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Função Determinante e Matriz Inversa 2 2.1 Introdução 2.2 Regras de Sarrus 2.3 Propriedades dos determinantes 2.4 Calculando Determinantes através de redução por linhas 2.5 Expansão em Co-fatores: Regra de Cramer 2.6 Inversa de uma matriz 50 53 55 57 59 63 UNIDADE 2 : DETERMINANTE E INVERSA DE MATRIZES 50 UNIDADE 2 : DETERMINANTE E INVERSA DE MATRIZES M at er ia l p ar a u so e xc lu si vo d os a lu n os d a R ed e d e E n si n o D oc tu m . P ro ib id a a re p ro d u çã o e o co m p ar ti lh am en to d ig it al , s ob a s p en as d a le i. OBJETIVOS: 01_Calcular determinantes pelo método da triangularização; 02_Encontrar o determinante pelo método de Cramer; 03_Obter a matriz inversa (caso exista), pela definição; 04_Aplicar operações elementares às linhas de uma matriz; 05_Obter a matriz inversa (caso exista), por operações elementares; 2.1 INTRODUÇÃO O conceito de determinante de uma matriz quadrada tem grande relevância dentro da teoria de matrizes. Os determinantes têm grande utilidade na hora de resolver sistemas de equações lineares (os chamados sistemas de Cramer), discutir a existência das soluções dos sistemas de equações lineares e analisar a dependência linear de um conjunto de vetores (o que, entre outras coisas, nos permitirá identificar possíveis bases de um espaço vetorial). Além disso, a interpreta- ção geométrica dos determinantes nos permite calcular, de forma específica, áreas e volumes de figuras geométrica, realizar produtos vetoriais e encontrar as equações de um plano no espaço. Os campos de aplicações da teoria dos determinantes e, em geral, da teoria de matrizes são muito amplas, e envolvem desde as mais clássicas aplicações na área da física, economia e engenharia, além da geração de gráficos, a teoria da tecnologia da informação e a criptografia. Mas, por ora, vamos nos concentrar em apresentar adequadamente uma breve introdução sobre a teoria. A toda matriz quadrada de ordem associaremos um número real segundo uma determinada lei, ou seja, definiremos a função: det : Mn → R do conjunto das matrizes quadradas de ordem n (Mn ), no conjunto dos números reais. Chama- remos esta função de determinante. Começaremos com a matriz de ordem 1, A = (a11) . Neste caso, definimos o determinante de A da seguinte forma: det A = |A| = (a11) 51 M at er ia l p ar a u so e xc lu si vo d os a lu n os d a R ed e d e E n si n o D oc tu m . P ro ib id a a re p ro d u çã o e o co m p ar ti lh am en to d ig it al , s ob a s p en as d a le i. UNIDADE 2 : DETERMINANTE E INVERSA DE MATRIZES ou seja, o determinante de uma matriz que contém apenas um elemento é o próprio elemento. Aproveitando, observe ainda que a notação do determinante da matriz A pode ser feita com a uti- lização de barras laterais ( | | ). A fim de definirmos o determinante de uma matriz de ordem 2 , vamos considerar o seguinte exemplo. Exemplo: Dados , e , determinar x e y de modo que A . x = b . Resolvendo, podemos realizar a multiplicação proposta, a fim de verificar o Sistema Linear proposto, ou seja: A = 4 2 3 5 x = x y b = 11 9 · 4 2 3 5 = x y 11 9 4x 2x 3y 5y = 11 9 + + ▷ e pela igualdade, obtemos o seguinte sistema: 4x 2x{ 3y 5y 11 9 + + = = Resolvendo pelo método da adição para a variável X , temos: 4x 2x{ 3y 5y 11 9 + + = = 5 (-3) · · (4·5)x (2·(-3))x 15y 15y = 55 = -27 + - ▷ ou x = 28 (4·5) - (2·3) Para a variável y , da mesma maneira, obteríamos: y = 14 (4·5) - (2·3) { UNIDADE 2 : DETERMINANTE E INVERSA DE MATRIZES 52 UNIDADE 2 : DETERMINANTE E INVERSA DE MATRIZES M at er ia l p ar a u so e xc lu si vo d os a lu n os d a R ed e d e E n si n o D oc tu m . P ro ib id a a re p ro d u çã o e o co m p ar ti lh am en to d ig it al , s ob a s p en as d a le i. Note que os valores das variáveis x e y foram encontradas. Porém, o que de fato desejamos des- tacar é a presença nas nossas contas da expressão (4·5) - (2·3) , ou seja, o denominador comum das expressões que nos permite calcular o valor de x e y . Ao mesmo tempo, podemos observar que esse número está associado aos termos da matriz . Mais precisamente, trata-se da diferença entre o produto dos elementos da diagonal principal (4·5) e o produto dos elementos da diagonal secundária (2·3). Este número é chamado de deter- minante. Em geral, podemos estabelecer a definição a seguir. DETERMINANTE DE UMA MATRIZ 2x2 Dada a matriz quadrada de ordem 2 , A , chama-se determinante da matriz o número real obtido pela diferença: a11 · a22 - a12 · a21 Indica-se A seguir apresentamos algumas atividades de fixação. ATIVIDADE DE FIXAÇÃO DO CONHECIMENTO 01_Calcule os seguintes determinantes: 02_Resolva as equações: 03_Dada a matriz , calcule: A) det (A) B) det (A²) C) det (A³) 4 2 3 5 A = a11 a21 a12 a22 = a11 · a22 - a12 · a21det A = |A| = a11 a21 a12 a22 A = -5 3 -2 -1 B = 1 0 0 1 C = 5 2 0 0 A = x 5 x+2 7 = 0 B = x 5 x x = 0 A = 2 1 4 3 53 M at er ia l p ar a u so e xc lu si vo d os a lu n os d a R ed e d e E n si n o D oc tu m . P ro ib id a a re p ro d u çã o e o co m p ar ti lh am en to d ig it al , s ob a s p en as d a le i. UNIDADE 2 : DETERMINANTE E INVERSA DE MATRIZES 2.2 REGRA DE SARRUS Podemos obter o determinante de uma matriz de ordem 3 utilizando uma regra prática muito simples, chamada Regra de Sarrus. Considere a matriz . Em primeiro lugar, vamos repetir as duas primeiras colunas de A à direita da matriz: Em seguida, multiplicamos os elementos da diagonal principal da matriz e os elementos da duas diagonais paralelas à principal somando os resultados: Agora, multiplicamos os elementos da diagonal secundária e as diagonais paralelas a ela, nova- mente somando os resultados: 04_Calcule o determinante: A = 3 -2 5 4 B = 4 8 1 2 C = -5 -7 6 2 D = √2 4 √4 √3 A = a11 a21 a31 a12 a22 a32 a13 a23 a33 a11 a21 a31 a12 a22 a32 a13 a23 a33 a11 a21 a31 a12 a22 a32 diagonal principal diagonais paralelas a11 a21 a31 a12 a22 a32 a13 a23 a33 a11 a21 a31 a12 a22 a32 a11 · a22 · a33 + a12 · a23 · a31 + a13 · a21 · a32 diagonal secundária diagonais paralelas a11 a21 a31 a12 a22 a32 a13 a23 a33 a11 a21 a31 a12 a22 a32 a13 · a22 · a31 + a11 · a23 · a32 + a12 · a21 · a33 UNIDADE 2 : DETERMINANTE E INVERSA DE MATRIZES 54 UNIDADE 2 : DETERMINANTE E INVERSA DE MATRIZES M at er ia l p ar a u so e xc lu si vo d os a lu n os d a R ed e d e E n si n o D oc tu m . P ro ib id a a re p ro d u çã o e o co m p ar ti lh am en to d ig it al , s ob a s p en as d a le i. Por fim, subtraímos o primeiro número encontrado pelo último, ou seja: det ( A ) = (a11 · a22 · a33 + a12 · a23 · a31 + a13 · a21 · a32) - (a13 · a22 · a31 + a11 · a23 · a32 + a12 · a21 · a33 ) Recomendamos não tentar decorar a expressão acima, mais sim entender a aplicação da Regra de Sarrus. Você verá que naturalmente o valor do determinante será obtido. Vejamos um exem- plo a seguir. Exemplo: Calcule o determinante da matriz Para resolvermos o problema, tomemos a regra de Sarrus, que produz as seguintes multiplicações: -3 1 5 A = 1 3 4 4 -2 -1 -3 1 5 = a11 · a22 - a12 · a21det (A) = |A| = 1 3 4 4 -2 -1 =[( 1) · (-2) · (5)+ (4) · (1) · (4) + (-3) · (3) · (-1)] - [(-3) · (-2) · (4) + (1) · (1) · (-1) + (4) · (3) · (5)] =[( -10 + 16 + 9)] - [(24 - 1 + 60)] =[15] - [83] =- 68 No caso de determinante de ordem superior a 3 a expressão resultante tende a ficar mais compli- cada. Para contornamos esse problema, veremos a seguir uma forma de calcular o determinante para matrizes de qualquer de modo mais eficiente. ATIVIDADE DE FIXAÇÃO DO CONHECIMENTO 01_Calcule: 02_Resolva a equação: A = -1 0 -2 2 1 -3 3 4 5 B = 1 -1 2 5 0 2 0 1 2 1 4 2 1 3 1 2 = 0 x x x x x 4 x 4 4 55 M at er ia l p ar a u so e xc lu si vo d os a lu n os d a R ed e d e E n si n o D oc tu m . P ro ib id a a re p ro d u çã o e o co m p ar ti lh am en to d ig it al , s ob a s p en as d a le i. UNIDADE 2 : DETERMINANTE E INVERSA DE MATRIZES 03_Encontre todos os valores de para os quais . 2.3 PROPRIEDADES DOS DETERMINANTES Para o cálculos de alguns determinantes, pode ser muito útil recorrer a algumas das seguintes propriedades. 01_O determinante de uma matriz é igual ao determinante da sua transposta. Por exemplo: 02_Se em um determinante trocarmos de forma paralela duas linhas (ou duas colunas), o sinal do determinante será invertido. Por exemplo: Note que trocamos as duas últimas linhas da matriz no lado direito da igualdade. E, consequen- temente invertemos o sinal do determinante. Você deve calcular o determinante da matriz do lado esquerdo da igualdade a fim de verificar que o valor encontrado será 2. 03_Uma matriz que possui duas linhas (ou duas colunas) com todos os valores iguais, tem seu determinante igual a zero. Por exemplo: A = λ-2 -5 1 λ+4 A = λ-4 0 0 0 λ 3 0 2 λ-1 = 1 1 0 2 0 0 3 0 1 = -2 1 2 3 1 0 0 0 0 1 = - 1 1 0 2 0 0 3 0 1 1 0 1 2 0 0 3 1 0 = 0 1 1 1 2 2 0 3 3 0 UNIDADE 2 : DETERMINANTE E INVERSA DE MATRIZES 56 UNIDADE 2 : DETERMINANTE E INVERSA DE MATRIZES M at er ia l p ar a u so e xc lu si vo d os a lu n os d a R ed e d e E n si n o D oc tu m . P ro ib id a a re p ro d u çã o e o co m p ar ti lh am en to d ig it al , s ob a s p en as d a le i. 04_Se uma matriz possui uma linha (ou coluna) com todas as suas entradas iguais a zero, então o seu determinante será nulo. Por exemplo: 05_Multiplicar um determinante por um número real é equivalente a multiplicarmos qualquer linha (ou coluna) por esse número. Por exemplo: Essa propriedade pode ainda ser compreendida da seguinte forma: dada uma matriz quadrada, de tamanho n , e um número real λ , temos que: 06_O determinante do produto de matrizes é o produto dos determinantes de cada matriz se- parada, ou seja: 07_(TEOREMA DE JACOBI) Se somarmos a uma linha (ou coluna) de uma matriz quadrada uma outra linha (ou coluna) multiplicada por um número qualquer, o determinante da matriz não se altera. Por exemplo, dada a matriz , o seu determinante é -2. Substituindo a 2ª linha de A pela soma desta linha com o produto da 1ª linha por -3, obteremos: cujo determinante de B é det ( B ) = -2 = det ( A ). 08_Se A é uma matriz triangular (superior, inferior ou diagonal) de tamanho n x n, então det (A) é o produto das entradas na diagonal principal da matriz, ou seja: det ( A ) = a11 a22 ... ann = 0 1 0 1 2 0 4 3 0 3 = 1 0 1 2 0 0 3 1 0 = 4 1 0 1 2 0 0 3 1 0 2 • • 2 • 2 • 2 |λ • A | = λn • |A| |A • B | = |A| • |B| A = 1 3 2 4 B = 1 0 2 -2 57 M at er ia l p ar a u so e xc lu si vo d os a lu n os d a R ed e d e E n si n o D oc tu m . P ro ib id a a re p ro d u çã o e o co m p ar ti lh am en to d ig it al , s ob a s p en as d a le i. UNIDADE 2 : DETERMINANTE E INVERSA DE MATRIZES Por exemplo, vamos calcular o determinante de: ATIVIDADE DE FIXAÇÃO DO CONHECIMENTO 01_Verifique que det (A) = det (AT) para: 02_Calcule os seguintes determinantes por inspeção. 03_Por inspeção, resolva a equação: Explique seu raciocínio 2.4 CALCULANDO DETERMINANTES ATRAVÉS DE REDUÇÃO POR LINHAS A ideia do método é permitir encontrar o determinante de uma matriz de qualquer ordem, utili- zando para isso a teoria já estudada na unidade inicial. O primeiro passo é reduzir a matriz dada ao formato triangular superior por operações elementa- res. Depois calcular o determinante da matriz triangular superior (na prática, calcular a multipli- cação dos elementos da diagonal principal). Finalmente, relacionamos aquele determinante com o da matriz original. 2 0 0 0 0 7 -3 0 0 0 -3 7 6 0 0 = (2)(-3)(6)(9)(4) = - 1296 8 5 7 9 0 3 1 6 8 4 A = -2 1 3 4 B = 2 1 5 -1 2 -5 3 4 6 3 0 0 -17 5 0 4 1 -2 A = √2 -8 7 9 0 √2 0 5 0 0 -1 6 B = 0 0 0 1 -2 1 -2 1 -7 1 3 4 3 C = 1 2 5 -2 -4 -8 3 6 1 D = x 0 0 5 x+1 0 7 6 2x-1 = 0 UNIDADE 2 : DETERMINANTE E INVERSA DE MATRIZES 58 UNIDADE 2 : DETERMINANTE E INVERSA DE MATRIZES M at er ia l p ar a u so e xc lu si vo d os a lu n os d a R ed e d e E n si n o D oc tu m . P ro ib id a a re p ro d u çã o e o co m p ar ti lh am en to d ig it al , s ob a s p en as d a le i. Antes de prosseguirmos, lembre-se de algumas das propriedades estudas na seção anterior, a saber: 01_ Se B é a matriz que resulta quando uma única linha ou uma única coluna de A é multiplicada por um escalar k , então: det (B) = kdet (A) 02_Se B é a matriz que resulta quando duas linhas ou duas colunas de A são permutadas, então: det (B) = - det (A) 03_Se B é a matriz que resulta quando um múltiplo de uma linha de A é somado a uma outra linha ou quando um múltiplo de uma coluna de A é somado a uma outra coluna, então: det (B) = det (A) 04_Se A é uma matriz quadrada com duas linhas proporcionais ou duas colunas proporcionais, então: det (A) = 0 Exemplo: Calcular o determinante da matriz: Vamos aos cálculos: A = 0 3 2 1 -6 6 5 9 1 5 9 1 det (A) = 0 3 2 1 -6 6 9 5 1 = - 3 0 2 -6 1 6 3 5 1 = -3 1 0 2 -2 1 6 3 5 -5 = -3 1 0 0 -2 1 10 3 5 -55 = -3 1 0 0 -2 1 0 3 5 1 = (-3) (-55) 1 0 0 -2 1 0 ← A primeira e a segunda linha de A foram permutadas ← Fator comum primeira linha. ← Processo de escalonamento. ← Fator comum da última linha será retirado. 59 M at er ia l p ar a u so e xc lu si vo d os a lu n os d a R ed e d e E n si n o D oc tu m . P ro ib id a a re p ro d u çã o e o co m p ar ti lh am en to d ig it al , s ob a s p en as d a le i. UNIDADE 2 : DETERMINANTE E INVERSA DE MATRIZES ou seja, det (A) = (-3) (-55) (1) = 165 ESTE MÉTODO É EXTREMAMENTE EFICIENTE PARA APLICAÇÕES COMPUTACIONAIS! ! ! O método de redução por linhas, por ser sistemático e facilmente programável, é muito conve- niente para calcular determinantes usando computadores. No entanto, muitos dos problemas que aparecem em Engenharia, Economia, Biologia, etc., costumam envolver um grande número de incógnitas, de ordem 100 ou 1000, por exemplo. Sendo assim, mesmo os métodos de elimina- ção e redução por linhas podem não ser adequados. Daí, em meios computacionais prefere-se usar métodos numéricos iterativos como, por exemplo, Gauss-Seidel. Na próxima seção nós iremos desenvolver um método que, em geral, pode ser mais intuitivo para cálculos feitos à mão. ATIVIDADE DE FIXAÇÃO DO CONHECIMENTO Calcule o determinante da matriz dada reduzindo a matriz à forma escalonada por linhas. 2.5 EXPANSÃO EM CO-FATORES: REGRA DE CRAMER MENORES E CO-FATORES Nesta seção nós vamos considerar um método para calcular determinantes que é útil para cál- culos manuais e também é importante para a teoria. Seja a matriz: 01_ 3 0 -2 6 0 1 -9 -2 5 02_ 0 1 3 3 1 2 1 2 4 03_ 1 -2 5 -3 4 -2 0 1 2 04_ 3 -2 0 -6 7 1 9 -2 5 A = a11 a21 a31 a12 a22a32 a13 a23 a33 UNIDADE 2 : DETERMINANTE E INVERSA DE MATRIZES 60 UNIDADE 2 : DETERMINANTE E INVERSA DE MATRIZES M at er ia l p ar a u so e xc lu si vo d os a lu n os d a R ed e d e E n si n o D oc tu m . P ro ib id a a re p ro d u çã o e o co m p ar ti lh am en to d ig it al , s ob a s p en as d a le i. Calculando seu determinante, encontraremos: Rearranjando os termos, e fatorando, obtemos: As expressões destacadas em vermelho são, elas mesmo, determinantes. Observe: As submatrizes de A (Mji ) que aparecem nestes determinantes têm o nome de MENOR. Tendo em vista o arranjo acima, o det ( A ) pode ser escrito como: onde Cij = ( -1 )i+j Mij é denominado CO-FATOR. A equação acima mostra que o determinante de pode ser calculado multiplicando as entradas da primeira linha de A elos co-fatores correspondentes e somando os produtos que resultam. Este método de calcular det(A) é chamado expansão em co-fatores ao longo da primeira linha de A . A seguir, apresentamos a definição dessas duas novas relações. MENOR E CO-FATOR Se A é uma matriz quadrada, então o DETERMINANTE MENOR DA ENTRADA aij , ou simples- mente o MENOR DE aij é denotado por Mij e definido como o determinante da submatriz que sobra quando suprimimos a i-ésima linha e a j-ésima coluna de A . O número (-1)i+j Mij é denotado por Cij e é chamado o Co-fator de aij . Uma dica importante é que, em geral, a melhor estratégia para calcular o determinante pela ex- pansão em co-fatores é expandindo ao longo de linha ou coluna que tenha o maior número de zeros. det ( A ) = a11 a22 a33 + a12a23 a31 + a13 a21 a32 - a13a22 a31 - a12a21 a33 - a11a23 a32 det ( A ) = a11 (a22 a33 - a23 a32) - a12 (a21 a33 - a23 a31) + a13 (a21 a32 - a22 a31) M11 = a22 a32 a23 a33 M22 = a21 a31 a23 a33 M33 = a21 a31 a22 a32 det ( A ) = a11 M11 + a12(-M12 ) + a13 M13 = a11 C11 + a12C12+ a13 C13 61 M at er ia l p ar a u so e xc lu si vo d os a lu n os d a R ed e d e E n si n o D oc tu m . P ro ib id a a re p ro d u çã o e o co m p ar ti lh am en to d ig it al , s ob a s p en as d a le i. UNIDADE 2 : DETERMINANTE E INVERSA DE MATRIZES Simultaneamente, é possível fazer o desenvolvimento por colunas. Veja: 01_Usando a primeira coluna: |A|= a11 C11 + a21C21+ .... + an1Cn1 02_Deixamos para você chegar ao seguinte desenvolvimento para uma coluna qualquer: |A|= ∑ aik C1ik O desenvolvimento dado acima para encontrarmos o valor do determinante (usando linhas ou colunas) é comumente conhecido como o desenvolvimento de Laplace. Por fim, note também que a diferença entre o co-fator e o menor de um elemento é somente de sinal, ou seja, Cij ± Mij . O exemplo a seguir ilustra essa afirmação. Exemplo: Seja A a matriz dada por: Vejamos o cálculo de alguns menores, e de respectivos co-fatores. O primeiro menor calculado é em referência a a11 . O Co-fator de a11 é: C11 = (-1)1+1 M11 = M11 = 16 Similarmente, o menor de a32 é: n i=u A = 3 2 1 1 5 4 -4 6 8 M11 = 3 2 1 1 5 4 -4 6 8 M32 = 3 2 1 1 5 4 -4 6 8 = 5 4 6 8 = 16 = 3 2 -2 4 = 26 UNIDADE 2 : DETERMINANTE E INVERSA DE MATRIZES 62 UNIDADE 2 : DETERMINANTE E INVERSA DE MATRIZES M at er ia l p ar a u so e xc lu si vo d os a lu n os d a R ed e d e E n si n o D oc tu m . P ro ib id a a re p ro d u çã o e o co m p ar ti lh am en to d ig it al , s ob a s p en as d a le i. O Co-fator de a32 é: C11 = (-1)3+2 M32 = -M11 = -26 A REGRA DE CRAMER Se Ax = b é um sistema de n equações lineares em x incógnitas, tal que det ( A ) ≠ 0, então o sistema tem uma única solução. Esta solução é: onde Aj é a matriz obtida substituindo as entradas da j-ésima coluna de A pelas entradas da matriz: Vejamos como aplicar a regra de Cramer. Exemplo: Use a Regra de Cramer para resolver o sistema abaixo: Solução: x1= det ( A1 ) det ( A ) ; x2= det ( A2 ) det ( A ) ; x3 = det ( A2 ) det ( A ) ; b1 b2 ... bn b = -3x1 -x1 { x1 4x2 2x2 2x3 6x3 3x3 6 30 8 + - + + + = = = A = 1 -3 -1 0 4 -2 2 6 3 ; A1 = 6 30 8 0 4 -2 2 6 3 ; A2 = 1 -3 -1 6 30 8 2 6 3 ; A3 = 1 -3 -1 0 4 -2 2 30 8 ; 63 M at er ia l p ar a u so e xc lu si vo d os a lu n os d a R ed e d e E n si n o D oc tu m . P ro ib id a a re p ro d u çã o e o co m p ar ti lh am en to d ig it al , s ob a s p en as d a le i. UNIDADE 2 : DETERMINANTE E INVERSA DE MATRIZES Portanto: Para resolver um sistema de n equações lineares em n incógnitas pela regra de Cramer é neces- sário calcular n + 1 determinantes de matrizes n x n. Para sistemas com mais de três equações, a eliminação gaussiana é muito mais eficiente, pois somente requer a redução de uma matriz aumentada n • (n + 1). No entanto, a regra de Cramer dá uma fórmula para a solução se o deter- minante da matriz de coeficientes é não-nulo. Como um exemplo, para resolvermos um sistema de 10 equações e 10 incógnitas, pela Regra de Cramer teríamos um número de operações superior a 102 • 10! = 362.880.000 operações, enquanto que pelo método de redução por linhas não chegaríamos a 14.000. Atividade de Fixação do Conhecimento Resolva o sistema, usando a Regra de Cramer: 2.6 INVERSA DE UMA MATRIZ MATRIZ SINGULAR Uma matriz é dita singular se o seu determinante é nulo. Caso contrário, dizemos que a matriz é não singular. Por exemplo, a matriz: x1= det ( A1 ) det ( A ) = -40 44 = - 10 11 x2= det ( A2 ) det ( A ) = 72 44 = 18 11 x3= det ( A3 ) det ( A ) = 152 44 = 38 11 x { 2y 2x y 2z y 5z 1 3 4 - + + - = = = B = 1 2 -2 -4 UNIDADE 2 : DETERMINANTE E INVERSA DE MATRIZES 64 UNIDADE 2 : DETERMINANTE E INVERSA DE MATRIZES M at er ia l p ar a u so e xc lu si vo d os a lu n os d a R ed e d e E n si n o D oc tu m . P ro ib id a a re p ro d u çã o e o co m p ar ti lh am en to d ig it al , s ob a s p en as d a le i. é uma matriz singular, pois: det ( B ) = ( 1 ) • ( -4 ) - [( 2 ) • ( -2 )] = -4 +4 = 0 Já a matriz identidade de ordem 3 é não singular¹ , pois det (I3) = 1. MATRIZ INVERSÍVEL Seja A uma matriz quadrada de ordem n. Dizemos que A é inversível se existe uma única matriz B (da mesma ordem), tal que: AB = BA = In em que B é denominada matriz inversa de A , cuja notação é dada por: B = A-1 Por exemplo, se , a matriz é a respectiva matriz inversa, pois: AB = BA = PROPRIEDADES DA INVERSA DE UMA MATRIZ Se A e B são inversíveis, então valem as seguintes propriedades: Propriedades básicas 01_Se A é inversível, então, A não é singular; 02_( AB )-1 = B-1 + A-1; 03_( A-1 ) -1 = A; 04_( At )-1 = ( A-1 )t; 05_ det ( A-1 ) ; A fim de demonstrar as igualdades acima, faremos uso de propriedades já vistas ao longo do nosso curso. Se for necessário, revise. E lembre-se que o domínio desse tipo de exercício mate- mático é muito importante para sua melhor formação. A = -2 0 1 3 B = -1/2 0 1/6 1/3 1 0 0 1 1 det ( A ) 65 M at er ia l p ar a u so e xc lu si vo d os a lu n os d a R ed e d e E n si n o D oc tu m . P ro ib id a a re p ro d u çã o e o co m p ar ti lh am en to d ig it al , s ob a s p en as d a le i. UNIDADE 2 : DETERMINANTE E INVERSA DE MATRIZES A fim de demonstrar as igualdades acima, faremos uso de propriedades já vistas ao longo do nos- so curso. Se for necessário, revise. E lembre-se que o domínio desse tipo de exercício matemático é muito importante para sua melhor formação. 01_Será suficiente encontrar que o det ( A ) não é nulo. Demonstrandopor absurdo, supomos o contrário, isto é, det ( A ) = 0 , e devemos chegar a uma contradição. Assim, usando o fato de que para os determinantes vale a seguinte propriedade: det ( AB ) = det ( A ) • det ( B ) = 0 • det ( B ) = 0 Por outro lado, temos por hipótese que A é inversível, então existe B tal que AB = I , assim: det ( AB ) = det ( I ) = 1 Assim, 0 = 1 , o que é impossível. Logo, é uma contradição! Uma vez que essa contradição foi encontrada, então o enunciado é verdadeiro. Logo, A é não singular. 02_Para provarmos que: ( AB )-1 = B-1 A-1 em primeiro lugar, vejamos se existe( AB )-1 . Calculando det ( AB ) , obtemos: det ( AB ) = det ( A ) • det ( B ) Por hipótese existem as inversas das matrizes A e B, isto é, det ( A ) ≠ 0 e det ( B ) ≠ 0. Assim, det ( AB ) ≠ 0 e com isso existe ( AB )-1 , ou seja: ( AB ) • ( AB )-1 = I UNIDADE 2 : DETERMINANTE E INVERSA DE MATRIZES 66 UNIDADE 2 : DETERMINANTE E INVERSA DE MATRIZES M at er ia l p ar a u so e xc lu si vo d os a lu n os d a R ed e d e E n si n o D oc tu m . P ro ib id a a re p ro d u çã o e o co m p ar ti lh am en to d ig it al , s ob a s p en as d a le i. Como: A • A-1 = I e B • B-1 = I na segunda parte dessa última relação, multiplicamos em ambos os lados pela inversa de A(pe- la direita): (B • B-1 ) • A-1 = I • A-1 Associando e multiplicando por I , temos: B • ( B-1 • A-1 ) = A-1 e multiplicando à esquerda por A : A • (B • ( B-1 • A-1 )) = A • A-1 Associando novamente e, sabendo que A • A-1 = I, temos: (A • B) • ( B-1 • A-1 ) = I Sendo que a existência da matriz inversa é única e comparando as expressões (b) e (c), concluí- mos que: (A B)-1 = ( B-1 A-1 ) Deixamos as demais demonstração a cargo do estudante. Perceba que da propriedade (a) acima, ou seja, de que det ( A ) ≠ 0 para A ser inversível, temos uma forma de verificar a existência da matriz inversa. Trata-se de um dos mais fundamentais teoremas de Álgebra Linear; ele fornece um critério importante pra a invertibilidade em termos de determinante. TEOREMA Uma matriz quadrada A é invertível se, e somente se, det ( A ) ≠ 0 Na sequência veremos como encontrar a inversa de uma matriz a partir de uma sequência de operações elementares sobre linhas que reduz a matriz estudada na forma de uma matriz iden- tidade. Trata-se de um método simples e já estudado! 67 M at er ia l p ar a u so e xc lu si vo d os a lu n os d a R ed e d e E n si n o D oc tu m . P ro ib id a a re p ro d u çã o e o co m p ar ti lh am en to d ig it al , s ob a s p en as d a le i. UNIDADE 2 : DETERMINANTE E INVERSA DE MATRIZES CÁLCULO DA MATRIZ INVERSA POR OPERAÇÕES ELEMENTARES Se uma matriz A pode ser reduzida à matriz identidade, por uma sequência de operações ele- mentares com linhas, então, A é inversível e a matriz inversa de A é obtida a partir da matriz iden- tidade, aplicando-se a mesma sequência de operações com linhas. Na prática, operamos simultaneamente com as matrizes A e I , através de operações elementares, até chegarmos à matriz A na posição correspndente à matriz A . A matriz obtida no lugar corres- pondente à matriz I será a inversa de A . ( A|I ) →( I |A-1 ) Vejamos como este procedimento pode ser colocado em prática. Para isso, retornemos a um pro- blema visto na Unidade (1), ou seja, o sistema linear: que possui, como vimos, a seguinte relação matricial: ou ainda: A . x = b Desejamos calcular a inversa da matriz de coeficientes A , ou seja, A-1. Porém, antes precisamos verificar se essa matriz possui inversa. E faremos isso calculando seu determinante: = ( - 20 - 9 + 24 ) - ( 24 - 18 - 10 ) = -5 + 4 = -1 x 2x 3x { y 4y 6y 2z 3z 5z 9 1 0 + + + + - - = = = • 1 2 3 1 4 6 2 -3 -5 x y z = 9 1 0 2 -3 -5 det (A) = 1 2 3 1 4 6 UNIDADE 2 : DETERMINANTE E INVERSA DE MATRIZES 68 UNIDADE 2 : DETERMINANTE E INVERSA DE MATRIZES M at er ia l p ar a u so e xc lu si vo d os a lu n os d a R ed e d e E n si n o D oc tu m . P ro ib id a a re p ro d u çã o e o co m p ar ti lh am en to d ig it al , s ob a s p en as d a le i. e como det ( A ) ≠ 0 , a matriz possui uma inversa. O cálculo da inversa é feito utilizando a relação ( A|I ): Note que já deixamos indicadas as primeiras operações sobre linhas, que nos fornecem: A próxima iteração nos fornece: obtendo: encontrando uma forma triangular obtendo: A partir das transformações indicadas acima, continuamos as operações sobre linhas: e, por fim, com a última operação registrada acima, obtemos: que é a forma ( I | A-1 ) . Sendo assim, a inversa da matriz é: 2 -3 -5 1 2 3 1 4 6 0 0 1 1 0 0 0 1 0 ľ2 ← l2 - 2· l1 ľ3 ← l3 - 3· l1 2 -7 -11 1 0 0 1 2 3 0 0 1 1 -2 -3 0 1 0 ľ2 ← (l2) 2 2 -7/2 -11 1 0 0 1 1 3 0 0 1 1 -1 -3 0 1/2 0 ľ3 ← l3 - 3l2 2 -7/2 -1/2 1 0 0 1 1 0 0 0 1 1 -1 0 0 1/2 -3/2 ľ3 ← (-2)l3 2 -7/2 1 1 0 0 1 1 0 0 0 -2 1 -1 0 0 1/2 3 ľ1 ← l1 - 2· l3 ľ2 ← l2 + (7/2) l3 0 0 1 1 0 0 1 1 0 4 -7 -2 1 -1 0 -6 11 3 ľ1 ← l1 - l2 0 0 1 1 0 0 0 1 0 11 -7 -2 2 -1 0 -17 11 3 A-1 = 2 -1 0 -17 11 3 11 -7 -2 69 M at er ia l p ar a u so e xc lu si vo d os a lu n os d a R ed e d e E n si n o D oc tu m . P ro ib id a a re p ro d u çã o e o co m p ar ti lh am en to d ig it al , s ob a s p en as d a le i. UNIDADE 2 : DETERMINANTE E INVERSA DE MATRIZES Se calculármos o det (A-1) podemos verificar que o resultado encontrado deverá ser -1 . Isso por- que, valem algumas das propriedades estudadas! SISTEMA DE EQUAÇÕES LINEARES E MATRIZES INVERSAS Até aqui, nós estudamos dois métodos para resolver sistemas lineares: forma escalonada (elimi- nação gaussiana) e reduzida por linhas (eliminação de Gauss-Jordan). O seguinte teorema forne- ce um novo método para resolver certos sistemas lineares. TEOREMA Se A é uma matriz inversível n • n , então para cada matriz b de tamanho n x 1, o sitema de equa- ções Ax = b tem exatamente uma solução, a saber, x = A-1 b . Retornando ao sistema da seção anterior, vimos que: que possui, como vimos, a seguinte relação matricial: com: A • x = b Como já calculamos A-1, a solução do sistema é: x = A-1 b x 2x 3x { y 4y 6y 2z 3z 5z 9 1 0 + + + + - - = = = • 1 2 3 1 4 6 2 -3 -5 x y z = 9 1 0 • 2 -1 0 -17 11 3 11 -7 2 = 9 1 0 18 -9 17 11= - + 13 = 1 2 3 UNIDADE 2 : DETERMINANTE E INVERSA DE MATRIZES 70 UNIDADE 2 : DETERMINANTE E INVERSA DE MATRIZES M at er ia l p ar a u so e xc lu si vo d os a lu n os d a R ed e d e E n si n o D oc tu m . P ro ib id a a re p ro d u çã o e o co m p ar ti lh am en to d ig it al , s ob a s p en as d a le i. RESUMO: Nesta unidade estudamos as FUNÇÕES DETERMINANTES, que são funções reais de uma variável matricial, o que significa que associam um número real ƒ (X) a uma matriz quadrada X . Nosso objetivo neste módulo, portanto, foi aprender a calcular o determinante de uma matriz de qualquer ordem, conhecer as propriedades dos determinantes, comprovar as suas aplicações - inclusive no cálculo da matriz inversa. 71 M at er ia l p ar a u so e xc lu si vo d os a lu n os d a R ed e d e E n si n o D oc tu m . P ro ib id a a re p ro d u çã o e o co m p ar ti lh am en to d ig it al , s ob a s p en as d a le i. UNIDADE 2 : DETERMINANTE E INVERSA DE MATRIZES REFERÊNCIA: BOULOS, Paulo; CAMARGO, Ivan. Geometria Analítica: um tratamento vetorial. Pearson / Prentice Hall (Grupo Pearson), 2004. WINTERLE, Paulo. Vetores e Geometria Analítica. Makron Books (Grupo Pearson), 2000. ANTON, Howard. Álgebra Linear com Aplicações - 8ª edição. Bookman,2001. MACHADO, Antonio dos Santos. Álgebra Linear e Geometria Analítica - 2ª edição. São Paulo: Atual Editora, 1996. MURDOCK, David D. Geometria Analítica - 2ª edição. Rio de Janeiro: LCT Editora, 1971. BOLDRINI, José Luiz; COSTA, Sueli I. Rodrigues; FIGUEIREDO, Vera Lucia; WETZLER, Henry G. Álgebra Linear - 3ª edição. São Paulo: Harper e How do Brasil, 1980.