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Direito Processual Penal
Ação Penal
Alexandre Zamboni
PERSECUÇÃO PENAL.
A Persecução Penal é a atuação do Estado quando do
cometimento de uma infração penal por alguém.
Possui duas fases:
1) Fase investigatória (investigação criminal)
2) Fase processual (ação penal)
Conceito de ação penal: direito de ação penal é o
direito público subjetivo de pedir ao Estado-Juiz a
aplicação do direito penal objetivo a um caso
concreto.
Cuidado: ação penal ≠ processo criminal, pois o
direito de ação penal existe, ainda que não tenha
ocorrido o processo criminal. Ação Penal é o direito e
o processo criminal é meio pelo qual se dará o
exercício desse direito.
Possuidor do direito de ação penal: o estado, na
figura do Ministério Público (em ações penais
públicas), e a vítima, sob a condição de querelante
(em ações penais privadas).
Como isto já foi cobrado em provas?
(CESPE – STJ) O titular da ação penal pública
condicionada é o Ministério Público.
GABARITO: CERTO
Como isto já foi cobrado em provas?
(CESPE – TRF 1) O Ministério Público detém,
privativamente, a legitimidade para propor ação
penal pública, ainda que a proposição seja
condicionada à representação do ofendido ou à
requisição do ministro da Justiça.
GABARITO: CERTO
Espécies de Ação Penal.
Imagem: Renato Brasileiro
Atenção: quando, em crime de ação penal pública, o
MP oferece DENÚNCIA e quando, em crime de
ação penal privada, o QUERELANTE oferece
QUEIXA-CRIME, o Juiz precisa verificar se é
possível ou não o recebimento daquela inicial.
A inicial não será recebida quando (artigo 395, CPP):
a) for manifestamente inepta (desrespeitar o artigo 41 do
CPP);
b) faltar pressuposto processual (artigo 267, IV, CPC) ou
condição (possibilidade jurídica do pedido, interesse de
agir e legitimidade das partes) para o exercício da ação
penal;
c) faltar justa causa (lastro probatório mínimo) para o
exercício da ação penal.
Inépcia da inicial: ocorre quando nela não contém a
exposição do fato criminoso, com todas as suas
circunstâncias, a qualificação do acusado ou
esclarecimentos pelos quais se possa identificá-lo, a
classificação do crime e, quando necessário, o rol das
testemunhas (artigo 41 do CPP).
Pressupostos processuais: juiz, partes e demanda.
Condições da ação: prática de fato aparentemente criminoso
(possibilidade jurídica do pedido), punibilidade concreta
(interesse de agir), legitimidade de parte (capazes de figurar
nos pólos do processo) e justa causa (lastro probatório mínimo
que embase a acusação).
Atenção: para parte da doutrina, possibilidade jurídica do
pedido, à luz do NCPC, é questão de mérito e não condição da
ação.
Principiologia da ação penal pública: ela é obrigatória
(presentes os motivos para tanto, o MP é obrigado a
oferecer denúncia), indisponível (depois de oferecida a
denúncia o MP não pode desistir da ação), divisível
(havendo mais de um suposto autor do crime, nada impede
que venha o Ministério Público a ajuizar a ação penal
apenas em relação a um ou alguns deles, relegando a
propositura quanto aos demais para momento posterior) e
instranscendente (a ação penal será ajuizada, unicamente,
contra o responsável pela autoria ou participação).
Como isto já foi cobrado em provas?
(CESPE – TRF 1) Dado o princípio da indivisibilidade, o
não oferecimento de denúncia, em ação penal pública, pelo
Ministério Público relativamente a um fato criminoso
imputado ao indiciado impede que este seja objeto de ação
penal posterior.
GABARITO: ERRADO
Principiologia da ação penal privada: ela é oportuna
(ainda que presentes os motivos para tanto, a vítima não é
obrigada a oferecer queixa crime), disponível (depois de
oferecida a queixa crime a vítima pode desistir da ação),
indivisível (ou processa todos ou processa ninguém) e
instranscendente (a ação penal será ajuizada,
unicamente, contra o responsável pela autoria ou
participação).
Como isto já foi cobrado em provas?
(CESPE – ABIN) O princípio da indisponibilidade da ação
penal é aplicável nas ações penais de iniciativa pública e
privada.
GABARITO: ERRADO
Como isto já foi cobrado em provas?
(CESPE – TRF 1) Na ação penal privada, apesar de a
vítima ou seu representante legal não serem obrigados a
oferecer queixa-crime, uma vez ajuizada a ação, o querelante
não pode deixar de processar quaisquer dos autores da
infração penal.
GABARITO: CERTO
Na ação penal pública incondicionada, presentes os
pressupostos e condições da ação, o MP não precisa de
manifestação de vontade alguma para oferecimento da
denúncia.
Na ação penal pública condicionada à representação da
vítima, ainda que presentes os pressupostos e condições
da ação, o MP precisa de manifestação de vontade da
vítima ou do representante legal desta (não havendo,
sucessores) para oferecimento da denúncia.
Na ação penal pública condicionada à requisição do
ministro da justiça, ainda que presentes os
pressupostos e condições da ação, o MP precisa da
requisição do MJ para oferecimento da denúncia.
AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA (art.
24, 1.ª Parte, do CPP e art. 100, caput, do CP).
Principais observações:
- O Ministério Público é o dominus litis, podendo
instaurar o processo criminal independente da
manifestação de vontade de qualquer pessoa e até mesmo
contra a vontade expressa ou tácita da vítima ou de seu
representante legal.
- O Ministério Público tem, como regra, prazo de 5
dias (denunciado preso) ou 15 dias (denunciado solto)
para oferecimento da denúncia. Este prazo tem início
de contagem da data em que o órgão do Ministério
Público receber os autos do inquérito policial ou das
peças de informação. Este prazo tem natureza
processual, logo contam-se na forma prevista no art.
798, § 1.º, do CPP, excluindo-se o dia do começo,
incluindo-se, porém, o do vencimento.
- O prazo para oferecimento da denúncia é
impróprio, o que significa que seu escoamento não
acarreta preclusão. Logo, ainda que esgotado o prazo
legal do Ministério Público, se a vítima ou quem
tenha qualidade para representá-la não ajuizar a ação
penal privada subsidiária da pública nos termos do
art. 29 do CPP, poderá a denúncia ser apresentada
pelo Promotor em qualquer tempo, desde que antes
da extinção da punibilidade pela prescrição ou outra
causa.
AÇÃO PENAL PÚBLICA CONDICIONADA À
REPRESENTAÇÃO DO OFENDIDO (art. 24, 2.ª
Parte, do CPP e art. 100, § 1º, do CP).
Principais observações:
- o Ministério Público é o dominus litis, contudo, para
instaurar o processo criminal, depende da
manifestação de vontade da vítima ou de seu
representante legal.
- Esta manifestação de vontade da vítima é condição
de procedibilidade para a ação e se materializará
através da representação. Sem embargo do que dispõe
o art. 39, caput e parágrafos, do CPP, a representação
não exige forma específica, bastando que contenha a
narrativa, ainda que sucinta, do fato a ser apurado e
que traduza a inequívoca vontade da vítima ou de seu
representante em ver responsabilizado criminalmente
o autor do fato.
Como isto já foi cobrado em provas?
(CESPE- CODEVASF) A representação da vítima é
uma condição de procedibilidade para a ação penal
que dispensa formalidade, bastando a intenção das
vítimas em autorizar essa persecução penal.
GABARITO: CERTO
- A representação é indivisível, pois ela se refere ao
FATO. Lembre-se, contudo, que a ação penal pública
é divisível.
- O art. 38 do CPP estabelece o prazo para o
oferecimento da representação, disciplinando que,
salvo disposição em contrário, será de seis meses,
contados do dia em que o ofendido vier a saber
quem foi o autor do crime, sob pena de decadência.
- A contagem desse prazo inclui o dia do início (é
prazo material). Assim, por exemplo, conhecido o
autor do fato no dia 20 de abril, esgota-se o prazo em
19 de outubro do mesmo ano. Sua fluência acarreta a
extinção da punibilidade (art. 107, IV, do CP).
- A representação será irretratável após o
oferecimento da denúncia, nos termos do art. 25 do
CPP. A contrario sensu, será retratável até este
momento.
Comoisto já foi cobrado em provas?
(CESPE – PGE/PE) Em se tratando de crimes
sujeitos a ação penal pública condicionada, a
representação do ofendido é irretratável depois de
oferecida a denúncia.
GABARITO: CERTO
AÇÃO PENAL PÚBLICA CONDICIONADA À
REQUISIÇÃO DO MINISTRO DA JUSTIÇA
(art. 24, 2.ª Parte, do CPP e art. 100, § 1º, do CP).
Principais observações:
- O Ministério Público é o dominus litis, contudo,
para instaurar o processo criminal, depende da
requisição por parte do Ministro da Justiça.
- Ao contrário do que ocorre com a representação,
inexiste fixação de prazo decadencial para o exercício
da requisição pelo Ministro da Justiça, podendo ela
ocorrer até a prescrição do crime praticado.
Como isto já foi cobrado em provas?
(CESPE – MPU) É de seis meses o prazo para que o
ministro da Justiça requeira a instauração de
inquérito policial em crime de ação penal pública
condicionada. Findo esse prazo, opera-se a
decadência do direito de ação.
GABARITO: ERRADO
- O Ministro da Justiça pode se retratar da requisição,
desde que antes de ajuizada a ação penal.
- O MP, assim como não se vincula à representação,
também não se vincula à requisição.
AÇÃO PENAL PRIVADA EXCLUSIVA (art. 30
do CPP e art. 100, § 2.º, do CP).
Principais observações:
- A titularidade da ação é, como regra, da vítima
maior e capaz (art. 30, 1.ª parte, do CPP). Lembre-se
que a queixa é indivisível.
- Sendo o ofendido menor de 18 anos ou portador de
deficiência mental, o direito de queixa-crime deverá
ser exercido pelo seu representante legal (pais, tutor,
curador, guardião legal), independentemente da
vontade da vítima (art. 30, 2.ª parte, do CPP)
- Sendo morta a vítima ou judicialmente declarada a sua
ausência, o direito de queixa (salvo no caso da ação
personalíssima, que será tratada mais adiante) poderá ser
exercido pelo cônjuge, ascendente, descendente ou irmão
daquela, conforme reza o art. 31 do CPP. A ordem
estabelecida nesse artigo deve ser observada em relação à
preferência para o ajuizamento. Destarte, em primeiro
lugar está o cônjuge. Na omissão ou recusa deste em
propor a ação penal, poderá fazê-lo o legitimado seguinte
e assim por diante.
- Pessoas jurídicas: de acordo com o preceituado no
art. 37 do CPP, poderão figurar como autores da ação
penal privada as fundações, associações ou
sociedades legalmente constituídas, hipótese na qual
deverão ser representadas por quem os respectivos
contratos ou estatutos designarem ou, no silêncio
destes, pelos seus diretores ou sócios-gerentes.
- Como regra geral, o direito de queixa deverá ser exercido
no prazo de seis meses, contados do dia em que o
ofendido, seu representante legal ou cada uma das pessoas
do art. 31 do CPP (no caso de morte da vítima ou de sua
ausência) vierem a saber quem foi o autor do crime,
conforme reza o art. 38 do CPP.
- Atenção: o pedido de instauração de inquérito policial
ou mesmo a feitura de B.O na polícia não tem o poder
de interromper o curso do prazo decadencial.
Como isto já foi cobrado em provas?
(CESPE – EBSERH) No caso de crime de ação penal
privada, a instauração de inquérito policial por força de
requerimento formulado pelo ofendido no prazo legal não
interromperá o prazo decadencial para o oferecimento da
queixa-crime.
GABARITO: CERTO
- Sendo o ofendido menor de 18 anos, o direito de
queixa poderá ser exercido apenas pelo seu
representante legal, o qual deverá ater-se à
normatização do art. 38. Se, contudo, o representante
legal não ajuizar a ação penal no prazo de que dispõe,
poderá fazê-lo o próprio ofendido após completar a
maioridade, pois, para ele, é apenas a partir desse
momento que tem início a fluência do prazo
decadencial, e não do dia em que tomou
conhecimento da autoria do crime.
- O Ministério Público pode aditar a Queixa em ação
penal privada exclusiva? Pode, mas há restrições:
Pode para: incluir dados faltantes, como lugar, dia,
hora e modus operandi
Não pode para: inclusão de coautores ou partícipes e
inovar os fatos descritos na Queixa.
Como isto já foi cobrado em provas?
(CESPE – TJ/SE) Ainda que não tenha legitimidade
para, em ação penal de iniciativa privada, aditar a
queixa com o intuito de nela incluir outros réus, o
MP poderá acrescentar ao processo elementos que
influam na fixação da pena, no exercício da função
de custos legis.
GABARITO: CERTO
Renúncia ao direito de queixa e perdão do
ofendido: tanto a renúncia (artigos 49 e 50 do CPP)
ao exercício do direito de queixa como o perdão do
ofendido (artigos 51 e 59 do CPP) são institutos
relacionados ao princípio da indivisibilidade (são
extensíveis) e tem como efeito extinguir a
punibilidade do querelado (artigo 107, V, CPB).
Como isto já foi cobrado em provas?
(CESPE – CODEVASF) As limitações ao direito de
renúncia e ao perdão do ofendido são decorrentes
da indivisibilidade da ação penal privada.
GABARITO: CERTO
Imagem: Renato Brasileiro
Como isto já foi cobrado em provas?
(CESPE – TRF 1) Situação hipotética: Antônio e
Pedro são autores de um mesmo crime contra
João. Assertiva: Nessa situação, João poderá
renunciar ao exercício de seu direito de queixa em
relação a Antônio e mantê-lo em relação a Pedro.
GABARITO: ERRADO
Imagem: Norberto Avena
Imagem: Norberto Avena
PEREMPÇÃO (artigo 107, IV, do CPB e artigo 60
do CPP): perda do direito de prosseguir na ação
privada, ou seja, a sanção jurídica cominada ao
querelante em decorrência de sua inércia ou
negligência.
Art. 60. Nos casos em que somente se procede mediante queixa,
considerar-se-á perempta a ação penal:
I - quando, iniciada esta, o querelante deixar de promover o
andamento do processo durante 30 dias seguidos;
II - quando, falecendo o querelante, ou sobrevindo sua
incapacidade, não comparecer em juízo, para prosseguir no
processo, dentro do prazo de 60 (sessenta) dias, qualquer das
pessoas a quem couber fazê-lo, ressalvado o disposto no art. 36;
III - quando o querelante deixar de comparecer, sem motivo
justificado, a qualquer ato do processo a que deva estar presente, ou
deixar de formular o pedido de condenação nas alegações finais;
IV - quando, sendo o querelante pessoa jurídica, esta se extinguir
sem deixar sucessor.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del3689Compilado.htm
Atenção: caso a acusação seja por 2 crimes e
somente, por ocasião das alegações finais, houver
pedido de condenação para 1 deles, ocorre perempção
com relação ao crime para o qual não houve o pedido.
Como isto já foi cobrado em provas?
(MPE/SC – MPE/SC) Nos termos do Código de Processo
Penal, nos casos em que somente se procede mediante
queixa, considerar-se-á perempta a ação penal: quando,
iniciada esta, o querelante deixar de promover o andamento
do processo durante sessenta dias seguidos; quando o
querelante deixar de comparecer, sem motivo justificado, a
qualquer ato do processo a que deva estar presente, ou
deixar de formular o pedido de condenação nas alegações
finais; quando, sendo o querelante pessoa jurídica, esta se
extinguir sem deixar sucessor.
GABARITO: ERRADO
AÇÃO PENAL PRIVADA SUBSIDIÁRIA DA
PÚBLICA (artigos 5º, LIX, CF/88, 29 do CPP e
100, § 3.º, do CP):
Principais observações:
- Traduz-se na possibilidade de ser ajuizada ação
penal privada em crime de ação pública quando esta
não for intentada no prazo legal.
- Esta modalidade de processo criminal, sem
embargo de não ter sido ajuizada pelo Ministério
Público, rege-se pelos princípios da ação penal
pública, sendo-lhe inaplicáveis, portanto, institutos
próprios da ação penal privada, como o perdão do
ofendido e a perempção.
- O titular da ação, contudo, é o ofendido. O MP
só retoma a titularidade em caso de negligência do
ofendido (artigo 29, in fine, CPP)
Como isto já foi cobrado em provas?
(CESPE – PC/BA) Na hipótese de o Ministério
Público (MP) perder o prazo legal para oferecer
denúncia pelo crime de roubo, a vítima poderá
propor queixa-crime em juízo e mover ação penal
privada subsidiária da pública no prazo de seis
meses, tornando-se oofendido titular da ação; o
membro do MP reassumirá a ação somente em caso
de negligência.
GABARITO: CERTO
- Escoado o prazo para o Ministério Público oferecer
denúncia e havendo inércia deste, surgirá para o
ofendido ou, na falta, para qualquer das pessoas do
art. 31 do CPP, a possibilidade de ingresso da ação
penal privada subsidiária da pública.
Como isto já foi cobrado em provas?
(CESPE – TCE/RJ – ANALISTA) Não cabe ação
penal privada subsidiária da pública se o Ministério
Público, em vez de oferecer denúncia, promover o
arquivamento do inquérito policial dentro do prazo
legal.
GABARITO: CERTO
Como isto já foi cobrado em provas?
(CESPE – CODEVASF) A ação penal privada
subsidiária da pública é cabível quando o Ministério
Público arquiva o inquérito sem realizar
fundamentação adequada.
GABARITO: ERRADO
Como isto já foi cobrado em provas?
(CESPE – TJDFT) Em se tratando de crime que se
apura mediante ação penal pública incondicionada,
havendo manifestação tempestiva do Ministério
Público pelo arquivamento do inquérito policial,
faculta-se ao ofendido ou ao seu representante legal
a oportunidade para a ação penal privada
subsidiária da pública.
GABARITO: ERRADO
- O prazo para oferecimento da queixa é de 6 meses,
contados da data em que se esgotar o prazo do
Ministério Público para oferecer a denúncia.
- Durante estes 6 meses, temos uma legitimidade
concorrente entre o MP e o ofendido.
- Após estes 6 meses, o ofendido perde o direito de
ingressar com a queixa (decadência imprópria) e o
MP tem até a ocorrência de prescrição do crime para
ingressar com denúncia.
Imagem: Norberto Avena
Papel do Ministério Público após o ofendido ter
ingressado com queixa subsidiária (artigo 29 do
CPP):
Art. 29. Será admitida ação privada nos crimes de
ação pública, se esta não for intentada no prazo
legal, cabendo ao Ministério Público aditar a queixa,
repudiá-la e oferecer denúncia substitutiva, intervir
em todos os termos do processo, fornecer elementos
de prova, interpor recurso e, a todo tempo, no caso
de negligência do querelante, retomar a ação como
parte principal.
Atenção: institutos próprios de ação penal privada
(renúncia, perdão, perempção) e decadência (como
causa extintiva de punibilidade) não tem aplicação
neste tipo de ação, pois o crime objeto dela é crime de
ação penal pública.
AÇÃO PENALPRIVADAPERSONALÍSSIMA.
Principais observações:
- Espécie de ação penal privada onde a queixa pode ser
proposta única e exclusivamente pelo próprio ofendido,
não sendo permitido a outras pessoas (ascendentes,
descendentes, cônjuge ou irmão) intentá-la em seu lugar
ou prosseguir na que já foi ajuizada.
- Na atualidade, a única hipótese de crime de ação
penal privada personalíssima refere-se ao crime de
induzimento a erro essencial e ocultação de
impedimento, tipificado no art. 236 do Código Penal.
Observações finais:
- Súmula 714 do STF: é concorrente a legitimidade
do ofendido, mediante queixa, e do ministério
público, condicionada à representação do ofendido,
para a ação penal por crime contra a honra de
servidor público em razão do exercício de suas
funções.
Como isto já foi cobrado em provas?
(MPE/SC – MPE/SC) Conforme Súmula do
Supremo Tribunal Federal, é concorrente a
legitimidade do ofendido, mediante queixa, e do
Ministério Público, condicionada à representação
do ofendido, para a ação penal por crime contra a
honra de servidor público em razão do exercício de
suas funções.
GABARITO: CERTO
- Atenção: quem determina qual é a espécie de ação
penal para cada crime é o Código Penal e a regra é
que independentemente da vítima e do contexto a
ação penal seja a que está definida no Código Penal.
As únicas exceções a esta regra são os crimes de
lesão corporal dolosa leve e lesão corporal culposa.
Como isto já foi cobrado em provas?
(CESPE – PRF) Um homem que causar em sua
companheira lesão corporal decorrente de violência
praticada no âmbito doméstico e familiar deverá ser
autuado em flagrante delito, sendo a ação penal
pública incondicionada.
GABARITO: CERTO
Como isto já foi cobrado em provas?
(CESPE – TJDFT) Segundo o entendimento
jurisprudencial dos tribunais superiores, para a
persecução penal relativa a crime de lesão corporal
praticado no contexto de violência doméstica contra
a mulher, é necessária a representação da ofendida.
GABARITO: ERRADO
Ação de prevenção penal: é aquela deflagrada com a
finalidade de aplicar, exclusivamente ao acusado
inimputável na forma do art. 26 do Código Penal,
medida de segurança, em sentença denominada como
absolutória imprópria.
Como isto já foi cobrado em provas?
(CONSULPLAN – MPE/SC) A ação de prevenção
penal é aquela ajuizada com a finalidade de se
aplicar medida de segurança a acusado que, em
virtude de doença mental ou de desenvolvimento
mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da
ação ou omissão, absolutamente incapaz de
entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-
se de acordo com esse entendimento.
GABARITO: CERTO
Como isto já foi cobrado em provas?
(CESPE – DPE/DF) A sentença proferida em ação
de prevenção penal será exclusivamente de
absolvição, ainda que aplique especificamente
medida de segurança aos inimputáveis que
praticarem fato definido como crime ou
contravenção penal.
GABARITO: ERRADO
Ação penal sem demanda: é o antigo processo
judicialiforme (ação penal de ofício), não
recepcionado pela CF/88, em que o próprio juiz, de
ofício, instaurava processo penal condenatório ou o
delegado iniciava processo penal na delegacia.
Como isto já foi cobrado em provas?
(CESPE – DPE/DF) Em se tratando de
contravenção penal punida com pena de multa,
admite-se subsidiariamente, em caso de inércia do
Ministério Público, a ação penal sem demanda.
GABARITO: ERRADO

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