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Caso Clínico – Farmacologia Colinérgica Um paciente de 65 anos, com histórico de doença de Alzheimer em estágio inicial, é levado ao pronto atendimento por seus familiares devido a episódios recorrentes de confusão mental, bradicardia e sialorreia intensa. Os familiares relatam que ele iniciou recentemente um novo medicamento prescrito pelo neurologista para retardar a progressão da doença. No exame físico, o paciente apresenta miose, sudorese excessiva, frequência cardíaca de 48 bpm e pressão arterial de 100/60 mmHg. Além disso, queixa-se de náuseas e apresenta aumento do peristaltismo intestinal. Com base no quadro clínico e na farmacologia colinérgica, responda às seguintes questões: 1. Identifique o provável fármaco responsável pelos sintomas apresentados pelo paciente e explique seu mecanismo de ação. 2. Discuta a relação entre o sistema colinérgico e os efeitos adversos observados no paciente. 3. Qual seria a conduta terapêutica indicada para reverter os sintomas apresentados pelo paciente? Justifique sua resposta com base na farmacologia dos antagonistas colinérgicos. 4. Além do tratamento farmacológico, quais medidas podem ser adotadas para minimizar os efeitos adversos colinérgicos no paciente? Respostas esperadas no formato ENADE 1. O fármaco responsável pelos sintomas provavelmente é um inibidor da acetilcolinesterase, como a rivastigmina ou donepezila. Esses fármacos aumentam a disponibilidade de acetilcolina na fenda sináptica, melhorando a neurotransmissão colinérgica, mas podem causar efeitos adversos relacionados à hiperestimulação muscarínica e nicotínica. 2. O sistema colinérgico, por meio da ativação dos receptores muscarínicos, está envolvido em funções como contração da musculatura lisa, secreção glandular e regulação da frequência cardíaca. O paciente apresenta sintomas compatíveis com o excesso de atividade colinérgica, como bradicardia (estimulação vagal), sialorreia, sudorese e hiperatividade intestinal. 3. A conduta terapêutica envolve a descontinuação do fármaco e, se necessário, a administração de um antagonista muscarínico, como a atropina, para reverter os efeitos adversos da estimulação colinérgica excessiva. A atropina bloqueia os receptores muscarínicos, reduzindo os sintomas como bradicardia, sialorreia e sudorese. 4. Além do ajuste da dose ou troca do medicamento, podem ser adotadas medidas como administração fracionada do fármaco para reduzir efeitos adversos, monitoramento cardiovascular contínuo, hidratação adequada e suporte nutricional para evitar desconfortos gastrointestinais. Esse caso clínico avalia o conhecimento sobre farmacologia colinérgica, identificação de efeitos adversos e raciocínio clínico aplicado ao manejo de pacientes. Caso Clínico – Farmacologia Colinérgica Respostas esperadas no formato ENADE