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Audiovisual
MATERIAL DE ESTUDO
CURSO LIVRE
AUDIOVISUAL
© 2024 Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás.
Este material, no que diz respeito tanto à linguagem quanto ao conteúdo, não 
reflete necessariamente a opinião do Instituto Federal de Goiás. As opiniões 
são de responsabilidade exclusiva dos respectivos elaboradores. 
É permitida a reprodução total ou parcial desde que citada a fonte.
Programa Nacional de Formação 
e Qualificação para o Mundo do 
Trabalho em Cultura
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PRODUÇÃO AUDIOVISUAL
Coordenação Geral do projeto
Mônica Mitchell Morais Braga
Coordenação de EaD
Helen Betane Ferreira Pereira
Coordenação pedagógica
Rosselini Diniz Barbosa Ribeiro
Coordenação de Curso
Murilo Gabriel Berardo Bueno
Coordenação de Acessibilidade e Inclusão
Gláucia Mendes da Silva
Equipe técnica
Editoria
Helen Betane Ferreira Pereira 
Rosselini Diniz Barbosa Ribeiro
Organização
Murilo Gabriel Berardo Bueno
Revisão
Aguimario Pimentel Silva
Projeto gráfico
Pedro Henrique Pereira de Carvalho
Diagramação e Capa
Isabela Maia Marinho 
Lía Vallejo Torres 
Rafael Oliveira de Souza
Equipe elaboradora
Álvaro André Zeini Cruz
Doutor e mestre em Multimeios pela 
Unicamp — com doutorado-¡sanduíche 
pela University of Leeds —, especialista em 
Roteiro pela FAAP e bacharel em Cinema 
e Vídeo pela Unespar. Curtametragista, 
realizador dos curtas “Palhaços”, “Mimese”, 
“Memórias do meu tio” e “Janelas”. 
Roteirista e crítico de cinema e televisão. 
Professor universitário.
Brener Neves Silva
Mestre em Cinema e Audiovisual, 
especialista em Cinema e Linguagem 
Audiovisual e graduado em Produção 
Audiovisual. Editor de Cinema Ameríndio no 
Observatório de Cinema e Audiovisual (OCA) 
da UFF. 
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE GOIÁS 
Diretoria de Educação a Distância - Reitoria
Avenida C-198, Qd. 500, Jardim América 
Goiânia/GO | CEP 74270–040
(62) 3612-2278 
coordenacao.minc@ifg.edu.br
contato@escult.cultura.gov.br 
escult.cultura.gov.br
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PRODUÇÃO AUDIOVISUAL
TÓPICO 
Da produção 
à distribuição 
de conteúdo 
audiovisual
TÓPICO 4
Unidades Temáticas do Tópico
4.1 Produção
4.2 Distribuição
4.3 Exibição
4.4 Novas possibilidades, 
outros audiovisuais
No tópico anterior, falamos sobre a organização e os processos de uma 
produção audiovisual. Agora, vamos avançar um pouco e pensar sobre como 
viabilizar financeiramente uma produção e como fazê-la chegar às várias 
possibilidades de telas hoje existentes. Além disso, vamos estudar outras 
linguagens, suportes e formas de exibição audiovisual.
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TÓPICO 4 
DA PRODUÇÃO À DISTRIBUIÇÃO DE CONTEÚDO AUDIOVISUAL
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4.1 Produção
Em vez de pensar a equipe e os processos de realização, como fizemos no tópico 
anterior, agora vamos falar um pouco sobre como conseguir recursos para uma pro-
dução audiovisual, apresentando diferentes variáveis e caminhos. Antes de tudo, é 
preciso relembrar que cada produto tem suas especificidades, como duração, gêne-
ro e valor de produção. Por exemplo: a ficção científica e a fantasia são gêneros com 
elementos que costumam tornar a produção mais cara do que uma comédia român-
tica. Um exemplo mais prático: se um filme tem cenas com personagens em um país 
estrangeiro, a produção precisa orçar, já no projeto, o custo dessa viagem, pensando 
a equipe e os artistas envolvidos. A produção também pode encontrar alternativas: 
as cenas do longa O casamento de Romeu e Julieta (2005) que se passavam no Japão 
foram gravadas em São Paulo, em locais adaptados pela direção de arte. Em casos 
como esse, a produção também pode adquirir imagens pré-captadas, disponíveis 
em bancos de imagens, para retratar transições e imagens externas daquele país.
Esse é apenas um exemplo entre tantos possíveis. Fato é que um ponto de 
partida importante é saber qual o melhor formato e a melhor tela para o produto 
que você planeja realizar. Hoje em dia, nas rodadas de negócios — como são cha-
madas as reuniões entre os que têm ideias para vender e os que querem investir 
nelas —, uma das primeiras coisas perguntadas por representantes de produtoras, 
streamings e canais é: onde você imagina o seu produto?
Isso porque, se você imagina seu produto como uma série para streaming, ele 
provavelmente será desenvolvido de maneira diferente do que se fosse para TV 
aberta. Se você imagina sua história como um curta-metragem, em vez de um lon-
ga, pode-se pressupor que a obra finalizada dificilmente será exibida em salas do 
circuito comercial, mas por exibidores alternativos, como festivais de cinema ou 
canais e streamings dedicados a esse formato.
https://www.imdb.com/title/tt0429743/?ref_=nv_sr_srsg_0_tt_7_nm_0_in_0_q_O%2520casamento%2520de%2520romeu%2520e%2520julieta
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TÓPICO 4 
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Já que falamos das rodadas de negócio, elas são um tipo de evento cada vez 
mais comum para que o/a roteirista ou produtor/a apresente uma ideia em busca 
de parcerias e maneiras de realizá-la. Funciona assim: você envia um projeto cur-
tinho (geralmente chamado de bíblia de venda) e ele fica à disposição para que 
os chamados players (emissoras, streamings, produtoras maiores) leiam. Caso 
um ou mais players se interessem, você tem a oportunidade de apresentar a 
ideia ao vivo para representantes dessas empresas. Em uma defesa oral (e bre-
ve!), você tem que dizer (e convencer!) por que aquela obra merece ser produzida 
e por que só você pode produzi-la. É essa defesa oral que chamamos de pitching. 
As rodadas de negócio costumavam acontecer em grandes eventos de mercado, 
mas, nos últimos anos, têm ocorrido em eventos mais abertos e com caráter edu-
cativo, normalmente voltados à área do roteiro audiovisual.
Mas digamos que você já tem um roteiro pronto. Então, o que você tem a fazer 
é estudar a melhor forma de viabilizá-lo. Se o seu projeto é para cinema, o melhor 
caminho (no Brasil e quase no mundo todo) é buscar um edital cultural que favoreça 
a produção cinematográfica. Esses editais podem partir de iniciativas privadas, mas 
normalmente são elaborados e lançados por instituições públicas relacionadas à 
arte e à cultura, nos âmbitos municipal, estadual ou federal. 
Via de regra, existem dois tipos de editais: o de fomento direto e o de fo-
mento indireto. Editais de fomento direto são aqueles em que, após a avaliação 
e escolha de uma banca, os projetos recebem o valor previsto para a produção. 
Já os editais de fomento indireto também preveem processos de avaliação e con-
corrência, mas, ao invés de os proponentes receberem os recursos financeiros 
diretamente, a produção do projeto é autorizada a captá-los com empresas. Além 
de terem suas marcas vinculadas a uma iniciativa cultural, geralmente essas em-
presas podem abater parte do investimento em impostos.
Existem diferentes tipos de editais: para curta, longa, documentário, vídeo edu-
cativo, desenvolvimento de roteiro, produções voltadas a uma temática ou a um pú-
blico-alvo específico. São várias as possibilidades, e, para entender se seu projeto se 
encaixa, é preciso ler o edital com atenção. Editais costumam ser documentos longos 
e recheados de detalhes que explicam o que é preciso para que você inscreva seu 
projeto e para que ele esteja apto a concorrer aos recursos previstos. Portanto, tire 
um bom tempo para ler esse documento com calma. Se possível, organize um checklist 
do que o edital pede para a inscrição do projeto; a falta de um documento, por exem-
plo, já basta para eliminar um projeto inteiro! Essa elaboração do projeto visando um 
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TÓPICO 4 
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edital, uma rodada de negócios ou um pitching é um planejamento que antecede a 
pré-produção. No mercado, muitas vezes essa etapa é chamadade preparação.
Cada edital tem seus pormenores, mas, no geral, o que se pede no audiovisual 
são documentos que comprovem a importância cultural, a originalidade do projeto e 
a capacidade que o/a proponente (aquele/a que propõe o projeto) e sua equipe têm 
de produzi-lo. Assim, roteiro, justificativa do projeto, cartas de intenção, currículos 
da equipe principal e orçamento são itens recorrentes em um projeto.
Saiba Mais
Itens importantes na preparação de um projeto
• Justificativa: 
Item comum (mas que pode vir com outros nomes), é um texto que explica a 
importância artística e cultural do projeto, pensando a proposta no contexto 
sociocultural em que ela se apresenta. É aqui que se discute a importância 
de determinados temas e abordagens que o projeto pretende apresentar.
• Cartas de intenção:
Textos em que diretores/as e produtores/as explicam visões e intenções 
criativas sobre o projeto. Muitas vezes são chamadas de visão do/a 
diretor/a ou visão do/a produtor/a.
• Equipe principal:
Profissionais que lideram cada departamento, ou seja, direção, produção, 
direção de arte, direção de fotografia, edição e som.
• Orçamento:
Documento que prevê todos os custos da produção. Não descuide do 
orçamento: some, verifique e, de preferência, trabalhe em algum editor 
de planilhas. Uma soma errada, um valor que não bate pode derrubar um 
projeto. Chamamos cada linha/valor de um orçamento de rubrica.
Editais são uma boa alternativa para produtoras e realizadores iniciantes, mas 
não são a única: curtas-metragens — que costumam ser um bom formato para apren-
der e melhorar o currículo — são realizados, muitas vezes, de forma independente, 
em coletivos, ou com recursos próprios. No meio universitário, especialmente em 
cursos de audiovisual, tem sido cada vez mais comum o expediente de captar re-
cursos em plataformas de financiamento coletivo: a pessoa doa um valor e tem seu 
nome creditado como apoiador do filme. Uma dica importante: mantenha sempre 
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atualizada a lista de patrocinadores e apoiadores do seu projeto, para que logoti-
pos e nomes sejam devidamente citados nos créditos e materiais publicitários. Esse 
cuidado precisa ser redobrado em produções incentivadas por leis e editais, seja 
com recursos diretos ou captados junto a empresas. Nesses casos, é comum existir 
um manual explicando como a lei ou edital, os patrocinadores e apoiadores devem 
aparecer, tanto nos créditos quanto nos materiais publicitários.
Já que falamos em leis, há algumas específicas para incentivar a produção au-
diovisual, como a Lei do Audiovisual, com destaque para os artigos 1°, 3°, 1-A e 3-A. 
Esses mecanismos de incentivo são complexos e cheios de detalhes, e não cabe 
aprofundá-los aqui, mas podemos apontar algumas características e diferenças bá-
sicas entre eles. O Artigo 1° é exclusivo para obras cinematográficas; já o 1-A, embora 
aberto a outras mídias, tem como foco as produções independentes. Por sua vez, o 
Artigo 3° é pensado para distribuidoras estrangeiras que querem coproduzir filmes 
brasileiros, enquanto o Artigo 3-A estende esse mecanismo à televisão. 
As leis preveem a regulação de impostos convertidos para o setor audiovisual, 
assim como a participação de empresas dispostas a investir em produções audiovi-
suais. Entretanto, é preciso estudar a fundo cada uma dessas leis, que costumam ser 
acessadas por médias e grandes produtoras registradas na Ancine.
Saiba Mais
E a Lei Rouanet?
A famosa Lei Rouanet é um mecanismo de incentivo à cultura criado em 1991. 
Embora abranja todas as áreas culturais, é uma lei pouco usada no cinema, pois 
só permite o financiamento de curtas e médias-metragens, enquanto o artigo 
1-A da Lei do Audiovisual ficou com o incentivo de longas mais independentes.
ACESSE AQUI
O que é Ancine?! Ora, você já deve ter visto o logotipo dessa autarquia nos crédi-
tos de algum filme nacional. Autarquia é uma instituição ou serviço autônomo, criado 
por lei para atender a interesses públicos (Conselho Nacional do Ministério Público, 
2015), como a produção e a regulação audiovisual.
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8313cons.htm
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8313cons.htm
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Criada em 2001, a Agência Nacional do Cinema incentiva, regula e fiscaliza a pro-
dução audiovisual brasileira, visando um mercado audiovisual justo, crescente e vol-
tado para questões culturais e artísticas.
Figura 14 – Logomarca da Ancine 
Fonte: Portal Ancine.
http://www.gov.br/ancine/pt-br
https://www.gov.br/ancine/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/manuais/aplicacao-logomarca
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4.2 Distribuição
O produto audiovisual foi finalizado, armazenado nas mídias (podem ser ar-
quivos digitais, DVDs ou até mesmo a boa e velha película) e está prontinho para 
seguir viagem com destino às telas. É hora de levá-lo ao público! Como? Quem 
movimenta essa produção pronta, fazendo-a chegar às telinhas e telões dos exibi-
dores, são os/as distribuidores/as.
Há alguns anos, quando os filmes eram distribuídos em película, o/a distribuidor/a 
era quem se encarregava de toda a logística desses rolos de filmes. Além de pe-
sadas e volumosas, essas cópias precisavam de cuidados de transporte e entrega 
para chegarem aos projetores de película nos cinemas. Hoje, com a maioria das 
obras gravadas e finalizadas digitalmente, a distribuição se tornou mais fácil, com 
os arquivos dos filmes enviados em HDs (em arquivos chamados de DCP - Digital 
Cinema Package) ou até mesmo transmitidos via satélite para salas com suporte 
para essa tecnologia. Ainda assim, o/a distribuidor/a continua cuidando do envio, 
além de ter outras tarefas e novos desafios.
Figura 15 – Rolos de filmes em películas
Fonte: Blog da biblioteca da ECA. 
https://bibliotecadaeca.wordpress.com/2017/05/29/rolos-de-filmes/
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Isso porque é papel da distribuição pensar por quais circuitos exibidores o filme 
passará e onde será lançado. No caso de um longa-metragem, é comum querer que 
o filme chegue às salas do chamado circuito comercial, que são os cinemas que 
frequentamos normalmente (aqueles em que compramos ingresso e pipoca). Pode 
parecer fácil, mas lançar um filme nessas salas é um desafio, já que a maioria dos 
grandes exibidores quer ter, em seus cinemas, filmes com alto apelo comercial (ge-
ralmente do cinema hollywoodiano), o que acaba limitando o lançamento de pro-
duções menores e independentes. Por isso é tão importante a continuidade da Lei 
da Cota de Tela, que obriga essas salas de cinema a exibirem um mínimo de filmes 
nacionais. Retomada em 2024, a cota de tela dá oportunidade para que o cinema 
brasileiro, em sua pluralidade, chegue às salas de grande público. Além disso, cabe 
à distribuição estudar o calendário de lançamentos (disponível no Portal do Exibi-
dor) para evitar, por exemplo, que uma produção brasileira pequena entre em cartaz 
no mesmo dia da estreia de um blockbuster estadunidense. 
Assim, é preciso procurar as melhores janelas e oportunidades para lançamen-
to, sem perder de vista as particularidades de cada produto. Cabe também à distri-
buição pensar em circuitos alternativos: muitas vezes, é melhor que um filme co-
mece sua carreira em festivais antes de tentar entrar no circuito comercial. Além do 
público frequentador do evento, festivais de cinema costumam chamar a atenção 
de críticos e especialistas. Os debates e premiações podem legitimar e alavancar a 
carreira de um filme, aumentando suas chances de ser reproduzido em outras telas.
Existem vários tipos de festivais: os temáticos (LGBTQIAPN+, ambientais, infan-
tis, de horror etc.), os que recortam formatos (curta,média, longa), gêneros (ficção, 
documentário, videoarte etc.), técnicas, tipos de produção (cinema universitário, por 
exemplo) e os que aceitam tudo isso em diversas categorias. Outra questão muito 
recente é a forma de acesso, já que hoje é possível encontrar esses eventos de forma 
presencial, on-line e híbrida. Mostras e festivais costumam ser uma ótima janela exi-
bidora para curtas-metragens e obras mais experimentais. Mas cuidado! Há festivais 
que exigem ineditismo, ou que a obra não esteja disponível no YouTube e em outros 
streamings. Aliás, streamings e canais de televisão são importantes janelas de dis-
tribuição, pois, no Brasil, a lei da TV paga obriga uma cota de produções nacionais. 
Além disso, há emissoras e streamings especializados em curtas. Mas, para negociar 
seu filme com esses exibidores, é preciso que você tenha o CPB da sua obra.
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2023-2026/2024/Lei/L14814.htm
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2023-2026/2024/Lei/L14814.htm
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Saiba Mais
O que é CPB?
CPB é a sigla para Certificado de Produto Brasileiro. Trata-se de um registro da 
obra que os produtores fazem junto à Ancine, garantindo que aquela produção 
existe sob especificidades de suporte, gênero e formato, e que é brasileira. É 
um documento importante, cobrado por alguns festivais, mas, principalmente, 
por streamings e emissoras de televisão. Você pode pedir seu CPB on-line pelo 
Sistema Ancine Digital.
Pode-se entender a distribuição como uma área intermediária entre produtores 
e exibidores. Para estabelecer essa ponte, os responsáveis pela distribuição precisam 
conhecer o mercado e suas regulamentações, assim como o produto que estão lan-
çando. O distribuidor, ou a distribuidora, é quem planeja e investe nas estratégias de 
marketing e nas peças publicitárias, como pôsteres e trailers que anunciam o filme. 
Também é responsabilidade da distribuição negociar o produto audiovisual com ou-
tros mercados, fazendo com que ele viaje para além das nossas fronteiras. Mas, para 
que isso aconteça, é preciso pensar nas legendas lá na etapa anterior, na produção. 
Outro item cada vez mais importante é a acessibilidade para as pessoas com deficiên-
cia, que pode se dar através da tradução em Libras (destinada a pessoas surdas) e da 
audiodescrição (para pessoas com deficiência visual). Em 2022, a Ancine atualizou suas 
instruções normativas, ressaltando que cabe às distribuidoras disponibilizar filmes 
com legendagem, legendagem descritiva, Libras e audiodescrição (Codogno, 2022).
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4.3 Exibição
É comum pensar o exibidor como as salas de cinema do circuito comercial. De 
fato, essas salas — hoje localizadas principalmente em shoppings — são boa parte 
dos chamados exibidores. Mas não só: já mencionamos mostras e festivais de cine-
ma como formas de um circuito exibidor alternativo, geralmente associado a projetos 
educativos e culturais. Os cineclubes são outra prática exibidora que existe desde os 
primeiros anos do cinema. E isso porque falamos aqui do cinema em seu entendimen-
to mais tradicional, já que existem outras experiências audiovisuais que driblam a sala 
convencional. Falaremos sobre isso adiante.
Saiba Mais
Cine-semana
No Brasil, um filme costuma entrar em cartaz às quintas-feiras, e a semana de 
exibição fecha na quarta-feira seguinte. Isso é chamado de “cine-semana”. Se 
um filme tiver boa bilheteria, ele costuma continuar em cartaz (essa negociação 
costuma ser feita às segundas), caso contrário ele sai do circuito comercial em 
direção à sua nova janela de exibição (que hoje costuma ser os streamings).
Se o digital abriu outras possibilidades de produção, tem oportunizado, tam-
bém, novas formas de exibição; algumas mais restritas, caso dos grandes strea-
mings; outras mais viáveis, como as plataformas de vídeo em que qualquer usuário 
pode disponibilizar sua produção. Mas, se há novas possibilidades, há também no-
vos desafios: neste mundo de telas que mostram imagens o tempo todo, é preciso 
compreender rapidamente as mudanças e pensar estratégias para que sua produção 
se destaque em meio a tantos conteúdos.
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Para você disponibilizar suas próprias produções em plataformas como YouTube, 
é importante lembrar de alguns cuidados: esteja respaldado com contratos e autori-
zações relativas a direitos autorais e de imagem; seja prudente na classificação indi-
cativa de seu conteúdo; e, claro, autovigilante em questões éticas relacionadas a con-
teúdos de terceiros. Indicada como material complementar, a websérie Dicionário de 
cinema é um bom exemplo: realizada com trechos de curtas-metragens paranaenses, 
a produção teve o cuidado de pedir autorização de uso desses materiais a seus repre-
sentantes. Uma vez liberados, esses curtas e seus realizadores aparecem nominados 
nos créditos finais, respeitando os devidos direitos autorais.
Saiba Mais
Direitos autorais morais x direitos morais patrimoniais
Direito autoral moral é aquele que diz respeito à autoria e é inalienável, isto é, a 
autoria da obra estará sempre vinculada a quem a realizou (em outras palavras, 
uma vez autor/a, sempre autor/a). Já o direito patrimonial tem a ver com a 
vida comercial da obra: o autor (ou, em caso de morte, seus descendentes) 
pode ceder os direitos patrimoniais a outros sob circunstâncias determinadas 
contratualmente. Um/a produtor/a que quer adaptar um livro para o cinema 
precisa adquirir os direitos patrimoniais da obra em questão.
Importante: Se você é o exibidor, deve negociar com quem representa o produto 
audiovisual que pretende ir para sua tela. Nos longas, essa representação 
costuma ficar com os distribuidores, mas em curtas é comum que produtores 
distribuam a própria obra e que, portanto, respondam por essas negociações.
https://www.youtube.com/@DicionariodeCinema
https://www.youtube.com/@DicionariodeCinema
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4.4 Novas possibilidades, 
outros audiovisuais
Desde o início do cinema, a indústria audiovisual já passou por mudanças 
importantes: por exemplo, a invenção da televisão, o surgimento do home video 
com os videocassetes (e as videolocadoras, onde se alugavam filmes, desde os 
VHS aos blu-rays) e, mais recentemente, os streamings on demand, nos quais o 
público pode escolher o que ver e quando ver por meio de aplicativos que podem 
ser instalados em diferentes aparelhos.
Todas essas mudanças (além de outras narradas ao longo deste curso) enten-
dem o audiovisual como um diálogo entre duas perspectivas: o entretenimento e a 
arte. Esses dois modos de ver o audiovisual não são tão separados assim; um filme 
para o grande público pode ser entendido como arte. Aliás, o cinema foi chamado 
de sétima arte pelo italiano Ricciotti Canudo porque, no entendimento desse crítico, 
ele reúne as seis artes anteriores — pintura, escultura, arquitetura, dança, música 
e poesia. Mais tarde, o vídeo, como alternativa mais barata e acessível, também foi 
pensado a partir de suas possibilidades e potencialidades artísticas.
Nessa perspectiva artística, é preciso observar que o audiovisual não se limita 
mais às telas convencionais. Outras superfícies podem se tornar telas, e as telas 
podem se somar a outros objetos. Você já deve ter ouvido falar de “cinema expan-
dido”, “videoarte”, “videomapping”, “instalação”. Esses e outros termos conceituam 
possibilidades de imagem e som em novas experiências, cada vez mais transmidiá-
ticas. Vamos ver alguns desses conceitos:
• Cinema expandido: 
É uma ideia de cinema que ultrapassa os espaços e sensações convencionais, 
incentivando experiências sinestésicas (quando visão e audição estimulam outros 
sentidos) e a subversãodos rituais e outras experiências propostas pelo cinema 
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convencional. Geralmente, é um cinema que interage com outros meios e mídias. Ci-
nema expandido é um termo complexo, que costuma abarcar outras possibilidades 
de realização, como a videoinstalação.
Figura 16 – Projeção expandida em quatro paredes na Japan House
Fonte: Equipe de elaboração do curso (2024).
• Videoinstalação: 
É uma forma de arte em que a imagem e o som “transbordam” da tela, interagindo 
com o espaço, com objetos ou até mesmo com o público, podendo trabalhar outros sen-
tidos além da visão e da audição. Costuma ser vista em museus de arte contemporânea.
Figura 17 – Videoinstalação “Gentre”, de Gustavo Torres, exibida em 2012 na Cinelândia, Rio de Janeiro
 Fonte: G1.
https://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2012/07/videomostra-gratuita-leva-arte-espacos-publicos-do-rio.html
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• Videoarte: 
Realização artística que pensa o vídeo como vanguarda, o que significa que são 
obras que se propõem a estar à frente das experiências audiovisuais cotidianas. 
Costuma priorizar a forma em vez da narrativa.
 Figura 18 – Frame da videoarte “Trans Amazônica”, de Luciana Magno
Fonte: Associação Cultural VideoBrasil.
• Videomapping: 
Imagens projetadas sobre fachadas de casas, prédios ou até mesmo outras su-
perfícies com texturas irregulares. Ou seja, o videomapping é um vídeo mapeado 
para ser projetado, produzindo determinados efeitos sobre o suporte escolhido. O 
videomapping também pode ser usado como ferramenta pedagógica, como fazem 
alguns museus, que projetam vídeos dando “vida” a maquetes.
Figura 19 – Videomapping em Leeds, Inglaterra
Fonte: Equipe de elaboração do curso (2024).
https://site.videobrasil.org.br/acervo/obras/obra/1801336
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Revisando
Produção, distribuição e exibição são processos que conduzem o produto audio-
visual da ideia, preparada no papel, às telas dos cinemas, das televisões, dos celu-
lares etc. Cada uma dessas etapas tem suas particularidades, mas é preciso lembrar 
que uma influencia a outra. Por exemplo: suponhamos que um/a diretor/a decida 
fazer um filme de horror pesado, cheio de cenas gráficas assustadoras. Essa decisão 
de produção implicará uma classificação indicativa para maiores de 16 anos, ou até 
mesmo para maiores de 18, o que afeta toda a cadeia de distribuição e exibição do 
filme (um filme para maiores de 18 anos só pode ser exibido na TV depois das 23h!).
Em seu livro sobre roteiro para documentário, Sérgio Puccini (2009) sugere algu-
mas perguntas para guiar a escrita de um projeto como esse. São perguntinhas bem 
básicas, mas certeiras; tanto que vamos tomá-las para nos ajudar a pensar questões 
determinantes a toda essa cadeia.
O QUÊ? O que é meu produto? Qual seu gênero e formato?
COMO? Como eu pretendo realizá-lo e por que só eu posso fazer isso?
POR QUÊ? Por que meu filme é importante como produto e como obra cultural?
QUEM? Quem é meu público-alvo?
ONDE? Em que telas eu penso ver minha produção?
QUANDO? Em que tempo? Quando terminarei a produção? Quando pretendo estrear?
As perguntas podem parecer bobas, mas servem como um roteiro para que 
não percamos de vista as principais características de nossa produção audiovisual. 
São uma rota para facilitar os caminhos nem sempre tão simples entre o ponto de 
partida (a produção) e o de chegada (a exibição).
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Material Complementar
VÍDEO 
Dicionário de Cinema / Link: https://www.youtube.com/@DicionariodeCinema
https://www.youtube.com/@DicionariodeCinema
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Referências
BRASIL. Lei nº 8.313, de 23 de dezembro de 1991. Restabelece os princípios da Lei n. 7.505, 
de 2 de julho de 1986, institui o Programa Nacional de Apoio à Cultura (Pronac) e dá outras 
providências. Brasília, DF: Presidência da República, 1991. Disponível em: https://www.pla-
nalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8313cons.htm. Acesso em: 28 jul. 2024.
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https://www.exibidor.com.br/noticias/mercado/12954-ancine-lanca-nova-instrucao-normativa-para-acessi
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https://www.youtube.com/@DicionariodeCinema
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Escult
Escola Solano Trindade de Formação e Qualificação Artística, Técnica e Cultural
escult.cultura.gov.br
	4.1 Produção
	4.2 Distribuição
	4.3 Exibição
	4.4 Novas possibilidades, outros audiovisuais