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26/11/2015 Estudando: ENEM Química Cursos Online Grátis | Prime Cursos https://www.primecursos.com.br/openlesson/10077/102358/ 1/6 ESTUDANDO: ENEM - QUÍMICA 21. CINÉTICA QUÍMICA Com certeza você já foi alertado para não comprar produtos com o prazo de validade vencido ou certamente tem o hábito de guardar alimentos e produtos perecíveis na geladeira. Mas o que determina o prazo de validade de um refrigerante ou por que aquela torta de chocolate pode ser conservada por mais tempo simplesmente abaixando a temperatura? Estes fenômenos estão diretamente relacionados com a velocidade com que as reações químicas se propagam, ou seja, tanto o prazo de validade quanto a melhor temperatura de armazenamento de um produto são determinados pela cinética química. Velocidade Média de Uma Reação A velocidade de uma reação pode ser definida como a variação da concentração de reagentes ou produtos em função do tempo, em outras palavras é a medida de quão rápido uma reação química se desenvolve. Para ficar mais fácil de entender podemos fazer uma analogia com a velocidade de um veículo numa rodovia. Se um automóvel percorre uma distância de 40km em aproximadamente 30min a sua velocidade média é de 80km/h (é importante notar que necessariamente o veículo não se deslocou com velocidade constante de 80km/h, a depender das condições de conservação e sinalização da via ele pode ter percorrido trechos com maior ou menor velocidade). Com as reações químicas é semelhante. Todavia o caminho percorrido é na verdade o quanto de reagente foi consumido ou o quanto de produto foi formado, de sorte que a velocidade da reação será expressa não em função do espaço, mas da concentração de reagentes ou produtos. Variação das concentrações de reagentes e produtos em função do tempo (em min) Representação gráfica do desenvolvimento de uma reação química As duas figuras acima mostram o desenvolvimento de uma reação genérica do tipo A (reagente) → B (produto) No eixo das abscissas está representado o tempo em minutos enquanto que a ordenada representa o decréscimo na concentração do reagente A. Podemos, a partir deste gráfico, calcular a velocidade média da reação. Fazemos isto tomando o valor da concentração de A ([A]) em dois tempos distintos. Calculamos a velocidade média de uma reação da mesma forma que calculamos a velocidade de um veículo numa rodovia, conforme a equação abaixo (o sinal negativo significa que a concentração de A (reagente) está diminuindo). 26/11/2015 Estudando: ENEM Química Cursos Online Grátis | Prime Cursos https://www.primecursos.com.br/openlesson/10077/102358/ 2/6 Para uma reação do tipo aA + bB → cC + dD a velocidade da reação pode ser calculada para cada uma das substâncias envolvidas, tanto produtos quanto reagentes. Se considerarmos que os coeficientes estequiométricos são diferentes, verificaremos que para cada componente a velocidade de aparecimento (produtos) ou desaparecimento (reagentes) será diferente, por exemplo, se a = 1 e b = 2a velocidade de desaparecimento de B é duas vezes maior que a de A, pois para cada mol de A que reage dois de B são consumidos. Nestas circunstâncias o cálculo da velocidade média global da reação deve considerar as proporções estequiométricas com que os componentes do sistema reagem. Assim: Condições para Ocorrência de uma Reação TEORIA DAS COLISÕES Representação da Teoria das Colisões com formação do Estado de Transição FIQUE ATENTO Complexado ativado é um estado intermediário, formado entre reagentes e produtos, também chamado estado de transição. Neste complexo as ligações originais estão enfraquecidas devido à violência da colisão entre os reagentes, proporcionando as condições ideais para que os produtos sejam formados. Para que uma dada reação química ocorra é necessário que as espécies reagentes (átomos, moléculas ou íons) se choquem umas com as outras. A teoria das colisões estabelece que a velocidade de uma reação é diretamente proporcional ao número de choques efetivos por unidade de tempo. Velocidade α n° de colisões/tempo Isto ocorre porque uma reação se constitui num rearranjo na estrutura das substâncias, para tanto as ligações originais devem ser quebradas antes que as novas ligações dêem origem aos produtos. Isto implica que a colisão entre as partículas deve ser forte e energética o suficiente para que estas interações sejam rompidas. Tal energia será conseguida se as moléculas se chocarem em alta velocidade o que pode ser conseguido fornecendo calor ao sistema. Em resumo, quanto maior a velocidade do choque maior a probabilidade deste choque resultar numa transformação química. A esta energia mínima necessária para que a reação se propague chamamos de Energia de Ativação. Com base nesta teoria podemos entender como alguns fatores como concentração dos reagentes, pressão, estado de agregação e o uso de um catalisador influenciam na velocidade de uma reação química. Fatores Que Afetam a Velocidade de Uma Reação Estado de agregação (superfície de contato). O estado de agregação, ou estado físico, de uma substância é determinado pela intensidade com que as espécies estão ligadas. Isto depende da natureza química das próprias espécies envolvidas além de fatores físicos como temperatura e pressão. Nos sólidos as forças intermoleculares são extremamente fortes, resultando no aprisionamento da espécie química no retículo cristalino. Nestas condições uma reação envolvendo substâncias sólidas ocorre apenas na superfície, incluindo interstícios porosos. Isto se deve ao fato de que as espécies no interior do objeto não estão disponíveis para colidirem com outros reagentes, assim a velocidade da reação dependerá fortemente da área superficial disponível para os choques. Aumentando esta superfície de contato, por exemplo, moendo um comprimido efervescente, um maior número de sítios nos quais o choque pode ser efetivado numa transformação química se tornam disponíveis. 26/11/2015 Estudando: ENEM Química Cursos Online Grátis | Prime Cursos https://www.primecursos.com.br/openlesson/10077/102358/ 3/6 Guerra de espadas em Cruz das Almas – Ba. As espadas são feitas de bambu e recheadas com pólvora e limalha de ferro. O ferro dividido em pequenos fragmentos queima rapidamente. No caso de líquidos, apesar das interações intermoleculares ainda serem muito intensas, as espécies reativas possuem maior mobilidade possibilitando a ocorrência de choques em toda a extensão do sistema (volume do líquido). Nestas condições a velocidade da reação dependerá de outras variáveis como viscosidade, concentração e temperatura. Nos gases as forças intermoleculares são, de forma geral, consideradas desprezíveis. Assim, as moléculas reativas têm “total” liberdade para colidirem umas com as outras. Nestas condições a velocidade dependerá apenas das concentrações (pressões parciais) e da temperatura. Em resumo quanto maior a superfície de contato (ou mais fluido for o sistema reacional) maior será a velocidadede uma reação. TEMPERATURA E PRESSÃO Como vimos na Teoria das Colisões uma reação depende da freqüência e da energia com que as partículas dos reagentes se chocam. Uma das formas de aumentar a freqüência de choques e também a força destas colisões é fornecendo calor ao meio reacional. Esta energia térmica extra será convertida em energia cinética, fazendo com que as partículas se movam com maior velocidade. Isto resulta em um maior número de choques efetivos, isto é, não apenas a freqüência aumenta como também a energia das colisões. A regra de Van’t Hoff diz que, em geral, um aumento de 10°C no sistema fará com que a velocidade de reação dobre. Nocaso específico de sistemas gasosos a concentração das espécies é diretamente proporcional às suas pressões parciais. Em gases definimos a pressão como o número de colisões entre as moléculas gasosas e as paredes do recipiente. É óbvio que um aumento de pressão também aumenta o número de choques entre as próprias moléculas, bem como deve aumentar a energia com que estes choques acontecem. Podemos, portanto concluir que em sistemas gasosos o aumento de pressão aumenta o número de choques, inclusive os efetivos, aumentando em conseqüência a velocidade da reação. CATALISADORES Um catalisador basicamente é uma substância química capaz de aumentar a velocidade de uma reação sem ser consumido durante este processo. Um exemplo extremamente importante são as enzimas. Estas são catalisadores bioquímicos indispensáveis ao funcionamento do organismo. O que de fato acontece é que esta espécie disponibiliza um caminho termodinâmico alternativo para a reação com uma energia de ativação bem menor que a normal. Diagrama de Energia de uma reação química A conseqüência é que um número maior de moléculas pode realizar colisões efetivas aumentando conseqüentemente a velocidade com que a reação se propaga. 26/11/2015 Estudando: ENEM Química Cursos Online Grátis | Prime Cursos https://www.primecursos.com.br/openlesson/10077/102358/ 4/6 Existem dois tipos diferentes de catalisadores, os homogêneos se encontram na mesma fase dos reagentes e normalmente formam intermediários de reação sendo recuperados em sua forma original ao final do processo. Os catalisadores heterogêneos possuem ampla aplicação na indústria e também no cotidiano, como é o caso dos catalisadores automotivos. São chamados heterogêneos por que se encontram numa fase diferente dos reagentes, sendo normalmente superfícies sólidas. Nem todos os mecanismos são perfeitamente entendidos pela química, mas de forma geral estas espécies proporcionam uma superfície favorável à reação, ou seja, as moléculas são atraídas pela superfície ficando adsorvidas (presas na superfície do catalisador), nesta situação as ligações químicas das espécies reagentes ficam mais frágeis diminuindo a energia necessária para quebrálas (Energia de ativação) aumentando a velocidade da reação. Catalisador automotivo Localização do catalisador automotivo O catalisador de redução – É a primeira parte do catalisador. Usa platina e ródio para ajudar a reduzir a saída de NOx. Quando as moléculas NO ou NO2 entram em contato com o catalisador, ele “expulsa” o átomo de nitrogênio para fora da molécula. Com isso, o átomo fica retido e o catalisador libera o oxigênio na forma de O2. Os átomos de nitrogênio se unem com outros átomos de nitrogênio. Todos são retidos pelo equipamento, formando N2. Por exemplo: O catalisador de oxidação É a segunda parte do catalisador. Reduz os hidrocarbonetos não queimados e o monóxido de carbono, queimandoos (oxidação) sobre o catalisador de platina e paládio. Isso ajuda na reação do CO e dos hidrocarbonetos com o restante do oxigênio nos gases de escapamento. Por exemplo: 26/11/2015 Estudando: ENEM Química Cursos Online Grátis | Prime Cursos https://www.primecursos.com.br/openlesson/10077/102358/ 5/6 Como funciona um catalisador automotivo Concentração dos reagentes (Lei de Velocidade) Considere uma reação simples. A colisão bimolecular (entre duas moléculas) de dois reagentes (A e B) produz a substância AB. Podemos escrever a equação química da seguinte forma: A + B → AB Considerando que a velocidade da reação é diretamente proporcional ao número de colisões efetivas, se a concentração de B fosse dobrada o número de possíveis colisões (combinações entre A e B) também dobraria, uma vez que passaria a existir proporcionalmente duas moléculas de B para cada molécula de A como mostra a figura a seguir. O mesmo aconteceria se a concentração de A fosse duplicada. Probabilidades de colisões numa reação bimolecular. Estatisticamente podemos concluir que a velocidade da reação é diretamente proporcional ao produto das concentrações ou: v=k.[A].[B] Em que v é a velocidade da reação e k é uma constante de proporcionalidade também chamada constante de velocidade ou constante cinética da reação. Consideremos agora um sistema mais complexo no qual duas moléculas de A precisam colidir com uma molécula de B produzindo a molécula A2B. 2A + B → A2B Neste caso a probabilidade de choques efetivos pode ser determinada matematicamente pelos princípios de análise combinatória. O número de combinações possíveis de dois átomos de A para um átomo de B pode ser calculada da seguinte forma: 26/11/2015 Estudando: ENEM Química Cursos Online Grátis | Prime Cursos https://www.primecursos.com.br/openlesson/10077/102358/ 6/6 Velocidade da reação onde P é probabilidade de choques entre as espécies A e B. Para um número muito grande de moléculas, como acontece em sistemas reais, o termo A1 pode ser aproximado como A. Inserindo o termo 2! na constante de velocidade a equação pode ser reescrita da seguinte forma. v = K[A]2 [B] Esta equação, chamada Lei de Ação das Massa, mostra a dependência da velocidade com a concentração. Assim, teoricamente, para a seguinte reação genérica aA + bB + cC + ... → produtos, a equação de velocidade será, V = [A]a.[B]b.[C]c Os expoentes a, b e c determinam a “Ordem de Reação”, ou seja, o número mínimo de moléculas que precisam se encontrar para propagar a transformação química. Se a soma dos expoentes é 1, dizemos que a reação é de primeira ordem, se 2 a reação é de segunda ordem e assim por diante. Devemos, no entanto, guardar algumas restrições com relação a esta regra. Esta equação só funciona se todas as etapas da reação apresentam a mesma velocidade. No caso de reações envolvendo moléculas mais complexas é comum que a reação ocorra em várias etapas, em cada uma das quais um fragmento da molécula é modificado. Assim é provável que algumas etapas sejam mais lentas do que as outras. Não devemos esquecer que a lei de velocidade depende do processo de colisão envolvido. Na prática isto significa que numa reação que ocorre em muitas etapas somente as mais lentas influenciarão na velocidade da reação. É mais ou menos como um trânsito engarrafado, o que determina a duração da viagem não são as vias em que os veículos circulam livremente, mais os pontos em que os motoristas são obrigados a ficarem parados por conta do congestionamento. Deste modo nem sempre os coeficientes estequiométricos terão relação com a ordem da reação.
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