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A dermatologia clínica em idosos exige uma abordagem que combine conhecimento fisiopatológico, avaliação geriátrica e decisões terapêuticas pragmáticas. A pele do idoso não é simplesmente “pele velha”: é um órgão alterado estruturalmente e funcionalmente, com menor espessura epidérmica, redução de melanócitos, diminuição de células de Langerhans e atrofia dérmica associada à perda de fibras colágenas e elásticas. Essas mudanças traduzem-se em fragilidade cutânea, barreira cutânea comprometida, menor capacidade de cicatrização e maior suscetibilidade a agentes infecciosos e neoplasias associadas à exposição cumulativa ao sol. Defendo que o manejo dermatológico nessa faixa etária deve priorizar segurança, funcionalidade e qualidade de vida, integrando prevenção ativa e terapias individualizadas.
Epidemiologicamente, as afecções mais prevalentes incluem xerose e prurido senil, dermatites de contato e atopiformes, infecções fúngicas e bacterianas de repetição, úlceras de pressão, alterações ungueais e neoplasias cutâneas — especialmente ceratoses actínicas, carcinoma basocelular e espinocelular. Cada condição requer interpretação à luz de comorbidades comuns (diabetes, insuficiência vascular, doenças renais e hepáticas, déficits nutricionais) e do perfil farmacológico do paciente (anticoagulantes, corticosteroides sistêmicos prévios, imunossupressores).
Na prática clínica, adote um protocolo sistemático: realize anamnese dirigida (história de lesões, prurido, feridas de difícil cicatrização, medicações, quedas, hábitos de exposição solar), avalie função e autocuidado, examine pele e anexos com busca ativa por lesões pré-malignas e sinais de infecção, e empregue dermatoscopia quando disponível para melhorar a acurácia diagnóstica. Investigue causas sistêmicas de manifestações cutâneas: verifique glicemia, função renal e hepática, ferro e vitamina B12 quando indicado, e considere avaliação nutricional se houver perda ponderal ou feridas crônicas.
Ao prescrever, aplique o princípio “start low, go slow” adaptado à dermatologia: prefira formulações tópicas de baixo risco, explique regimenes simples e verifique a capacidade do idoso ou cuidador para administrar tratamentos. Use emolientes rotineiramente para xerose e barreira; recomende banhos mornos, sabonetes suaves, e hidratantes após o banho. Para prurido crônico, investigue causas secundárias antes de escalonar para antialérgicos; quando indicar corticoterapia tópica, escolha potency adequada e limite duração para evitar atrofia adicional. Considere inibidores de calcineurina tópicos como alternativa em áreas finas (face, dobras) e use retinoides tópicos com cuidado por apresentar irritação e maior absorção em pele atrófica.
Em pacientes com suspeita de lesão suspeita, realize biópsia diagnóstica com técnica adequada e planeje a terapêutica considerando risco cirúrgico e necessidade de anticoagulação. Em tumores cutâneos, priorize tratamentos que equilibrem controle oncológico e preservação funcional; quando necessário, busque discussão multidisciplinar com cirurgião, oncologista e geriatra. Para úlceras e feridas crônicas, otimize fatores sistêmicos (controle glicêmico, nutrição, perfusão), limite pressão e institua curativos apropriados; envolva equipe de enfermagem para cuidados contínuos e educação.
Reconheça impactos psicossociais: alterações cutâneas afetam autoestima, sono e interação social, agravando fragilidade. Oriente pacientes e cuidadores: aplique protetor solar diariamente, evite exposição solar intensa, use roupas protetoras e chapéus; mantenha hidratação adequada e controle de fatores ambientais que aumentam ressecamento (aquecimento excessivo, baixa umidade). Previna quedas relacionadas a comichão e automutilação; oriente interromper substâncias irritantes e revisar medicamentos que possam precipitar reações cutâneas.
Seja cauteloso com terapias sistêmicas: ajuste doses conforme função renal/ hepática, monitore interações medicamentosas e efeitos adversos (por exemplo, fotossensibilidade com certos antimicrobianos e retinoides sistêmicos). Quando prescrever imunomoduladores ou biológicos, pese o risco infeccioso e discuta vacinas e profilaxias conforme orientação especializada.
Argumento que integrar avaliação dermatológica rotineira no cuidado geriátrico melhora detecção precoce de neoplasias, reduz complicações de pele crônica e otimiza a qualidade de vida. Para tanto, treine equipes de atenção primária em sinais de alarme, implemente protocolos simples de triagem e favoreça encaminhamento rápido para dermatologia quando houver dúvida diagnóstica, lesões novas, ulceradas ou com sangramento. Promova estratégias preventivas em nível populacional: educação sobre fotoproteção desde cedo, campanhas de detecção e capacitação de cuidadores de idosos.
Em suma, pratique dermatologia geriátrica que seja científica — fundamentada em alterações biológicas do envelhecimento e evidências terapêuticas — e ao mesmo tempo injuntiva: avalie, previna, trate com prudência e oriente o paciente/cuidador. Priorize intervenções que preservem função e dignidade, minimizem riscos iatrogênicos e integrem cuidados multidisciplinares. Exija atualização contínua e promova protocolos locais para adaptar decisões às necessidades específicas da população idosa atendida.
PERGUNTAS E RESPOSTAS
1) Quais as lesões cutâneas mais comuns em idosos?
R: Xerose/prurido, ceratoses actínicas, carcinomas baso/espinocelular, onicomicose, dermatite de contato e úlceras de pressão.
2) Como tratar xerose e prurido senil?
R: Use hidratantes emolientes diariamente, sabonetes suaves, banhos curtos; avalie causas sistêmicas e prefira terapias tópicas antes de sistemáticas.
3) Quando biopsiar uma lesão?
R: Biopsie lesões novas, em crescimento, ulceradas, com sangramento, margens irregulares ou que não respondem ao tratamento.
4) Quais cuidados ao usar corticosteroides tópicos?
R: Use menor potência possível, por tempo limitado, monitore atrofia, evite áreas com pele muito fina e informe o cuidador sobre aplicação.
5) Quando encaminhar ao dermatologista?
R: Encaminhe diante de dúvida diagnóstica, suspeita de câncer, feridas crônicas, reações medicamentosas graves ou necessidade de terapias sistêmicas.
1. Qual a primeira parte de uma petição inicial?
a) O pedido
b) A qualificação das partes
c) Os fundamentos jurídicos
d) O cabeçalho (X)
2. O que deve ser incluído na qualificação das partes?
a) Apenas os nomes
b) Nomes e endereços (X)
c) Apenas documentos de identificação
d) Apenas as idades
3. Qual é a importância da clareza nos fatos apresentados?
a) Facilitar a leitura
b) Aumentar o tamanho da petição
c) Ajudar o juiz a entender a demanda (X)
d) Impedir que a parte contrária compreenda
4. Como deve ser elaborado o pedido na petição inicial?
a) De forma vaga
b) Sem clareza
c) Com precisão e detalhes (X)
d) Apenas um resumo
5. O que é essencial incluir nos fundamentos jurídicos?
a) Opiniões pessoais do advogado
b) Dispositivos legais e jurisprudências (X)
c) Informações irrelevantes
d) Apenas citações de livros
6. A linguagem utilizada em uma petição deve ser:
a) Informal
b) Técnica e confusa
c) Formal e compreensível (X)
d) Somente jargões

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