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© 2024 Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás.
Este material, no que diz respeito tanto à linguagem quanto ao conteúdo, não 
reflete necessariamente a opinião do Instituto Federal de Goiás. As opiniões 
são de responsabilidade exclusiva dos respectivos elaboradores. 
É permitida a reprodução total ou parcial desde que citada a fonte.
Programa Nacional de Formação 
e Qualificação para o Mundo do 
Trabalho em Cultura
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Coordenação Geral do projeto
Mônica Mitchell Morais Braga
Coordenação de EaD
Helen Betane Ferreira Pereira
Coordenação pedagógica
Rosselini Diniz Barbosa Ribeiro
Coordenação de Curso
Murilo Gabriel Berardo Bueno
Coordenação de Acessibilidade e Inclusão
Gláucia Mendes da Silva
Equipe técnica
Editoria
Helen Betane Ferreira Pereira 
Rosselini Diniz Barbosa Ribeiro
Organização
Murilo Gabriel Berardo Bueno
Revisão
Aguimario Pimentel Silva
Projeto gráfico
Pedro Henrique Pereira de Carvalho
Diagramação e Capa
Isabela Maia Marinho 
Lía Vallejo Torres 
Rafael Oliveira de Souza
Equipe elaboradora
Álvaro André Zeini Cruz
Doutor e mestre em Multimeios pela 
Unicamp — com doutorado-¡sanduíche 
pela University of Leeds —, especialista em 
Roteiro pela FAAP e bacharel em Cinema 
e Vídeo pela Unespar. Curtametragista, 
realizador dos curtas “Palhaços”, “Mimese”, 
“Memórias do meu tio” e “Janelas”. 
Roteirista e crítico de cinema e televisão. 
Professor universitário.
Brener Neves Silva
Mestre em Cinema e Audiovisual, 
especialista em Cinema e Linguagem 
Audiovisual e graduado em Produção 
Audiovisual. Editor de Cinema Ameríndio no 
Observatório de Cinema e Audiovisual (OCA) 
da UFF. 
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE GOIÁS 
Diretoria de Educação a Distância - Reitoria
Avenida C-198, Qd. 500, Jardim América 
Goiânia/GO | CEP 74270–040
(62) 3612-2278 
coordenacao.minc@ifg.edu.br
contato@escult.cultura.gov.br 
escult.cultura.gov.br
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TÓPICO 
Roteiro e 
produção 
técnica
COM ÊNFASE NAS NOVAS MÍDIAS 
(REDES SOCIAIS, PLATAFORMAS 
DIGITAIS E MÍDIAS MÓVEIS)
TÓPICO 2
Quando produzimos um vídeo, o roteiro é uma etapa essencial que deve ser rea-
lizada logo no começo de tudo. Neste tópico, vamos estudar os princípios fun-
damentais de um roteiro, abrangendo desde a concepção inicial da ideia até a 
sua finalização, passando por algumas convenções importantes, como elementos 
dramáticos que dão vida à narrativa e a formatação de roteiro.
Unidades Temáticas do Tópico
2.1 Etapas de roteirização
2.2 Roteiro de ficção, 
documentário e internet
2.3 Roteiro e produção técnica: 
roteiro literário e roteiro técnico
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2.1 Etapas de roteirização
A criação de um roteiro audiovisual é uma das primeiras etapas quando va-
mos produzir um vídeo. Afinal, como filmar ações acontecendo diante da câmera 
sem ter pelo menos uma noção da história? Com o roteiro, conseguimos saber 
qual a temática do filme, as ações, os personagens e os diálogos. Além disso, 
também conseguimos saber quais são as cenas e a ordem que a narrativa seguirá 
do início ao fim. Conforme Valdelis Antunes e Sabina Anzuategui (2013, p. 162), “o 
roteiro é o meio para cristalizar, para materializar e ordenar as ideias, dando a 
elas uma dinâmica e uma lógica para poderem funcionar e acontecer num filme”. 
E, por falar em ordem, neste tópico abordaremos exatamente isto: a ordenação 
das etapas de criação de um roteiro no audiovisual.
Isso significa que, ao se ter uma ideia, não basta simplesmente escrever o texto 
do roteiro, pois antes é preciso passar por algumas etapas que vão ajudar nesse 
processo, tornando tudo mais fácil. Essas fases são importantes, também, porque 
o mundo do trabalho tem exigido cada vez mais, em um primeiro contato com um 
financiador ou uma empresa, não o roteiro completo, mas a história resumida ou 
apenas em algumas linhas. As etapas são as seguintes: 
• ideia
• storyline
• argumento
• escaleta
• tratamentos de roteiro
• roteiro final
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Vamos começar pela ideia.
Inicialmente, saiba que todo roteiro nasce a partir de uma ideia. Essa ideia pode 
surgir em qualquer momento do dia, em uma caminhada, uma ida às compras, uma 
aula, uma conversa com amigos, uma experiência pela qual você passou ou viu al-
guém passar, assim como por meio da imaginação. Segundo Doc Comparato (2009, 
p. 72), “a ideia é um processo mental, fruto da imaginação. Do encadeamento das 
ideias surge a criatividade. Ideia e criatividade estão na base da confecção da obra 
artística”. Ou seja: a partir da interligação e do desenvolvimento contínuo de ideias 
em nossa mente, surge a criatividade; portanto, ideia e criatividade são como ali-
cerces para elaborar o roteiro de um filme. Lembre-se de que, quando temos boas 
ideias, devemos registrá-las em algum lugar para que não se percam e possamos 
aprimorá-las posteriormente. Você pode pegar essas ideias registradas e começar a 
pensar em uma história para propor a alguma produtora de cinema, audiovisual ou 
publicidade, assim como submetê-la em editais públicos do setor audiovisual.
Outra forma de escrever um roteiro é quando se é contratado por uma empre-
sa para criar uma narrativa para algum projeto que ela está desenvolvendo, como 
um filme de ficção, um documentário, um videoclipe, bem como vídeos institucionais, 
publicitários ou para a internet. Tudo vai depender do que a empresa está exigindo 
para que você possa utilizar sua criatividade e suas experiências para aplicar na ideia 
e construir uma boa história. Por isso, é fundamental que, ao surgir uma ideia, o/a 
profissional sempre registre tudo. Mas como fazer para ter uma boa ideia de roteiro?
Seja uma pessoa observadora. Observe o que acontece ao seu redor: as pes-
soas vivendo, os diálogos, os contextos sociais, o que está em alta no mercado. 
Ouça bastante outras pessoas, assista a filmes e séries e leia muito, afinal, ler nos 
ajuda a escrever cada vez melhor. Em algum momento, pode ter certeza de que 
a ideia virá, e você não poderá perdê-la. Saiba também que, na primeira vez que 
você passar a ideia para o papel, nem sempre será algo extraordinário: será preci-
so repensar e reescrever várias vezes até chegar à qualidade de narrativa que se 
deseja. Isso nos leva à próxima etapa: a storyline.
Logo após a ideia, não necessariamente devemos escrever o texto inteiro com 
várias páginas, pois frequentemente a primeira ideia que temos ainda pode ser su-
perficial, e precisamos aproveitar isso para escrevê-la em poucas linhas. Estamos 
falando da storyline, que, na tradução para a língua portuguesa, significa “enredo”, 
isto é, em um primeiro momento é essencial descrever o enredo da história que está 
sendo criada. Nesse momento, não é preciso dividir em cenas, descrever todas as 
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ações e diálogos, basta apenas escrever a história em poucas linhas ou, no máximo, 
em um pequeno parágrafo. O objetivo da storyline é colocar no papel a principal 
ideia do roteiro que será desenvolvido depois.
Nessa etapa, você deve descrever a história de forma muito resumida, apresen-
tando os principais personagens, os conflitos, o desenvolvimento e a finalização da 
trama. Isso significa que a storyline deve mostrar de onde veio e para onde vai por 
meio de uma história coerente com a ideia proposta. Ao fazer isso, teremos uma 
breve descrição de um filme, que servirá como um pontapé inicial do roteiro e que 
poderá ser utilizada para vender a história a produtoras de audiovisual ou subme-
tê-la em editais públicos que exigem essa etapa. Para ficar mais claro, vamos a um 
exemplo. Imagine que vocêteve a ideia de escrever uma história de um filme de 
ficção sobre um romance praticamente impossível entre uma artista visual e um fo-
tógrafo. Podemos escrever a storyline da seguinte maneira:
Em uma pequena cidade brasileira, a artista Clara está em um momento decisivo entre 
se dedicar à sua arte e assumir o negócio da família após a morte do pai. Clara conhece 
Lucas, um fotógrafo, e a conexão entre eles a inspira a conciliar suas responsabilidades. 
Contudo, Lucas recebe uma oferta de trabalho fora da cidade, desafiando o relaciona-
mento. Clara decide colocar um gerente no negócio da família, e Lucas aceita o emprego, 
mas os dois prometem manter o amor a distância. Como despedida, realizam uma expo-
sição conjunta, simbolizando a união de suas artes.
As mesmas regras funcionam para a escrita de uma storyline de um filme- 
documentário. Vejamos um exemplo:
O documentário acompanha a jornada de três famílias de diferentes regiões da cidade de 
Manaus, Brasil, que enfrentam desafios sociais e econômicos. No início, somos apresentados 
à rotina difícil dessas famílias, marcada pela luta por sobrevivência e pela busca por opor-
tunidades. Ao longo do filme, acompanhamos suas histórias pessoais de superação, solida-
riedade e resiliência, que revelam as complexidades e injustiças enfrentadas pela população 
brasileira. No desfecho, vemos como essas famílias encontram força e esperança uns nos 
outros, destacando a importância do apoio mútuo e da união em tempos difíceis.
Perceba como em ambos os casos, em menos de 10 linhas, foi possível descrever 
o início, o meio e o fim de uma história, apresentando os personagens principais e 
o desenvolvimento da narrativa. É claro que tudo ainda aparece de forma muito su-
perficial, até porque outros personagens e outras pequenas situações conflitantes 
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devem aparecer, mas esse é exatamente o objetivo da storyline: descrever a ideia 
principal do roteiro. Isso nos leva à próxima etapa de roteirização, o argumento.
Nessa etapa, é preciso escrever um pouco mais os detalhes da história, mas 
ainda sem a divisão em cenas e sem os diálogos. Um argumento contém o enredo 
com mais detalhes, como onde se passa a história e em que período histórico, os 
personagens principais e secundários, os conflitos principais e os envolvimentos 
emocionais, podendo conter, também, o gênero do filme e o público-alvo, de 
forma a influenciar diretamente a escrita posterior do roteiro. Ainda que seja a 
história mais detalhada, é importante que a linguagem utilizada seja objetiva e 
direta, sem fugir das ações principais da narrativa.
Isso quer dizer que, se na storyline tivermos entre 5 e 10 linhas, no argumento 
podemos ter entre 2 e 10 páginas, dependendo do formato do filme, ou seja, se ele 
é do tipo curta-metragem, média-metragem ou longa-metragem. Nesse caso, não 
é necessário se prender ao número de páginas, pois o importante é transformar a 
storyline em um texto maior, abrangendo a história com mais detalhes para que a 
proposta inicial fique mais clara. Perceba como partimos de algo menor e estamos 
cada vez mais aumentando. Esse é o processo normal de escrita de um roteiro, por 
isso a importância de passarmos por essas etapas para aprimorarmos cada vez mais 
a história. Vejamos um exemplo do início de um argumento utilizando a storyline da 
história de romance que esboçamos anteriormente:
Na cidade de Foz do Iguaçu, no Paraná, vive Clara, uma artista visual de 32 anos de ida-
de que mora sozinha. Clara é extremamente apaixonada pela arte e sempre está fazen-
do novas pinturas em sua casa. Pintar é seu passatempo, mas também é seu trabalho, 
pois, sempre que pode, ela está realizando encomendas e vendendo suas pinturas. Os 
pais de Clara são separados, e ela tem dois irmãos, Isabele e Jorge, que são mais novos 
e moram com a mãe, Joana. O pai, conhecido como Sr. Farias, possui uma franquia de 
padaria na cidade, que é o seu sustento há muitos anos…
Esse poderia ser apenas o primeiro parágrafo do argumento daquela storyli-
ne que vimos mais acima. Com certeza é um texto inicial que poderia conter mais 
detalhes, e isso depende da criatividade do profissional. Mas é importante perce-
ber como, nesse caso, temos muito mais detalhes da história. Vale ressaltar que o 
argumento também é muito utilizado como produto de venda, inclusive diversos 
concursos e editais pedem esse documento no ato da inscrição. Isso significa que é 
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preciso saber utilizar as palavras certas para convencer as pessoas a comprarem ou 
selecionarem sua história. Finalizado o argumento, entramos na etapa da escaleta.
Essa é uma etapa em que o/a roteirista pode começar a esboçar sua histó-
ria antes de partir para a escrita do roteiro. Se no argumento temos detalhes da 
história de modo geral, na escaleta trazemos detalhes das cenas do filme. Trata-
-se de uma etapa fundamental na qual se desenvolvem a estrutura do roteiro, a 
construção de cenas e as sequências. Por sequência, estamos nos referindo a um 
conjunto de cenas que formam uma única ação dramática, como, por exemplo, 
uma sequência com cenas de uma perseguição envolvendo a polícia e um crimi-
noso que foge pelas ruas de uma cidade. Temos várias cenas, pois os espaços 
por que o criminoso corre vão mudando, mas a ação ainda é a mesma. Dito isso, 
vamos entender melhor como funciona a escaleta.
Segundo Flávio de Campos (2016, p. 305), “a escaleta é a descrição resumida 
das cenas de um roteiro, na sua sequência”. Isso significa que será preciso pegar 
o argumento e fragmentá-lo em cenas. Nesse caso, é uma etapa que servirá como 
ferramenta de trabalho para auxiliar a escrita do roteiro. Embora o trabalho na 
escaleta pareça ser a escrita de um roteiro efetivamente, ainda não é, isso por-
que ela serve para que o/a roteirista possa verificar a ordem e o ritmo das cenas, 
se estão de acordo com a proposta inicial, suas funções dentro de cada ação da 
história, assim como o arco dramático dos personagens. Por isso, ao escrever 
uma escaleta, é fundamental que você se pergunte:
• Essa cena é importante?
• Essa cena contribui para a história?
• Quais personagens devem estar nessa cena?
• Qual cena vem antes e qual vem depois?
Esses questionamentos ajudarão na estruturação das cenas e da história de 
modo geral. Dessa forma, a escaleta serve como um guia final para a escrita do rotei-
ro, o que não significa dizer que ao longo desse processo de escrita efetiva da obra 
não surjam outras cenas. Pode ser que o/a roteirista pense em novas cenas após a 
escaleta, e não há problema algum, pois isso é parte natural do processo criativo. 
Uma dica é escrever as cenas em papéis diferentes ou em cartelas para que fiquem 
separadas e seja possível ter uma melhor visualização de como ordenar as cenas e 
sequências. Mais adiante, veremos a formatação de cenas de roteiro, que também 
servirá como base para a escrita de escaletas.
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Feita a escaleta, inicia-se a escrita do roteiro. Nessa etapa, o/a roteirista já co-
nhece bem sua narrativa, pois passou pelas fases anteriores e foi possível ter uma 
noção geral de como contar sua história. É hora de mergulhar na trama proposta e 
descrever cena por cena, ação por ação, diálogo por diálogo, do início ao fim. No 
entanto, ao finalizar e ler tudo, pode ser que alguma cena não esteja fazendo muito 
sentido, que seja excluída ou trocada, que alguns diálogos sejam revistos, e por aí 
vai. O/a roteirista terá que reescrever algumas coisas, e isso pode levar vários dias, 
semanas ou meses. Estamos falando aqui dos tratamentos de roteiro.
Os tratamentos referem-se à escrita de cada roteiro da mesma história, feitos e 
depois revistos, ou seja, são documentos escritos que servem como uma espécie de 
esboço de cada mudança que é feita no roteiro. É como se fosse uma etapa interme-diária entre o roteiro inicial e o roteiro final, fornecendo uma visão geral do processo 
criativo e ajudando a definir sua direção antes da finalização. Isso quer dizer que a 
primeira vez que o/a roteirista escrever um roteiro do início ao fim ele/a terá, ao 
final, o que chamamos de “primeiro tratamento” (Campos, 2016).
Ao lermos tudo e identificarmos algum problema ou querermos fazer alguma 
mudança, teremos outro documento, que será chamado de “segundo tratamen-
to”, e assim sucessivamente, até a finalização do último tratamento. Há roteiris-
tas que fazem mais de 10 tratamentos, mas não há uma regra, pois isso depende 
do processo criativo de cada profissional. Como última etapa desse processo, 
teremos o roteiro final, que é a história pronta para guiar outros profissionais do 
audiovisual durante as filmagens.
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2.2 Roteiro de ficção, 
documentário e internet
Há diversas maneiras de escrever roteiros para o audiovisual, e todas exigem 
uma compreensão de formatação. A formatação de roteiro no audiovisual refere-se 
ao conjunto de normas e padrões utilizados para organizar e apresentar o texto de 
forma clara e consistente (Comparato, 2009; Campos, 2016). Essa formatação é fun-
damental, pois facilita a leitura e a compreensão por parte de todos os envolvidos 
na produção. Há uma formatação para roteiros de ficção e internet, mas não há re-
gras para o roteiro de documentário, como veremos a seguir.
Começaremos pelo roteiro de ficção. Primeiramente, é importante compreen-
dermos sua estrutura, que é composta da seguinte forma:
• Cabeçalho da cena;
• Ação;
• Diálogos.
Lembra-se do exemplo do filme de romance que abordamos anteriormente? Va-
mos utilizá-lo aqui também. Comecemos imaginando que a primeira cena do filme 
se passa de manhã e que vemos a casa de Clara pelo lado de fora, mostrando os 
jardins. Já a segunda cena mostra as pinturas de Clara espalhadas pelo seu ateliê 
improvisado, que fica na garagem de sua casa. Ainda na mesma cena, vemos a per-
sonagem pintando um novo quadro com muita concentração e paixão pelo que faz. 
Tendo essa cena em mente, a primeira coisa que um roteirista deve fazer é o cabeça-
lho, no qual é necessário dizer o número da cena, se ela ocorre em uma área externa 
ou interna, o local e se é dia ou noite. No caso da cena que estamos estudando, o 
cabeçalho deverá ficar da seguinte forma:
1 EXT. JARDIM - DIA
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O número 1 indica que é a cena 1; o termo “EXT.” é a abreviação de “externa”, 
indicando que a cena se passa em um local aberto; a palavra “jardim” indica o 
local em que a cena ocorre; e a palavra “dia” indica que a ação acontece de dia. 
Essa mesma estrutura de cabeçalho deve ser seguida para as outras cenas, sem-
pre modificando as informações de acordo com o número da cena, o local e o 
tempo. Feito o cabeçalho, vamos para a ação.
A ação descreve o que está acontecendo na cena e quem está presente. Também 
pode conter informações de figurino, cenário e objetos de cena. A ação deve ser es-
crita em texto corrido, sempre no tempo presente. As descrições devem ser claras 
e concisas, ajudando a visualizar a cena sem dar instruções específicas de câmera, 
pois esse trabalho é feito pela direção de fotografia, posteriormente. Seguindo com 
nosso exemplo, vejamos como fica o cabeçalho com a descrição da ação da cena 1:
1 EXT. JARDIM - DIA
Casa simples com um jardim florido na frente. Ouve-se o som suave de pássaros cantando.
Pronto, essa é a cena 1, objetiva e direta, deixando espaço para a criatividade de 
outros departamentos de produção, como a direção de arte, que poderá pensar em 
como será a frente dessa casa e o jardim, bem como a direção de fotografia, que irá 
estabelecer os planos de filmagem dessa cena juntamente com a direção do filme. 
Nesse exemplo, vimos a estruturação de uma cena sem diálogos, mas e quando os 
personagens falam? Vejamos agora, prosseguindo para a cena 2:
2 INT. GARAGEM - DIA
A garagem é um ateliê improvisado. Paredes decoradas com pinturas vibrantes e colori-
das. Pincéis, tubos de tinta e paletas estão espalhados em uma mesa de trabalho desor-
ganizada, mas criativa. CLARA, uma jovem artista de 32 anos, está em frente a um grande 
cavalete. Ela está concentrada, pincelando com precisão uma tela que começa a ganhar 
vida com cores intensas. Clara fala sozinha enquanto trabalha.
CLARA
Mais um pouquinho… Quase lá…
Nesse caso, no cabeçalho, o número 2 indica que se trata da cena 2; o termo “INT.” 
é a abreviação de “interna”, indicando que a cena se passa em um local fechado; 
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a palavra “garagem” indica o local em que a cena ocorre; e a palavra “dia” indica 
que a ação acontece de dia. Como é uma cena com uma fala, deve-se escrevê-la 
logo após a ação, inserindo primeiramente o nome do personagem e, embaixo, 
sua fala. Vamos imaginar agora que outro personagem, uma amiga de Clara que 
está na sua casa, Talita, entra em cena e dialoga com ela. Comecemos de onde 
paramos, ou seja, a partir da primeira fala de Clara:
CLARA
Mais um pouquinho… Quase lá…
TALITA
Amiga, tá ficando lindo!
CLARA
Será? Você acha?
TALITA
Sim, essas cores estão ótimas.
O diálogo pode continuar ou parar nessa parte e seguir para outra cena, mas 
lembre-se: se mudar o local ou o tempo, muda-se a cena. E se mudou a cena, 
tudo deve ser feito novamente: cabeçalho, ação e diálogos. Vejamos mais um 
exemplo de um roteiro já estruturado (figura 6):
Figura 6 – Modelo de roteiro de ficção
Fonte: Equipe de elaboração do curso (2024).
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Fica a dica!
Dicas para escrever um bom roteiro de ficção
1. Estabeleça uma estrutura sólida
Antes de começar a escrever, tenha uma compreensão clara da história 
que você quer contar e dos principais personagens envolvidos. Desenvol-
va as características físicas (cor de pele, altura, cabelo etc.) e psicológicas 
(triste, feliz, engraçado etc.) dos personagens, suas motivações e arcos de 
desenvolvimento ao longo da história.
2. Defina a estrutura
Uma estrutura bem definida ajuda a manter uma narrativa envolvente e 
coerente com o que se propõe. Considere utilizar esboços como, por exem-
plo, a jornada do herói para a criação do arco dramático de personagens ou 
a estrutura de três atos para organizar sua história.
3. Crie diálogos autênticos e significativos
Os diálogos são essenciais para dar vida aos personagens e avançar na 
trama. Certifique-se de que cada linha de diálogo seja relevante, autêntica e 
que realmente contribua para o desenvolvimento da história ou dos persona-
gens. Sempre se pergunte o que seu personagem faria em determinadas situ-
ações, levando em consideração a personalidade desenvolvida para cada um.
4. Escreva sempre no tempo presente
É fundamental que você escreva seu roteiro no tempo presente, mesmo 
que a história se passe no passado ou no futuro, pois isso ajuda a criar uma sen-
sação de imediatismo e envolvimento mais profundo do espectador, fazendo 
com que se sinta parte da ação à medida que ela se desenrola diante dos seus 
olhos. Não escreva, por exemplo, “ele andou até a cama” ou “ela pegou o celular 
e saiu”; em vez disso, opte por “ele anda até a cama” e “ela pega o celular e sai”.
5. Revise e redefina
Após concluir o roteiro inicial, faça várias revisões buscando aprimorá-
-lo. Preste atenção à estrutura, à narrativa, à consistência dos personagens 
e ao impacto dramático. É sempre interessante, também, pedir feedback de 
outras pessoas para obter outras perspectivas.
O roteiro de documentário não tem um padrão específico, mas é necessário seguir 
algumas convenções que ajudam na construção do filme. Roteirizar um documentário 
significa selecionar, planejar e organizar a narrativa com um início, um desenvolvi-
mento e um desfecho (Puccini, 2009). Diferentementedo roteiro de ficção, que inclui 
cenas detalhadas e diálogos específicos, o roteiro de um documentário apresenta uma 
proposta de filme. Além disso, precisa ter flexibilidade para se adaptar aos imprevistos 
da filmagem e às descobertas feitas durante a produção, afinal, no documentário es-
tamos lidando com os fatos do cotidiano e sabemos que tudo pode acontecer.
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Por exemplo, pode ocorrer de você estar gravando uma entrevista na rua e, 
eventualmente, surgir outro/a entrevistado/a que nem estava no roteiro, mas que 
parece contribuir bastante para o filme. Acontece e faz parte do processo de um 
documentário. Por isso, o/a roteirista deve ter um entendimento claro do tema 
que pretende explorar, além de estar preparado/a para ajustar o roteiro confor-
me surjam novas informações. Inicialmente, o trabalho começa com uma extensa 
pesquisa sobre o tema que será abordado, o que envolve coleta de informações 
relevantes, entrevistas preliminares e análise de materiais de arquivo.
A partir dessas informações, é possível começar a criar uma estrutura narrativa 
que abarque o começo, o meio e o fim do documentário proposto, mas sempre sa-
bendo que, ao final, a narrativa pode tomar outros rumos. Isso significa que o roteiro 
de documentário deve ser feito antes das filmagens para que a equipe o utilize como 
um guia, mas precisamos sempre ter em mente que esse roteiro vai se transforman-
do ao longo de todas as etapas de produção. Por isso a flexibilidade é essencial, pois 
eventos inesperados, novas descobertas e reações espontâneas dos entrevistados 
podem, inclusive, fornecer um material mais rico do que o previsto inicialmente.
Após as filmagens, o roteiro é refinado na fase de edição, momento em que a 
estrutura do filme realmente começa a tomar forma e o roteiro final fica mais claro. 
Mas você poderia perguntar, agora, que convenções podemos seguir para criar um 
roteiro de documentário antes de iniciar as filmagens. Vamos esclarecer: primeira-
mente, deve-se pensar no tema e na abordagem que será utilizada, ou seja, definir 
o que se trará nas imagens, como será a abordagem (por exemplo, com entrevistas, 
com imagens de arquivo etc.), o que se pretende mostrar, como tudo será feito. Defi-
nidos o tema e a abordagem, deve-se escolher quem serão os personagens, ou seja, 
as pessoas entrevistadas, que ajudarão a contar a história.
Com essas informações, será necessário preestabelecer a ordem das filmagens e 
dos entrevistados, colocando-se as seguintes questões: que local aparecerá primeiro? 
Quem é a primeira pessoa a aparecer? E a segunda? Enquanto as pessoas falam, quais 
imagens de apoio entrarão? Como fechar o documentário? Com a fala de alguém? Com 
uma paisagem? Todas as respostas a essas perguntas dependerão da temática retra-
tada. Com tudo isso bem definido, é só passar para o papel e partir para as filmagens.
Por fim, vamos entender como funciona a escrita de um roteiro para internet. Es-
crever roteiros para vídeos na internet requer outro tipo de abordagem, que traga ele-
mentos como clareza e engajamento. Diferentemente de produções tradicionais, os ví-
deos para a internet precisam capturar a atenção do/a espectador/a rapidamente, muitas 
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vezes nos primeiros segundos, afinal a própria internet, com tantas informações, pode 
tirar a atenção das pessoas muito facilmente. É importante, por exemplo, começar os ví-
deos com as informações mais impactantes, de acordo com o tema, para prender os/as 
espectadores/as em um ambiente onde a distração está a apenas um clique de distância.
Por isso, o/a roteirista deve pensar em maneiras criativas de envolver a audiên-
cia, seja por meio de perguntas, desafios ou outros métodos participativos. A criati-
vidade é livre. Deve-se utilizar uma linguagem objetiva, estruturando o conteúdo em 
seções fáceis de seguir. Pode ser importante, também, dependendo do conteúdo do 
vídeo, incluir elementos visuais e gráficos para manter o engajamento de quem as-
siste. Inclusive, é essencial pensar na interação com o público, então pode ser inte-
ressante incentivá-lo a comentar, curtir e compartilhar o vídeo (Moletta, 2019). Nesse 
caso, é preciso adaptar o conteúdo ao estilo e às preferências do público-alvo.
Sobre a estrutura, há diferenças em relação aos roteiros de ficção e de docu-
mentário. Quando o/a roteirista escreve roteiros para a internet, é fundamental se-
parar tudo em duas colunas: de um lado, o que for aparecer nas imagens; do outro, 
tudo o que for escutado, ou seja, imagem e áudio separados. Pareceu um pouco 
difícil? Vamos esclarecer no modelo abaixo (figura 7).
Figura 7 – Modelo de roteiro para internet
Fonte: Equipe de elaboração do curso (2024).
Observe que há um formato de duas colunas, nas quais as informações visuais 
vão à esquerda e as informações de áudio vão à direita. Deve-se descrever tudo o 
que será visto e ouvido. Repare, também, que o áudio deve ser alinhado na direção 
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da imagem correspondente, ou seja, se temos a apresentadora em pé na cozinha fa-
lando alguma coisa, a coluna do áudio deve conter exatamente a sua fala. E isso vale 
para vinhetas e tudo mais que aparecer na tela. Na coluna do vídeo, o/a roteirista 
pode indicar, também, os enquadramentos, os movimentos de câmera e os efeitos 
gráficos que podem surgir. Uma curiosidade: esse formato de roteiro também é am-
plamente utilizado na televisão.
No entanto, independentemente do formato, devemos saber que o roteiro ga-
rante que a história seja contada de acordo com a proposta. É necessário que o/a 
roteirista sempre adapte o roteiro às necessidades específicas do projeto, mantendo 
a flexibilidade para ajustes durante a filmagem, mesmo em filmes de ficção, pois isso 
também pode acontecer, apesar de ser mais raro. Portanto, o roteiro é uma ferra-
menta indispensável para todos os profissionais do audiovisual, pois serve como um 
guia para contar a história em imagens e sons.
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ROTEIRO E PRODUÇÃO TÉCNICA
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2.3 Roteiro e produção técnica: 
roteiro literário e roteiro técnico
Escrever um roteiro no campo do audiovisual é saber que o que estamos es-
crevendo será transformado em imagens e sons, o que por si só já o diferencia das 
histórias escritas em livros. Ao escrever, o/a roteirista não se limitará apenas ao 
texto, pois deve considerar aspectos visuais e sonoros, como cenários, objetos de 
cena, ações, diálogos e passagens entre uma cena e outra. Dessa forma, ao finalizar 
um roteiro, temos o que é conhecido como roteiro literário, que é basicamente o 
documento que estudamos até aqui, completamente estruturado, dependendo do 
seu formato (ficção, documentário ou vídeo para a internet). 
Esse roteiro foca na narrativa e na descrição das cenas de maneira mais ampla, 
como nas ações, cenários, objetos de cena, diálogos entre os personagens e todas 
as características dramáticas (Campos, 2016). É um documento que é escrito desta-
cando a fluidez da história, ajudando a equipe a entender a essência do projeto e 
sua visão artística antes de entrar nos aspectos técnicos. O roteiro literário deve ser 
visto como palavras e frases que serão estruturadas para criar imagens e sons, pla-
nos, cenas e sequências. Nesse caso, o/a roteirista deve organizar a narrativa escrita 
de maneira que ela se transforme em representações imagético-sonoras dinâmicas. 
Isso significa que, no roteiro literário, não é necessário escrever indicações para as 
filmagens, como planos e movimentos de câmera, iluminação ou captação de som 
(Comparato, 2009). Essas são atribuições do roteiro técnico, que se caracteriza pelo 
seu detalhamento de técnicas audiovisuais. Esse documento fragmenta o roteiro 
literário em elementos específicos e práticos, como planos, movimentos e ângulos 
de câmera, iluminação,efeitos sonoros e visuais, indicação de cenários, objetos de 
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ROTEIRO E PRODUÇÃO TÉCNICA
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cena e figurinos, além de outras instruções técnicas necessárias para a realização 
das cenas. Esse roteiro serve como um guia para a equipe técnica, incluindo direção 
de fotografia, direção de arte, equipe de som e outros profissionais, garantindo que 
todos estejam alinhados na execução da visão criativa do projeto.
Enquanto o roteiro literário é mais voltado para a construção da narrativa e da vi-
são artística do projeto, o roteiro técnico se concentra na tradução dessa visão em ter-
mos práticos e executáveis. Ambos são essenciais para a produção audiovisual, mas 
atendem a diferentes necessidades dentro do processo de criação: o literário inspira e 
orienta a narrativa, enquanto o técnico assegura que essa narrativa seja tecnicamente 
viável e bem-executada. Vamos entender melhor utilizando a cena 2 daquele exemplo 
que estudamos anteriormente (o do filme de romance). O que importa, aqui, é obser-
varmos a descrição da ação, o cenário e os objetos de cena. Vejamos:
2 INT. GARAGEM - DIA
A garagem é um ateliê improvisado. Paredes decoradas com pinturas vibrantes e colori-
das. Pincéis, tubos de tinta e paletas estão espalhados em uma mesa de trabalho desor-
ganizada, mas criativa. CLARA, uma jovem artista de 32 anos, está em frente a um grande 
cavalete. Ela está concentrada, pincelando com precisão uma tela que começa a ganhar 
vida com cores intensas. Clara fala sozinha enquanto trabalha.
A partir dessa breve descrição, é possível visualizarmos diversas características 
que compõem um roteiro técnico. A começar pela locação: é uma garagem que virou 
ateliê de artes, então isso já serve como indicação tanto para a equipe de produção 
procurar esse local para as filmagens quanto para a equipe de arte começar a pen-
sar no cenário. Outro trabalho para a equipe de arte está relacionado aos objetos 
de cena, como pincéis, tubos de tinta, paletas, mesa de trabalho e cavalete, o que 
significa que se deve ir atrás desses objetos para compor a cena.
O importante, aqui, é entendermos a função do roteiro técnico, que pode ser de-
senvolvido a partir das indicações contidas em todas as cenas. Cada descrição do 
roteiro literário é importante, porque indica para o restante da equipe o trabalho que 
deve ser executado, como ir atrás de locações, figurinos, maquiagem, cenários e obje-
tos de cena, assim como definir os planos de filmagem e os movimentos de câmera, a 
iluminação de cada cena, dependendo do contexto dramático, e os sons presentes em 
cada momento, para a equipe de som providenciar o que for necessário. Perceba como 
produzir vídeos envolve toda uma equipe. Mas não se preocupe: mais adiante, será 
possível compreender melhor as funções de uma equipe de produção audiovisual. 
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ROTEIRO E PRODUÇÃO TÉCNICA
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Revisando
Neste tópico, aprendemos sobre a criação de um roteiro no audiovisual. Ex-
ploramos detalhadamente as etapas de roteirização, que são fundamentais para a 
construção desse documento tão importante para a produção de vídeos e filmes. 
Seguindo essas etapas, tornamos o trabalho mais fácil e organizado. Além disso, 
aprendemos sobre a elaboração de roteiros para ficção, documentário e internet, 
que exigem diferentes compreensões das técnicas narrativas e dos públicos-alvo.
Na ficção, a criação de tramas e personagens envolventes é essencial para captu-
rar a imaginação do público. Por sua vez, os roteiros de documentário demandam uma 
abordagem baseada em pesquisa rigorosa e uma narrativa que equilibre informação e 
emoção, sempre sabendo que estamos lidando com os fatos da realidade. Já os rotei-
ros para a internet devem ser concisos e dinâmicos, adaptando-se às novas formas de 
consumo de conteúdo, como vídeos curtos. Em todos os casos, o sucesso de um rotei-
ro está em sua capacidade de contar uma história envolvente e relevante, utilizando 
os recursos e peculiaridades de cada meio de forma criativa e eficaz.
Também vimos a importância do roteiro literário e do roteiro técnico. O primeiro 
é a espinha dorsal da narrativa, concentrando-se na construção dos personagens, nos 
diálogos e no desenvolvimento da trama, permitindo uma exploração criativa e emo-
cional da história. Já o segundo detalha os aspectos práticos e visuais da produção, in-
cluindo enquadramentos, movimentos de câmera, iluminação e som, garantindo que 
a visão criativa do roteiro literário seja traduzida de maneira eficaz e precisa na tela. 
Dessa forma, a combinação harmoniosa entre o roteiro literário e o técnico é essencial 
para transformar uma ideia em uma obra audiovisual coesa e impactante.
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Referências
ANTUNES, Valdelis Gubiã; ANZUATEGUI, Sabina Reggiani. O roteiro e sua importância na realiza-
ção de uma obra audiovisual. O Mosaico – Revista de Pesquisa em Artes, n. 10, p. 161-173, 2013.
CAMPOS, Flávio de. Roteiro de cinema e televisão: a arte e a técnica de imaginar, perceber 
e narrar uma estória. 2. ed. Rio de Janeiro: Zahar, 2016.
COMPARATO, Doc. Da criação ao roteiro. 4. ed. São Paulo: Summus Editorial, 2009.
PUCCINI, Sérgio. Roteiro de documentário: da pré-produção à pós-produção. São Paulo: 
Papirus Editora, 2009.
MOLETTA, Alex. Você na tela: criação audiovisual para a internet. São Paulo: Summus Editorial, 2019.
Escult
Escola Solano Trindade de Formação e Qualificação Artística, Técnica e Cultural
escult.cultura.gov.br
	2.1 Etapas de roteirização
	2.2 Roteiro de ficção, documentário e internet
	2.3 Roteiro e produção técnica: roteiro literário e roteiro técnico