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* ELABORAÇÃO DE UMA SESSÃO DE TREINAMENTO * Sessão de Treinamento É o elemento fundamental da estrutura de preparação do atleta (periodização), onde a tarefa é atingir os objetivos de determinado microciclo da preparação. Os treinos podem ser divididos em sessão de treinamento propriamente dito e sessão de controle A sessão de treinamento se constitui de três partes: Parte preparatória (aquecimento) Parte principal Parte final (volta a calma) * Sessão de Treinamento Parte Preparatória - neste momento são criadas as condições necessárias para o cumprimento das tarefas da parte principal Parte Principal - nesta parte os atletas serão submetidos aos diferentes protocolos de treinamento com o objetivo de melhorar alguma capacidade física ou técnico-tática Parte Final - nesta etapa são criadas condições para que os atletas gradualmente voltem às condições de repouso * Parte Preparatória A parte preparatória da sessão de treinamento pode ser dividida em duas fases de acordo com seus objetivos: Fase de organização Preparação dos equipamentos e materiais a serem utilizados na parte principal Reunião da equipe para explicação das tarefas a serem realizadas na parte principal Motivação dos atletas para que estes se empenham na realização dos exercícios de treinamento Fase de aquecimento Assegurar a passagem do organismo do estado de repouso ao estado de trabalho * Tipos de Aquecimento Passivo Envolve a elevação da temperatura corporal por meios externos Permite elevar a temperatura corporal sem a depleção dos substratos energéticos Ex.: Sauna, ducha quente, massagens, etc. Ativo Envolve a utilização de exercícios físicos, e além da elevação da temperatura corporal, provoca maiores modificações metabólicas e cardiovasculares Pode ser de característica geral ou específica * Efeitos do Aquecimento Sobre o Desempenho Relacionados com a elevação da temperatura Diminuição da resistência dos músculos e tendôes Maior liberação de O2 pela hemoglobina e mioglobina Maior velocidade das reações metabólicas Aumento da velocidade de condução nervosa Aumento do metabolismo anaeróbio Não-relacionados com a temperatura Aumento do fluxo sanguíneo para a musculatura ativa Aumento do consumo de O2 Aumento do potencial de ativação Efeito psicológico e maior prontidão * Alongamento Como Forma de Aquecimento Muitos atletas realizam como parte de suas rotinas de aquecimento, exercícios de alongamento. Não existe evidência científica de que exercícios de alongamento possam melhorar o desempenho de curta, média ou longa duração. Diversos estudos demonstraram uma menor capacidade do músculo em produzir força e potência quando exercícios de alongamento são realizados como forma de “ aquecimento”. Não existe evidência de que o alongamento possa minimizar a ocorrência de lesões na atividade principal. Atividades que dependem de grande amplitude articular podem se beneficiar da inclusão de exercícios de alongamento na rotina de aquecimento. * Estruturação do Aquecimento - Intensidade Atividades de Curta Duração A intensidade deve ser suficiente para elevar a Tm mas não depletar significativamente as reservas de fosfagênios A intensidade deve ficar entre 40 e 60% do VO2 máx, pois menos de 40% não se eleva a Tm e acima de 60% há uma grande depleção das reservas dos fosfagênios Atividades de Média e Longa Duração A intensidade deve ser suficiente para elevar o VO2 mas não depletar os fosfagênios e causar acúmulo de H+ Tal intensidade varia entre 40 e 70% do VO2 máx e depende do nível de treinamento Deve-se tomar cuidado para não elevar demais a temperatura, especialmente para as atividades de longa duração * Estruturação do Aquecimento - Duração Atividades de Curta Duração Duração suficiente para elevar a Tm mas não causar fadiga Com intensidade de 60% do VO2 máx, a Tm aumenta rapidamente nos primeiros 3-5 minutos e atinge um platô com 10-20 minutos Atividades de Média e Longa Duração Duração suficiente para elevar o VO2 mas não causar fadiga Para aquecimentos com intensidade moderada ou pesada, o VO2 tende a alcançar um platô dentro de 5 a 10 minutos Durações mais elevadas não irão elevar ainda mais o VO2 e podem influenciar negativamente o desempenho de longa duração pelo aumento em excesso da temperatura (diminuíndo a capacidade do organismo em absorver calor) e depleção das reservas de glicogênio muscular * Estruturação do Aquecimento - Recuperação Atividades de Curta Duração O intervalo de recuperação deve ser suficiente para a recuperação dos fosfagênios e não permitir uma queda da Tm A recuperação quase completa dos fosfagênios se consegue com ~ 5 min e a Tm cai com intervalo de recuperação de 15-20 min Atividades de Média e Longa Duração A recuperação não pode permitir um diminuição do VO2 para os valores de repouso Após aquecimento com intensidade moderada ou pesada, o VO2 tende a voltar aos valores de repouso dentro de 5 minutos O intervalo de recuperação então deve ser menor que 5 minutos para não haver queda no VO2 * Parte Principal A partre principal pode ter duas características: (1) objetiva o aprimoramento de apenas uma capacidade funcional ⇒ Seletiva (2) objetiva o aprimoramento de mais de uma capacidade funcional ⇒ Complexa Nas sessões complexas, de forma geral, as atividades de resistência devem ser as últimas a serem trabalhadas, sendo as de força/ potência/ velocidade as primeiras ⇒ Tal orientação maximiza o desempenho das capacidades a serem desenvolvidas. Potência Força Resistência Flexibilidade Preparação Técnica/Tática Preparação Física * Parte Final A partre final deve criar condições favoráveis para a recuperação do organismo, que deve retornar ao estado de repouso de forma gradual Recomenda-se a utilização de exercícios de relaxamento e/ou flexibilidade Nesta etapa o treinador deve conversar com os atletas ressaltando os pontos positivos e negativos da sessão que foi realizada, bem como se os objetivos traçados foram atingidos A avaliação do que foi realizado é fundamental para que se posssa corrigir eventuais problemas que tenham ocorrido para a sessão de treino seguinte * INTEGRAÇÃO DO TREINAMENTO * Integração do programa de força com outras modalidade de treinamento O Colégio Americano de Medicina Esportiva (ACSM) recomenda a realização de um programa regular de exercícios físicos para o desenvolvimento da força/resistência, aptidão aeróbia e flexibilidade. Organizar adequadamente os diferentes métodos de treinamento ajuda a maximizar os benefícios, e a diminuir as interferências de uma modalidade de treinamento sobre a outra. * Treinamento simultâneo aeróbio e força O treinamento simultâneo de força e aeróbio é conhecido como treinamento concorrente, devido à natureza das adaptações fisiológicas decorrentes que cada treinamento. Diversos estudos demonstraram que em algumas condições o treinamento aeróbio pode prejudicar o desenvolvimento ótimo da força. Os efeitos são restritos aos grupos musculares que recebem as duas modalidades de treinamento. O treinamento de força, em contrapartida ajuda a maximizar o desempenho aeróbio, sem aumentar o VO2máx . * Treinamento simultâneo aeróbio e força A associação do trabalho aeróbio ao trabalho de força, em algumas condições, pode comprometer a hipertrofia muscular, o que acaba por comprometer os ganhos em força. A adaptação neural não parece ser afetada pelo treinamento concorrente, exceção feita à capacidade de ativar as UM rapidamente. Fatores que podem aumentar o efeito do treinamento concorrente: Exagerada duração da atividade aeróbia – atividades acima de 60 mimutos de duração Grande número de sessões semanais de trabalho aeróbio – maior que 3 vezes por semana Não possibilitar descanso para a musculatura que recebe o treinamento concorrente – trabalho diário * Organização das Sessões de TreinamentoEm muitas situações é necessário realizar as duas atividades (força e aeróbia) na mesma sessão de treinamento. Diversos estudos científicos demonstraram que a capacidade de produzir força diminui após um sessão de treinamento aeróbio. Realizar a atividade de força logo após a atividade aeróbia levaria a um estímulo de menor intensidade – Quando o objetivo for aumentar a força o máximo possível, o seu treinamento deve vir no início. O desempenho aeróbio também é comprometido logo após uma sessão de treinamento de força – Quando o objetivo for aumentar a aptidão aeróbia, o seu treinamento deve vir no início. Para indivíduos interessados em melhorar a saúde e qualidade de vida deve-se usar a ordem de preferência. * Treinamento simultâneo flexibilidade e força Existe um conceito de que o treinamento de força levaria a músculos menos flexíveis (travados). Entretanto, não existe evidência científica de que o treinamento de força possa levar a redução de flexibilidade. Da mesma forma, não existe evidência de que o treinamento de flexibilidade pode prejudicar o desemepnho de força a longo prazo. Pelo contrário, a maior amplitude poderia ajudar aumentando o arco de movimento para a geração de força (ex: arremessos). Assim, diferente do que acontece com o treinamento aeróbio, parece não existir “concorrência” entre o treinamento de força e o de flexibilidade. * Organização dos trabalhos de força e flexibilidade na sessão de treinamento Diversos estudos científicos mostraram que uma sessão de flexibilidade pode afetar o desempenho agudo de força e potência. Quando um indivíduo for realizar alguma atividade que dependa de muita força ou potência, a realização de exercícios de flexibilidade deve ser evitada. Entretanto, o aquecimento é fundamental para o melhor desempenho. Uma sessão de treinamento de força leva a uma redução aguda da flexibilidade. Entretanto não existe evidência de que realizar exercícios de flexibilidade logo após uma sessão de força possa aumentar o risco de lesões, muito menos comprometer os ganhos em arco de movimento. * O Alongamento deve vir antes ou após a atividade de força? Influência no Desempenho - Após a atividade de força ou potência Melhora da amplitude Articular – Não faz diferença Na academia considerar a preferência do cliente
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