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CURSO LIVRE AUDIOVISUAL Produção Audiovisual MATERIAL DE ESTUDO Produção Audiovisual MATERIAL DE ESTUDO AUDIOVISUAL Produção Audiovisual MATERIAL DE ESTUDO CURSO LIVRE AUDIOVISUAL © 2024 Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás. Este material, no que diz respeito tanto à linguagem quanto ao conteúdo, não reflete necessariamente a opinião do Instituto Federal de Goiás. As opiniões são de responsabilidade exclusiva dos respectivos elaboradores. É permitida a reprodução total ou parcial desde que citada a fonte. Programa Nacional de Formação e Qualificação para o Mundo do Trabalho em Cultura CURSO LIVRE PRODUÇÃO AUDIOVISUAL Coordenação Geral do projeto Mônica Mitchell Morais Braga Coordenação de EaD Helen Betane Ferreira Pereira Coordenação pedagógica Rosselini Diniz Barbosa Ribeiro Coordenação de Curso Murilo Gabriel Berardo Bueno Coordenação de Acessibilidade e Inclusão Gláucia Mendes da Silva Equipe técnica Editoria Helen Betane Ferreira Pereira Rosselini Diniz Barbosa Ribeiro Organização Murilo Gabriel Berardo Bueno Revisão Aguimario Pimentel Silva Projeto gráfico Pedro Henrique Pereira de Carvalho Diagramação e Capa Isabela Maia Marinho Lía Vallejo Torres Rafael Oliveira de Souza Equipe elaboradora Álvaro André Zeini Cruz Doutor e mestre em Multimeios pela Unicamp — com doutorado-¡sanduíche pela University of Leeds —, especialista em Roteiro pela FAAP e bacharel em Cinema e Vídeo pela Unespar. Curtametragista, realizador dos curtas “Palhaços”, “Mimese”, “Memórias do meu tio” e “Janelas”. Roteirista e crítico de cinema e televisão. Professor universitário. Brener Neves Silva Mestre em Cinema e Audiovisual, especialista em Cinema e Linguagem Audiovisual e graduado em Produção Audiovisual. Editor de Cinema Ameríndio no Observatório de Cinema e Audiovisual (OCA) da UFF. INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE GOIÁS Diretoria de Educação a Distância - Reitoria Avenida C-198, Qd. 500, Jardim América Goiânia/GO | CEP 74270–040 (62) 3612-2278 coordenacao.minc@ifg.edu.br contato@escult.cultura.gov.br escult.cultura.gov.br CURSO LIVRE PRODUÇÃO AUDIOVISUAL TÓPICO Roteiro e produção técnica COM ÊNFASE NAS NOVAS MÍDIAS (REDES SOCIAIS, PLATAFORMAS DIGITAIS E MÍDIAS MÓVEIS) TÓPICO 2 Quando produzimos um vídeo, o roteiro é uma etapa essencial que deve ser rea- lizada logo no começo de tudo. Neste tópico, vamos estudar os princípios fun- damentais de um roteiro, abrangendo desde a concepção inicial da ideia até a sua finalização, passando por algumas convenções importantes, como elementos dramáticos que dão vida à narrativa e a formatação de roteiro. Unidades Temáticas do Tópico 2.1 Etapas de roteirização 2.2 Roteiro de ficção, documentário e internet 2.3 Roteiro e produção técnica: roteiro literário e roteiro técnico CURSO LIVRE PRODUÇÃO AUDIOVISUAL TÓPICO 2 ROTEIRO E PRODUÇÃO TÉCNICA 29 2.1 Etapas de roteirização A criação de um roteiro audiovisual é uma das primeiras etapas quando va- mos produzir um vídeo. Afinal, como filmar ações acontecendo diante da câmera sem ter pelo menos uma noção da história? Com o roteiro, conseguimos saber qual a temática do filme, as ações, os personagens e os diálogos. Além disso, também conseguimos saber quais são as cenas e a ordem que a narrativa seguirá do início ao fim. Conforme Valdelis Antunes e Sabina Anzuategui (2013, p. 162), “o roteiro é o meio para cristalizar, para materializar e ordenar as ideias, dando a elas uma dinâmica e uma lógica para poderem funcionar e acontecer num filme”. E, por falar em ordem, neste tópico abordaremos exatamente isto: a ordenação das etapas de criação de um roteiro no audiovisual. Isso significa que, ao se ter uma ideia, não basta simplesmente escrever o texto do roteiro, pois antes é preciso passar por algumas etapas que vão ajudar nesse processo, tornando tudo mais fácil. Essas fases são importantes, também, porque o mundo do trabalho tem exigido cada vez mais, em um primeiro contato com um financiador ou uma empresa, não o roteiro completo, mas a história resumida ou apenas em algumas linhas. As etapas são as seguintes: • ideia • storyline • argumento • escaleta • tratamentos de roteiro • roteiro final CURSO LIVRE PRODUÇÃO AUDIOVISUAL TÓPICO 2 ROTEIRO E PRODUÇÃO TÉCNICA 30 Vamos começar pela ideia. Inicialmente, saiba que todo roteiro nasce a partir de uma ideia. Essa ideia pode surgir em qualquer momento do dia, em uma caminhada, uma ida às compras, uma aula, uma conversa com amigos, uma experiência pela qual você passou ou viu al- guém passar, assim como por meio da imaginação. Segundo Doc Comparato (2009, p. 72), “a ideia é um processo mental, fruto da imaginação. Do encadeamento das ideias surge a criatividade. Ideia e criatividade estão na base da confecção da obra artística”. Ou seja: a partir da interligação e do desenvolvimento contínuo de ideias em nossa mente, surge a criatividade; portanto, ideia e criatividade são como ali- cerces para elaborar o roteiro de um filme. Lembre-se de que, quando temos boas ideias, devemos registrá-las em algum lugar para que não se percam e possamos aprimorá-las posteriormente. Você pode pegar essas ideias registradas e começar a pensar em uma história para propor a alguma produtora de cinema, audiovisual ou publicidade, assim como submetê-la em editais públicos do setor audiovisual. Outra forma de escrever um roteiro é quando se é contratado por uma empre- sa para criar uma narrativa para algum projeto que ela está desenvolvendo, como um filme de ficção, um documentário, um videoclipe, bem como vídeos institucionais, publicitários ou para a internet. Tudo vai depender do que a empresa está exigindo para que você possa utilizar sua criatividade e suas experiências para aplicar na ideia e construir uma boa história. Por isso, é fundamental que, ao surgir uma ideia, o/a profissional sempre registre tudo. Mas como fazer para ter uma boa ideia de roteiro? Seja uma pessoa observadora. Observe o que acontece ao seu redor: as pes- soas vivendo, os diálogos, os contextos sociais, o que está em alta no mercado. Ouça bastante outras pessoas, assista a filmes e séries e leia muito, afinal, ler nos ajuda a escrever cada vez melhor. Em algum momento, pode ter certeza de que a ideia virá, e você não poderá perdê-la. Saiba também que, na primeira vez que você passar a ideia para o papel, nem sempre será algo extraordinário: será preci- so repensar e reescrever várias vezes até chegar à qualidade de narrativa que se deseja. Isso nos leva à próxima etapa: a storyline. Logo após a ideia, não necessariamente devemos escrever o texto inteiro com várias páginas, pois frequentemente a primeira ideia que temos ainda pode ser su- perficial, e precisamos aproveitar isso para escrevê-la em poucas linhas. Estamos falando da storyline, que, na tradução para a língua portuguesa, significa “enredo”, isto é, em um primeiro momento é essencial descrever o enredo da história que está sendo criada. Nesse momento, não é preciso dividir em cenas, descrever todas as CURSO LIVRE PRODUÇÃO AUDIOVISUAL TÓPICO 2 ROTEIRO E PRODUÇÃO TÉCNICA 31 ações e diálogos, basta apenas escrever a história em poucas linhas ou, no máximo, em um pequeno parágrafo. O objetivo da storyline é colocar no papel a principal ideia do roteiro que será desenvolvido depois. Nessa etapa, você deve descrever a história de forma muito resumida, apresen- tando os principais personagens, os conflitos, o desenvolvimento e a finalização da trama. Isso significa que a storyline deve mostrar de onde veio e para onde vai por meio de uma história coerente com a ideia proposta. Ao fazer isso, teremos uma breve descrição de um filme, que servirá como um pontapé inicial do roteiro e que poderá ser utilizada para vender a história a produtoras de audiovisual ou subme- tê-la em editais públicos que exigem essa etapa. Para ficar mais claro, vamos a um exemplo. Imagine que vocêteve a ideia de escrever uma história de um filme de ficção sobre um romance praticamente impossível entre uma artista visual e um fo- tógrafo. Podemos escrever a storyline da seguinte maneira: Em uma pequena cidade brasileira, a artista Clara está em um momento decisivo entre se dedicar à sua arte e assumir o negócio da família após a morte do pai. Clara conhece Lucas, um fotógrafo, e a conexão entre eles a inspira a conciliar suas responsabilidades. Contudo, Lucas recebe uma oferta de trabalho fora da cidade, desafiando o relaciona- mento. Clara decide colocar um gerente no negócio da família, e Lucas aceita o emprego, mas os dois prometem manter o amor a distância. Como despedida, realizam uma expo- sição conjunta, simbolizando a união de suas artes. As mesmas regras funcionam para a escrita de uma storyline de um filme- documentário. Vejamos um exemplo: O documentário acompanha a jornada de três famílias de diferentes regiões da cidade de Manaus, Brasil, que enfrentam desafios sociais e econômicos. No início, somos apresentados à rotina difícil dessas famílias, marcada pela luta por sobrevivência e pela busca por opor- tunidades. Ao longo do filme, acompanhamos suas histórias pessoais de superação, solida- riedade e resiliência, que revelam as complexidades e injustiças enfrentadas pela população brasileira. No desfecho, vemos como essas famílias encontram força e esperança uns nos outros, destacando a importância do apoio mútuo e da união em tempos difíceis. Perceba como em ambos os casos, em menos de 10 linhas, foi possível descrever o início, o meio e o fim de uma história, apresentando os personagens principais e o desenvolvimento da narrativa. É claro que tudo ainda aparece de forma muito su- perficial, até porque outros personagens e outras pequenas situações conflitantes CURSO LIVRE PRODUÇÃO AUDIOVISUAL TÓPICO 2 ROTEIRO E PRODUÇÃO TÉCNICA 32 devem aparecer, mas esse é exatamente o objetivo da storyline: descrever a ideia principal do roteiro. Isso nos leva à próxima etapa de roteirização, o argumento. Nessa etapa, é preciso escrever um pouco mais os detalhes da história, mas ainda sem a divisão em cenas e sem os diálogos. Um argumento contém o enredo com mais detalhes, como onde se passa a história e em que período histórico, os personagens principais e secundários, os conflitos principais e os envolvimentos emocionais, podendo conter, também, o gênero do filme e o público-alvo, de forma a influenciar diretamente a escrita posterior do roteiro. Ainda que seja a história mais detalhada, é importante que a linguagem utilizada seja objetiva e direta, sem fugir das ações principais da narrativa. Isso quer dizer que, se na storyline tivermos entre 5 e 10 linhas, no argumento podemos ter entre 2 e 10 páginas, dependendo do formato do filme, ou seja, se ele é do tipo curta-metragem, média-metragem ou longa-metragem. Nesse caso, não é necessário se prender ao número de páginas, pois o importante é transformar a storyline em um texto maior, abrangendo a história com mais detalhes para que a proposta inicial fique mais clara. Perceba como partimos de algo menor e estamos cada vez mais aumentando. Esse é o processo normal de escrita de um roteiro, por isso a importância de passarmos por essas etapas para aprimorarmos cada vez mais a história. Vejamos um exemplo do início de um argumento utilizando a storyline da história de romance que esboçamos anteriormente: Na cidade de Foz do Iguaçu, no Paraná, vive Clara, uma artista visual de 32 anos de ida- de que mora sozinha. Clara é extremamente apaixonada pela arte e sempre está fazen- do novas pinturas em sua casa. Pintar é seu passatempo, mas também é seu trabalho, pois, sempre que pode, ela está realizando encomendas e vendendo suas pinturas. Os pais de Clara são separados, e ela tem dois irmãos, Isabele e Jorge, que são mais novos e moram com a mãe, Joana. O pai, conhecido como Sr. Farias, possui uma franquia de padaria na cidade, que é o seu sustento há muitos anos… Esse poderia ser apenas o primeiro parágrafo do argumento daquela storyli- ne que vimos mais acima. Com certeza é um texto inicial que poderia conter mais detalhes, e isso depende da criatividade do profissional. Mas é importante perce- ber como, nesse caso, temos muito mais detalhes da história. Vale ressaltar que o argumento também é muito utilizado como produto de venda, inclusive diversos concursos e editais pedem esse documento no ato da inscrição. Isso significa que é CURSO LIVRE PRODUÇÃO AUDIOVISUAL TÓPICO 2 ROTEIRO E PRODUÇÃO TÉCNICA 33 preciso saber utilizar as palavras certas para convencer as pessoas a comprarem ou selecionarem sua história. Finalizado o argumento, entramos na etapa da escaleta. Essa é uma etapa em que o/a roteirista pode começar a esboçar sua histó- ria antes de partir para a escrita do roteiro. Se no argumento temos detalhes da história de modo geral, na escaleta trazemos detalhes das cenas do filme. Trata- -se de uma etapa fundamental na qual se desenvolvem a estrutura do roteiro, a construção de cenas e as sequências. Por sequência, estamos nos referindo a um conjunto de cenas que formam uma única ação dramática, como, por exemplo, uma sequência com cenas de uma perseguição envolvendo a polícia e um crimi- noso que foge pelas ruas de uma cidade. Temos várias cenas, pois os espaços por que o criminoso corre vão mudando, mas a ação ainda é a mesma. Dito isso, vamos entender melhor como funciona a escaleta. Segundo Flávio de Campos (2016, p. 305), “a escaleta é a descrição resumida das cenas de um roteiro, na sua sequência”. Isso significa que será preciso pegar o argumento e fragmentá-lo em cenas. Nesse caso, é uma etapa que servirá como ferramenta de trabalho para auxiliar a escrita do roteiro. Embora o trabalho na escaleta pareça ser a escrita de um roteiro efetivamente, ainda não é, isso por- que ela serve para que o/a roteirista possa verificar a ordem e o ritmo das cenas, se estão de acordo com a proposta inicial, suas funções dentro de cada ação da história, assim como o arco dramático dos personagens. Por isso, ao escrever uma escaleta, é fundamental que você se pergunte: • Essa cena é importante? • Essa cena contribui para a história? • Quais personagens devem estar nessa cena? • Qual cena vem antes e qual vem depois? Esses questionamentos ajudarão na estruturação das cenas e da história de modo geral. Dessa forma, a escaleta serve como um guia final para a escrita do rotei- ro, o que não significa dizer que ao longo desse processo de escrita efetiva da obra não surjam outras cenas. Pode ser que o/a roteirista pense em novas cenas após a escaleta, e não há problema algum, pois isso é parte natural do processo criativo. Uma dica é escrever as cenas em papéis diferentes ou em cartelas para que fiquem separadas e seja possível ter uma melhor visualização de como ordenar as cenas e sequências. Mais adiante, veremos a formatação de cenas de roteiro, que também servirá como base para a escrita de escaletas. CURSO LIVRE PRODUÇÃO AUDIOVISUAL TÓPICO 2 ROTEIRO E PRODUÇÃO TÉCNICA 34 Feita a escaleta, inicia-se a escrita do roteiro. Nessa etapa, o/a roteirista já co- nhece bem sua narrativa, pois passou pelas fases anteriores e foi possível ter uma noção geral de como contar sua história. É hora de mergulhar na trama proposta e descrever cena por cena, ação por ação, diálogo por diálogo, do início ao fim. No entanto, ao finalizar e ler tudo, pode ser que alguma cena não esteja fazendo muito sentido, que seja excluída ou trocada, que alguns diálogos sejam revistos, e por aí vai. O/a roteirista terá que reescrever algumas coisas, e isso pode levar vários dias, semanas ou meses. Estamos falando aqui dos tratamentos de roteiro. Os tratamentos referem-se à escrita de cada roteiro da mesma história, feitos e depois revistos, ou seja, são documentos escritos que servem como uma espécie de esboço de cada mudança que é feita no roteiro. É como se fosse uma etapa interme-diária entre o roteiro inicial e o roteiro final, fornecendo uma visão geral do processo criativo e ajudando a definir sua direção antes da finalização. Isso quer dizer que a primeira vez que o/a roteirista escrever um roteiro do início ao fim ele/a terá, ao final, o que chamamos de “primeiro tratamento” (Campos, 2016). Ao lermos tudo e identificarmos algum problema ou querermos fazer alguma mudança, teremos outro documento, que será chamado de “segundo tratamen- to”, e assim sucessivamente, até a finalização do último tratamento. Há roteiris- tas que fazem mais de 10 tratamentos, mas não há uma regra, pois isso depende do processo criativo de cada profissional. Como última etapa desse processo, teremos o roteiro final, que é a história pronta para guiar outros profissionais do audiovisual durante as filmagens. CURSO LIVRE PRODUÇÃO AUDIOVISUAL TÓPICO 2 ROTEIRO E PRODUÇÃO TÉCNICA 35 2.2 Roteiro de ficção, documentário e internet Há diversas maneiras de escrever roteiros para o audiovisual, e todas exigem uma compreensão de formatação. A formatação de roteiro no audiovisual refere-se ao conjunto de normas e padrões utilizados para organizar e apresentar o texto de forma clara e consistente (Comparato, 2009; Campos, 2016). Essa formatação é fun- damental, pois facilita a leitura e a compreensão por parte de todos os envolvidos na produção. Há uma formatação para roteiros de ficção e internet, mas não há re- gras para o roteiro de documentário, como veremos a seguir. Começaremos pelo roteiro de ficção. Primeiramente, é importante compreen- dermos sua estrutura, que é composta da seguinte forma: • Cabeçalho da cena; • Ação; • Diálogos. Lembra-se do exemplo do filme de romance que abordamos anteriormente? Va- mos utilizá-lo aqui também. Comecemos imaginando que a primeira cena do filme se passa de manhã e que vemos a casa de Clara pelo lado de fora, mostrando os jardins. Já a segunda cena mostra as pinturas de Clara espalhadas pelo seu ateliê improvisado, que fica na garagem de sua casa. Ainda na mesma cena, vemos a per- sonagem pintando um novo quadro com muita concentração e paixão pelo que faz. Tendo essa cena em mente, a primeira coisa que um roteirista deve fazer é o cabeça- lho, no qual é necessário dizer o número da cena, se ela ocorre em uma área externa ou interna, o local e se é dia ou noite. No caso da cena que estamos estudando, o cabeçalho deverá ficar da seguinte forma: 1 EXT. JARDIM - DIA CURSO LIVRE PRODUÇÃO AUDIOVISUAL TÓPICO 2 ROTEIRO E PRODUÇÃO TÉCNICA 36 O número 1 indica que é a cena 1; o termo “EXT.” é a abreviação de “externa”, indicando que a cena se passa em um local aberto; a palavra “jardim” indica o local em que a cena ocorre; e a palavra “dia” indica que a ação acontece de dia. Essa mesma estrutura de cabeçalho deve ser seguida para as outras cenas, sem- pre modificando as informações de acordo com o número da cena, o local e o tempo. Feito o cabeçalho, vamos para a ação. A ação descreve o que está acontecendo na cena e quem está presente. Também pode conter informações de figurino, cenário e objetos de cena. A ação deve ser es- crita em texto corrido, sempre no tempo presente. As descrições devem ser claras e concisas, ajudando a visualizar a cena sem dar instruções específicas de câmera, pois esse trabalho é feito pela direção de fotografia, posteriormente. Seguindo com nosso exemplo, vejamos como fica o cabeçalho com a descrição da ação da cena 1: 1 EXT. JARDIM - DIA Casa simples com um jardim florido na frente. Ouve-se o som suave de pássaros cantando. Pronto, essa é a cena 1, objetiva e direta, deixando espaço para a criatividade de outros departamentos de produção, como a direção de arte, que poderá pensar em como será a frente dessa casa e o jardim, bem como a direção de fotografia, que irá estabelecer os planos de filmagem dessa cena juntamente com a direção do filme. Nesse exemplo, vimos a estruturação de uma cena sem diálogos, mas e quando os personagens falam? Vejamos agora, prosseguindo para a cena 2: 2 INT. GARAGEM - DIA A garagem é um ateliê improvisado. Paredes decoradas com pinturas vibrantes e colori- das. Pincéis, tubos de tinta e paletas estão espalhados em uma mesa de trabalho desor- ganizada, mas criativa. CLARA, uma jovem artista de 32 anos, está em frente a um grande cavalete. Ela está concentrada, pincelando com precisão uma tela que começa a ganhar vida com cores intensas. Clara fala sozinha enquanto trabalha. CLARA Mais um pouquinho… Quase lá… Nesse caso, no cabeçalho, o número 2 indica que se trata da cena 2; o termo “INT.” é a abreviação de “interna”, indicando que a cena se passa em um local fechado; CURSO LIVRE PRODUÇÃO AUDIOVISUAL TÓPICO 2 ROTEIRO E PRODUÇÃO TÉCNICA 37 a palavra “garagem” indica o local em que a cena ocorre; e a palavra “dia” indica que a ação acontece de dia. Como é uma cena com uma fala, deve-se escrevê-la logo após a ação, inserindo primeiramente o nome do personagem e, embaixo, sua fala. Vamos imaginar agora que outro personagem, uma amiga de Clara que está na sua casa, Talita, entra em cena e dialoga com ela. Comecemos de onde paramos, ou seja, a partir da primeira fala de Clara: CLARA Mais um pouquinho… Quase lá… TALITA Amiga, tá ficando lindo! CLARA Será? Você acha? TALITA Sim, essas cores estão ótimas. O diálogo pode continuar ou parar nessa parte e seguir para outra cena, mas lembre-se: se mudar o local ou o tempo, muda-se a cena. E se mudou a cena, tudo deve ser feito novamente: cabeçalho, ação e diálogos. Vejamos mais um exemplo de um roteiro já estruturado (figura 6): Figura 6 – Modelo de roteiro de ficção Fonte: Equipe de elaboração do curso (2024). CURSO LIVRE PRODUÇÃO AUDIOVISUAL TÓPICO 2 ROTEIRO E PRODUÇÃO TÉCNICA 38 Fica a dica! Dicas para escrever um bom roteiro de ficção 1. Estabeleça uma estrutura sólida Antes de começar a escrever, tenha uma compreensão clara da história que você quer contar e dos principais personagens envolvidos. Desenvol- va as características físicas (cor de pele, altura, cabelo etc.) e psicológicas (triste, feliz, engraçado etc.) dos personagens, suas motivações e arcos de desenvolvimento ao longo da história. 2. Defina a estrutura Uma estrutura bem definida ajuda a manter uma narrativa envolvente e coerente com o que se propõe. Considere utilizar esboços como, por exem- plo, a jornada do herói para a criação do arco dramático de personagens ou a estrutura de três atos para organizar sua história. 3. Crie diálogos autênticos e significativos Os diálogos são essenciais para dar vida aos personagens e avançar na trama. Certifique-se de que cada linha de diálogo seja relevante, autêntica e que realmente contribua para o desenvolvimento da história ou dos persona- gens. Sempre se pergunte o que seu personagem faria em determinadas situ- ações, levando em consideração a personalidade desenvolvida para cada um. 4. Escreva sempre no tempo presente É fundamental que você escreva seu roteiro no tempo presente, mesmo que a história se passe no passado ou no futuro, pois isso ajuda a criar uma sen- sação de imediatismo e envolvimento mais profundo do espectador, fazendo com que se sinta parte da ação à medida que ela se desenrola diante dos seus olhos. Não escreva, por exemplo, “ele andou até a cama” ou “ela pegou o celular e saiu”; em vez disso, opte por “ele anda até a cama” e “ela pega o celular e sai”. 5. Revise e redefina Após concluir o roteiro inicial, faça várias revisões buscando aprimorá- -lo. Preste atenção à estrutura, à narrativa, à consistência dos personagens e ao impacto dramático. É sempre interessante, também, pedir feedback de outras pessoas para obter outras perspectivas. O roteiro de documentário não tem um padrão específico, mas é necessário seguir algumas convenções que ajudam na construção do filme. Roteirizar um documentário significa selecionar, planejar e organizar a narrativa com um início, um desenvolvi- mento e um desfecho (Puccini, 2009). Diferentementedo roteiro de ficção, que inclui cenas detalhadas e diálogos específicos, o roteiro de um documentário apresenta uma proposta de filme. Além disso, precisa ter flexibilidade para se adaptar aos imprevistos da filmagem e às descobertas feitas durante a produção, afinal, no documentário es- tamos lidando com os fatos do cotidiano e sabemos que tudo pode acontecer. CURSO LIVRE PRODUÇÃO AUDIOVISUAL TÓPICO 2 ROTEIRO E PRODUÇÃO TÉCNICA 39 Por exemplo, pode ocorrer de você estar gravando uma entrevista na rua e, eventualmente, surgir outro/a entrevistado/a que nem estava no roteiro, mas que parece contribuir bastante para o filme. Acontece e faz parte do processo de um documentário. Por isso, o/a roteirista deve ter um entendimento claro do tema que pretende explorar, além de estar preparado/a para ajustar o roteiro confor- me surjam novas informações. Inicialmente, o trabalho começa com uma extensa pesquisa sobre o tema que será abordado, o que envolve coleta de informações relevantes, entrevistas preliminares e análise de materiais de arquivo. A partir dessas informações, é possível começar a criar uma estrutura narrativa que abarque o começo, o meio e o fim do documentário proposto, mas sempre sa- bendo que, ao final, a narrativa pode tomar outros rumos. Isso significa que o roteiro de documentário deve ser feito antes das filmagens para que a equipe o utilize como um guia, mas precisamos sempre ter em mente que esse roteiro vai se transforman- do ao longo de todas as etapas de produção. Por isso a flexibilidade é essencial, pois eventos inesperados, novas descobertas e reações espontâneas dos entrevistados podem, inclusive, fornecer um material mais rico do que o previsto inicialmente. Após as filmagens, o roteiro é refinado na fase de edição, momento em que a estrutura do filme realmente começa a tomar forma e o roteiro final fica mais claro. Mas você poderia perguntar, agora, que convenções podemos seguir para criar um roteiro de documentário antes de iniciar as filmagens. Vamos esclarecer: primeira- mente, deve-se pensar no tema e na abordagem que será utilizada, ou seja, definir o que se trará nas imagens, como será a abordagem (por exemplo, com entrevistas, com imagens de arquivo etc.), o que se pretende mostrar, como tudo será feito. Defi- nidos o tema e a abordagem, deve-se escolher quem serão os personagens, ou seja, as pessoas entrevistadas, que ajudarão a contar a história. Com essas informações, será necessário preestabelecer a ordem das filmagens e dos entrevistados, colocando-se as seguintes questões: que local aparecerá primeiro? Quem é a primeira pessoa a aparecer? E a segunda? Enquanto as pessoas falam, quais imagens de apoio entrarão? Como fechar o documentário? Com a fala de alguém? Com uma paisagem? Todas as respostas a essas perguntas dependerão da temática retra- tada. Com tudo isso bem definido, é só passar para o papel e partir para as filmagens. Por fim, vamos entender como funciona a escrita de um roteiro para internet. Es- crever roteiros para vídeos na internet requer outro tipo de abordagem, que traga ele- mentos como clareza e engajamento. Diferentemente de produções tradicionais, os ví- deos para a internet precisam capturar a atenção do/a espectador/a rapidamente, muitas CURSO LIVRE PRODUÇÃO AUDIOVISUAL TÓPICO 2 ROTEIRO E PRODUÇÃO TÉCNICA 40 vezes nos primeiros segundos, afinal a própria internet, com tantas informações, pode tirar a atenção das pessoas muito facilmente. É importante, por exemplo, começar os ví- deos com as informações mais impactantes, de acordo com o tema, para prender os/as espectadores/as em um ambiente onde a distração está a apenas um clique de distância. Por isso, o/a roteirista deve pensar em maneiras criativas de envolver a audiên- cia, seja por meio de perguntas, desafios ou outros métodos participativos. A criati- vidade é livre. Deve-se utilizar uma linguagem objetiva, estruturando o conteúdo em seções fáceis de seguir. Pode ser importante, também, dependendo do conteúdo do vídeo, incluir elementos visuais e gráficos para manter o engajamento de quem as- siste. Inclusive, é essencial pensar na interação com o público, então pode ser inte- ressante incentivá-lo a comentar, curtir e compartilhar o vídeo (Moletta, 2019). Nesse caso, é preciso adaptar o conteúdo ao estilo e às preferências do público-alvo. Sobre a estrutura, há diferenças em relação aos roteiros de ficção e de docu- mentário. Quando o/a roteirista escreve roteiros para a internet, é fundamental se- parar tudo em duas colunas: de um lado, o que for aparecer nas imagens; do outro, tudo o que for escutado, ou seja, imagem e áudio separados. Pareceu um pouco difícil? Vamos esclarecer no modelo abaixo (figura 7). Figura 7 – Modelo de roteiro para internet Fonte: Equipe de elaboração do curso (2024). Observe que há um formato de duas colunas, nas quais as informações visuais vão à esquerda e as informações de áudio vão à direita. Deve-se descrever tudo o que será visto e ouvido. Repare, também, que o áudio deve ser alinhado na direção CURSO LIVRE PRODUÇÃO AUDIOVISUAL TÓPICO 2 ROTEIRO E PRODUÇÃO TÉCNICA 41 da imagem correspondente, ou seja, se temos a apresentadora em pé na cozinha fa- lando alguma coisa, a coluna do áudio deve conter exatamente a sua fala. E isso vale para vinhetas e tudo mais que aparecer na tela. Na coluna do vídeo, o/a roteirista pode indicar, também, os enquadramentos, os movimentos de câmera e os efeitos gráficos que podem surgir. Uma curiosidade: esse formato de roteiro também é am- plamente utilizado na televisão. No entanto, independentemente do formato, devemos saber que o roteiro ga- rante que a história seja contada de acordo com a proposta. É necessário que o/a roteirista sempre adapte o roteiro às necessidades específicas do projeto, mantendo a flexibilidade para ajustes durante a filmagem, mesmo em filmes de ficção, pois isso também pode acontecer, apesar de ser mais raro. Portanto, o roteiro é uma ferra- menta indispensável para todos os profissionais do audiovisual, pois serve como um guia para contar a história em imagens e sons. CURSO LIVRE PRODUÇÃO AUDIOVISUAL TÓPICO 2 ROTEIRO E PRODUÇÃO TÉCNICA 42 2.3 Roteiro e produção técnica: roteiro literário e roteiro técnico Escrever um roteiro no campo do audiovisual é saber que o que estamos es- crevendo será transformado em imagens e sons, o que por si só já o diferencia das histórias escritas em livros. Ao escrever, o/a roteirista não se limitará apenas ao texto, pois deve considerar aspectos visuais e sonoros, como cenários, objetos de cena, ações, diálogos e passagens entre uma cena e outra. Dessa forma, ao finalizar um roteiro, temos o que é conhecido como roteiro literário, que é basicamente o documento que estudamos até aqui, completamente estruturado, dependendo do seu formato (ficção, documentário ou vídeo para a internet). Esse roteiro foca na narrativa e na descrição das cenas de maneira mais ampla, como nas ações, cenários, objetos de cena, diálogos entre os personagens e todas as características dramáticas (Campos, 2016). É um documento que é escrito desta- cando a fluidez da história, ajudando a equipe a entender a essência do projeto e sua visão artística antes de entrar nos aspectos técnicos. O roteiro literário deve ser visto como palavras e frases que serão estruturadas para criar imagens e sons, pla- nos, cenas e sequências. Nesse caso, o/a roteirista deve organizar a narrativa escrita de maneira que ela se transforme em representações imagético-sonoras dinâmicas. Isso significa que, no roteiro literário, não é necessário escrever indicações para as filmagens, como planos e movimentos de câmera, iluminação ou captação de som (Comparato, 2009). Essas são atribuições do roteiro técnico, que se caracteriza pelo seu detalhamento de técnicas audiovisuais. Esse documento fragmenta o roteiro literário em elementos específicos e práticos, como planos, movimentos e ângulos de câmera, iluminação,efeitos sonoros e visuais, indicação de cenários, objetos de CURSO LIVRE PRODUÇÃO AUDIOVISUAL TÓPICO 2 ROTEIRO E PRODUÇÃO TÉCNICA 43 cena e figurinos, além de outras instruções técnicas necessárias para a realização das cenas. Esse roteiro serve como um guia para a equipe técnica, incluindo direção de fotografia, direção de arte, equipe de som e outros profissionais, garantindo que todos estejam alinhados na execução da visão criativa do projeto. Enquanto o roteiro literário é mais voltado para a construção da narrativa e da vi- são artística do projeto, o roteiro técnico se concentra na tradução dessa visão em ter- mos práticos e executáveis. Ambos são essenciais para a produção audiovisual, mas atendem a diferentes necessidades dentro do processo de criação: o literário inspira e orienta a narrativa, enquanto o técnico assegura que essa narrativa seja tecnicamente viável e bem-executada. Vamos entender melhor utilizando a cena 2 daquele exemplo que estudamos anteriormente (o do filme de romance). O que importa, aqui, é obser- varmos a descrição da ação, o cenário e os objetos de cena. Vejamos: 2 INT. GARAGEM - DIA A garagem é um ateliê improvisado. Paredes decoradas com pinturas vibrantes e colori- das. Pincéis, tubos de tinta e paletas estão espalhados em uma mesa de trabalho desor- ganizada, mas criativa. CLARA, uma jovem artista de 32 anos, está em frente a um grande cavalete. Ela está concentrada, pincelando com precisão uma tela que começa a ganhar vida com cores intensas. Clara fala sozinha enquanto trabalha. A partir dessa breve descrição, é possível visualizarmos diversas características que compõem um roteiro técnico. A começar pela locação: é uma garagem que virou ateliê de artes, então isso já serve como indicação tanto para a equipe de produção procurar esse local para as filmagens quanto para a equipe de arte começar a pen- sar no cenário. Outro trabalho para a equipe de arte está relacionado aos objetos de cena, como pincéis, tubos de tinta, paletas, mesa de trabalho e cavalete, o que significa que se deve ir atrás desses objetos para compor a cena. O importante, aqui, é entendermos a função do roteiro técnico, que pode ser de- senvolvido a partir das indicações contidas em todas as cenas. Cada descrição do roteiro literário é importante, porque indica para o restante da equipe o trabalho que deve ser executado, como ir atrás de locações, figurinos, maquiagem, cenários e obje- tos de cena, assim como definir os planos de filmagem e os movimentos de câmera, a iluminação de cada cena, dependendo do contexto dramático, e os sons presentes em cada momento, para a equipe de som providenciar o que for necessário. Perceba como produzir vídeos envolve toda uma equipe. Mas não se preocupe: mais adiante, será possível compreender melhor as funções de uma equipe de produção audiovisual. CURSO LIVRE PRODUÇÃO AUDIOVISUAL TÓPICO 2 ROTEIRO E PRODUÇÃO TÉCNICA 44 Revisando Neste tópico, aprendemos sobre a criação de um roteiro no audiovisual. Ex- ploramos detalhadamente as etapas de roteirização, que são fundamentais para a construção desse documento tão importante para a produção de vídeos e filmes. Seguindo essas etapas, tornamos o trabalho mais fácil e organizado. Além disso, aprendemos sobre a elaboração de roteiros para ficção, documentário e internet, que exigem diferentes compreensões das técnicas narrativas e dos públicos-alvo. Na ficção, a criação de tramas e personagens envolventes é essencial para captu- rar a imaginação do público. Por sua vez, os roteiros de documentário demandam uma abordagem baseada em pesquisa rigorosa e uma narrativa que equilibre informação e emoção, sempre sabendo que estamos lidando com os fatos da realidade. Já os rotei- ros para a internet devem ser concisos e dinâmicos, adaptando-se às novas formas de consumo de conteúdo, como vídeos curtos. Em todos os casos, o sucesso de um rotei- ro está em sua capacidade de contar uma história envolvente e relevante, utilizando os recursos e peculiaridades de cada meio de forma criativa e eficaz. Também vimos a importância do roteiro literário e do roteiro técnico. O primeiro é a espinha dorsal da narrativa, concentrando-se na construção dos personagens, nos diálogos e no desenvolvimento da trama, permitindo uma exploração criativa e emo- cional da história. Já o segundo detalha os aspectos práticos e visuais da produção, in- cluindo enquadramentos, movimentos de câmera, iluminação e som, garantindo que a visão criativa do roteiro literário seja traduzida de maneira eficaz e precisa na tela. Dessa forma, a combinação harmoniosa entre o roteiro literário e o técnico é essencial para transformar uma ideia em uma obra audiovisual coesa e impactante. CURSO LIVRE PRODUÇÃO AUDIOVISUAL TÓPICO 2 ROTEIRO E PRODUÇÃO TÉCNICA 45 Referências ANTUNES, Valdelis Gubiã; ANZUATEGUI, Sabina Reggiani. O roteiro e sua importância na realiza- ção de uma obra audiovisual. O Mosaico – Revista de Pesquisa em Artes, n. 10, p. 161-173, 2013. CAMPOS, Flávio de. Roteiro de cinema e televisão: a arte e a técnica de imaginar, perceber e narrar uma estória. 2. ed. Rio de Janeiro: Zahar, 2016. COMPARATO, Doc. Da criação ao roteiro. 4. ed. São Paulo: Summus Editorial, 2009. PUCCINI, Sérgio. Roteiro de documentário: da pré-produção à pós-produção. São Paulo: Papirus Editora, 2009. MOLETTA, Alex. Você na tela: criação audiovisual para a internet. São Paulo: Summus Editorial, 2019. Escult Escola Solano Trindade de Formação e Qualificação Artística, Técnica e Cultural escult.cultura.gov.br 2.1 Etapas de roteirização 2.2 Roteiro de ficção, documentário e internet 2.3 Roteiro e produção técnica: roteiro literário e roteiro técnico