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26/11/2015 Estudando: ENEM Química Cursos Online Grátis | Prime Cursos https://www.primecursos.com.br/openlesson/10077/102348/ 1/10 ESTUDANDO: ENEM - QUÍMICA 11. LIGAÇÕES QUÍMICAS Materiais gerados por diferentes tipos de ligação (quartzo e aço) Olhe ao seu redor e tente identificar os objetos que estão ao seu alcance. Você sabe dizer de que material eles são feitos? Talvez plástico, metal e madeira sejam as substâncias mais comuns e fáceis de identificar. O fato é que estamos cercados de matéria, de diversos tipos diferentes. Cada tipo de matéria é chamado de “substância” e mais recentemente a expressão “material” está cada vez mais sendo utilizada para especificar um tipo especial de matéria com aplicações tecnológicas e industriais. Por exemplo, já existe uma profissão chamada “engenheiro de materiais” e à priori este profissional deve ser responsável pela pesquisa de novas substâncias e de novos usos industriais para os materiais já conhecidos. Para tanto ele precisa de sólida formação em química e física, além das competências habituais das engenharias. A chave para compreender esta “ciência” se encontra no que chamamos de interações químicas. De fato existe um número limitado de elementos químicos, mas eles podem se combinar de infinitas formas. O mesmo átomo de ferro que agora se encontra ligado ao carbono numa chapa de aço, amanhã pode estar na ferrugem que recobre a própria chapa, só que agora ligado ao oxigênio. Compreender como e porque as ligações químicas acontecem pode nos ajudar a explorar com alguma segurança o universo dos materiais, nos permitindo estabelecer uma correlação satisfatória entre propriedades periódicas, interações químicas e propriedades das substâncias. Porque Ocorrem as Ligações Químicas? Como já comentamos anteriormente, o universo pode ser dividido em matéria e energia. Até aqui já discutimos um pouco sobre ambos, mas nos falta ainda estabelecer uma ligação entre estas entidades. Parece razoável considerar que a energia é tudo que apresenta capacidade de modificar a matéria, por exemplo, o seu corpo gasta energia para digerir os alimentos bem como a energia acumulada numa pilha pode fazer um carrinho de controle remoto se mover. A mesma energia é capaz de fazer os elétrons de um átomo se moverem entre a camadas da eletrosfera ou mesmo para fora e para dentro do próprio átomo como vimos em relação às propriedades periódicas (Energia de Ionização e Afinidade Eletrônica). Outra coisa que podemos afirmar com segurança é que quanto maior a energia acumulada em um corpo maior a probabilidade que este tem de se modificar, se envolver em algum processo. Por exemplo, quando as pilhas de um brinquedo se acabam este costuma perder os movimentos e conseqüentemente a sua utilidade para a as crianças. Trocando em miúdos, muita energia impulsiona o sistema a se transformar, por exemplo, fornecemos calor a uma panela para cozinhar os alimentos. Por outro lado isto significa que a falta de energia paralisa estes sistemas, ou melhor, uma quantidade reduzida de energia, seja ela de que tipo for, faz com que os corpos fiquem mais estáveis. Nesta linha de raciocínio concluímos que, na maioria das ocasiões, os átomos isolados possuem um excesso de energia que precisa ser liberada para que eles fiquem mais estáveis, ou mais “tranqüilos, por assim dizer, e a forma com que esta energia se dissipa é através do estabelecimento de uma ligação química. 26/11/2015 Estudando: ENEM Química Cursos Online Grátis | Prime Cursos https://www.primecursos.com.br/openlesson/10077/102348/ 2/10 Forças de atração e repulsão da molécula de H2 A ligação só deve ocorrer obviamente quando os átomos se encontrarem, o que no mundo microscópico obrigatoriamente significa colisão. Ao se aproximarem a uma determinada velocidade os átomos devem sentir a repulsão entre suas eletrosferas negativas (iguais se repelem), no entanto esta repulsão não deve ser suficiente para evitar o choque. É natural que as eletrosferas sejam as primeiras a sentirem o impacto, justamente por estarem na região mais externa dos átomos, isto, todavia não impede que os núcleos se aproximem, considerando que os elétrons possuem pouca massa (praticamente desprezível com a relação à massa total do átomo) e estão dispostos em uma região imensa (quase todo o volume do átomo é ocupado pela eletrosfera). A baixa densidade desta região faz com que o núcleo de um átomo se superponha à eletrosfera do outro, iniciando um processo de atração que logo será acompanhado por outro tipo de repulsão. Esta outra repulsão ocorre porque os átomos se aproximam além da conta (em alta velocidade não é possível parar imediatamente, é como um carro se dirigindo em alta velocidade contra outro) e os núcleos (de carga positiva e extremamente densos) passam a se repelir com muita intensidade. Obviamente que só permanecerão ligados os átomos que conseguirem estabelecer um equilíbrio entre estes processos (repulsão e atração), alcançando uma distância internuclear que permita que a força de atração seja superior às forças de repulsão presentes. Esta distância é o que chamamos de comprimento de ligação e varia de acordo com o tipo e com a força da interação. A energia liberada durante o choque deve ser a mesma necessária para separar os átomos novamente sendo esta chamada de energia de ligação. Desde já podemos imaginar que alguns átomos já são estáveis o suficiente para existirem isolados por tempo indeterminado. Os gases nobres podem ser a chave para decifrarmos os segredos das ligações químicas. A Estrutura dos Gases Nobres e a Regra do Octeto No início deste capítulo comentamos sobre o que faria um átomo estabelecer uma ligação química. No entanto, sabendo que todos os elementos químicos fazem ligações com exceção dos gases nobres de modo que seria razoável discutir o que impede estes elementos de efetivar tais interações. Esta inversão de raciocínio pode nos levar com facilidade a estabelecer regras que nos permitam prever o comportamento de alguns elementos num processo químico. Se observarmos com cuidado a estrutura eletrônica dos gases da família 18 da tabela periódica, poderemos observar um padrão, todos, com exceção do hélio (He), tem oito elétrons na camada de valência. Esta primeira resposta norteou uma regra muito útil, apesar de carecer de fundamentação teórica mais aprofundada, conhecida como regra do octeto. A idéia é simples, e apesar de falhar em alguns casos se mostra extremamente útil em outros tantos. Basicamente os átomos devem ganhar e perder elétrons até que possuam oito elétrons na camada de valência, assim elementos como sódio, com apenas um elétron de valência, prefere perder este a disputar outros sete. Com um elétron a menos ele vira um cátion (íon de carga positiva) monovalente (carga elétrica +1) e pode ser atraído por qualquer ânion (íon de carga negativa) formando uma ligação muito forte chamada de ligação iônica por motivos óbvios. Esta regra, no entanto, não explica como o boro (B) pode ficar satisfeito com apenas seis elétrons de valência, ou porque o enxofre (S) pode precisar de até doze elétrons para se estabilizar. É claro que nós precisamos nos voltar novamente aos gases nobres em busca de repostas mais precisas. Com um pouco mais de cuidado podemos perceber que os oito elétrons dos gases nobres estão preenchendo completamente os subníveis s e p da camada mais externa. Colocar mais um elétron na eletrosfera de um gás nobre o forçaria a posicionálo numa camada vazia, mais externa que a atual. Como a carga do núcleo permaneceria a mesma, a atração por este elétron seriaextremamente fraca resultando em uma pequena energia de Afinidade Eletrônica. Em outras palavras por ter os subníveis “s” e “p” completos na camada de valência, os gases nobres não conseguem receber em condições triviais novos elétrons e também têm dificuldade de perder os que já possuem devido à alta atração que o núcleo exerce sobre estes (como visto em propriedades periódicas). 26/11/2015 Estudando: ENEM Química Cursos Online Grátis | Prime Cursos https://www.primecursos.com.br/openlesson/10077/102348/ 3/10 Em resumo os gases nobres não fazem ligações químicas porque não estão inclinados nem a perder (alta energia de ionização) nem a ganhar novos elétrons (baixa afinidade eletrônica), ou seja, eles possuem uma configuração eletrônica suficientemente estável para permanecerem por tempo indeterminado exatamente como estão, isolados. Esta linha de raciocínio se aplica inclusive ao He, que tem apenas dois elétrons preenchendo o subnível “s” da sua primeira e única camada. Se lembrarmos que no primeiro nível de energia (camada) só pode existir o subnível “s” as conclusões serão as mesmas e poderemos reescrever a regra do octeto: “os átomos fazem ligações químicas até que alcancem a configuração eletrônica estável de um gás nobre”. Representação de Lewis Os elétrons envolvidos em ligações químicas são os elétrons de valência, os localizados no nível incompleto mais externo de um átomo. O químico americano G. N. Lewis (18751946) sugeriu uma maneira simples de mostrar os elétrons de Valência dos átomos e seguir o rastro deles durante a formação da ligação, usando o que conhecemos como símbolos de pontos de elétrons ou simplesmente símbolos de Lewis. O Símbolo de Lewis para um elemento consiste do símbolo químico do elemento mais um ponto para cada elétron de valência. O enxofre, por exemplo, tem a configuração eletrônica [Ne]3s2 3p4; logo, seu símbolo de Lewis mostra seis elétrons de valência: Os pontos são colocados nos quatro lados do símbolo atômico: acima, abaixo e dos lados esquerdo e direito. Cada lado pode acomodar até dois elétrons. Todos os lados do símbolo são equivalentes; a colocação de dois elétrons em um lado e um elétron do outro é arbitrária. As configurações eletrônicas e os símbolos de Lewis para os elementos representativos do segundo e terceiro períodos da tabela periódica estão mostrados na figura a seguir. Observe que o número de elétrons de valência de qualquer elemento é o mesmo do numero do grupo do elemento na tabela periódica. Por exemplo, os símbolos químicos para o oxigênio e o enxofre, membros do grupo 6A, mostram seis pontos cada um. Propriedades Periódicas e Ligações Químicas Já observamos que determinados grupos de elementos apresentam propriedades periódicas semelhantes, por exemplo, alguns manifestam uma tendência a doar elétrons outros, por outro lado, apresentam certa facilidade em acomodar elétrons extras na sua eletrosfera. Da mesma forma que acontece com as propriedades periódicas (na verdade por causa delas) grupos diferentes de elementos químicos tendem a interagir quimicamente de forma diferente, por exemplo, não é comum que um metal faça ligação covalente, da mesma forma um não metal dificilmente formará compostos ligados por ligação metálica. Como já informamos isto é uma conseqüência imediata do comportamento periódico das propriedades químicas. Duas destas propriedades são de fundamental importância para compreendermos este fenômeno, a Energia de Ionização (EI) e a Afinidade Eletrônica (AE). Elementos que possuem baixa EI cedem elétrons com facilidade. Estes são invariavelmente metais e estão localizados do lado esquerdo da tabela periódica. Já os elementos do lado oposto, chamados de nãometais apresentam alta AE (com exceção dos G.N.) e conseqüentemente tem tendência a ganhar elétrons. Combinando estas propriedades podemos prever que quando um metal interage com um nãometal é quase inevitável que o segundo tome o elétron de valência do primeiro de modo que resultarão deste encontro dois íons de cargas opostas. Como cargas elétricas de sinais opostos se atraem mutuamente é de se esperar que estes íons se liguem por pura atração eletrostática dando origem a um composto iônico, assim 26/11/2015 Estudando: ENEM Química Cursos Online Grátis | Prime Cursos https://www.primecursos.com.br/openlesson/10077/102348/ 4/10 chamado por razões evidentes. Todavia dois nãometais não vão chegar tão facilmente a um acordo quanto à posse do elétron de valência e, graças à forte atração que o núcleo destes elementos exerce sobre os elétrons mais externos, vão compartilhar os mesmos numa região intermediária internuclear (ou entre os núcleos). Já entre os metais ocorre o oposto. Num pedaço de ferro, por exemplo, encontramse vários átomos com baixa EI e igualmente baixa AE. Isto significa que eles pretendem se livrar dos elétrons e não aumentar o número de partículas negativas presas às camadas mais externas da eletrosfera. Como não existem átomos capazes de receber estes elétrons eles acabam soltos no meio de cátions de Ferro (Consideramos cátions de ferro porque os átomos liberaram os seus elétrons adquirindo carga negativa). Como a nuvem eletrônica tem carga negativa os cátions ficam presos a ela, mas não compartilham individualmente nenhum elétron, considerase que os elétrons formam uma grande nuvem deslocalizada. Esta é a base da ligação metálica. Em resumo podemos contar três tipos de ligação entre os átomos: iônica, covalente e metálica. Cada uma delas é conseqüência de uma combinação de propriedades periódicas, ou seja, um metal combinado com um não metal (baixa EI e alta AE) resulta numa ligação iônica, Dois ametais (altas EI e AE) vão originar uma ligação covalente e quando átomos metálicos se combinam (baixas EI e AE) o resultado é uma ligação metálica. A Ligação Iônica A razão pela qual os átomos ficam estáveis numa ligação iônica é a atração entre os íons de cargas opostas. Esta atração provoca uma grande liberação de energia (energia potencial) e mantém os contraíons fortemente unidos em um arranjo regular chamado rede ou retículo cristalino. Representação da formação de uma ligação iônica Estrutura cristalina do cloreto de sódio. A quantidade relacionada à formação e estabilização de um cristal iônico é chamada de energia reticular ou energia 26/11/2015 Estudando: ENEM Química Cursos Online Grátis | Prime Cursos https://www.primecursos.com.br/openlesson/10077/102348/ 5/10 de rede, esta pode ser definida como “a energia necessária para separar um mol de um composto iônico sólido e transformálo em íons gasosos”. Energias reticulares para sais do tipo MX Esta forte ligação faz com que os compostos iônicos sejam duros, mas quebradiços. Isto quer dizer, eles são difíceis de serem riscados, mas se quebram com certa facilidade quando submetidos a uma pressão pontual. São sólidos isolantes, mas conduzem eletricidade se forem fundidos ou dissolvidos em água. Por falar nisto muitos destes compostos são solúveis em água, mas não todos. Como você deve imaginar isto tem haver com a energia reticular, algumas ligações são tão fortes que nem a forte polaridade da água consegue separar. Estrutura cristalina do NaCl. Determinação das Fórmulas dos Compostos Iônicos: A fórmula correta de um composto iônico é aquela que mostra a mínima proporção entre os átomos que se ligam, de modo que se forme um sistema eletricamente neutro. Para que isso ocorra, é necessário que o número de elétrons cedidos pelos átomos de um elemento seja igual ao número de elétrons recebidos pelos átomos do outro elemento. Há uma maneira prática, portanto rápida, de determinar a quantidade necessária de cada íon para escrever a fórmula iônica correta:Maneira prática de determinar fórmulas iônicas A Ligação Covalente Uma ligação covalente é caracterizada pelo compartilhamento de um par de elétrons entre dois átomos, estes elétrons devem estar desemparelhados, isto é, devem estar sozinhos no seu orbital atômico garantindo assim “espaço” suficiente para o companheiro com o qual vai se emparelhar para manter os núcleos dos dois átomos atraídos e conseqüentemente ligados. Este conceito foi introduzido por G. N. Lewis em 1916 e é responsável por 26/11/2015 Estudando: ENEM Química Cursos Online Grátis | Prime Cursos https://www.primecursos.com.br/openlesson/10077/102348/ 6/10 explicar a estabilidade da grande maioria dos compostos conhecidos. Basicamente quando dois átomos não metálicos colidem seus elétrons de valência acabam posicionados na região internuclear e são disputados pelos dois núcleos. Como ambos os elementos apresentam altas EI e AE nenhum dos dois cede o seu elétron de valência e a atração mútua dos dois núcleos pelos mesmos elétrons mantém os átomos unidos. Uma característica importante da ligação covalente é que ela é altamente direcional. Ao contrário da ligação iônica (um íon positivo atrai todos os íons negativos que estiverem ao seu redor) na maioria das vezes uma ligação covalente ocorre especificamente entre dois átomos. Isto determina uma atribuição exclusiva deste tipo de ligação: a formação de moléculas. Representação da formação de uma ligação covalente Ao contrário do que se pensa, nem todos os compostos são formados por moléculas, somente os gerados por ligação covalente. Isto ocorre porque uma molécula é um conjunto finito e bem definido de átomos. Se a ligação for iônica os contraíons vão se atraindo indefinidamente formando um aglomerado de cátions e ânions, que é o cristal iônico. Com átomos unidos por covalência o número de átomos é definido pelo número de ligações que cada partícula elementar é capaz de fazer, por exemplo, cada átomo de hidrogênio faz apenas uma ligação covalente enquanto os de oxigênio podem fazer duas. O resultado é a molécula de água formada por um átomo de oxigênio ligado simultaneamente (em extremidades diferentes) a dois átomos de hidrogênio. Num copo d’água existe uma infinidade destas moléculas unidas por forças de interação que trataremos mais adiante por forças intermoleculares, ao contrário um pedaço de giz é composto de inúmeros cátions cercados por uma quantidade igualmente incontável de ânions, sem distinção de uma unidade fundamental, apenas ligação iônica para todos os lados. O número de ligações que um determinado elemento pode fazer é definido pelo número de elétrons desemparelhados que ele possui. Normalmente é fácil de descobrir quantas ligações um átomo pode fazer observando sua distribuição eletrônica na camada de valência e distribuindo estes últimos elétrons nos seus respectivos orbitais atômicos (diagrama orbital). Alguns elementos, no entanto, são capazes de desemparelhar alguns elétrons, num processo chamado hibridização (ver Box) e fazer um maior número de ligações do que seria possível nas suas condições originais. IMPORTANTE A hibridização consiste na interação de orbitais atômicos incompletos que se combinam (ou se misturam), originando novos orbitais, em igual número. Esses novos orbitais são denominados orbitais híbridos. Tipos de hibridização do carbono Este é o caso do carbono. Apesar de no estado fundamental este elemento possuir apenas dois elétrons desemparelhados ele faz quatro ligações covalentes, nem mais nem menos, todo átomo de carbono faz obrigatoriamente quatro ligações covalentes. Esta propriedade confere ao carbono características especiais, como por exemplo, formar sólidos reticulares (um aglomerado de átomos só que ligados por covalência), como é o caso 26/11/2015 Estudando: ENEM Química Cursos Online Grátis | Prime Cursos https://www.primecursos.com.br/openlesson/10077/102348/ 7/10 do grafite e do diamante, e cadeias como os hidrocarbonetos. Estas últimas serão mais bem estudadas nos capítulos que tratam de química orgânica. IMPORTANTE DESENHANDO ESTRUTURAS DE LEWIS 1. Some os elétrons de valência de todos os átomos; 2. Escreva os símbolos para os átomos a fim de mostrar quais átomos estão ligados entre si e unaos com uma ligação simples (um traço, representando dois elétrons); 3. Complete os octetos dos átomos ligados ao átomo central; 4. Coloque os elétrons que sobrarem no átomo central; 5. Se não existem elétrons suficientes para dar ao átomo central um octeto, tente ligações múltiplas. O resultado deste procedimento pode ser expresso de três formas diferentes, chamadas de fórmulas químicas. Fórmula Molecular – é a representação mais simples e indica apenas quantos átomos de cada elemento químico formam a molécula. H2O – água CO2 – gás carbônico Fórmula Eletrônica – também conhecida como fórmula de Lewis, esse tipo de fórmula mostra, além dos elementos e do número de átomos envolvidos, os elétrons da camada de valência de cada átomo e a formação dos pares eletrônicos. Fórmula Estrutural – também conhecida como fórmula estrutural de Couper, ela mostra as ligações entre os elementos, sendo cada par de elétrons entre dois átomos representados por um traço. Ligações Múltiplas Ocorre quando mais de um par de elétrons é compartilhado entre dois átomos: ⇒ Um par de elétrons compartilhado = ligação simples (H2); ⇒ Dois pares de elétrons compartilhados = ligação dupla (O2); ⇒ Três pares de elétrons compartilhados = ligação tripla (N2). Fórmulas estruturais do H2, O2 e N2 Em geral, a distância entre os átomos ligados diminui à medida que o número de pares de elétrons compartilhados aumenta. Ligações Coordenadas Em algumas situações moléculas com pares de elétrons não ligantes, isto é, elétrons que já estavam emparelhados e por isso não se envolveram em ligações covalentes normais, podem doar estes pares para átomos que apresentem orbitais atômicos vazios. Este tipo de ligação é chamada coordenada, ou coordenativa, e requer que o átomo doador já tenha efetuado todas as ligações covalentes convencionais possíveis. Antigamente estas ligações eram representadas por setas (e eram chamadas de ligações dativas), todavia atualmente não é preciso distinguir esta ligação das demais (quando se escreve a fórmula estrutural) uma vez que depois de finalizada ela é na prática indistinguível de qualquer outra ligação covalente. O exemplo clássico dessa ligação é o dióxido de enxofre (SO2): 26/11/2015 Estudando: ENEM Química Cursos Online Grátis | Prime Cursos https://www.primecursos.com.br/openlesson/10077/102348/ 8/10 Representação da formação de uma ligação coordenada Dois exemplos muito comuns de coordenada envolvendo o cátion H+ são a formação dos cátions amônio (NH4+) e hidroxônio (H3O+). Geometria Molecular e Polaridade das Moléculas O estágio mais radical do que chamamos polaridade é a ligação iônica. Isto quer dizer que de um lado existe uma partícula efetivamente negativa e do outro o seu pólo oposto, ou seja, uma partícula efetivamente negativa. Nos compostos covalentes temos casos mais brandos, quer dizer, é possível (na verdade muito provável) que lados diferentes da ligação tenham cargas elétricas ligeiramente diferentes. De um lado pode existir uma concentração de elétrons maior que do outro. Isto é provocado por uma propriedade que chamamos de eletronegatividade (EN), uma propriedade de comportamento periódico definida como “a capacidade que o átomo tem de atrair mais para si o par eletrônico de uma ligação química”. Ao contrário da EI e da AE a eletronegatividade não é uma grandeza absoluta,mas relativa. O átomo precisa estar ligado a outro. Se o par eletrônico fica mais perto dele então ele é mais eletronegativo do que seu opositor. A conseqüência imediata desta informação é que a EN para os gases nobres não está definida, ela simplesmente não pode ser medida uma vez que estes elementos resistem a formar compostos. É de se esperar que somente sejam apolares as ligações entre átomos iguais, porém é possível que moléculas formadas por ligações polares não apresentem uma polaridade resultante. Para compreender este mistério precisamos conhecer as estruturas moleculares e relembrar o que já sabemos sobre vetores. A polaridade de uma ligação é representada por meio de um vetor chamado “momento de dipolo” e tem seu módulo calculado multiplicandose a carga elétrica pela distância com que os átomos estão afastados ( , sendo o momento de dipolo, q a carga elétrica e d a distância entre os pólos da molécula). Se numa molécula existem muitas ligações químicas a polaridade só pode ser definida quando fizermos o produto vetorial de todas as ligações, por exemplo, no CO2 estes vetores são idênticos, mas estão apontados para lados opostos. Como eles possuem o mesmo módulo (intensidade), estão na mesma direção (horizontal, na figura), mas estão em sentidos opostos o produto vetorial é nulo, quer dizer eles se cancelam e a molécula de CO2, apesar de ter ligações polares é apolar. Análise vetorial do momento de dipolo CO2 Teoria das Repulsões dos Pares Eletrônicos da Camada de Valência: a geometria ou forma da molécula compromete muitas das propriedades físicas e químicas das mesmas. A geometria da molécula está diretamente relacionada com as repulsões dos elétrons do seu átomo central, principalmente, os elétrons da camada de valência. Essas repulsões fazem com que os átomos se organizem de tal maneira que a molécula adquira a maior estabilidade possível. A estabilidade será maior quanto menor forem as repulsões entre os pares de elétrons ao redor do átomo central. Essa é a base da Teoria das Repulsões dos Pares Eletrônicos da Camada de Valência, uma das teorias criadas para explicar a geometria de espécies poliatômicas. Para prevermos a forma molecular, supomos que os elétrons de valência se repelem e, conseqüentemente, a molécula assume qualquer geometria 3D 26/11/2015 Estudando: ENEM Química Cursos Online Grátis | Prime Cursos https://www.primecursos.com.br/openlesson/10077/102348/ 9/10 que minimize essa repulsão. Existem formas simples para as moléculas AB2 e AB3. Geometria para as moléculas AB2 e AB3 (RPECV) A Tabela seguinte mostra como encontrar a geometria de uma molécula por meio do número de elétrons que o átomo central possui e do número de ligações que ela pode fazer. Relação da geometria das moléculas com o número de nuvens eletrônicas localizadas ao redor do átomo central Estruturas de Ressonância As estruturas de ressonância são tentativas de representar uma estrutura real, que é uma mistura entre várias possibilidades extremas. Algumas moléculas não são bem representadas pelas estruturas de Lewis. Normalmente, as estruturas com ligações múltiplas podem ter estruturas similares às ligações múltiplas entre diferentes pares de átomos. Exemplos comuns: O3, NO3, SO42, NO2 e benzeno. Experimentalmente, o ozônio tem duas ligações idênticas, ao passo que a estrutura de Lewis requer uma simples (mais longa) e uma ligação dupla (mais curta). Estrutura de Lewis do O3 26/11/2015 Estudando: ENEM Química Cursos Online Grátis | Prime Cursos https://www.primecursos.com.br/openlesson/10077/102348/ 10/10 No ozônio, as possibilidades extremas têm uma ligação dupla e uma simples. A estrutura de ressonância tem duas ligações idênticas de caráter intermediário, é mais ou menos como se tivesse uma ligação e meia de cada lado. Claro que meia ligação não é possível, seria como uma meia ponte e isto não existe. Admitese, portanto que os elétrons das ligações circulam entre os três núcleos gerando uma ligação de comprimento intermediário entre uma ligação simples e uma ligação dupla. Para representar esta estrutura desenhamos a molécula com as ligações simples e duplas alternando as posições como podemos ver na figura a seguir. Estrutura de ressonância do O3 A Ligação Metálica Restanos agora comentar a ligação entre átomos metálicos. A principal característica destes elementos são as baixas EI e AE. Assim como nos compostos iônicos e covalentes (sólidos reticulares como o diamante) os átomos estão arranjados em rede, mas, ao contrário do que ocorre numa rede iônica, a atração eletrostática não está entre as unidades atômicas que compõem o cristal, isto é, não existem íons positivos e negativos se atraindo mutuamente. A tração eletrostática se dá entre os átomos do metal, transformados em cátions por causa da baixa EI, e os elétrons livres que formam uma nuvem deslocalizada gerada como conseqüência da baixa AE. Isto garante aos metais excelente condutividade elétrica e térmica, além de maleabilidade (capacidade se ser transformado em lâminas) e ductibilidade (capacidade de ser transformado em fios). O movimento livre e contínuo dos elétrons na superfície do cristal também é responsável pelo brilho característico que estes materiais apresentam quando polidos. Esta explicação para a ligação metálica é conhecida como Teoria do Mar de Elétrons. Representação da ligação metálica
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