir relações interpessoais mais saudáveis.</p><p>Essas perspectivas da BNCC sobre alfabetização estão intrinsecamente ligadas às políticas</p><p>educacionais, re�etindo uma abordagem alinhada às demandas contemporâneas e às metas</p><p>educacionais do país. Primeiramente, ao destacar a alfabetização como um processo contínuo, a</p><p>BNCC alinha-se às políticas que buscam uma educação mais integral, indo além da mera</p><p>aquisição de habilidades técnicas. Essa perspectiva está alinhada com a visão de um sistema</p><p>educacional que promova o desenvolvimento pleno dos estudantes.</p><p>Vamos Exercitar?</p><p>Estudante, no início desta aula, apresentamos alguns questionamentos relacionados ao histórico</p><p>das políticas de alfabetização e às disparidades regionais. Com base no que estudamos e</p><p>considerando os questionamentos da situação-problema, podemos sugerir a criação de um</p><p>programa nacional que leve em consideração as especi�cidades de cada região. Esse programa</p><p>deve priorizar o investimento em recursos educacionais, capacitação de professores e</p><p>implementação de estratégias adaptáveis às realidades locais.</p><p>Ademais, propõe-se o</p><p>desenvolvimento de políticas públicas focadas em reduzir as desigualdades socioeconômicas</p><p>que impactam diretamente a acessibilidade à educação. A colaboração entre órgãos</p><p>governamentais, organizações não governamentais e comunidades locais pode ser um caminho</p><p>para a efetivação desse programa.</p><p>Disciplina</p><p>FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO</p><p>BRASILEIRA E POLÍTICAS</p><p>PÚBLICAS</p><p>Bons estudos e até breve!</p><p>Saiba mais</p><p>Chegou o momento de aprofundar nossos estudos! A temática tratada na aula é muito rica e, por</p><p>isso, o aprofundamento e o estudo sistemático e contínuo são essenciais.</p><p>Leia o artigo Considerações sobre a política de avaliação da alfabetização: pensando a partir do</p><p>cotidiano escolar, escrito por Maria Teresa Esteban. O texto aborda as políticas de avaliação da</p><p>alfabetização, utilizando a Provinha Brasil como referência, com o propósito de analisar os</p><p>signi�cados que a avaliação tem assumido no âmbito das políticas públicas e no cotidiano</p><p>escolar.</p><p>ESTEBAN, M. T. Considerações sobre a política de avaliação da alfabetização: pensando a partir</p><p>do cotidiano escolar. Revista Brasileira de Educação, v. 17, p. 573-592, 2012.</p><p>Bons estudos!</p><p>Referências</p><p>BRASIL. Mapa do Analfabetismo no Brasil. Brasília: Inep, 1997. Disponível em:</p><p>https://download.inep.gov.br/publicacoes/institucionais/estatisticas_e_indicadores/mapa_do_an</p><p>alfabetismo_do_brasil.pdf. Acesso em: 1º fev. 2024.</p><p>BRASIL. Monitoramento do PNE mostra cenários de alfabetização. Brasília: Inep, 2021. Disponível</p><p>em: https://www.gov.br/inep/pt-br/assuntos/noticias/estudos-educacionais/monitoramento-do-</p><p>pne-mostra-cenarios-da-alfabetizacao. Acesso em: 2 fev. 2024.</p><p>BRASIL. Relatório do 2º Ciclo de Monitoramento das Metas do Plano Nacional de Educação. 2.</p><p>ed. Brasília: Inep, 2019.</p><p>COSTA, F. E.; FIGUEIREDO, I. M. Z.; COSSETIN, M.. Políticas públicas, prioridades educacionais e</p><p>alfabetização no Brasil na década de 1990: de�nições a partir dos acordos internacionais.</p><p>Revista HISTEDBR On-line, v. 23, p. e023044-e023044, 2023.</p><p>GOMES, I.; FERREIRA, I. Em 2022, analfabetismo cai, mas continua mais alto entre idosos, pretos</p><p>e pardos e no Nordeste. Agência IBGE Notícias, 2023. Disponível em:</p><p>https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-noticias/2012-agencia-de-noticias/noticias/37089-</p><p>em-2022-analfabetismo-cai-mas-continua-mais-alto-entre-idosos-pretos-e-pardos-e-no-nordeste.</p><p>Acesso em: 1º fev. 2024.</p><p>https://download.inep.gov.br/publicacoes/institucionais/estatisticas_e_indicadores/mapa_do_analfabetismo_do_brasil.pdf</p><p>https://download.inep.gov.br/publicacoes/institucionais/estatisticas_e_indicadores/mapa_do_analfabetismo_do_brasil.pdf</p><p>https://www.gov.br/inep/pt-br/assuntos/noticias/estudos-educacionais/monitoramento-do-pne-mostra-cenarios-da-alfabetizacao</p><p>https://www.gov.br/inep/pt-br/assuntos/noticias/estudos-educacionais/monitoramento-do-pne-mostra-cenarios-da-alfabetizacao</p><p>https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-noticias/2012-agencia-de-noticias/noticias/37089-em-2022-analfabetismo-cai-mas-continua-mais-alto-entre-idosos-pretos-e-pardos-e-no-nordeste</p><p>https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-noticias/2012-agencia-de-noticias/noticias/37089-em-2022-analfabetismo-cai-mas-continua-mais-alto-entre-idosos-pretos-e-pardos-e-no-nordeste</p><p>Disciplina</p><p>FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO</p><p>BRASILEIRA E POLÍTICAS</p><p>PÚBLICAS</p><p>GONTIJO, C. M. M.; COSTA, D. M. V.; PEROVANO, N. S. Alfabetização na Base Nacional Comum</p><p>Curricular (BNCC). Pro-Posições, v. 31, 2020.</p><p>INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. PNAD Contínua – Pesquisa Nacional</p><p>por Amostra de Domicílios Contínua. IBGE, 2024. Disponível em:</p><p>https://www.ibge.gov.br/estatisticas/sociais/trabalho/9171-pesquisa-nacional-por-amostra-de-</p><p>domicilios-continua-mensal.html. Acesso em: 3 fev. 2023.</p><p>LEAL, E. G.; SILVA, M. C. P. da. Breve histórico da alfabetização e o surgimento das novas</p><p>concepções. Revista Ibero-Americana de Humanidades, Ciências e Educação, v. 9, n. 10, p. 1608-</p><p>1617, 2023.</p><p>Aula 3</p><p>Políticas e Legislação para o Ensino Fundamental</p><p>Política e legislação para o ensino fundamental</p><p>Este conteúdo é um vídeo!</p><p>Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo</p><p>computador ou pelo aplicativo. Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo</p><p>para assistir mesmo sem conexão à internet.</p><p>Dica para você</p><p>Aproveite o acesso para baixar os slides do vídeo, isso pode deixar sua</p><p>aprendizagem ainda mais completa.</p><p>Olá, estudante! A segunda etapa da educação básica é essencial, pois é nela que adquirimos</p><p>conhecimentos variados das distintas áreas do saber, incluindo a alfabetização. Esses saberes</p><p>fornecerão a base para todas as nossas aprendizagens subsequentes, tanto no âmbito</p><p>pro�ssional quanto na continuidade dos estudos no ensino superior. Durante esta aula,</p><p>exploraremos mais a fundo as políticas públicas para o ensino fundamental e compreenderemos</p><p>sua importância na educação básica. Preparado? Vamos lá!</p><p>Ponto de Partida</p><p>https://www.ibge.gov.br/estatisticas/sociais/trabalho/9171-pesquisa-nacional-por-amostra-de-domicilios-continua-mensal.html</p><p>https://www.ibge.gov.br/estatisticas/sociais/trabalho/9171-pesquisa-nacional-por-amostra-de-domicilios-continua-mensal.html</p><p>Disciplina</p><p>FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO</p><p>BRASILEIRA E POLÍTICAS</p><p>PÚBLICAS</p><p>Estudante, você se lembra de como aprendeu a ler e escrever? Como eram suas aulas no ensino</p><p>fundamental? Você gostava dessa época? Para compreendermos melhor o funcionamento dessa</p><p>segunda etapa da Educação Básica, imaginaremos a seguinte situação: na Escola N, os</p><p>professores mais experientes estão discutindo melhorias e desa�os que o ensino fundamental</p><p>de nove anos trouxe para a realidade do trabalho pedagógico. Eles recordam que enfrentaram</p><p>desa�os signi�cativos na adaptação de suas práticas pedagógicas para atender às demandas</p><p>dessa nova estrutura. Diante disso, algumas questões ainda são discutidas pelos professores:</p><p>como podem ajustar suas abordagens de ensino para atender às necessidades de alunos que</p><p>agora ingressam no ensino fundamental mais cedo, considerando suas diferentes fases de</p><p>desenvolvimento? Como podem aprimorar os métodos de avaliação e acompanhamento do</p><p>progresso dos alunos ao longo desse ciclo ampliado, garantindo que cada estudante receba o</p><p>suporte necessário para seu desenvolvimento acadêmico e socioemocional?</p><p>Contamos com você nesta nova etapa de estudos. Vamos lá!</p><p>Vamos Começar!</p><p>Organização: anos iniciais e anos �nais</p><p>Acadêmico, você já se perguntou por que falamos em anos iniciais e anos �nais do ensino</p><p>fundamental? Será que essa divisão foi sempre assim? E qual é a importância dessa etapa</p><p>educacional? Conforme os estudos de Rocha (2014), o ensino fundamental foi formalizado pela</p><p>Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – Lei nº 9.394/96 – como parte da educação</p><p>básica, junto à educação infantil e ao ensino médio.</p><p>Ao longo da história das políticas educacionais, percebemos que o ensino fundamental ocupou</p><p>uma posição central no direcionamento das políticas do país por um extenso período,</p><p>impulsionando a educação dos cidadãos. A Constituição de 1934 foi a primeira a estabelecer a</p><p>obrigatoriedade do ensino primário no Brasil, com uma duração de quatro anos. Posteriormente,</p><p>a Carta Constitucional de 1967 ampliou essa obrigatoriedade para oito anos, culminando na</p><p>uni�cação do curso primário e do ginásio no chamado 1º grau, com duração de oito anos,</p><p>conforme estabelecido pela Lei nº 5.692/71.</p><p>A Lei nº 11.274, de 6 de fevereiro de 2006, alterou a redação dos arts. 29, 30, 32 e 87 da Lei nº</p><p>9.394, de 20 de dezembro de 1996, estabelecendo que o ensino fundamental seria “obrigatório,</p><p>com duração de 9 (nove) anos, gratuito na escola pública, iniciando-se aos 6 (seis) anos de idade,</p><p>terá por objetivo a formação básica do cidadão” (Brasil, 2006, [s. p.]).</p><p>O Plano Nacional de Educação de 2001 (Lei nº 10.172/01) estabeleceu, como Meta 1, a</p><p>universalização do ensino fundamental, buscando garantir o acesso e a permanência de todas as</p><p>crianças, com uma progressiva ampliação para nove anos de escolarização, iniciando aos seis</p><p>anos, à medida que o atendimento de sete a quatorze anos se universalizasse. A Meta 2 propôs a</p><p>Disciplina</p><p>FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO</p><p>BRASILEIRA E POLÍTICAS</p><p>PÚBLICAS</p><p>extensão para nove anos, começando aos seis anos, fundamentada no diagnóstico de que 87%</p><p>das crianças nessa faixa etária já estavam matriculadas em pré-escolas ou no ensino</p><p>fundamental.</p><p>Em 2005, a Lei nº 11.114 tornou obrigatória a matrícula das crianças de seis anos no ensino</p><p>fundamental, possibilitando a antecipação da escolaridade para oito anos e reduzindo a idade de</p><p>conclusão em um ano. Finalmente, a Lei nº 11.274, de 2006, modi�cou a Lei de Diretrizes e Bases</p><p>(LDB), estabelecendo a duração de nove anos para o ensino fundamental, com matrícula</p><p>obrigatória aos seis anos. Essa legislação concedeu prazo até 2009 para as devidas adaptações,</p><p>assegurando o ensino fundamental de nove anos para todos a partir de 2010:</p><p>O Ensino Fundamental com duração de 9 (nove) anos abrange a população na faixa etária dos 6</p><p>(seis) aos 14 (quatorze) anos de idade e se estende, também, a todos os que, na idade própria,</p><p>não tiveram condições de frequentá-lo. É obrigatória a matrícula no ensino fundamental de</p><p>crianças com 6 (seis) anos completos ou a completar até o dia 31 de março do ano em que</p><p>ocorrer a matrícula, nos termos da Lei e das normas nacionais vigentes. As crianças que</p><p>completarem 6 (seis) anos após essa data deverão ser matriculadas na educação infantil (pré-</p><p>escola). A carga horária mínima anual do ensino fundamental regular será de 800 (oitocentas)</p><p>horas relógio, distribuídas em, pelo menos, 200 (duzentos) dias de efetivo trabalho escolar.</p><p>(Brasil, 2010, [s. p.])</p><p>Sendo uma etapa crucial do sistema educacional, o ensino fundamental compreende um período</p><p>total de estudos de nove anos, geralmente dos seis aos quatorze anos, organizado em duas</p><p>fases, que visam proporcionar uma formação básica e abrangente. Dessa forma, estrutura-se</p><p>em: ensino fundamental anos iniciais e �nais, com a responsabilidade de oferta e</p><p>acompanhamento pelos municípios (ensino fundamental – anos iniciais) e estados (ensino</p><p>fundamental – anos �nais).</p><p>A primeira fase é marcada pela alfabetização da criança e pelo aprimoramento de suas</p><p>habilidades cognitivas, sociais e emocionais, abrangendo do 1º ao 5º ano. A segunda fase, do 6º</p><p>ao 9º ano, amplia o grau de complexidade, relacionado aos conhecimentos consolidados na fase</p><p>anterior nas diferentes áreas do conhecimento humano.</p><p>Devido ao caráter de direito público subjetivo, o ensino fundamental requer que o Estado</p><p>estabeleça sua obrigatoriedade, a qual só pode ser assegurada por meio da gratuidade do</p><p>ensino. Isso possibilita que todos que estejam privados desse direito possam usufruí-lo. Essa</p><p>fase educacional, enquanto direito fundamental, é uma garantia mínima de formação para a vida</p><p>pessoal, social e política do cidadão.</p><p>As políticas educacionais voltadas para o ensino fundamental têm como objetivo garantir o</p><p>acesso universal, a permanência e o êxito dos estudantes. Isso inclui ações para combater a</p><p>evasão escolar, melhorar a qualidade do ensino, promover a formação continuada de professores</p><p>e adaptar os currículos às necessidades contemporâneas.</p><p>Disciplina</p><p>FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO</p><p>BRASILEIRA E POLÍTICAS</p><p>PÚBLICAS</p><p>Constituição Federal, ECA e LDB nº 9.394/96</p><p>A Constituição Federal de 1988, em seu art. 208, enfatiza o direito à educação para todos e</p><p>amplia a função do Estado em relação a esse aspecto, além de ressaltar a educação gratuita. O</p><p>Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), promulgado em 1990, reforça a proteção dos</p><p>direitos da criança e do adolescente, assegurando-lhes o acesso à educação de qualidade e</p><p>proibindo práticas discriminatórias. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação (Lei nº 9.394/96) é</p><p>central na regulamentação do ensino no país. Estabelece o ensino fundamental como etapa</p><p>obrigatória e gratuita, com duração de nove anos. Além disso, preconiza a valorização dos</p><p>pro�ssionais da educação, a promoção da igualdade e a inclusão de conteúdos que respeitem a</p><p>diversidade cultural e étnica.</p><p>Em conjunto, podemos inferir que essas legislações delineiam um arcabouço legal que busca</p><p>assegurar o acesso, a permanência e a qualidade no ensino fundamental, essenciais para o</p><p>desenvolvimento integral das crianças e dos adolescentes, bem como para a construção de uma</p><p>sociedade mais justa e inclusiva. A LDB, em seu art. 32, estabelece que o ensino fundamental é</p><p>uma etapa de formação básica do cidadão, que se desenvolverá por meio de objetivos</p><p>especí�cos:</p><p>I - o desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios básicos o pleno domínio da</p><p>leitura, da escrita e do cálculo; II - a compreensão do ambiente natural e social, do sistema</p><p>político, da tecnologia, das artes e dos valores em que se fundamenta a sociedade; III - o</p><p>desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo em vista a aquisição de conhecimentos</p><p>e habilidades e a formação de atitudes e valores; IV - o fortalecimento dos vínculos de família,</p><p>dos laços de solidariedade humana e de tolerância recíproca em que se assenta a vida social.</p><p>(Brasil, 1996, [s. p.])</p><p>Além disso, a lei menciona que o currículo do ensino fundamental incluirá, obrigatoriamente,</p><p>conteúdo que trate dos direitos das crianças e dos adolescentes, tendo como diretriz o que diz o</p><p>Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Essa jornada escolar no ensino fundamental</p><p>incluirá, pelo menos, quatro horas de trabalho efetivo em sala de aula, sendo progressivamente</p><p>ampliado o período de permanência na escola.</p><p>Siga em Frente...</p><p>Plano Nacional de Educação, diretrizes curriculares para o</p><p>ensino fundamental e BNCC</p><p>O Plano Nacional de Educação de 2001 trazia considerações sobre o ensino fundamental</p><p>enquanto etapa educacional, conforme os preceitos da LDB e da Constituição Federal. Entre</p><p>alguns dos destaques que o plano trazia, estava o objetivo de atingir a universalização do ensino</p><p>Disciplina</p><p>FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO</p><p>BRASILEIRA E POLÍTICAS</p><p>PÚBLICAS</p><p>fundamental, considerando os aspectos de acesso, permanência e qualidade, e a progressiva</p><p>passagem para o ensino de nove anos. Além disso, destacava a questão da importância do</p><p>ensino em tempo integral e estabeleceu 30 metas. Já o Plano Nacional de Educação de 2014</p><p>propõe 20 metas, das quais podemos destacar as seguintes, ligadas especi�camente ao ensino</p><p>fundamental:</p><p>META 2: universalizar o ensino fundamental de nove anos para toda a população de seis a</p><p>quatorze anos e garantir que pelo menos 95% dos alunos concluam essa etapa na idade</p><p>recomendada, até o último ano de vigência deste PNE.</p><p>META 4: universalizar, para a população de quatro a dezessete anos com de�ciência,</p><p>transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, o acesso à</p><p>educação básica e ao atendimento educacional especializado, preferencialmente na rede</p><p>regular de ensino, com a garantia de sistema educacional inclusivo, de salas de recursos</p><p>multifuncionais, classes, escolas ou serviços especializados, públicos ou conveniados.</p><p>META 5: alfabetizar todas as crianças, no máximo, até o �nal do 3º ano do ensino</p><p>fundamental.</p><p>META 6: oferecer educação em tempo integral em, no mínimo, 50% das escolas públicas,</p><p>de forma a atender, pelo menos, 25% dos alunos da educação básica.</p><p>META 7: fomentar a qualidade da educação básica em todas as etapas e modalidades, com</p><p>melhoria do �uxo escolar e da aprendizagem de modo a atingir as seguintes médias</p><p>nacionais para o Ideb.</p><p>META 10: oferecer, no mínimo, 25% das matrículas de educação de jovens e adultos, nos</p><p>ensinos fundamental e médio, na forma integrada à educação pro�ssional.</p><p>Em síntese, enquanto o PNE de 2001 concentrava-se na universalização do ensino fundamental,</p><p>até então de oito anos, o PNE de 2014 ampliou a perspectiva sobre as metas anteriores,</p><p>promovendo a inclusão de diferentes grupos sociais, re�etindo uma abordagem mais abrangente</p><p>e alinhada com as demandas educacionais contemporâneas.</p><p>As Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental (DCNs) são documentos que</p><p>estabelecem os princípios,</p><p>e das in�uências do</p><p>Disciplina</p><p>FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO</p><p>BRASILEIRA E POLÍTICAS</p><p>PÚBLICAS</p><p>contexto social na elaboração de políticas, a partir dos estudos históricos.</p><p>No período colonial brasileiro (1500-1822), tínhamos uma sociedade latifundiária, escravocrata,</p><p>aristocrata, baseada em uma economia agrícola, na qual a educação, conforme os estudos de</p><p>Ribeiro (1993), era organizada e feita pela Companhia de Jesus, sob forte in�uência da Igreja</p><p>Católica. Nesse cenário, por exemplo, a catequese desempenhou um papel crucial na conversão</p><p>da população indígena. Além disso, foi um período marcado por uma forte distinção entre os</p><p>saberes ensinados aos indígenas e aos �lhos dos colonos. Em 1759, o Marquês de Pombal</p><p>rompeu com os jesuítas da Companhia de Jesus, iniciando o que �cou conhecido por "Reforma</p><p>Pombalina". Essa reforma perdurou de 1759 a 1827 e pode ser considerada como um</p><p>antecedente da implementação da educação pública estatal.</p><p>Com a expulsão dos jesuítas, apenas uma pequena parcela da população tinha acesso às</p><p>escolas. Como destaca Marcílio (2005, p. 3), "�cavam excluídas as mulheres (50% da população),</p><p>os escravos (40%), os negros livres, os pardos, �lhos ilegítimos e crianças abandonadas". De</p><p>1889 a 1930, ou seja, durante a Primeira República, o ensino no Brasil continuou estagnado, com</p><p>grande número de analfabetismo, correspondendo a mais da metade da população brasileira.</p><p>Com a independência do Brasil em 1822, instaurou-se o Primeiro Império, política esta que</p><p>estabeleceu uma nova diretriz educacional e instituiu as escolas de primeiras letras em todas as</p><p>cidades, vilas e lugares mais populosos. Por meio da Lei de 15 de outubro de 1827, foi</p><p>estabelecida a criação das chamadas “Escolas de Primeira Letras”, e houve a disseminação do</p><p>“Método Mútuo”, em que um número grande de alunos eram divididos em grupos conforme seus</p><p>níveis de conhecimento. e os estudantes mais adiantados (monitores) instruíam seus colegas</p><p>menos adiantados. O professor tinha como função instruir os monitores antes do início das aulas</p><p>e dirigir a escola e as demais funções pedagógicas. Em 1854, tivemos à “Reforma Couto Ferraz”,</p><p>a qual estabeleceu a ideia de um sistema nacional de ensino com currículo básico, formação</p><p>docente e uma educação mais voltada para prática. Em Parte superior do formulário1890, a</p><p>“Reforma de Benjamin Constant” buscou um rompimento com o modelo educacional praticado</p><p>durante o período colonial e estabeleceu um ensino mais enciclopédico, seriado, gratuito e</p><p>obrigatório.</p><p>Apesar dessas reformas, ainda havia no país grandes disparidades educacionais e baixa</p><p>escolaridade da população em geral, além de disputas entre a Igreja Católica e os movimentos</p><p>que buscavam a reformulação da educação no país. Dentro desse cenário, a partir de 1930,</p><p>iniciou-se um movimento conhecido como “Movimento da Escola Nova”, formado por</p><p>educadores, como Anísio Teixeira, Lourenço Filho, Fernando de Azevedo e Francisco Campos,</p><p>que buscavam renovar o ensino, organizando um manifesto, o qual seria conhecido mais tarde</p><p>como “Manifesto dos Pioneiros da Educação”. Esse documento criticava as de�ciências do</p><p>sistema educacional brasileiro na época, destacando a urgência de expandir a educação para</p><p>toda a população, com ênfase na educação formal.</p><p>A partir de 1930, temos a criação de órgãos importantes para a organização da educação</p><p>brasileira, como o Ministério da Educação e Saúde Pública e o Conselho Nacional de Educação. A</p><p>Disciplina</p><p>FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO</p><p>BRASILEIRA E POLÍTICAS</p><p>PÚBLICAS</p><p>Constituição dos Estados Unidos do Brasil, de 10 de novembro de 1937, estabelecida durante o</p><p>Estado Novo e a presidência de Getúlio Vargas, destaca o papel do Estado na oferta e no</p><p>�nanciamento da educação. O objetivo desses órgãos e legislações era coordenar as reformas</p><p>educacionais que se desdobrariam posteriormente em outras políticas públicas e decretos,</p><p>in�uenciados tanto por mudanças nacionais, no que se refere à organização da educação,</p><p>quanto internacionais sobre o direito à educação.</p><p>Siga em Frente...</p><p>Políticas públicas e educação: in�uências internacionais</p><p>Conforme o Brasil foi se industrializando e a globalização foi ganhando forças, as discussões</p><p>internacionais envolvendo a educação também in�uenciaram as discussões aqui no país. Você,</p><p>já ouviu falar de entidades como o Banco Mundial, Unesco e Unicef?</p><p>O Banco Mundial, criado em 1944, inicialmente desempenhou um papel crucial na reconstrução</p><p>de países afetados pela Segunda Guerra Mundial. Ao longo das décadas de 1950 até o início dos</p><p>anos 1970, em meio às crescentes tensões da Guerra Fria, sua missão evoluiu para a integração</p><p>de nações em desenvolvimento. Isso foi alcançado por meio da implementação de programas de</p><p>assistência econômica e concessão de empréstimos, direcionados. Principalmente. às políticas</p><p>de industrialização.</p><p>A Unesco, sigla para Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, é</p><p>uma agência especializada da Organização das Nações Unidas (ONU), estabelecida em 4 de</p><p>novembro de 1946, com a missão principal de assegurar a paz por meio da cooperação</p><p>intelectual entre as nações. Seu propósito abrange o acompanhamento do desenvolvimento</p><p>global e a prestação de assistência aos Estados-membros – atualmente, totalizando 193 países.</p><p>Já o Unicef, criado pela Organização das Nações Unidas em 1946, promove os direitos e o bem-</p><p>estar de crianças e adolescentes em mais de 190 países e territórios. Está presente no Brasil</p><p>desde 1950.</p><p>Todos esses órgãos, durante a segunda metade do século XX, traziam várias discussões</p><p>importantes relacionadas aos direitos humanos, à promoção da equidade, à inclusão social e à</p><p>qualidade na educação por meio de cooperações para o desenvolvimento de todas as nações.</p><p>Em 1990, tivemos a divulgação da Declaração Mundial sobre a Educação para Todos, aprovada</p><p>durante a Conferência de Jontiem, na Tailândia, visando à satisfação das necessidades básicas</p><p>de aprendizagem, indo de encontro às discussões internacionais que se estabeleceram desde o</p><p>�m da Segunda Guerra Mundial, conforme Bordin (2015, p. 4):</p><p>Restritamente no Brasil, de 1990 até os dias atuais, houve a edição de vários regulamentos com</p><p>o propósito de oferecer a população uma educação de qualidade e atingir a meta estipulada na</p><p>Conferência para que, com isso, obtivesse investimentos e �nanciamentos de organismos</p><p>Disciplina</p><p>FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO</p><p>BRASILEIRA E POLÍTICAS</p><p>PÚBLICAS</p><p>internacionais e mantivesse assim, seu crédito. Destacam-se duas regulamentações de grande</p><p>relevância: a Constituição Federal de 1988 e a LDB de 1996, duas normas elaboradas antes e</p><p>após a adoção de tais políticas.</p><p>Os estudos de Limana (1999) corroboram com essa perspectiva ao apontarem que, a partir de</p><p>1988, com a nova Constituição, houve uma mudança institucional signi�cativa no Brasil. Essa</p><p>transformação permitiu a descentralização nas decisões governamentais, dando à população o</p><p>poder de decidir por meio de representantes eleitos e introduzindo instrumentos de democracia</p><p>direta, como referendo, plebiscito e iniciativa popular. Durante a década de 1990, a</p><p>"descentralização" tornou-se um tema central na educação brasileira, acompanhada da "gestão</p><p>democrática", que buscava permitir a participação de diversos atores no processo educativo.</p><p>O movimento pela descentralização administrativa e pela implementação de práticas de gestão</p><p>democrática também re�etiu a adesão a modelos internacionais que visavam envolver a</p><p>comunidade na tomada de decisões educacionais, principalmente a partir de 1990, buscando</p><p>alinhar o sistema educacional brasileiro aos padrões globais de excelência.</p><p>Podemos inferir que as políticas internacionais visando à educação exercem in�uência nas</p><p>práticas educacionais locais de um país na atualidade, em decorrência da interconexão global e</p><p>do compartilhamento de ideias. A busca por padrões e abordagens e�cazes, impulsionada por</p><p>diferentes organizações internacionais e acordos de cooperação, leva os países a adotarem</p><p>políticas alinhadas às normas globais. Além disso,</p><p>os fundamentos e os procedimentos a serem observados na</p><p>elaboração dos currículos das escolas. Elas oferecem orientações para garantir uma educação</p><p>de qualidade, destacando a importância da contextualização, da interdisciplinaridade, da</p><p>diversidade e da promoção da cidadania. As DCNs proporcionam �exibilidade, permitindo que as</p><p>escolas adaptem os currículos às características locais e especí�cas de seus estudantes. A</p><p>partir dos princípios éticos, políticos e estéticos, orienta o trabalho com os conteúdos do ensino</p><p>fundamental, compreendendo uma base nacional comum e uma parte diversi�cada.</p><p>Art. 23. O ensino fundamental com 9 (nove) anos de duração, de matrícula obrigatória para as</p><p>crianças a partir dos 6 (seis) anos de idade, tem duas fases sequentes com características</p><p>próprias, chamadas de anos iniciais, com 5 (cinco) anos de duração, em regra para estudantes de</p><p>6 (seis) a 10 (dez) anos de idade; e anos �nais, com 4 (quatro) anos de duração, para os de 11</p><p>(onze) a 14 (quatorze) anos. No Ensino Fundamental, acolher signi�ca também cuidar e educar,</p><p>como forma de garantir a aprendizagem dos conteúdos curriculares, para que o estudante</p><p>Disciplina</p><p>FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO</p><p>BRASILEIRA E POLÍTICAS</p><p>PÚBLICAS</p><p>desenvolva interesses e sensibilidades que lhe permitam usufruir dos bens culturais disponíveis</p><p>na comunidade, na sua cidade ou na sociedade em geral, e que lhe possibilitem ainda sentir-se</p><p>como produtor valorizado desses bens. (Brasil, 2010, [s. p.])</p><p>A BNCC, por sua vez, é um marco mais recente e abrangente. Ela de�ne as aprendizagens</p><p>essenciais que todos os alunos brasileiros têm o direito de desenvolver em cada etapa da</p><p>educação básica, e estabelece competências e habilidades a serem desenvolvidas, destacando a</p><p>formação integral dos estudantes, o protagonismo juvenil, a valorização da diversidade e a</p><p>integração entre diferentes áreas do conhecimento.</p><p>No ensino fundamental – anos iniciais, os componentes curriculares tematizam diversas</p><p>práticas, considerando especialmente aquelas relativas às culturas infantis tradicionais e</p><p>contemporâneas. Nesse conjunto de práticas, nos dois primeiros anos desse segmento, o</p><p>processo de alfabetização deve ser o foco da ação pedagógica. A�nal, aprender a ler e escrever</p><p>oferece aos estudantes algo novo e surpreendente: amplia suas possibilidades de construir</p><p>conhecimentos nos diferentes componentes, por sua inserção na cultura letrada, e de participar</p><p>com maior autonomia e protagonismo na vida social. Por sua vez, no ensino fundamental – anos</p><p>�nais, as aprendizagens, nos componentes curriculares dessa área, ampliam as práticas de</p><p>linguagem conquistadas no ensino fundamental – anos iniciais, incluindo a aprendizagem de</p><p>Língua Inglesa. Nesse segmento, a diversi�cação dos contextos permite o aprofundamento de</p><p>práticas de linguagem artísticas, corporais e linguísticas que se constituem e constituem a vida</p><p>social. (Brasil, 2018, [s. p.])</p><p>A relação entre as DCNs e a BNCC reside no fato de que esta, ao ser elaborada, deve estar em</p><p>consonância com as diretrizes gerais estabelecidas por aquelas. A BNCC se apoia nos princípios</p><p>e fundamentos das DCNs para criar uma estrutura curricular mais especí�ca, direcionando a</p><p>construção dos currículos nas escolas. Dessa forma, ela integra e operacionaliza as diretrizes</p><p>gerais presentes nas diretrizes. Ambos os documentos compartilham o objetivo de promover</p><p>uma educação de qualidade, equitativa, inclusiva e alinhada aos princípios nacionais, mas a</p><p>BNCC atua de maneira mais detalhada e especí�ca, oferecendo uma base comum mais</p><p>estruturada para os currículos escolares em todo o país.</p><p>Vamos Exercitar?</p><p>Estudante, na nossa situação-problema, os professores trouxeram vários questionamentos sobre</p><p>os aspectos envolvendo o ensino de nove anos e os desa�os para suas práticas pedagógicas.</p><p>Pensando nesse cenário, para auxiliar os professores com suas questões, podemos propor</p><p>cursos de formação continuada para os docentes, focando na adaptação de práticas</p><p>pedagógicas para o ensino fundamental de nove anos. Esses programas devem abordar</p><p>estratégias diferenciadas de ensino, métodos de avaliação mais �exíveis e técnicas de</p><p>acompanhamento individualizado. Além disso, promover espaços de troca de experiências entre</p><p>os educadores pode fortalecer a comunidade escolar e contribuir para a construção de</p><p>estratégias pedagógicas mais e�cientes. A parceria com especialistas em desenvolvimento</p><p>Disciplina</p><p>FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO</p><p>BRASILEIRA E POLÍTICAS</p><p>PÚBLICAS</p><p>infantil também pode enriquecer essas iniciativas, proporcionando uma formação valiosa sobre</p><p>como melhor atender às necessidades especí�cas dos alunos nesse novo contexto educacional.</p><p>Saiba mais</p><p>Estudante, nossos estudos não se encerram por aqui, por isso, aprofunde seus conhecimentos</p><p>com nossa indicação: leia o texto Os Parâmetros Curriculares Nacionais e o ensino fundamental.</p><p>O artigo, elaborado pelo professor Carlos Roberto Jamil Cury, traz, numa perspectiva histórica e</p><p>crítica, considerações sobre o currículo, as legislações e a organização da educação e do ensino</p><p>fundamental.</p><p>CURY, C. R. J. Os Parâmetros Curriculares Nacionais e o ensino fundamental. Revista Brasileira</p><p>de Educação, n. 2, p. 4-17, 1996.</p><p>Bons estudos!</p><p>Referências</p><p>BRASIL. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC, 2018.</p><p>BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília:</p><p>Congresso Nacional, [2024]. Disponível em:</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao37.htm. Acesso em: 28 abr. 2024.</p><p>BRASIL. Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do</p><p>Adolescente e dá outras providências. Brasília: Presidência da República, [2024]. Disponível em:</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8069.htm. Acesso em: 28 abr. 2024.</p><p>BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação</p><p>nacional. Brasília: Presidência da República, [2024]. Disponível em:</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm. Acesso em: 28 abr. 2024.</p><p>BRASIL. Lei nº 10.172, de 9 de janeiro de 2001. Aprova o Plano Nacional de Educação e dá outras</p><p>providências. Brasília: Presidência da República, [2024]. Disponível em:</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/leis_2001/l10172.htm. Acesso em: 28 abr. 2024.</p><p>BRASIL. Lei nº 11.274, de 6 de fevereiro de 2006. Altera a redação dos arts. 29, 30, 32 e 87 da Lei</p><p>nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional,</p><p>dispondo sobre a duração de 9 (nove) anos para o ensino fundamental, com matrícula obrigatória</p><p>a partir dos 6 (seis) anos de idade. Brasília: Presidência da República, [2024]. Disponível em:</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao37.htm</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm</p><p>Disciplina</p><p>FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO</p><p>BRASILEIRA E POLÍTICAS</p><p>PÚBLICAS</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11274.htm. Acesso em: 28 abr.</p><p>2024.</p><p>BRASIL. Resolução nº 7, de 14 de dezembro de 2010. Fixa Diretrizes Curriculares Nacionais para</p><p>o Ensino Fundamental de 9 (nove) anos. Brasília: Conselho Nacional de Educação, [2024].</p><p>Disponível em: http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/rceb007_10.pdf. Acesso em: 28 abr. 2024.</p><p>BRASIL. Resolução nº 04, de 13 de julho de 2010. De�ne Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais</p><p>para a Educação Básica. Brasília: Conselho Nacional de Educação, [2024]. Disponível em:</p><p>https://prograd.ufu.br/sites/prograd.ufu.br/�les/media/documento/resolucao_cneceb_no_4_de_</p><p>13_de_julho_de_2010.pdf. Acesso em: 28 abr. 2024.</p><p>ROCHA, I. L. da. O Ensino Fundamental no Brasil: uma análise da efetivação do direito à</p><p>educação obrigatória. In: CONGRESSO IBERO-AMERICANO DE POLÍTICA E ADMINISTRAÇÃO DA</p><p>EDUCAÇÃO, 4., 2014, Porto. Anais [...]. Porto: Anpae, 2014. Disponível em:</p><p>https://anpae.org.br/IBERO_AMERICANO_IV/GT1/GT1_Comunicacao/IdnelmaLimadaRocha_GT1</p><p>_integral.pdf. Acesso em: 3 fev. 2024.</p><p>Aula 4</p><p>Políticas e Legislação Para o Ensino Médio</p><p>Política e legislação para o ensino</p><p>médio</p><p>Este conteúdo é um vídeo!</p><p>Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo</p><p>computador ou pelo aplicativo. Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo</p><p>para assistir mesmo sem conexão à internet.</p><p>Dica para você</p><p>Aproveite o acesso para baixar os slides do vídeo, isso pode deixar sua</p><p>aprendizagem ainda mais completa.</p><p>Olá, estudante! A última etapa da educação básica é o ensino médio e, neste momento,</p><p>exploraremos mais sobre essa fase educacional, analisando as políticas, as características e o</p><p>funcionamento dela. O ensino médio é uma etapa crucial de transição para a vida universitária e</p><p>pro�ssional, portanto conhecer suas particularidades é fundamental. Está pronto para mais uma</p><p>jornada de conhecimento e aprendizado? Bons estudos!</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11274.htm</p><p>https://anpae.org.br/IBERO_AMERICANO_IV/GT1/GT1_Comunicacao/IdnelmaLimadaRocha_GT1_integral.pdf</p><p>https://anpae.org.br/IBERO_AMERICANO_IV/GT1/GT1_Comunicacao/IdnelmaLimadaRocha_GT1_integral.pdf</p><p>Disciplina</p><p>FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO</p><p>BRASILEIRA E POLÍTICAS</p><p>PÚBLICAS</p><p>Ponto de Partida</p><p>Olá, estudante! Estamos dando início aos nossos estudos sobre uma nova etapa da educação</p><p>básica, crucial para nossa formação cidadã, cultural, política e pro�ssional. Para</p><p>compreendermos melhor as especi�cidades do ensino médio, analisaremos juntos a seguinte</p><p>situação: após a implementação do novo ensino médio, com a introdução de itinerários</p><p>formativos, a Escola Q enfrenta desa�os na de�nição e na implementação efetiva desses</p><p>percursos diversi�cados. Professores e alunos manifestam incertezas em relação à escolha, à</p><p>execução e ao real impacto dos itinerários formativos na formação integral dos estudantes.</p><p>Diante disso, como podemos garantir uma orientação adequada para os alunos na escolha dos</p><p>itinerários formativos, considerando seus interesses, suas habilidades e suas perspectivas</p><p>pro�ssionais? E como assegurar que todos os alunos tenham igualdade de acesso aos</p><p>diferentes itinerários formativos, evitando disparidades socioeconômicas e garantindo</p><p>oportunidades equitativas?</p><p>A partir dessa perspectiva, expandiremos nossos conhecimentos. Conto com você para que,</p><p>juntos, possamos aprender ainda mais!</p><p>Vamos Começar!</p><p>Organização do ensino médio no Brasil</p><p>A partir do contexto de redemocratização do país, da Constituição Federal de 1988 e da LDB de</p><p>1996, temos uma nova concepção de educação, visando ao desenvolvimento pleno do sujeito. A</p><p>LDB insere o ensino médio como última etapa da educação básica, com duração mínima de três</p><p>anos, atendendo adolescentes entre 15 e 17 anos, cujos objetivos são apresentados no art. 35:</p><p>I - a consolidação e o aprofundamento dos conhecimentos adquiridos no ensino fundamental,</p><p>possibilitando o prosseguimento de estudos; II - a preparação básica para o trabalho e a</p><p>cidadania do educando, para continuar aprendendo, de modo a ser capaz de se adaptar com</p><p>�exibilidade a novas condições de ocupação ou aperfeiçoamento posteriores; III - o</p><p>aprimoramento do educando como pessoa humana, incluindo a formação ética e o</p><p>desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crítico; IV - a compreensão dos</p><p>fundamentos cientí�co-tecnológicos dos processos produtivos, relacionando a teoria com a</p><p>prática, no ensino de cada disciplina. (Brasil, 1996, [s. p.])</p><p>Conforme as Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica (2013), trata-se de uma etapa</p><p>que assume a responsabilidade pela conclusão da formação do estudante na Educação Básica,</p><p>ao mesmo tempo em que desempenha um papel fundamental na preparação para o trabalho, a</p><p>cidadania e a autonomia intelectual. Considerando o sistema federativo brasileiro, os estados</p><p>devem priorizar a oferta do ensino médio.</p><p>Disciplina</p><p>FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO</p><p>BRASILEIRA E POLÍTICAS</p><p>PÚBLICAS</p><p>Essa fase é marcada pela aproximação dos adolescentes com o contexto pro�ssional. Após</p><p>atingirem a formação geral no ensino médio, torna-se possível oferecer formação para pro�ssões</p><p>técnicas. A integração entre o ensino médio e a formação técnica pode ocorrer de três maneiras:</p><p>integrada, realizada na mesma escola, com uma única matrícula; concomitante, podendo ou não</p><p>ser na mesma instituição, com a opção de convênio entre diferentes instituições; subsequente,</p><p>destinada a estudantes que já concluíram seus estudos.</p><p>Enquanto na educação infantil temos uma transição para o ensino fundamental e do</p><p>fundamental uma transição para o ensino médio, após essa última etapa, há a transição para o</p><p>ensino superior, o mercado de trabalho ou outras trajetórias que o sujeito escolher.</p><p>Dados estatísticos sobre o ensino médio no Brasil, rendimento e</p><p>evasão</p><p>No âmbito do ensino médio, enfrentamos um signi�cativo desa�o relacionado à evasão escolar,</p><p>que decorre de diversos fatores, os quais podem variar desde a inserção precoce de</p><p>adolescentes no mercado de trabalho até o desinteresse ou a não identi�cação com as</p><p>temáticas abordadas nos currículos escolares.</p><p>A ausência frequente às aulas ao longo do ano letivo con�gura o abandono escolar, enquanto a</p><p>evasão escolar é caracterizada quando o estudante, seja por reprovação ou outros motivos, opta</p><p>por não realizar a matrícula para dar continuidade aos estudos no ano subsequente.</p><p>De acordo com os dados do Censo Escolar de 2022 (Brasil, 2022), o ensino médio foi ofertado</p><p>em 29.413 escolas. Os estados desempenham um papel preponderante na participação e oferta</p><p>do ensino público, seguidos por instituições privadas, municipais e federais. No ano de 2022, o</p><p>número de matrículas nessa etapa atingiu 7,9 milhões, revelando um crescimento notável de 36%</p><p>nas matrículas relacionadas à educação pro�ssional integrada. Esses números destacam a</p><p>importância de compreender e abordar as questões de evasão, bem como o potencial positivo</p><p>que a educação pro�ssional integrada pode oferecer aos estudantes do ensino médio.</p><p>Apesar da melhoria em relação aos anos anteriores, muitos adolescentes não concluem seus</p><p>estudos no ensino médio, diminuindo signi�cativamente as possibilidades de melhores</p><p>condições de mobilidade social e trabalho. Segundo dados levantados pela Fundação Roberto</p><p>Marinho em 2022, com base nos resultados do PNAD, mais de 1 milhão de crianças e</p><p>adolescentes entre 4-17 anos estão fora da escola, e apenas 61,1% dos estudantes concluíram o</p><p>ensino médio (Almeida, 2023).</p><p>Além disso, 27% dos estudantes brasileiros, conforme os dados da pesquisa (Almeida, 2023),</p><p>não estudam e não trabalham. Considerando os aspectos de raça, gênero e condições</p><p>econômicas, esses dados podem sofrer alterações, revelando aspectos da desigualdade</p><p>educacional brasileira. Indo além dos malefícios que a falta de escolarização pode incorrer na</p><p>vida dos sujeitos, temos os impactos no chamado rendimento escolar.</p><p>Disciplina</p><p>FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO</p><p>BRASILEIRA E POLÍTICAS</p><p>PÚBLICAS</p><p>Conforme Nota Técnica nº 002/2010, do Conselho Nacional de Educação, os cálculos de taxas</p><p>de aprovação, reprovação e abandono são baseados nas informações do movimento e</p><p>rendimento dos alunos. Considera-se como aluno o indivíduo matriculado em uma ou mais</p><p>turmas e os vínculos estabelecidos entre aluno e turma. Assim, o rendimento escolar é assim</p><p>entendido:</p><p>O rendimento escolar, por sua vez, é a situação de sucesso ou insucesso do aluno, por matrícula,</p><p>ao �nal do período letivo. Assim, são duas as situações possíveis para o rendimento escolar de</p><p>cada matrícula: 1. aprovado - quando conclui o ano escolar com sucesso; 2. reprovado - quando</p><p>não obtém sucesso no encerramento do ano letivo. (Brasil, 2010, [s. p.])</p><p>O cálculo das taxas de rendimento escolar é um procedimento complexo que envolve a análise</p><p>detalhada de dados do Educacenso. Para assegurar a precisão dessas taxas, foram</p><p>estabelecidas regras especí�cas para lidar com diferentes situações de matrículas. Cada</p><p>matrícula em uma unidade de agregação, como escola ou município, é representada como a i-</p><p>ésima matrícula. As regras determinam a situação �nal de uma matrícula, considerando</p><p>informações de falecimento, rendimento escolar,</p><p>transferências e abandono. Após a aplicação</p><p>dessas regras, são calculadas as taxas de rendimento escolar, incluindo a taxa de aprovação,</p><p>reprovação e abandono.</p><p>Essas taxas oferecem uma visão abrangente do desempenho dos alunos e do sistema</p><p>educacional, ajudando a compreender as dinâmicas de aprovação, reprovação e abandono. O</p><p>desempenho acadêmico dos estudantes, representado pelo rendimento escolar, in�uencia</p><p>diretamente as taxas de evasão, enquanto as políticas educacionais desempenham um papel</p><p>crucial na abordagem desses desa�os.</p><p>Em síntese, a relação entre rendimento escolar, evasão e políticas educacionais destaca a</p><p>importância de abordagens integradas que reconheçam as complexidades individuais dos</p><p>estudantes, oferecendo suporte contínuo e promovendo um ambiente educacional inclusivo e</p><p>estimulante. O desenvolvimento e a implementação de políticas e�cazes são essenciais para</p><p>enfrentar esses desa�os e construir um sistema educacional mais equitativo e de qualidade.</p><p>Siga em Frente...</p><p>O currículo do Ensino Médio, BNCC O Parte superior do</p><p>formulário</p><p>A Resolução CEB nº 3, de 26 de junho de 1988, estabeleceu as Diretrizes Curriculares Nacionais</p><p>do Ensino Médio (DCNEM), que se referem a um conjunto de princípios, fundamentos e</p><p>procedimentos de natureza doutrinária. Elas orientam a organização pedagógica e curricular de</p><p>cada unidade escolar, em conformidade com as disposições legais. Seu propósito é estabelecer</p><p>uma conexão entre a educação, o mundo do trabalho e a prática social. Além disso, buscam</p><p>Disciplina</p><p>FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO</p><p>BRASILEIRA E POLÍTICAS</p><p>PÚBLICAS</p><p>consolidar a preparação para o exercício da cidadania e proporcionar uma base sólida para a</p><p>inserção no mercado de trabalho. No art. 5, apresentam as seguintes orientações para</p><p>organização dos currículos:</p><p>Para cumprir as �nalidades do ensino médio previstas pela lei, as escolas organizarão seus</p><p>currículos de modo a: I - ter presente que os conteúdos curriculares não são �ns em si mesmos,</p><p>mas meios básicos para constituir competências cognitivas ou sociais, priorizando-as sobre as</p><p>informações; II - ter presente que as linguagens são indispensáveis para a constituição de</p><p>conhecimentos e competências; III - adotar metodologias de ensino diversi�cadas, que</p><p>estimulem a reconstrução do conhecimento e mobilizem o raciocínio, a experimentação, a</p><p>solução de problemas e outras competências cognitivas superiores; IV - reconhecer que as</p><p>situações de aprendizagem provocam também sentimentos e requerem trabalhar a afetividade</p><p>do aluno. (Brasil, 1998, [s. p.])</p><p>As DCNEM representam uma contribuição signi�cativa e impactante para a história desta etapa</p><p>educacional. Estabelecidas com base na Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), elas têm</p><p>como objetivo orientar a formulação dos currículos das instituições de ensino médio em todo o</p><p>país.</p><p>As diretrizes passaram por uma atualização entre 2010 e 2011, por meio do Parecer CNE/CEB nº</p><p>05/2011. Novas concepções e questões foram inseridas, considerando as mudanças sociais e</p><p>as necessidades de melhor compreensão dos próprios sujeitos que constituem essa etapa da</p><p>educação.</p><p>Entender o jovem do Ensino Médio dessa forma signi�ca superar uma noção homogeneizante e</p><p>naturalizada desse estudante, passando a percebê-lo como sujeito com valores,</p><p>comportamentos, visões de mundo, interesses e necessidades singulares. Além disso, deve-se</p><p>também aceitar a existência de pontos em comum que permitam tratá-lo como uma categoria</p><p>social. Destacam-se sua ansiedade em relação ao futuro, sua necessidade de se fazer ouvir e</p><p>sua valorização da sociabilidade. Além das vivências próprias da juventude, o jovem está inserido</p><p>em processos que questionam e promovem sua preparação para assumir o papel de adulto,</p><p>tanto no plano pro�ssional quanto no social e no familiar. (Brasil, 2011, [s. p.])</p><p>As DCNEM desempenham um papel crucial ao proporem uma estrutura curricular mais �exível e</p><p>alinhada com as demandas contemporâneas. Ao enfatizarem a diversidade de conhecimentos,</p><p>habilidades e competências necessárias para a formação integral dos estudantes, a</p><p>implementação dessas diretrizes busca romper com modelos tradicionais, promovendo uma</p><p>abordagem mais contextualizada e interdisciplinar.</p><p>Além das DCNEM, temos também a BNCC como um guia para os currículos. Para o ensino</p><p>médio, ela segue a continuidade das propostas para a educação infantil e o ensino fundamental.</p><p>Sua estrutura é centrada no desenvolvimento de competências, guiada pelo princípio da</p><p>educação integral. As competências gerais da educação básica direcionam tanto as</p><p>aprendizagens fundamentais especi�cadas nesta BNCC quanto aquelas relacionadas aos</p><p>Disciplina</p><p>FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO</p><p>BRASILEIRA E POLÍTICAS</p><p>PÚBLICAS</p><p>variados itinerários formativos. Vale destacar que a especi�cação desses itinerários é uma</p><p>prerrogativa dos diversos sistemas, redes e escolas, conforme estabelecido na Lei nº</p><p>13.415/2017.</p><p>Desse modo, a partir da homologação da BNCC, o currículo do ensino médio será formado por</p><p>esse documento e por itinerários formativos. Esses itinerários serão organizados por meio da</p><p>oferta de distintos arranjos curriculares, levando em consideração a pertinência para o contexto</p><p>local e a viabilidade dos sistemas de ensino. Eles compreendem:</p><p>I. Linguagens e suas tecnologias.</p><p>II. Matemática e suas tecnologias.</p><p>III. Ciências da Natureza e suas tecnologias.</p><p>IV. Ciências Humanas e Sociais Aplicadas.</p><p>É a partir dessa mudança que, na atualidade, discute-se o "novo ensino médio", com uma carga</p><p>de 1.000 horas anuais. Introduzido pela Lei nº 13.415/2017, ele busca promover transformações</p><p>substanciais na educação brasileira. Caracterizado pela �exibilização curricular, com destaque</p><p>para competências e habilidades e ênfase na integração com o mundo do trabalho, o modelo</p><p>busca proporcionar uma formação mais alinhada às demandas contemporâneas. Além disso, as</p><p>discussões sobre projeto de vida emergem como elementos essenciais nos currículos, alinhados</p><p>com as novas prerrogativas trazidas pela BNCC para o ensino médio.</p><p>A �exibilização permite itinerários formativos, permitindo aos estudantes escolherem áreas</p><p>especí�cas de interesse. A abordagem centrada em competências visa desenvolver habilidades</p><p>essenciais para a vida pessoal e pro�ssional. A integração com o mundo do trabalho objetiva</p><p>preparar os alunos de forma mais especí�ca para o mercado. No entanto, desa�os signi�cativos</p><p>surgem na implementação desse modelo. Investimentos em infraestrutura e formação de</p><p>professores são cruciais, assim como garantir equidade de acesso a todos os estudantes. O</p><p>desenvolvimento de métodos de avaliação adequados para capturar as competências propostas</p><p>também é um desa�o.</p><p>Embora represente um avanço na adaptação da educação às necessidades contemporâneas, a</p><p>e�cácia do novo ensino médio demanda superação contínua desses desa�os por meio de</p><p>esforços colaborativos em todos os setores educacionais. Atualmente, discutem-se eventuais</p><p>mudanças na estruturação do novo ensino médio. No início do ano de 2023, o Ministério da</p><p>Educação (MEC) abriu, por meio da Portaria nº 399, uma consulta pública sobre o novo ensino</p><p>médio, que contou com a contribuição de mais de 150 mil pessoas. O objetivo foi conduzir</p><p>estudos junto à comunidade escolar, realizar conferências e inquéritos virtuais para avaliar como</p><p>as mudanças estão sendo implementado e acontecendo na prática nas instituições de ensino</p><p>desde 2017. Os resultados foram anunciados no início do mês de agosto de 2023.</p><p>Vamos Exercitar?</p><p>Disciplina</p><p>FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO</p><p>BRASILEIRA E POLÍTICAS</p><p>PÚBLICAS</p><p>Estudante, a partir dos nossos estudos e considerando os desa�os do novo ensino médio,</p><p>podemos propor estratégias para lidar com as di�culdades encontradas. Uma delas é a</p><p>implementação de programas de orientação vocacional abrangente, envolvendo psicólogos</p><p>escolares, professores e pro�ssionais de orientação educacional. Além disso, é essencial criar</p><p>estratégias para superar barreiras socioeconômicas, garantindo que todos os alunos tenham</p><p>acesso aos recursos</p><p>necessários para participar dos itinerários formativos de sua escolha.</p><p>Promover a transparência sobre as possibilidades e os benefícios de cada itinerário, junto a</p><p>atividades práticas e palestras informativas, pode contribuir para uma tomada de decisão mais</p><p>informada por parte dos estudantes. Outro aspecto crucial é a formação dos professores para</p><p>lidar com essas temáticas. É importante que a escola promova momentos de trocas de</p><p>experiências entre os docentes, bem como leituras e estudos sistematizados sobre as áreas</p><p>escolhidas para compor os itinerários, trabalhando de forma interdisciplinar esses saberes com</p><p>outros do currículo.</p><p>Saiba mais</p><p>Estudante, para complementar e ampliar seus estudos sobre as temáticas indicadas nesta aula,</p><p>sugerimos o seguinte material complementar: acesse o site Observatório do ensino médio:</p><p>Pesquisa, Juventude e Trabalho. O observatório gerido e organizado por professores da</p><p>Universidade Federal do Paraná tem por objetivo reunir estudantes, educadores e pesquisadores</p><p>de diferentes níveis e modalidades de ensino que tenham interesse em compartilhar ideias,</p><p>temas e pesquisas relacionadas ao ensino médio, à juventude e às suas interações com a escola</p><p>e o mundo do trabalho. O grupo desenvolve atividades de pesquisa e extensão universitária. Para</p><p>obter mais informações sobre as atividades, explore os projetos, textos e outros materiais</p><p>produzidos pelo grupo.</p><p>Bons estudos!</p><p>Referências</p><p>ALMEIDA, T. Jovens “sem-sem” e a desigualdade educacional no Brasil. Fundação Roberto</p><p>Marinho, 2023. Disponível em: https://www.frm.org.br/conteudo/educacao-basica/artigo/jovens-</p><p>sem-sem-e-desigualdade-educacional-no-brasil. Acesso em: 4 fev. 2024.</p><p>BRASIL. Censo Escolar da Educação Básica 2022: resumo técnico. INEP, 2022. Disponível em:</p><p>https://download.inep.gov.br/publicacoes/institucionais/estatisticas_e_indicadores/resumo_tecn</p><p>ico_censo_escolar_2022.pdf. Acesso em: 4 fev. 2024.</p><p>BRASIL. Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica. Brasília: MEC, 2013.</p><p>https://observatoriodoensinomedio.ufpr.br/about</p><p>https://observatoriodoensinomedio.ufpr.br/about</p><p>https://www.frm.org.br/conteudo/educacao-basica/artigo/jovens-sem-sem-e-desigualdade-educacional-no-brasil</p><p>https://www.frm.org.br/conteudo/educacao-basica/artigo/jovens-sem-sem-e-desigualdade-educacional-no-brasil</p><p>https://download.inep.gov.br/publicacoes/institucionais/estatisticas_e_indicadores/resumo_tecnico_censo_escolar_2022.pdf</p><p>https://download.inep.gov.br/publicacoes/institucionais/estatisticas_e_indicadores/resumo_tecnico_censo_escolar_2022.pdf</p><p>Disciplina</p><p>FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO</p><p>BRASILEIRA E POLÍTICAS</p><p>PÚBLICAS</p><p>BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação</p><p>nacional. Brasília: Presidência da República, [2024]. Disponível em:</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm. Acesso em: 28 abr. 2024.</p><p>BRASIL. Nota Técnica 002/2010. Cálculo das Taxas de Rendimento Escolar. Brasília: Conselho</p><p>Nacional de Educação, [2024]. Disponível em:</p><p>https://download.inep.gov.br/download/censo/2009/NT_indicadores_rendimento2009.pdf></p><p>Acesso em: 4 fev. 2024.</p><p>BRASIL. Parecer nº 5, de 4 de maio de 2011. Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino</p><p>Médio. Brasília: Conselho Nacional de Educação, [2024]. Disponível em:</p><p>https://normativasconselhos.mec.gov.br/normativa/view/CNE_PAR_CNECEBN52011.pdf?</p><p>query=M%C3%89DIO. Acesso em: 4 fev. 2024.</p><p>BRASIL. Resolução nº 3, de 26 de junho de 1998. Institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para</p><p>o Ensino Médio. Brasília: Conselho Nacional de Educação, [2024]. Disponível em:</p><p>http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/res0398.pdf. Acesso em: 4 fev. 2024.</p><p>Aula 5</p><p>Encerramento da Unidade</p><p>Videoaula de Encerramento</p><p>Este conteúdo é um vídeo!</p><p>Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo</p><p>computador ou pelo aplicativo. Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo</p><p>para assistir mesmo sem conexão à internet.</p><p>Dica para você</p><p>Aproveite o acesso para baixar os slides do vídeo, isso pode deixar sua</p><p>aprendizagem ainda mais completa.</p><p>Olá, estudante! Nesta aula, re�etiremos sobre o funcionamento da educação brasileira a partir</p><p>das etapas educacionais que compõem o sistema de ensino do Brasil. A garantia do direito à</p><p>educação para todos é fundamental, e cada fase do ensino tem como objetivo o</p><p>desenvolvimento integral do indivíduo ao longo de seu processo de escolarização. Dessa forma,</p><p>ao reconhecermos as principais políticas e características de cada etapa, educadores e</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm</p><p>https://download.inep.gov.br/download/censo/2009/NT_indicadores_rendimento2009.pdf</p><p>https://normativasconselhos.mec.gov.br/normativa/view/CNE_PAR_CNECEBN52011.pdf?query=M%C3%89DIO</p><p>https://normativasconselhos.mec.gov.br/normativa/view/CNE_PAR_CNECEBN52011.pdf?query=M%C3%89DIO</p><p>http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/res0398.pdf</p><p>Disciplina</p><p>FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO</p><p>BRASILEIRA E POLÍTICAS</p><p>PÚBLICAS</p><p>professores têm a oportunidade de realizar uma re�exão prática sobre suas abordagens</p><p>pedagógicas e o papel social da escola.</p><p>Ponto de Chegada</p><p>O Brasil, historicamente, é um país em que a educação foi destinada a uma parcela da</p><p>população, inicialmente às elites. Ao longo das transformações sociais e das lutas pela</p><p>democratização e pelo direito à educação para todos, percebemos o surgimento de novas</p><p>demandas sociais, educacionais e, consequentemente, políticas públicas para atendê-las, as</p><p>quais originaram a concepção de Educação Básica e sistema nacional de ensino, conforme</p><p>temos hoje.</p><p>De acordo com os estudos de Cury (2002), o conceito de Educação Básica, que engloba as três</p><p>etapas educacionais – educação infantil, ensino fundamental e ensino médio –, representa uma</p><p>inovação abrangente em nossa legislação educacional, resultado de intensa luta e do esforço por</p><p>parte de educadores. A ideia central é o reconhecimento da importância da educação escolar em</p><p>diferentes fases da vida do educando, conforme expresso no art. 205 da Constituição Federal de</p><p>1988. Segundo o pesquisador, "resulta daí que a educação infantil é a base da educação básica,</p><p>o ensino fundamental é o seu tronco e o ensino médio é seu acabamento, e é de uma visão do</p><p>todo como base que se pode ter uma visão consequente das partes" (Cury, 2002, p. 170).</p><p>Nesse cenário, é importante destacarmos o papel do sistema federativo brasileiro na</p><p>organização das etapas da Educação Básica, proporcionando uma distribuição de</p><p>responsabilidades entre os entes federados (União, estados e municípios) e estabelecendo</p><p>diretrizes para a oferta de uma educação de qualidade em todo o país. A União estabelece as</p><p>diretrizes gerais da educação nacional por meio de leis e normas, como a Lei de Diretrizes e</p><p>Bases da Educação (LDB). Essa legislação de�ne princípios, objetivos e normas para a</p><p>organização da educação brasileira, contemplando desde a educação infantil até o ensino</p><p>superior.</p><p>Os estados e os municípios têm a responsabilidade de implementar e complementar as diretrizes</p><p>nacionais, adequando-as à realidade local. Cada ente federado tem autonomia para elaborar seus</p><p>currículos, de�nir políticas pedagógicas e estruturar a oferta de vagas nas diferentes etapas da</p><p>Educação Básica. Isso permite uma maior �exibilidade para atender às necessidades especí�cas</p><p>de cada região do país.</p><p>Na educação infantil, a educação é destinada às crianças de zero a cinco anos de idade,</p><p>marcando o início do contato escolar e desempenhando um papel fundamental no</p><p>desenvolvimento integral das crianças. Nesta primeira etapa, são abordados os aspectos</p><p>cognitivos, físicos, motores, psicológicos, culturais e sociais, por meio de atividades lúdicas que</p><p>estimulam a imaginação e a criatividade e priorizam o brincar, o socializar, o cuidar e o educar.</p><p>Ao olharmos para a história da educação infantil no Brasil, observamos uma luta constante</p><p>relacionada ao direito à educação e ao atendimento à criança. Conforme os estudos de Silva e</p><p>Disciplina</p><p>FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO</p><p>BRASILEIRA E POLÍTICAS</p><p>PÚBLICAS</p><p>Francischini</p><p>(2012), em março de 1919, temos a criação do Departamento da Criança no Brasil,</p><p>como uma tentativa de abranger nacionalmente a proteção da criança, a divulgação de saberes,</p><p>congressos e cursos educativos de puericultura e higiene, revelando uma forte percepção</p><p>assistencialista em torno da iniciativa.</p><p>Em 1927, ocorreu a aprovação do 1º Código de Menores, no qual, por meio de um discurso</p><p>jurídico, propôs-se a retirada de menores pobres considerados abandonados de suas famílias,</p><p>defendendo sua custódia sob a responsabilidade da autoridade pública. Em 1979, teve-se a</p><p>aprovação do 2º Código de Menores, que �cou em vigência até 1990, quando foi aprovado o</p><p>Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), por meio da Lei nº 8.069, de 13 de junho de 1990,</p><p>representando um marco importante do direito das crianças e dos adolescentes.</p><p>Conforme o art. 29 da LDB nº 9.394/96, “a educação infantil, primeira etapa da educação básica,</p><p>tem como �nalidade o desenvolvimento integral da criança de até 5 (cinco) anos, em seus</p><p>aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da</p><p>comunidade” (Brasil, 1996, [s. p.]). Tendo uma carga horária mínima anual de 800 (oitocentas)</p><p>horas, distribuída por um mínimo de 200 (duzentos) dias de trabalho educacional, com</p><p>atendimento à criança de, no mínimo, 4 (quatro) horas diárias para o turno parcial e de 7 (sete)</p><p>horas para a jornada integral.</p><p>A busca por uma educação de qualidade para crianças de zero a cinco anos re�ete o</p><p>compromisso da sociedade em garantir o desenvolvimento integral dos pequenos. No entanto,</p><p>os desa�os contemporâneos dessa etapa educacional incluem a necessidade de infraestrutura</p><p>adequada, a formação quali�cada de pro�ssionais e a promoção de práticas pedagógicas</p><p>inovadoras. Além disso, é crucial considerar a equidade no acesso e a atenção às diversidades, a</p><p>�m de assegurar que todas as crianças tenham oportunidades iguais de aprendizado e</p><p>desenvolvimento durante essa fase fundamental de suas vidas. A integração e�caz das políticas</p><p>educacionais com as práticas na educação infantil é essencial para superar tais desa�os e</p><p>promover um ambiente educativo, inclusivo e enriquecedor.</p><p>O ensino fundamental, segunda etapa da Educação Básica, também desempenha um papel</p><p>signi�cativo na formação dos sujeitos. Você, estudante, lembra-se de como eram suas aulas no</p><p>ensino fundamental? Quais disciplinas ou matérias você mais gostava? No ensino fundamental,</p><p>começamos a nos apropriar dos diferentes saberes, aprofundando nosso repertório e</p><p>experiências por meio dos processos de alfabetização e letramento. O ensino fundamental tem</p><p>duração de nove anos, sendo organizado em duas fases: os anos iniciais e os anos �nais.</p><p>Os objetivos dessa etapa de ensino ampliam-se progressivamente durante o processo educativo,</p><p>focando-se na capacidade de aprender, com ênfase no pleno domínio da leitura, da escrita e do</p><p>cálculo. Além disso, busca-se promover a compreensão do ambiente natural e social, do sistema</p><p>político, da economia, da tecnologia, das artes, da cultura e dos valores fundamentais da</p><p>sociedade. É essencial que os sistemas estaduais e municipais estabeleçam formas</p><p>colaborativas especí�cas para garantir a oferta do ensino fundamental e a integração entre a</p><p>Disciplina</p><p>FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO</p><p>BRASILEIRA E POLÍTICAS</p><p>PÚBLICAS</p><p>primeira etapa educacional, geralmente a cargo do município, e a segunda, sob responsabilidade</p><p>do estado, assegurando a coesão e a integralidade do processo de formação escolar.</p><p>Pensando na continuidade dos estudos, dentro do sistema educacional, é necessário</p><p>analisarmos também o ensino médio. Para Krawczyk (2011), desde 1990, vemos uma expansão</p><p>signi�cativa dessa etapa de ensino no país, atendendo não apenas às demandas das camadas</p><p>populares por acesso à educação mas também às orientações internacionais.</p><p>O ensino médio representa a última fase da Educação Básica, com duração mínima de três anos.</p><p>Seu propósito é aprofundar os conhecimentos prévios dos estudantes, preparando-os tanto para</p><p>o ingresso no mercado de trabalho quanto para o ensino superior. Destinado a jovens de 15 a 17</p><p>anos, essa etapa pressupõe maior autonomia no processo de aprendizado, com o aluno</p><p>desempenhando um papel mais ativo.</p><p>O ensino médio é obrigatório no Brasil desde 2009, seguindo as diretrizes do novo ensino médio</p><p>aprovado em 2017, em decorrência da consolidação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC)</p><p>no país. Esta etapa deve ter uma carga horária anual de mil horas, além disso, a construção dos</p><p>currículos inclui a implementação da BNCC e a introdução de itinerários formativos. Estes se</p><p>concentram nas áreas de conhecimento, bem como na formação técnica e pro�ssional,</p><p>oferecendo aos estudantes diversas opções de escolha. Os objetivos subjacentes a essa</p><p>mudança visam assegurar a disponibilidade de uma educação de qualidade para todos os jovens</p><p>brasileiros, ao mesmo tempo em que aproximam as escolas da realidade dos estudantes</p><p>contemporâneos. Isso ocorre mediante a consideração das novas demandas e complexidades</p><p>presentes no mundo do trabalho e na vida em sociedade (Brasil, 2024).</p><p>Podemos inferir que o ensino médio é uma etapa educacional complexa, marcada por desa�os</p><p>envolvendo a compreensão dos sujeitos que dela fazem parte, as questões do mundo do</p><p>trabalho, a evasão e o desinteresse dos estudantes em relação aos conhecimentos e</p><p>componentes curriculares:</p><p>No primeiro ano, os jovens se sentem orgulhosos porque, em certa medida, venceram a barreira</p><p>da escolaridade de seus pais. No segundo ano começa o desencanto, principalmente, pelas</p><p>di�culdades do processo de ensino, ao passo que as amizades e a sociabilidade entre os pares</p><p>passam a ser mais importantes. No terceiro, a proximidade de um novo ciclo de vida �ca mais</p><p>evidente, e os alunos se confrontam com um frustrante universo de possibilidades: o ingresso na</p><p>universidade não se con�gura como uma possibilidade para a maioria e o desejo de trabalhar ou</p><p>melhorar pro�ssionalmente também se torna muito difícil de ser concretizado. (Krawczyk, 2011,</p><p>p. 11)</p><p>Em síntese, as etapas da Educação Básica desempenham um papel vital no desenvolvimento</p><p>integral dos indivíduos, proporcionando não apenas conhecimentos acadêmicos mas também</p><p>habilidades essenciais para a vida. A implementação de políticas educacionais, como a BNCC, e</p><p>a �exibilização curricular visam adaptar o ensino às demandas contemporâneas e preparar os</p><p>estudantes para os desa�os do mundo em constante evolução. Nesse contexto, os professores</p><p>Disciplina</p><p>FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO</p><p>BRASILEIRA E POLÍTICAS</p><p>PÚBLICAS</p><p>desempenham um papel crucial como mediadores do aprendizado, guiando os alunos na</p><p>construção do conhecimento e na formação de habilidades críticas.</p><p>A compreensão profunda das políticas educacionais e a aplicação e�ciente desses saberes na</p><p>prática docente são essenciais para garantir uma educação de qualidade, promovendo a</p><p>formação de cidadãos críticos, participativos e preparados para enfrentar os desa�os do século</p><p>XXI.</p><p>É Hora de Praticar!</p><p>Este conteúdo é um vídeo!</p><p>Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo</p><p>computador ou pelo aplicativo. Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo</p><p>para assistir mesmo sem conexão à internet.</p><p>Estudante, a partir dos conhecimentos adquiridos durante nossos estudos, re�etiremos sobre o</p><p>seguinte estudo de caso: em uma escola pública de uma cidade brasileira, diversas questões</p><p>relacionadas à qualidade da educação básica vêm à tona. As etapas da educação infantil, do</p><p>ensino fundamental e do ensino médio enfrentam desa�os que impactam diretamente o</p><p>desenvolvimento dos alunos. O Plano Nacional de Educação (PNE) é a referência para as</p><p>políticas educacionais, mas a implementação efetiva tem se mostrado desa�adora para essa</p><p>escola. A instituição de ensino enfrenta problemas signi�cativos de infraestrutura, como salas</p><p>superlotadas, falta de material didático e de�ciências na estrutura física. Como esses desa�os</p><p>afetam o acesso e a permanência dos alunos nas diferentes etapas da Educação</p><p>Básica? Qual é</p><p>o papel do PNE na resolução dessas questões? Também, existem preocupações em relação à</p><p>qualidade do ensino oferecido, incluindo a formação dos professores. Como a formação</p><p>inadequada impacta diretamente a qualidade da educação? Em que medida as metas do PNE</p><p>referentes à formação e à valorização dos pro�ssionais da educação podem contribuir para a</p><p>melhoria da qualidade do ensino?</p><p>Estudante, nesse momento, pare por alguns minutos, faça algumas re�exões e anote possíveis</p><p>soluções que você imagine ser aplicáveis para as questões apresentadas. Vamos lá!</p><p>Como as políticas públicas e as demandas sociais se relacionam com a organização da</p><p>educação básica?</p><p>Quais são as principais legislações e normas que regulamentam cada etapa do sistema</p><p>educacional brasileiro, considerando o sistema federativo?</p><p>Qual é a relevância desses saberes para a formação crítica e cidadã dos educadores?</p><p>Disciplina</p><p>FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO</p><p>BRASILEIRA E POLÍTICAS</p><p>PÚBLICAS</p><p>Diante dos desa�os evidenciados, a escola deve articular e participar da criação e da</p><p>implementação de políticas locais alinhadas com as diretrizes do PNE. Isso pode incluir</p><p>parcerias com a comunidade, captação de recursos para melhorias na infraestrutura e</p><p>investimentos especí�cos na formação continuada dos professores. Podemos destacar que a</p><p>elaboração de um plano estratégico, em consonância com as metas do PNE, visa enfrentar as</p><p>questões locais e contribuir para a promoção de uma educação básica de qualidade,</p><p>assegurando que cada etapa seja um alicerce sólido para o desenvolvimento pleno dos alunos.</p><p>Diante dos desa�os apresentados no estudo de caso, os professores são instigados a promover</p><p>adaptações pedagógicas criativas diante de limitações de infraestrutura, buscar estratégias de</p><p>engajamento com a comunidade para superar obstáculos locais, investir na formação</p><p>continuada para fortalecer suas habilidades pedagógicas, advogar por recursos e apoio para</p><p>melhorias na escola e implementar estratégias avaliativas que levem em conta o contexto</p><p>especí�co. Essas re�exões visam capacitar os professores a enfrentar os desa�os locais,</p><p>proporcionando uma abordagem mais e�caz para o desenvolvimento dos alunos, alinhada com</p><p>as diretrizes do Plano Nacional de Educação.</p><p>Bons estudos!</p><p>Disciplina</p><p>FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO</p><p>BRASILEIRA E POLÍTICAS</p><p>PÚBLICAS</p><p>BRASIL. Novo Ensino Médio – perguntas e respostas. Ministério da Educação, 2024. Disponível</p><p>em: http://portal.mec.gov.br/component/content/article?id=40361. Acesso em: 4 fev. 2024.</p><p>BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação</p><p>nacional. Brasília: Presidência da República, [2024]. Disponível em:</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm. Acesso em: 28 abr. 2024.</p><p>CURY, C. R. J. A educação básica no Brasil. Educação & Sociedade, v. 23, p. 168-200, 2002.</p><p>KRAWCZYK, N. Re�exão sobre alguns desa�os do ensino médio no Brasil hoje. Cadernos de</p><p>Pesquisa, v. 41, p. 752-769, 2011.</p><p>SILVA, C. V. M.; FRANCISCHINI, R. O surgimento da educação infantil na história das políticas</p><p>públicas para a criança no Brasil. Práxis Educacional, v. 8, n. 12, p. 257-276, 2012.</p><p>,</p><p>Unidade 3</p><p>POLÍTICAS PARA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS, EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E OUTRAS</p><p>MODALIDADES DE ENSINO</p><p>Aula 1</p><p>Educação de Jovens e Adultos</p><p>Educação de jovens e adultos</p><p>Este conteúdo é um vídeo!</p><p>Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo</p><p>computador ou pelo aplicativo. Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo</p><p>para assistir mesmo sem conexão à internet.</p><p>Dica para você</p><p>Aproveite o acesso para baixar os slides do vídeo, isso pode deixar sua</p><p>aprendizagem ainda mais completa.</p><p>Olá, estudante! Nesta videoaula, conversaremos sobre a educação de jovens e adultos no Brasil,</p><p>explorando aspectos históricos, políticos e sociais que envolvem essa modalidade de ensino.</p><p>Nosso enfoque será analisar, conhecer e re�etir sobre a legislação vigente, as Diretrizes</p><p>Curriculares Nacionais para a Educação de Jovens e Adultos na contemporaneidade, bem como</p><p>http://portal.mec.gov.br/component/content/article?id=40361</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm</p><p>Disciplina</p><p>FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO</p><p>BRASILEIRA E POLÍTICAS</p><p>PÚBLICAS</p><p>examinar suas possibilidades e seus desa�os. Vamos para mais uma etapa de estudos e</p><p>aprendizado!</p><p>Ponto de Partida</p><p>Estudante, você já teve a oportunidade de re�etir profundamente sobre o verdadeiro signi�cado</p><p>do "direito à educação"? Essa ponderação se torna ainda mais crucial ao considerarmos</p><p>indivíduos com trajetórias de vida diversas, como os jovens e adultos. Quando abordamos o</p><p>direito à educação, não estamos meramente discutindo o acesso à escola por meio da garantia</p><p>de matrícula. Estamos, de fato, explorando a responsabilidade do Estado em assegurar não</p><p>apenas o ingresso na instituição mas também em criar condições propícias para que o estudante</p><p>prossiga em seus estudos.</p><p>Para aprofundarmos nossos estudos nesta temática, imagine a seguinte situação: em uma</p><p>pequena cidade, observa-se uma demanda crescente por educação de jovens e adultos (EJA)</p><p>devido a diversos fatores, como a busca por quali�cação pro�ssional e o desejo de conclusão do</p><p>ensino fundamental e do ensino médio por parte de adultos que não puderam estudar na idade</p><p>regular. No entanto, a infraestrutura educacional existente não está adequada para atender a</p><p>essa demanda crescente, resultando em desa�os para proporcionar uma educação de qualidade</p><p>para esse público. Diante deste contexto, como garantir o acesso equitativo à educação de</p><p>jovens e adultos, considerando as limitações de infraestrutura e os recursos disponíveis? Quais</p><p>estratégias podem ser implementadas para motivar e engajar os adultos na aprendizagem,</p><p>superando possíveis barreiras, como a falta de tempo devido às responsabilidades familiares e</p><p>pro�ssionais?</p><p>Essas questões servirão como base para nossos estudos seguintes. Por isso, prepare seu</p><p>caderno, celular e computador e vamos aprender ainda mais juntos!</p><p>Vamos Começar!</p><p>EJA: trajetória histórica e a relação com a educação popular no</p><p>BrasilParte superior do formulário</p><p>A educação de jovens e adultos (EJA) desempenha um papel crucial na promoção do direito à</p><p>educação, oferecendo oportunidades de aprendizado a indivíduos que, por diversos motivos, não</p><p>puderam completar seus estudos na idade esperada. Além de ser um instrumento valioso para a</p><p>democratização do acesso ao conhecimento, essa modalidade de ensino também desa�a os</p><p>professores a adotarem abordagens pedagógicas inovadoras. O ensino para adultos demanda</p><p>uma compreensão diferenciada das necessidades e das experiências de vida desse público,</p><p>incentivando os professores a desenvolverem métodos �exíveis e personalizados. Dessa forma,</p><p>Disciplina</p><p>FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO</p><p>BRASILEIRA E POLÍTICAS</p><p>PÚBLICAS</p><p>a EJA não apenas amplia a inclusão educacional mas também enriquece a prática pedagógica,</p><p>estimulando uma abordagem mais sensível, adaptável e humanizada por parte dos docentes.</p><p>Para entendermos melhor o funcionamento da EJA, é necessário voltarmos um pouco na sua</p><p>trajetória histórica. No ano de 1925, temos um dos primeiros e importantes marcos na oferta de</p><p>ensino para adultos decorrente da implementação do ensino noturno por meio da Reforma João</p><p>Luiz Alves, conhecida como Lei Rocha Vaz, estabelecida pelo Decreto nº 16.782 A, em 13 de</p><p>janeiro de 1925. Esse decreto abordava a criação de escolas noturnas para adultos, destacando</p><p>que "[...] poderão ser criadas escolas noturnas, do mesmo caráter (primário), para adultos,</p><p>obedecendo às mesmas condições do Art. 25" (Gomes, 2018, [s. p.]). O artigo também enfatizava</p><p>o papel da União em subsidiar parcialmente o salário dos professores primários atuantes em</p><p>escolas rurais, indicando que cabia aos estados completar o restante do salário e oferecer</p><p>residência e material didático.</p><p>No contexto histórico brasileiro do início dos anos 1920, Gomes (2018, [s. p.]) destaca:</p><p>[...] muitos movimentos civis e o�ciais se empenharam na luta contra o analfabetismo,</p><p>considerado um ‘mal</p><p>nacional’ e ‘uma chaga social’. A pressão decorrente dos surtos de</p><p>urbanização, os primórdios da indústria nacional, a necessidade de formação mínima da mão de</p><p>obra do país e a manutenção da ordem social nas cidades impulsionaram as grandes reformas</p><p>educacionais em quase todos os Estados. Além disso, os movimentos operários, seja de</p><p>inspiração libertária ou comunista, passaram a valorizar mais a educação em seus pleitos e</p><p>reivindicações.</p><p>Conforme complementação de Palma Filho (2005), essa reforma visava atingir adultos</p><p>analfabetos, buscando uma formação mínima, ao mesmo tempo em que ampliava o número de</p><p>eleitores, já que, nesse período, os analfabetos não tinham direito ao voto. A obrigatoriedade e a</p><p>gratuidade do ensino primário para todos foram estabelecidas com a Constituição Federal de</p><p>1934, visando reduzir os índices de analfabetismo no país, que, na época, atingiam 69,9%,</p><p>considerando a população com 15 anos ou mais. No ano de 1942, o Governo Federal instituiu o</p><p>Fundo Nacional de Ensino Primário (FNEP), por meio do Decreto Federal nº 4.458/1942, cujo</p><p>propósito era alocar recursos �nanceiros para o ensino primário, abrangendo também iniciativas</p><p>direcionadas a adultos que ultrapassaram a idade escolar.</p><p>Posteriormente, em 1945, criou-se o Serviço de Educação de Adultos (SEA), vinculado ao</p><p>Ministério da Educação e Saúde (MEC). Nesse mesmo ano, regulamentou-se a concessão de</p><p>verbas federais para os ensinos primários, destinando 25% desses recursos ao ensino supletivo,</p><p>direcionado a adolescentes e adultos. Com o objetivo de impulsionar o desenvolvimento do país</p><p>ao longo das décadas de 1940 e 1950, várias iniciativas de alfabetização direcionadas a</p><p>adolescentes e adultos não alfabetizados surgiram. Entre essas ações, destacam-se: a</p><p>Campanha de Educação de Adultos (1947), a Campanha de Educação Rural (1952) e a</p><p>Campanha Nacional de Erradicação do Analfabetismo (1958).</p><p>Disciplina</p><p>FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO</p><p>BRASILEIRA E POLÍTICAS</p><p>PÚBLICAS</p><p>A partir desse contexto histórico, o que se pode observar é uma preocupação social e</p><p>governamental em superar os altos índices de analfabetismo do país e garantir o acesso à</p><p>educação, especialmente no contexto de jovens e adultos, considerando suas realidades. Essa</p><p>perspectiva de superar o analfabetismo passa por uma abordagem que busca uma educação</p><p>transformadora, fundamentada na valorização da cultura popular. De acordo com Freire (1981), o</p><p>educando é o protagonista na construção de sua própria educação, em contraste com um</p><p>modelo que ele denomina como "bancário", caracterizado pela técnica de alienação. A proposta</p><p>da educação popular transcende a simples alfabetização, buscando promover a formação da</p><p>consciência política como uma prática de liberdade.</p><p>O surgimento do chamado "Método Paulo Freire para alfabetização" a partir da década de 1960,</p><p>ocorreu por meio das primeiras experiências de alfabetização popular, notavelmente na rápida</p><p>alfabetização de um grupo de cortadores de cana em apenas 45 dias. Nesse período, João</p><p>Goulart ainda estava no governo brasileiro e endossava essas iniciativas por meio do Plano</p><p>Nacional de Alfabetização (PNA), o qual previa a criação de círculos de cultura para promover a</p><p>alfabetização em larga escala por todo o país (Gadotti, 2013).</p><p>Ações, como o Movimento de Cultura Popular (MCP), em Pernambuco, a Campanha de Pé no</p><p>Chão Também se Aprende a Ler, em Natal, e o Movimento de Educação de Base (MEB), vinculado</p><p>à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), representam exemplos de políticas de</p><p>alfabetização de adultos fundamentadas nas ideias de Paulo Freire.</p><p>O método ancorado na perspectiva de Paulo Freire centra-se na ideia de educação como prática</p><p>de liberdade. Ele enfatiza a valorização das experiências de vida dos alunos e a promoção da</p><p>conscientização crítica. A alfabetização, nesse contexto, deve partir de palavras e temas</p><p>relacionados à realidade dos aprendizes (temas geradores) para ensinar a leitura e a escrita,</p><p>tornando o processo de alfabetização mais signi�cativo e contextualizado. O objetivo não é</p><p>apenas proporcionar habilidades básicas de leitura e escrita mas também desenvolver a</p><p>capacidade dos alunos de analisar criticamente sua própria realidade e participar ativamente da</p><p>transformação social.</p><p>Políticas educacionais e aspectos legislativos da EJA</p><p>A Lei nº 9.394/96 estabelece a identidade própria da Educação de Jovens e Adultos (EJA) como</p><p>modalidade destinada àqueles que não tiveram acesso ou continuidade de estudos no ensino</p><p>fundamental e no ensino médio na idade apropriada. O art. 37 ressalta a necessidade de</p><p>proporcionar oportunidades educacionais adequadas, considerando as características, os</p><p>interesses e as condições de vida e trabalho do educando (Brasil, 1996). No art. 38, a LDB</p><p>determina que tais oportunidades educacionais serão oferecidas por meio de cursos e exames</p><p>abrangendo a base nacional comum do currículo. A EJA, nesse contexto, assume uma</p><p>abordagem quali�cadora, eliminando a noção de supletivo. A denominação "Educação de Jovens</p><p>e Adultos (EJA)" substitui o termo "Ensino Supletivo" da lei anterior (Lei Federal nº 5692/1971).</p><p>Disciplina</p><p>FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO</p><p>BRASILEIRA E POLÍTICAS</p><p>PÚBLICAS</p><p>O Parecer CNE/CEB nº 11/2000 destaca três funções da EJA: reparadora, equalizadora e</p><p>quali�cadora. A função reparadora busca restaurar um direito negado, exigindo um modelo</p><p>pedagógico próprio. A função equalizadora propõe oportunidades proporcionais de acesso e</p><p>permanência, buscando uma trajetória escolar equitativa. A função quali�cadora atende às</p><p>necessidades de atualização e aprendizagem contínua (Brasil, 2000).</p><p>Em 2000, o Conselho Nacional de Educação homologou a Resolução CNE/CEB nº 1,</p><p>estabelecendo as Diretrizes Curriculares Nacionais para a EJA. Essas diretrizes enfatizam a</p><p>“�exibilidade de currículo, tempo e espaço, promovendo percursos individualizados, suporte</p><p>individualizado, atividades diversi�cadas, competências para o trabalho, motivação dos</p><p>estudantes e formação continuada dos educadores” (Brasil, 2013, p. 41). As diretrizes visam</p><p>estabelecer um modelo pedagógico adaptado às particularidades dessa modalidade de ensino,</p><p>considerando as distintas faixas etárias, os per�s e as situações de vida dos educandos. Os</p><p>princípios fundamentais dessa abordagem são: a equidade, a diferença e a proporcionalidade.</p><p>O princípio da equidade diz respeito à distribuição especí�ca dos componentes curriculares da</p><p>EJA nos diferentes níveis de ensino, garantindo uma formação igualitária. Isso se traduz na</p><p>oferta das mesmas disciplinas da Educação Básica, assegurando que os educandos da EJA</p><p>tenham acesso aos mesmos conhecimentos que os demais estudantes, restabelecendo a</p><p>igualdade de direitos e oportunidades no contexto do direito à educação.</p><p>O princípio da diferença destaca o reconhecimento da identidade única dos jovens e adultos em</p><p>seu processo formativo, valorizando o desenvolvimento individual, seus conhecimentos e seus</p><p>valores. Os conhecimentos cientí�cos devem ser transmitidos considerando as diversas formas</p><p>de aprendizado dos educandos, utilizando metodologias adaptadas às diferentes faixas etárias.</p><p>Por �m, o princípio da proporcionalidade busca criar espaços e tempos nos quais as práticas</p><p>pedagógicas garantam uma identidade formativa comum aos demais participantes da</p><p>escolarização básica.</p><p>Sobre as formas de oferta dessa modalidade, temos a possibilidade do ensino presencial ou a</p><p>distância. Regulamentando a educação de jovens e adultos por meio da educação a distância, o</p><p>Parecer CNE/CEB nº 29/2006 estabelece que os cursos de EJA nos anos iniciais do ensino</p><p>fundamental serão realizados de forma presencial, com a duração a critério de cada sistema de</p><p>ensino. Para os anos �nais, do 6º ao 9º ano, os cursos podem ser presenciais ou a distância,</p><p>mediante credenciamento, com carga horária de 1600 horas (Brasil, 2013).</p><p>O parecer também especi�ca que a idade mínima para participar da EJA com mediação da EaD é</p><p>de 15 anos completos para o segundo segmento do ensino fundamental e de 18 anos completos</p><p>para</p><p>o Ensino Médio. Entre alguns dos programas governamentais destinados à EJA, podemos</p><p>destacar: Programa de Apoio aos Sistemas de Ensino para Atendimento à Educação de Jovens e</p><p>Adultos (PEJA), Programa Brasil Alfabetizado (PBA), Programa Nacional de Inclusão de Jovens</p><p>(Projovem Urbano) e Programa Nacional de Inclusão de Jovens (Projovem Campo – Saberes da</p><p>Terra).</p><p>Disciplina</p><p>FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO</p><p>BRASILEIRA E POLÍTICAS</p><p>PÚBLICAS</p><p>Além desses programas, a Meta 10 do Plano Nacional de Educação (PNE), estabelecida pela Lei</p><p>nº 13.005, de 25 de junho de 2014, determina que, no mínimo, 25% das matrículas da EJA nas</p><p>etapas do ensino fundamental e médio sejam oferecidas de forma integrada à Educação</p><p>Pro�ssional.</p><p>Cabe ainda destacar que, em relação à certi�cação e à validação dos estudos pela modalidade</p><p>EJA, temos algumas especi�cidades, como o Exame Nacional para Certi�cação de</p><p>Competências de Jovens e Adultos (Encceja), que teve sua primeira edição em 2002, destinado a</p><p>avaliar as competências, as habilidades e os conhecimentos de jovens e adultos que não</p><p>concluíram o ensino fundamental ou o ensino médio na idade apropriada.</p><p>Realizado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), em</p><p>colaboração com as secretarias estaduais e municipais de educação, o Encceja é responsável</p><p>por quatro aplicações distintas, cada uma com editais e cronogramas próprios: Encceja Nacional,</p><p>destinado a residentes no Brasil; Encceja Nacional PPL, para residentes no Brasil privados de</p><p>liberdade ou que cumprem medidas socioeducativas; Encceja Exterior, voltado para brasileiros</p><p>residentes no exterior; Encceja Exterior PPL, aplicado a residentes no exterior privados de</p><p>liberdade ou submetidos a medidas socioeducativas.</p><p>Siga em Frente...</p><p>Instrumentos e critérios avaliativos</p><p>A Resolução nº 1, de 28 de maio de 2021, que institui as Diretrizes Operacionais para Educação</p><p>de Jovens e Adultos, considerando a política de alfabetização e BNCC, destaca, em seu art. 13:</p><p>Os currículos dos cursos da EJA, independente de segmento e forma de oferta, deverão garantir,</p><p>na sua parte relativa à formação geral básica, os direitos e objetivos de aprendizagem, expressos</p><p>em competências e habilidades nos termos da Política Nacional de Alfabetização (PNA) e da</p><p>BNCC, tendo como ênfase o desenvolvimento dos componentes essenciais para o ensino da</p><p>leitura e da escrita, assim como das competências gerais e as competências/habilidades</p><p>relacionadas à Língua Portuguesa, Matemática e Inclusão Digital. (Brasil, 2021, [s. p.])</p><p>A BNCC oferece os referenciais para a construção dos currículos das diferentes etapas e</p><p>modalidades de ensino, mas é necessário adaptar esses referenciais para atender às</p><p>características e necessidades especí�cas dos estudantes, jovens e adultos. A EJA deve</p><p>considerar a trajetória de vida, as experiências e as demandas individuais dos alunos,</p><p>proporcionando uma formação que respeite as diferenças e promova a inclusão. Portanto, a</p><p>relação entre a EJA e a BNCC envolve adequação e contextualização dos conteúdos e objetivos</p><p>de�nidos na base para atender às peculiaridades e características do público-alvo da educação</p><p>de jovens e adultos. Essa adaptação visa garantir que a EJA cumpra sua missão de proporcionar</p><p>Disciplina</p><p>FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO</p><p>BRASILEIRA E POLÍTICAS</p><p>PÚBLICAS</p><p>uma educação inclusiva, relevante e que respeite a diversidade dos estudantes adultos.Parte</p><p>superior do formulário</p><p>A partir dos princípios, das funções, das legislações e do conteúdo, podemos problematizar a</p><p>questão dos instrumentos de avaliação. Para muitos educadores, a educação e a avaliação são</p><p>consideradas práticas separadas e sem conexão. Nesse cenário, a avaliação ocorre em</p><p>momentos isolados, visando classi�car os alunos e atribuir julgamentos de valor aos resultados</p><p>obtidos, como indicado por Hoffmann (2001). A autora destaca que a dicotomia entre educação</p><p>e avaliação representa um equívoco signi�cativo, ressaltando a importância da conscientização</p><p>e re�exão sobre essa compreensão equivocada da avaliação como mero julgamento de</p><p>resultados, uma vez que essa abordagem se transformou em uma prática educativa</p><p>potencialmente prejudicial.</p><p>No contexto dos alunos matriculados na EJA, é relevante destacar, conforme observado por</p><p>Carvalho (2005), que esse grupo apresenta uma diversidade signi�cativa, com distintos</p><p>conhecimentos de vida e, frequentemente, uma trajetória marcada por desa�os e di�culdades.</p><p>Hoffmann (2008) exempli�ca a necessidade de valorizar as diferenças entre os estudantes,</p><p>promovendo a diversidade nas ações pedagógicas. Isso envolve organizar tempos e espaços</p><p>para que alunos e professores se conheçam melhor, propondo tarefas que busquem respostas e</p><p>comentários distintos, elaborando atividades com diferentes níveis de di�culdade para atender</p><p>às necessidades individuais e reconhecendo diversas formas de expressão (música, fotogra�a,</p><p>poesia, teatro, exposição oral) ao explorar um mesmo conteúdo.</p><p>No contexto da EJA, os instrumentos avaliativos desempenham um papel crucial, moldando-se</p><p>de maneira sensível às características e necessidades especí�cas do público adulto.</p><p>Diferentemente de abordagens tradicionais que priorizam a simples mensuração de</p><p>conhecimentos, a avaliação na EJA busca ser um instrumento pedagógico capaz de promover o</p><p>desenvolvimento integral dos alunos.</p><p>Entre os instrumentos e as abordagens avaliativas utilizadas na EJA, podemos destacar: a</p><p>avaliação formativa, o uso de portfólios, os projetos e a avaliação diagnóstica. Além dessas</p><p>formas de avaliação contínua voltadas para o acompanhamento da aprendizagem dos</p><p>estudantes, podemos mencionar o papel do Encceja, enquanto prova aplicada anualmente para</p><p>certi�cação do ensino básico em nível nacional. Em suma, os instrumentos avaliativos na EJA</p><p>têm o propósito de ir além da simples atribuição de notas, buscando ser ferramentas que</p><p>impulsionam o desenvolvimento integral dos educandos. Valorizando a diversidade de</p><p>experiências e trajetórias de vida, esses instrumentos contribuem para uma abordagem mais</p><p>inclusiva e e�caz no processo de ensino e aprendizagem na educação de jovens e adultos.</p><p>Vamos Exercitar?</p><p>Estudante, no início desta aula, apresentamos alguns questionamentos relacionados à demanda</p><p>da educação de jovens e adultos. Para enfrentar esses desa�os, é essencial desenvolver</p><p>Disciplina</p><p>FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO</p><p>BRASILEIRA E POLÍTICAS</p><p>PÚBLICAS</p><p>parcerias entre o governo local, as instituições educacionais e as empresas. Também, é</p><p>essencial desenvolver estratégias e ações a curto, médio e longo prazo. A criação de programas</p><p>�exíveis, como aulas noturnas, �nais de semana e ensino a distância, pode ampliar o acesso à</p><p>EJA. Além disso, investir em tecnologias educacionais e capacitar professores para utilizar</p><p>métodos inovadores pode tornar o processo de aprendizagem mais atrativo para os adultos.</p><p>Essas medidas visam superar as limitações de infraestrutura e engajar efetivamente os alunos</p><p>adultos, promovendo uma educação inclusiva e de qualidade.</p><p>Saiba mais</p><p>Acadêmico, para aprofundar seus conhecimentos e saber ainda mais sobre a temática da EJA,</p><p>indicamos a leitura do Capítulo 2 do livro Educação de Jovens e Adultos, escrito por Maria</p><p>Antônia de Souza e disponível na Biblioteca Virtual. Esse capítulo trata das legislações voltadas</p><p>para Educação de Jovens e Adultos, como diretrizes, PNE, entre outros, tornando-se uma leitura</p><p>essencial para compreensão dos marcos legais desta modalidade de ensino.</p><p>SOUZA, M. A. de. Educação de jovens e adultos. Curitiba: Intersaberes, 2012.</p><p>Bons estudos!</p><p>Referências</p><p>BRASIL. Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais da Educação Básica. Brasília: MEC, 2013.</p><p>BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação</p><p>nacional. Brasília: Presidência da República, [2024]. Disponível em:</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm. Acesso em: 28 abr. 2024.</p><p>BRASIL. Lei nº 13.005, de 25 de junho de 2014. Aprova o Plano Nacional de Educação – PNE e dá</p><p>outras</p><p>providências. Brasília: Presidência da República, [2024]. Disponível em:</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2014/lei/l13005.htm. Acesso em: 29 abr.</p><p>2024.</p><p>BRASIL. Parecer nº 11, de 10 de maio de 2000. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação</p><p>de Jovens e Adultos. Brasília: CNE, [2024]. Disponível em:</p><p>http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/PCB11_2000.pdf. Acesso em: 29 abr. 2024.</p><p>https://plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/Publicacao/213740/pdf/0?code=vJuvMw9J5Qjfjq2jpJGibVfbmBfOF/nxM87dfzng5NqKzayA//elJsaKqWbe9mLmvwH/igoWcayFefLt8GbWWg==</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2014/lei/l13005.htm</p><p>http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/PCB11_2000.pdf</p><p>Disciplina</p><p>FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO</p><p>BRASILEIRA E POLÍTICAS</p><p>PÚBLICAS</p><p>BRASIL. Resolução nº 1, de 5 de julho de 2000. Estabelece as Diretrizes Curriculares Nacionais</p><p>para a Educação de Jovens e Adultos. Brasília: CNE, [2024]. Disponível em:</p><p>http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/CEB012000.pdf. Acesso em: 29 abr. 2024.</p><p>BRASIL. Resolução nº 1, de 28 de maio de 2021. Institui Diretrizes Operacionais para a Educação</p><p>de Jovens e Adultos nos aspectos relativos ao seu alinhamento à Política Nacional de</p><p>Alfabetização (PNA) e à Base Nacional Comum Curricular (BNCC), e Educação de Jovens e</p><p>Adultos a Distância. Brasília: CNE, [2024]. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/index.php?</p><p>option=com_docman&view=download&alias=191091-rceb001-21&category_slug=junho-2021-</p><p>pdf&Itemid=30192. Acesso em: 29 abr. 2024.</p><p>BRASIL. Resolução nº 3, de 15 de junho de 2010. Institui Diretrizes Operacionais para a Educação</p><p>de Jovens e Adultos nos aspectos relativos à duração dos cursos e idade mínima para ingresso</p><p>nos cursos de EJA; idade mínima e certi�cação nos exames de EJA; e Educação de Jovens e</p><p>Adultos desenvolvida por meio da Educação a Distância. Brasília: CNE, [2024]. Disponível em:</p><p>http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=5642-rceb003-</p><p>10&category_slug=junho-2010-pdf&Itemid=30192. Acesso em: 29 abr. 2024.</p><p>BRASIL. Resolução nº 29, de 5 de abril de 2006. Reexame do Parecer CNE/CEB nº 36/2004, que</p><p>aprecia a Indicação CNE/CEB nº 3/2004, propondo a reformulação da Resolução CNE/CEB nº</p><p>1/2000, que de�niu Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação de Jovens e Adultos.</p><p>Brasília: CNE, [2024]. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/index.php?</p><p>option=com_docman&view=download&alias=14346-pceb029-06&category_slug=outubro-2013-</p><p>pdf&Itemid=30192. Acesso em: 29 abr. 2024.</p><p>CARVALHO, M. Alfabetizar e letrar: um diálogo entre a teoria e a prática. 2. ed. Petrópolis: Vozes,</p><p>2005.</p><p>FREIRE, P. Ação Cultural para a Liberdade e outros escritos. Rio de Janeiro: Paz & Terra, 1981.</p><p>GADOTTI, M. Alfabetizar e Politizar: Angicos, 50 anos depois. Revista de Informação do</p><p>Semiárido – RISA, Angicos, v. 1, n. 1, p. 47-67, jan./jun. 2013.</p><p>GOMES, M. M. Fragmentação da evolução histórica no sistema educacional brasileiro – caso da</p><p>Educação de Jovens e Adultos. Revista Educação Pública, Rio de Janeiro, out. 2018.</p><p>HOFFMANN, J. M. L. Avaliação mediadora: uma prática em construção da pré-escola à</p><p>universidade. 19. ed. Porto Alegre: Mediação, 2001.</p><p>HOFFMANN, J. M. L. Avaliar: respeitar primeiro, educar depois. Porto Alegre: Mediação, 2008.</p><p>PALMA FILHO, J. C. Pedagogia Cidadã. 3. ed. São Paulo: PROGRAD/UNESP/Santa Clara Editora,</p><p>2005.</p><p>http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/CEB012000.pdf</p><p>http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=191091-rceb001-21&category_slug=junho-2021-pdf&Itemid=30192</p><p>http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=191091-rceb001-21&category_slug=junho-2021-pdf&Itemid=30192</p><p>http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=191091-rceb001-21&category_slug=junho-2021-pdf&Itemid=30192</p><p>http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=5642-rceb003-10&category_slug=junho-2010-pdf&Itemid=30192</p><p>http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=5642-rceb003-10&category_slug=junho-2010-pdf&Itemid=30192</p><p>http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=14346-pceb029-06&category_slug=outubro-2013-pdf&Itemid=30192</p><p>http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=14346-pceb029-06&category_slug=outubro-2013-pdf&Itemid=30192</p><p>http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=14346-pceb029-06&category_slug=outubro-2013-pdf&Itemid=30192</p><p>Disciplina</p><p>FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO</p><p>BRASILEIRA E POLÍTICAS</p><p>PÚBLICAS</p><p>Aula 2</p><p>Educação Pro�ssional</p><p>Educação pro�ssional</p><p>Este conteúdo é um vídeo!</p><p>Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo</p><p>computador ou pelo aplicativo. Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo</p><p>para assistir mesmo sem conexão à internet.</p><p>Dica para você</p><p>Aproveite o acesso para baixar os slides do vídeo, isso pode deixar sua</p><p>aprendizagem ainda mais completa.</p><p>Olá, estudante! Nesta videoaula, exploraremos uma modalidade crucial de ensino: a educação</p><p>pro�ssional e o ensino técnico. Se você já tem conhecimento sobre esses temas, ótimo!</p><p>Estaremos aprofundando ainda mais esses saberes, mergulhando nas legislações e nos</p><p>aspectos históricos, sociais e políticos que permeiam essa modalidade. Se esses termos são</p><p>novos para você, seja muito bem-vindo! Estaremos juntos na descoberta desse universo</p><p>educacional enriquecedor.</p><p>Ponto de Partida</p><p>Re�etir sobre o papel das políticas públicas e educacionais é de extrema importância. Essas</p><p>políticas desempenham uma articulação signi�cativa com o universo do trabalho, atendendo aos</p><p>preceitos constitucionais ao proporcionar quali�cação pro�ssional e preparação para o exercício</p><p>pleno da cidadania. Além disso, contribuem para criar condições favoráveis ao desenvolvimento</p><p>econômico do país. Dada sua importância, como educadores, é essencial conhecermos as</p><p>legislações e o funcionamento da educação pro�ssional no Brasil.</p><p>Para conhecermos esses aspectos, partiremos da seguinte situação: em uma pequena cidade</p><p>localizada no interior da Região Sul do Brasil, discutem-se aspectos relacionados à educação</p><p>pro�ssional na região. A educação pro�ssional é reconhecida como um pilar fundamental para o</p><p>desenvolvimento econômico local. No entanto, as atuais políticas públicas enfrentam desa�os</p><p>em garantir uma oferta diversi�cada de cursos técnicos alinhados às demandas do mercado de</p><p>trabalho. Isso resulta em lacunas de habilidades e em uma falta de sintonia entre a formação</p><p>oferecida e as necessidades das empresas da região.</p><p>Disciplina</p><p>FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO</p><p>BRASILEIRA E POLÍTICAS</p><p>PÚBLICAS</p><p>Diante desse contexto, como as políticas públicas podem ser ajustadas para promover uma</p><p>maior integração entre a oferta de cursos na educação pro�ssional e as demandas especí�cas</p><p>do mercado de trabalho? Qual estratégia e�caz pode ser implementada para incentivar a</p><p>participação ativa das empresas locais na de�nição dos currículos e na oferta de estágios e</p><p>oportunidades práticas para os estudantes de educação pro�ssional?</p><p>Para pensarmos em possíveis soluções para esses problemas, estudaremos e conheceremos</p><p>mais sobre esse tema. Bons estudos!</p><p>Vamos Começar!</p><p>Relação entre educação e trabalho no Brasil: aspectos</p><p>históricos, sociais e políticos</p><p>Ao longo da história do Brasil, a relação entre educação e trabalho passou por diversas</p><p>transformações que re�etiram as mudanças sociais, econômicas e políticas do país. Durante</p><p>grande parte do período colonial, por exemplo, a educação esteve vinculada à catequese e à</p><p>formação de mão de obra para atender às necessidades da colônia. Com a chegada da Família</p><p>Real, em 1808, houve um impulso na estrutura educacional, com a criação de instituições de</p><p>ensino superior e a introdução de métodos pedagógicos diferentes. No entanto, a educação</p><p>ainda estava restrita a uma elite, e o trabalho era frequentemente associado a atividades</p><p>manuais em detrimento das intelectuais.</p><p>Ao longo do século XX,</p><p>especialmente a partir da década de 1930, surgiram iniciativas para a</p><p>expansão da educação básica e pro�ssionalizante. Com a industrialização e a urbanização, a</p><p>demanda por mão de obra quali�cada aumentou, impulsionando a criação de escolas técnicas e</p><p>o estabelecimento de políticas educacionais voltadas para a formação pro�ssional. O conceito</p><p>de "pro�ssionalização" frequentemente remete à educação superior, no entanto é crucial</p><p>ressaltar que a formação pro�ssional pode começar antes desse nível de ensino, ocorrendo</p><p>como formação técnica durante a Educação Básica.</p><p>Na Constituição de 1937, houve uma atenção especial ao ensino pro�ssional, técnico e industrial,</p><p>visando ao desenvolvimento econômico do Brasil. A industrialização crescente demandava uma</p><p>mão de obra quali�cada, destacando a importância do ensino técnico industrial na década de</p><p>1930. A Reforma Capanema, entre 1942 e 1946, remodelou o ensino no Brasil, estabelecendo o</p><p>dualismo educacional. Para as elites, o caminho era claro, passando do primário ao ensino</p><p>superior. Para as classes populares, o percurso envolvia o primário e diversos cursos</p><p>pro�ssionalizantes, com cada curso proporcionando acesso ao ensino superior na mesma área.</p><p>Apesar das intenções da Reforma Capanema, a rápida pro�ssionalização não ocorreu conforme</p><p>o esperado, pois a classe média preferia permanecer no ensino secundário para acessar o ensino</p><p>superior. Em resposta à necessidade de formação de mão de obra para a indústria, o governo</p><p>Disciplina</p><p>FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO</p><p>BRASILEIRA E POLÍTICAS</p><p>PÚBLICAS</p><p>criou o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), em 1942, estabelecendo um</p><p>sistema de ensino pro�ssionalizante em colaboração com as indústrias.</p><p>Durante a década de 1940, surgiram importantes instituições do sistema S, como o Serviço</p><p>Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac), o Serviço Social do Comércio (Sesc) e o Serviço</p><p>Social da Indústria (Sesi), impulsionando a educação pro�ssional no Brasil. A década de 1960</p><p>trouxe a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (Lei nº 4.024/1961), que buscou equiparar o</p><p>ensino propedêutico e pro�ssionalizante, permitindo a continuidade dos estudos no ensino</p><p>superior, representando um avanço signi�cativo na educação nacional.</p><p>A Lei de Diretrizes e Bases nº 9.394/1996 reservou um lugar proeminente para a educação</p><p>pro�ssional em sua estrutura, integrando-a como uma modalidade educacional dentro da</p><p>Educação Básica. Isso signi�ca que ela está articulada de maneira inovadora e estratégica na</p><p>formação básica, abrangendo tanto o ensino fundamental quanto o ensino médio. E, a partir do</p><p>Decreto nº 5.154/2004, buscou revitalizar a oferta da educação pro�ssional na rede pública</p><p>estadual, abrangendo cursos e programas, conforme delineados em seu art. 1º:</p><p>I. Formação inicial e continuada.</p><p>II. Educação pro�ssional técnica de nível médio.</p><p>III. Educação pro�ssional tecnológica de graduação e de pós-graduação.</p><p>Esse decreto introduziu maior �exibilidade à educação pro�ssional, permitindo que as escolas</p><p>organizassem sua formação com mais autonomia, desde que alinhadas às diretrizes do</p><p>Conselho Nacional de Educação e integradas à educação de jovens e adultos. Destaca-se que</p><p>essa legislação se adapta por meio de decretos e resoluções, buscando uma melhor articulação</p><p>no sistema de ensino. É relevante observarmos que, a partir do decreto mencionado,</p><p>restabeleceu-se a integração entre o nível técnico e o nível médio, possibilitando abordagens</p><p>integradas, concomitantes ou subsequentes.</p><p>LDB, Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação</p><p>Pro�ssional e a Rede Federal de Educação Pro�ssional,</p><p>Cientí�ca e TecnológicaParte superior do formulário</p><p>O art. 40 da LDB destaca que a educação pro�ssional deve ser integrada ao ensino regular,</p><p>abrangendo tanto o ensino destinado a adolescentes na faixa etária adequada quanto ao ensino</p><p>estruturado para jovens e adultos na modalidade EJA (Brasil, 1996). Nesse contexto, o Governo</p><p>Federal, por meio do Decreto n° 5.478/2005, instituiu o Programa de Integração da Educação</p><p>Técnica de Nível Médio na modalidade de Educação de Jovens e Adultos, conhecido como</p><p>PROEJA.</p><p>As transformações sociais e no cenário pro�ssional demandaram a reestruturação dos</p><p>currículos, abrangendo tanto a Educação Básica quanto a educação pro�ssional. Em 2012, a</p><p>Disciplina</p><p>FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO</p><p>BRASILEIRA E POLÍTICAS</p><p>PÚBLICAS</p><p>Resolução CNE/CEB nº 6/2012 estabeleceu as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação</p><p>Pro�ssional Técnica de Nível Médio. Essas diretrizes visam uma formação mais abrangente e</p><p>politécnica, destacando princípios, como a integração entre ensino médio e preparação para</p><p>pro�ssões técnicas, respeito aos valores nacionais, interconexão de ciência, tecnologia e cultura,</p><p>indissociabilidade entre educação e prática social, além de enfatizar a interdisciplinaridade e a</p><p>�exibilidade no processo de ensino-aprendizagem.</p><p>A Política Nacional de Educação Pro�ssional procura alinhar-se às necessidades dos setores</p><p>produtivos e econômicos ao planejar a disponibilidade de cursos técnicos pro�ssionalizantes.</p><p>Nesse contexto, o Ministério da Educação (MEC) desenvolveu o Catálogo Nacional de Cursos</p><p>Técnicos (CNCT). Essa iniciativa tem o propósito de regulamentar a oferta de cursos técnicos de</p><p>nível médio, estabelecer normas para suas designações e contribuir para a orientação vocacional</p><p>dos alunos.</p><p>Segundo o art. 42 da LDB, alterado pela Lei nº 14. 645, de 2 de agosto de 2023, a educação</p><p>pro�ssional e tecnológica deverá ser organizada considerando a integração curricular de cursos</p><p>e programas com itinerários formativos e a formação entre todos os níveis educacionais:</p><p>§ 1º O itinerário contínuo de formação pro�ssional e tecnológica é o percurso formativo</p><p>estruturado de forma a permitir o aproveitamento incremental de experiências, certi�cações e</p><p>conhecimentos desenvolvidos ao longo da trajetória individual do estudante. § 2º O itinerário</p><p>referido no § 1º deste artigo poderá integrar um ou mais eixos tecnológicos. § 3º O Catálogo</p><p>Nacional de Cursos Técnicos (CNCT) e o Catálogo Nacional de Cursos Superiores de Tecnologia</p><p>(CNCST) orientarão a organização dos cursos e itinerários, segundo eixos tecnológicos, de forma</p><p>a permitir sua equivalência para o aproveitamento de estudos entre os níveis médio e superior.§</p><p>4º O Ministério da Educação, em colaboração com os sistemas de ensino, as instituições e as</p><p>redes de educação pro�ssional e tecnológica e as entidades representativas de empregadores e</p><p>trabalhadores, observadas a Classi�cação Brasileira de Ocupações (CBO) e a dinâmica do</p><p>mundo do trabalho, manterá e periodicamente atualizará os catálogos referidos no § 3º deste</p><p>artigo. (Brasil, 2023, [s. p.])</p><p>No que diz respeito à estrutura curricular, é relevante salientar que os cursos de educação</p><p>pro�ssional técnica de nível médio são fundamentados nos eixos tecnológicos listados no</p><p>Catálogo Nacional de Cursos Técnicos. Esse catálogo é estabelecido e organizado pelo</p><p>Ministério da Educação, ou baseado em uma ou mais ocupações da Classi�cação Brasileira de</p><p>Ocupações (CBO).</p><p>Siga em Frente...</p><p>Programas voltados ao desenvolvimento pro�ssional: Pronatec e</p><p>os desa�os atuais do desenvolvimento cientí�co, pro�ssional e</p><p>Disciplina</p><p>FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO</p><p>BRASILEIRA E POLÍTICAS</p><p>PÚBLICAS</p><p>tecnológico no Brasil</p><p>Em 2011, o governo federal instituiu o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e</p><p>Emprego (PRONATEC) por meio da Lei nº 12.513, visando expandir a oferta de ensino</p><p>pro�ssional. A Política Pública de Educação Pro�ssional e Tecnológica (EPT) abrange programas,</p><p>como: Brasil Pro�ssionalizado, Rede e-Tec Brasil, Plano de Expansão da Rede Federal e Acordo</p><p>de Gratuidade com os Serviços Nacionais de Aprendizagem. Duas iniciativas recentes, Mediotec</p><p>e Pronatec Oferta Voluntária, foram desenvolvidas para ampliar ainda mais a oferta de formação</p><p>técnica.</p><p>O PRONATEC prioriza estudantes do ensino médio da rede pública, trabalhadores, bene�ciários</p><p>de programas federais de transferência de renda e aqueles que completaram o ensino</p><p>a troca de informações e experiências</p><p>contribui para a melhoria da qualidade educacional, permitindo que as nações se bene�ciem de</p><p>estratégias bem-sucedidas implementadas em contextos similares.</p><p>Ligação entre a Constituição Federal e a Lei de Diretrizes e</p><p>Bases da Educação</p><p>A política tem um papel de mediar con�itos e estabelecer ações visando ao bem coletivo. Ela é</p><p>aplicada por meio de legislações, leis, decretos, regimentos etc. Quando falamos em lei, referimo-</p><p>nos a uma norma ou conjunto de normas jurídicas criadas através dos processos próprios do ato</p><p>normativo e estabelecidas pelas autoridades competentes. As leis possuem papéis e funções</p><p>diferentes, que se organizam por meio de uma hierarquia. No Brasil, vigora o princípio da</p><p>Supremacia da Constituição, ou seja, as normas constitucionais estão em um patamar de</p><p>superioridade em relação às demais leis, servindo de fundamento de validade para estas. Por</p><p>exemplo, a Constituição Federal é a principal lei do Brasil, e dela decorrem outras, como a LDB, o</p><p>Código Civil e o Código Penal. Podemos caracterizar a hierarquia das leis pela seguinte ordem</p><p>de importância:</p><p>Constituição Federal</p><p>Norma que orienta todas as outras</p><p>leis (como devem ser feitas, por</p><p>quem etc.).</p><p>Disciplina</p><p>FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO</p><p>BRASILEIRA E POLÍTICAS</p><p>PÚBLICAS</p><p>Emenda Constitucional</p><p>Modi�cação na Constituição</p><p>requer aprovação por 3/5 das</p><p>duas câmaras do Congresso, em</p><p>dois turnos. Certos princípios</p><p>fundamentais, conhecidos como</p><p>"cláusulas pétreas" (artigo 60, §</p><p>4º, I a IV), como os relacionados à</p><p>federação, voto direto, secreto,</p><p>universal e periódico, separação</p><p>de poderes e direitos e garantias</p><p>individuais, não podem ser objeto</p><p>de emenda constitucional.</p><p>Lei Complementar</p><p>A legislação complementar à</p><p>Constituição é especi�cada em</p><p>relação às suas áreas temáticas.</p><p>Para sua aprovação, é necessário</p><p>obter maioria absoluta de votos</p><p>em ambas as casas do</p><p>Congresso.</p><p>Lei Ordinária</p><p>Refere-se à estruturação do Poder</p><p>Judiciário e do Ministério Público</p><p>de questões de nacionalidade,</p><p>cidadania, direitos individuais,</p><p>políticos e eleitorais, bem como</p><p>abrange planos plurianuais,</p><p>orçamentos e todo o corpo do</p><p>direito material e processual,</p><p>incluindo os códigos civil, penal e</p><p>tributário, junto aos seus</p><p>procedimentos correspondentes.</p><p>Lei Delegada</p><p>A Lei Delegada é criada pelo</p><p>presidente mediante delegação</p><p>especí�ca do Congresso,</p><p>entretanto não possui autoridade</p><p>para legislar sobre assuntos de</p><p>competência exclusiva do</p><p>Congresso, de cada casa</p><p>isoladamente, sobre temas que</p><p>requerem legislação</p><p>complementar, nem sobre certas</p><p>matérias sujeitas à legislação</p><p>ordinária.</p><p>Disciplina</p><p>FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO</p><p>BRASILEIRA E POLÍTICAS</p><p>PÚBLICAS</p><p>Medida Provisória</p><p>A medida provisória, emitida pelo</p><p>Presidente da República, requer</p><p>submissão ao Congresso e não</p><p>pode ser aprovada</p><p>automaticamente pelo decorrer do</p><p>tempo nem ter efeitos em caso de</p><p>rejeição.</p><p>Decreto Legislativo</p><p>Compete exclusivamente ao</p><p>Congresso Nacional, sem exigir</p><p>sanção presidencial. A resolução</p><p>legislativa é também uma</p><p>prerrogativa do Congresso ou de</p><p>cada casa individualmente, por</p><p>exemplo, a suspensão de uma lei</p><p>considerada inconstitucional.</p><p>Resoluções e Portarias</p><p>Resoluções são atos legislativos</p><p>de conteúdo concreto, de efeitos</p><p>internos. É a forma que revestem</p><p>determinadas deliberações da</p><p>Assembleia da República. Já</p><p>portarias são documentos</p><p>referentes a um ato administrativo</p><p>de autoridade pública que fornece</p><p>orientações sobre a aplicação de</p><p>leis ou regulamentos,</p><p>recomendações de natureza geral,</p><p>normas para a execução de</p><p>serviços, nomeações, demissões,</p><p>penalidades ou qualquer outra</p><p>decisão dentro de sua</p><p>competência.</p><p>Quadro 1 | Hierarquia das leis. Fonte: adaptado de Sinesp (2020).</p><p>A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) trata especi�camente dos �ns e do</p><p>funcionamento da educação brasileira em consonância com a Constituição. A versão de 1961 da</p><p>LDB (Lei nº 4.024/1961) apresentava uma estrutura organizacional diferente da versão de 1996,</p><p>que passou a trazer o papel da descentralização administrativa e a implementação da política</p><p>educacional para estados e municípios com mais ênfase, por meio do regime de colaboração</p><p>entre a União, os estados, o Distrito Federal e os municípios. Conforme os estudos de Fischmann</p><p>(2009), as lutas pela democracia no Brasil eram antigas, mas foram interrompidas pelo período</p><p>da ditadura que se instalou no país em 1964. A Constituição de 1988 foi elaborada e proclamada</p><p>Disciplina</p><p>FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO</p><p>BRASILEIRA E POLÍTICAS</p><p>PÚBLICAS</p><p>justamente após a ruptura com o autoritarismo, representando um momento fundador da</p><p>reconstrução democrática no Brasil.</p><p>A Constituição Federal do Brasil e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB)</p><p>mantêm uma relação intrínseca, delineando os princípios e as diretrizes fundamentais que</p><p>orientam todo o sistema educacional do país. No contexto educacional, a Constituição Federal é</p><p>a lei que fundamenta a legislação subsequente, incluindo a LDB. Ela reconhece a educação como</p><p>um direito de todos e um dever do Estado e da família, conforme expresso no art. 205. Além</p><p>disso, destaca a igualdade de condições para o acesso e a permanência na escola, a liberdade de</p><p>aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber, como previsto nos artigos</p><p>206 e 207.</p><p>Vamos Exercitar?</p><p>Estudante, retomando nossa situação-problema inicial sobre como os professores podem</p><p>colaborar com a reformulação do PPP a partir das mudanças na legislação e o papel da</p><p>coordenadora da escola nesta mediação, temos diferentes caminhos possíveis. Todavia,</p><p>algumas estratégias podem ser adotadas. Por exemplo, no contexto de formação continuada,</p><p>apresentar e discutir com os docentes da instituição os documentos, como a BNCC e as</p><p>Diretrizes Curriculares, que trazem apontamentos signi�cativos para a organização dos</p><p>currículos escolares e das competências e habilidades a serem desenvolvidas ao longo de todo o</p><p>processo de escolarização. E, a partir dessas discussões e percepções dos docentes, traçar</p><p>planos de ação de melhorias curriculares e metodológicas. Outro caminho signi�cativo é trazer</p><p>para a escola momentos de participação ativa da comunidade escolar na tomada de decisões e</p><p>mudanças, partindo do princípio da gestão democrática.</p><p>Bons estudos e até breve!</p><p>Saiba mais</p><p>Prezado acadêmico, para aprofundar seus estudos sobre as temáticas aqui estudadas, leia o</p><p>artigo intitulado Política educacional brasileira: limites e perspectivas, escrito por Demerval</p><p>Saviani. O artigo apresenta considerações históricas sobre a organização política brasileira, além</p><p>de considerações.</p><p>SAVIANI, D. Política educacional brasileira: limites e perspectivas. Revista de Educação PUC-</p><p>Campinas, n. 24, p. 7-16, 2008.</p><p>Bons estudos!</p><p>Disciplina</p><p>FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO</p><p>BRASILEIRA E POLÍTICAS</p><p>PÚBLICAS</p><p>Referências</p><p>BORDIN, T. M. In�uências das políticas educacionais internacionais no currículo: algumas</p><p>incursões. Saberes: Revista Interdisciplinar de Filoso�a e Educação, v. 1, n. 11, fev. 2015.</p><p>BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília:</p><p>Congresso Nacional, [2024]. Disponível em:</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao37.htm. Acesso em: 28 abr. 2024.</p><p>FISCHMANN, R. Constituição brasileira, direitos humanos e educação. Revista Brasileira de</p><p>Educação, v. 14, p. 156-167, 2009.</p><p>LIMANA, A. O processo de descentralização política-administrativa no Brasil. Scripta Nova:</p><p>Revista Electrónica de Geografía y Ciencias Sociales, v. 3, 1999.</p><p>MARCÍLIO, M. L. História da escola em São Paulo e no Brasil. São Paulo: Imprensa O�cial, 2005.</p><p>RIBEIRO, P. R. M. História da educação escolar no Brasil: notas para uma re�exão. Paidéia,</p><p>Ribeirão Preto, p. 15-30, 1993.</p><p>ROCHA, M. I. C. Estado e Governo: diferença conceitual e implicações práticas na pós-</p><p>modernidade. Revista Brasileira Multidisciplinar, v. 11, n. 2, p. 140-145, 2008. Disponível em:</p><p>https://revistarebram.com/index.php/revistauniara/article/view/183. Acesso em: 25 jan. 2024.</p><p>médio em</p><p>escola pública ou como bolsistas integrais. O Programa Brasil Pro�ssionalizado, criado em 2007,</p><p>reforça as redes estaduais de educação pro�ssional, proporcionando recursos para a construção,</p><p>a modernização e a estruturação de escolas técnicas.</p><p>O Mediotec, como extensão do PRONATEC, oferece formação técnica em tempo integral para</p><p>estudantes do ensino médio, promovendo parcerias público-privadas. Busca integrar a educação</p><p>de base e técnica, proporcionando dupla certi�cação e estágios em empresas para preparar os</p><p>estudantes para o mercado de trabalho. O programa visa alinhar cursos às demandas regionais,</p><p>promovendo crescimento econômico e social.</p><p>Muitos desses programas são organizados e orientados pela Secretaria de Educação</p><p>Pro�ssional e Tecnológica (Setec), a qual é responsável por formular, planejar, coordenar,</p><p>implementar, monitorar e avaliar políticas públicas de Educação Pro�ssional e Tecnológica (EPT),</p><p>desenvolvidas em regime de colaboração com os sistemas de ensino e os agentes sociais</p><p>parceiros. Assim, promove o fomento à inovação, à expansão e à melhoria da qualidade da</p><p>educação pro�ssional e tecnológica, especialmente quanto à integração com o ensino médio, à</p><p>oferta em tempo integral e na modalidade a distância, à certi�cação pro�ssional de</p><p>trabalhadores e ao diálogo com os setores produtivos e sociais.</p><p>A Setec coordena nacionalmente a política de EPT e responde pela manutenção, pela supervisão</p><p>e pelo fortalecimento das instituições que compõem a Rede Pro�ssional, Cientí�ca e</p><p>Tecnológica. Essa rede integra escolas técnicas, institutos federais, centros federais de</p><p>educação tecnológica e outras instituições voltadas para o ensino pro�ssionalizante, cientí�co e</p><p>tecnológico no país. Essas instituições oferecem cursos técnicos, superiores e de pós-graduação</p><p>nas áreas de ciências aplicadas, engenharia, tecnologia e outras disciplinas a�ns.</p><p>O objetivo da rede é promover a formação de pro�ssionais quali�cados para atender às</p><p>demandas do mercado de trabalho, além de impulsionar a pesquisa e a inovação no país. A rede</p><p>também busca estreitar a relação entre a educação pro�ssional e o desenvolvimento cientí�co e</p><p>tecnológico, contribuindo para o progresso socioeconômico do Brasil.</p><p>Disciplina</p><p>FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO</p><p>BRASILEIRA E POLÍTICAS</p><p>PÚBLICAS</p><p>Em 2017, aprovou-se a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), re�etindo um notável empenho</p><p>em garantir direitos de aprendizagem para todos os brasileiros. Isso destaca a importância de</p><p>concentrar esforços em um currículo mais equitativo, abrangendo competências e habilidades</p><p>alinhadas ao mundo do trabalho e às reais necessidades sociais para a formação integral. No</p><p>contexto da quali�cação pro�ssional, observam-se iniciativas para incluir jovens e adultos em</p><p>processos formativos signi�cativos para a vida, como é evidenciado pelo Programa de</p><p>Integração da Educação Pro�ssional Técnica de Nível Médio na modalidade de Educação de</p><p>Jovens e Adultos (Proeja). Além disso, há um esforço para integrar a formação básica à</p><p>pro�ssional, conforme estabelecido pelo Plano Nacional de Educação – Lei nº 13.005/2014.</p><p>Em síntese, a educação pro�ssional se con�gura como uma peça fundamental no cenário</p><p>educacional brasileiro, desempenhando um papel estratégico na formação de pro�ssionais</p><p>capacitados e na promoção do desenvolvimento econômico e social do país. Ao oferecer cursos</p><p>técnicos e tecnológicos alinhados às demandas do mercado de trabalho, essa modalidade de</p><p>ensino proporciona aos estudantes uma preparação e�caz, fortalecendo suas competências e</p><p>habilidades práticas.</p><p>Vamos Exercitar?</p><p>Estudante, no início desta aula, apresentamos alguns questionamentos relacionados à educação</p><p>pro�ssional. Pensando nessas indagações e no que estamos estudando, podemos considerar</p><p>que, para o enfrentamento da situação apresentada, será necessário um esforço conjunto entre a</p><p>sociedade, as instituições de ensino e o governo para a criação de conselhos consultivos</p><p>compostos por representantes desses setores, visando identi�car as necessidades especí�cas</p><p>do mercado e ajustar os currículos educacionais em conformidade, considerando as orientações</p><p>educacionais vigentes. Incentivar a participação ativa das empresas na criação de estágios e</p><p>programas práticos também fortalecerá a conexão entre a educação pro�ssional e as</p><p>oportunidades de emprego locais.</p><p>Saiba mais</p><p>Estudante, dada a abrangência da temática e sua especi�cidade, indicamos, para aprimoramento</p><p>dos seus conhecimentos, que você acesse o site Rede Federal de Educação Pro�ssional,</p><p>Cientí�ca e Tecnológica, do Ministério da Educação. Nele, você encontrará dados sobre a Rede</p><p>Federal de Educação Pro�ssional e informações sobre a Semana Nacional da Educação</p><p>Pro�ssional e Tecnológica que ocorre desde 2021.</p><p>Aguardaremos você para nossa próxima aula!</p><p>https://www.gov.br/mec/pt-br/areas-de-atuacao/ept/rede-federal</p><p>https://www.gov.br/mec/pt-br/areas-de-atuacao/ept/rede-federal</p><p>Disciplina</p><p>FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO</p><p>BRASILEIRA E POLÍTICAS</p><p>PÚBLICAS</p><p>Referências</p><p>BRASIL. Decreto-Lei nº 5.154, de 23 de julho de 2004. Regulamenta o § 2º do art. 36 e os arts. 39</p><p>a 41 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da</p><p>educação nacional, e dá outras providências. Brasília: Presidência da República, [2024].</p><p>Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2004/decreto/d5154.htm.</p><p>Acesso em: 29 abr. 2024.</p><p>BRASIL. Lei nº 4.024, de 20 de dezembro de 1961. Fixa as Diretrizes e Bases da Educação</p><p>Nacional. Brasília: Presidência da República, [2024]. Disponível em:</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L4024.htm. Acesso em: 29 abr. 2024.</p><p>BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação</p><p>nacional. Brasília: Presidência da República, [2024]. Disponível em:</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm. Acesso em: 28 abr. 2024.</p><p>BRASIL. Lei nº 12.513, de 26 de outubro de 2011. Institui o Programa Nacional de Acesso ao</p><p>Ensino Técnico e Emprego (Pronatec); altera as Leis nº 7.998, de 11 de janeiro de 1990, que</p><p>regula o Programa do Seguro-Desemprego, o Abono Salarial e institui o Fundo de Amparo ao</p><p>Trabalhador (FAT), nº 8.212, de 24 de julho de 1991, que dispõe sobre a organização da</p><p>Seguridade Social e institui Plano de Custeio, nº 10.260, de 12 de julho de 2001, que dispõe sobre</p><p>o Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior, e nº 11.129, de 30 de junho de 2005,</p><p>que institui o Programa Nacional de Inclusão de Jovens (ProJovem); e dá outras providências.</p><p>Brasília: Presidência da República, [2024]. Disponível em:</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2011/lei/l12513.htm. Acesso em: 29 abr.</p><p>2024.</p><p>BRASIL. Lei nº 13.005, de 25 de junho de 2014. Aprova o Plano Nacional de Educação – PNE e dá</p><p>outras providências. Brasília: Presidência da República, [2024]. Disponível em:</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2014/lei/l13005.htm. Acesso em: 29 abr.</p><p>2024.</p><p>BRASIL. Lei nº 14.645, de 02 de agosto de 2023. Altera a Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de</p><p>1996 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional), para dispor sobre a educação pro�ssional</p><p>e tecnológica e articular a educação pro�ssional técnica de nível médio com programas de</p><p>aprendizagem pro�ssional, e a Lei nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993, para dispor sobre</p><p>isenção do cômputo de determinados rendimentos no cálculo da renda familiar per capita para</p><p>efeitos da concessão do Benefício de Prestação Continuada (BPC). Brasília, 02 de ago de 2023.</p><p>Brasília: Presidência da República, [2024]. Disponível em:</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2023-2026/2023/lei/L14645.htm. Acesso em: 29 abr.</p><p>2024.</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2004/decreto/d5154.htm</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L4024.htm</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2011/lei/l12513.htm</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2014/lei/l13005.htm</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2023-2026/2023/lei/L14645.htm</p><p>Disciplina</p><p>FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO</p><p>BRASILEIRA E POLÍTICAS</p><p>PÚBLICAS</p><p>BRASIL. Parecer nº 16, de 5 de outubro de 1999. Trata das Diretrizes Curriculares Nacionais para</p><p>a Educação Pro�ssional de Nível Técnico. Brasília: CNE, [2024]. Disponível em:</p><p>http://portal.mec.gov.br/setec/arquivos/pdf/PCNE_CEB16_99.pdf. Acesso em: 29 abr. 2024.</p><p>BRASIL. Resolução nº 6, de 20 de setembro de 2012. De�ne Diretrizes Curriculares Nacionais</p><p>para a Educação Pro�ssional Técnica de Nível Médio. Brasília: CNE, [2024]. Disponível em:</p><p>http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=11663-rceb006-</p><p>12-pdf&category_slug=setembro-2012-pdf&Itemid=30192. Acesso em: 29 abr. 2024.</p><p>Aula 3</p><p>Educação e Políticas Públicas em Outros Contextos Educacionais</p><p>Educação e políticas públicas em outros contextos educacionais</p><p>Este conteúdo é um vídeo!</p><p>Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo</p><p>computador ou pelo aplicativo. Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo</p><p>para assistir mesmo sem conexão à internet.</p><p>Dica para você</p><p>Aproveite o acesso para baixar os slides do vídeo, isso pode deixar sua</p><p>aprendizagem ainda mais completa.</p><p>Olá, estudante! Ao explorarmos o tema da cidadania, destacamos a importância de respeitar as</p><p>diferenças não para acentuar desigualdades, mas para reconhecer e valorizar a diversidade em</p><p>nosso país. Como educadores, é fundamental ponderar sobre o papel crucial da educação na</p><p>sociedade, especialmente diante das questões relacionadas à diversidade e às especi�cidades</p><p>culturais. Nesta videoaula, dedicaremos nosso diálogo à educação em contextos diversos, como</p><p>na zona rural, em comunidades quilombolas, em ambientes hospitalares e em situações de</p><p>privação de liberdade. Estamos prontos para aprender ainda mais juntos? Bons estudos!</p><p>Ponto de Partida</p><p>Estudante, seguindo nossos estudos sobre as modalidades e as etapas de ensino da educação</p><p>básica, não podemos deixar de abordar as distintas formas de educação, considerando as</p><p>http://portal.mec.gov.br/setec/arquivos/pdf/PCNE_CEB16_99.pdf</p><p>http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=11663-rceb006-12-pdf&category_slug=setembro-2012-pdf&Itemid=30192</p><p>http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=11663-rceb006-12-pdf&category_slug=setembro-2012-pdf&Itemid=30192</p><p>Disciplina</p><p>FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO</p><p>BRASILEIRA E POLÍTICAS</p><p>PÚBLICAS</p><p>especi�cidades culturais presentes em nosso país. Já se questionou sobre como ocorre a</p><p>educação no campo, para os povos originários, quilombolas, ou para a população em contexto de</p><p>privação de liberdade? Essas perguntas são essenciais ao discutirmos o acesso universal à</p><p>educação.</p><p>Para orientar nossa jornada de aprendizagem, imaginemos a seguinte situação: nos últimos</p><p>anos, as políticas educacionais enfrentam desa�os em assegurar uma educação culturalmente</p><p>sensível para os povos indígenas, atender às necessidades especí�cas da população rural e</p><p>proporcionar oportunidades educacionais adequadas para pessoas privadas de liberdade. Diante</p><p>desse cenário, como as políticas educacionais podem ser ajustadas para garantir uma</p><p>abordagem inclusiva e culturalmente sensível para os povos indígenas, respeitando suas</p><p>tradições e línguas? Quais estratégias inovadoras podem ser implementadas para aprimorar o</p><p>acesso à educação nas áreas rurais, considerando as peculiaridades do contexto agrícola e as</p><p>limitações de infraestrutura?</p><p>A partir dessas indagações, trilharemos mais uma etapa de estudos em busca de</p><p>conhecimentos. Contamos com a sua participação!</p><p>Vamos Começar!</p><p>Desenvolver diretrizes educacionais que abordem a inclusão da diversidade no processo</p><p>educativo de maneira justa, democrática e inclusiva é crucial para atender às particularidades</p><p>dos alunos que ingressam na escola. A responsabilidade da educação é se ajustar às</p><p>necessidades dos alunos, e não o contrário. A diversidade educacional, nesse contexto, refere-se</p><p>à garantia do direito à educação para todos os alunos, assegurando acesso e permanência na</p><p>escola com equidade, respeito às diferenças e valorização das diversas formas de vida.</p><p>A primeira questão para levarmos em consideração é a condição de itinerância. Conforme o</p><p>Parecer CNE/CEB nº 14/2011, são reconhecidos como vivendo em situação de itinerância</p><p>aqueles que se autodeclararem ou forem declarados como itinerantes por seu responsável legal,</p><p>incluindo ciganos, indígenas, povos nômades, trabalhadores itinerantes, acampados, artistas, e</p><p>demais pro�ssionais que atuam em circos, parques de diversão e teatro mambembe.</p><p>A condição de itinerância é uma prática adotada por diversas famílias que buscam melhores</p><p>oportunidades de trabalho, optando por deslocamentos frequentes como uma alternativa para</p><p>melhorar sua qualidade de vida. No entanto, esse estilo de vida está associado à mudança de</p><p>escolas e, em alguns casos, ao afastamento do ambiente escolar, o que di�culta a continuidade</p><p>do processo educacional. Ao examinar a itinerância entre trabalhadores rurais, Oliveira (2013)</p><p>destaca a análise de pesquisadores, como Sequeira e Batanero (2010), que examinaram a</p><p>situação de alunos itinerantes de origem circense. Eles ressaltaram que a itinerância, como um</p><p>modo de vida peculiar adotado por diversas famílias ao redor do mundo, está ligada às formas</p><p>residuais de vida de nossos antepassados.</p><p>Disciplina</p><p>FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO</p><p>BRASILEIRA E POLÍTICAS</p><p>PÚBLICAS</p><p>Esse estilo de vida envolve grupos que se enquadram na tipi�cação "clássica" de vida itinerante,</p><p>caracterizada pelo deslocamento constante em busca de condições mais favoráveis. Em termos</p><p>gerais, observamos que a itinerância impacta o percurso na Educação Básica de crianças,</p><p>adolescentes e adultos pertencentes a grupos sociais em situação de itinerância. Do ponto de</p><p>vista legal, é relevante destacar que a Constituição Federal de 1988 estabelece como dever do</p><p>Estado oferecer educação a todos, enquanto a matrícula em estabelecimentos de ensino é de</p><p>responsabilidade das famílias, garantindo, assim, os direitos educacionais.</p><p>Em 2012, aprovou-se a Resolução nº 3, de 16 de maio, que estabelece diretrizes para o</p><p>atendimento da educação escolar de populações em situação de itinerância. O art. 1º do</p><p>documento destaca que crianças, adolescentes e jovens nessas condições têm o direito</p><p>garantido à matrícula em escola pública, gratuita, de qualidade social, assegurando liberdade de</p><p>consciência e crença.</p><p>Isso inclui o caso do estudante circense, cujas condições culturais podem di�cultar a frequência</p><p>regular à escola. No entanto, é essencial proteger e garantir seu direito à educação, respeitando</p><p>suas especi�cidades. O Estatuto da Criança e do Adolescente reforça essa necessidade de</p><p>proteção, destacando que nenhum jovem deve ser sujeito à negligência, à discriminação, à</p><p>exploração, à violência, à crueldade e à opressão.</p><p>As diretrizes estabelecidas pela Resolução nº 3/2012 determinam que os sistemas de ensino</p><p>devem se adaptar às particularidades dos estudantes itinerantes para garantir seus direitos</p><p>socioeducacionais. As instituições de ensino devem avaliar cada aluno, considerando sua idade</p><p>e suas particularidades socioculturais, adaptando os programas educacionais para garantir seu</p><p>direito à educação sem constrangimentos. As orientações ressaltam que é responsabilidade de</p><p>cada sistema educacional estabelecer regras para seu funcionamento, de acordo com as normas</p><p>estabelecidas pela resolução citada. Essas diretrizes devem ser elaboradas de maneira a não</p><p>prejudicar os estudantes itinerantes, assegurando que eles possam continuar seus estudos com</p><p>as condições necessárias para a conclusão adequada.</p><p>Dentro desse contexto de itinerância, podemos destacar o papel da Pedagogia da Alternância,</p><p>que é uma abordagem organizacional e metodológica destinada à população camponesa,</p><p>especialmente aos trabalhadores rurais que frequentemente se envolvem nas atividades</p><p>agrícolas em períodos especí�cos do ano. Nesse contexto, a escola se adapta ao calendário</p><p>desses trabalhadores, implementando ciclos alternados entre as</p><p>atividades escolares e o</p><p>trabalho no campo.</p><p>É relevante notar que a Lei nº 9.394/1996 reconhece e normatiza essa forma de organização,</p><p>permitindo legalmente a sua implementação, conforme preconizado pelas diretrizes para o</p><p>atendimento da educação escolar para populações em situação de itinerância (Brasil, 2012).</p><p>Siga em Frente...</p><p>Disciplina</p><p>FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO</p><p>BRASILEIRA E POLÍTICAS</p><p>PÚBLICAS</p><p>Legislações educacionais para povos originários e quilombolas</p><p>A Educação Básica no Brasil enfrenta diversos desa�os, especialmente ao abordar a formação</p><p>cidadã. É crucial reconhecer que os aspectos sociais e culturais do povo brasileiro se</p><p>manifestam de maneira especí�ca. Sob essa ótica, é fundamental reiterar que o Brasil é uma</p><p>nação multicultural, em que a população carrega consigo diversas raízes, incluindo in�uências</p><p>indígenas, europeias, africanas e asiáticas. Nesse contexto, o processo educacional deve</p><p>incorporar a diversidade como um princípio fundamental, reconhecendo e respeitando as</p><p>diferentes origens presentes no rico mosaico cultural brasileiro.</p><p>Não podemos negligenciar as demandas e particularidades apresentadas pelos povos indígenas</p><p>em relação à educação, as quais sublinham a importância da aprovação da Resolução nº 5, de</p><p>22 de junho de 2012. Essa resolução estabelece as Diretrizes Curriculares Nacionais para a</p><p>Educação Escolar Indígena na Educação Básica.</p><p>Apenas com a promulgação da Constituição Federal de 1988 (Brasil, 1988) os direitos dos</p><p>indígenas foram reconhecidos, exercendo pressão sobre as políticas educacionais para viabilizar</p><p>a oferta de uma educação diferenciada, respeitando as especi�cidades das diversas</p><p>comunidades indígenas. A LDB (Brasil, 1996) estipula, em suas disposições gerais, que a</p><p>responsabilidade pelo fomento ao desenvolvimento de programas para a oferta de educação</p><p>bilíngue e intercultural cabe ao sistema de ensino da União, com a colaboração das agências</p><p>federais (art. 78).</p><p>Conforme preconiza o art. 78 da LDB, os povos indígenas demandam a implementação de</p><p>educação escolar bilíngue e intercultural, a preservação de suas memórias históricas, a</p><p>rea�rmação de suas identidades étnicas e a valorização de suas línguas e ciências (Brasil, 1996).</p><p>Embora a Constituição Federal e a legislação educacional reconheçam a importância do respeito</p><p>e da valorização das culturas indígenas, somente em 2012 foi aprovada a Resolução nº 5 do</p><p>Conselho de Educação Básica, que delineia as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação</p><p>Escolar Indígena na Educação Básica. Esta resolução se fundamenta em princípios, como</p><p>igualdade social, diferença, especi�cidade, bilinguismo e interculturalidade, pilares essenciais da</p><p>educação escolar indígena.</p><p>As diretrizes curriculares nacionais para a educação escolar indígena na Educação Básica</p><p>enfatizam a necessidade de desenvolver propostas pedagógicas em colaboração com as</p><p>comunidades indígenas. Destaca-se, no art. 19, a importância de os professores indígenas</p><p>atuarem como docentes e gestores, promovendo o diálogo intercultural, mediando interesses e</p><p>sistematizando novos saberes.</p><p>Os desa�os para a educação indígena intercultural persistem no cenário brasileiro. É necessário</p><p>construir currículos e propostas pedagógicas especí�cas para comunidades indígenas, incluindo</p><p>conteúdos culturais e fortalecimento das práticas socioculturais e das línguas maternas. A</p><p>Disciplina</p><p>FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO</p><p>BRASILEIRA E POLÍTICAS</p><p>PÚBLICAS</p><p>escola indígena é concebida como um espaço cultural destinado a preservar e valorizar os</p><p>conhecimentos indígenas em interação com o conhecimento cientí�co global, visando ao</p><p>fortalecimento da identidade. Desse modo, as especi�cidades dos povos originários e das</p><p>comunidades indígenas devem ser valorizadas e acolhidas como parte da diversidade da</p><p>educação básica brasileira.</p><p>Neste mesmo caminho, podemos pensar sobre as comunidades quilombolas. É essencial que</p><p>futuros educadores compreendam o conceito de quilombos. Quilombos são grupos étnico-</p><p>raciais autode�nidos, com uma trajetória histórica única, ligados a territórios especí�cos,</p><p>presumidamente de ancestralidade negra vinculada à resistência à opressão histórica. Essas</p><p>comunidades, rurais e urbanas, historicamente lutam pelo direito à terra, envolvendo não apenas</p><p>a propriedade, mas todos os elementos ligados a seus usos, costumes e tradições (Brasil, 2013).</p><p>Quanto à educação quilombola, é crucial considerar suas particularidades, reconhecendo o</p><p>direito à identidade do grupo e valorizando a diversidade como um princípio essencial. O</p><p>território quilombola representa não apenas um espaço físico mas também um agrupamento que</p><p>preserva a memória, as tradições e a luta pela diferença sem desigualdade.</p><p>As Diretrizes Curriculares Nacionais (2013) orientam a educação escolar quilombola, enfatizando</p><p>que as instituições educacionais devem se fundamentar na memória coletiva, nas línguas</p><p>reminiscentes, nas práticas culturais e nas tradições orais. No entanto, a incorporação da história</p><p>e da cultura afro-brasileiras e quilombolas nos currículos escolares tem sido desa�adora,</p><p>evidenciando lacunas no sistema educacional brasileiro.</p><p>Somente em 2012, as Diretrizes Curriculares para a Educação Escolar Quilombola foram</p><p>de�nidas, normatizando a educação escolar quilombola e reconhecendo a importância da</p><p>memória, das línguas, dos acervos orais e das práticas culturais. Essas diretrizes buscam</p><p>garantir o direito à educação escolar quilombola, respeitando as especi�cidades étnico-culturais</p><p>e promovendo a participação da comunidade.</p><p>O currículo da educação escolar quilombola deve seguir as diretrizes nacionais, proporcionando</p><p>aos educandos o conhecimento sobre os quilombos, o movimento quilombola, o movimento</p><p>negro e a história afro-brasileira. Deve também destacar a cultura afro-brasileira como parte</p><p>integrante do patrimônio cultural brasileiro, fortalecendo a identidade étnico-racial e a liberdade</p><p>religiosa. Entretanto, muitas comunidades quilombolas ainda enfrentam o desa�o de não possuir</p><p>escolas em seu território.</p><p>Dentro da legislação brasileira que trata das questões étnico-raciais, destacam-se a Lei nº</p><p>10.639/2003, que estabelece a obrigatoriedade do ensino da história e da cultura afro-brasileiras</p><p>e africanas nas escolas públicas e privadas do ensino fundamental e médio; o Parecer CNE/CP</p><p>nº 03/2004, que rati�cou as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações</p><p>Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileiras e Africanas; a Resolução</p><p>CNE/CP nº 01/2004, que delineia os direitos e os deveres dos entes federados na implementação</p><p>dessa lei.</p><p>Disciplina</p><p>FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO</p><p>BRASILEIRA E POLÍTICAS</p><p>PÚBLICAS</p><p>Legislações educacionais para pessoas em contextos de</p><p>privação de liberdade e hospitalares</p><p>Considerando as diversas demandas do sistema educacional, é crucial incorporar, entre as</p><p>necessidades da educação básica, a inclusão de indivíduos em contexto de privação de</p><p>liberdade. A educação de jovens e adultos nessas condições nos estabelecimentos penais segue</p><p>as diretrizes nacionais, estabelecidas em 2010 pela Resolução nº 2 (Brasil, 2010). O aumento</p><p>descontrolado da violência urbana desde o século XX contribuiu para o crescimento da</p><p>população carcerária, destacando a importância de garantir o direito à educação, conforme</p><p>estabelecido na Constituição Federal de 1988.</p><p>A educação de jovens e adultos privados de liberdade não é um privilégio, mas, sim, um direito</p><p>humano fundamental, essencial para promover a reinserção social do apenado e garantir sua</p><p>cidadania. A função da escola, mesmo em ambientes de privação de liberdade, vai além do</p><p>conteúdo pragmático, sendo crucial valorizar outros saberes, promovendo a socialização</p><p>saudável.</p><p>As diretrizes nacionais para a oferta de educação para jovens e adultos em situação de privação</p><p>de liberdade nos estabelecimentos penais foram aprovadas em 2010. Elas enfatizam que a</p><p>oferta da educação de jovens e adultos nos estabelecimentos penais deve ser associada a ações</p><p>complementares, como cultura,</p><p>esporte, inclusão digital, educação pro�ssional, fomento à leitura</p><p>e programas de implantação, recuperação e manutenção de bibliotecas. Deve envolver a</p><p>comunidade e os familiares, oferecer atendimento diferenciado de acordo com as</p><p>especi�cidades de cada medida prisional, promover políticas de elevação de escolaridade</p><p>vinculadas à quali�cação pro�ssional e contemplar o atendimento em todos os turnos, sendo</p><p>organizada de maneira �exível para a população carcerária.</p><p>Quando se trata do direito à educação no sistema prisional, a intenção não é reproduzir a escola</p><p>regular, mas, sim, adaptar-se às necessidades do indivíduo privado de liberdade, promovendo</p><p>aprendizagens que fortaleçam suas habilidades e competências para sua reinserção social. O</p><p>foco deve estar na política de reinserção social, conforme os princípios éticos, estéticos e</p><p>políticos das Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais da Educação Básica (Brasil, 2013). De</p><p>acordo com a Resolução nº 2 (Brasil, 2010), é essencial planejar a articulação entre educação</p><p>formal e não formal, incluindo a quali�cação pro�ssional, para consolidar o direito à cidadania</p><p>dos jovens e adultos em instituições prisionais.</p><p>Quando nos referimos ao atendimento educacional hospitalar, que também se con�gura como</p><p>uma privação de liberdade em decorrência de fatores de internamento para tratamentos</p><p>prolongados em casos de doença, pensamos em um conjunto de diretrizes, estratégias e</p><p>práticas adotadas para proporcionar educação a crianças e adolescentes que estão</p><p>hospitalizados ou em tratamento de saúde prolongado. Essa política visa garantir que esses</p><p>pacientes continuem recebendo atendimento educacional durante o período em que estão</p><p>impossibilitados de frequentar escolas convencionais devido às condições de saúde.</p><p>Disciplina</p><p>FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO</p><p>BRASILEIRA E POLÍTICAS</p><p>PÚBLICAS</p><p>Esse direito está assegurado pela Constituição Federal de 1988, pela LDB de 1996 e pelo</p><p>Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) de 1990. Conforme os estudos de Cruz e Silva</p><p>(2021), o atendimento hospitalar iniciou-se em 1950 no Brasil, em especí�co, no Rio de Janeiro. O</p><p>Decreto nº 1.044/69 estabelece que estudantes que necessitem de tratamento especial tenham</p><p>direito ao acompanhamento escolar e atendimento domiciliar, conforme seu estado de saúde.</p><p>Em 1988, com a promulgação da Constituição, a educação volta ser pautada como direito a</p><p>todos, incluindo crianças e adolescentes que estão hospitalizados.</p><p>O ECA, seguindo esses preceitos, reforça a educação como direito da criança e do adolescente,</p><p>mesmo em contexto de hospitalização. A Resolução CONANDA nº 41, de 13 de outubro de 1995,</p><p>emitida pelo Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, aprovada pelo</p><p>Ministério da Justiça, apresenta vinte itens relacionados ao direito da criança e do adolescente</p><p>hospitalizado. A Resolução CNE/CEB nº 2, de 11 de setembro de 2001, enfatiza que a Classe</p><p>Hospitalar é responsável pelo atendimento do estudante durante o período de afastamento das</p><p>atividades da escola regular e de sua reintegração ao sistema escolar.</p><p>O atendimento educacional hospitalar e o atendimento pedagógico domiciliar devem estar</p><p>vinculados aos sistemas de educação como uma unidade de trabalho pedagógico das</p><p>secretarias estaduais, do Distrito Federal e municipais de educação, como também às direções</p><p>clínicas dos sistemas e serviços de saúde em que se localizam. Compete às secretarias de</p><p>educação atender à solicitação dos hospitais para o serviço de atendimento pedagógico</p><p>hospitalar e domiciliar, a contratação e capacitação dos professores e a provisão de recursos</p><p>�nanceiros e materiais para os referidos atendimentos (Brasil, 2002).</p><p>No que se refere ao retorno desse estudante para o ensino regular, deve-se observar:</p><p>A reintegração ao espaço escolar do educando que �cou temporariamente impedido de</p><p>frequentá-lo por motivo de saúde deve levar em consideração alguns aspectos como o</p><p>desenvolvimento da acessibilidade e da adaptabilidade; a manutenção do vínculo com a escola</p><p>durante o período de afastamento, por meio da participação em espaços especí�cos de</p><p>convivência escolar previamente planejados (sempre que houver possibilidade de</p><p>deslocamento); momentos de contato com a escola por meio da visita dos professores ou</p><p>colegas do grupo escolar correspondente e dos serviços escolares de apoio pedagógico (sempre</p><p>que houver a impossibilidade de locomoção mesmo que esporádica); garantia e promoção de</p><p>espaços para acolhimento, escuta e interlocução com os familiares do educando durante o</p><p>período de afastamento; preparação ou sensibilização dos professores, funcionários e demais</p><p>alunos para o retorno do educando com vistas à convivência escolar gradativa aos espaços de</p><p>estudos sistematizados. (Brasil, 2002, [s. p.])</p><p>Em suma, reconhecer a diversidade no cenário educacional é imperativo para construir uma</p><p>educação mais equitativa e de qualidade. Cada contexto traz consigo especi�cidades culturais,</p><p>sociais e individuais que impactam diretamente na forma como os alunos aprendem. A</p><p>valorização e a compreensão dessas diferenças não apenas promovem um ambiente inclusivo</p><p>mas também enriquecem o processo educativo. Ao considerarmos as particularidades de cada</p><p>Disciplina</p><p>FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO</p><p>BRASILEIRA E POLÍTICAS</p><p>PÚBLICAS</p><p>realidade, os educadores podem adaptar suas abordagens, garantindo que o ensino seja</p><p>relevante e signi�cativo para todos os estudantes. Dessa forma, ao reconhecer e respeitar a</p><p>diversidade, estamos construindo bases sólidas para uma educação mais justa e efetiva.</p><p>Vamos Exercitar?</p><p>Estudante, retomando a nossa situação-problema do início da aula, um dos caminhos possíveis,</p><p>pensando a complexidade da temática, seria a criação de programas educacionais</p><p>personalizados, levando em consideração as características únicas de cada contexto</p><p>educacional. Para os povos indígenas, é crucial desenvolver currículos que respeitem e</p><p>promovam suas culturas, incluindo línguas tradicionais. Nas áreas rurais, a implementação de</p><p>métodos educacionais �exíveis, como educação a distância e parcerias com instituições locais,</p><p>pode superar desa�os logísticos. Além disso, no contexto prisional, é necessário oferecer</p><p>programas educacionais que visem à ressocialização, promovendo a reinserção social por meio</p><p>do aprendizado e do desenvolvimento de habilidades. Essas abordagens contribuiriam para</p><p>garantir o direito à educação em todos os segmentos da população.</p><p>Saiba mais</p><p>Estudante, vamos continuar aprofundando nossos saberes? Para isso, consulte o material</p><p>indicado: leia o texto produzido pela professora Vera Maria Candau, intitulado Direitos humanos,</p><p>educação e interculturalidade: as tensões entre igualdade e diversidade. O trabalho apresenta</p><p>considerações importantes sobre as temáticas de valorização da interculturalidade, da educação</p><p>que reconheça o outro e o diálogo entre diferentes grupos socioculturais.</p><p>CANDAU, V. M. Direitos humanos, educação e interculturalidade: as tensões entre igualdade e</p><p>diferença. Revista Brasileira de Educação, v. 13, p. 45-56, 2008.</p><p>Bons estudos!</p><p>Referências</p><p>BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília:</p><p>Congresso Nacional, [2024]. Disponível em:</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao37.htm. Acesso em: 28 abr.</p><p>2024.</p><p>https://www.scielo.br/j/rbedu/a/5szsvwMvGSVPkGnWc67BjtC/?format=pdf&lang=pt</p><p>https://www.scielo.br/j/rbedu/a/5szsvwMvGSVPkGnWc67BjtC/?format=pdf&lang=pt</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao37.htm</p><p>Disciplina</p><p>FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO</p><p>BRASILEIRA E POLÍTICAS</p><p>PÚBLICAS</p><p>BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação</p><p>nacional. Brasília: Presidência da República, [2024]. Disponível em:</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm. Acesso em: 28 abr. 2024.</p><p>BRASIL. Resolução nº 41, de 13 de outubro de 1995. Aprova na íntegra o texto da Sociedade</p><p>Brasileira de Pediatria, relativo aos direitos da criança e do adolescente hospitalizados.</p><p>Brasília:</p><p>CONANDA, [2024]. Disponível em:</p><p>https://portaldeboaspraticas.iff.�ocruz.br/biblioteca/resolucao-n-41-de-13-de-outubro-de-1995/.</p><p>Acesso em: 13 fev. 2024.</p><p>BRASIL. Resolução nº 2, de 11 de setembro de 2001. Institui as Diretrizes Nacionais para a</p><p>Educação Especial na Educação Básica. Brasília: CNE, [2024]. Disponível em:</p><p>http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/CEB0201.pdf. Acesso em: 29 abr. 2024.</p><p>BRASIL. Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais da Educação Básica. Brasília: MEC, 2013.</p><p>BRASIL. Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do</p><p>Adolescente e dá outras providências. Brasília: Presidência da República, [2024]. Disponível em:</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8069.htm. Acesso em: 29 abr. 2024.</p><p>BRASIL. Decreto nº 26, de 4 de fevereiro de 1991. Dispõe sobre a Educação Indígena no Brasil.</p><p>Brasília: Presidência da República, [2024]. Disponível em:</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1990-1994/d0026.htm. Acesso em: 29 abr. 2024.</p><p>BRASIL. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o</p><p>Ensino de História e Cultura Afro-brasileira e Africana. Brasília: MEC, 2005.</p><p>BRASIL. Decreto nº 6.861, de 27 de maio de 2009. Dispõe sobre a Educação Escolar Indígena,</p><p>de�ne sua organização em territórios etnoeducacionais e dá outras providências. Brasília:</p><p>Presidência da República, [2024]. Disponível em: https://legislacao.presidencia.gov.br/atos/?</p><p>tipo=DEC&numero=6861&ano=2009&ato=791o3Yq1UeVpWT522. Acesso em: 29 abr. 2024.</p><p>BRASIL. Resolução nº 2, de 19 de maio de 2010. Dispõe sobre as Diretrizes Nacionais para a</p><p>oferta de educação para jovens e adultos em situação de privação de liberdade nos</p><p>estabelecimentos penais. Brasília: CNE, [2024]. Disponível em:</p><p>http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=5142-rceb002-</p><p>10&category_slug=maio-2010-pdf&Itemid=30192. Acesso em: 29 abr. 2024.</p><p>BRASIL, Classe hospitalar e atendimento pedagógico domiciliar: estratégias e orientações.</p><p>Brasília: MEC, 2002.</p><p>BRASIL. Resolução nº 3, de 16 de maio 2012. De�ne diretrizes para o atendimento de educação</p><p>escolar para populações em situação de itinerância. Brasília: CNE, [2024]. Disponível em:</p><p>http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/rceb003_12.pdf. Acesso em: 29 abr. 2024.</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm</p><p>https://portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br/biblioteca/resolucao-n-41-de-13-de-outubro-de-1995/</p><p>http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/CEB0201.pdf</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8069.htm</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1990-1994/d0026.htm</p><p>https://legislacao.presidencia.gov.br/atos/?tipo=DEC&numero=6861&ano=2009&ato=791o3Yq1UeVpWT522</p><p>https://legislacao.presidencia.gov.br/atos/?tipo=DEC&numero=6861&ano=2009&ato=791o3Yq1UeVpWT522</p><p>http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=5142-rceb002-10&category_slug=maio-2010-pdf&Itemid=30192</p><p>http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=5142-rceb002-10&category_slug=maio-2010-pdf&Itemid=30192</p><p>http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/rceb003_12.pdf</p><p>Disciplina</p><p>FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO</p><p>BRASILEIRA E POLÍTICAS</p><p>PÚBLICAS</p><p>BRASIL. Resolução nº 5, de 22 de junho de 2012. De�ne Diretrizes Curriculares Nacionais para a</p><p>Educação Escolar Indígena na Educação Básica. Brasília: CNE, [2024]. Disponível em:</p><p>http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=11074-rceb005-</p><p>12-pdf&category_slug=junho-2012-pdf&Itemid=30192. Acesso em: 29 abr. 2024.</p><p>BRASIL. Resolução nº 8, de 20 de novembro de 2012. De�ne Diretrizes Curriculares Nacionais</p><p>para a Educação Escolar Quilombola na Educação Básica. Brasília: CNE, [2024]. Disponível em:</p><p>http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=11963-rceb008-</p><p>12-pdf&category_slug=novembro-2012-pdf&Itemid=30192. Acesso em: 29 abr. 2024.</p><p>BRASIL. Resolução nº 3, de 10 de novembro de 1999. Fixa as Diretrizes Nacionais para o</p><p>funcionamento das escolas indígenas e dá outras providências. Brasília: CEB, [2024]. Disponível</p><p>em: http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/rceb03_99.pdf. Acesso em: 29 abr. 2024.</p><p>CRUZ, L. P. S. da; SILVA, N. da. Políticas educativas e direitos de cidadania: política de educação</p><p>hospitalar. Cruz das Almas: EDUFRB, 2021.</p><p>OLIVEIRA, L. B. de. Educação no campo e itinerância: uma realidade em Uberlândia/MG. Revista</p><p>Retratos da Escola, Brasília, v. 7, n. 13, p. 439-451, jul./dez. 2013.</p><p>SEQUEIRA, H. da S. P. M.; BATANERO, J. M. F. Um estudo sobre os alunos itinerantes, �lhos dos</p><p>artistas de circo, no 1º ciclo no ensino básico, em Portugal. Revista Educação em Questão, Natal,</p><p>v. 39, n. 25, p. 8-31, set./dez. 2010.</p><p>Aula 4</p><p>Políticas e Legislação para a Educação na Perspectiva Inclusiva</p><p>Políticas e legislação para a educação na perspectiva inclusiva</p><p>Este conteúdo é um vídeo!</p><p>Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo</p><p>computador ou pelo aplicativo. Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo</p><p>para assistir mesmo sem conexão à internet.</p><p>Dica para você</p><p>Aproveite o acesso para baixar os slides do vídeo, isso pode deixar sua</p><p>aprendizagem ainda mais completa.</p><p>http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=11074-rceb005-12-pdf&category_slug=junho-2012-pdf&Itemid=30192</p><p>http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=11074-rceb005-12-pdf&category_slug=junho-2012-pdf&Itemid=30192</p><p>http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=11963-rceb008-12-pdf&category_slug=novembro-2012-pdf&Itemid=30192</p><p>http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=11963-rceb008-12-pdf&category_slug=novembro-2012-pdf&Itemid=30192</p><p>http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/rceb03_99.pdf</p><p>Disciplina</p><p>FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO</p><p>BRASILEIRA E POLÍTICAS</p><p>PÚBLICAS</p><p>Olá, estudante! Nesta aula, abordaremos uma modalidade educacional relevante e central nas</p><p>políticas educacionais: a educação especial e a perspectiva inclusiva. Para isso, exploraremos</p><p>legislações e aspectos históricos e culturais que permeiam a discussão sobre o direito à</p><p>educação para todos e o Atendimento Educacional Especializado. Vamos lá? Bons estudos!</p><p>Ponto de Partida</p><p>Estudante, em nossos estudos, temos enfatizado a importância da legislação e da educação</p><p>para todos, independentemente de situação, condição, origem ou religião. Considerando essa</p><p>compreensão do direito fundamental, é imprescindível abordarmos a educação especial e a</p><p>perspectiva inclusiva. Consideraremos a seguinte situação: a implementação de políticas e da</p><p>legislação para a educação inclusiva enfrenta desa�os signi�cativos. Apesar dos esforços para</p><p>garantir igualdade de acesso à educação para todos, ainda existem obstáculos na prática efetiva</p><p>da inclusão de alunos com necessidades especiais nas escolas regulares. A carência de</p><p>recursos adequados, a capacitação insu�ciente de professores e a resistência em alguns setores</p><p>da comunidade escolar são barreiras que comprometem a efetividade dessas políticas</p><p>inclusivas.</p><p>Diante desse cenário, como as políticas e a legislação podem ser ajustadas para garantir</p><p>recursos adequados e treinamento e�caz aos professores, promovendo uma inclusão mais</p><p>efetiva dos estudantes? Qual estratégia pode ser adotada para superar a resistência percebida</p><p>em alguns setores da comunidade escolar em relação à implementação das políticas inclusivas?</p><p>Pronto para mais uma etapa de estudos? Contamos com sua valiosa participação!</p><p>Vamos Começar!</p><p>Políticas públicas e direitos humanos</p><p>No complexo cenário sociopolítico contemporâneo, a relação entre políticas públicas e direitos</p><p>humanos emerge como um elemento crucial na construção de sociedades mais justas e</p><p>equitativas. Enquanto as políticas públicas representam as estratégias e ações adotadas pelos</p><p>governos para enfrentar desa�os e promover o bem-estar coletivo, os direitos humanos</p><p>constituem os alicerces éticos que asseguram a dignidade e a liberdade de cada indivíduo. Esses</p><p>dois pilares</p><p>estão intrinsecamente ligados, uma vez que a e�cácia das políticas públicas é</p><p>medida pela sua capacidade de promover e proteger os direitos fundamentais de todos os</p><p>cidadãos.</p><p>Ao abordar a relação entre políticas públicas e direitos humanos, é imperativo reconhecer que as</p><p>decisões governamentais impactam diretamente a vida das pessoas e, consequentemente, sua</p><p>capacidade de desfrutar plenamente de seus direitos. As políticas voltadas para áreas como</p><p>Disciplina</p><p>FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO</p><p>BRASILEIRA E POLÍTICAS</p><p>PÚBLICAS</p><p>educação, saúde, moradia, segurança e trabalho são instrumentos essenciais para materializar</p><p>os princípios dos direitos humanos na prática cotidiana. Dessa forma, a efetividade das políticas</p><p>públicas se manifesta na promoção da igualdade, na redução das disparidades sociais e na</p><p>garantia de oportunidades equitativas para todos.</p><p>Os direitos humanos constituem normas que visam reconhecer e preservar a dignidade de todos</p><p>os seres humanos. Eles orientam a maneira como os indivíduos vivem em sociedade, suas</p><p>interações entre si e sua relação com o Estado, delineando as responsabilidades que este último</p><p>possui perante eles. A legislação de direitos humanos impõe obrigações aos governos,</p><p>prescrevendo determinadas ações e proibindo outras. Os indivíduos também compartilham</p><p>responsabilidades, uma vez que, ao desfrutarem de seus direitos humanos, devem</p><p>simultaneamente respeitar os direitos alheios. Nenhum governo, grupo ou pessoa detém o direito</p><p>de praticar ações que violem os direitos fundamentais de outra pessoa (Unicef, 2023).</p><p>A Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948 reconhece os direitos humanos como</p><p>universais e relacionados à dignidade humana, sendo considerados:</p><p>Considerando que o reconhecimento da dignidade inerente a todos os membros da família</p><p>humana e de seus direitos iguais e inalienáveis é o fundamento da liberdade, da justiça e da paz</p><p>no mundo. Considerando que o desprezo e o desrespeito pelos direitos humanos resultaram em</p><p>atos bárbaros que ultrajaram a consciência da humanidade e que o advento de um mundo em</p><p>que mulheres e homens gozem de liberdade de palavra, de crença e da liberdade de viverem a</p><p>salvo do temor e da necessidade foi proclamado como a mais alta aspiração do ser humano</p><p>comum [...]. (Unicef, 2024, [s. p.])</p><p>O art. 5º da Constituição Federal também apresenta considerações na perspectiva dos direitos</p><p>humanos, destacando: “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,</p><p>garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no país a inviolabilidade do direito à</p><p>vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade” (Brasil, 1988, [s. p.]).</p><p>Desse modo, desde os horrores decorrentes da Segunda Guerra Mundial, a humanidade observou</p><p>a necessidade de assegurar direitos fundamentais a todas as pessoas, independentemente de</p><p>sua origem, cor, raça e condição socioeconômica. A partir dessa perspectiva, podemos</p><p>relacionar esses direitos com o processo de inclusão escolar e as políticas na perspectiva</p><p>inclusiva, dado que, durante muitos anos, o acesso à educação e à participação social foi negado</p><p>para as pessoas com de�ciência.</p><p>Os direitos humanos desempenham um papel crucial na perspectiva de inclusão, fundamentando</p><p>os alicerces de sociedades igualitárias e diversi�cadas. Ao reconhecer e proteger a dignidade</p><p>inerente a todos os seres humanos, independentemente de suas características individuais, os</p><p>direitos humanos combatem discriminações e estigmatizações que podem obstruir a inclusão de</p><p>determinados grupos. A proibição da discriminação com base em raça, gênero, religião,</p><p>orientação sexual e outras características cria um ambiente propício para a inclusão, eliminando</p><p>barreiras injustas. Além disso, ao garantir o acesso igualitário a oportunidades, serviços e</p><p>Disciplina</p><p>FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO</p><p>BRASILEIRA E POLÍTICAS</p><p>PÚBLICAS</p><p>recursos, os direitos humanos asseguram que todos possam participar ativamente da vida</p><p>social, econômica e política.</p><p>A participação ativa de todos na tomada de decisões e o acesso à educação e à informação</p><p>contribuem para a promoção de sociedades inclusivas, as quais cada indivíduo é respeitado em</p><p>sua singularidade e tem a oportunidade de contribuir e prosperar, independentemente de suas</p><p>características particulares.</p><p>Siga em Frente...</p><p>Convenção sobre os Direitos das Pessoas com De�ciência e a</p><p>Lei Brasileira de Inclusão (LBI)</p><p>A história da inclusão das pessoas com de�ciência é marcada por uma evolução gradual das</p><p>percepções e práticas sociais. Por muito tempo, indivíduos com de�ciência enfrentaram</p><p>estigmatização, discriminação e exclusão, sendo frequentemente marginalizados em várias</p><p>sociedades. No entanto, a segunda metade do século XX testemunhou um movimento global em</p><p>prol dos direitos das pessoas com de�ciência.</p><p>No Brasil, alguns marcos são signi�cativos para a discussão dos direitos das pessoas com</p><p>de�ciência. Há dois marcos em destaque: a Constituição Federal e a Convenção Internacional</p><p>sobre os Direitos das Pessoas com De�ciência, que se trata de um instrumento global destinado</p><p>a proteger os direitos e a dignidade dessas pessoas. As partes signatárias da Convenção</p><p>assumem o compromisso de promover, proteger e garantir o pleno exercício dos direitos</p><p>humanos das pessoas com de�ciência, assegurando-lhes plena igualdade perante a lei.</p><p>O Brasil promulgou o texto da Convenção em 25 de agosto de 2009, demonstrando seu</p><p>comprometimento em implementar as disposições dela para promover a inclusão e a proteção</p><p>dos direitos das pessoas com de�ciência no país. Em 2015, temos outro importante marco legal:</p><p>a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com De�ciência (Estatuto da Pessoa com De�ciência) –</p><p>Lei nº 13.146, de 6 de julho de 2015 –, que apresenta algumas considerações importantes, a</p><p>começar pela de�nição de pessoa com de�ciência, conforme o art. 2º: “Considera-se pessoa</p><p>com de�ciência aquela que tem impedimento de longo prazo de natureza física, mental,</p><p>intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua</p><p>participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas”</p><p>(Brasil, 2015, [s. p.]).</p><p>Essa lei também apresenta considerações especí�cas sobre o direito à educação, destacando-</p><p>se, no Capítulo IV, o art. 27:</p><p>A educação constitui direito da pessoa com de�ciência, assegurados sistema educacional</p><p>inclusivo em todos os níveis e aprendizado ao longo de toda a vida, de forma a alcançar o</p><p>Disciplina</p><p>FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO</p><p>BRASILEIRA E POLÍTICAS</p><p>PÚBLICAS</p><p>máximo desenvolvimento possível de seus talentos e habilidades físicas, sensoriais, intelectuais</p><p>e sociais, segundo suas características, interesses e necessidades de aprendizagem. Parágrafo</p><p>único. É dever do Estado, da família, da comunidade escolar e da sociedade assegurar educação</p><p>de qualidade à pessoa com de�ciência, colocando-a a salvo de toda forma de violência,</p><p>negligência e discriminação. (Brasil, 2015, [s. p.])</p><p>O art. 28 discorre sobre incumbências do poder público em relação ao acompanhamento e ao</p><p>asseguramento desse direito à educação, trazendo considerações sobre o aprimoramento dos</p><p>sistemas educacionais no acesso e na permanência dos estudantes, além de serviços</p><p>especializados, visando à superação das barreiras. Também, destaca oferta de educação</p><p>bilíngue, em Libras como primeira língua e na modalidade escrita da língua portuguesa como</p><p>segunda língua, em escolas e classes bilíngues e em escolas inclusivas.</p><p>Podemos inferir que a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com De�ciência, aprovada pela</p><p>Assembleia Geral das Nações Unidas em 2006, e a Lei Brasileira de Inclusão (LBI), promulgada</p><p>em 2015, representam marcos signi�cativos na promoção dos direitos e na inclusão social das</p><p>pessoas com de�ciência. Ambos os instrumentos legais têm impactos profundos na educação</p><p>brasileira, buscando assegurar o acesso igualitário e a participação plena de alunos com</p><p>de�ciência. Além disso, representam um compromisso legal e social para transformar a</p><p>educação no Brasil, buscando</p><p>construir um ambiente escolar mais inclusivo, no qual todos os</p><p>alunos tenham a oportunidade de desenvolver seu potencial e contribuir plenamente para a</p><p>sociedade.</p><p>A Política Nacional de Educação Especial na perspectiva da</p><p>educação inclusiva e a importância do Atendimento Educacional</p><p>Especializado</p><p>Para seguirmos com nossos estudos sobre a temática da educação inclusiva, é importante</p><p>diferenciarmos a educação especial e a perspectiva de educação inclusiva, pois são abordagens</p><p>distintas. Educação especial, enquanto modalidade da Educação Básica, foca em atender às</p><p>necessidades especí�cas de alunos com de�ciências, oferecendo suportes e serviços</p><p>especializados. Já a educação inclusiva busca promover a participação de todos os alunos,</p><p>considerando que todos nós temos diferenças nos processos de aprendizagem. A educação</p><p>inclusiva preconiza a adaptação do ambiente regular de aprendizado para garantir a participação</p><p>plena de todos, proporcionando suportes individualizados, quando necessário. Em resumo, a</p><p>educação especial se concentra nas necessidades especí�cas de determinados grupos,</p><p>enquanto a educação inclusiva busca a integração de todos os alunos em um ambiente</p><p>educacional diversi�cado e acolhedor.</p><p>O art. 58 da LDB (Lei nº 9.394/1996) de�ne a educação especial como a modalidade de</p><p>educação escolar oferecida preferencialmente na rede regular de ensino para educandos com</p><p>de�ciência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação. É uma</p><p>Disciplina</p><p>FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO</p><p>BRASILEIRA E POLÍTICAS</p><p>PÚBLICAS</p><p>modalidade transversal, começando na educação infantil e estendendo-se por toda a vida do</p><p>sujeito. O art. 59 da mesa legislação de�ne:</p><p>Os sistemas de ensino assegurarão aos educandos com de�ciência, transtornos globais do</p><p>desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação. I - currículos, métodos, técnicas, recursos</p><p>educativos e organização especí�cos, para atender às suas necessidades; II - terminalidade</p><p>especí�ca para aqueles que não puderem atingir o nível exigido para a conclusão do ensino</p><p>fundamental, em virtude de suas de�ciências, e aceleração para concluir em menor tempo o</p><p>programa escolar para os superdotados; III - professores com especialização adequada em nível</p><p>médio ou superior, para atendimento especializado, bem como professores do ensino regular</p><p>capacitados para a integração desses educandos nas classes comuns; IV - educação especial</p><p>para o trabalho, visando a sua efetiva integração na vida em sociedade, inclusive condições</p><p>adequadas para os que não revelarem capacidade de inserção no trabalho competitivo, mediante</p><p>articulação com os órgãos o�ciais a�ns, bem como para aqueles que apresentam uma</p><p>habilidade superior nas áreas artística, intelectual ou psicomotora; V - acesso igualitário aos</p><p>benefícios dos programas sociais suplementares disponíveis para o respectivo nível do ensino</p><p>regular. (Brasil, 1996, [s. p.])</p><p>A lei também destaca o papel do Atendimento Educacional Especializado, voltado para o público-</p><p>alvo da educação especial. O Decreto nº 6.571, de 17 de setembro de 2008, de�ne que o “(...)</p><p>atendimento educacional especializado o conjunto de atividades, recursos de acessibilidade e</p><p>pedagógicos organizados institucionalmente, prestado de forma complementar ou suplementar</p><p>à formação dos alunos no ensino regular” (Brasil, 2008, [s. p.]).</p><p>Nesse contexto o papel do governo, por meio do Ministério da Educação, é prestar apoio técnico</p><p>e cientí�co para que o atendimento especializado seja viável a partir da:</p><p>I - Implantação de salas de recursos multifuncionais; II - formação continuada de professores</p><p>para o atendimento educacional especializado; III - formação de gestores, educadores e demais</p><p>pro�ssionais da escola para a educação inclusiva; IV - adequação arquitetônica de prédios</p><p>escolares para acessibilidade; V - elaboração, produção e distribuição de recursos educacionais</p><p>para a acessibilidade; e VI - estruturação de núcleos de acessibilidade nas instituições federais</p><p>de educação superior. (Brasil, 2008, [s. p.])</p><p>As salas de recursos multifuncionais (SRM) são ambientes situados em escolas de educação</p><p>básica, destinados à realização do Atendimento Educacional Especializado (AEE) para os</p><p>estudantes que compõem o público-alvo da educação especial. Essas salas são equipadas com</p><p>recursos de acessibilidade, materiais pedagógicos e dispositivos que visam aprimorar o</p><p>processo de aprendizagem e inclusão escolar desses estudantes.</p><p>A seguir, veremos um quadro-síntese das principais legislações voltadas para o público-alvo da</p><p>educação especial:</p><p>1988 Constituição Federal Brasileira</p><p>Disciplina</p><p>FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO</p><p>BRASILEIRA E POLÍTICAS</p><p>PÚBLICAS</p><p>1994 Portaria MEC nº 1.793 – Recomenda a</p><p>inclusão de conteúdos relativos aos aspectos</p><p>éticos, políticos e educacionais da</p><p>Normalização e Integração da Pessoa</p><p>Portadora de Necessidades Especiais.</p><p>1996 Lei nº 9.394 – Lei de Diretrizes e Bases da</p><p>Educação Nacional (LDB)</p><p>2001 Resolução MEC CNE/CEB 2 – Institui as</p><p>Diretrizes Nacionais para a Educação Especial</p><p>na Educação Básica.</p><p>Parecer CNE/CP 9 – Diretrizes Curriculares</p><p>Nacionais para a Formação de Professores da</p><p>Educação Básica, em nível superior, curso de</p><p>licenciatura, de graduação plena.</p><p>Parecer CNE/CEB 17 – Diretrizes Nacionais</p><p>para a Educação Especial na Educação</p><p>Básica.</p><p>2008 Política Nacional de Educação Especial na</p><p>Perspectiva da Educação Inclusiva. Este é um</p><p>documento de grande importância, que</p><p>fundamenta a política nacional educacional e</p><p>enfatiza o caráter de “processo”, desde o título</p><p>“na perspectiva da” – ou seja, ele indica o</p><p>ponto de partida (educação especial) e</p><p>assinala o ponto de chegada (educação</p><p>inclusiva).</p><p>2009 Resolução MEC CNE/CEB nº 4 – Institui</p><p>Diretrizes Operacionais para o Atendimento</p><p>Educacional Especializado na Educação</p><p>Básica, modalidade educação especial.</p><p>2014 Plano Nacional de Educação – Meta 4 trata da</p><p>Educação Especial.</p><p>2015 Lei nº 13.146 – Lei Brasileira de Inclusão da</p><p>Pessoa com De�ciência (LBI)</p><p>Quadro 1 | Legislações para educação especial e direito das pessoas com de�ciência. Fonte:</p><p>adaptado de Gil (2024).</p><p>A educação especial e a educação inclusiva são abordagens educacionais distintas, mas ambas</p><p>visam atender às necessidades diversi�cadas dos alunos, promovendo um ambiente</p><p>educacional mais equitativo e acessível. A inclusão procura criar escolas e salas de aula que se</p><p>adaptem às diferenças individuais, promovendo a aceitação, a compreensão e a colaboração</p><p>entre todos os estudantes.</p><p>Disciplina</p><p>FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO</p><p>BRASILEIRA E POLÍTICAS</p><p>PÚBLICAS</p><p>A importância da educação especial reside na personalização do suporte educacional para</p><p>alunos com necessidades especí�cas, garantindo que recebam a atenção e as adaptações</p><p>necessárias para prosperar academicamente. Por sua vez, a educação inclusiva destaca a</p><p>relevância de um ambiente educacional diversi�cado, no qual a convivência entre alunos com</p><p>diferentes habilidades e características enriquece o aprendizado e contribui para a construção de</p><p>uma sociedade mais inclusiva.</p><p>Vamos Exercitar?</p><p>Estudante, retomando nossa situação-problema inicial, podemos pensar, como estratégia para as</p><p>questões levantadas, a revisão contínua e dialogada com a sociedade das políticas existentes,</p><p>para assegurar recursos �nanceiros adequados e programas de capacitação contínua para os</p><p>professores. Além disso, promover uma conscientização ampla dentro da comunidade escolar,</p><p>por meio de campanhas educativas e eventos participativos, pode contribuir para superar</p><p>resistências e fomentar uma cultura inclusiva. A criação de parcerias com organizações locais e</p><p>especialistas em educação inclusiva também pode enriquecer o suporte oferecido às escolas.</p><p>Dessa forma, alinhando políticas, recursos e conscientização, a harmonia poderá avançar</p><p>signi�cativamente em direção a uma educação verdadeiramente inclusiva.</p><p>Saiba mais</p><p>Estudante, para aprofundar seus estudos em relação às temáticas apresentadas na aula,</p><p>indicamos que leia o Capítulo 3 do livro Os fora de série na escola, escrito pelo</p><p>professor Carlos</p><p>Roberto Jamil Cury e disponível na Biblioteca Virtual. O capítulo discutirá aspectos relacionados</p><p>à educação inclusiva, ao papel da família, ao currículo e à formação de professores nesta</p><p>perspectiva. Trata-se de uma leitura fundamental para aprofundar os conhecimentos sobre</p><p>educação inclusiva.</p><p>CURY, C. R. J. Os fora de série na escola. 2. ed. Campinas: Autores Associados, 2023.</p><p>Bons estudos!</p><p>Referências</p><p>BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília:</p><p>Congresso Nacional, [2024]. Disponível em:</p><p>https://plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/Publicacao/210611/pdf/0?code=LTuKsUOhmAAjzZnjUGRly+ULAuemADqxEjeHERIsaflw+ZkeTDz8cx7ToejyVKCzFIMVPB1d5ZDpg8kDcCDi8Q==</p><p>Disciplina</p><p>FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO</p><p>BRASILEIRA E POLÍTICAS</p><p>PÚBLICAS</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao37.htm. Acesso em: 28 abr.</p><p>2024.</p><p>BRASIL. Decreto nº 6.571, de 17 de setembro de 2008. Dispõe sobre o atendimento educacional</p><p>especializado, regulamenta o parágrafo único do art. 60 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de</p><p>1996, e acrescenta dispositivo ao Decreto nº 6.253, de 13 de novembro de 2007. Brasília:</p><p>Presidência da República, [2024]. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-</p><p>2010/2008/decreto/d6571.htm. Acesso em: 28 abr. 2024.</p><p>BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação</p><p>nacional. Brasília: Presidência da República, [2024]. Disponível em:</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm. Acesso em: 28 abr. 2024.</p><p>BRASIL. Lei nº 13.146, de 06 de julho de 2015. Institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com</p><p>De�ciência (Estatuto da Pessoa com De�ciência). Brasília: Presidência da República, [2024].</p><p>Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13146.htm.</p><p>Acesso em: 28 abr. 2024.</p><p>GIL, M. Linha do tempo: leis, diretrizes e programas sobre Educação Especial. Câmera Paulista</p><p>para Inclusão da Pessoa com De�ciência, 2024. Disponível em:</p><p>https://www.camarainclusao.com.br/artigos/linha-do-tempo-leis-diretrizes-e-programas-sobre-</p><p>educacao-especial/. Acesso em: 13 fev. 2024.</p><p>UNICEF. O que são direitos humanos? Os direitos humanos pertencem a todos e a cada um de</p><p>nós igualmente. Unicef, 2023. Disponível em: https://www.unicef.org/brazil/o-que-sao-direitos-</p><p>humanos. Acesso em: 13 fev. 2024.</p><p>UNICEF. Declaração Universal dos Direitos Humanos. Adotada e proclamada pela Assembleia</p><p>Geral das Nações Unidas (resolução 217 A III) em 10 de dezembro 1948. Unicef, 2024. Disponível</p><p>em: https://www.unicef.org/brazil/declaracao-universal-dos-direitos-humanos. Acesso em: 13</p><p>fev. 2024.</p><p>Aula 5</p><p>Encerramento da Unidade</p><p>Videoaula de Encerramento</p><p>Este conteúdo é um vídeo!</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao37.htm</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/decreto/d6571.htm</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/decreto/d6571.htm</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13146.htm</p><p>https://www.camarainclusao.com.br/artigos/linha-do-tempo-leis-diretrizes-e-programas-sobre-educacao-especial/</p><p>https://www.camarainclusao.com.br/artigos/linha-do-tempo-leis-diretrizes-e-programas-sobre-educacao-especial/</p><p>https://www.unicef.org/brazil/o-que-sao-direitos-humanos</p><p>https://www.unicef.org/brazil/o-que-sao-direitos-humanos</p><p>https://www.unicef.org/brazil/declaracao-universal-dos-direitos-humanos</p><p>Disciplina</p><p>FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO</p><p>BRASILEIRA E POLÍTICAS</p><p>PÚBLICAS</p><p>Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo</p><p>computador ou pelo aplicativo. Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo</p><p>para assistir mesmo sem conexão à internet.</p><p>Dica para você</p><p>Aproveite o acesso para baixar os slides do vídeo, isso pode deixar sua</p><p>aprendizagem ainda mais completa.</p><p>Olá, estudante! Nesta videoaula, aprofundaremos nossas análises sobre o funcionamento da</p><p>educação brasileira, explorando as diversas modalidades educacionais que integram o sistema</p><p>de ensino do Brasil, e os distintos contextos culturais, sociais e educacionais que as permeiam. A</p><p>compreensão aprofundada desses cenários desa�a o educador a conceber métodos inovadores,</p><p>impulsionando seu desenvolvimento pro�ssional e promovendo efetivamente a equidade. Esse</p><p>conhecimento também alinha o professor com as atuais políticas educacionais, fortalecendo seu</p><p>engajamento com a comunidade local e estabelecendo relações mais e�cazes entre a escola, os</p><p>alunos e suas famílias.</p><p>Ponto de Chegada</p><p>Estudante, estamos discutindo o direito à educação a partir das diferentes formas pelas quais ele</p><p>se manifesta e se aplica no contexto da educação básica, tendo como princípios as orientações</p><p>da Constituição Federal de 1988 e da LDB (Lei nº 9.394/1996). No Brasil, além das etapas</p><p>educacionais (educação infantil, ensino fundamental e ensino médio), temos modalidades</p><p>especí�cas, as quais incluem a educação pro�ssional, a educação de jovens e adultos (EJA) e a</p><p>educação especial. Elas desempenham papéis cruciais na formação educacional do país e na</p><p>a�rmação da democracia e do direito à educação para todos.</p><p>Quando pensamos nas modalidades educacionais, referimo-nos às abordagem ou à organização</p><p>especí�ca adotada nas escolas para atender às necessidades dos estudantes. As modalidades</p><p>de ensino podem variar de acordo com diferentes características, como o contexto social dos</p><p>alunos, as condições de aprendizagem e as especi�cidades pedagógicas.</p><p>Entre as principais modalidades educacionais apresentadas na LDB, podemos destacar à</p><p>educação pro�ssional e técnica, enquanto modalidade destinada aos jovens e adultos, visando</p><p>preparar os estudantes para o mercado de trabalho, oferecendo cursos técnicos, pro�ssionais e</p><p>tecnológicos. A �nalidade não é apenas o desenvolvimento acadêmico mas também o</p><p>aprimoramento de habilidades práticas, fornecendo uma formação sólida e alinhada às</p><p>demandas do mundo pro�ssional.</p><p>Por sua vez, a EJA representa uma ponte essencial para aqueles que, por diferentes motivos, não</p><p>concluíram seus estudos na idade convencional, proporcionando a oportunidade de retomar o</p><p>Disciplina</p><p>FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO</p><p>BRASILEIRA E POLÍTICAS</p><p>PÚBLICAS</p><p>percurso educacional e possibilitando a conclusão do ensino fundamental e do ensino médio em</p><p>um ambiente adaptado às características e necessidades especí�cas desse público.</p><p>A educação especial, enquanto modalidade transversal, visa garantir a inclusão de estudantes</p><p>com necessidades educacionais especí�cas, oferecendo suporte pedagógico e recursos</p><p>adaptados. Abraça uma abordagem inclusiva, respeitando a diversidade de habilidades e</p><p>proporcionando um ambiente que favoreça o pleno desenvolvimento de cada indivíduo.</p><p>Podemos destacar que essas modalidades, juntas, re�etem o compromisso do sistema</p><p>educacional brasileiro em ser inclusivo, �exível e adaptado às distintas trajetórias de</p><p>aprendizagem, promovendo uma educação que atenda às demandas variadas da sociedade.</p><p>Além disso, cabe destacar as outras demandas da educação básica presentes no nosso país,</p><p>como contextos de itinerância, privação de liberdade, educação hospitalar, indígena e quilombola,</p><p>que marcam a pluralidade, a multiculturalidade e a diversidade do Brasil. Reconhecer a</p><p>importância do multiculturalismo é essencial para promover a igualdade de direitos na</p><p>diversi�cada população brasileira, levando em consideração aspectos históricos e culturais que</p><p>devem ser integrados de maneira educacional para atender às necessidades dos diversos grupos</p><p>que constituem nossa nação.</p><p>As legislações apresentadas ao longo das nossas aulas nos mostram a necessidade de adotar</p><p>políticas educacionais que transcendam a desigualdade, fundamentando-se no respeito à</p><p>diversidade como um princípio ético, educacional e pedagógico. É imperativo dirigir atenção à</p><p>multiplicidade e observar as diretrizes educacionais que valorizam os diversos saberes, as</p><p>tradições e o patrimônio cultural de comunidades itinerantes,</p><p>jovens e adultos privados de</p><p>liberdade, indígenas e quilombolas.</p><p>Seguindo nessa perspectiva, podemos destacar o papel importante da Base Nacional Comum</p><p>Curricular (BNCC), documento vital para você, futuro educador. A BNCC destaca a valorização</p><p>das diversas manifestações artísticas e culturais ao longo da Educação Básica. Isso inclui tanto</p><p>as expressões globais quanto as mais próximas, que representam as marcas identitárias de</p><p>nossa sociedade. Portanto, o documento estabelece como fundamental que os alunos</p><p>conheçam, compreendam e reconheçam a importância das variadas manifestações artísticas e</p><p>culturais presentes em nosso país.</p><p>Esperamos que, como futuro educador, você tenha ampliado sua compreensão sobre a</p><p>diversidade do povo brasileiro e percebido a importância de abordar suas particularidades na</p><p>Política Educacional Nacional. Essa política se expressa por meio de diretrizes que visam regular</p><p>as ações, fundamentadas no princípio constitucional de que todos compartilhamos os mesmos</p><p>direitos, incluindo o direito à educação.</p><p>Aguardaremos você para nossa próxima aula!</p><p>Disciplina</p><p>FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO</p><p>BRASILEIRA E POLÍTICAS</p><p>PÚBLICAS</p><p>É Hora de Praticar!</p><p>Este conteúdo é um vídeo!</p><p>Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo</p><p>computador ou pelo aplicativo. Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo</p><p>para assistir mesmo sem conexão à internet.</p><p>Estudante, a partir dos conhecimentos adquiridos durante nossos estudos, re�etiremos sobre o</p><p>seguinte estudo de caso: uma escola de ensino fundamental localizada em uma região</p><p>urbanizada de uma cidade brasileira enfrenta desa�os na implementação das políticas</p><p>educacionais voltadas para a educação de jovens e adultos (EJA), a educação pro�ssional e a</p><p>educação especial. A instituição de ensino, apesar de estar comprometida com essas</p><p>modalidades, depara-se com obstáculos que demandam a ação efetiva dos professores e a</p><p>re�exão sobre as políticas educacionais vigentes.</p><p>A escola possui um considerável número de estudantes que buscam a EJA para concluir o</p><p>ensino fundamental. Além disso, enfrenta o desa�o de integrar a educação pro�ssional, visando</p><p>preparar os alunos para o mercado de trabalho. Paralelamente, a inclusão de alunos com</p><p>necessidades especiais exige adaptações estruturais e pedagógicas.</p><p>Diante dessa situação, como os professores podem adaptar suas práticas pedagógicas para</p><p>atender às demandas variadas dos alunos matriculados na EJA, na educação pro�ssional e na</p><p>educação especial, promovendo uma educação inclusiva e de qualidade? De que maneira as</p><p>políticas educacionais podem ser mais bem implementadas para apoiar efetivamente as escolas</p><p>na promoção da diversidade e da inclusão, considerando os desa�os especí�cos de cada</p><p>modalidade educacional?</p><p>Reserve alguns minutos, pense sobre essas questões e faça suas considerações nos seus</p><p>materiais de anotação e estudo.</p><p>Antes de tratarmos sobre a resolução do caso mencionado, propomos ainda algumas re�exões:</p><p>Qual é a importância de os professores conhecerem as diferentes modalidades</p><p>educacionais?</p><p>Como o direito à educação se manifesta e se consolida na sociedade brasileira diante da</p><p>diversidade cultural e das especi�cidades do nosso país?</p><p>Qual é o papel da educação inclusiva, dos direitos humanos e das políticas educacionais na</p><p>promoção da democracia e na garantia do direito à educação para todos?</p><p>Agora, pensaremos em possíveis soluções para os questionamentos levantados no estudo de</p><p>caso apresentado. Inicialmente, destacaremos o papel dos professores. Os docentes, nesse</p><p>cenário, desempenham um papel crucial na identi�cação das necessidades especí�cas dos</p><p>alunos, na aplicação de práticas pedagógicas inclusivas e no apoio à transição dos estudantes</p><p>Disciplina</p><p>FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO</p><p>BRASILEIRA E POLÍTICAS</p><p>PÚBLICAS</p><p>para a educação pro�ssional. A escola deve desenvolver estratégias para promover a inclusão,</p><p>adequar a estrutura física e oferecer suporte contínuo aos docentes. Além disso, outras</p><p>estratégias podem ser tomadas, como:</p><p>Capacitação docente: investir em programas de capacitação para os professores,</p><p>abordando estratégias pedagógicas inclusivas e métodos diferenciados para atender às</p><p>necessidades diversas dos alunos.</p><p>Adequação estrutural: promover a adaptação física da escola para torná-la mais acessível a</p><p>todos os estudantes, garantindo espaços inclusivos e recursos adequados para a</p><p>aprendizagem.</p><p>Parcerias com empresas: estabelecer parcerias com empresas locais para oferecer</p><p>oportunidades de estágio e cursos práticos, fortalecendo a educação pro�ssional e a</p><p>preparação para o mercado de trabalho.</p><p>Ao adotar essas medidas, a escola contribuirá para a consolidação das políticas educacionais,</p><p>proporcionando uma educação mais inclusiva e alinhada às necessidades especí�cas de cada</p><p>modalidade educacional.</p><p>Parte superior do formulário</p><p>Bons estudos!</p><p>Por �m, con�ra a seguir um mapa mental que sintetiza esta unidade de estudos.</p><p>Disciplina</p><p>FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO</p><p>BRASILEIRA E POLÍTICAS</p><p>PÚBLICAS</p><p>Disciplina</p><p>FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO</p><p>BRASILEIRA E POLÍTICAS</p><p>PÚBLICAS</p><p>BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília:</p><p>Congresso Nacional, [2024]. Disponível em:</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao37.htm. Acesso em: 28 abr.</p><p>2024.</p><p>BRASIL. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC, 2018. Disponível em:</p><p>http://basenacionalcomum.mec.gov.br/. Acesso em: 13 fev. 2024.</p><p>BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação</p><p>nacional. Brasília: Presidência da República, [2024]. Disponível em:</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm. Acesso em: 28 abr. 2024.</p><p>,</p><p>Unidade 4</p><p>FORMAÇÃO DE PROFESSORES</p><p>Aula 1</p><p>Políticas Públicas e Legislação Educacional de Formação Inicial de Professores</p><p>Políticas públicas e legislação educacional de formação inicial de</p><p>professores</p><p>Este conteúdo é um vídeo!</p><p>Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo</p><p>computador ou pelo aplicativo. Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo</p><p>para assistir mesmo sem conexão à internet.</p><p>Dica para você</p><p>Aproveite o acesso para baixar os slides do vídeo, isso pode deixar sua</p><p>aprendizagem ainda mais completa.</p><p>Olá, estudante!</p><p>Sabemos que compreender as políticas públicas e educacionais é essencial para um</p><p>entendimento mais profundo da educação brasileira, mas o que dizer da formação docente?</p><p>Como ocorre no Brasil? Quais políticas são consideradas para garantir os direitos relacionados à</p><p>formação docente? Esses são aspectos fundamentais que têm um impacto direto na pro�ssão e</p><p>na atuação do professor no mercado de trabalho. É sobre esses pontos que conversaremos em</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao37.htm</p><p>http://basenacionalcomum.mec.gov.br/</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm</p><p>Disciplina</p><p>FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO</p><p>BRASILEIRA E POLÍTICAS</p><p>PÚBLICAS</p><p>nossa aula. Portanto, organize seus materiais de estudo e embarque conosco nessa jornada de</p><p>aprendizado.</p><p>Ponto de Partida</p><p>As políticas públicas desempenham um papel signi�cativo na formação de professores,</p><p>delimitando diretrizes e estratégias para garantir uma educação de qualidade. Investimentos</p><p>governamentais direcionados, programas de capacitação e incentivos �nanceiros são elementos</p><p>fundamentais dessas políticas e, nesse contexto, é necessário destacarmos também a formação</p><p>docente. Pensando nisso, partiremos da seguinte problemática: em meio aos desa�os</p><p>enfrentados na formação inicial de professores no Brasil, surge a preocupação com a e�cácia</p><p>das atuais políticas públicas. Questões emergem, questionando a abordagem curricular e a</p><p>integração de tecnologias no processo de ensino. Além disso, como garantir a equidade na</p><p>distribuição de recursos e oportunidades de formação entre diferentes regiões do país? Essas</p><p>incertezas impactam diretamente na preparação dos futuros educadores e na qualidade do</p><p>ensino oferecido nas diversas localidades. Diante desse cenário, como as políticas</p><p>públicas</p><p>atuais podem ser aprimoradas para abordar de maneira mais e�ciente as demandas</p><p>contemporâneas na formação inicial de professores, especialmente em relação à integração de</p><p>tecnologias? De que maneira as políticas podem ser desenvolvidas para assegurar uma</p><p>distribuição equitativa de recursos e oportunidades de formação entre as regiões, promovendo a</p><p>igualdade de condições para o desenvolvimento pro�ssional dos futuros educadores?</p><p>A seguir, ampliaremos nossos saberes para compreender essa problemática.</p><p>Bons estudos!</p><p>Vamos Começar!</p><p>Formação inicial na Lei de Diretrizes e Bases da Educação</p><p>Nacional – Lei nº 9.394/96</p><p>Para iniciarmos nossa re�exão sobre o tema, é fundamental compreendermos as diversas trilhas</p><p>disponíveis para a formação de professores. Apesar das transformações que aprimoraram e</p><p>alteraram algumas facetas desse processo formativo, há percursos que historicamente o</p><p>constituíram. Nesse primeiro momento, re�etiremos um pouco mais sobre a formação inicial.</p><p>Na formação inicial, os professores adquirem formalmente as informações que compõem o que</p><p>denominamos "saber da disciplina". A transposição didática realizada para tornar esse</p><p>conhecimento ensinável é parte integrante do "saber pedagógico". A convergência desses dois</p><p>aspectos resulta no que chamamos de "saber da experiência", englobando todos os</p><p>Disciplina</p><p>FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO</p><p>BRASILEIRA E POLÍTICAS</p><p>PÚBLICAS</p><p>conhecimentos que o pro�ssional acumula ao longo de sua trajetória pro�ssional, enriquecendo</p><p>o processo de ensino e aprendizagem e a formação enquanto docente.</p><p>A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), promulgada em 1996, desempenhou um</p><p>papel signi�cativo na reformulação da formação inicial de professores, respondendo às</p><p>demandas do país pós-redemocratização. Essa legislação representou um marco signi�cativo ao</p><p>estabelecer as bases para o sistema educacional brasileiro e introduziu mudanças substanciais</p><p>que reverberaram no âmbito da preparação dos futuros educadores.</p><p>O art. 62 da LDB estabelece que a formação de docentes para atuar na educação básica será</p><p>realizada por meio de cursos ao nível superior de licenciatura plena, sendo papel da União, do</p><p>Distrito Federal, dos estados e dos municípios promover a formação inicial e continuada de</p><p>professores. Além disso, destaca que os currículos de formação docente deverão ter por base os</p><p>preceitos da BNCC.</p><p>Um dos principais avanços introduzidos pela LDB foi a valorização da licenciatura como a</p><p>modalidade especí�ca para a formação de professores. Isso representou uma mudança</p><p>signi�cativa em relação aos cursos de curta duração e contribuiu para elevar o status da</p><p>pro�ssão, reconhecendo a importância de uma preparação mais aprofundada. Além disso, a</p><p>legislação destacou a necessidade de integração entre teoria e prática na formação de</p><p>professores. A ênfase na articulação entre os conhecimentos disciplinares e na didática busca</p><p>capacitar os futuros educadores a aplicarem efetivamente seus saberes no contexto escolar,</p><p>promovendo uma abordagem mais re�exiva e contextualizada. Conforme o art. 61 da LDB:</p><p>Parágrafo único. A formação dos pro�ssionais da educação, de modo a atender às</p><p>especi�cidades do exercício de suas atividades, bem como aos objetivos das diferentes etapas e</p><p>modalidades da educação básica, terá como fundamentos: I – a presença de sólida formação</p><p>básica, que propicie o conhecimento dos fundamentos cientí�cos e sociais de suas</p><p>competências de trabalho; II – a associação entre teorias e práticas, mediante estágios</p><p>supervisionados e capacitação em serviço; III – o aproveitamento da formação e experiências</p><p>anteriores, em instituições de ensino e em outras atividades; IV – a proteção integral dos direitos</p><p>de crianças e adolescentes e o apoio à formação permanente dos pro�ssionais de que trata</p><p>o caput deste artigo para identi�cação de maus-tratos, de negligência e de violência sexual</p><p>praticados contra crianças e adolescentes. (Brasil, 1996, [s. p.])</p><p>Em suma, a LDB representou uma transformação signi�cativa na formação inicial de professores,</p><p>alinhando-a com as necessidades e os desa�os do país pós-redemocratização. Ao elevar os</p><p>padrões de qualidade, promover a integralidade da preparação e valorizar a dimensão</p><p>pedagógica, a legislação contribuiu para a construção de uma base sólida para o</p><p>desenvolvimento da educação no Brasil.</p><p>E por que abordar a formação de professores? Apenas a licenciatura não seria su�ciente para o</p><p>exercício da pro�ssão? Se considerarmos a habilitação para o ensino, a resposta é sim. No</p><p>entanto, se analisarmos as exigências para uma prática educacional de qualidade e</p><p>Disciplina</p><p>FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO</p><p>BRASILEIRA E POLÍTICAS</p><p>PÚBLICAS</p><p>contextualizada, a resposta certamente é não. As constantes e signi�cativas mudanças</p><p>demandam uma formação contínua do professor para a ampliação de seu repertório.</p><p>Conforme os estudos de Gatti (2010), a formação de professores no Brasil passou por uma</p><p>evolução histórica signi�cativa. Inicialmente, no �nal do século XIX, a formação para o ensino</p><p>das "primeiras letras" ocorria em cursos especí�cos nas Escolas Normais, que correspondiam ao</p><p>nível secundário e, posteriormente, ao ensino médio a partir de meados do século XX. Essas</p><p>instituições continuaram a preparar docentes para os primeiros anos do ensino fundamental e a</p><p>educação infantil até a promulgação da Lei nº 9.394/1996, que postulou a formação desses</p><p>pro�ssionais ao nível superior, estabelecendo um prazo de dez anos para a transição.</p><p>No início do século XX, a preocupação com a formação de professores para o "secundário"</p><p>(correspondendo aos atuais anos �nais do ensino fundamental e ao ensino médio) surgiu,</p><p>resultando em cursos regulares e especí�cos. Antes disso, essa função era desempenhada por</p><p>pro�ssionais liberais ou autodidatas, dada a escassez de escolas secundárias e alunos. Na</p><p>década de 1930, a formação de bacharéis nas universidades acrescentou um ano com</p><p>disciplinas de educação para obtenção da licenciatura, conhecida como "3 + 1", aplicando-se</p><p>também ao curso de Pedagogia, regulamentado em 1939 (Gatti, 2010).</p><p>Em 1986, o Conselho Federal de Educação aprovou o Parecer nº 161, reformulando o curso de</p><p>Pedagogia e permitindo que esses cursos oferecessem formação para a docência de 1ª a 4ª</p><p>séries do ensino fundamental. Instituições privadas adaptaram-se a essa mudança nos anos</p><p>1980, enquanto a maioria dos cursos de Pedagogia em instituições públicas manteve sua</p><p>vocação original de formar bacharéis (Gatti, 2010).</p><p>Com a publicação da Lei n. 9.294/96 – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – em</p><p>dezembro de 1996, alterações são propostas tanto para as instituições formadoras como para os</p><p>cursos de formação de professores, tendo sido de�nido período de transição para efetivação de</p><p>sua implantação. Em 2002, as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação de Professores</p><p>são promulgadas e, nos anos subsequentes, as Diretrizes Curriculares para cada curso de</p><p>licenciatura passam a ser aprovadas pelo Conselho Nacional de Educação. (Gatti, 2010, p. 1357)</p><p>Conforme os estudos do autor, é importante destacarmos que, mesmo com os avanços no que</p><p>se refere às políticas e às regulamentações para a formação de professores no Brasil, observa-se</p><p>nas licenciaturas uma persistência histórica da ênfase na oferta de formação centrada na área</p><p>disciplinar especí�ca, com pouco espaço dedicado à formação pedagógica. À medida que</p><p>adentramos o século XXI, apesar das orientações mais integradoras quanto à relação "formação</p><p>disciplinar/formação para a docência", na prática, ainda vemos muitos aspectos do modelo</p><p>consagrado no início do século XX para licenciaturas.</p><p>A formação inicial abrange o magistério, o curso de Pedagogia e as licenciaturas especí�cas. O</p><p>magistério foi amplamente utilizado na década de 1990, com projetos incentivados pelo governo,</p><p>como o Centro Especí�co de Formação e Aperfeiçoamento do Magistério (CEFAM). Ministrado</p><p>em tempo integral ao longo de quatro anos, conferia aos estudantes a certi�cação do ensino</p><p>Disciplina</p><p>SINDICATO DOS ESPECIALISTAS DE EDUCAÇÃO DO ENSINO PÚBLICO MUNICIPAL DE SÃO</p><p>PAULO. Hierarquia das leis no Brasil. SINESP, 2020. Disponível em:</p><p>https://www.sinesp.org.br/images/2020/cursos2021/anexo_Hierarquia_das_Leis_no_Brasil.pdf.</p><p>Acesso em: 28 abr. 2024.</p><p>Aula 2</p><p>As Instituições Formadoras do Sistema Educacional Brasileiro</p><p>As instituições formadoras do sistema educacional brasileiro</p><p>Este conteúdo é um vídeo!</p><p>Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo</p><p>computador ou pelo aplicativo. Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao37.htm</p><p>https://www.sinesp.org.br/images/2020/cursos2021/anexo_Hierarquia_das_Leis_no_Brasil.pdf</p><p>Disciplina</p><p>FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO</p><p>BRASILEIRA E POLÍTICAS</p><p>PÚBLICAS</p><p>para assistir mesmo sem conexão à internet.</p><p>Dica para você</p><p>Aproveite o acesso para baixar os slides do vídeo, isso pode deixar sua</p><p>aprendizagem ainda mais completa.</p><p>Olá, estudante! Neste momento, aprofundaremos um pouco mais os aspectos referentes à</p><p>organização da educação e ao seu funcionamento, bem como compreender o papel e a função</p><p>dos órgãos públicos responsáveis pela sua administração e analisar o papel e a importância do</p><p>Plano Nacional de Educação. Esses aspectos, do funcionamento e da estruturação da educação</p><p>nacional, são fundamentais para re�etirmos sobre as dinâmicas que envolvem a educação e</p><p>como ela ocorre em diferentes partes do Brasil, considerando as dimensões continentais do</p><p>nosso país. Vamos lá?</p><p>Ponto de Partida</p><p>Olá, estudante! Para darmos sequência aos nossos estudos, imagine que Célia, diretora de uma</p><p>escola estadual, está participando de algumas palestras promovidas pela secretaria de educação</p><p>de seu munícipio, cujo tema é o Plano Nacional de Educação (PNE). Durante as palestras,</p><p>ressaltou-se que, desde a implementação do PNE, muitas metas ainda não foram plenamente</p><p>atingidas, como erradicar o analfabetismo, visto que ainda há signi�cativa parcela da população</p><p>brasileira não alfabetizada, especialmente em regiões mais vulneráveis.</p><p>Esse desa�o compromete diretamente a promoção de uma educação inclusiva e de qualidade</p><p>para todos, e Célia, presencia diretamente isso com as turmas de Educação de Jovens e Adultos</p><p>(EJA) que atende em sua escola. Algumas questões que podemos pensar diante disso é:</p><p>considerando a descentralização da implementação das políticas educacionais para estados e</p><p>municípios, como podemos fortalecer a colaboração entre os diferentes níveis de governo para</p><p>garantir a efetivação das metas estabelecidas no PNE? Quais são os principais obstáculos que</p><p>têm impedido o alcance da meta, por exemplo, de erradicação do analfabetismo, e como</p><p>podemos superá-los?</p><p>Não perca essas questões de vista, pois elas serão necessárias para compreendermos um pouco</p><p>mais as questões de organização da educação brasileira e ajudarão você e a Célia a entenderem</p><p>melhor essas dinâmicas. Vamos lá? Bons estudos!</p><p>Vamos Começar!</p><p>Disciplina</p><p>FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO</p><p>BRASILEIRA E POLÍTICAS</p><p>PÚBLICAS</p><p>Os entes federados e o regime de colaboração na organização</p><p>da educação brasileira (papel e função da União, dos estados e</p><p>dos munícipios em relação à educação)</p><p>Estudante, para iniciarmos essa discussão, é importante retomarmos alguns aspectos políticos</p><p>e históricos importantes. Com a promulgação da Constituição de 1988 e a redemocratização do</p><p>país, o Brasil adotou o sistema federativo, sendo composto por quatro entes federados (União,</p><p>estados, municípios e Distrito Federal). Esse sistema é caracterizado, principalmente, pela</p><p>cooperação, envolvendo responsabilidades comuns entre os entes federativos. Conforme os</p><p>estudos de Costa (2010), para entender o princípio da federação, é necessário diferenciar</p><p>federalismo e federação:</p><p>Quando dizemos Federação, estamos nos referindo a um Estado organizado constitucionalmente</p><p>sob um regime federativo, isto é, que reconhece duas ou mais esferas de poder político – com</p><p>graus diferenciados de autonomia – dentro de um mesmo espaço territorial cujo monopólio da</p><p>coerção legítima, e, portanto, a soberania, é exercido por um único corpo político: o governo</p><p>federal. Quando usamos a palavra federalismo, estamos fazendo referência a um princípio de</p><p>organização política tão complexo e relevante para a compreensão do mundo contemporâneo</p><p>como o liberalismo, o socialismo ou o comunismo. (Costa, 2010, p. 730)</p><p>Em comparação a outras formas de organização, o federalismo se distingue dos sistemas</p><p>unitários pelos princípios de representação popular e territorial. A representação popular abrange</p><p>todos os cidadãos com direito a voto, enquanto a representação territorial concede a cada</p><p>governo o direito de designar representantes junto ao poder nacional, limitando a esfera de ação</p><p>da representação popular. O Regime de Colaboração estabelece a necessidade de cooperação</p><p>entre os entes federativos para a oferta da educação. Isso implica que certas áreas devem</p><p>receber prioridade de cada ente, embora as competências não sejam exclusivas. Na prática, o</p><p>governo federal (União) assume a principal responsabilidade pelo planejamento e pelo</p><p>gerenciamento do sistema educacional nacional. Ele elabora normas, como a Política Nacional</p><p>de Educação, regula as instituições de ensino e supervisiona os ensinos superior e técnico.</p><p>Os governos estaduais, por sua vez, têm a responsabilidade principal pelo ensino médio e</p><p>fundamental II, enquanto os municípios são encarregados das creches, da educação infantil e do</p><p>ensino fundamental I.</p><p>Ente federado Função Órgãos</p><p>União</p><p>Organizar e �nanciar o</p><p>sistema federal de</p><p>ensino</p><p>MEC e Conselho</p><p>Nacional de Educação</p><p>(CNE)</p><p>Estados e Distrito</p><p>Federal</p><p>Manter e zelar pelas</p><p>redes de ensino de</p><p>Conselho Estadual de</p><p>Educação (CEE) e</p><p>Disciplina</p><p>FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO</p><p>BRASILEIRA E POLÍTICAS</p><p>PÚBLICAS</p><p>níveis fundamental e</p><p>médio e universidades</p><p>estaduais.</p><p>Secretarias Estaduais</p><p>de Educação (SEE)</p><p>Municípios</p><p>Manter, coordenar e</p><p>zelar pelas</p><p>instituições de ensino</p><p>fundamental -anos</p><p>iniciais e educação</p><p>infantil</p><p>Secretaria Municipal</p><p>de Educação (SME) e</p><p>Conselho Municipal de</p><p>Educação (CME)</p><p>Quadro 1 | Atribuições dos entes federados Fonte: adaptado de Campioni (2018).</p><p>Em síntese, o sistema federativo brasileiro, baseado na divisão de competências entre União,</p><p>estados, municípios e Distrito Federal, exerce impacto signi�cativo na organização da educação.</p><p>A Constituição atribui responsabilidades especí�cas a cada ente federativo, permitindo</p><p>autonomia na elaboração de políticas educacionais. Isso resulta em diversidade nas abordagens</p><p>pedagógicas e nas condições de ensino, re�etindo desa�os e oportunidades para a busca de</p><p>uma educação equitativa em todo o país.</p><p>Os órgãos responsáveis pela educação brasileira: princípios e</p><p>�ns da educação nacional</p><p>Dentro do sistema federativo, para que o regime de colaboração se efetive, cada ente e os órgãos</p><p>competentes devem se articular para �scalização, avaliação e acompanhamento das políticas e</p><p>organização da educação básica. A começar pelo Ministério da Educação (MEC) e pelo Conselho</p><p>Nacional (CNE) sob responsabilidade da União. Esses dois órgãos têm papel fundamental para a</p><p>organização da educação na esfera federal. Conforme a LDB, no art. 8º, “Caberá à União a</p><p>coordenação da política nacional de educação, articulando os diferentes níveis e sistemas e</p><p>exercendo função normativa, redistributiva e supletiva em relação às demais instâncias</p><p>educacionais” (Brasil, 1996, [s. p.]).</p><p>O MEC foi criado na década de 1930, durante o governo de Getúlio Vargas, sob o nome de</p><p>Ministério dos Negócios da Educação e Saúde Pública. A partir de 1995, passou a atuar</p><p>exclusivamente nos assuntos educacionais. É responsável pela política nacional de educação em</p><p>sua totalidade, bem como pelo gerenciamento de diferentes programas, como o Programa</p><p>Universidade para Todos (PROUNI), o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), o Fundo de</p><p>Financiamento Estudantil (FIES) e o Sistema de Seleção Uni�cada (SISU), além de elaborar</p><p>Planos Nacionais de Educação (PNE) e supervisionar</p><p>FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO</p><p>BRASILEIRA E POLÍTICAS</p><p>PÚBLICAS</p><p>médio e do magistério, habilitando-os para atuar na educação infantil e nos anos iniciais do</p><p>ensino fundamental, do 1º ao 5º ano.</p><p>A partir de 1996, com a aprovação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), que tinha</p><p>como um de seus objetivos aprimorar a qualidade do ensino, os cursos de magistério foram</p><p>gradualmente substituídos pelos cursos de Pedagogia e licenciaturas, oferecidos no ensino</p><p>superior. O curso de Pedagogia habilita o pro�ssional para atuar no mesmo segmento que o</p><p>magistério, abrangendo desde a educação infantil até o ensino fundamental, do 1º ao 5º ano.</p><p>Além disso, possibilita a atuação como gestor nas unidades de ensino e a progressão na carreira</p><p>para supervisão escolar, habilitação não conferida aos que cursam apenas o magistério.</p><p>As licenciaturas direcionam a formação inicial para especialistas de áreas especí�cas, como</p><p>Ciências Biológicas, Letras, Matemática, História, Educação Física, entre outros. No caso dos</p><p>pro�ssionais de Educação Física e Artes, a atuação envolve toda a educação básica. Nas demais</p><p>áreas, o foco está no ensino fundamental anos �nais e ensino médio, incluindo a educação de</p><p>jovens e adultos.</p><p>Siga em Frente...</p><p>Plano Nacional de Educação: metas e estratégias para formação</p><p>de professores</p><p>A formação de professores, para além das particularidades e oportunidades mencionadas</p><p>anteriormente, está também orientada por diretrizes especí�cas, promovendo o desenvolvimento</p><p>e a elaboração de propostas comuns a todos os pro�ssionais do país. O Decreto nº 8.752, de</p><p>2016, que estabelece a Política Nacional de Formação dos Pro�ssionais da Educação Básica,</p><p>de�ne no art. 1º: "Fica instituída a Política Nacional de Formação dos Pro�ssionais da Educação</p><p>Básica, para �xar seus princípios e objetivos, e de organizar seus programas e ações, em regime</p><p>de colaboração entre os sistemas de ensino e em consonância com o Plano Nacional de</p><p>Educação – PNE" (Brasil, 2016, [s. p.]).</p><p>A partir do Parecer nº 22/2019, que já alinha as orientações para a formação inicial da Base</p><p>Nacional Comum Curricular (BNCC), foram elaborados outros documentos orientadores, todos</p><p>com o propósito central de aprimorar os índices de aprendizagem no país. Dentre eles, destaca-</p><p>se a Resolução nº 2, de 20 de dezembro de 2019, que estabelece as Diretrizes Curriculares</p><p>Nacionais para a Formação Inicial de Professores para a Educação Básica e institui a Base</p><p>Nacional Comum para a Formação Inicial de Professores da Educação Básica (BNCC-Formação).</p><p>Conforme o documento, as aprendizagens essenciais previstas na BNCC, que devem ser</p><p>oferecidas aos estudantes da educação básica, requerem o estabelecimento das competências</p><p>pro�ssionais pertinentes aos professores. Isso implica que a perspectiva de formação dos</p><p>Disciplina</p><p>FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO</p><p>BRASILEIRA E POLÍTICAS</p><p>PÚBLICAS</p><p>professores deve levar em consideração as diretrizes estabelecidas para os estudantes e as</p><p>necessidades de competências e habilidades do pro�ssional de educação do século XXI.</p><p>Trabalhar para o desenvolvimento de competências e habilidades difere da organização de</p><p>propostas para a transmissão de uma lista de conteúdo em uma perspectiva tradicional de</p><p>educação. Enfatizando a BNCC, é essencial lembrar que ela apresenta as 10 competências gerais</p><p>que permeiam todas as áreas do conhecimento e devem ser progressivamente trabalhadas ao</p><p>longo de toda a educação básica. Além disso, cada componente curricular possui um conjunto</p><p>de competências especí�cas que auxiliam no planejamento do professor.</p><p>Dentro desse contexto, é necessário retomarmos e discutirmos o PNE (2014-2024), pois ele</p><p>apresenta metas especí�cas voltadas para a formação de professores. Como exemplo, podemos</p><p>citar a Meta 15, que traz a necessidade de todos os professores da educação básica terem</p><p>formação especí�ca ao nível superior, obtida em curso de licenciatura na área de conhecimento</p><p>em que atuam, ou a Meta 16, que objetiva formar 50% dos professores da educação básica em</p><p>nível de pós-graduação lato e stricto sensu e garantir a todos uma formação continuada em sua</p><p>área de atuação. Tudo isso buscando a melhoria da educação em todo território nacional.</p><p>Segundo o relatório de acompanhamento do PNE (2022), no que se refere à Meta 15, o período</p><p>de 2013 a 2021 revela um aumento na proporção de docentes com formação superior adequada</p><p>à área de conhecimento que lecionam, atingindo 60,7% na educação infantil, 71,2% nos anos</p><p>iniciais do ensino fundamental, 58,5% nos anos �nais e 66,6% no ensino médio. Contudo, esses</p><p>índices continuam longe da meta de 100% estabelecida pelo PNE. A partir dos dados obtidos</p><p>pelo acompanhamento, constatou-se a persistência de desigualdades regionais no que se refere</p><p>à formação de professores.</p><p>Já em relação à Meta 16, ao longo do período de 2013 a 2021, observamos transformações</p><p>signi�cativas na formação docente em pós-graduação e formação continuada na educação</p><p>básica brasileira. O percentual de professores com titulação ao nível de pós-graduação cresceu</p><p>de 30,2% para 44,7%, sugerindo a possibilidade de alcançar a meta de 50% até 2024, caso o ritmo</p><p>de crescimento se mantenha.</p><p>Esse aumento na titulação de pós-graduação é impulsionado, principalmente, pela</p><p>especialização, abrangendo 40,7% dos docentes em 2021, enquanto 3,3% possuem mestrado, e</p><p>0,8%, doutorado. Desigualdades regionais persistem, com os maiores percentuais nas regiões Sul</p><p>(64,0%) e Centro-Oeste (53,4%).</p><p>Se pensarmos em termos territoriais, professores em áreas urbanas apresentam uma maior</p><p>proporção de pós-graduação (46,1%) em comparação com áreas rurais (39,6%), embora a</p><p>disparidade tenha diminuído de 11,9 p.p., em 2013, para 6,5 p.p., em 2021. Redes públicas</p><p>demonstram percentuais superiores de professores com pós-graduação em comparação com a</p><p>rede privada (27,6%). Quanto à formação continuada, o percentual de professores na educação</p><p>básica que participaram de cursos aumentou de 30,6% para 40,0%. No entanto, alcançar a meta</p><p>de 100% até o �nal do PNE ainda exige a formação de um número signi�cativo de professores.</p><p>Disciplina</p><p>FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO</p><p>BRASILEIRA E POLÍTICAS</p><p>PÚBLICAS</p><p>Diferenças regionais persistem na formação continuada, com a Região Sul liderando (61,3%), e a</p><p>Região Sudeste apresentando o percentual mais baixo (29,3%), com uma diminuição de 0,8 p.p.</p><p>em 2021. É importante destacar que as redes públicas, exceto a rede federal, foram as principais</p><p>impulsionadoras da formação continuada. A maioria das unidades da Federação testemunhou</p><p>um aumento nos percentuais de professores formados ao nível de pós-graduação e formação</p><p>continuada entre 2013 e 2021.</p><p>Considerando os dados mencionados anteriormente, podemos inferir que, apesar de avanços no</p><p>que se refere à formação de docentes, ainda temos desa�os especí�cos que requerem atenção</p><p>nos próximos anos. A redução das disparidades regionais nesse quesito é essencial para garantir</p><p>que todos os educadores tenham acesso a oportunidades de aprimoramento pro�ssional. Além</p><p>disso, as conclusões sobre a adequação da formação dos professores para atender às diferentes</p><p>etapas do ensino fundamental e médio destacam desa�os regionais e setoriais. O Norte e o</p><p>Nordeste, por exemplo, enfrentam obstáculos especí�cos nos anos �nais do ensino fundamental,</p><p>exigindo estratégias direcionadas para melhorar a qualidade da formação docente nessas áreas.</p><p>Portanto, as próximas décadas exigirão uma abordagem global e integrada, considerando não</p><p>apenas a ampliação das titulações mas também a superação das desigualdades regionais, a</p><p>promoção efetiva da formação continuada e o enfrentamento dos desa�os especí�cos de cada</p><p>etapa e região, conforme delineado pelo Plano Nacional de Educação.</p><p>Campos de atuação do licenciado</p><p>Caro futuro professor, a partir do que estamos discutindo até aqui, podemos inferir que ingressar</p><p>em um curso de formação de professores é mais do que uma escolha pro�ssional; é um</p><p>compromisso com o desenvolvimento humano e a construção do futuro. Por isso, neste</p><p>momento da aula,</p><p>é importante conversarmos sobre os campos de atuação dos professores. Os</p><p>licenciados em cursos de formação de professores possuem uma vasta gama de campos de</p><p>atuação, nos quais suas habilidades se tornam essenciais.</p><p>Na Educação Básica, desde a educação infantil até o ensino médio, o professor desempenha um</p><p>papel signi�cativo na formação de cidadãos críticos e participativos. Sua atuação transcende a</p><p>transmissão de conhecimento; sendo um agente de transformação, proporcionando ferramentas</p><p>para o enfrentamento dos desa�os do mundo contemporâneo. Conforme Freire (2014, p. 25):</p><p>É neste sentido que ensinar não é transferir conhecimentos, conteúdos, nem formar é ação pela</p><p>qual um sujeito criador dá forma, estilo ou alma a um corpo indeciso e acomodado. Não há</p><p>docência sem discência, as duas se explicam e seus sujeitos, apesar das diferenças que os</p><p>conotam, não se reduzem à condição de objeto um do outro. Quem ensina aprende ao ensinar e</p><p>quem aprende ensina ao aprender.</p><p>Além das salas de aula, os licenciados podem encontrar oportunidades em outros espaços. A</p><p>pesquisa educacional, em programas de mestrado e doutorado, por exemplo, permite a</p><p>Disciplina</p><p>FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO</p><p>BRASILEIRA E POLÍTICAS</p><p>PÚBLICAS</p><p>investigação e a implementação de novas abordagens pedagógicas, contribuindo para a</p><p>evolução constante do ensino e da ciência no país. A gestão educacional é outra área relevante,</p><p>na qual o professor (pedagogo) pode assumir papéis administrativos, coordenando equipes,</p><p>elaborando projetos pedagógicos e promovendo melhorias nas instituições de ensino.</p><p>Ainda existe a possibilidade de atuação nas áreas da educação de jovens e adultos, educação</p><p>especial e educação pro�ssional, a depender da especialização dos conhecimentos do docente.</p><p>É válido destacarmos que a formação contínua é um pilar vital da atuação docente na atualidade,</p><p>para que eles permaneçam atualizados e preparados para enfrentamento dos desa�os de uma</p><p>sociedade em constante transformação.</p><p>Vamos Exercitar?</p><p>Estudante, retomando nossa problemática inicial de estudos, podemos analisar que a formação</p><p>de professores é uma temática importante nas políticas educacionais e nas discussões sobre</p><p>qualidade educacional. Desse modo, políticas públicas devem sempre ser revisadas e revistas,</p><p>ao passo que novas demandas e mudanças educacionais ocorrem. Nesse contexto, uma</p><p>abordagem integrada é necessária, envolvendo a revisão e a atualização constante das políticas</p><p>públicas de formação docente, com especial atenção à inclusão de elementos tecnológicos e</p><p>práticos, visando, por exemplo, à redução das disparidades regionais. Investimentos</p><p>direcionados para infraestrutura e capacitação de professores, aliados a um monitoramento e</p><p>acompanhamento efetivo da implementação das ações planejadas e realizadas, podem</p><p>contribuir para a construção de um cenário mais equitativo e e�caz no processo formativo,</p><p>promovendo uma educação de qualidade em todo o território nacional.</p><p>Saiba mais</p><p>Acadêmico, para aprofundamento dos seus estudos e conhecimentos, sugerimos a leitura e</p><p>estudo do texto História da formação de professores, escrito pela professora Leonor Maria</p><p>Tanuri. Ele apresenta uma síntese da evolução do ensino no país, considerando as ações do</p><p>Estado e as políticas educacionais.</p><p>TANURI, L. M. História da formação de professores. Revista Brasileira de Educação, n. 14, p. 61-</p><p>88, 2000.</p><p>Aguardaremos você para nossa próxima aula!</p><p>Referências</p><p>Disciplina</p><p>FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO</p><p>BRASILEIRA E POLÍTICAS</p><p>PÚBLICAS</p><p>BRASIL. Decreto nº 8.752, de 09 de maio de 2016. Dispõe sobre a Política Nacional de Formação</p><p>dos Pro�ssionais da Educação Básica. Brasília: Presidência da República, [2024]. Disponível em:</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2016/decreto/d8752.htm. Acesso em: 29</p><p>abr. 2024.</p><p>BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação</p><p>nacional. Brasília: Presidência da República, [2024]. Disponível em:</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm. Acesso em: 29 abr. 2024.</p><p>BRASIL. Lei nº 13.005, de 25 de junho de 2014. Aprova o Plano Nacional de Educação - PNE e dá</p><p>outras providências. Brasília: Presidência da República, [2024]. Disponível em:</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2014/lei/l13005.htm. Acesso em: 29 abr.</p><p>2024.</p><p>BRASIL. Resolução nº 2, de 20 de dezembro de 2019. De�ne as Diretrizes Curriculares Nacionais</p><p>para a Formação de Professores para a Educação Básica e institui a Base Nacional Comum para</p><p>Formação Inicial de Professores da Educação Básica (BNC-Formação). Brasília: CNE, [2024].</p><p>Disponível em: http://portal.mec.gov.br/docman/dezembro-2019-pdf/135951-rcp002-19/�le.</p><p>Acesso em: 29 abr. 2024.</p><p>BRASIL. Parecer nº 22, de 7 de novembro de 2019. Diretrizes Curriculares Nacionais para a</p><p>Formação Inicial de Professores para a Educação Básica e Base Nacional Comum para a</p><p>Formação Inicial de Professores da Educação Básica (BNC-Formação). Brasília: CNE, [2024].</p><p>Disponível em: http://portal.mec.gov.br/index.php?</p><p>option=com_docman&view=download&alias=133091-pcp022-19-3&category_slug=dezembro-</p><p>2019-pdf&Itemid=30192. Acesso em: 29 abr. 2024.</p><p>BRASIL. Relatório do 4º Ciclo de Monitoramento das Metas do Plano Nacional de Educação –</p><p>2022. Brasília: Inep, 2022. Disponível em:</p><p>https://download.inep.gov.br/publicacoes/institucionais/plano_nacional_de_educacao/relatorio_</p><p>do_quarto_ciclo_de_monitoramento_das_metas_do_plano_nacional_de_educacao.pdf. Acesso</p><p>em: 18 fev. 2024.</p><p>FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 49. ed. Rio de</p><p>Janeiro: Paz e Terra, 2014.</p><p>GATTI, B. A Formação de professores no Brasil: características e problemas. Educação &</p><p>Sociedade, v. 31, p. 1355-1379, 2010.</p><p>Aula 2</p><p>Diretrizes Curriculares de Formação Docente</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm</p><p>https://download.inep.gov.br/publicacoes/institucionais/plano_nacional_de_educacao/relatorio_do_quarto_ciclo_de_monitoramento_das_metas_do_plano_nacional_de_educacao.pdf</p><p>https://download.inep.gov.br/publicacoes/institucionais/plano_nacional_de_educacao/relatorio_do_quarto_ciclo_de_monitoramento_das_metas_do_plano_nacional_de_educacao.pdf</p><p>Disciplina</p><p>FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO</p><p>BRASILEIRA E POLÍTICAS</p><p>PÚBLICAS</p><p>Diretrizes curriculares de formação docente</p><p>Este conteúdo é um vídeo!</p><p>Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo</p><p>computador ou pelo aplicativo. Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo</p><p>para assistir mesmo sem conexão à internet.</p><p>Dica para você</p><p>Aproveite o acesso para baixar os slides do vídeo, isso pode deixar sua</p><p>aprendizagem ainda mais completa.</p><p>Olá, querido estudante!</p><p>Em nossa jornada educacional contínua, dedicaremos nosso tempo para explorar diretrizes</p><p>especí�cas relacionadas à formação de professores no Brasil. Compreender essas orientações e</p><p>seus conteúdos é essencial para cultivar uma prática pro�ssional mais engajada e consciente.</p><p>Neste encontro, conheceremos também alguns programas nacionais direcionados à formação</p><p>de professores, além de explorar a BNC-Formação. Preparado para embarcar nessa jornada?</p><p>Ponto de Partida</p><p>Estudante, considerando o contexto de formação dos professores no Brasil, é importante</p><p>olharmos para as questões relacionadas às diretrizes e políticas especí�cas que orientam a</p><p>formação dos professores, para entendermos melhor os caminhos trilhados historicamente</p><p>relacionados à constituição dessa pro�ssão. As legislações e diretrizes que regem a formação</p><p>de professores exercem uma in�uência marcante no panorama educacional, orientando a</p><p>maneira como os futuros educadores são preparados para enfrentar os desa�os da prática</p><p>pedagógica.</p><p>Essas normativas desempenham um papel fundamental na busca por padrões mais elevados e</p><p>coerência nos currículos dos cursos de formação. Ao estabelecerem competências essenciais,</p><p>as leis direcionam a atenção para áreas críticas, como didática, avaliação e inclusão, garantindo</p><p>que os professores em formação adquiram habilidades e competências para o exercício</p><p>docente.</p><p>A partir desse aspecto, imagine a seguinte situação: em uma instituição de ensino superior, os</p><p>professores estão enfrentando desa�os relacionados à implementação da BNC-Formação na</p><p>formação de professores no Brasil. A necessidade de alinhar os currículos dos cursos de</p><p>formação com as diretrizes da BNC-Formação, garantindo uma abordagem mais integrada e</p><p>coerente, tornou-se uma preocupação para os educadores. Como garantir que a formação</p><p>docente esteja alinhada com as diretrizes da BNC-Formação, proporcionando uma preparação</p><p>Disciplina</p><p>FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO</p><p>BRASILEIRA E POLÍTICAS</p><p>PÚBLICAS</p><p>mais consistente e alinhada com as necessidades educacionais contemporâneas? Como avaliar</p><p>e acompanhar de forma e�caz a implementação da BNC na formação de professores?</p><p>A partir dessas re�exões, ampliaremos nossos estudos. Contamos com a sua participação!</p><p>Vamos Começar!</p><p>Marcos legais: Parecer nº 22/2019, Decreto nº 8.752/2016 e</p><p>Resolução nº 2/2019</p><p>Desde a homologação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), a importância da</p><p>formação de todos os pro�ssionais que atuam na educação foi explicitamente reconhecida. Os</p><p>cursos de formação inicial proporcionam as ferramentas fundamentais para o exercício da</p><p>pro�ssão. No entanto, a ressigni�cação constante dessas práticas é um movimento essencial.</p><p>Esse processo não descarta as experiências anteriores, mas, sim, possibilita a expansão do</p><p>repertório, permitindo que os pro�ssionais atuem e interajam de maneira e�caz em diversos</p><p>contextos.</p><p>Além das legislações, como LDB e Constituição Federal, diretrizes especí�cas orientam a</p><p>organização de cursos e currículos de formação de professores. O Ministério da Educação</p><p>estabelece normas nacionais abrangentes para esses cursos, incluindo critérios, como carga</p><p>horária mínima, estágios e atividades complementares. A instituição de ensino é responsável</p><p>pela estruturação do currículo, selecionando disciplinas que compõem a parte comum e</p><p>diversi�cada do curso. Essas diretrizes visam assegurar a qualidade e a consistência da</p><p>formação oferecida em todo o território nacional.</p><p>O Decreto nº 8.752, de 9 de maio de 2016, dispõe sobre a política nacional de formação de</p><p>professores, especi�cando, no art. 2º, que, para o exercício pro�ssional, a formação de</p><p>professores deverá considerar o compromisso com um projeto social, político e ético, que é</p><p>essencial para a consolidação de uma nação democrática, justa e inclusiva, buscando a</p><p>emancipação dos indivíduos e grupos sociais. Além disso, há o compromisso voltado ao</p><p>aprendizado dos estudantes na idade certa, visando à redução das desigualdades educacionais e</p><p>sociais (Brasil, 2016).</p><p>No contexto da legislação, a compreensão dos pro�ssionais da educação como agentes</p><p>fundamentais do processo educativo é ressaltada, necessitando de acesso permanente a</p><p>processos formativos e atualização pro�ssional. A valorização desses pro�ssionais se traduz em</p><p>políticas de estímulo à pro�ssionalização, progressão na carreira e melhoria das condições de</p><p>trabalho. Nesse contexto, são objetivos da Política Nacional de Formação de Professores:</p><p>I - instituir o Programa Nacional de Formação de Pro�ssionais da Educação Básica, o qual deverá</p><p>articular ações das instituições de ensino superior vinculadas aos sistemas federal, estaduais e</p><p>Disciplina</p><p>FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO</p><p>BRASILEIRA E POLÍTICAS</p><p>PÚBLICAS</p><p>distrital de educação, por meio da colaboração entre o Ministério da Educação, os Estados, o</p><p>Distrito Federal e os Municípios;</p><p>II - induzir avanços na qualidade da educação básica e ampliar as oportunidades de formação</p><p>dos pro�ssionais para o atendimento das políticas deste nível educacional em todas as suas</p><p>etapas e modalidades, e garantir a apropriação progressiva da cultura, dos valores e do</p><p>conhecimento, com a aprendizagem adequada à etapa ou à modalidade cursada pelos</p><p>estudantes;</p><p>III - identi�car, com base em planejamento estratégico nacional, e suprir, em regime de</p><p>colaboração, a necessidade das redes e dos sistemas de ensino por formação inicial e</p><p>continuada dos pro�ssionais da educação básica, de forma a assegurar a oferta em quantidade e</p><p>nas localidades necessárias;</p><p>IV - promover a integração da educação básica com a formação inicial e continuada,</p><p>consideradas as características culturais, sociais e regionais em cada unidade federativa;</p><p>V - apoiar a oferta e a expansão de cursos de formação inicial e continuada em exercício para</p><p>pro�ssionais da educação básica pelas instituições de ensino superior em diferentes redes e</p><p>sistemas de ensino, conforme estabelecido pela Meta 15 do PNE;</p><p>VI - promover a formação de pro�ssionais comprometidos com os valores de democracia, com a</p><p>defesa dos direitos humanos, com a ética, com o respeito ao meio ambiente e com relações</p><p>étnico-raciais baseadas no respeito mútuo, com vistas à construção de ambiente educativo</p><p>inclusivo e cooperativo;</p><p>VII - assegurar o domínio dos conhecimentos técnicos, cientí�cos, pedagógicos e especí�cos</p><p>pertinentes à área de atuação pro�ssional, inclusive da gestão educacional e escolar, por meio da</p><p>revisão periódica das diretrizes curriculares dos cursos de licenciatura, de forma a assegurar o</p><p>foco no aprendizado do aluno;</p><p>VIII - assegurar que os cursos de licenciatura contemplem carga horária de formação geral,</p><p>formação na área do saber e formação pedagógica especí�ca, de forma a garantir o campo de</p><p>prática inclusive por meio de residência pedagógica; e</p><p>IX - promover a atualização teórico-metodológica nos processos de formação dos pro�ssionais</p><p>da educação básica, inclusive no que se refere ao uso das tecnologias de comunicação e</p><p>informação nos processos educativos. (Brasil, 2016, [s. p.])</p><p>Com a promulgação da BNCC, temos uma demanda por aprimoramento da formação docente,</p><p>visando atender às orientações e indicações previstas na Base. O principal foco está no</p><p>desenvolvimento de competências e habilidades. A Resolução CNE/CP nº 2, de 20 de dezembro</p><p>de 2019, de�ne as Diretrizes Nacionais Curriculares para Formação Inicial de Professores. A</p><p>resolução apresenta considerações sobre competências gerais e competências especí�cas</p><p>Disciplina</p><p>FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO</p><p>BRASILEIRA E POLÍTICAS</p><p>PÚBLICAS</p><p>esperadas desse pro�ssional. As competências especí�cas pertencem a três dimensões:</p><p>conhecimento pro�ssional, prática pro�ssional e engajamento pro�ssional.</p><p>O Parecer nº 22/2019 ressalta que o conhecimento pro�ssional implica uma formação especí�ca</p><p>que viabiliza a atuação docente de forma autônoma. Re�ete a aquisição de saberes que</p><p>conferem signi�cado e sentido à prática pro�ssional no contexto escolar. Os conhecimentos</p><p>relacionados à área, à etapa e ao componente curricular constituem o cerne da competência.</p><p>Já o conhecimento pro�ssional enfatiza que tão importante quanto explorar os saberes é</p><p>reconhecer a importância do conhecimento pedagógico do conteúdo. Isso se refere à maneira</p><p>como esses saberes são abordados em sala de aula, incluindo sequências didáticas, progressão</p><p>e complexidade do conhecimento, experiências práticas, planejamento, metodologias inovadoras</p><p>e aprendizagem ativa. A apropriação desse conhecimento pedagógico permite que o licenciando,</p><p>ao longo de sua formação e carreira, conduza de maneira coesa situações de aula com ênfase</p><p>tanto no conhecimento quanto no desenvolvimento de competências, alinhando processos</p><p>cognitivos e socioemocionais, conforme indicado pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC).</p><p>Por �m, o engajamento pro�ssional é atividade intrínseca ao conhecimento e representa a</p><p>habilidade docente do professor. Ele implica um compromisso moral e ético com estudantes,</p><p>colegas, gestores, comunidade escolar e outros agentes do sistema educacional. O envolvimento</p><p>pro�ssional abrange compromissos consigo mesmo (desenvolvimento pessoal e pro�ssional),</p><p>com o outro (aprendizagem e pleno desenvolvimento do estudante) e com os demais (interação</p><p>com colegas, atores educacionais, comunidade e sociedade).</p><p>A partir das legislações para formação de professores, podemos inferir que trabalhar para o</p><p>desenvolvimento</p><p>de competências e habilidades implica uma abordagem distinta da simples</p><p>transmissão de conteúdo.</p><p>Em conclusão, os marcos legais, tais como o Parecer nº 22/2019, o Decreto nº 8.752/2016 e a</p><p>Resolução nº 2/2019, desempenham um papel fundamental na orientação e na organização da</p><p>formação de professores no contexto educacional brasileiro. Esses instrumentos normativos</p><p>representam um esforço consistente para alinhar a formação de educadores às demandas</p><p>contemporâneas, promovendo a melhoria da qualidade do ensino e a busca pela equidade no</p><p>acesso à educação. Ao estabelecerem diretrizes claras, esses marcos legais proporcionam um</p><p>arcabouço sólido para as instituições de ensino superior e demais envolvidos no processo</p><p>formativo, contribuindo para o desenvolvimento de pro�ssionais capacitados, comprometidos e</p><p>alinhados às exigências do cenário educacional atual.</p><p>Siga em Frente...</p><p>Programas de formação: PROUNI, UAB, FIES, PIBID e Residência</p><p>Pedagógica</p><p>Disciplina</p><p>FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO</p><p>BRASILEIRA E POLÍTICAS</p><p>PÚBLICAS</p><p>Os programas governamentais, como o Programa Universidade para Todos (PROUNI), a</p><p>Universidade Aberta do Brasil (UAB) e o Fundo de Financiamento do Estudante do Ensino</p><p>Superior (FIES), desempenham um papel fundamental no contexto das políticas públicas</p><p>educacionais. Estabelecidos com o intuito de promover o acesso e a quali�cação pro�ssional,</p><p>essas iniciativas re�etem o compromisso do governo em criar oportunidades para o</p><p>desenvolvimento acadêmico e pro�ssional dos cidadãos.</p><p>Entre alguns exemplos de programas, encontramos o PROUNI, que oferece bolsas de estudo e</p><p>amplia o acesso ao ensino superior, contribuindo para a formação de pro�ssionais quali�cados</p><p>em diversas áreas, inclusive na educação. A UAB, por sua vez, destaca-se ao focar na formação</p><p>de professores da Educação Básica por meio de cursos a distância, promovendo a expansão do</p><p>conhecimento pedagógico. O FIES, ao proporcionar �nanciamento para cursos de graduação,</p><p>especialmente para estudantes de baixa renda, não apenas facilita o acesso à educação superior</p><p>mas também apoia a formação de pro�ssionais em diversas áreas, incluindo a docência.</p><p>O Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID) concede bolsas de iniciação</p><p>à docência a estudantes de cursos presenciais que se dedicam a estágios em escolas públicas.</p><p>Ao se formarem, esses estudantes assumem o compromisso de atuar como professores na rede</p><p>pública, buscando estabelecer precocemente a conexão entre os futuros mestres e as salas de</p><p>aula do sistema público de ensino.</p><p>Além desses programas, é necessário destacarmos o programa de Residência Pedagógica, que é</p><p>uma iniciativa inserida na Política Nacional de Formação de Professores, com o propósito de</p><p>impulsionar o aprimoramento do estágio curricular supervisionado nos cursos de licenciatura.</p><p>Seu objetivo é proporcionar a imersão do estudante em licenciatura na escola de educação</p><p>básica, a partir da segunda metade do curso. Durante essa imersão, atividades, como regência</p><p>de sala de aula e intervenção pedagógica, são realizadas sob a supervisão de um professor</p><p>experiente na área de ensino do licenciando e com a orientação de um docente de sua instituição</p><p>formadora.</p><p>Embora esses programas não tenham exclusividade somente na formação de professores,</p><p>desempenham um papel signi�cativo nas políticas públicas ao democratizar o acesso à</p><p>educação e promover a quali�cação pro�ssional, alinhando-se aos objetivos de desenvolvimento</p><p>educacional do país.</p><p>Em suma, essas estratégias, aliadas à autonomia das instituições, destacam-se como incentivos</p><p>para a formação inicial. Documentos regulatórios, como a BNC-Formação, e programas, como o</p><p>PIBID, evidenciam o compromisso contínuo com a qualidade da educação e a articulação entre</p><p>educação básica e ensino superior como um caminho enriquecedor e promissor para os futuros</p><p>pro�ssionais da educação.</p><p>BNC-Formação</p><p>Disciplina</p><p>FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO</p><p>BRASILEIRA E POLÍTICAS</p><p>PÚBLICAS</p><p>A Base Nacional Comum para a Formação Inicial de Professores da Educação Básica, conhecida</p><p>também como BNC-Formação, é um documento que estabelece diretrizes e referenciais para a</p><p>formação inicial de professores no contexto brasileiro. Ela visa orientar as instituições de ensino</p><p>superior na organização de seus cursos, promovendo uma formação alinhada aos princípios da</p><p>Educação Básica.</p><p>A BNC-Formação está fundamentada nas orientações da Base Nacional Comum Curricular</p><p>(BNCC) e estabelece as competências gerais que os futuros professores devem desenvolver ao</p><p>longo de sua formação. Essas competências abrangem não apenas o domínio dos conteúdos</p><p>especí�cos das disciplinas mas também aspectos pedagógicos, didáticos e éticos, essenciais</p><p>para uma atuação e�caz na Educação Básica. Conforme o art. 2º da Resolução CNE/CP nº 2, de</p><p>20 de dezembro de 2019:</p><p>A formação docente pressupõe o desenvolvimento, pelo licenciando, das competências gerais</p><p>previstas na BNCC-Educação Básica, bem como das aprendizagens essenciais a serem</p><p>garantidas aos estudantes, quanto aos aspectos intelectual, físico, cultural, social e emocional de</p><p>sua formação, tendo como perspectiva o desenvolvimento pleno das pessoas, visando à</p><p>Educação Integral. (Brasil, 2019, [s. p.])</p><p>Dentre os principais objetivos da BNC-Formação, destaca-se a busca pela melhoria da qualidade</p><p>da formação de professores, promovendo práticas pedagógicas inovadoras e alinhadas às</p><p>demandas contemporâneas da educação. Além disso, a BNC-Formação visa contribuir para a</p><p>construção de um per�l pro�ssional sólido, capaz de enfrentar os desa�os do ambiente</p><p>educacional de maneira re�exiva e comprometida estabelecendo 10 competências gerais</p><p>docentes, sendo elas:</p><p>1. Compreender e utilizar os conhecimentos historicamente construídos para poder ensinar a</p><p>realidade com engajamento na aprendizagem do estudante e na sua própria aprendizagem,</p><p>colaborando para a construção de uma sociedade livre, justa, democrática e inclusiva.</p><p>2. Pesquisar, investigar, re�etir, realizar a análise crítica, usar a criatividade e buscar soluções</p><p>tecnológicas para selecionar, organizar e planejar práticas pedagógicas desa�adoras,</p><p>coerentes e signi�cativas.</p><p>3. Valorizar e incentivar as diversas manifestações artísticas e culturais, tanto locais quanto</p><p>mundiais, e a participação em práticas diversi�cadas da produção artístico-cultural, para</p><p>que o estudante possa ampliar seu repertório cultural.</p><p>4. Utilizar diferentes linguagens – verbal, corporal, visual, sonora e digital – para se expressar</p><p>e fazer com que o estudante amplie seu modelo de expressão ao partilhar informações,</p><p>experiências, ideias e sentimentos em diferentes contextos, produzindo sentidos que levem</p><p>ao entendimento mútuo.</p><p>5. Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma</p><p>crítica, signi�cativa, re�exiva e ética nas diversas práticas docentes, como recurso</p><p>pedagógico e como ferramenta de formação, para comunicar, acessar e disseminar</p><p>informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e potencializar as</p><p>aprendizagens.</p><p>Disciplina</p><p>FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO</p><p>BRASILEIRA E POLÍTICAS</p><p>PÚBLICAS</p><p>�. Valorizar a formação permanente para o exercício pro�ssional, buscar atualização na sua</p><p>área e a�ns, apropriar-se de novos conhecimentos e experiências que lhe possibilitem</p><p>aperfeiçoamento pro�ssional e e�cácia e fazer escolhas alinhadas ao exercício da</p><p>cidadania, ao seu projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e</p><p>responsabilidade.</p><p>7. Desenvolver argumentos com base em fatos, dados e informações cientí�cas para</p><p>formular, negociar e defender ideias, pontos de vista e decisões comuns, que respeitem e</p><p>promovam os direitos humanos, a consciência socioambiental, o consumo responsável em</p><p>âmbito local, regional e global, com posicionamento ético em relação ao cuidado de si</p><p>mesmo, dos outros e do planeta.</p><p>�. Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emocional, compreendendo-se na</p><p>diversidade humana, reconhecendo suas emoções e as dos outros, com autocrítica e</p><p>capacidade para</p><p>lidar com elas, desenvolver o autoconhecimento e o autocuidado nos</p><p>estudantes.</p><p>9. Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de con�itos e a cooperação, fazendo-se</p><p>respeitar e promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos, com acolhimento e</p><p>valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades,</p><p>culturas e potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza, para promover</p><p>ambiente colaborativo nos locais de aprendizagem.</p><p>10. Agir e incentivar, pessoal e coletivamente, com autonomia, responsabilidade, �exibilidade,</p><p>resiliência, a abertura a diferentes opiniões e concepções pedagógicas, tomando decisões</p><p>com base em princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários, para que</p><p>o ambiente de aprendizagem possa re�etir esses valores.</p><p>Além das orientações em relação às competências gerais, a BNC-Formação também apresenta</p><p>orientações especí�cas para os currículos de formação docente, destacando que os cursos</p><p>superiores de licenciatura para formação inicial de professores na Educação Básica serão</p><p>divididos em três grupos, totalizando, no mínimo, 3.200 horas. A carga horária inclui: Grupo I (800</p><p>horas) para a base comum de conhecimentos cientí�cos e pedagógicos; Grupo II (1.600 horas)</p><p>para conteúdo especí�cos da BNCC e domínio pedagógico; Grupo III (800 horas) para prática</p><p>pedagógica, envolvendo estágio supervisionado e aplicação dos conteúdos dos Grupos I e II ao</p><p>longo do curso.</p><p>Por �m, a Resolução CNE/CP nº 01, de 02 de janeiro de 2024, altera o art. 27 da Resolução de</p><p>2019, �cando a data de 20 de março de 2024 para a implantação, por parte das Instituições de</p><p>Educação Superior (IES), das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação Inicial de</p><p>Professores para a Educação Básica e da BNC-Formação.</p><p>Em síntese, ao adotar a BNC-Formação, as instituições de ensino superior têm a oportunidade de</p><p>alinhar seus currículos e práticas pedagógicas aos referenciais nacionais, fortalecendo a</p><p>articulação entre teoria e prática na formação de professores. Isso contribui não apenas para o</p><p>aprimoramento do ensino superior mas também para a promoção de uma Educação Básica mais</p><p>quali�cada e alinhada às expectativas da sociedade contemporânea.</p><p>Disciplina</p><p>FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO</p><p>BRASILEIRA E POLÍTICAS</p><p>PÚBLICAS</p><p>Vamos Exercitar?</p><p>Estudante, diante dos nossos estudos e da problemática inicial apresentada na aula, um dos</p><p>caminhos possíveis para pensarmos em soluções para o contexto indicado da instituição seria</p><p>desenvolver um plano de ação que envolva a revisão curricular dos cursos de formação,</p><p>integrando de maneira explícita e contextualizada as diretrizes da BNC-Formação. Além disso,</p><p>promover a criação de espaços regulares de re�exão e compartilhamento entre professores e</p><p>estudantes sobre a implementação das ações, incentivando a troca de experiências e práticas</p><p>pedagógicas alinhadas às diretrizes, é um caminho interessante. Estabelecer mecanismos</p><p>e�cazes de avaliação contínua que permitam monitorar e adaptar as demandas na formação de</p><p>professores, garantindo a qualidade e a relevância do processo formativo, é essencial e pode ser</p><p>feito por meio de avaliações institucionais e usando diferentes instrumentos.</p><p>Saiba mais</p><p>Considerando os tópicos trabalhados e apresentados nesta aula, sugerimos que você continue</p><p>aprofundando seus saberes, consultando o material indicado.</p><p>Leia o artigo Formação de professores no Brasil: políticas e programas, escrito pela</p><p>pesquisadora Bernardete Gatti. O texto aborda as políticas e os programas nacionais para a</p><p>formação de professores na Educação Básica no Brasil nas últimas décadas. Durante os anos</p><p>2000, diversas iniciativas foram implementadas com base em políticas governamentais</p><p>respaldadas por legislação, incluindo leis do Congresso Nacional, decretos presidenciais,</p><p>pareceres e resoluções do Conselho Nacional de Educação, bem como portarias ministeriais.</p><p>GATTI, B. A. Formação de professores no Brasil: políticas e programas. Paradigma, v. 42, 2021.</p><p>Bons estudos!</p><p>Referências</p><p>BRASIL. Decreto nº 8.752, de 09 de maio de 2016. Dispõe sobre a Política Nacional de Formação</p><p>dos Pro�ssionais da Educação Básica. Brasília: Presidência da República, [2024]. Disponível em:</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2016/decreto/d8752.htm. Acesso em: 29</p><p>abr. 2024.</p><p>BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação</p><p>nacional. Brasília: Presidência da República, [2024]. Disponível em:</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm. Acesso em: 29 abr. 2024.</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm</p><p>Disciplina</p><p>FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO</p><p>BRASILEIRA E POLÍTICAS</p><p>PÚBLICAS</p><p>BRASIL. Parecer nº 22, de 7 de novembro de 2019. Diretrizes Curriculares Nacionais para a</p><p>Formação Inicial de Professores para a Educação Básica e Base Nacional Comum para a</p><p>Formação Inicial de Professores da Educação Básica (BNC-Formação). Brasília: CNE, [2024].</p><p>Disponível em: http://portal.mec.gov.br/index.php?</p><p>option=com_docman&view=download&alias=133091-pcp022-19-3&category_slug=dezembro-</p><p>2019-pdf&Itemid=30192. Acesso em: 29 abr. 2024.</p><p>BRASIL. Resolução nº 1, de 2 de janeiro de 2024. Altera o Art. 27 da Resolução CNE/CP nº 2, de</p><p>20 de dezembro de 2019, que de�ne as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação Inicial</p><p>de Professores para a Educação Básica e institui a Base Nacional Comum para a Formação</p><p>Inicial de Professores da Educação Básica (BNC-Formação). Brasília: CNE, [2024]. Disponível em:</p><p>http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=254451-rcp001-</p><p>24&category_slug=janeiro-2024&Itemid=30192. Acesso em: 29 abr. 2024.</p><p>BRASIL. Resolução nº 2, de 20 de dezembro de 2019. De�ne as Diretrizes Curriculares Nacionais</p><p>para a Formação de Professores para a Educação Básica e institui a Base Nacional Comum para</p><p>Formação Inicial de Professores da Educação Básica (BNC-Formação). Brasília: CNE, [2024].</p><p>Disponível em: http://portal.mec.gov.br/docman/dezembro-2019-pdf/135951-rcp002-19/�le.</p><p>Acesso em: 29 abr. 2024.</p><p>Aula 3</p><p>Políticas de Formação Continuada de Professores</p><p>Política de formação continuada de professores</p><p>Este conteúdo é um vídeo!</p><p>Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo</p><p>computador ou pelo aplicativo. Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo</p><p>para assistir mesmo sem conexão à internet.</p><p>Dica para você</p><p>Aproveite o acesso para baixar os slides do vídeo, isso pode deixar sua</p><p>aprendizagem ainda mais completa.</p><p>Olá, caro estudante!</p><p>Nesta aula, aprofundaremos os aspectos e as legislações relacionados à formação continuada</p><p>de professores, assim como discutiremos o papel dos programas e das políticas voltados para</p><p>http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=254451-rcp001-24&category_slug=janeiro-2024&Itemid=30192</p><p>http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=254451-rcp001-24&category_slug=janeiro-2024&Itemid=30192</p><p>Disciplina</p><p>FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO</p><p>BRASILEIRA E POLÍTICAS</p><p>PÚBLICAS</p><p>estimular esse processo. Tanto a formação inicial quanto a contínua são fundamentais para a</p><p>atualização e o aprimoramento pro�ssional dos educadores. Portanto, como futuros</p><p>pro�ssionais da educação, é indispensável compreender as políticas e o funcionamento dessa</p><p>formação no contexto nacional. Pronto para embarcar nessa jornada de conhecimento?</p><p>Bons estudos!</p><p>Ponto de Partida</p><p>A formação inicial de professores estabelece as bases para a prática educacional, enquanto a</p><p>formação continuada proporciona atualizações e aprimoramentos constantes ao longo da</p><p>carreira. Compreender esse processo é essencial, pois capacita os educadores a oferecer uma</p><p>educação de qualidade, adaptando-se às demandas evolutivas do ambiente escolar e da</p><p>sociedade.</p><p>Para aprofundarmos nossos estudos, imagine a seguinte situação: em um cenário educacional</p><p>no século XXI, muitos professores enfrentam desa�os ao integrar as tecnologias digitais em</p><p>suas práticas pedagógicas durante a formação continuada. A crescente</p><p>demanda por</p><p>habilidades digitais e métodos inovadores destaca a necessidade de uma atualização constante.</p><p>Como os professores podem superar as barreiras tecnológicas e integrar e�cazmente as</p><p>ferramentas digitais em suas aulas? Qual é o papel das instituições educacionais na promoção</p><p>de programas de formação continuada que atendam às demandas tecnológicas emergentes?</p><p>Diante desses desa�os, convidamos você, estudante, a pensar em soluções para facilitar a</p><p>integração das tecnologias digitais na prática educacional, bem como considerar maneiras de</p><p>fortalecer os programas de formação continuada para garantir que atendam às necessidades</p><p>contemporâneas dos educadores.</p><p>Vamos Começar!</p><p>Diferença entre formação inicial e continuada</p><p>A formação dos professores compreende a fase inicial por meio de cursos de licenciatura ou</p><p>magistério, seguida por um processo contínuo de aprimoramento, conhecido como formação</p><p>permanente ou continuada. Essa evolução visa aperfeiçoar práticas e processos escolares em</p><p>busca da excelência na educação. Para orientar essas ações, políticas e legislações são</p><p>estabelecidas, reconhecendo a importância de uma formação de qualidade para todos os</p><p>envolvidos na educação.</p><p>A ideia de formação continuada para professores ganhou mais ênfase com a Lei nº 9.394/96,</p><p>proporcionando aos educadores o direito de aprimorar suas práticas por meio de cursos de</p><p>atualização, abrangendo desde a pré-escola até o ensino superior. Essa formação pode ser no</p><p>Disciplina</p><p>FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO</p><p>BRASILEIRA E POLÍTICAS</p><p>PÚBLICAS</p><p>âmbito do ensino superior, por meio de cursos de especialização, extensão, mestrado e</p><p>doutorado, ou por meio de cursos livres, capacitações, o�cinas e programas de quali�cação</p><p>pro�ssional, disponibilizados por instituições públicas e privadas em diferentes níveis</p><p>educacionais.</p><p>Desde a formação inicial até a continuada, manter um processo constante que enriqueça o</p><p>repertório do pro�ssional, dado o dinamismo da educação, é essencial. Isso se deve à</p><p>necessidade de atender não apenas aos requisitos mínimos para lecionar mas também às</p><p>demandas de uma prática quali�cada e contextualizada com as necessidades de aprendizagem</p><p>do século XXI e das competências e habilidades esperadas dos estudantes. A aprendizagem do</p><p>professor, portanto, assume uma natureza contínua e cíclica, adaptando-se constantemente às</p><p>mudanças e requerendo re�exão constante sobre sua prática e formação.</p><p>A partir dos estudos de Gatti (2008), podemos observar que, no �nal do século XX, a necessidade</p><p>de formação continuada ganhou destaque em diversos setores pro�ssionais e acadêmicos,</p><p>especialmente nos países desenvolvidos. Essa ênfase decorre da urgência de se manter</p><p>atualizado devido às mudanças nos conhecimentos, nas tecnologias e no ambiente de trabalho.</p><p>A educação continuada passou a ser vista como um aprofundamento e avanço nas formações</p><p>pro�ssionais, sendo incorporada também ao campo educacional, demandando a criação de</p><p>políticas nacionais ou regionais para abordar desa�os especí�cos do sistema educacional.</p><p>Na última década, a preocupação com a formação de professores entrou na pauta mundial pela</p><p>conjunção de dois movimentos: de um lado, pelas pressões do mundo do trabalho, que se vem</p><p>estruturando em novas condições, num modelo informatizado e com o valor adquirido pelo</p><p>conhecimento, de outro, com a constatação, pelos sistemas de governo, da extensão assumida</p><p>pelos precários desempenhos escolares de grandes parcelas da população. Uma contradição e</p><p>um impasse. Políticas públicas e ações políticas movimentam-se, então, na direção de reformas</p><p>curriculares e de mudanças na formação dos docentes, dos formadores das novas gerações.</p><p>(Gatti, 2008, p. 62)</p><p>Desse modo, podemos estabelecer que a formação inicial de professores se refere ao período</p><p>em que os educadores adquirem os conhecimentos fundamentais por meio de cursos de</p><p>licenciatura ou programas de formação pedagógica. Essa fase estabelece as bases teóricas e</p><p>práticas para o exercício da docência. Por outro lado, a formação continuada representa um</p><p>processo contínuo de aprimoramento ao longo da carreira, visando à atualização diante das</p><p>mudanças no conhecimento, na tecnologia e nas práticas educacionais.</p><p>Conforme o art. 4º da Resolução CNE/CP nº 1, de 27 de outubro de 2020, que dispõe sobre as</p><p>Diretrizes Curriculares para a Formação Continuada de Professores da Educação Básica, a</p><p>formação continuada é tida como:</p><p>A Formação Continuada de Professores da Educação Básica é entendida como componente</p><p>essencial da sua pro�ssionalização, na condição de agentes formativos de conhecimentos e</p><p>culturas, bem como orientadores de seus educandos nas trilhas da aprendizagem, para a</p><p>Disciplina</p><p>FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO</p><p>BRASILEIRA E POLÍTICAS</p><p>PÚBLICAS</p><p>constituição de competências, visando o complexo desempenho da sua prática social e da</p><p>quali�cação para o trabalho. (Brasil, 2020, [s. p.])</p><p>Além disso, o art. 9º apresenta considerações sobre cursos e atividades que se enquadram</p><p>dentro da formação continuada para docentes nas Instituições de Ensino Superior (IES),</p><p>organizações especializadas ou órgãos formativos nas redes de ensino que podem oferecer</p><p>cursos e programas �exíveis, utilizando diversas modalidades, como atividades presenciais, a</p><p>distância, semipresenciais ou híbridas, conforme a recomendação do processo de ensino. Essas</p><p>iniciativas visam ao desenvolvimento pro�ssional docente e incluem:</p><p>I. Cursos de atualização (mínimo de 40 horas).</p><p>II. Cursos e programas de extensão, com carga horária variável de acordo com os projetos.</p><p>III. Cursos de aperfeiçoamento (mínimo de 180 horas).</p><p>IV. Cursos de pós-graduação lato sensu de especialização (mínimo de 360 horas), seguindo as</p><p>normas do CNE.</p><p>V. Cursos ou programas de mestrado acadêmico ou pro�ssional, e de doutorado, em</p><p>conformidade com as normas do CNE e da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de</p><p>Nível Superior (CAPES).</p><p>Em conclusão, podemos inferir que ambas as formas de formação (inicial e continuadas) são</p><p>interligadas e essenciais para o desenvolvimento do professor. A formação inicial fornece as</p><p>ferramentas iniciais, enquanto a formação continuada permite a adaptação constante às</p><p>demandas evolutivas da educação. O ser professor, nesse contexto, é moldado pela junção</p><p>dessas duas dimensões, capacitando-os não apenas a lecionar mas também a se manterem</p><p>relevantes e e�cazes ao longo de suas carreiras, promovendo uma educação de qualidade.</p><p>Siga em Frente...</p><p>Políticas públicas para formação docente</p><p>Caro estudante, será que todos os pro�ssionais estão preparados para atender às demandas</p><p>emergenciais? A formação continuada é sempre planejada com tempo adequado para ser</p><p>aplicada na prática? Considerando que somos surpreendidos frequentemente, conclui-se que</p><p>aprendizagens são constantemente necessárias, mas nem sempre previstas e testadas em</p><p>diversas situações. Um exemplo é o contexto remoto mobilizado devido à pandemia de Covid-19,</p><p>no qual as escolas interromperam suas atividades normais, exigindo adaptações e</p><p>improvisações. Práticas foram experimentadas no cenário real, e muitos pro�ssionais buscaram</p><p>cursos EaD para conhecer novos recursos e favorecer as aprendizagens dos alunos.</p><p>Disciplina</p><p>FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO</p><p>BRASILEIRA E POLÍTICAS</p><p>PÚBLICAS</p><p>O educador enfrenta desa�os constantes para diversi�car suas práticas, interagir com o mundo</p><p>moderno e utilizar recursos relacionados às mudanças, incluindo o uso de tecnologias</p><p>educacionais. Permanecer em constante formação é uma maneira de atender a essas</p><p>necessidades, considerando sua natureza cíclica. Nesse contexto, podemos destacar o papel e a</p><p>importância das políticas públicas para a formação docente.</p><p>As políticas públicas desempenham um papel crucial na formação docente, re�etindo o</p><p>compromisso do Estado em promover uma educação de qualidade. Essas diretrizes</p><p>estabelecem os parâmetros e os objetivos para a preparação e o aprimoramento dos</p><p>pro�ssionais da educação, visando atender às demandas dinâmicas e complexas do cenário</p><p>educacional.</p><p>A formação docente</p><p>é um elemento fundamental para o desenvolvimento de uma sociedade</p><p>educacionalmente, e as políticas públicas desempenham um papel vital ao orientar a natureza e</p><p>a qualidade dessa formação. Essas políticas abrangem diversos aspectos, desde a estruturação</p><p>dos cursos de formação inicial até programas de formação continuada ao longo da carreira do</p><p>professor. Entre algumas das políticas voltadas para a formação docente, podemos destacar o</p><p>Plano de Desenvolvimento Escolar (PDE) como uma iniciativa do MEC para atender à</p><p>necessidade de formação continuada dos professores, sendo parte integrante da construção do</p><p>Sistema Nacional de Educação previsto pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB).</p><p>De acordo com o MEC, o PDE-Escola é uma ferramenta gerencial que auxilia as escolas a</p><p>aprimorarem seu desempenho, focando em avaliação, �nanciamento, gestão democrática e</p><p>formação e valorização de professores e pro�ssionais da educação. O programa destaca-se por</p><p>suas ações governamentais, incluindo parcerias com universidades públicas e programas de</p><p>formação de pro�ssionais da educação.</p><p>O PDE enfatiza a urgência e a importância da formação de professores, re�etindo em iniciativas,</p><p>como a distinção e a garantia de piso salarial nacional para os pro�ssionais da educação, bem</p><p>como o comprometimento da União com a formação de professores para os sistemas públicos</p><p>de educação básica, através de programas, como a Universidade Aberta do Brasil (UAB) e o</p><p>Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID).</p><p>Essas ações visam atingir metas do Plano Nacional de Educação, como a Meta 15, que busca</p><p>garantir formação especí�ca de nível superior para todos os professores da educação básica, e a</p><p>Meta 16, que almeja formar 50% dos professores em nível de pós-graduação e garantir formação</p><p>continuada a todos, contribuindo incessantemente para a melhoria da educação em todo o</p><p>território nacional.</p><p>Outro programa que podemos destacar de formação continuada de professores é o Programa de</p><p>Mestrado Pro�ssional para Quali�cação de Professores da Rede Pública de Educação Básica</p><p>(PROEB), que proporciona formação continuada de alta qualidade a professores em serviço, em</p><p>colaboração com instituições de ensino superior e sistemas educacionais estaduais e</p><p>municipais. A Fundação Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes)</p><p>Disciplina</p><p>FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO</p><p>BRASILEIRA E POLÍTICAS</p><p>PÚBLICAS</p><p>fornece bolsas aos participantes e apoio aos cursos em modalidades semipresenciais, dentro do</p><p>contexto do Sistema Universidade Aberta do Brasil (UAB).</p><p>Para suprir a demanda de formação de professores, desde 2007, temos o Plano Nacional de</p><p>Formação dos Professores (PARFOR). Trata-se de uma parceria entre União, estados, municípios</p><p>e Instituições de Ensino Superior. O objetivo é garantir a formação de professores que atuam na</p><p>Educação Básica em escolas públicas e não possuem licenciatura. As propostas de cursos,</p><p>oferecidos de forma presencial e a distância, consolidam uma política pública instituída pelo</p><p>Decreto nº 8.752/2016, com princípios que incluem o compromisso dos pro�ssionais com o</p><p>aprendizado dos estudantes, a garantia de padrão de qualidade, a articulação entre teoria e</p><p>prática, o reconhecimento como agente fundamental do processo de ensino e aprendizagem, a</p><p>articulação com os processos de formação e a promoção contínua de melhorias na gestão</p><p>educacional.</p><p>O PARFOR organiza-se em três eixos principais: primeira licenciatura, segunda licenciatura e</p><p>bacharéis que buscam atuar no magistério. Além disso, oferece cursos especiais emergenciais</p><p>de primeira licenciatura e cursos especiais de formação pedagógica, destinados, por exemplo, a</p><p>intérpretes de Libras que não são licenciados e atuam na rede pública.</p><p>Pode-se concluir que, ao investir em políticas educacionais sólidas e e�cazes, o Estado contribui</p><p>diretamente para o aprimoramento do ensino, proporcionando aos professores as ferramentas</p><p>necessárias para enfrentar os desa�os contemporâneos da educação e preparar os estudantes</p><p>para um futuro mais promissor. Portanto, as políticas públicas desempenham um papel</p><p>estratégico na construção de uma base educacional sólida e na promoção do desenvolvimento</p><p>pro�ssional contínuo dos educadores.</p><p>A expansão da EaD na formação docente</p><p>A educação a distância é uma modalidade de ensino em que alunos e professores não</p><p>compartilham o mesmo espaço físico ou temporal, exigindo o uso de meios e tecnologias de</p><p>informação e comunicação. Essa modalidade é regulamentada por legislação especí�ca e pode</p><p>ser aplicada tanto na Educação Básica, abrangendo a educação de jovens e adultos e a</p><p>educação pro�ssional técnica de nível médio, quanto na educação superior.</p><p>Apesar de ter ganhado maior proporção com os avanços das tecnologias digitais e o surgimento</p><p>da internet, a EaD passou por diferentes gerações, marcadas por diferentes tecnologias:</p><p>1ª geração – correspondência.</p><p>2ª geração – rádio e TV.</p><p>3ª geração – universidades abertas.</p><p>4ª geração – teleconferências.</p><p>5ª geração – computador e internet.</p><p>Disciplina</p><p>FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO</p><p>BRASILEIRA E POLÍTICAS</p><p>PÚBLICAS</p><p>Os primeiros cursos eram realizados por correspondência, evoluindo para a incorporação de</p><p>rádio e TV, destacando-se o Telecurso 2000, por exemplo. Posteriormente, as universidades</p><p>abertas foram fundamentais na formação de professores. A EaD contemporânea resulta da</p><p>evolução dessas gerações, ampliando o acesso ao conhecimento por meio das Tecnologias de</p><p>Informação e Comunicação (TICs) e Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDICs).</p><p>As TICs abrangem o uso de ferramentas tecnológicas para facilitar a comunicação e a</p><p>transmissão de informações, como TV, vídeos e rádio. Quando aplicadas no contexto</p><p>educacional, são consideradas recursos didático-pedagógicos mediados pelo professor,</p><p>contribuindo para a construção de aprendizagens. Por outro lado, as TDICs são diversas mídias</p><p>que utilizam a tecnologia digital baseada na lógica binária presente em dispositivos, como</p><p>smartphones e computadores.</p><p>A Lei de Diretrizes e Bases (LDB) destaca a relevância das tecnologias educacionais na formação</p><p>de professores, enfatizando a necessidade de abordagens contextualizadas e baseadas em</p><p>situações reais para aproximar os pro�ssionais de seu campo de atuação. O uso das TICs é</p><p>considerado essencial para a prática docente na atualidade.</p><p>A implementação do PARFOR, que inclui cursos na modalidade EaD, tem gerado debates no</p><p>cenário educacional. Desde a promulgação da LDB em 1996, a educação a distância foi</p><p>reconhecida como modalidade de ensino, impulsionando a busca por cursos, especialmente nas</p><p>licenciaturas. Isso se deve, em grande parte, à legislação que estabeleceu a Década da</p><p>Educação, com o objetivo de formar e capacitar todos os professores sem habilitação obtida no</p><p>ensino superior.</p><p>Essa demanda crescente impulsionou a EaD e as licenciaturas. Para atender a essa necessidade,</p><p>o MEC, em parceria com a Associação Nacional de Dirigentes de Instituições de Ensino Superior</p><p>(ANDIFES) e empresas estatais, criou a Universidade Aberta do Brasil (UAB) por meio do Decreto</p><p>nº 5.800, de 8 de junho de 2006. Segundo dados estatísticos do Censo da Educação Superior do</p><p>Brasil de 2022, das matrículas nos cursos de licenciatura registradas em 2022, 34,2% estão em</p><p>instituições públicas, e 65,8% estão em IES privadas. Ainda, 73,3% das matrículas em cursos de</p><p>licenciatura são do sexo feminino, enquanto 26,7% são do sexo masculino. Em relação à</p><p>modalidade de ensino, as matrículas em cursos de licenciatura presencial representam 35,8%,</p><p>enquanto a licenciatura a distância representa 64,2% do total de matrículas (Inep, 2022).</p><p>A partir desses dados, podemos observar que, na atualidade, a EaD desempenha um papel de</p><p>grande relevância na formação de professores. Esse aumento de cursos nessa modalidade está</p><p>intrinsecamente ligado à busca por �exibilidade e acessibilidade no processo educacional. A</p><p>modalidade EaD tem proporcionado aos professores em formação a oportunidade de conciliar</p><p>estudos com suas responsabilidades</p><p>pro�ssionais e pessoais, ampliando consideravelmente o</p><p>acesso à quali�cação docente.</p><p>A adoção de tecnologias educacionais, plataformas on-line e recursos interativos tem</p><p>contribuído para enriquecer o ambiente de aprendizagem remota. Essa expansão também está</p><p>Disciplina</p><p>FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO</p><p>BRASILEIRA E POLÍTICAS</p><p>PÚBLICAS</p><p>alinhada com as demandas contemporâneas da sociedade, destacando a importância do uso</p><p>efetivo das TICs na educação. Além disso, a regulamentação de programas, como o PARFOR,</p><p>que inclui cursos na modalidade EaD, tem desempenhado um papel fundamental nesse</p><p>processo, incentivando a criação de oportunidades de formação docente mais acessíveis em</p><p>todo o país.</p><p>Em síntese, a formação continuada para professores se revela como um pilar essencial para a</p><p>evolução constante da prática educacional. Nesse cenário dinâmico, as tecnologias</p><p>educacionais e a modalidade de EaD emergem como catalisadores desse processo evolutivo. Ao</p><p>integrar-se a essas ferramentas inovadoras, os educadores não apenas aprimoram suas</p><p>habilidades mas também expandem horizontes, promovendo uma educação mais adaptativa e</p><p>alinhada aos desa�os contemporâneos. A busca contínua por conhecimento e a incorporação de</p><p>tecnologias no ambiente educacional tornam-se, assim, os alicerces que sustentam uma prática</p><p>pedagógica na atualidade.</p><p>Vamos Exercitar?</p><p>Estudante, diante dos desa�os apresentados inicialmente na problemática da aula, integrar</p><p>e�cazmente as tecnologias digitais nas práticas pedagógicas exige formação inicial e</p><p>continuada. Pode-se, por exemplo, implementar cursos, encontros e treinamentos práticos</p><p>direcionados aos professores. Essas atividades proporcionariam um ambiente colaborativo,</p><p>permitindo que os educadores desenvolvam habilidades práticas na aplicação das ferramentas</p><p>digitais em suas aulas. Além disso, a criação de comunidades de prática seria uma estratégia</p><p>valiosa. Ao promover a colaboração entre os professores, essas comunidades permitiriam a</p><p>troca de experiências e a discussão de estratégias bem-sucedidas de integração digital. Essa</p><p>abordagem colaborativa proporcionaria um espaço para aprender uns com os outros,</p><p>fortalecendo a con�ança e a competência dos educadores no uso dessas tecnologias.</p><p>Para fortalecer os programas de formação continuada, podemos, ainda, adotar uma abordagem</p><p>personalizada. Permitir que os professores escolham áreas de aprimoramento com base em</p><p>suas necessidades especí�cas garantiria uma formação mais relevante e direcionada. Parcerias</p><p>estratégicas com empresas de tecnologia e instituições de ensino superior também seriam</p><p>essenciais, garantindo que os programas estejam alinhados com as últimas tendências e</p><p>inovações educacionais.</p><p>Por �m, é importante destacarmos que as políticas têm um papel fundamental nesse contexto,</p><p>fomentando discussões com a sociedade e pro�ssionais da educação sobre programas,</p><p>iniciativas e necessidades de aprendizagem e formação de professores no Brasil.</p><p>Saiba mais</p><p>Disciplina</p><p>FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO</p><p>BRASILEIRA E POLÍTICAS</p><p>PÚBLICAS</p><p>Estudante, nossos estudos não se encerram por aqui, continue aprofundando seus</p><p>conhecimentos sobre o campo da formação de professores. Para auxiliar nesta busca,</p><p>indicamos a leitura do artigo Formação Continuada de Professores: alguns conceitos, interesses,</p><p>necessidades e propostas. O texto apresenta dados coletados em pesquisas e no</p><p>desenvolvimento de atividades de formação continuada, com os coletivos docentes de</p><p>instituições escolares brasileiras, além de apresentarem re�exões sobre o conceito do ponto de</p><p>vista histórico e político.</p><p>ALVARADO-PRADA, L. E.; FREITAS, T. C.; FREITAS, C. A. Formação continuada de professores:</p><p>alguns conceitos, interesses, necessidades e propostas. Rev. Diálogo Educacional, p. 367-387,</p><p>2010.</p><p>Bons estudos!</p><p>Referências</p><p>BRASIL. Decreto nº 5.800, de 8 de junho de 2006. Dispõe sobre o Sistema Universidade Aberta do</p><p>Brasil – UAB. Brasília: Presidência da República, [2024]. Disponível em:</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/decreto/d5800.htm. Acesso em: 29</p><p>abr. 2024.</p><p>BRASIL. Decreto nº 8.752, de 09 de maio de 2016. Dispõe sobre a Política Nacional de Formação</p><p>dos Pro�ssionais da Educação Básica. Brasília: Presidência da República, [2024]. Disponível em:</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2016/decreto/d8752.htm. Acesso em: 29</p><p>abr. 2024.</p><p>BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação</p><p>nacional. Brasília: Presidência da República, [2024]. Disponível em:</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm. Acesso em: 29 abr. 2024.</p><p>BRASIL. Lei nº 13.005, de 25 de junho de 2014. Aprova o Plano Nacional de Educação - PNE e dá</p><p>outras providências. Brasília: Presidência da República, [2024]. Disponível em:</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2014/lei/l13005.htm. Acesso em: 29 abr.</p><p>2024.</p><p>BRASIL. Resolução nº 1, de 27 de outubro de 2020. Dispõe sobre as Diretrizes Curriculares</p><p>Nacionais para a Formação Continuada de professores da Educação Básica e institui a Base</p><p>Nacional Comum a Formação Continuada de Professores da Educação Básica (BNC-Formação</p><p>Continuada). Brasília: CNE, [2024]. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/docman/outubro-</p><p>2020-pdf/164841-rcp001-20/�le. Acesso em: 29 abr. 2024.</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm</p><p>http://portal.mec.gov.br/docman/outubro-2020-pdf/164841-rcp001-20/file</p><p>http://portal.mec.gov.br/docman/outubro-2020-pdf/164841-rcp001-20/file</p><p>Disciplina</p><p>FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO</p><p>BRASILEIRA E POLÍTICAS</p><p>PÚBLICAS</p><p>GATTI, B. A. Análise das políticas públicas para formação continuada no Brasil, na última década.</p><p>Revista Brasileira de Educação, v. 13, p. 57-70, 2008.</p><p>INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO TEIXEIRA. Censo da</p><p>Educação Básica 2022: notas estatísticas. Brasília: Inep, 2022. Disponível em:</p><p>https://download.inep.gov.br/publicacoes/institucionais/estatisticas_e_indicadores/notas_estati</p><p>sticas_censo_escolar_2022.pdf. Acesso em: 22 fev. 2024.</p><p>Aula 4</p><p>Valorização dos Pro�ssionais da Educação</p><p>Valorização dos pro�ssionais da educação</p><p>Este conteúdo é um vídeo!</p><p>Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo</p><p>computador ou pelo aplicativo. Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo</p><p>para assistir mesmo sem conexão à internet.</p><p>Dica para você</p><p>Aproveite o acesso para baixar os slides do vídeo, isso pode deixar sua</p><p>aprendizagem ainda mais completa.</p><p>Olá, estimado estudante!</p><p>Nesta aula, exploraremos a valorização dos pro�ssionais da educação a partir das políticas</p><p>educacionais, considerando aspectos culturais, além de discutir temas, como piso salarial e</p><p>plano de carreira do magistério. Essas questões estão intrinsecamente ligadas à</p><p>pro�ssionalização docente e ao engajamento pro�ssional. Portanto, compreender esses matizes</p><p>e re�etir criticamente sobre a história da formação docente no Brasil torna-se fundamental para</p><p>implementar ações de aprimoramento, buscando elevar a qualidade educacional em âmbito</p><p>nacional. Vamos embarcar nessa jornada juntos? Desejamos a você excelentes estudos!</p><p>Ponto de Partida</p><p>Acadêmico, a valorização docente é intrinsecamente ligada às políticas educacionais de</p><p>formação de professores. Ao direcionar investimentos e estabelecer diretrizes, tais políticas</p><p>https://download.inep.gov.br/publicacoes/institucionais/estatisticas_e_indicadores/notas_estatisticas_censo_escolar_2022.pdf</p><p>https://download.inep.gov.br/publicacoes/institucionais/estatisticas_e_indicadores/notas_estatisticas_censo_escolar_2022.pdf</p><p>Disciplina</p><p>FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO</p><p>BRASILEIRA E POLÍTICAS</p><p>PÚBLICAS</p><p>buscam não apenas aprimorar a qualidade da educação mas também reconhecer a importância</p><p>do papel do educador. A valorização re�ete-se em iniciativas que promovem a melhoria contínua</p><p>da formação, remuneração adequada, plano de carreira sólido e condições propícias ao exercício</p><p>pro�ssional. Dessa forma, ao alinhar as políticas educacionais à valorização docente, é possível</p><p>construir um ambiente propício</p><p>ao desenvolvimento pleno dos educadores e, por consequência,</p><p>à excelência no processo educacional.</p><p>Partindo do princípio da valorização do pro�ssional de educação, re�ita sobre a seguinte</p><p>problemática: diante dos desa�os enfrentados pela valorização do pro�ssional da educação</p><p>brasileira, evidenciam-se questões complexas que demandam atenção e ação. A baixa</p><p>remuneração, a falta de plano de carreira efetivo e as condições precárias de trabalho são</p><p>apenas algumas das barreiras que impactam negativamente a valorização do educador. A partir</p><p>desses desa�os, como podemos criar mecanismos e�cazes para aumentar a remuneração dos</p><p>professores, reconhecendo devidamente seu papel na formação da sociedade? Quais estratégias</p><p>inovadoras podem ser implementadas para desenvolver planos de carreira sólidos que motivem</p><p>e retenham pro�ssionais dedicados à educação?</p><p>Contamos com a sua participação nessa jornada de aprendizado. Juntos, exploraremos os</p><p>intricados caminhos da valorização docente no Brasil!</p><p>Vamos Começar!</p><p>A valorização dos professores nas metas do PNE</p><p>Desde o Plano Nacional de Educação até iniciativas municipais, a prática docente assume um</p><p>papel central em diversas ações. Embora a escola seja vista como um coletivo, a qualidade da</p><p>educação concentra-se na dinâmica da sala de aula, destacando, assim, a �gura do professor.</p><p>Para alinhar esses procedimentos, propostas, como o plano de carreira docente, as políticas de</p><p>resultados, a avaliação do desempenho docente e os subsídios, são implementados pelas redes</p><p>educacionais, visando estimular a formação dos professores e potencializar os resultados dos</p><p>alunos.</p><p>O protagonismo do professor frente ao exercício de sua pro�ssão é extremamente relevante, pois</p><p>é ele quem enfrenta diariamente os desa�os educacionais, planejando estratégias para superá-</p><p>los e operacionalizar o processo educativo. Entretanto, é válido questionar se todos os</p><p>pro�ssionais da educação têm clareza sobre essa responsabilidade e reconhecem a importância</p><p>de investir em sua formação para obter benefícios mais amplos. Essas re�exões são essenciais</p><p>para os futuros pro�ssionais, incentivando a percepção não apenas de seus direitos mas</p><p>também de todos os deveres inerentes às suas atribuições.</p><p>Conforme os estudos de Jacomini e Penna (2016), a Resolução nº 3/1997 e o Parecer nº</p><p>10/1997, emitidos pela Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação</p><p>Disciplina</p><p>FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO</p><p>BRASILEIRA E POLÍTICAS</p><p>PÚBLICAS</p><p>(CNE/CEB), forneceram diretrizes para a criação ou a reformulação de planos de carreira pelos</p><p>entes federados. O Plano Nacional de Educação (PNE/2001) propôs a inclusão, nos planos de</p><p>carreira, de jornada em tempo integral, alocação de 20% a 25% da carga horária para atividades</p><p>de apoio à docência, estabelecimento de piso salarial e promoção por mérito.</p><p>A Emenda Constitucional nº 53/2006, responsável pela instituição do Fundo de Manutenção e</p><p>Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Pro�ssionais da Educação (Fundeb),</p><p>expandiu a aplicação dos planos de carreira para todos os pro�ssionais da educação, indo além</p><p>do magistério, conforme previsto pelo Fundef. Isso demandou dos entes federados a elaboração</p><p>de planos que englobassem todos os trabalhadores da educação, podendo ser um único plano</p><p>ou planos distintos. Além disso, introduziu o inciso VII, que trata do Piso Salarial Pro�ssional</p><p>Nacional (PSPN) (Jacomini; Penna, 2016).</p><p>O PNE delineia metas educacionais a serem atingidas em um período de dez anos, orientando as</p><p>ações governamentais e escolares. Embora as metas possam ser ajustadas em revisões do PNE,</p><p>seus princípios fundamentais permanecem centrados na universalização da educação</p><p>fundamental e na erradicação do analfabetismo, considerados essenciais para aprimorar a</p><p>qualidade da educação.</p><p>O primeiro PNE foi elaborado em 2001, por meio da Lei nº 10.172, de 9 de janeiro. Seus principais</p><p>objetivos incluíam elevar o nível de escolaridade da população e aprimorar a qualidade do ensino</p><p>em todo o país, estabelecendo metas que poderiam ser desdobradas em níveis municipal e</p><p>estadual, para atender às especi�cidades locais, organizando-se em três eixos:</p><p>Educação como direito individual.</p><p>Educação como fator de desenvolvimento econômico e social.</p><p>Educação como meio de combate à pobreza.</p><p>No período de 2011 a 2014, não houve aprovação do PNE, apesar das discussões realizadas na</p><p>Conferência Nacional de Educação (CONAE) em 2010. A vigência, prevista até 2020, foi adiada,</p><p>sendo implantada somente três anos depois. Em 2014, foi estabelecido o PNE para o decênio</p><p>2014-2024, propondo novas metas e ampliando as discussões anteriores. A Lei nº 13.005/2014</p><p>instituiu o PNE, abordando diretrizes, monitoramento, avaliação, articulação entre governos e</p><p>participação da sociedade, com 20 metas e 254 estratégias consideradas estruturantes para</p><p>uma educação de qualidade.</p><p>Entre as metas relacionadas à valorização dos professores, podemos destacar as metas 15, 16,</p><p>17 e 18, que tratam da formação inicial em curso de nível superior, formação continuada em</p><p>cursos de pós-graduação, equiparação de rendimentos e plano de carreira. O cumprimento das</p><p>metas e estratégias do PNE é monitorado por indicadores especí�cos, sendo que o indicador</p><p>focalizado neste contexto é a adequação da formação docente na Educação Básica.</p><p>Em termos práticos, isso implica avaliar se os professores possuem formação correspondente</p><p>às disciplinas que lecionam, incluindo bacharelados e complementação pedagógica. Para</p><p>Disciplina</p><p>FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO</p><p>BRASILEIRA E POLÍTICAS</p><p>PÚBLICAS</p><p>atuação na Educação Infantil, é considerada a formação em Pedagogia.</p><p>Na Meta 15, o indicador é a "proporção de docências com professores que possuem formação</p><p>superior compatível com a área de conhecimento que lecionam" (Brasil, 2014, [s. p.]). Já na Meta</p><p>16, o objetivo é formar, ao nível de pós-graduação, os professores da Educação Básica e oferecer</p><p>formação continuada em suas áreas de atuação. O indicador 16 é subdividido em 16A e 16B:</p><p>"16A - Percentual de professores da educação básica com pós-graduação lato sensu ou stricto</p><p>sensu; 16B - Percentual de professores que realizaram cursos de formação continuada" (Brasil,</p><p>2014, [s. p.]).</p><p>A Meta 16 enfatiza a importância da formação continuada e permanente dos professores para</p><p>garantir a qualidade educacional e re�etir positivamente nas aprendizagens dos estudantes. Por</p><p>sua vez, a Meta 17 destaca a valorização dos pro�ssionais como eixo central do</p><p>desenvolvimento educacional do país. Embora outras metas também tenham essa</p><p>intencionalidade ao garantir a formação dos professores, a Meta 17 explicita a necessidade de</p><p>considerar carreiras, salários, condições de trabalho, entre outros aspectos, orientando estados e</p><p>municípios em suas ações.</p><p>Finalmente, a Meta 18 propõe a implementação do Piso Salarial Pro�ssional Nacional (PSPN),</p><p>conquista estabelecida pela Lei nº 11.738/2008, conhecida como Lei do Piso, que regula o</p><p>salário-mínimo nacional para os pro�ssionais da educação pública. É importante ressaltar que</p><p>algumas metas são interdependentes, e a monitorização é constante para garantir a</p><p>implementação efetiva, especialmente no que diz respeito à valorização pro�ssional.</p><p>Siga em Frente...</p><p>Plano de carreira</p><p>O plano de carreira docente visa não apenas ao aumento salarial progressivo mas também à</p><p>organização da vida funcional do professor, proporcionando diversas garantias. Exemplos</p><p>dessas garantias incluem formação inicial e continuada, processo de escolha para diretores de</p><p>escola, número máximo de alunos por sala, sistema de avaliação e progressão funcional, todos</p><p>considerados essenciais pelo MEC na elaboração do plano de carreira.</p><p>Acredita-se que a estruturação do plano de carreira pode atrair pro�ssionais para o magistério,</p><p>oferecendo novas oportunidades aos estudantes. Alinhando-se à Base Nacional Comum</p><p>Curricular (BNCC), que destaca a importância de pro�ssionais quali�cados, o plano de carreira</p><p>visa aproximar os educadores dos contextos e conceitos necessários ao longo da Educação</p><p>Básica. Formados com foco em competências e habilidades, os professores têm a missão de</p><p>potencializar o aprendizado dos estudantes.</p><p>Disciplina</p><p>FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO</p><p>BRASILEIRA E POLÍTICAS</p><p>PÚBLICAS</p><p>O plano de carreira também está alinhado com a Meta 18 do Plano Nacional de Educação (PNE),</p><p>que busca criar planos para os professores da Educação Básica e Superior pública até 2016. As</p><p>estratégias para alcançar essa meta envolvem aspectos, como estabilidade, estágio probatório,</p><p>concurso, quali�cação pro�ssional, censo, especi�cidades socioculturais, prioridade de repasses</p><p>e comissões permanentes. Com essas estratégias, os sistemas e as redes de ensino buscam</p><p>cumprir efetivamente essa meta.</p><p>A Lei nº 14.817, de 16 de janeiro de 2024, estabeleceu as diretrizes para valorização dos</p><p>pro�ssionais da educação escolar básica, estabelecendo, no art. 4º, que os planos de carreira</p><p>dos pro�ssionais da educação básica pública contemplarão:</p><p>I – ingresso na carreira exclusivamente por concurso de provas e títulos, que aferirá o preparo</p><p>dos candidatos com relação a conhecimentos pedagógicos gerais e a conhecimentos da área</p><p>especí�ca de atuação pro�ssional, sempre considerada a garantia da qualidade da ação</p><p>educativa; II – organização da carreira que considere: a) possibilidade efetiva de progressão</p><p>funcional periódica ao longo do tempo de serviço ativo do pro�ssional; b) requisitos para</p><p>progressão que estimulem o permanente desenvolvimento pro�ssional; c) interstício, em cada</p><p>patamar da carreira, su�ciente para o cumprimento de requisitos de qualidade de exercício</p><p>pro�ssional para progressão [...]. (Brasil, 2024, [s. p.])</p><p>Em primeiro lugar, o plano de carreira oferece estabilidade e previsibilidade ao pro�ssional do</p><p>magistério. A clareza sobre as etapas de progressão, os critérios de avaliação e as</p><p>possibilidades de ascensão na carreira proporciona ao professor um ambiente mais seguro e</p><p>motivador. Isso é fundamental para atrair talentos para a pro�ssão e incentivar o</p><p>comprometimento a longo prazo.</p><p>Além disso, ao considerar a formação inicial e continuada como parte integrante do plano de</p><p>carreira, promove-se o aprimoramento constante do educador. A busca por quali�cação</p><p>pro�ssional não apenas bene�cia o próprio professor, aprimorando suas práticas pedagógicas,</p><p>mas também repercute positivamente no desempenho dos alunos. O plano de carreira também</p><p>engloba questões, como a de�nição de critérios para a promoção e a realização de concursos,</p><p>garantindo que o processo de seleção para cargos mais elevados seja transparente e</p><p>meritocrático. Isso contribui para um ambiente de trabalho mais estimulante, no qual o</p><p>reconhecimento é atrelado ao mérito e à competência.</p><p>Ao alinhar o plano de carreira com as diretrizes da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), é</p><p>possível garantir que as metas e estratégias educacionais estejam em sintonia com o</p><p>desenvolvimento pro�ssional dos docentes. A formação dos professores de acordo com as</p><p>demandas contemporâneas e as necessidades especí�cas de cada etapa da Educação Básica</p><p>fortalece a qualidade do ensino.</p><p>Em síntese, o plano de carreira para professores é um instrumento fundamental para promover a</p><p>valorização, a estabilidade e o aprimoramento constante desses pro�ssionais. Ao investir nessa</p><p>estrutura, não apenas reconhecemos a importância do papel do educador na sociedade mas</p><p>Disciplina</p><p>FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO</p><p>BRASILEIRA E POLÍTICAS</p><p>PÚBLICAS</p><p>também contribuímos signi�cativamente para a construção de um sistema educacional sólido e</p><p>e�caz.</p><p>Piso salarial do magistério</p><p>Ao longo da história da pro�ssionalização docente, vemos uma série de lutas e reinvindicações</p><p>por melhorias e valorização do trabalho docente. Segundo os estudos de Araújo (2023), na época</p><p>do Decreto Imperial, já houve medidas signi�cativas que moldaram a vida pro�ssional dos</p><p>professores, re�etindo em aspectos curriculares, salários, pedagogia e didática, além de</p><p>estabelecer a faixa etária dos estudantes a serem abrangidos pela legislação. O art. 3º da Lei</p><p>Geral de Dom Pedro I, por exemplo, �xou um piso salarial nacional, variando de 200$000 a</p><p>500$00 réis anuais, sujeito à aprovação da Assembleia Geral da Província, marcando a primeira</p><p>tentativa de estabelecer esse piso no Brasil. O art. 6º do decreto de�niu o currículo escolar,</p><p>incluindo conteúdos, como leitura, escrita, aritmética, geometria prática, gramática da língua</p><p>nacional, princípios de moral cristã e doutrina da religião católica.</p><p>Esse texto também instituiu a prática da meritocracia ao propor exames públicos para promoção</p><p>de professores. O decreto abordou a questão salarial, incluindo grati�cações anuais e</p><p>destacando a meritocracia para professores com mais de doze anos de serviço. Apesar de</p><p>garantir o direito à educação para todas as pessoas, especi�cou limitações nas disciplinas</p><p>ministradas por mestras professoras, ressaltando seu papel na instrução sobre as quatro</p><p>operações e na educação doméstica. O provimento vitalício dos professores e das professoras</p><p>estava sujeito à �scalização dos presidentes, que podiam suspender o pagamento e indicar</p><p>demissão por sentença. No entanto, desa�os �nanceiros na implementação do piso salarial</p><p>persistiram, re�etindo a realidade contemporânea de descumprimento da legislação em muitas</p><p>regiões do país (Araújo, 2023).</p><p>Conforme o art. 4º da Lei nº 14.817/2024, os itens V a IX tratam dos aspectos fundamentais</p><p>relacionados à remuneração e às condições de trabalho na carreira docente. O item V destaca a</p><p>importância de estabelecer e manter um piso remuneratório em conformidade com a legislação</p><p>federal sobre o piso salarial pro�ssional nacional. O item VI aborda a �xação de valores de piso e</p><p>teto de remuneração, visando atrair pro�ssionais quali�cados e proporcionar uma progressão</p><p>pecuniária estimulante ao longo da carreira.</p><p>Já o item VII destaca a composição da remuneração, buscando assegurar a proporção adequada</p><p>entre a retribuição pecuniária e as vantagens da carreira. O ponto VIII ressalta a consideração</p><p>das especi�cidades pedagógicas, características físicas e geoeconômicas nas de�nições de</p><p>adicionais e grati�cações, levando em conta mudanças no per�l do pro�ssional e condições de</p><p>trabalho. Por �m, o item IX estabelece uma jornada de trabalho de até 40 horas semanais,</p><p>reservando parte desse tempo para estudos, planejamento e avaliação, alinhando-se à legislação</p><p>especí�ca e à proposta pedagógica da escola (Brasil, 2024).</p><p>Disciplina</p><p>FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO</p><p>BRASILEIRA E POLÍTICAS</p><p>PÚBLICAS</p><p>Conforme a Portaria nº 61, de 31 de janeiro de 2024, no art. 1º: “Fica atualizado o valor do Piso</p><p>Salarial Pro�ssional Nacional - PSPN do magistério público da educação básica no exercício de</p><p>2024 para R$ 4.580,57 (quatro mil, quinhentos e oitenta reais e cinquenta e sete centavos), na</p><p>forma prevista na Lei nº 11.738, de 16 de julho de 2008” (Brasil, 2024, [s. p.]). A Lei nº 11. 738, de</p><p>16 de julho de 2008, institui o piso salarial pro�ssional nacional para os pro�ssionais do</p><p>magistério público da educação básica. O texto de�ne que “o piso salarial pro�ssional nacional é</p><p>o valor abaixo do qual a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios não poderão �xar o</p><p>vencimento inicial das carreiras do magistério público da educação básica, para a jornada de, no</p><p>máximo, 40 (quarenta) horas semanais” (Brasil, 2008, [s. p.]).</p><p>A partir dessas orientações e legislações, podemos inferir que uma educação de qualidade no</p><p>Brasil depende de pilares fundamentais, dentre os quais, as políticas de formação de</p><p>professores, a estruturação de planos de carreira e a garantia do piso salarial. Esses elementos</p><p>são essenciais para atrair, quali�car e valorizar os pro�ssionais que desempenham um papel</p><p>central na construção do conhecimento e no desenvolvimento dos estudantes.</p><p>A formação docente é um dos alicerces dessa transformação. É fundamental investir em</p><p>políticas que proporcionem uma formação inicial sólida, aliada a programas contínuos de</p><p>desenvolvimento pro�ssional. Professores bem-preparados têm a capacidade de criar ambientes</p><p>de</p><p>a Secretaria de Articulação com os</p><p>Sistemas de Ensino (SASE), dedicada ao fomento do diálogo nas comunidades educacionais.</p><p>O CNE é previsto no art. 8º da LDB: “[...] na estrutura educacional, haverá um Conselho Nacional</p><p>de Educação, com funções normativas e de supervisão e atividade permanente, criado por lei”</p><p>Disciplina</p><p>FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO</p><p>BRASILEIRA E POLÍTICAS</p><p>PÚBLICAS</p><p>(Brasil, 1996, [s. p.]). Teve seus primórdios durante o processo de estabelecimento de órgãos</p><p>educacionais no Brasil, como na Bahia, em 1842, com funções semelhantes aos "boards"</p><p>ingleses. Em 1911, a ideia de um Conselho Superior foi concretizada com o Decreto nº 8.659.</p><p>Sucessivamente, foram criados o Conselho Nacional de Ensino (1925), o Conselho Nacional de</p><p>Educação (1931), o Conselho Federal de Educação e os Conselhos Estaduais e Municipais de</p><p>Educação (1961 e 1971). O Conselho Nacional de Educação, instituído em 1995 pela Lei nº 9.131,</p><p>é um órgão colegiado do Ministério da Educação, responsável por contribuir na formulação da</p><p>Política Nacional de Educação e acompanhar, em todos os níveis, o desenvolvimento e a</p><p>aplicação do PNE e dar suporte ao MEC para melhoria das modalidades de ensino,</p><p>documentação, notas e ofícios para as esferas governamentais.</p><p>Na esfera estadual, podemos destacar as secretarias e os conselhos estaduais de educação. Os</p><p>conselhos são encarregados de tomar decisões com base em discussões realizadas em</p><p>audiências públicas conduzidas pelo CNE. Suas responsabilidades incluem a autorização de</p><p>critérios para a infraestrutura escolar, validação do projeto pedagógico, disciplinas oferecidas,</p><p>carga horária e corpo docente das escolas estaduais. As secretarias estaduais têm caráter de</p><p>gestão de questões, como alimentação, transporte e calendário escolar, e promoção de políticas</p><p>públicas diversas – como planos estaduais de educação.</p><p>Na esfera municipal, as secretarias municipais de educação têm como função</p><p>implementar iniciativas para fomentar a interação entre escolas, pais, alunos e comunidades,</p><p>incluindo a realização de plantões pedagógicos. Além disso, são encarregadas de organizar e</p><p>administrar eventos culturais e esportivos para a comunidade escolar, disseminar tecnologias</p><p>educacionais, como bibliotecas digitais, e garantir a conformidade com os padrões de qualidade</p><p>de ensino estabelecidos por órgãos federais e pela BNCC.</p><p>O Conselho Municipal de�ne normas para o município conforme as leis federais e/ou estaduais.</p><p>O Conselho Municipal de Educação (CME) decide a viabilidade das escolas públicas municipais,</p><p>estabelece o currículo básico da rede municipal de ensino e atende a questionamentos do poder</p><p>público e da sociedade durante audiências municipais. A partir dessa relação e distribuição de</p><p>funções, temos características importantes do nosso sistema educacional, mas que, para se</p><p>tornar um sistema nacional de educação efetivo, ainda precisa superar alguns obstáculos.</p><p>Segundo Saviani (2010), um sistema nacional de educação pode ser compreendido como</p><p>integração intencional de vários aspectos ou serviços educacionais em um país, formando um</p><p>conjunto coerente que opera e�cazmente no processo educacional da população.</p><p>Embora haja esforços para a construção de um sistema mais integrado e coeso, o sistema</p><p>educacional brasileiro é predominantemente descentralizado, com responsabilidades</p><p>distribuídas entre União, estados, municípios e Distrito Federal. A legislação educacional, como a</p><p>Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), busca estabelecer diretrizes gerais, mas a</p><p>efetivação de um sistema nacional de educação integrado coeso e equitativo ainda é um desa�o.</p><p>Diversos debates e propostas têm sido apresentados para fortalecer a coordenação e a</p><p>integração do sistema educacional no país. Um exemplo disso é o Projeto de Lei apresentado</p><p>pelo senador Flávio Arns (Rede-PR) no Senado Federal. O Projeto de Lei Complementar (PLP)</p><p>Disciplina</p><p>FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO</p><p>BRASILEIRA E POLÍTICAS</p><p>PÚBLICAS</p><p>235/2019 cria normas para efetivar a cooperação entre União, estados, Distrito Federal e</p><p>municípios na área da educação. O objetivo é instituir o Sistema Nacional de Educação (SNE) e</p><p>�xar as normas para a cooperação entre os entes federativos.</p><p>Siga em Frente...</p><p>Plano Nacional de Educação (2014-2024)Parte superior do</p><p>formulário</p><p>A educação, conforme previsto pela LDB, no art. 3º, tem como princípios:</p><p>Igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; II- liberdade de aprender,</p><p>ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, a arte e o saber; III - pluralismo de ideias e</p><p>de concepções pedagógicas; IV - respeito à liberdade e apreço à tolerância; V - coexistência de</p><p>instituições públicas e privadas de ensino; VI - gratuidade do ensino público em</p><p>estabelecimentos o�ciais; VII - valorização do pro�ssional da educação escolar; VIII - gestão</p><p>democrática do ensino público, na forma desta Lei e da legislação dos sistemas de ensino; IX -</p><p>garantia de padrão de qualidade; X - valorização da experiência extraescolar; XI - vinculação entre</p><p>a educação escolar, o trabalho e as práticas sociais. (Brasil, 1996, [s. p.]</p><p>Pensando na efetivação desses princípios e no direito à educação, foi elaborado o Plano</p><p>Nacional de Educação, o qual foi aprovado pela Lei nº 13.005/2014. É um plano decenal, que</p><p>permanecerá em vigor até 2024. Diferente dos planos anteriores, esse PNE tem caráter</p><p>constitucional, transcende governos e possui vinculação de recursos, prevalecendo sobre os</p><p>planos plurianuais. O Plano Plurianual (PPA) é uma lei que guia as metas e as estratégias do</p><p>governo, de�nindo programas, recursos e objetivos para cada setor a cada quatro anos. Ele</p><p>começa a valer no segundo ano do mandato do governo eleito. Em resumo, o PPA é um plano de</p><p>longo prazo que orienta como serão realizadas grandes obras e serviços públicos para melhorar</p><p>a qualidade de vida da população.</p><p>O primeiro Plano Nacional de Educação começou em 1962, durante a vigência da primeira Lei de</p><p>Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei nº 4.024/1961, como uma iniciativa do Ministério</p><p>da Educação e Cultura, aprovada pelo Conselho Federal de Educação. Era um conjunto de metas</p><p>a serem atingidas em oito anos. Em 1965, passou por uma revisão, que introduziu normas para</p><p>incentivar planos estaduais. Com a Constituição Federal de 1988, a ideia de um plano nacional de</p><p>longo prazo ressurgiu, cinquenta anos após a primeira tentativa o�cial. A lei também instituiu a</p><p>“Década da Educação” e estipulou que a União deve encaminhar o Plano ao Congresso Nacional,</p><p>um ano após a publicação da lei, com diretrizes e metas para os dez anos seguintes, alinhadas</p><p>com a Declaração Mundial sobre Educação para Todos.</p><p>Em 10 de fevereiro de 1998, o Deputado Ivan Valente apresentou, na Câmara dos Deputados, o</p><p>Projeto de Lei nº 4.155, que "aprovou o Plano Nacional de Educação". Esse plano foi feito em</p><p>Disciplina</p><p>FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO</p><p>BRASILEIRA E POLÍTICAS</p><p>PÚBLICAS</p><p>resposta aos compromissos do Fórum Nacional em Defesa da Escola Pública, desde a época da</p><p>Assembleia Nacional Constituinte. Ele incorporou ideias discutidas nos congressos de educação</p><p>e contribuições de vários setores da sociedade civil. O autor destaca na justi�cativa a</p><p>importância desse documento, que trata de questões sociais, culturais, políticas e educacionais</p><p>do Brasil, fundamentado nas lutas por uma sociedade mais justa e igualitária.</p><p>O PNE (2001-2010) pode ser caracterizado, conforme estudos de Melo e Moura (2017), como um</p><p>plano mais formal, carecendo de mecanismos de �nanciamento e demonstrando uma</p><p>articulação frágil com políticas mais abrangentes. Na prática, esse plano não conseguiu orientar</p><p>diretrizes de planejamento, gestão e implementação, resultando em signi�cativos desa�os para a</p><p>educação brasileira. Por sua vez, o PNE (2014-2024) apresenta uma ampliação de metas e</p><p>objetivos mais especí�cas e focalizadas, abordando questões, como a expansão do acesso à</p><p>educação, a melhoria na qualidade do ensino, a valorização dos pro�ssionais da educação e a</p><p>destinação de 10% do Produto Interno Bruto</p><p>aprendizado estimulantes, aplicar metodologias inovadoras e lidar de maneira e�caz com os</p><p>desa�os contemporâneos da educação.</p><p>Paralelamente, a implementação de planos de carreira e�cientes é um fator determinante para</p><p>atrair e manter talentos na pro�ssão docente. A existência de perspectivas claras de progressão,</p><p>reconhecimento e valorização pro�ssional incentiva o comprometimento e a dedicação dos</p><p>educadores. Isso se re�ete diretamente na qualidade do ensino oferecido, proporcionando um</p><p>ciclo virtuoso de aprimoramento constante. Além disso, deve-se garantir um piso salarial digno</p><p>para os pro�ssionais da educação.</p><p>Assim, a interconexão entre políticas de formação, planos de carreira bem estruturados e a</p><p>garantia de um piso salarial condizente cria um ambiente propício para o desenvolvimento</p><p>educacional. Ao investir nessas áreas, o país fortalece sua base educacional, preparando os</p><p>alunos para os desa�os do século XXI e contribuindo para o progresso social e econômico como</p><p>um todo.</p><p>Vamos Exercitar?</p><p>Estudante, a partir da nossa problemática inicial e das discussões levantadas ao longo da nossa</p><p>aula, podemos observar que é imperativo que se estabeleçam parcerias entre órgãos</p><p>governamentais, instituições de ensino e sociedade civil para promover mudanças signi�cativas</p><p>no contexto de formação docente e valorização dos pro�ssionais de educação. Investir em</p><p>políticas educacionais que priorizem o aumento salarial, criação de planos de carreira atrativos e</p><p>Disciplina</p><p>FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO</p><p>BRASILEIRA E POLÍTICAS</p><p>PÚBLICAS</p><p>melhoria das condições de trabalho é fundamental para o desenvolvimento do país nas próximas</p><p>décadas.</p><p>A conscientização da importância do papel do educador na sociedade também deve ser</p><p>promovida, visando ao reconhecimento merecido e à valorização do pro�ssional da educação</p><p>brasileira.</p><p>Saiba mais</p><p>Acadêmico, durante nossa jornada de estudos, conversamos e discutimos diversos aspectos</p><p>importantes para a formação de professores. Pensando nesses temas, indicamos para seu</p><p>aprofundamento a leitura do artigo Devolver a formação de professores aos professores, escrito</p><p>pelo professor António Nóvoa. O texto desenvolve considerações sobre a pro�ssão docente</p><p>(prática e identidade), a valorização dos saberes dos professores e as mudanças necessárias na</p><p>formação de professores na atualidade.</p><p>NÓVOA, A. Devolver a formação de professores aos professores. Cadernos de Pesquisa em</p><p>Educação, p. 11-11, 2012.</p><p>Bons estudos!</p><p>Referências</p><p>ARAÚJO, H. A história do piso salarial nacional para educação. CNTE na Mídia, 2023. Disponível</p><p>em: https://www.cnte.org.br/index.php/menu/comunicacao/posts/cnte-na-midia/76891-a-</p><p>historia-do-piso-salarial-nacional-para-a-educacao. Acesso em: 22 fev. 2024.</p><p>BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação</p><p>nacional. Brasília: Presidência da República, [2024]. Disponível em:</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm. Acesso em: 29 abr. 2024.</p><p>BRASIL. Portaria nº 61, de 31 de janeiro de 2024. Divulga o valor do Piso Salarial Pro�ssional</p><p>Nacional - PSPN do magistério público da educação básica para o exercício de 2024. Brasília:</p><p>Ministério da Educação, [2024]. Disponível em: https://www.in.gov.br/web/dou/-/portaria-n-61-de-</p><p>31-de-janeiro-de-2024-540635028. Acesso em: 29 abr. 2024.</p><p>BRASIL. Lei nº 11. 738, de 16 de julho de 2008. Regulamenta a alínea “e” do inciso III do caput do</p><p>art. 60 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, para instituir o piso salarial</p><p>pro�ssional nacional para os pro�ssionais do magistério público da educação básica. Brasília:</p><p>Presidência da República, [2024]. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-</p><p>2010/2008/lei/l11738.htm. Acesso em: 29 abr. 2024.</p><p>https://www.cnte.org.br/index.php/menu/comunicacao/posts/cnte-na-midia/76891-a-historia-do-piso-salarial-nacional-para-a-educacao</p><p>https://www.cnte.org.br/index.php/menu/comunicacao/posts/cnte-na-midia/76891-a-historia-do-piso-salarial-nacional-para-a-educacao</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm</p><p>Disciplina</p><p>FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO</p><p>BRASILEIRA E POLÍTICAS</p><p>PÚBLICAS</p><p>BRASIL. Lei nº 14.817, de 16 de janeiro de 2024. Estabelece diretrizes para a valorização dos</p><p>pro�ssionais da educação escolar básica pública. Brasília: Presidência da República, [2024].</p><p>Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2023-</p><p>2026/2024/lei/l14817.htm#:~:text=LEI%20N%C2%BA%2014.817%2C%20DE%2016,Art.. Acesso</p><p>em: 29 abr. 2024.</p><p>BRASIL. Lei nº 13.005, de 25 de junho de 2014. Aprova o Plano Nacional de Educação - PNE e dá</p><p>outras providências. Brasília: Presidência da República, [2024]. Disponível em:</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2014/lei/l13005.htm. Acesso em: 29 abr.</p><p>2024.</p><p>JACOMINI, M. A.; PENNA, M. G. de O. Carreira docente e valorização do magistério: condições de</p><p>trabalho e desenvolvimento pro�ssional. Pro-posições, v. 27, p. 177-202, 2016.</p><p>Aula 5</p><p>Encerramento da Unidade</p><p>Formação de professores</p><p>Este conteúdo é um vídeo!</p><p>Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo</p><p>computador ou pelo aplicativo. Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo</p><p>para assistir mesmo sem conexão à internet.</p><p>Dica para você</p><p>Aproveite o acesso para baixar os slides do vídeo, isso pode deixar sua</p><p>aprendizagem ainda mais completa.</p><p>Olá, caro estudante!</p><p>Nesta aula, aprofundaremos nossos conhecimentos acerca da formação de professores,</p><p>explorando sua evolução ao longo da história e as políticas públicas que buscam estruturar as</p><p>nuances entre a formação inicial e continuada. Destacaremos como esses aspectos estão</p><p>intrinsecamente ligados à valorização do pro�ssional da educação e às relevantes discussões</p><p>sobre a qualidade do ensino. Desejamos a você uma jornada enriquecedora de aprendizado!</p><p>Disciplina</p><p>FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO</p><p>BRASILEIRA E POLÍTICAS</p><p>PÚBLICAS</p><p>Ponto de Chegada</p><p>Estudante, no decorrer dos nossos encontros, discutimos sobre a valorização do pro�ssional da</p><p>educação e da importância da formação inicial e continuada de professores, mas você já se</p><p>perguntou o que é ser professor? Conforme os estudos de Iza et al. (2014), essa não é uma</p><p>de�nição tão simples, pois envolve vários aspectos. A construção da identidade do professor</p><p>envolve uma série de fases, desde sua socialização como aluno até a formação em cursos de</p><p>licenciatura, culminando na prática docente e na formação contínua. Ao abordar as facetas que</p><p>compõem a identidade do professor, destacamos o conceito de desenvolvimento pro�ssional,</p><p>pois essa identidade se molda desde os estágios anteriores à formação inicial até as</p><p>experiências durante o exercício da pro�ssão.</p><p>Pode-se dizer que ‘ser-professor(a)’ é uma construção angariada no decorrer de um longo</p><p>processo, pois é preciso tempo para assimilar a formação, para aprender como agir, para tomar</p><p>decisões e principalmente para se reconhecer como um formador das futuras gerações. Mockler</p><p>(2011) aponta que a identidade docente envolve três dinâmicas: o ambiente externo da política, o</p><p>contexto pro�ssional e a experiência pessoal. A ideia central é que existem três dinâmicas</p><p>imbricadas no ‘ser-professor(a)’: aprendizagem pro�ssional, ativismo docente e desenvolvimento</p><p>pessoal. Cada uma dessas dinâmicas apresenta condutas distintas do professor resultando na</p><p>melhoria qualitativa do envolvimento e compreensão de si próprio, do campo de trabalho ou das</p><p>esferas políticas. (Iza, 2014, p. 276)Parte superior do formulário</p><p>A partir dos estudos desses autores, podemos inferir que as dinâmicas relacionadas à pro�ssão</p><p>docente envolvem olhar tanto para os aspectos pessoais dos sujeitos quanto para os aspectos</p><p>políticos e externos que in�uenciam na constituição do “ser professor” e da identidade docente.</p><p>Com base nos estudos de Scheibe (2008), a primeira experiência de formação universitária para</p><p>professores no Brasil ocorreu na década de 1930, quando foi fundado, em 1934, o Instituto de</p><p>Educação da Universidade de São Paulo. Essa iniciativa abrangeu a preparação de professores</p><p>(PIB) à educação.</p><p>O PNE, entrando em seu último ciclo no ano de 2024, apresentou alguns avanços em relação às</p><p>metas indicadas, mas ainda mostra os desa�os para se pensar a próxima década em termos de</p><p>qualidade educacional. Em seguida, podemos ver um quadro-síntese sobre algumas metas do</p><p>PNE ligadas à formação de professores e à universalização da educação e seus indicadores de</p><p>cumprimento.</p><p>META 1: Universalizar até 2016 a</p><p>educação infantil (4 e 5 anos),</p><p>com cobertura de pelo menos 50%</p><p>das crianças até 3 anos.</p><p>A taxa de cobertura foi de 37%</p><p>para crianças até 3 anos em 2019</p><p>e de 94,1% para 4 e 5 anos.</p><p>META2: Universalizar o ensino</p><p>fundamental (6 a 14 anos) e</p><p>garantir que pelo menos 95% dos</p><p>alunos concluam na idade</p><p>recomendada.</p><p>A cobertura sofreu grande impacto</p><p>entre 2020 e 2021, período da</p><p>pandemia, com frequência ou</p><p>conclusão em 95,9%, abaixo do</p><p>índice estimado em 2013, de</p><p>96,9%. Quanto à conclusão na</p><p>idade recomendada, o índice</p><p>estava em 81,1% na idade até 16</p><p>anos, em 2021, bem abaixo dos</p><p>95% projetados para 2024.</p><p>META 7: Fomentar a qualidade da</p><p>educação básica em todas as</p><p>etapas.</p><p>Nesse caso, houve evolução</p><p>positiva, com aumento das taxas</p><p>de aprovação. Contudo, seja para</p><p>o ensino fundamental ou médio,</p><p>ainda há um número signi�cativo</p><p>de alunos com desempenho</p><p>situado nos níveis mais baixos das</p><p>Disciplina</p><p>FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO</p><p>BRASILEIRA E POLÍTICAS</p><p>PÚBLICAS</p><p>escalas de pro�ciência em Língua</p><p>Portuguesa e Matemática.</p><p>META 12: Elevar a taxa bruta de</p><p>matrícula (TBM) na educação</p><p>superior para 50% e a taxa líquida</p><p>de escolarização (TLE) para 33%</p><p>da população de 18 a 24 anos,</p><p>com expansão para, pelo menos,</p><p>40% das novas matrículas no</p><p>segmento público.</p><p>Todos os indicadores estão abaixo</p><p>do planejado. A TBM alcançou</p><p>37,4% em 2021, enquanto a meta</p><p>para 2024 é de 50%. A TLE �cou</p><p>em 25,5% no mesmo período. A</p><p>participação do segmento público</p><p>na expansão de matrículas de</p><p>graduação foi de 3,6% entre 2012</p><p>e 2020, muito distante dos 40%</p><p>estipulados.</p><p>META 13: Elevar a qualidade da</p><p>educação superior e ampliar a</p><p>proporção de mestres e doutores</p><p>do corpo docente para 75%, com,</p><p>no mínimo, 35% de doutores.</p><p>O objetivo de atingir 75% dos</p><p>docentes com mestrado ou</p><p>doutorado foi alcançado em 2015</p><p>e chegou a 83,8% em 2020. No</p><p>mesmo ano, o número de doutores</p><p>chegou a 48,9%.</p><p>META 15: Garantir, em regime de</p><p>colaboração dos entes</p><p>federativos, que os professores de</p><p>educação básica possuam</p><p>formação especí�ca de nível</p><p>superior.</p><p>Em 2021, as docências</p><p>ministradas por professores com</p><p>formação superior adequada à</p><p>área de conhecimento atingiram o</p><p>percentual de 60,7% na educação</p><p>infantil, 71,2% nos anos iniciais do</p><p>ensino fundamental, 58,5% nos</p><p>anos �nais do ensino fundamental</p><p>e 66,6% no ensino médio; índices</p><p>ainda longe dos 100% planejados.</p><p>META 16: Formar, em nível de pós-</p><p>graduação, 50% dos professores</p><p>da educação básica e garantir</p><p>formação continuada para 100%.</p><p>O percentual de professores da</p><p>educação básica com pós-</p><p>graduação (lato sensu ou stricto</p><p>sensu) passou de 30,2% para</p><p>44,7%, em 2021. O percentual de</p><p>professores da educação básica</p><p>que realizaram cursos de</p><p>formação continuada aumentou,</p><p>no período de 2013 a 2021, de</p><p>30,6% para 40,0%.</p><p>META 17: Valorizar pro�ssionais</p><p>das redes públicas de educação</p><p>básica, com equiparação do</p><p>A equiparação do rendimento</p><p>médio dos pro�ssionais do</p><p>magistério das redes públicas de</p><p>Disciplina</p><p>FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO</p><p>BRASILEIRA E POLÍTICAS</p><p>PÚBLICAS</p><p>rendimento médio ao dos demais</p><p>pro�ssionais com escolaridade</p><p>equivalente até 2020.</p><p>educação básica aumentou de</p><p>65,2%, em 2012, para 82,5% em</p><p>2021. Prevista para 2020, a meta</p><p>não foi alcançada.</p><p>Quadro 2 | Análise das metas do PNE (2014-2024). Fonte: adaptado de Agência do Senado</p><p>(2023).</p><p>Em síntese, podemos observar que, em relação às metas voltadas para a formação de</p><p>professores em nível superior, tivemos uma signi�cativa melhora, bem como na formação</p><p>continuada, todavia a execução real das 20 metas propostas do plano não foi satisfatória.</p><p>A partir dos relatórios de acompanhamento emitidos nos últimos anos, podemos destacar que o</p><p>Plano Nacional de Educação (PNE) representa um marco importante para a educação brasileira,</p><p>estabelecendo metas e diretrizes para o aprimoramento do sistema educacional do país. Desde a</p><p>sua implementação, alguns avanços foram observados. Houve uma expansão signi�cativa do</p><p>acesso à educação, com maior inclusão de crianças e jovens nas salas de aula, especialmente</p><p>nas etapas iniciais do ensino. Também, é um importante instrumento para promoção de</p><p>discussões e planos, visando a melhorias na qualidade do ensino, com ênfase no fortalecimento</p><p>da formação de professores, na modernização dos métodos pedagógicos e na avaliação</p><p>contínua dos resultados educacionais.</p><p>Contudo, o PNE enfrenta desa�os consideráveis para sua total efetivação. É importante</p><p>destacarmos também que a pandemia da Covid-19 trouxe desa�os adicionais, evidenciando a</p><p>necessidade de adaptações rápidas e e�cazes para garantir a continuidade do ensino. A</p><p>equidade digital também se tornou uma questão crítica, uma vez que a falta de acesso à</p><p>tecnologia prejudicou a participação igualitária dos estudantes nas atividades remotas.</p><p>Pode-se concluir que o PNE representa um esforço signi�cativo entre todos os entes federados e</p><p>a sociedade civil para fortalecer e reconhecer a importância da educação no Brasil, com avanços</p><p>signi�cativos ao longo da história, mas ainda enfrenta desa�os persistentes que demandam</p><p>atenção contínua e esforços coordenados para garantir uma educação inclusiva, equitativa e de</p><p>qualidade.</p><p>Vamos Exercitar?</p><p>Acadêmico, retomando a discussão inicial da nossa aula sobre a situação apresentada na escola</p><p>da Célia, é importante ressaltarmos que se trata de uma situação complexa envolvendo</p><p>mudanças no âmbito da política educacional na totalidade. Porém, a partir dos estudos</p><p>realizados, podemos observar que se faz necessário traçar novos caminhos de articulação,</p><p>�scalização e diálogo entre os entes federados, visando efetivar os objetivos e as estratégias</p><p>para alcançar as metas que ainda não foram satisfatoriamente atingidas. Além disso, é</p><p>Disciplina</p><p>FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO</p><p>BRASILEIRA E POLÍTICAS</p><p>PÚBLICAS</p><p>necessário desenvolver diferentes instrumentos de acompanhamento e implementação das</p><p>metas, considerando a diversidade e a realidade brasileira a curto, médio e longo prazo. Desse</p><p>modo, pensar estratégias de avaliação, acompanhamento e intervenções para atingir as metas é</p><p>essencial. Cabe destacar que a participação da sociedade e o diálogo com os educadores e</p><p>gestores escolares são fundamentais para um panorama maior de como superar os desa�os e</p><p>traçar novas metas e objetivos, visando à qualidade educacional.</p><p>Saiba mais</p><p>Hora de aprofundar um pouco mais seus conhecimentos sobre os temas abordados na aula.</p><p>Consulte o site do PNE, elaborado pelo Ministério da Educação. Lá, você encontrará várias</p><p>informações importantes sobre o plano, como a apresentação da Lei nº 13.005/2014,</p><p>informações sobre as metas, relatórios de acompanhamento e compartilhamento de</p><p>experiências de cooperação entre municípios, visando à melhoria da realidade educacional.</p><p>Bons estudos!</p><p>Referências</p><p>AGÊNCIA SENADO. As 20 metas do PNE e a avaliação do INEP. Agência Senado, 2023. Disponível</p><p>em: https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2023/02/17/as-20-metas-do-pne-e-a-</p><p>avaliacao-do-inep. Acesso em: 28 dez 2023.</p><p>BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação</p><p>nacional. Brasília: Presidência da República, [2024]. Disponível em:</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm. Acesso em: 28 abr. 2024.</p><p>CAMPIONI, P. Órgãos de Educação: responsáveis pelo sistema educacional. Politize, 2018.</p><p>Disponível em: https://www.politize.com.br/orgaos-de-educacao-responsaveis-educacao/.</p><p>Acesso em: 26 dez. 2023.</p><p>COSTA, V. M. F. Federalismo e relações intergovernamentais: implicações para a reforma da</p><p>educação no Brasil. Educação & Sociedade, v. 31, p. 729-748, 2010.</p><p>MELO, T. G. S.; MOURA, D. H. PNE (2001-2010), PNE</p><p>(2014-2024): orientações para a Educação</p><p>Pro�ssional no Brasil. Holos, v. 3, p. 3-15, 2017.</p><p>PIMENTA, P. Plano Nacional de Educação entra na reta �nal sem cumprir maioria das metas.</p><p>Agência do Senado, 2023. Disponível em:</p><p>https://www12.senado.leg.br/noticias/infomaterias/2023/02/plano-nacional-de-educacao-entra-</p><p>na-reta-�nal-sem-cumprir-maioria-das-metas. Acesso em: 23 dez. 2023.</p><p>https://pne.mec.gov.br/17-cooperacao-federativa/32-experiencias-de-cooperacao</p><p>https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2023/02/17/as-20-metas-do-pne-e-a-avaliacao-do-inep</p><p>https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2023/02/17/as-20-metas-do-pne-e-a-avaliacao-do-inep</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm</p><p>https://www.politize.com.br/orgaos-de-educacao-responsaveis-educacao/</p><p>https://www12.senado.leg.br/noticias/infomaterias/2023/02/plano-nacional-de-educacao-entra-na-reta-final-sem-cumprir-maioria-das-metas</p><p>https://www12.senado.leg.br/noticias/infomaterias/2023/02/plano-nacional-de-educacao-entra-na-reta-final-sem-cumprir-maioria-das-metas</p><p>Disciplina</p><p>FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO</p><p>BRASILEIRA E POLÍTICAS</p><p>PÚBLICAS</p><p>SAVIANI, D. Sistema nacional de educação articulado ao plano nacional de educação. Revista</p><p>Brasileira de Educação, v. 15, p. 380-392, 2010.</p><p>Aula 3</p><p>Organização da Educação Nacional</p><p>Organização da educação nacional</p><p>Este conteúdo é um vídeo!</p><p>Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo</p><p>computador ou pelo aplicativo. Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo</p><p>para assistir mesmo sem conexão à internet.</p><p>Dica para você</p><p>Aproveite o acesso para baixar os slides do vídeo, isso pode deixar sua</p><p>aprendizagem ainda mais completa.</p><p>Olá, estudante! Em continuidade aos nossos estudos, nesta aula, falaremos sobre como se</p><p>organizam e se dividem as etapas e modalidades da Educação Básica. Também, trataremos</p><p>sobre os aspectos envolvendo o �nanciamento e o acompanhamento das políticas públicas. São</p><p>vários pontos essenciais para sua formação acadêmica que se relacionam intimamente com</p><p>aquilo que acontece nos espaços escolares, considerando a realidade educacional e a relação da</p><p>política pública com a educação no Brasil. Preparado? Juntos, trilharemos novos caminhos de</p><p>aprendizagem.</p><p>Ponto de Partida</p><p>Olá, estudante! Durante esta aula, veremos a organização política e os modos pelos quais se</p><p>estrutura a Educação Básica, partindo das concepções relacionadas ao sistema federativo</p><p>brasileiro e ao papel dos entes federados. Para esse estudo, você deverá re�etir sobre a seguinte</p><p>situação: Joana é uma estudante do curso de Pedagogia e, em breve, terá que apresentar um</p><p>seminário na sua sala sobre a organização da Educação Básica e os entes federados. Como será</p><p>seu primeiro seminário, Joana está com algumas dúvidas: quais elementos são relevantes para a</p><p>compreensão do funcionamento e da estruturação da Educação Básica? Qual é a atribuição e o</p><p>Disciplina</p><p>FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO</p><p>BRASILEIRA E POLÍTICAS</p><p>PÚBLICAS</p><p>papel dos entes federados neste contexto e como esses aspectos se relacionam com o trabalho</p><p>do professor?</p><p>Partindo desses questionamentos, conheceremos um pouco mais sobre a organização do</p><p>sistema educacional brasileiro. Lembre-se de que esse é um momento importante de</p><p>aprendizado, por isso reserve um tempo para seus estudos e realize as re�exões propostas.</p><p>Boa leitura!</p><p>Vamos Começar!</p><p>Etapas e modalidades de ensino da Educação Básica ao ensino</p><p>superior</p><p>Conforme destacado no art. 21 da LDB de 1996, a educação nacional compõe-se de dois níveis: a</p><p>educação básica, formada pelas etapas da educação infantil, do ensino fundamental e do ensino</p><p>médio, e a educação superior, formada por cursos de graduação e pós-graduação. Conforme os</p><p>estudos de Bezerra et al. (2019), desde sua promulgação, a Lei nº 9.394/96.</p><p>trouxe signi�cativas alterações para o sistema educacional, como reforma da educação</p><p>pro�ssional, delimitação de porcentagem de �nanciamento educacional, ênfase em método</p><p>avaliativo contínuo e progressivo e formação de professores em nível superior. Além dos níveis</p><p>escolares, temos modalidades diversas para atender a todos os públicos, considerando suas</p><p>características especí�cas.</p><p>Educação Básica</p><p>Educação Infantil</p><p>Creche – crianças de 0-3</p><p>anos</p><p>Pré-escola – crianças de 4-</p><p>5 anos</p><p>Ensino Fundamental</p><p>Anos Iniciais – 1º ao 5º</p><p>ano – crianças de 6-10</p><p>anos</p><p>Anos Finais – 6º ao 9º ano</p><p>–alunos de 11-14 anos</p><p>Ensino Médio – 1º ao 3º</p><p>ano – estudantes de 15-17</p><p>anos</p><p>Educação Superior</p><p>Cursos sequenciais</p><p>Graduação</p><p>Licenciaturas</p><p>Bacharelados</p><p>Tecnólogos</p><p>Pós-graduação</p><p>Latu sensu</p><p>(Especialização)</p><p>Strictu sensu (Mestrado e</p><p>Doutorado)</p><p>Extensão</p><p>Modalidades de Ensino</p><p>Educação de Jovens e</p><p>Adultos</p><p>Educação Especial</p><p>Educação Pro�ssional e</p><p>Tecnológica</p><p>Educação do Campo</p><p>Educação Indígena</p><p>Educação Quilombola</p><p>Educação em</p><p>estabelecimentos penais</p><p>Educação a Distância</p><p>Quadro 1 | Níveis escolares.</p><p>Disciplina</p><p>FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO</p><p>BRASILEIRA E POLÍTICAS</p><p>PÚBLICAS</p><p>Desse modo, dentro da estrutura e organização da educação brasileira, temos os níveis de ensino</p><p>(básico e superior), que se referem ao patamar geral de instrução alcançado pelos estudantes ao</p><p>término de um período de estudos. Dentro desses níveis, temos as etapas (educação infantil,</p><p>ensino fundamental e ensino médio), que representam um período especí�co de formação</p><p>escolar e as modalidades de ensino que se relacionam com a forma como a educação é</p><p>oferecida.</p><p>Em termos de organização da Educação Básica, conforme prevê o art. 23 da LDB, pode ser feita</p><p>“em séries anuais, períodos semestrais, ciclos, alternância regular de períodos de estudos,</p><p>grupos não-seriados, com base na idade, na competência e em outros critérios, ou por forma</p><p>diversa de organização, sempre que o interesse do processo de aprendizagem assim o</p><p>recomendar” (Brasil, 1996, [s. p.]). Em relação especí�ca dos ciclos, no ensino fundamental,</p><p>conforme Resolução SE nº 74, de 8 de novembro de 2013, o art. 5º estabelece três ciclos em</p><p>regime de progressão continuada compreendidos como espaços temporais interdependentes e</p><p>articulados entre si, ao longo dos nove anos, sendo esses:</p><p>1. Ciclo de Alfabetização, do 1º ao 3º ano.</p><p>2. Ciclo Intermediário, do 4º ao 6º ano.</p><p>3. Ciclo Final, do 7º ao 9º ano.</p><p>Os ciclos, neste contexto, tratam de uma forma de organização pedagógica que divide os anos</p><p>dessa etapa da educação em períodos nos quais os estudantes avançam para o próximo ano</p><p>sem a necessidade de reprovação. No primeiro ciclo, o foco maior está na alfabetização e no</p><p>desenvolvimento das habilidades iniciais de leitura, escrita e raciocínio matemático. No ciclo</p><p>seguinte, o objetivo é consolidar e ampliar os conhecimentos adquiridos nos ciclos iniciais. E no</p><p>último ciclo, a �nalidade é preparar os alunos para a transição ao ensino médio, consolidando e</p><p>aplicando os conhecimentos adquiridos.</p><p>Financiamento da educação brasileira: do Fundef ao novo</p><p>Fundeb</p><p>No Brasil, o �nanciamento da educação provém de recursos da União, dos estados, do Distrito</p><p>Federal e dos municípios. A Constituição Federal estabelece que, no mínimo, 18% da receita de</p><p>impostos arrecadados pela União e, no mínimo, 25% da receita de impostos arrecadados pelos</p><p>estados, pelo Distrito Federal e pelos municípios devem ser destinados à educação pública.</p><p>Dentre esses valores, 20% de determinados impostos listados na Constituição Federal compõem</p><p>a receita do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos</p><p>Pro�ssionais da Educação (Fundeb). Quando essa parcela de 20% não é su�ciente para garantir</p><p>uma educação de qualidade, conforme indicadores nacionais, a União complementa esse</p><p>montante para assegurar os padrões mínimos de manutenção e desenvolvimento da Educação</p><p>Básica no país.</p><p>Disciplina</p><p>FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO</p><p>BRASILEIRA E POLÍTICAS</p><p>PÚBLICAS</p><p>A LDB apresenta, em seu art. 68, que os recursos �nanceiros, provindos da educação, serão</p><p>arrecadados de “receita de impostos próprios da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos</p><p>Municípios; receita de transferências constitucionais e outras</p><p>transferências; receita do salário-</p><p>educação e de outras contribuições sociais; receita de incentivos �scais; outros recursos</p><p>previstos em lei” (Brasil, 1996, [s. p.]).</p><p>Um dos principais órgãos responsáveis por executar parte das ações do MEC relacionadas à</p><p>Educação Básica, prestando auxílio �nanceiro e técnico aos municípios, é o Fundo Nacional de</p><p>Desenvolvimento da Educação (FNDE), criado pela Lei nº 5.537, de 21 de novembro de 1968. As</p><p>transferências �nanceiras são realizadas mediante de mecanismos constitucionais, automáticos</p><p>e voluntários, através de convênios. Entre alguns dos programas sob responsabilidade do FNDE,</p><p>estão: Programa Nacional de Alimentação Escolar, Salário-Educação, Programa Dinheiro Direto</p><p>na Escola e Programa Nacional do Livro Didático.</p><p>Conforme Castioni, Cardoso e Capuzzo (2020), inicialmente, o Fundo de Manutenção e</p><p>Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (Fundef), aprovado pela</p><p>Emenda Constitucional nº 14, de 1996, foi um mecanismo de redistribuição de recursos para</p><p>manutenção e desenvolvimento do ensino fundamental no âmbito de cada estado.</p><p>Pontos positivos do fundo foram evidenciados como, ampliação das matrículas no ensino</p><p>fundamental nos Municípios, redução das desigualdades nos recursos per capita entre eles,</p><p>promovendo a municipalização e universalização dessa etapa da educação básica. No entanto,</p><p>o �nanciamento restringiu-se ao ensino fundamental; as demais etapas e modalidades da</p><p>educação básica �caram em segundo plano quanto à cobertura, à infraestrutura e à contratação</p><p>de professores, tanto nos estados-membros como nos municípios. (Castioni; Cardoso; Capuzzo,</p><p>2020, p. 83)</p><p>Apesar dos avanços no ensino fundamental, o Fundef não conseguiu reverter as desigualdades</p><p>regionais e estaduais em termos do valor aluno. O Fundef foi encerrado e, em 31 de dezembro de</p><p>2006, foi instituído, pela Emenda Constitucional (EC) nº 53/2006, e regulamentado, pela Lei nº</p><p>11.494/2007, o Fundeb, em substituição ao Fundef, com vigência de 2007-2020. Em comparação</p><p>ao Fundef, o Fundeb tem a função de redistribuir a maior parte dos recursos estaduais e</p><p>municipais destinados à educação, abrangendo desde a creche até o ensino médio, ou seja,</p><p>todas as etapas e modalidades da educação básica.</p><p>Cada estado e o Distrito Federal possuem um fundo que opera como uma espécie de conta</p><p>coletiva. Nela, entram recursos de diferentes fontes, como impostos estaduais, municipais e, em</p><p>alguns casos, repasses do governo federal para estados e municípios. Cada fundo estadual</p><p>distribui seus recursos conforme o número de estudantes que estão matriculados em sua rede</p><p>de Educação Básica. Essa regra é estabelecida a partir dos dados obtidos do Censo Escolar do</p><p>ano anterior, tendo como base um valor mínimo por aluno estabelecido pelo Governo Federal.</p><p>O dinheiro arrecadado e distribuído pelo Fundeb pode ser usado, por exemplo, para pagamento</p><p>dos salários dos professores da rede pública e formação continuada, mas não deve ser usado no</p><p>Disciplina</p><p>FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO</p><p>BRASILEIRA E POLÍTICAS</p><p>PÚBLICAS</p><p>pagamento de pro�ssionais em desvio de função e outras despesas especi�cadas no art. 71 da</p><p>LDB.</p><p>Desde 2020, temos o Novo Fundeb, o qual, por meio da Emenda Constitucional nº 108/2020,</p><p>passou a ser mecanismo permanente de �nanciamento da Educação Básica. Entre as mudanças</p><p>propostas, estão o aumento do patamar da complementação da União para 23% e prioridade à</p><p>educação infantil. Com a aprovação e a regulamentação do novo Fundeb, renovam-se as</p><p>esperanças de fortalecimento do sistema educacional.</p><p>O aumento gradual da participação da União nos recursos destinados à Educação Básica é uma</p><p>medida signi�cativa para assegurar padrões mínimos de qualidade em todo o país. Espera-se</p><p>que o novo Fundeb não apenas mantenha os avanços conquistados mas também impulsione</p><p>melhorias adicionais. A focalização em áreas críticas, como a formação de professores e a</p><p>infraestrutura escolar, é essencial para elevar os padrões educacionais. Além disso, a constante</p><p>avaliação e adaptação do Fundeb às demandas emergentes do cenário educacional brasileiro</p><p>são cruciais para garantir sua e�cácia a longo prazo.</p><p>Siga em Frente...</p><p>O Censo Escolar e o acompanhamento da efetivação das</p><p>políticas públicas</p><p>O Censo Escolar é um importante instrumento de coleta de dados da educação brasileira,</p><p>realizado anualmente sob a coordenação do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas</p><p>Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Os dados coletados pelo Censo são fundamentais para a</p><p>formulação de políticas públicas e a execução de programas na área da educação. Trata-se de</p><p>uma pesquisa de caráter estatístico em regime de colaboração entre as secretarias estaduais e</p><p>municipais de educação e com a participação de todas as escolas públicas e privadas do país,</p><p>sendo aplicado da seguinte forma:</p><p>A primeira etapa do Censo Escolar coleta informações sobre os estabelecimentos de ensino,</p><p>gestores, turmas, alunos e pro�ssionais escolares em sala de aula. A segunda etapa coleta</p><p>informações sobre o movimento e o rendimento escolar dos alunos, ao �nal do ano letivo. O</p><p>Censo Escolar é realizado anualmente e a declaração é obrigatória para todas as escolas</p><p>públicas e privadas do país. Além disso, é regulamentado por instrumentos normativos que</p><p>instituem a obrigatoriedade, os prazos, os responsáveis e suas responsabilidades, bem como os</p><p>procedimentos para realização de todo o processo de coleta de dados. (Brasil, 2023, [s. p.])</p><p>Por ser um teste aplicado em regime de colaboração, existem responsabilidades e deveres entre</p><p>os envolvidos. As funções podem ser visualizadas no quadro a seguir.</p><p>Disciplina</p><p>FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO</p><p>BRASILEIRA E POLÍTICAS</p><p>PÚBLICAS</p><p>Responsável Função</p><p>INEP</p><p>De�nir e disponibilizar o</p><p>cronograma das atividades, dos</p><p>instrumentos e dos meios para</p><p>aplicação do Censo; também,</p><p>organiza e compartilha os</p><p>resultados obtidos</p><p>Gestores estaduais e municipais</p><p>Treinar os agentes que</p><p>coordenarão o processo censitário</p><p>nas respectivas escolas.</p><p>Acompanhar e controlar o censo</p><p>em sua região.</p><p>Diretores e dirigentes escolares</p><p>Responsáveis por preencher as</p><p>informações do Censo Escolar da</p><p>Educação Básica no Sistema</p><p>Educacenso e pela veracidade das</p><p>informações declaradas.</p><p>Quadro 2 | Censo Escolar. Fonte: adaptado de Brasil (2023).</p><p>Os dados censitários desempenham um papel crucial no acompanhamento e na avaliação do</p><p>desenvolvimento dos sistemas de ensino em todo o país. Essas informações são essenciais para</p><p>análises comparativas e estudos, subsidiando a formulação de políticas públicas e a distribuição</p><p>de recursos. Os dados do Censo Escolar também são fundamentais para a gestão de diversos</p><p>programas federais, como PNLD, PNAE, PNAT, PDDE, ProInfo, entre outros.</p><p>O Censo Escolar, junto a avaliações do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), fornece</p><p>resultados sobre o rendimento e o movimento escolar dos alunos do ensino fundamental e do</p><p>ensino médio. Esses dados são utilizados no cálculo do Índice de Desenvolvimento da Educação</p><p>Básica (IDEB), um indicador de referência para as políticas educacionais brasileiras.</p><p>Vamos Exercitar?</p><p>Estudantes, retomando o caso da Joana, apresentado inicialmente nesta aula, podemos sugerir</p><p>alguns pontos importantes para discussão e apresentação do seminário. Pode-se começar com</p><p>uma apresentação contextualizando um pouco sobre o sistema federativo no Brasil e o regime</p><p>de colaboração entre os entes federados e, a partir desses aspectos, categorizar e diferenciar as</p><p>modalidades e etapas de ensino da Educação Básica e do Ensino Superior, destacando o papel</p><p>da União, dos estados e dos municípios na organização e na responsabilidade sobre cada etapa</p><p>Disciplina</p><p>FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO</p><p>BRASILEIRA E POLÍTICAS</p><p>PÚBLICAS</p><p>e modalidade. Essa relação é importante para compreendermos como as políticas se articulam</p><p>com o sistema educacional e sua estruturação.</p><p>Saiba mais</p><p>Acadêmico, nossos estudos não param por aqui! Precisamos avançar nas discussões e buscar</p><p>novos conhecimentos, não é mesmo? Desse modo, indicamos</p><p>a leitura do artigo Direito à</p><p>educação básica: cooperação entre os entes federados”. Nele, a autora discute o sistema</p><p>federativo brasileiro e o regime colaborativo, visando garantir os preceitos da Constituição</p><p>Federal sobre o direito à educação para todos.</p><p>ARAÚJO, G. C. de. Direito à educação básica: a cooperação entre os entes federados. Retratos da</p><p>escola, v. 4, n. 7, 2010.</p><p>Bons estudos!</p><p>Referências</p><p>BEZERRA, W. M. et al. Níveis e modalidades da educação brasileira após a LDB 9394/96. In:</p><p>CONGRESSO NACIONAL DE EDUCAÇÃO, 6., 2019, Fortaleza. Anais [...]. Fortaleza: CONEDU, 2019.</p><p>Disponível em:</p><p>https://editorarealize.com.br/editora/anais/conedu/2019/TRABALHO_EV127_MD4_SA2_ID7387_</p><p>16082019142006.pdf. Acesso em: 25 jan. 2024.</p><p>BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação</p><p>nacional. Brasília: Presidência da República, [2024]. Disponível em:</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm. Acesso em: 28 abr. 2024.</p><p>BRASIL. INEP – Censo Escolar. Brasília: MEC, 2023. Disponível em: https://www.gov.br/inep/pt-</p><p>br/areas-de-atuacao/pesquisas-estatisticas-e-indicadores/censo-escolar. Acesso em: 25 jan.</p><p>2024.</p><p>CASTIONI, Remi; CARDOSO, Mônica Sera�m; CAPUZZO, Alisson. FUNDEF, FUNDEB e Novo</p><p>FUNDEB: perspectivas para o �nanciamento da educação de Estados e Municípios. Revista</p><p>Educação, Cultura e Sociedade, v. 10, n. 1, 2020.</p><p>SÃO PAULO. Resolução nº 74, de 8 de novembro de 2013. Dispõe sobre a reorganização do</p><p>Ensino Fundamental em Regime de Progressão Continuada, oferecido pelas escolas públicas</p><p>estaduais, e dá providências correlatas. São Paulo: Secretaria de Educação, [2024]. Disponível</p><p>em: http://siau.edunet.sp.gov.br/ItemLise/arquivos/74_13.HTM?Time=19/08/2014. Acesso em:</p><p>25 jan. 2023.</p><p>https://editorarealize.com.br/editora/anais/conedu/2019/TRABALHO_EV127_MD4_SA2_ID7387_16082019142006.pdf</p><p>https://editorarealize.com.br/editora/anais/conedu/2019/TRABALHO_EV127_MD4_SA2_ID7387_16082019142006.pdf</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm</p><p>https://www.gov.br/inep/pt-br/areas-de-atuacao/pesquisas-estatisticas-e-indicadores/censo-escolar</p><p>https://www.gov.br/inep/pt-br/areas-de-atuacao/pesquisas-estatisticas-e-indicadores/censo-escolar</p><p>http://siau.edunet.sp.gov.br/ItemLise/arquivos/74_13.HTM?Time=19/08/2014</p><p>Disciplina</p><p>FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO</p><p>BRASILEIRA E POLÍTICAS</p><p>PÚBLICAS</p><p>Aula 4</p><p>Avaliação da Educação Nacional e a Relação com as Políticas Educacionais</p><p>Avaliação da educação nacional e a relação com as políticas educacionais</p><p>Este conteúdo é um vídeo!</p><p>Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo</p><p>computador ou pelo aplicativo. Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo</p><p>para assistir mesmo sem conexão à internet.</p><p>Dica para você</p><p>Aproveite o acesso para baixar os slides do vídeo, isso pode deixar sua</p><p>aprendizagem ainda mais completa.</p><p>Olá, estudante! Nesta aula, conversaremos sobre o IDEB, as políticas educacionais e a relação</p><p>das avaliações e políticas com a qualidade educacional. Esse é um tema vital e importante para</p><p>nossa formação docente. Você já se perguntou como se acompanha a efetivação de políticas</p><p>públicas? Como se mensura ou avalia se ela foi ou não efetiva? Pensando nessas questões,</p><p>discutiremos esse assunto em nossa aula. É hora de adquirir novos conhecimentos! Contamos</p><p>com você! Bons estudos!</p><p>Ponto de Partida</p><p>Olá, acadêmico! Até agora, estamos conversando sobre as políticas, a legislação educacional, o</p><p>�nanciamento da educação e a estrutura da Educação Básica. Neste momento, partindo desses</p><p>saberes prévios, aprofundaremos a discussão sobre a relação entre avaliação educacional,</p><p>políticas educacionais e qualidade da educação. Para isso, imagine a seguinte situação: Carla,</p><p>professora da rede pública de ensino, está participando da semana de formação pedagógica do</p><p>seu município. As palestras deste ano são sobre a temática da qualidade educacional. Diante</p><p>das falas apresentadas no evento, Carla levantou os seguintes questionamentos: o que seria a</p><p>qualidade educacional e como ela se relaciona com o trabalho pedagógico que eu desenvolvo</p><p>em sala de aula? Como acompanhar e gerir a efetivação das políticas públicas voltadas para a</p><p>Educação Básica?</p><p>Essas questões levantadas por Carla são pertinentes e signi�cativas, por isso, não perca elas de</p><p>vista, pois subsidiarão nossas discussões seguintes. Bons estudos!</p><p>Disciplina</p><p>FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO</p><p>BRASILEIRA E POLÍTICAS</p><p>PÚBLICAS</p><p>Vamos Começar!</p><p>Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB)</p><p>Provavelmente, ao longo da sua formação acadêmica ou pro�ssional, você já realizou algum tipo</p><p>de avaliação. Esse é um aspecto importante das práticas educacionais e não se aplica só aos</p><p>contextos de sala de aula, mas engloba a avaliação em uma escala maior, no contexto nacional,</p><p>para identi�carmos aspectos positivos e negativos do ensino brasileiro e os pontos de melhoria,</p><p>visando à qualidade da educação oferecida.</p><p>Para avaliar a qualidade da Educação Básica, elaborar e repensar políticas públicas nacionais no</p><p>âmbito educacional, é necessário utilizar alguns dados estatísticos e instrumentos de avaliação.</p><p>Desse modo, desde 2007, temos a aferição do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica</p><p>(IDEB), o qual foi criado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio</p><p>Teixeira (Inep), como parte do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE). O resultado do</p><p>IDEB serve para avaliar a qualidade da aprendizagem em âmbito nacional e estabelecer metas</p><p>para aprimorar o ensino. Quando falamos em qualidade na educação, pensamos na e�cácia e na</p><p>relevância do sistema educacional, considerando a multiplicidade de fatores que envolve esse</p><p>sistema, como a aprendizagem dos estudantes, a equidade, os currículos, os recursos, a</p><p>infraestrutura, os professores etc. Desse modo, trata-se de um conceito complexo e que ainda</p><p>apresenta divergências entre os teóricos sobre sua de�nição exata.</p><p>O IDEB permite que a população e o governo monitorem a qualidade da educação por meio de</p><p>dados concretos, visando a melhorias. O cálculo é baseado em dois componentes principais: a</p><p>taxa de rendimento escolar (aprovação) e as médias de desempenho em exames, como Prova</p><p>Brasil, nome pelo qual é conhecida a Avaliação Nacional de Rendimento Escolar (Anresc), e</p><p>Avaliação Nacional da Educação Básica (Aneb). Essas provas compõem o Sistema de Avaliação</p><p>da Educação Básica (SAEB). Os índices de aprovação são obtidos a partir do Censo Escolar.</p><p>Desse modo, de forma simpli�cada, o IDEB mostra em que medida os estudantes estão</p><p>aprendendo e passando de ano em uma escala de 0 a 10. Conforme Jeduca (2018), para</p><p>alcançar níveis mais altos no IDEB, é essencial aumentar tanto o número de estudantes com</p><p>boas notas quanto o de alunos aprovados. Em outras palavras, é necessário garantir a</p><p>aprendizagem e o progresso dos alunos. Não é su�ciente ter estudantes com notas elevadas se</p><p>isso resultar em reprovações frequentes, impedindo a conclusão da educação básica. Da</p><p>mesma forma, não é desejável aprovar estudantes sem o devido aprendizado, apenas para</p><p>aumentar as taxas de conclusão de curso.</p><p>O Decreto nº 6.094, de 24 de abril de 2007, em seu art. 3º, assim dispõe sobre o Plano de Metas</p><p>Compromisso Todos pela Educação:</p><p>A qualidade da educação básica será aferida, objetivamente, com base no IDEB, calculado e</p><p>divulgado periodicamente pelo INEP, a partir dos dados sobre rendimento escolar, combinados</p><p>Disciplina</p><p>FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO</p><p>BRASILEIRA E POLÍTICAS</p><p>PÚBLICAS</p><p>com o desempenho dos alunos, constantes do censo escolar e do Sistema de Avaliação da</p><p>Educação Básica - SAEB, composto pela Avaliação Nacional da Educação Básica - ANEB e a</p><p>Avaliação Nacional do Rendimento Escolar (Prova Brasil). O IDEB será o indicador objetivo para a</p><p>veri�cação do cumprimento de metas �xadas no termo de adesão ao Compromisso. (Brasil,</p><p>2007, [s. p.])</p><p>Podemos observar que o IDEB desempenha um papel signi�cativo na avaliação e na melhoria do</p><p>sistema educacional, fornecendo uma medida abrangente da qualidade do ensino no Brasil.</p>