Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.

Prévia do material em texto

Vitaminas
Hidrossolúves e Lipossolúveis
Conceito e importância metabólica
As vitaminas são compostos orgânicos essenciais que atuam em pequenas
quantidades, regulando reações metabólicas vitais. 
Atam como cofatores enzimáticos ou moléculas reguladoras que atuam em
centenas de reações bioquímicas.
 Embora não forneçam energia diretamente, são indispensáveis para o
aproveitamento metabólico de carboidratos, proteínas e lipídios.
 A deficiência de uma única vitamina pode comprometer várias vias
metabólicas.
Ferrier, 2019; Krause & Mahan, 2022.
Conceito e importância metabólica
São micronutrientes orgânicos, essenciais à vida e que não podem ser
sintetizados em quantidades suficientes pelo organismo, devendo ser obtidos pela
alimentação.
Participam de processos como:
 Crescimento e diferenciação celular;
 Metabolismo de carboidratos, proteínas e lipídios;
 Defesa antioxidante e imunidade.
Ferrier, 2019
Classificação
As vitaminas são classificadas conforme sua solubilidade:
 • Lipossolúveis: A, D, E, K → dissolvem-se em gordura, são armazenadas no
fígado e tecido adiposo.
 • Hidrossolúveis: complexo B e vitamina C → dissolvem-se em água e não são
armazenadas em grande quantidade.
Lanham-New, 2022.
Classificação
Característica Lipossolúveis (A, D, E, K) Hidrossolúveis (B, C)
Absorção
Associada a gorduras e sais
biliares
Intestinal direta
Transporte
Via quilomícrons e
lipoproteínas
Via plasmática livre
Armazenamento Fígado e tecido adiposo Pouco armazenamento
Excreção
Limitada → risco de
toxicidade
Urinária → baixo risco
Muttoni, 2016.
Funções gerais das vitaminas
As vitaminas atuam como:
 • Coenzimas: participam de reações catalíticas (complexo B).
 • Antioxidantes: combatem radicais livres (vit. C e E).
 • Reguladoras: envolvidas na expressão gênica (A e D). 
Ferrier, 2019.
Funções gerais das vitaminas
O metabolismo de glicose, lipídios e proteínas depende de cofatores derivados de
vitaminas:
 • B1 (tiamina): piruvato desidrogenase.
 • B2 (riboflavina): FAD e FMN.
 • B3 (niacina): NAD e NADP.
 • B5 (ácido pantotênico): Coenzima A.
 • B6 (piridoxina): metabolismo de aminoácidos.
Ferrier, 2019.
Absorção e biodisponibilidade
A absorção das vitaminas depende de:
Integridade intestinal e presença de sais biliares;
Interações com proteínas transportadoras;
Disponibilidade alimentar (matéria-prima e forma química);
Presença de gordura (lipossolúveis) ou difusão passiva (hidrossolúveis).
Lanham-New, 2022.
Vitaminas Lipossolúveis – Introdução
Essas vitaminas são absorvidas junto às gorduras alimentares. 
Sua absorção depende de bile e lipases pancreáticas. 
São mais suscetíveis à hipervitaminose.
Lanham-New, 2022.
Vitamina A (Retinoides e Carotenoides)
Absorção:
Ocorre no intestino delgado, junto às gorduras; requer bile e lipases pancreáticas.
Os carotenoides são convertidos em retinal e depois em retinol no enterócito.
Transportada em quilomícrons até o fígado, onde é armazenada.
Funções metabólicas:
Forma o 11-cis-retinal, componente da rodopsina (visão noturna).
Atua na diferenciação celular epitelial e na expressão gênica via receptor nuclear
RAR/RXR.
Participa da imunidade inata e adaptativa, modulando linfócitos T e B.
Ferrier, 2019; Lanham-New, 2022.
Vitamina A (Retinoides e Carotenoides)
Fontes alimentares:
Retinol: fígado, gema, laticínios integrais, óleo de fígado de peixe.
Carotenoides: cenoura, abóbora, mamão, manga, espinafre.
Deficiência:
Cegueira noturna, xeroftalmia, hiperqueratose folicular, imunossupressão.
Excesso:
Cefaleia, hepatomegalia, hipercalcemia, teratogenicidade.
Ferrier, 2019; Lanham-New, 2022.
Vitamina D (Colecalciferol/Ergocalciferol)
Absorção e metabolismo:
80–90% é sintetizada na pele (7-deidrocolesterol → colecalciferol via UVB).
É hidroxilada no fígado (25-hidroxivitamina D) e depois nos rins (1,25-di-
hidroxivitamina D – calcitriol).
Atua como hormônio esteroide via receptores nucleares (VDR).
Funções metabólicas:
Regula absorção intestinal de Ca²⁺ e P.
Estimula expressão de calbindina e osteocalcina.
Participa da diferenciação celular e modulação imune.
Krause & Mahan, 2022.
Vitamina D (Colecalciferol/Ergocalciferol)
Fontes alimentares:
Peixes gordos (salmão, sardinha), gema, manteiga, leite fortificado.
Deficiência:
Raquitismo (crianças), osteomalácia (adultos), osteopenia e sarcopenia.
Excesso:
Hipercalcemia, calcificação de tecidos moles, anorexia, náusea.
Krause & Mahan, 2022.
Vitamina E (Tocoferóis e Tocotrienóis)
Absorção:
Realizada com lipídios, depende de sais biliares e quilomícrons.
Transportada por LDL e HDL.
Funções:
Principal antioxidante lipossolúvel: protege fosfolipídios das membranas contra
peroxidação.
Regenera a vitamina C oxidada.
Protege LDL da oxidação (ação antiaterogênica).
Ferrier, 2019.
Vitamina E (Tocoferóis e Tocotrienóis)
Fontes:
Óleos vegetais, amêndoas, nozes, sementes de girassol, abacate.
Deficiência:
Anemia hemolítica, neuropatia periférica, degeneração retiniana.
Excesso:
Pode interferir na vitamina K e aumentar risco de hemorragias.
Ferrier, 2019.
Vitamina K (Filoquinona e Menaquinona)
Absorção:
Filoquinona (K1): de origem vegetal; absorvida com gorduras.
Menaquinona (K2): sintetizada por bactérias intestinais.
Funções:
Cofator da enzima gama-glutamil carboxilase, necessária para ativar fatores da
coagulação (II, VII, IX, X).
Atua na carboxilação da osteocalcina (metabolismo ósseo).
Muttoni, 2016; Krause & Mahan, 2022.
Vitaminas Hidrossolúveis – Introdução
São solúveis em água, absorvidas diretamente e raramente acumuladas. 
Excesso é excretado na urina. 
Participam de reações metabólicas enzimáticas.
Lanham-New, 2022.
Complexo B – Visão Geral
Participam de reações de descarboxilação, oxidação e transferência de
grupos químicos, sendo cofatores fundamentais no metabolismo energético.
São vitaminas hidrossolúveis, portanto não são armazenadas em grandes
quantidades no organismo e precisam ser ingeridas diariamente.
Essenciais para o bom funcionamento do sistema nervoso, muscular e
cardiovascular.
Ferrier, 2019.
Vitamina B1 (Tiamina)
Absorção: jejuno e íleo; ativa na forma de tiamina pirofosfato (TPP).
Funções: cofator da piruvato desidrogenase e alfacetoglutarato
desidrogenase, liga glicólise ao ciclo de Krebs.
Fontes: cereais integrais, carnes, leguminosas.
Deficiência: beribéri, encefalopatia de Wernicke (álcool).
Ferrier, 2019.
Beribéri (Deficiência de B1)
Ela afeta principalmente o sistema nervoso e o sistema cardiovascular, já que a
tiamina é essencial para o metabolismo da glicose e para a produção de energia
nas células.
Deficiência de vitamina B1 (tiamina): geralmente por dieta pobre em cereais
integrais, carnes e leguminosas, ou por alcoolismo
 crônico, que prejudica a absorção da vitamina.
Ferrier, 2019.
Beribéri (Deficiência de B1)
Tipos de Beribéri
Beribéri seco (ou nervoso)
Afeta o sistema nervoso periférico.
Sintomas: fraqueza muscular, formigamento, perda de sensibilidade nos pés e
mãos, dificuldade para andar, paralisia e atrofia muscular.
Beribéri úmido (ou cardíaco)
Afeta o sistema cardiovascular.
Sintomas: taquicardia, falta de ar, inchaço (edema), insuficiência cardíaca e
aumento do coração.
Ferrier, 2019.
Beribéri (Deficiência de B1)
Prevenção e tratamento
Ingestão adequada de alimentos ricos em vitamina B1: cereais integrais, carnes
magras (principalmente porco), fígado, leguminosas e sementes.
Suplementação de tiamina em casos de deficiência ou alcoolismo.
Em estágios iniciais, a melhora é rápida com o tratamento adequado.
Ferrier, 2019.
Vitamina B2 (Riboflavina)
Funções: participa da produção de energia celular, pois é componente das coenzimas
FAD (flavina adenina dinucleotídeo) e FMN (flavina mononucleotídeo).
É essencial para a manutenção da pele, mucosas e olhos saudáveis
Metabolismo: absorvida no intestino delgado, armazenada no fígado.
Fontes: leite, ovos, carne, vegetais verdes.
Deficiência: Quando há falta de B2, surgem alterações típicas nas mucosas e na pele,
especialmentenas áreas de atrito ou umidade (boca, nariz, olhos), como queilose,
glossite, dermatite seborreica.
Cardoso, 2019.
Vitamina B2 (Riboflavina)
Queilose (ou queilite angular)
Fissuras dolorosas nos cantos da boca.
Pode evoluir para inflamação e crostas.
Comum em associação com outras deficiências do complexo B.
Cardoso, 2019.
Vitamina B2 (Riboflavina)
Glossite
Inflamação da língua, que fica vermelha, lisa e dolorida (“língua em carne
viva”).
Pode causar dificuldade para mastigar e engolir.
Cardoso, 2019.
Vitamina B2 (Riboflavina)
Dermatite seborreica
Lesões oleosas, descamativas e avermelhadas ao redor do nariz, boca e
orelhas.
Ocorre por alteração na renovação celular e função das glândulas sebáceas.
Cardoso, 2019.
Vitamina B3 (Niacina)
Funções: precursora de NAD e NADP → metabolismo energético e síntese
de ácidos graxos.
É essencial para a produção de energia celular, função nervosa e saúde da
pele e do trato gastrointestinal.
Síntese endógena: a partir de triptofano (dependente de B6).
Fontes: carnes, peixes, amendoim, leguminosas.
Deficiência: pelagra (3 D’s: dermatite, diarreia, demência).
Ferrier, 2019.
Pelagra (Deficiência de B3)
Ocorre pela falta de niacina ou de triptofano
(aminoácido que pode ser convertido em niacina).
 É mais comum em dietas pobres em proteínas,
especialmente à base de milho não tratado, ou em casos
de alcoolismo e síndromes de má absorção.
Ferrier, 2019.
Pelagra (Deficiência de B3)
Manifestações clássicas – “As 3 D’s”:
Dermatite – lesões simétricas em áreas expostas ao sol, com pele
avermelhada, áspera e descamativa.
Diarreia – inflamação do trato gastrointestinal, causando dor abdominal e
fezes líquidas.
Demência – alterações neurológicas, como irritabilidade, depressão,
confusão mental e perda de memória
Ferrier, 2019.
Vitamina B5 (Ácido Pantotênico)
Funções: componente da Coenzima A, essencial para o metabolismo de
ácidos graxos e ciclo de Krebs.
É fundamental para praticamente todas as reações que envolvem produção e
utilização de energia no corpo.
Fontes: fígado, ovos, grãos, carne.
Deficiência: rara; fadiga, parestesia. 
Lanham-New, 2022.
Vitamina B6 (Piridoxina)
Formas ativas: piridoxal, piridoxamina e piridoxal-5-fosfato.
Funções: metabolismo de aminoácidos, síntese de neurotransmissores
(serotonina, GABA, dopamina). 
Participa da síntese de hemoglobina (por isso a deficiência causa anemia
e atua no metabolismo do triptofano em niacina (vitamina B3).
Fontes: carnes, banana, cereais integrais, batata.
Deficiência: anemia microcítica, neuropatia.
Krause & Mahan, 2022.
Vitamina B7 (Biotina)
Funções: Atua como coenzima de carboxilases, essenciais em reações de
gliconeogênese, síntese de ácidos graxos e catabolismo de aminoácidos.
Importante para o crescimento celular, saúde da pele, cabelos e unhas.
Contribui para a regulação da expressão gênica e do metabolismo
energético.
Fontes: gema de ovo, nozes, fígado. Também é produzida pela microbiota
intestinal.
Deficiência: rara; causada por consumo de clara crua (avidina).
Ferrier, 2019.
Vitamina B9 (Folato)
Funções: Atua como coenzima em reações de metilação — essencial para a
síntese de DNA e RNA e a divisão celular.
Importante para a formação de glóbulos vermelhos e regeneração de
tecidos.
Atua junto com a vitamina B12 no metabolismo da homocisteína,
prevenindo doenças cardiovasculares.
Absorção: duodeno e jejuno; requer conjugase intestinal transformação da
forma alimentar em forma ativa).
Sensível ao calor e à luz — perde-se facilmente no cozimento
Lanham-New, 2022.
Vitamina B9 (Folato)
Fontes: folhas verdes, leguminosas, fígado.
Deficiência: anemia megaloblástica, risco de malformações fetais.
Importância prática: Suplementação é recomendada no pré-natal,
especialmente nas primeiras semanas de gestação.
Lanham-New, 2022.
Deficiência de folato (vitamina B9) 
A deficiência de folato (vitamina B9) durante a gestação pode causar
problemas graves no desenvolvimento do feto, especialmente nas primeiras
semanas de gravidez, quando o sistema nervoso está se formando.
Defeitos do tubo neural (DTN)
O tubo neural é a estrutura embrionária que dá origem ao cérebro e à
medula espinhal.
Quando há falta de folato, o tubo neural pode não se fechar corretamente,
resultando em:
Espinha bífida → malformação da coluna vertebral e da medula.
Lanham-New, 2022.
Deficiência de folato (vitamina B9) 
Anencefalia → ausência parcial do cérebro e do crânio (geralmente incompatível
com a vida).
Encefalocele → protusão de parte do cérebro por uma abertura no crânio.
Outras possíveis consequências
Atraso no crescimento intrauterino.
Parto prematuro.
Baixo peso ao nascer.
Aumento do risco de aborto espontâneo.
Problemas cardíacos congênitos e malformações do trato urinário em alguns casos.
Lanham-New, 2022.
Vitamina B12 (Cobalamina)
Absorção: Requer o fator intrínseco gástrico 
A absorção ocorre no íleo terminal, por meio do complexo B12–fator
intrínseco.
Ocorre armazenamento hepático (estoques podem durar anos).
Funções: Atua no metabolismo da homocisteína → metionina, prevenindo
doenças cardiovasculares.
Essencial para a síntese de DNA e divisão celular.
Fundamental para a formação dos glóbulos vermelhos e para a manutenção
da bainha de mielina (função neurológica).
Lanham-New, 2022.
Vitamina B12 (Cobalamina)
Fontes: carnes, leite, ovos (apenas origem animal).
Deficiência: 
Anemia megaloblástica (perniciosa) — devido à falha na maturação dos
glóbulos vermelhos.
Neuropatia periférica, formigamentos, fraqueza e fadiga.
Causas: dieta vegana sem suplementação, gastrite atrófica, doença de
Crohn, cirurgia bariátrica, uso prolongado de inibidores de ácido gástrico.
A deficiência prolongada pode causar danos neurológicos irreversíveis.
Lanham-New, 2022.
Vitamina C (Ácido Ascórbico)
Funções: antioxidante hidrossolúvel; cofator da hidroxilação do colágeno;
favorece absorção de ferro não heme.
Essencial para imunidade e prevenção da anemia por deficiência de
ferro.
Fontes: frutas cítricas, acerola, kiwi, pimentão.
Deficiência: escorbuto (hemorragias, gengivite, atraso cicatricial).
Cardoso, 2019.
Escorbuto (Deficiência de Vitamina C)
Ocorre pela carência de ácido ascórbico (vitamina C), essencial para a síntese de
colágeno, manutenção dos tecidos conjuntivos e integridade vascular.
É mais comum em dietas pobres em frutas e vegetais frescos, especialmente em
populações com alimentação restrita, alcoolismo, desnutrição ou em idosos e
fumantes.
A deficiência leva a fragilidade capilar, hemorragias, gengivite, dor articular e
atraso na cicatrização de feridas.
Cardoso, 2019.
Recomendações
Aplicações clínicas das vitaminas
Situação Clínica Vitaminas envolvidas Conduta
Gestação B9, B12, D Suplementação preventiva
Envelhecimento D, B12, antioxidantes Monitoramento laboratorial
Alcoolismo B1, B6, folato Reposição combinada
Desnutrição Todas Plano alimentar e polivitamínico
Vegetarianismo B12, D, ferro Suplementação específica
Lanham-New, 2022.
Vitamina
Homens
(RDA)
Mulheres
(RDA)
Unidade Função principal
Vitamina A
(Retinol)
900 700
µg
RAE/dia
Visão, diferenciação celular,
imunidade
Vitamina D
(Colecalciferol)
600 600
UI/dia (15
µg)
Absorção de cálcio e fósforo, ossos
Vitamina E
(Tocoferol)
15 15 mg/dia
Antioxidante, integridade de
membranas
Vitamina K
(Filoquinona)
120 90 µg/dia
Coagulação sanguínea,
metabolismo ósseo
Ingestão diária recomendada de vitaminas para adultos (19–59 anos)
Vitamina Homens
(RDA)
Mulheres
(RDA)
Unidade Função principal
Vitamina C (Ácido
ascórbico)
90 75 mg/dia Antioxidante, síntese de colágeno, ferro
Vitamina B1 (Tiamina) 1,2 1,1 mg/dia Metabolismo de carboidratos
Vitamina B2
(Riboflavina)
1,3 1,1 mg/dia Reações redox (FAD/FMN)
Vitamina B3 (Niacina) 16 14 mg NE/dia Metabolismo energético (NAD/NADP)
Vitamina B5 (Ácido
pantotênico)
5 5 mg/dia Componente da Coenzima A
Vitamina B6
(Piridoxina)
1,3 1,3 mg/dia Metabolismo de aminoácidos
Vitamina B7 (Biotina) 30 30 µg/dia Coenzima em reações de carboxilaçãoVitamina B9 (Ácido
fólico)
400 400 µg DFE/dia Síntese de DNA e divisão celular
Vitamina B12
(Cobalamina)
2,4 2,4 µg/dia Formação de hemácias e mielina
Vitamina UL (máximo
tolerável)
Efeitos do excesso
Vitamina A 3.000 µg/dia Hepatotoxicidade, teratogenicidade
Vitamina D 4.000 UI/dia (100
µg)
Hipercalcemia, calcificação
Vitamina E 1.000 mg/dia Interfere na coagulação
Vitamina C 2.000 mg/dia Diarreia, nefrolitíase
Vitamina B6 100 mg/dia Neuropatia periférica
Niacina (B3) 35 mg/dia Rubor, dano hepático
Ácido fólico 1.000 µg/dia Pode mascarar deficiência de B12
Valores máximos toleráveis (UL – Upper Limit)
Suplementação Vitamínica na Atualidade
O uso de vitaminas e minerais é amplamente difundido na população, mas o
excesso de suplementação pode gerar efeitos adversos metabólicos e tóxicos.
 Nos últimos anos, cresceram práticas de “soros multivitamínicos” e
megadoses orais, muitas vezes sem necessidade clínica comprovada.
O organismo não utiliza vitaminas além do necessário; 
o excesso não melhora o metabolismo, podendo sobrecarregar fígado e rins.
 Krause & Mahan, 2022; SOBRASE, 2024.
Conceito de Hipervitaminose
A hipervitaminose ocorre quando a ingestão ou suplementação excede a
capacidade metabólica e de excreção do organismo, resultando em acúmulo
e toxicidade.
Mais comum nas vitaminas lipossolúveis (A, D, E, K).
Pode ser aguda (megadose isolada) ou crônica (uso prolongado).
Ferrier, 2019.
 Excesso de Vitaminas Hidrossolúveis
Embora sejam mais facilmente excretadas, megadoses também causam efeitos
adversos:
Vitamina C (>2.000 mg/dia): diarreia, nefrolitíase (oxalato).
Vitamina B6 (>200 mg/dia): neuropatia periférica reversível.
Niacina (B3): hepatotoxicidade e vasodilatação (“flush”).
Lanham-New, 2022.
Soroterapia e “soros vitamínicos”
O uso de soros com vitaminas e minerais em clínicas estéticas é uma prática
crescente, mas não possui respaldo científico robusto.
 
Riscos potenciais:
Desequilíbrio hidroeletrolítico.
Reações anafiláticas.
Sobrecarga renal e hepática.
Distorção do conceito de “nutrição funcional”.
SOBRASE, 2024; Conselho Federal de Nutrição (CFN), Nota Técnica 2023.
Diretrizes Clínicas e Condutas Seguras
Suplementação deve ser individualizada, baseada em exames bioquímicos e
avaliação clínica.
Priorizar fontes alimentares naturais e avaliar risco-benefício.
Evitar megadoses sem respaldo.
Educar pacientes sobre “mais nem sempre é melhor”.
O uso indiscriminado de vitaminas pode gerar efeitos 
 adversos graves.
Cabe ao nutricionista, garantir condutas baseadas em 
 evidência científica, com segurança metabólica e clínica.
Krause & Mahan, 2022; BRASPEN, 2023.

Mais conteúdos dessa disciplina