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R. Min. Educ. Fís., Viçosa, v. 13, n. 2, p. 43-60, 2005 43 ARTIGO ADAPTAÇÕES FISIOLÓGICAS DO TREINO DE FORÇA EM ATLETAS DE DESPORTOS DE POTÊNCIA Nelson Kautzner Marques Júnior1 Resumo O objetivo desta revisão foi explicar as principais adaptações fisiológicas decorrentes do treino de força máxima e/ou potência e da sessão de salto em profundidade, com o intuito de facilitar a prescrição e avaliação do treino de força para atletas de potência. Existem poucos estudos sobre as adaptações fisiológicas ocorridas em competidores de potência, uma vez que a maioria das investigações são não-atletas. Palavras-chave: treino de força, adaptação fisiológica, desportos de potência. INTRODUÇÃO O treinamento de força é uma das disciplinas da Educação Física mais estudadas na atualidade, sendo muito importante, visto ser ela uma das capacidades físicas imprescindíveis para os desportos (VERKHOSHANSKI; GOMES, 2000). Para as modalidades de potência, considera-se a preparação física através das sessões de força como a mais importante para o atleta, ao lado do treino técnico e tático. Entretanto, não observamos muitas revisões que expliquem as adaptações fisiológicas do treino de força em competidores de desportos de potência (em nossa coleta, não encontramos nenhuma referência). Segundo Kraemer e Hakkinen (2004), o técnico desportivo deve dispor de um profundo conhecimento sobre as adaptações fisiológicas do treinamento de força nos atletas de potência, a fim de elaborar e prescrever as sessões com mais precisão. Verkhoshanski (1995) afirma que o treino de força merece ser bem elaborado na periodização e de 1 Especialista em Fisiologia do Exercício e Avaliação Morfofuncional e em Musculação e Treinamento de Força pela UGF- RJ. Especializando em Treinamento Desportivo pela UGF do RJ. R. Min. Educ. Fís., Viçosa, v. 13, n. 2, p. 43-60, 200544 acordo com as necessidades da modalidade. Além de ser bem elaborado, o conhecimento fisiológico é a chave para os responsáveis pela sessão conseguirem sucesso na sessão de força (FLECK; KRAEMER, 1999). Esta revisão tem o intuito de explicar as principais adaptações fisiológicas do treinamento de força máxima, força de potência e na sessão de salto em profundidade em atletas de desportos de potência, porque vai facilitar para o profissional do desporto a prescrição e avaliação do treinamento. PRINCIPAIS ADAPTAÇÕES NEUROMUSCULARES PROVOCADAS PELO TREINAMENTO DE FORÇA Características fisiológicas do treino de força para desportos de potência O treino de força praticado por atletas de modalidades de potência consiste de musculação para exercitar as capacidades físicas de força máxima e/ou potência, sendo realizado de preferência pelo treino balístico na segunda valência física (KRAEMER; HÄKKINEN, 2004). Outro treinamento bastante difundido para propiciar elevação do centro de gravidade e maximizar a corrida de velocidade, recomendado por Gauffin et al. (1988), são as sessões de salto em profundidade. Sessões de musculação de força máxima possuem uma a seis repetições (BRANDENBURG; DOCHERTY, 2002), com velocidade lenta e carga entre 85 e 100% (MARQUES JUNIOR, 2001). O metabolismo mais atuante nessa sessão é o creatinofosfato (COSTILL et al., 1979) e a força predominante é a neural (HÄKKINEN, 1989; DOAN et al., 2002), com maior solicitação das fibras IIb (EWING JUNIOR et al., 1990) e tendo a hipertrofia miofibrilar como a mais abundante (CLAASSEN et al., 1989). O objetivo dessa sessão é maximizar a força máxima (McDOUGALL, 1986) do desportista, embora ela cause uma fadiga neural mais acentuada do que o trabalho de força de potência na musculação (LINNAMO et al., 2000), merecendo uma pausa entre as séries mais duradouras. A força máxima atinge seu ápice entre 16 e 20 semanas nos homens e 4 e 8 semanas nas mulheres (BADILLO; AYESTARÁN, 2001), sendo proveniente da sessão de musculação. R. Min. Educ. Fís., Viçosa, v. 13, n. 2, p. 43-60, 2005 45 O treinamento de musculação de força de potência é praticado com 6 a 10 repetições (MARQUES JUNIOR, 2001), em alta velocidade (SILVA; GONÇALVES, 2000) e tendo a carga como uma incógnita (SIMÃO, 2003), porque os pesquisadores sugerem um porcentagem de carga de acordo com os resultados do seu estudo (DeRENNE et al., 2001; SIMÃO et al., 2001a; McBRIDE et al., 2002). SIMÃO et al. (2001b) recomendam o uso do tensiômetro Fitrodyne para estabelecer a carga da sessão. O sistema energético mais solicitado no treino de força de potência é a via dos fosfagênios (TESCH et al., 1989), sendo a força neural a predominante (BAKER et al., 2001), com maior participação das fibras IIb (EWING et al., 1990) e maior abundância da sarcoplasmática (BRASIL et al., 2001). Essa sessão tem o intuito de otimizar a força de potência do atleta (KRAEMER; HÄKKINEN, 2004), atingindo seu ápice em 8 semanas para mulheres e em 16 a 20 semanas para homens (BADILLO; AYESTARÁN, 2001). Para Dantas (1995), as sessões de salto em profundidade possuem um número de 5 a 10 repetições, sendo praticadas em máxima velocidade (VERKHOSHANSKI, 1973) e tendo a altura de queda de 20 a 110 cm (BOBBERT, 1990). A via energética mais atuante é a ATP-CP no salto em profundidade (UGRINOWITSCH ; BARBANTI, 1998), e a força predominante é neural (DELECLUSE et al., 1995), possuindo mais atuação das fibras IIb (MASAMOTO et al., 2003) e com hipertrofia sarcoplasmática em maior quantidade (BARBANTI, 2000). O salto em profundidade visa à melhora da força reativa, e o auge dessa capacidade física não é encontrado na literatura. Fatores que influenciam o aumento da força Para Bacurau et al. (2001), o treino de musculação deve ser praticado no fim da tarde ou no começo da noite, porque o pico do hormônio do crescimento e o da testosterona são mais altos e proporcionam aumento e força mais significativos. Um dos principais motivos para se praticar a musculação é aumentar a força (CARVALHO et al., 2003; FAIGENBAUM et al., 1999; VICENT et al., 2002), porque otimiza o salto vertical (KETTUNEN et al., 1999), auxilia no remate do jogador (SANTOS; SILVA, 2004), melhora a corrida de velocidade (DELECLUSE et al., 1995), entre outros. R. Min. Educ. Fís., Viçosa, v. 13, n. 2, p. 43-60, 200546 Outro fator que melhora a força é a prática da musculação por três vezes na semana, quando comparada com uma vez (McLESTER JUNIOR et al., 2000). A modificação da ordem dos exercícios também influencia o aumento da força, ou seja, o professor deve descobrir qual seqüência de exercícios otimiza mais a força do praticante, o que pode ser aferido pelo teste de 8RM (SFORZO; TOUEY, 1996). Múltiplas séries otimizam mais a força em atletas ou pessoas treinadas do que uma série (RHEA et al., 2002; SCHLUMBERGER et al., 2001), e o ângulo em que é executado o exercício de musculação obtém maior maximização da força do que os demais (FIRMINO, 1992). Por esse motivo, devemos realizar o trabalho de musculação similarmente à técnica desportiva, a fim de conseguir a transferência da força para o movimento competitivo da modalidade (FLECK; KRAEMER, 1999). A forma de execução do exercício contra-resistência influencia a otimização da força; no trabalho de puxada no pulley, a realizada pela frente gera um maior pico de força do que a por trás (SIGNORILE et al., 2002). Também, a puxada pela frente no pulley tem menos probabilidade de lesar o praticante (CRATE, 1997). Nas sessões de j um dos objetivos é otimizar a força reativa (mencionado anteriormente) dos membros inferiores (VERKHOSHANSKI, 1996), podendo esta ser melhorada se a sessão for praticada em alta velocidade (YOUNG et al., 1999), com altura de queda adequada aos atletas (VIITASALO et al., 1998), com longa pausa entre as séries (BOMPA, 2004), e outros fatores, que merecem pesquisas. Adaptações neurais do treinamento de força O aumento da força máxima (HÄKKINEN et al., 1985), a melhorada força de potência (PAAVOLAINEN et al., 1991) e a otimização da força reativa (PAAVOLAINEN et al., 1999) estão relacionados com fatores neurais e hipertróficos (HÄKKINEN et al., 1985; PAAVOLAINEN et al., 1991, 1999). Na fase inicial do treinamento de musculação, (cerca de 6 a 10 semanas) o ganho de força é predominantemente neural; após esse período os fatores hipertróficos são os mais responsáveis pela maximização da força (BACURAU et al., 2001). Por esse motivo, na fase inicial do treino de musculação acontece uma hipertrofia R. Min. Educ. Fís., Viçosa, v. 13, n. 2, p. 43-60, 2005 47 insignificante (FLECK; KRAEMER, 1999). Quanto às sessões de salto em profundidade, não observamos estudos que expliquem o predomínio da força neural ou hipertrófica. O incremento da força neural desencadeia uma freqüência de estímulos mais acentuada para cada unidade motora (UM), que ocasiona maior recrutamento destas (SIMÃO, 2003; MORITANI; MURO, 1987). Geralmente, no trabalho de força máxima, força de potência e salto em profundidade, as UMs mais potentes são ativadas imediatamente (ZATSIORSKY, 1999). A freqüência dos estímulos pode variar de 8 a 60 Hz (COMETTI, 2001). Na atividade de força máxima a freqüência situa entre 50 e 60 Hz (BADILLO; AYESTARÁN, 2001); no exercício de potência, com ou sem carga (por exemplo, no salto em profundidade), os tempos são breves (100 ms) e a freqüência atinge 150 Hz (COMETTI, 2001). Badillo e Ayestarán (2001) concluem: O treino de força máxima ou de potência são interessantes para melhorarmos a freqüência de estímulos e o recrutamento das UM no desportista (p. 170). O outro mecanismo fisiológico pertencente à coordenação intramuscular é o aumento da sincronização das UMs (GABRIEL et al., 2001; MOREIRA; SOUZA, 2000), sendo melhorado através do treino de musculação de força máxima e/ou potência, por sessões de salto em profundidade (BADILLO; AYESTARÁN, 2001). A sincronização das UMs permite uma geração de força mais rápida e coordenada, ou seja, um maior número de UM se contrai ao mesmo tempo, com menor freqüência de estímulos. Isso acontece porque os órgãos tendinosos de Golgi (OTG) realizam inibição ou facilitação, para propiciar a ação neuromuscular (BADILLO; AYESTARÁN, 2001). Portanto, a sincronização otimizada refletirá em maiores níveis de força (SALE, 1988). A coordenação intermuscular é outro meio de o atleta conseguir maximizar a força através do treino de musculação e/ou de salto em profundidade. A melhora dessa coordenação facilita a interação de diferentes grupos musculares – por exemplo, a relação entre agonista e sinergista. Também observamos uma otimização na relação entre agonista e antagonista: a co-contração, que consiste na contração simultânea de dois ou mais músculos ao redor de uma articulação, propiciando melhor estabilização articular dinâmica, ou para reduzir a dificuldade do aprendizado motor (FONSECA et al., 2001). R. Min. Educ. Fís., Viçosa, v. 13, n. 2, p. 43-60, 200548 A co-contração é a ação simultânea de agonista e antagonista; no agachamento, o agonista é o quadríceps na extensão do joelho e seu antagonista é o isquitibial. Ela é comum nas ações musculares fortes e rápidas dos agonistas, quando a atividade necessita de precisão ou quando o indivíduo é destreinado na tarefa (SALE, 1988). A co-contração dos antagonistas acarreta uma ação contraprodutiva, porque os antagonistas realizam um torque oposto em relação à direção pretendida pelos agonistas (KOMI, 1992). Essa co-contração dos antagonistas pode desencadear uma inibição no agonista, com o intuito de proteger a estrutura anatômica contra ações fortes e rápidas desempenhadas pelos músculos (SALE, 1988; SIMÃO, 2003). Entretanto, Gabriel et al. (2001) não observaram inibição dos agonistas na co-contração. Talvez isso tenha ocorrido pelo fato de a musculatura ter aumentado a força e o endurance. Nessa co-contração, quando o agonista atinge o fim da contração muscular, desencadeia uma resposta proprioceptiva do fuso muscular para contrair a musculatura antagonista ao movimento e acarretar uma resistência a este (RASCH et al., 1991). Imediatamente acontece uma resposta reflexa do OTG para propiciar uma inibição em destreinados (prejudica a força) ou facilitação em treinados (otimiza a força), no antagonista, acontecendo relaxamento da musculatura (TOUMI et al., 2001). O controle realizado pelo OTG é denominado de inibição autogênica; o treinamento de musculação de força máxima e/ou potência ou sessão de salto em profundidade podem reduzir essa inibição através do aumento da força, resultando em movimentos mais econômicos e coordenados (WILMORE; COSTILL, 2001). O déficit bilateral pertence à coordenação intermuscular, sendo definido como uma redução do impulso nervoso do sistema nervoso central (SNC) para as UMs, durante a atividade de força que envolva o uso de dois membros superiores e/ou inferiores (VANDERVOORT et al., 1984). Em alguns casos, o déficit bilateral pode não acontecer; a força gerada é idêntica à atividade unilateral (SIMÃO, 2003). Um dos motivos desse acontecimento é a baixa sensibilidade da eletromiografia na avaliação dos músculos com elevada hipetrofia (SIMÃO et al., 2001b). Fatores como a complexidade do impulso nervoso do SNC (VANDERVOORT et al., 1987), a contração concêntrica de alta velocidade (SALE, 1988), o aprendizado na coordenação, a redução da ação do antagonista (SIMÃO et al., 2001b), a motivação e o tipo de R. Min. Educ. Fís., Viçosa, v. 13, n. 2, p. 43-60, 2005 49 fibra muscular de cada membro (SIMÃO, 2003) podem ocasionar o déficit bilateral. O fim ou a diminuição do déficit bilateral é conseguido através do treino de força por longo prazo nos dois braços e/ou em ambos os membros inferiores (NEWTON; KRAEMER, 1994; SALE, 1988). Em atividades em que acontecem movimentos simultâneos de ambos os braços – o caso do remo – não observamos o déficit bilateral na atividade de força (KOMI, 1992). Contudo, o déficit bilateral ainda pode acontecer pela maior solicitação de um membro no exercício ou na diferença do recrutamento neural pelo efeito cruzado, merecendo mais estudos, porque seus mecanismos neurais ainda são desconhecidos (SIMÃO et al., 2001b). A educação cruzada é uma adaptação neural observada no membro contralateral, ou seja, o braço ou perna que não realiza o trabalho também aumenta a força (HOTOBÁGYI et al., 1997). Essa atividade tem sido muito utilizada na reabilitação de lesões (KRAEMER; HÄKKINEN, 2004). Foram apresentadas ao leitor as principais adaptações neurais do treino de força, embora mais estudos sejam necessários para descobrir esses mecanismos fisiológicos. Por exemplo, escrevemos que a força neural é a mais atuante nas 6 a 10 semanas (equivale a 1 mês e 14 dias a 2 meses e 14 dias); depois desse tempo, a força hipertrófica é a predominante. Em recente pesquisa de Deschenes e Kraemer (2002), publicada no American Journal of Physiology Medicine and Rehabilitation (v. 81, n. 11, suplemento), foi demonstrado que o predomínio da força neural e hipertrófica oscila ao longo da temporada (explicação na Pós-Graduação Lato Sensu de Musculação da UGF pelo Professor Mestre Djalma Rabelo Ricardo, em 13 de setembro de 2003). Inicialmente a força neural é a mais atuante e, após algumas semanas, os fatores hipertróficos são dominantes, vindo ocorrer uma ondulação mais significativa da força mais atuante a partir da 22a semana. Essa evidência científica não é o “estado da arte”, apresentando- nos o quanto é necessário descobrir sobre as adaptações fisiológicas do treino de força. Adaptações hipertróficas do treinamento de força O aumento da força também acontece por fatores hipertróficos (como mencionado anteriormente), sendo um acontecimento fisiológico R. Min. Educ. Fís., Viçosa, v. 13, n. 2, p. 43-60, 200550 marcante nos atletas que treinam musculação (COLLIANDER;TESCH, 1990; KOMI; HÄKKINEN, 1988), embora em modalidades de potência – o caso de futebol, voleibol, lutas – seja prejudicial uma demasiada hipertrofia para o atleta desempenhar sua atividade (KOMI, 1992). No entanto, no trabalho de musculação de força máxima e/ou potência, a hipertrofia que ocorre não atrapalha o desempenho competitivo do jogador, porque não é demasiada. Nos estudos de salto em profundidade não observamos pesquisas com o intuito de identificar os mecanismos fisiológicos da hipertrofia dos membros inferiores do futebolista (DIALLO et al., 2001; GAUFFIN et al., 1988). As investigações de salto em profundidade estão voltadas para evidenciar a elevação do centro de gravidade (BOSCO; KOMI, 1980; HÄKKINEN; KOMI, 1983) e a fadiga do atleta nessa sessão (NICOL et al., 1996; HORITA et al., 1999). A única hipertrofia estudada é dos ossos dos membros inferiores, ou seja, o aumento da massa óssea e da densidade óssea (UNEMURA et al., 1995, 2002). VERKHOSHANSKI e GOMES (2000) afirmam que a hipertrofia nos membros inferiores do desportista praticante de salto em profundidade é mínima. Cometti (2001), com base em constatações empíricas, também considera uma mínima hipertrofia do executante de salto em profundidade. Então, não conhecemos os mecanismos fisiológicos exatos da hipertrofia ocasionada pelo treino de salto em profundidade. Acreditamos que devem ser similares aos da sessão de musculação. A hipertrofia acontece por causa dos seguintes componentes (BADILLO; AYESTARÁN, 2001): aumento da quantidade e do tamanho das miofibrilas, aumento do tamanho do tecido conjuntivo, aumento da capilarização, mais quantidade de fibras musculares e, provavelmente, aumento do número de fibras musculares. O aumento no tamanho das miofibrilas está relacionado com o acréscimo dos filamentos de actina e miosina à periferia das miofibrilas (SIMÃO, 2003). O aumento no número de miofibrilas acontece através de um desequilíbrio entre a banda A e I, provavelmente da dilatação, e obriga os filamentos de actina a tracionar a linha Z (COMETTI, 2001). Com as contrações musculares sucessivas, essa tração desencadeia uma ruptura longitudinal nos discos Z e resulta em duas ou mais miofibrilas com o mesmo comprimento do sarcômero (KOMI, 1992). O aumento da proteína contrátil durante a hipertrofia ocasiona redução da densidade do volume da mitocôndria (ANTONIO; GONYEA, R. Min. Educ. Fís., Viçosa, v. 13, n. 2, p. 43-60, 2005 51 1993), enquanto o retículo sarcoplasmático e a densidade do volume do túbulo T aumentam de acordo com o volume da miofibrila (GOLDBERG et al., 1975). O colágeno, as células de elastina e fibras pertencem ao tecido conjuntivo. O colágeno é o componente mais importante do tecido conjuntivo. O tecido conjuntivo cobre os músculos, tendões e ligamentos, tendo participação na força condutora do músculo com o sistema osso- alavanca (SIMÃO, 2003). Para alguns pesquisadores, o aumento do tecido conjuntivo pouco contribui para o aumento da força, mas é importante para a hipertrofia (BADILLO; AYESTARÁN, 2001). O aumento da capilarização ou vascularização está associado com o maior tamanho da musculatura, acontecendo nas fibras tipo I ou tipo II (HATHER et al., 1991). Em exercícios de musculação de força máxima, a quantidade de capilares diminui, enquanto nos trabalhos de musculação visando hipertrofia máxima ocorre acréscimo no número de capilares (COMETTI, 2001). Parece que essa diferença de capilares em ambos os trabalhos está relacionada com o número de repetições. O aumento no tamanho das fibras musculares acontece em fibras tipo I e tipo II no atleta que pratica musculação (McDONAGH; DAVIES, 1984). Geralmente, nas fibras tipo II acontece em maior quantidade o aumento do tamanho, quando comparamos com as fibras musculares tipo I (BADILLO; AYESTARÁN, 2001; HÄKKINEN et al., 1985). O aumento no tamanho das fibras está relacionado com a genética do praticante (KOMI, 1992). Outro fator que influencia o aumento no tamanho das fibras musculares está relacionado com o volume, a intensidade e a duração do treinamento (ABERNETHY et al., 1994). O tipo de capacidade física praticada na sessão de força também influencia o aumento na dimensão da fibra muscular (GOLDSPINK, 1991). Merece atenção o fato de que o tipo de exercício prescrito na sessão de musculação influencia o aumento da dimensão da fibra muscular. Exercícios uniarticulares conseguem melhor hipertrofia do que os multiarticulares (Sale, 1998, citado pelo Professor Mestre Djalma Rabelo Ricardo - , explicação na Pós-Graduação Lato Sensu, 10 de setembro de 2002), embora as chances de lesão sejam menores no trabalho multiarticular (DELECLUSE et al., 1995). R. Min. Educ. Fís., Viçosa, v. 13, n. 2, p. 43-60, 200552 A célula satélite tem função de reconstruir o material contrátil danificado e facilitar o crescimento e a manutenção da fibra muscular (ANTONIO; GOYNEA, 1993). Elas localizam-se entre a lâmina basal do músculo e o sarcolema das miofibrilas (ADAMS, 1998). A célula satélite é distribuída de maneira uniforme na musculatura, mas, se o tecido estiver com microlesões, elas migram e multiplicam- se no local afetado (KADI, 2000), vindo fundir-se com a fibra muscular e doar seu mionúcleo, com o intuito de restaurar a fibra (ADAMS, 1998; KADI, 2000). Vários estudos sugerem que a proliferação da célula satélite proporciona regeneração da fibra e compensa com a hipertrofia muscular, aumentando a quantidade de actina e miosina (ADAMS, 1998). As células satélites são mais abundantes nos animais jovens e diminuem à medida que a idade avança (SIMÃO, 2003). Elas são predominantes nas fibras tipo I, talvez porque sejam mais usadas, e é provável que a maior capilarização ajude nesse acontecimento. A hiperplasia não é totalmente conhecida; parece que as células satélites causam essa reação fisiológica proveniente do treino de musculação (BADILLO; AYESTARÁN, 2001). Alguns pesquisadores afirmam que a hiperplasia aparece a partir de novas fibras das células satélites, que tentam restaurar a fibra muscular danificada, ou através da divisão longitudinal de uma fibra hipertrofiada, dividindo-se em duas ou mais (McARDLE et al., 1998). Apesar dessas explicações, mais investigações precisam ser feitas para descobrirmos os mecanismos fisiológicos da hiperplasia, sendo evidenciada apenas em animais (ABERNETHY et al., 1994; KADI et al., 2000). Bacurau et al. (2001) afirmam que, se a hiperplasia acontecer em humanos, pode não ser maior do que 5%, embora existam controvérsias para tais afirmações. Contudo, se alguma investigação evidenciar a hiperplasia, não é o “estado da arte”, merecendo novas identificações desse fenômeno fisiológico para corroborarmos a existência em humanos. Segundo WIilmore e Costill (2001), poucos estudos identificaram a hiperplasia em seres humanos, como é o caso da pesquisa de Kadi et al. (1999), que observaram a hiperplasia no trapézio de 10 levantadores de peso de elite suecos. Outro acontecimento fisiológico decorrente do treino de força é a alta probabilidade de as fibras tipo I serem convertidas em tipo II (FLECK; KRAEMER, 1999), principalmente se o trabalho for de alta intensidade R. Min. Educ. Fís., Viçosa, v. 13, n. 2, p. 43-60, 2005 53 (BACURAU et al., 2001) – caso ocorrido na sessão de musculação de força máxima e/ou potência e no treino de salto em profundidade. CONCLUSÃO Esta revisão apresentou os principais mecanismos fisiológicos decorrentes do treino de força máxima e/ou potência e da sessão de salto em profundidade em atletas de desportos de potência. Entretanto, são necessários mais estudos, porque a maioria das investigações ocorre em não - atletas; talvez os resultados possam ser diferentes se forem investigados em competidores de desportos de potência. Esperamos que os cientistas tentem descobrir novas adaptações fisiológicas sobre a sessão de forçaem atletas de desportos de potência, com o intuito de auxiliar na prescrição e avaliação do treinamento. ABSTRACT The objective of this review was to explain the main physiological adaptations resulting from the maximum strength and/or potency training and depth jumping sessions, in order to facilitate the prescription and evaluation of strength training for strength athletes. There are few studies on the physiological adaptations occurred in potent competitors once most investigations are carried out with non-athletes. Keywords: strength training, physiological adaptation, strength sports. REFERÊNCIAS ABERNETHY, P. J.; JÜRIMÄE, J.; LOGAN, P. A.; TAYLOR, A. W.; THAYER, R. E. Acute and chronic response of skeletal muscle to resistance exercise. Sports Medicine, v. 17, n. 1, p. 22-38, 1994. ADAMS, G. R. Role of insulin-like growth factor-I in the regulation of skeletal muscle adaptation to increased loading. Exercise and Sport Sciences Reviews, v. 26, p. 31-60, 1998. R. Min. Educ. Fís., Viçosa, v. 13, n. 2, p. 43-60, 200554 ANTONIO, J.; GONYEA, W. J. Skeletal muscle fiber hyperplasia. 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