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DIREITO PROCESSUAL PENAL - TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR PEDRO IVO Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 1 DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS – TJDFT ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA PROFESSOR PEDRO IVO AULA 09 – RECURSOS Futuros Aprovados, Hoje chegamos à nossa nona aula e trataremos de um tema que deve ser estudado com a maior objetividade possível. É um assunto extremamente amplo, mas com alguns pontos que não merecem grande atenção, pois nunca apareceram em concursos públicos, sejam estes da área policial, jurídica, tribunais, ou qualquer outro. É um tema que vai exigir o conhecimento de diversos pontos que vimos no decorrer do curso. Sendo assim, se ainda há pendências, minha recomendação é a seguinte: Releia os tópicos anteriores, estude e, somente após, inicie esta aula. Agora, vamos começar a subir mais um degrau da nossa escada do processo penal... Rumo ao TJDFT!!! Bons estudos! *********************************************************** 9.1 – RECURSOS – NOÇÕES GERAIS 9.1.1 CONCEITO Segundo o ilustre E. Magalhães Noronha, recurso “é a providência legal imposta ao juiz ou concedida à parte interessada, objetivando nova apreciação da decisão ou situação processual, com o objetivo de corrigi-la, modificá-la ou confirmá-la.” Podemos, em resumo, dizer que são os meios processuais que as partes dispõem para pedir a reforma, modificação ou esclarecimento de uma decisão judicial. 9.1.1 FINALIDADE O recurso tem por finalidade propiciar o reexame de uma decisão por órgão jurisdicional de superior instância ou pelo mesmo órgão que a prolatou. Justifica-se, primordialmente na Constituição Federal que instituiu o princípio do duplo grau de jurisdição. DIREITO PROCESSUAL PENAL - TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR PEDRO IVO Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 2 DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS – TJDFT ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA PROFESSOR PEDRO IVO 9.1.2 CLASSIFICAÇÕES Existem diversas classificações cabíveis para os recursos. Vamos verificar aquelas que são importantes para sua PROVA: a) Quanto à obrigatoriedade: I) Recurso voluntário: é aquele em que a interposição depende unicamente da vontade das partes. Trata-se de regra no processo penal brasileiro, pois, segundo o art. 574, caput, os recursos serão voluntários, excetuando-se os casos em que deverão ser interpostos de ofício pelo juiz. Exemplo: a apelação contra sentença condenatória. Art. 574. Os recursos serão voluntários, excetuando-se os seguintes casos, em que deverão ser interpostos, de ofício, pelo juiz OBSERVAÇÃO A DOUTRINA DIVERGE EM CONSIDERAR O DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO COMO UM PRINCÍPIO DE PROCESSO INSERIDO NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL, JÁ QUE INEXISTE A SUA PREVISÃO EXPRESSA NO TEXTO CONSTITUCIONAL. DENTRE OS AUTORES QUE NÃO A ADMITEM, PODE-SE MENCIONAR MANOEL ANTONIO TEIXEIRA FILHO, ARRUDA ALVIM, TUCCI E CRUZ E TUCCI, DENTRE OUTROS. DE OUTRO LADO EXISTEM AUTORES TAIS COMO HUMBERTO THEODORO JUNIOR E NELSON NERY JUNIOR QUE ADMITEM O DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO, COMO PRINCÍPIO DE PROCESSO INSERIDO NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. AQUELES QUE ACREDITAM QUE O DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO É UM PRINCÍPIO PROCESSUAL CONSTITUCIONAL, INCLUSIVE DE PROCESSO CIVIL, FUNDAMENTAM A SUA POSIÇÃO, NA COMPETÊNCIA RECURSAL ESTABELECIDA NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. AS BANCAS TEM SE POSICIONADO NO SENTIDO DE QUE O DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO É UM PRINCÍPIO CONSTITUCIONAL E, PORTANTO, ESTE DEVE SER O ENTENDIMENTO QUE VOCÊ DEVE LEVAR PARA SUA PROVA. DIREITO PROCESSUAL PENAL - TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR PEDRO IVO Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 3 DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS – TJDFT ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA PROFESSOR PEDRO IVO II) Reexame necessário: é aquele decorrente de obrigação legal, ou seja, a própria lei obriga à revisão como condição de eficácia para o trânsito em julgado (STF, Súmula 423). Não se trata propriamente de um recurso, devido ao não interesse recursal por parte do magistrado. Exemplos: concessão de habeas corpus (art. 574, I), reexame necessário em relação à absolvição sumária do acusado no procedimento dos crimes dolosos contra a vida (art. 574, II) e quanto à decisão que concede reabilitação criminal (art. 746). Art. 574. Os recursos serão voluntários, excetuando-se os seguintes casos, em que deverão ser interpostos, de ofício, pelo juiz: I - da sentença que conceder habeas corpus; II - da que absolver desde logo o réu com fundamento na existência de circunstância que exclua o crime ou isente o réu de pena, nos termos do art. 411. b) Quanto às fontes: I) Constitucionais: são os recursos previstos no texto da Constituição Federal, tais como os recursos: extraordinário (CF/1988, art. 102, III), especial (CF/1988, art. 105, III) e ordinário (CF/1988, arts. 102, II e 105, II). II) Legais: são os recursos previstos no CPP ou em leis especiais. É o caso, por exemplo, da apelação (art. 593) e do recurso de agravo em execução (Lei de Execução Penal, art. 197). c) Quanto à motivação: I) Recursos ordinários: são os recursos que não exigem o cumprimento de requisitos específicos para sua interposição, bastando apenas os pressupostos normais atinentes a qualquer recurso. Baseiam- se no mero inconformismo da parte. Exemplo: a apelação interposta contra sentença condenatória. II) Recursos extraordinários: são aqueles que possuem requisitos específicos para sua interposição. Exemplo: os embargos infringentes, que são oponíveis apenas contra acórdãos não unânimes e desfavoráveis ao réu. DIREITO PROCESSUAL PENAL - TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR PEDRO IVO Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 4 DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS – TJDFT ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA PROFESSOR PEDRO IVO 9.1.3 JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE Um recurso só é viável quando presentes os chamados pressupostos objetivos e subjetivos. Para a verificação de tais pressupostos, deve ser realizado o chamado juízo de admissibilidade. Como, em regra, os recursos são interpostos perante o juízo de primeira instância, logo que o mesmo é interposto deve ser submetido a tal juízo de admissibilidade, feito pelo órgão que prolatou a decisão. É o chamado juízo de admissibilidade pelo juiz a quo. Se o juiz a quo, verificando o cumprimento dos pressupostos recursais, receber o recurso, deve remetê-lo ao Tribunal competente para analisá-lo. Tal Tribunal deverá realizar um novo juízo de admissibilidade e será denominado de Tribunal ad quem. Vamos conhecer agora os pressupostos recursais objetivos e subjetivos: 9.1.3.1 PRESSUPOSTOS RECURSAIS OBJETIVOS São considerados pressupostos recursais objetivos: a) Cabimento: o recurso deve estar previsto em lei. b) Adequação: o recurso deve ser adequado à decisão que se pretende impugnar. Todavia, tal regra não se apresenta como absoluta, pois, por força do princípio da fungibilidade dos recursos, também chamado de teoria do recurso indiferente, salvo a hipótese de má-fé, a parte não será prejudicada pela interposição de um recurso por outro (art. 579). Art. 579. Salvo a hipótese de má-fé, a parte não será prejudicada pela interposição de um recurso por outro. Observação: se o juiz, desde logo, reconhecer a impropriedade do recursointerposto pela parte, mandará processá-lo de acordo com o rito do recurso cabível (art. 579, parágrafo único). Art. 579 [...] DIREITO PROCESSUAL PENAL - TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR PEDRO IVO Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 5 DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS – TJDFT ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA PROFESSOR PEDRO IVO Parágrafo único. Se o juiz, desde logo, reconhecer a impropriedade do recurso interposto pela parte, mandará processá-lo de acordo com o rito do recurso cabível. c) Tempestividade: o recurso deve ser interposto dentro do prazo previsto em lei. Os prazos recursais são fatais, contínuos e peremptórios, não se interrompendo por férias, domingo ou feriado (art. 798). Art. 798. Todos os prazos correrão em cartório e serão contínuos e peremptórios, não se interrompendo por férias, domingo ou dia feriado. No processo penal, em regra, o prazo é de 05 (cinco) dias, embora existam variações, como, por exemplo: embargos de declaração (02 dias), carta testemunhável (48 horas), embargos infringentes (10 dias), recurso extraordinário e especial (15 dias). Observação 01 Os defensores públicos gozam de prazo em dobro para interpor recurso (Lei nº 1.060/1950, art. 5º, § 5º, e LC nº 80/1994, art. 44). Observação 02 A Lei nº 9.800/1999 passou a permitir que as partes utilizem o sistema de transmissão de dados e imagens do tipo fac-símile para a prática de atos processuais que dependam de petição. O que deve ser considerado na aferição da tempestividade do recurso é a data de envio do fax. Os originais podem ser protocolados até cinco dias depois do término do prazo para recorrer. STF, HC 94.528/ES, DJ 27.03.2009, Informativo 536 Não se tem por válida a interposição de recurso pelo sistema fac-símile, ainda que, no prazo legal, quando a transmissão se dá fora do horário de atendimento ao público e por meio de equipamento não destinado a esse fim. DIREITO PROCESSUAL PENAL - TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR PEDRO IVO Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 6 DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS – TJDFT ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA PROFESSOR PEDRO IVO d) Regularidade: o recurso deve ser interposto com a observância das formalidades legais. O recurso será interposto por petição ou por termo nos autos, assinado pelo recorrente ou por seu representante. Não sabendo ou não podendo o réu assinar o nome, o termo será assinado por alguém, a seu rogo, na presença de duas testemunhas. Art. 578. O recurso será interposto por petição ou por termo nos autos, assinado pelo recorrente ou por seu representante. § 1o Não sabendo ou não podendo o réu assinar o nome, o termo será assinado por alguém, a seu rogo, na presença de duas testemunhas. e) Preparo: a falta do pagamento das custas, nos prazos fixados em lei ou marcados pelo juiz, importará deserção do recurso interposto (art. 806, § 2º). Tal regra aplica-se apenas aos casos de ação penal privada, pois, nas ações penais públicas, o Ministério Público não está sujeito ao pagamento de custas. 9.1.3.2 PRESSUPOSTOS RECURSAIS SUBJETIVOS São considerados pressupostos recursais objetivos: a) Legitimidade para recorrer: segundo o art. 577 do código de Processo Penal, são legitimados para recorrer: DICIONÁRIO DO CONCURSEIRO Petição � É a manifestação escrita quanto à vontade de recorrer, ou seja, aquela realizada sob a forma de um requerimento. Termo �É a manifestação oral de inconformidade, reduzida a escrito por quem tenha fé pública (Escrivão, por exemplo). STJ, HC 91.097/MA, DJ 06.04.2009 No que diz respeito ao recurso da defesa, em face dos princípios constitucionais da presunção de inocência e da ampla defesa, a interposição de recurso nas ações penais públicas não está sujeita à deserção por falta de preparo. DIREITO PROCESSUAL PENAL - TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR PEDRO IVO Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 7 DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS – TJDFT ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA PROFESSOR PEDRO IVO I) Em relação à acusação: • O Ministério Público; e • O querelante; II) Em relação à defesa: • O réu (pessoalmente); • O procurador do réu (advogado munido de procuração); e • O defensor (nomeado pelo juízo) b) Interesse: não se admitirá recurso da parte que não tiver interesse na reforma ou modificação da decisão (art. 577, parágrafo único). Art. 577. O recurso poderá ser interposto pelo Ministério Público, ou pelo querelante, ou pelo réu, seu procurador ou seu defensor. Observação Apesar de já havermos tratado do assistente do Ministério Público na nossa aula sobre sujeitos processuais, cabe relembrar que: Quanto ao assistente do Ministério Público, cabe a chamada legitimidade restrita e subsidiária, segundo a qual o assistente só poderá recorrer nos casos expressamente previstos em lei ou definidos pela jurisprudência. Exemplos: • RECURSO EM SENTIDO ESTRITO CONTRA EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE (ART. 584, § 1º); • APELAÇÃO CONTRA A IMPRONÚNCIA (ARTS. 416 E 598); • APELAÇÃO DA SENTENÇA CONDENATÓRIA OU ABSOLUTÓRIA (ART. 598); • RECURSOS EXTRAORDINÁRIO E ESPECIAL CONTRA ACÓRDÃO QUE DECLARAR OU RATIFICAR A EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE (STF, SÚMULA 210 E ART. 584, § 1º); • RECURSOS EXTRAORDINÁRIO E ESPECIAL CONTRA ACÓRDÃO QUE DESPRONUNCIAR OU RATIFICAR A IMPRONÚNCIA DO ACUSADO (STF, SÚMULA 210). DIREITO PROCESSUAL PENAL - TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR PEDRO IVO Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 8 DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS – TJDFT ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA PROFESSOR PEDRO IVO Parágrafo único. Não se admitirá, entretanto, recurso da parte que não tiver interesse na reforma ou modificação da decisão. Do exposto, podemos resumir: PRESSUPOSTOS OBJETIVOS PRESSUPOSTOS SUBJETIVOS CCAABBIIMMEENNTTOO LLEEGGIITTIIMMIIDDAADDEE PPAARRAA RREECCOORRRREERR AADDEEQQUUAAÇÇÃÃOO IINNTTEERREESSSSEE TTEEMMPPEESSTTIIVVIIDDAADDEE RREEGGUULLAARRIIDDAADDEE PPRREEPPAARROO 9.1.5 EXTINÇÃO DOS RECURSOS A extinção normal de um recurso ocorre após a análise e o julgamento de mérito do Tribunal ad quem. Entretanto, a extinção pode ocorrer através de: • Desistência: é o ato pelo qual o recorrente manifesta formalmente, após a interposição e o recebimento do recurso pelo juízo a quo, o desinteresse no seguimento, processamento e julgamento do recurso. Essa desistência só é cabível para o querelante, para o assistente de acusação e para a defesa, uma vez que o Ministério Público não poderá desistir de recurso que haja interposto (art. 576). Classifica-se como um fato extintivo. Art. 576. O Ministério Público não poderá desistir de recurso que haja interposto • Renúncia: consiste na manifestação da vontade da parte no sentido de demonstrar que não ingressará com o recurso. Classifica-se como um fato impeditivo do direito de recorrer e tem como efeito antecipar o trânsito em julgado da decisão judicial. DIREITO PROCESSUAL PENAL - TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR PEDRO IVO Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 9 DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS – TJDFT ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA PROFESSOR PEDRO IVO Assim: a) Desistência: é cabível do recurso já interposto;b) Renúncia: ocorre antes da interposição do recurso. 9.1.5 EFEITOS DOS RECURSOS São quatro os possíveis efeitos recursais: a) Devolutivo: é comum a todos os recursos. Significa que a interposição reabre a possibilidade de análise da questão combatida no recurso, por meio de um novo julgamento. A extensão dessa devolução, porém, é questão que depende de quem seja o recorrente: I) Recurso da acusação: possui limitado efeito devolutivo, uma vez que visa agravar a situação do réu. Assim, por exemplo, é nulo o acórdão que reconhece contra o réu nulidade não arguida no recurso da acusação, excetuados os casos de reexame necessário (STF, Súmula 160). II) Recurso da defesa: como visa melhorar a situação do réu, regra geral, possui efeito integral, ou seja, temas que não estiverem expressos na impugnação poderão ser analisados. Tal regra não é absoluta, pois o efeito devolutivo da apelação contra decisões do júri é adstrito aos fundamentos da sua interposição (STF, Súmula 713). DIREITO PROCESSUAL PENAL - TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR PEDRO IVO Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 10 DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS – TJDFT ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA PROFESSOR PEDRO IVO b) Suspensivo: significa que a interposição do recurso suspende a aplicabilidade da decisão recorrida. Apesar de tal efeito ser exceção no processo penal, encontra hipóteses de cabimento, tais como (apenas a título de conhecimento !!! Não é necessário “decorar”): I) Recurso em sentido estrito da decisão que julgar perdido o valor da fiança e daquela que denegar a apelação ou julgá-la deserta (art. 584, caput). II) Recurso em sentido estrito contra a decisão que julgar quebrada a fiança no que diz respeito à perda da metade de seu valor (art. 584, § 3º). c) Regressivo: esse efeito faz com que o próprio órgão julgador possa reapreciar a matéria, mantendo-a ou reformando-a, total ou parcialmente, antes do encaminhamento ao juízo ad quem. São exemplos de recurso com este efeito o recurso em sentido estrito (art. 589) e a carta testemunhável (art. 643). d) Extensivo: esse efeito está presente no caso de concurso de agentes, pois a decisão do recurso interposto por um dos réus, se fundado em motivos que não sejam de caráter exclusivamente pessoal, aproveitará aos outros. Exemplo: Tício e Mévio são condenados em primeira instância pelo crime de roubo. Tício ingressa com recurso alegando atipicidade do fato. Caso o juízo ad quem julgue atípico o fato, tal decisão será extensível a Mévio, não sendo aplicada somente a quem ingressou com o recurso. Do exposto podemos resumir: DIREITO PROCESSUAL PENAL - TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR PEDRO IVO Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 11 DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS – TJDFT ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA PROFESSOR PEDRO IVO 9.1.5 REFORMATIO IN PEJUS / IN MELLIUS Mesmo sem conhecer, ainda, as espécies de recursos, você já pôde perceber que existem recursos interpostos pela acusação (contra o réu) e aqueles apresentados pela defesa. Quando o réu tem a sua situação jurídica agravada, diz-se que ocorreu a reformatio in pejus (que se divide em direta e indireta). Diferentemente, se a situação do acusado é abrandada, tem-se a reformatio in mellius. Mas será que na hipótese de recurso exclusivo da defesa, o réu pode ter sua situação agravada? E no caso de recurso da acusação, poderá ter sua pena abrandada? Vamos analisar: • Reformatio in pejus direta: ocorre quando o juízo ad quem, apreciando recurso exclusivo da defesa, confere tratamento mais rígido ao réu. Tal situação não encontra cabimento no processo penal brasileiro, pois o Tribunal não pode proferir decisão que torne mais gravosa a situação do réu, ainda que haja erro evidente na sentença (art. 617). Art. 617. O tribunal, câmara ou turma atenderá nas suas decisões ao disposto nos arts. 383, 386 e 387, no que for aplicável, não podendo, porém, ser agravada a pena, quando somente o réu houver apelado da sentença. • Reformatio in pejus indireta: caso seja anulada decisão devido a recurso exclusivo da defesa, novo julgamento não poderá tornar a situação do acusado mais gravosa do que a proferida no julgamento anterior (STJ, HC 108.333/SP, DJ 08.09.2009). Ainda, agora segundo o STF: STF, HC 89.544/RN, DJ 15.05.2009, Informativos 542 e 546 Anulado o julgamento pelo tribunal do júri e a correspondente sentença condenatória, transitada em julgado para a acusação, não pode o acusado, na renovação do julgamento, vir a ser condenado a pena maior do que a imposta na sentença anulada, ainda que com base em circunstância não ventilada no julgamento anterior. DIREITO PROCESSUAL PENAL - TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR PEDRO IVO Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 12 DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS – TJDFT ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA PROFESSOR PEDRO IVO • Reformatio in melius: ocorre quando o juízo ad quem, apreciando recurso exclusivo da acusação, confere tratamento mais benéfico ao réu. Segundo o STJ: *************************************************************** Caro(a) aluno(a), Após estes conceitos iniciais, passaremos agora ao estudo dos recursos em espécie. Vamos começar! *************************************************************** 9.2 – DOS RECURSOS EM ESPÉCIE 9.2.1 RECURSO EM SENTIDO ESTRITO (arts. 581 a 592). O recurso em sentido estrito, normalmente chamado de RESE, destina-se a impugnar decisões interlocutórias. Segundo pacífico entendimento jurisprudencial e doutrinário, limita-se o seu cabimento aos casos expressamente previstos em lei. É importante ressaltar que, apesar de a lista de casos ser taxativa, a legislação processual penal não é estranha à interpretação extensiva. Assim, os casos de cabimento apresentados no art. 581 (veremos abaixo), podem ser interpretados extensivamente. Assim, admite-se a utilização do recurso em sentido estrito em face de uma decisão interlocutória que se enquadre nas hipóteses do art. 581, a despeito da linguagem restrita do rol não elencar explicitamente o caso (STJ, HC 60.624/MS, DJ 07.04.2008). STJ, AgRg no REsp 666.732/RS, DJ 23.11.2009 No processo penal, inexiste óbice legal à reformatio in mellius em recurso exclusivo da acusação. DIREITO PROCESSUAL PENAL - TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR PEDRO IVO Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 13 DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS – TJDFT ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA PROFESSOR PEDRO IVO Vamos, a partir de agora, analisar as hipóteses de cabimento previstas em lei: 9.2.1.1 HIPÓTESES DE CABIMENTO Hipóteses de cabimento (art. 581): caberá recurso, no sentido estrito, da decisão, despacho ou sentença: A) QUE NÃO RECEBER A DENÚNCIA OU A QUEIXA; B) QUE CONCLUIR PELA INCOMPETÊNCIA DO JUÍZO; C) QUE JULGAR PROCEDENTES AS EXCEÇÕES, SALVO A DE SUSPEIÇÃO; D) QUE PRONUNCIAR O RÉU; E) QUE CONCEDER, NEGAR, ARBITRAR, CASSAR OU JULGAR INIDÔNEA A FIANÇA, INDEFERIR REQUERIMENTO DE PRISÃO PREVENTIVA OU REVOGÁ-LA, CONCEDER LIBERDADE PROVISÓRIA OU RELAXAR A PRISÃO EM FLAGRANTE; F) QUE JULGAR QUEBRADA A FIANÇA OU PERDIDO O SEU VALOR; G) QUEDECRETAR A PRESCRIÇÃO OU JULGAR, POR OUTRO MODO, EXTINTA A PUNIBILIDADE; H) QUE INDEFERIR O PEDIDO DE RECONHECIMENTO DA PRESCRIÇÃO OU DE OUTRA CAUSA EXTINTIVA DA PUNIBILIDADE; I) QUE CONCEDER OU NEGAR A ORDEM DE HABEAS CORPUS; J) QUE ANULAR O PROCESSO DA INSTRUÇÃO CRIMINAL, NO TODO OU EM PARTE; K) QUE INCLUIR JURADO NA LISTA GERAL OU DESTA O EXCLUIR; DICIONÁRIO DO CONCURSEIRO DECISÃO INTERLOCUTÓRIA É O ATO PELO QUAL O JUIZ DECIDE QUESTÃO INCIDENTAL COM O PROCESSO AINDA EM CURSO. NOTE-SE QUE A DECISÃO INTERLOCUTÓRIA NÃO PÕE FIM AO PROCESSO, DIFERENTE DA SENTENÇA. INTERPRETAÇÃO EXTENSIVA A INTERPRETAÇÃO EXTENSIVA SE TRADUZ NO ALARGAMENTO DA LETRA DA LEI, DE MODO A CONFERIR-LHE UM ALCANCE CONFORME AO PENSAMENTO LEGISLATIVO. DIREITO PROCESSUAL PENAL - TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR PEDRO IVO Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 14 DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS – TJDFT ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA PROFESSOR PEDRO IVO L) QUE DENEGAR A APELAÇÃO OU A JULGAR DESERTA; M) QUE ORDENAR A SUSPENSÃO DO PROCESSO, EM VIRTUDE DE QUESTÃO PREJUDICIAL; N) QUE DECIDIR SOBRE A UNIFICAÇÃO DE PENAS; O) QUE DECIDIR O INCIDENTE DE FALSIDADE. 9.2.1.2 PRAZO O prazo geral para a interposição de recurso em sentido estrito é de 05 (cinco) dias a contar da intimação da decisão (art. 586). Por sua vez, é de 20 (vinte) dias para interposição do recurso contra decisão que incluir jurado na lista geral ou desta excluir (arts. 581, XIV e 586, parágrafo único). Observe: Art. 586. O recurso voluntário poderá ser interposto no prazo de cinco dias. Parágrafo único. No caso do art. 581, XIV, o prazo será de vinte dias, contado da data da publicação definitiva da lista de jurados. 9.2.1.3 TRAMITAÇÃO O recurso em sentido estrito, regra geral, deverá ser processado e subir ao Tribunal competente por instrumento ou translado, instruído dos documentos pertinentes (art. 587), permanecendo os autos principais em 1º Grau. Ocorre, todavia, que, em casos excepcionais, o recurso em sentido estrito poderá ser encaminhado ao juízo ad quem nos próprios autos em que se encontra a decisão sob a qual recai o recurso. Isto ocorre quando se tratar de (art. 583): OBSERVAÇÃO ESTA ÚLTIMA SITUAÇÃO DIZ RESPEITO AO RITO PROCEDIMENTAL DO TRIBUNAL DO JÚRI, CABÍVEL NO CASO DE CRIMES DOLOSOS CONTRA A VIDA. DIREITO PROCESSUAL PENAL - TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR PEDRO IVO Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 15 DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS – TJDFT ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA PROFESSOR PEDRO IVO a) Recurso em sentido estrito interposto de ofício pelo magistrado; b) Decisão que não receber a denúncia; c) Decisão que julgar procedente a exceção; d) Decisão que julgar extinta a punibilidade; e) Sentença que julgar o pedido de habeas corpus; f) Caso em que o recurso não prejudicar o andamento do processo. 9.2.1.4 PROCESSAMENTO Vamos analisar agora qual o trâmite de processamento definido pelo CPP para o RESE: a) Após a interposição do recurso em sentido estrito, no prazo de cinco dias, os autos serão conclusos para que seja verificado o juízo de admissibilidade pelo juiz a quo; b) Caso os pressupostos sejam preenchidos, o recurso será recebido e as partes serão notificadas para a apresentação das razões (pelo recorrente) e das contrarrazões (art. 588); c) Com a resposta do recorrido ou sem ela, será o recurso concluso ao juiz, que, dentro de dois dias, reformará ou sustentará o seu despacho, mandando instruir o recurso com os traslados que Ihe parecerem necessários (art. 589); d) Se o juiz reformar o despacho recorrido, a parte contrária, por simples petição, poderá recorrer da nova decisão, se couber recurso, não sendo mais lícito ao juiz modificá-la. Neste caso, independentemente de novos arrazoados, subirá o recurso nos próprios autos ou em traslado (art. 589, parágrafo único). e) Se o juiz não se retratar, deverá encaminhar o recurso ao juízo ad quem para julgamento. 9.2.1.5 EFEITOS O recurso em sentido estrito provoca efeito devolutivo e efeito regressivo. 9.2.2 APELAÇÃO (arts 593 a 606). A apelação destina-se a levar à segunda instância o julgamento de matéria decidida pelo juiz de primeiro grau, em regra, em sentenças definitivas ou com força de definitivas. DIREITO PROCESSUAL PENAL - TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR PEDRO IVO Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 16 DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS – TJDFT ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA PROFESSOR PEDRO IVO 9.2.2.1 CARACTERÍSTICAS Pode-se dizer que a apelação é um recurso: a) Amplo: uma vez que pode devolver ao Tribunal o julgamento pleno da matéria objeto da decisão; b) Residual: uma vez que só pode ser interposto se não houver previsão expressa de cabimento de recurso em sentido estrito. c) Preferível: caso a lei apresente previsão do recurso em sentido estrito para parte da decisão e a apelação para o restante (em se tratando de uma mesma sentença), prevalecerá a apelação que funcionará como único recurso oponível contra toda a decisão. 9.2.2.2 ESPÉCIES A doutrina divide a apelação nas seguintes espécies: a) Apelação plena: ocorre quando se devolve ao conhecimento do Tribunal ad quem toda a matéria decidida na primeira instância, ou seja, toda a matéria que gerou sucumbência; b) Apelação limitada: ocorre quando a sucumbência é parcial ou quando o recorrente apela de apenas parte da decisão. Nesse caso, vigora o princípio do tantum devolutum quantum appellatum, não podendo o juízo de 2ª instância julgar além dos limites do pedido do recurso. Vale ressaltar nesse ponto que, embora o Tribunal não possa julgar além do pedido do recorrente, ele está autorizado a rever todas as questões antecedentes que venham a influenciar esse pedido, ainda que não tenham sido examinadas na sentença recorrida. Tais limites devem ser fixados na petição ou termo do recurso e, na falta de limitação do pedido, presume-se que se trata de apelação plena. 9.2.2.3 CABIMENTO Assim como fizemos no Recurso em Sentido Estrito, vamos agora analisar as hipóteses de cabimento previstas no Código de Processo Penal. DIREITO PROCESSUAL PENAL - TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR PEDRO IVO Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 17 DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS – TJDFT ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA PROFESSOR PEDRO IVO Para facilitar, vou separar as situações que tem relação com o processo do Tribunal do Júri, daquelas que estão relacionadas com o juízo singular, ok? Vamos começar: Hipóteses de cabimento nas decisões do juiz singular (art. 593): Cabe apelação: a) Das sentenças definitivas de condenação ou absolvição proferidas por juiz singular; b) Das decisões definitivas ou com força de definitivas proferidas por juiz singular, desde que não cabível o recurso em sentido estrito; Hipóteses de cabimento nas decisões do Tribunal do Júri (art. 593, III): Cabe apelação: a) Quando ocorrer nulidade posterior à pronúncia; b) Quando a sentença do juiz-presidente for contrária à lei expressa ou à decisão dos jurados; c) Quando houver erro ou injustiça no tocante à aplicação da pena ou da medida de segurança; OBSERVAÇÃO HÁ PREVISÃO NA LEI Nº 9.099/1995 DE INTERPOSIÇÃO DE APELAÇÃO CONTRA SENTENÇASDEFINITIVAS DE CONDENAÇÃO OU ABSOLVIÇÃO E CONTRA DECISÕES QUE HOMOLOGAM OU NÃO A TRANSAÇÃO PENAL OU QUE REJEITAM A DENÚNCIA OU A QUEIXA. DICIONÁRIO DO CONCURSEIRO PRONÚNCIA A PRONÚNCIA NÃO É SENTENÇA DE MÉRITO, MAS APENAS UMA DECISÃO QUE REMETE O RÉU AO TRIBUNAL DO JÚRI. OCORRE QUANDO HÁ INDÍCIOS DE AUTORIA E PROVA DA EXISTÊNCIA DO DELITO. DIREITO PROCESSUAL PENAL - TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR PEDRO IVO Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 18 DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS – TJDFT ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA PROFESSOR PEDRO IVO d) Quando for a decisão dos jurados manifestamente contrária à prova dos autos. 9.2.2.4 PRAZO E FORMA A apelação será julgada tempestiva se interposta no prazo de 05 (cinco) dias a partir da intimação da sentença (art. 593). Veja: Art. 593. Caberá apelação no prazo de 5 (cinco) dias Poderá ser interposta tanto por meio de petição escrita quanto por termo nos autos. Trata-se de modalidade recursal em que as razões poderão ser apresentadas em momento posterior (art. 600 § 4º). Art. 600. Assinado o termo de apelação, o apelante e, depois dele, o apelado terão o prazo de oito dias cada um para oferecer razões, salvo nos processos de contravenção, em que o prazo será de três dias. [...] § 4o Se o apelante declarar, na petição ou no termo, ao interpor a apelação, que deseja arrazoar na superior instância serão os autos remetidos ao tribunal ad quem onde será aberta vista às partes, observados os prazos legais, notificadas as partes pela publicação oficial.(grifei) OBSERVAÇÃO A LEI Nº 9.099/1995, AO DISPOR SOBRE OS JUIZADOS ESPECIAIS CRIMINAIS, DEFINE QUE O PRAZO PARA A APELAÇÃO É DE 10 (DEZ) DIAS E QUE AS RAZÕES DEVERÃO SER APRESENTADAS NO PRÓPRIO ATO DE INTERPOSIÇÃO. OBSERVAÇÃO O EFEITO DEVOLUTIVO DA APELAÇÃO CONTRA DECISÕES DO JÚRI É ADSTRITO AOS FUNDAMENTOS DE SUA INTERPOSIÇÃO (STF, SÚMULA 713). ASSIM, POR EXEMPLO, CASO INTERPOSTA APELAÇÃO COM ALEGAÇÃO DE NULIDADE, O TRIBUNAL NÃO PODERÁ ENTENDER POR UM NOVO JULGAMENTO DEVIDO À DECISÃO DOS JURADOS HAVER SIDO CONTRÁRIA AOS AUTOS. DIREITO PROCESSUAL PENAL - TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR PEDRO IVO Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 19 DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS – TJDFT ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA PROFESSOR PEDRO IVO Nos crimes de competência do Tribunal do Júri ou do juiz singular, se da sentença não for interposta apelação pelo Ministério Público no prazo legal, o ofendido ou o sucessor (art. 31), ainda que não se tenha habilitado como assistente, poderá interpor apelação. O prazo para interposição desse recurso será de quinze dias e correrá do dia em que terminar o do Ministério Público (art. 598, parágrafo único). Art. 598. Nos crimes de competência do Tribunal do Júri, ou do juiz singular, se da sentença não for interposta apelação pelo Ministério Público no prazo legal, o ofendido ou qualquer das pessoas enumeradas no art. 31, ainda que não se tenha habilitado como assistente, poderá interpor apelação, que não terá, porém, efeito suspensivo. Parágrafo único. O prazo para interposição desse recurso será de quinze dias e correrá do dia em que terminar o do Ministério Público. 9.2.2.5 PROCESSAMENTO a) Após a interposição da apelação, esta será encaminhada ao juiz a quo a fim de que seja procedido o controle de admissibilidade com base nos pressupostos recursais (subjetivos e objetivos). b) Caso denegada a apelação, terá cabimento o recurso em sentido estrito, a fim de contestar a denegação. c) Caso aceita a apelação, deverão ser notificados o apelante e o apelado para, no prazo de 08 (oito) dias, apresentarem suas razões e contrarrazões, respectivamente. Cabe ressaltar que, no caso de contravenção penal, o prazo será de 03 (três) dias (art. 600, caput). d) Se houver assistente, este arrazoará, no prazo de 03 (três) dias, após o Ministério Público (art. 600, § 1º). e) Se a ação penal for privada, o Ministério Público oferecerá suas razões após o querelante, no prazo de 03 (três) dias. f) Findos os prazos para razões, os autos serão remetidos à instância superior, com as razões ou sem elas, no prazo de 05 (cinco) dias, salvo as situações em que a comarca não é sede de Tribunal de apelação e, portanto, deve ficar traslado dos termos essenciais do processo em cartório por razão da distância. Nesses casos, o prazo será de 30 (trinta) dias. DIREITO PROCESSUAL PENAL - TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR PEDRO IVO Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 20 DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS – TJDFT ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA PROFESSOR PEDRO IVO 9.2.2.6 EFEITOS A apelação tem sempre efeito devolutivo, não possui efeito regressivo e, regra geral, possui efeito suspensivo. 9.2.3 EMBARGOS INFRINGENTES (art. 609, parágrafo único). 9.2.3.1 CABIMENTO Os embargos infringentes são recursos oponíveis contra decisão não unânime de segunda instância, desde que desfavorável ao réu. Nesse contexto, caracterizam-se como recursos exclusivos da defesa. Seu cabimento ocorrerá somente quando se tratar de acórdão que se refira a julgamento de recurso em sentido estrito ou de apelação. 9.2.3.2 PRAZO E PROCESSAMENTO Os embargos infringentes deverão ser opostos no prazo de 10 (dez) dias, contados da publicação do acórdão embargado, apenas por petição, não se admitindo termo. A petição, acompanhada das razões, será dirigida ao relator do acórdão embargado. Este analisará a admissibilidade com base no cumprimento dos pressupostos recursais. Caso tenham sido cumpridos os pressupostos legais, será definido novo relator, que não tenha tomado parte da decisão embargada, e novo revisor. Em seguida, será realizado o julgamento com o novo relator, o novo revisor e com os outros integrantes da câmara que haviam tomado parte no julgamento anterior, os quais poderão manter ou modificar seus votos. Da nova decisão, mesmo que não unânime, não caberão novos embargos infringentes. OBSERVAÇÃO Fuga do réu e deserção da apelação O conhecimento de recurso de apelação do réu independe de sua prisão (STJ, Súmula 347). Por meio desta súmula, o STJ entendeu pela inconstitucionalidade do art. 595, revogando-o tacitamente. DIREITO PROCESSUAL PENAL - TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR PEDRO IVO Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 21 DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS – TJDFT ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA PROFESSOR PEDRO IVO 9.2.3.3 EFEITOS Os embargos infringentes têm sempre efeito devolutivo. Não possuem efeito regressivo e, regra geral, não possuem efeito suspensivo. 9.2.4 EMBARGOS DECLARATÓRIOS (arts. 619 e 620). 9.2.4.1 CABIMENTO Aos acórdãos proferidos pelos Tribunais de Apelação, câmaras ou turmas, poderão ser opostos embargos de declaração, quando houver, na decisão, ambiguidade, obscuridade, contradição ou omissão. É pacífico o entendimento no sentido de que a possibilidade de atribuição de efeitos infringentes ou modificativos a embargos de declaração somente sobrevém como resultado da presença de omissão, obscuridade ou contradição a serem corrigidas no acórdão embargado (STJ, Pet 4.284/RJ, DJ 15.03.2010). 9.2.4.2 PRAZO E PROCESSAMENTO Os embargos serão opostos no prazo de 02 (dois) dias, contados da publicação do acórdão embargado, apenas por petição, não se admitindo termo. A petição deverá apresentar, fundamentadamente,os pontos da decisão que necessitam de esclarecimento ou complemento. Caso tenham sido cumpridos os pressupostos recursais, os embargos serão julgados pelo próprio órgão prolator. Se providos, o Tribunal ou o juiz corrigirá ou completará a decisão embargada. 9.2.4.3 EFEITOS Observação A Lei nº 9.099/1995, ao prever, em seu art. 83, os embargos de declaração, atribui a esta espécie de recurso um prazo de 05 (cinco) dias para seu ingresso e traz a possibilidade de serem opostos verbalmente (com redução a termo). DIREITO PROCESSUAL PENAL - TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR PEDRO IVO Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 22 DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS – TJDFT ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA PROFESSOR PEDRO IVO Os embargos declaratórios interrompem o prazo para o recurso cabível (STF, AI 301.187/MA, DJ 26.03.2010). 9.2.5 REVISÃO CRIMINAL (arts. 621 a 631) A revisão criminal é o instrumento processual, exclusivo da defesa, que tem por objetivo a desconstituição da decisão judicial condenatória transitada em julgado. É considerada a ação rescisória do processo penal. Apesar de prevista no título destinado ao regramento de recursos no CPP, prevalece o entendimento segundo o qual tem ela a natureza de ação penal de conhecimento de caráter desconstitutivo e não de recurso. 9.2.5.1 CABIMENTO A revisão criminal será cabível: a) Quando a sentença condenatória for contrária ao texto expresso da lei penal ou à evidência dos autos; b) Quando a sentença condenatória se fundar em depoimentos, exames ou documentos comprovadamente falsos; c) Quando, após a sentença, se descobrirem novas provas de inocência do condenado ou de circunstância que determine ou autorize diminuição especial da pena. 9.2.5.2 PRAZO A revisão poderá ser requerida a qualquer tempo, antes ou depois da extinção da pena. Não será admissível a reiteração do pedido, salvo se fundado em novas provas. Art. 622. A revisão poderá ser requerida em qualquer tempo, antes da extinção da pena ou após. Parágrafo único. Não será admissível a reiteração do pedido, salvo se fundado em novas provas. 9.2.5.3 PROCESSAMENTO DIREITO PROCESSUAL PENAL - TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR PEDRO IVO Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 23 DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS – TJDFT ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA PROFESSOR PEDRO IVO a) A revisão deverá ser endereçada ao presidente do Tribunal e poderá ser pedida pelo próprio réu ou por procurador legalmente habilitado ou, no caso de morte do réu, pelo cônjuge, ascendente, descendente ou irmão. b) O requerimento será distribuído a um relator e a um revisor, devendo funcionar como relator um desembargador que não tenha pronunciado decisão em qualquer fase do processo. c) Se o relator julgar insuficientemente instruído o pedido e inconveniente ao interesse da justiça que se apensem os autos originais, deverá indeferir liminarmente o pedido, dando recurso para as câmaras reunidas ou para o Tribunal, conforme o caso. d) Se o requerimento não for indeferido in limine, abrir-se-á vista dos autos ao procurador-geral, que dará parecer no prazo de 10 (dez) dias. e) Em seguida, examinados os autos, sucessivamente, em igual prazo, pelo relator e revisor, julgar-se-á o pedido na sessão que o presidente designar. f) Por fim, a decisão será tomada pelo órgão competente. 9.2.5.4 EFEITOS Julgando procedente a revisão, o Tribunal poderá alterar a classificação da infração, absolver o réu, modificar a pena ou anular o processo. Observe o texto legal. Art. 626. Julgando procedente a revisão, o tribunal poderá alterar a classificação da infração, absolver o réu, modificar a pena ou anular o processo. Parágrafo único. De qualquer maneira, não poderá ser agravada a pena imposta pela decisão revista. 9.2.6 CARTA TESTEMUNHÁVEL (arts. 639 a 646). É o instrumento pelo qual a parte, a quem se denegue a interposição ou o seguimento de algum recurso, leva a questão ao conhecimento do juízo ad quem, para que este mande admitir ou subir o mesmo recurso ou dele conheça imediatamente, julgando o mérito. 9.2.6.1 CARACTERÍSTICAS A carta testemunhável apresenta as seguintes características: DIREITO PROCESSUAL PENAL - TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR PEDRO IVO Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 24 DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS – TJDFT ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA PROFESSOR PEDRO IVO a) É modalidade de recurso residual, ou seja, só será cabível na ausência de qualquer outra via recursal; b) É cabível, unicamente, quando obstado ou negado seguimento a recursos cujos julgamentos sejam de competência da instância superior; c) É dirigida, na interposição, ao escrivão, diretor de secretaria ou secretário da presidência do Tribunal (art. 640); Art. 640. A carta testemunhável será requerida ao escrivão, ou ao secretário do tribunal, conforme o caso, nas quarenta e oito horas seguintes ao despacho que denegar o recurso, indicando o requerente as peças do processo que deverão ser trasladadas. d) Não possui efeito suspensivo. Art. 646. A carta testemunhável não terá efeito suspensivo. 9.2.6.2 CABIMENTO Será cabível a carta testemunhável da decisão que: a) Não receber recurso na fase do juízo de admissibilidade; b) Admitindo o recurso, obstar a sua expedição ao juízo ad quem. 9.2.6.3 PRAZO E PROCESSAMENTO A carta testemunhável será requerida ao escrivão ou ao secretário do Tribunal, conforme o caso, nas 48 (quarenta e oito) horas seguintes ao despacho que denegar o recurso. O escrivão ou o secretário do Tribunal dará recibo da petição à parte e, no prazo máximo de 05 (cinco) dias, no caso de recurso no sentido estrito, ou de 60 (sessenta) dias, no caso de recurso extraordinário, fará entrega da carta, devidamente conferida e concertada (art. 641). O escrivão ou o secretário do Tribunal que se negar a dar o recibo ou deixar de entregar, sob qualquer pretexto, o instrumento, será suspenso por 30 (trinta) dias (art. 642). Extraída e autuada a carta, seguirá, no primeiro grau, o rito procedimental do recurso em sentido estrito, ou seja, caberá efeito regressivo. O processo da carta testemunhável na instância superior seguirá o processo do recurso denegado (art. 645). DIREITO PROCESSUAL PENAL - TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR PEDRO IVO Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 25 DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS – TJDFT ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA PROFESSOR PEDRO IVO 9.2.6.4 EFEITOS A carta testemunhável tem efeito devolutivo e regressivo, não cabendo efeito suspensivo (art. 646). 9.3 MANDADO DE SEGURANÇA EM MATÉRIA CRIMINAL 9.3.1 CONCEITOS O mandado de segurança tem caráter mandamental e índole constitucional; é uma ação de conhecimento que pode ter efeito meramente declaratório ou constitutivo. O Mandado de Segurança pode ser repressivo ou preventivo (assim como o habeas corpus) e, como toda ação, é necessário estabelecer as condições para o seu exercício e os pressupostos processuais. Para ser o possível, juridicamente, o Mandado de Segurança, é necessário que haja um ato jurisdicional eivado de ilegalidade, que tenha a possibilidade real, efetiva ou iminente de ferir um direito líquido e certo. Portanto, o ato tem que ser ilegal, contrário à lei ou praticado com abuso de poder. Segundo Hely Lopes Meirelles, “direito líquido ecerto é o que se apresenta manifesto na sua existência, delimitado na sua extensão e apto a ser exercido no momento da impetração. Por outras palavras, o direito invocado, para ser amparável por mandado de segurança, há de vir expresso em norma legal e trazer em si todos os requisitos e condições de sua aplicação ao impetrante: se sua existência for duvidosa; se sua extensão ainda não estiver delimitada; se seu exercício depender de situações e fatos ainda indeterminados, não rende ensejo à segurança, embora possa ser defendido por outros meios judiciais." No mesmo sentido, Carlos Mário da Silva Velloso: “O conceito, portanto, de direito líquido e certo, ensina Celso Barbi, lição que é, também, de Lopes da Costa e Sálvio de Figueiredo Teixeira, é processual. Quando acontecer um fato que der origem a um direito subjetivo, esse direito, apesar de realmente existente, só será líquido e certo se o fato for indiscutível, isto é, provado documentalmente e de forma satisfatória. Se a demonstração da existência do fato depender de outros meios de prova, o direito subjetivo surgido dele existirá, mas não será líquido e certo, para efeito de mandado de segurança. Nesse caso, sua proteção só poderá ser obtida por outra via processual." DIREITO PROCESSUAL PENAL - TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR PEDRO IVO Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 26 DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS – TJDFT ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA PROFESSOR PEDRO IVO A segunda condição da ação é o interesse de agir. Nesse sentido, lembramos do trinômio: “necessidade, adequação e utilidade”. O Mandado de Segurança tem que ser um remédio adequado para combater um ato ilegal ou praticado com abuso de poder; e tem que ser necessário e útil para evitar um dano irreparável. Portanto, o interesse de agir está na probabilidade de um dano irreparável, porque não garantido por outro remédio não garantido pelo habeas corpus, pelo habeas data ou mesmo por recurso com efeito suspensivo. Por fim, como última condição da ação, tem-se a legitimidade das partes. Parte no Mandado de Segurança, no pólo ativo, é qualquer pessoa física ou jurídica que se sinta ameaçada ou violada em seu direito, e que possa comprovar, de plano, essa violação, ou esta ameaça. Sujeito passivo, como entende hodiernamente a doutrina, é o Estado (não exatamente a autoridade coatora). É importante observar que no pólo passivo, regra geral, haverá a necessidade de se estabelecer um litisconsórcio necessário, sob pena de nulidade do processo. Assim, por exemplo, em um Mandado de Segurança impetrado pelo Ministério Público, evidentemente que, ao ser notificada a autoridade dita coatora (o Juiz de Direito), é imprescindível que sejam citados os réus para contestar (não para prestar informações) a ação mandamental. Normalmente, em qualquer ataque ao direito do réu, a via correta será o habeas corpus. Portanto, o Mandado de Segurança é mais utilizado pela acusação do que pela defesa, pois esta certamente terá um remédio mais apropriado (até porque o mandado de segurança é admitido por exclusão). Quanto a forma de impetração, deve ocorrer por petição, incorporando os respectivos fundamentos e fazendo-os acompanhar da correspondente prova documental quanto aos fatos sustentados. Além disso, deverá ser subscrito por quem detenha capacidade postulatória, ou seja, advogado ou representante do Ministério Público. Art. 6o (Lei nº 12.016/2009) A petição inicial, que deverá preencher os requisitos estabelecidos pela lei processual, será apresentada em 2 (duas) vias com os documentos que instruírem a primeira reproduzidos na segunda e indicará, além da autoridade coatora, a pessoa jurídica que esta integra, à qual se acha vinculada ou da qual exerce atribuições. Nos termos do art. 23 da Lei nº 12.016/2009, o direito de requerer o mandado de segurança extingue-se caso decorridos 120 dias, contados da data da ciência, pelo interessado, do ato impugnado. Trata-se de um prazo DIREITO PROCESSUAL PENAL - TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR PEDRO IVO Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 27 DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS – TJDFT ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA PROFESSOR PEDRO IVO de natureza decadencial e, portanto, não está sujeito à interrupção ou suspensão. 9.3.2 CABIMENTO DO MANDADO DE SEGURANÇA EM MATÉRIA CRIMINAL O ilustre Norberto Avena leciona que “o manejo do writ na esfera criminal depende muito da hipótese concreta e, sobretudo, do descabimento de uma via recursal própria para o insurgimento em relação ao ato a ser impugnado”. Neste sentido, temos a súmula 267 do STF que dispõe da seguinte forma: Não cabe mandado de segurança contra ato judicial passível de recurso ou correição. Apesar do disposto, a jurisprudência tem atenuado a aparente rigidez da citada súmula, aceitando o Mandado de Segurança em situações nas quais, apesar de existir previsão de defesa ou recurso próprio, há inequívoca violação a direito líquido e certo. Pode-se citar: � Decisão que determina o sequestro de bens do indivíduo à revelia dos requisitos legais; � Decisão que indefere a habilitação do assistente de acusação; � Decisão que indefere a restituição de bens apreendidos; � Impetração visando agregar efeito suspensivo a recurso em que não haja previsão de tal feito; � Exclusão do nome do impetrante dos registros externos de antecedentes criminais após o deferimento da reabilitação criminal; � Direito de acesso do advogado a autos de inquérito policial; � Direito de acesso do advogado a extração de cópias quando estabelecido pelo Delegado de Polícia sigilo nas investigações. *********************************************************** DIREITO PROCESSUAL PENAL - TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR PEDRO IVO Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 28 DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS – TJDFT ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA PROFESSOR PEDRO IVO Parabéns por mais um passo dado rumo à aprovação. Como você deve ter percebido, a aula de hoje é bem teórica e repleta de detalhes. A jurisprudência é farta e os aspectos doutrinários são bem amplos. Trata-se de um tema que, apesar de estar presente em muitos editais, na maior parte das vezes não possui grande peso nas PROVAS. De qualquer forma, cada ponto é importante e é isso que fará a diferença no dia em que você estiver colocando todo seu conhecimento em prática. Na próxima aula, última do curso, estudaremos os ritos procedimentais. Abraços e bons estudos, Pedro Ivo *************************************************************** PPRRIINNCCIIPPAAIISS AARRTTIIGGOOSS TTRRAATTAADDOOSS NNAA AAUULLAA DIREITO PROCESSUAL PENAL - TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR PEDRO IVO Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 29 DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS – TJDFT ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA PROFESSOR PEDRO IVO DO RECURSO EM SENTIDO ESTRITO Art. 581. Caberá recurso, no sentido estrito, da decisão, despacho ou sentença: I - que não receber a denúncia ou a queixa; II - que concluir pela incompetência do juízo; III - que julgar procedentes as exceções, salvo a de suspeição; IV – que pronunciar o réu; V - que conceder, negar, arbitrar, cassar ou julgar inidônea a fiança, indeferir requerimento de prisão preventiva ou revogá-la, conceder liberdade provisória ou relaxar a prisão em flagrante; VII - que julgar quebrada a fiança ou perdido o seu valor;VIII - que decretar a prescrição ou julgar, por outro modo, extinta a punibilidade; IX - que indeferir o pedido de reconhecimento da prescrição ou de outra causa extintiva da punibilidade; X - que conceder ou negar a ordem de habeas corpus; XI - que conceder, negar ou revogar a suspensão condicional da pena; XII - que conceder, negar ou revogar livramento condicional; XIII - que anular o processo da instrução criminal, no todo ou em parte; XIV - que incluir jurado na lista geral ou desta o excluir; XV - que denegar a apelação ou a julgar deserta; XVI - que ordenar a suspensão do processo, em virtude de questão prejudicial; XVII - que decidir sobre a unificação de penas; XVIII - que decidir o incidente de falsidade; XIX - que decretar medida de segurança, depois de transitar a sentença em julgado; XX - que impuser medida de segurança por transgressão de outra; XXI - que mantiver ou substituir a medida de segurança, nos casos do art. 774; XXII - que revogar a medida de segurança; DIREITO PROCESSUAL PENAL - TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR PEDRO IVO Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 30 DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS – TJDFT ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA PROFESSOR PEDRO IVO XXIII - que deixar de revogar a medida de segurança, nos casos em que a lei admita a revogação; XXIV - que converter a multa em detenção ou em prisão simples. Art. 583. Subirão nos próprios autos os recursos: I - quando interpostos de oficio; II - nos casos do art. 581, I, III, IV, VI, VIII e X; III - quando o recurso não prejudicar o andamento do processo. Art. 584. Os recursos terão efeito suspensivo nos casos de perda da fiança, de concessão de livramento condicional e dos ns. XV, XVII e XXIV do art. 581. § 1o Ao recurso interposto de sentença de impronúncia ou no caso do no VIII do art. 581, aplicar-se-á o disposto nos arts. 596 e 598. § 2o O recurso da pronúncia suspenderá tão-somente o julgamento. § 3o O recurso do despacho que julgar quebrada a fiança suspenderá unicamente o efeito de perda da metade do seu valor. Art. 586. O recurso voluntário poderá ser interposto no prazo de cinco dias. Parágrafo único. No caso do art. 581, XIV, o prazo será de vinte dias, contado da data da publicação definitiva da lista de jurados. Art. 587. Quando o recurso houver de subir por instrumento, a parte indicará, no respectivo termo, ou em requerimento avulso, as peças dos autos de que pretenda traslado. Parágrafo único. O traslado será extraído, conferido e concertado no prazo de cinco dias, e dele constarão sempre a decisão recorrida, a certidão de sua intimação, se por outra forma não for possível verificar-se a oportunidade do recurso, e o termo de interposição. Art. 588. Dentro de dois dias, contados da interposição do recurso, ou do dia em que o escrivão, extraído o traslado, o fizer com vista ao recorrente, este oferecerá as razões e, em seguida, será aberta vista ao recorrido por igual prazo. Parágrafo único. Se o recorrido for o réu, será intimado do prazo na pessoa do defensor. DIREITO PROCESSUAL PENAL - TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR PEDRO IVO Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 31 DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS – TJDFT ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA PROFESSOR PEDRO IVO Art. 589. Com a resposta do recorrido ou sem ela, será o recurso concluso ao juiz, que, dentro de dois dias, reformará ou sustentará o seu despacho, mandando instruir o recurso com os traslados que Ihe parecerem necessários. Parágrafo único. Se o juiz reformar o despacho recorrido, a parte contrária, por simples petição, poderá recorrer da nova decisão, se couber recurso, não sendo mais lícito ao juiz modificá-la. Neste caso, independentemente de novos arrazoados, subirá o recurso nos próprios autos ou em traslado. Art. 590. Quando for impossível ao escrivão extrair o traslado no prazo da lei, poderá o juiz prorrogá-lo até o dobro. Art. 591. Os recursos serão apresentados ao juiz ou tribunal ad quem, dentro de cinco dias da publicação da resposta do juiz a quo, ou entregues ao Correio dentro do mesmo prazo. Art. 592. Publicada a decisão do juiz ou do tribunal ad quem, deverão os autos ser devolvidos, dentro de cinco dias, ao juiz a quo. DA APELAÇÃO Art. 593. Caberá apelação no prazo de 5 (cinco) dias: I - das sentenças definitivas de condenação ou absolvição proferidas por juiz singular; II - das decisões definitivas, ou com força de definitivas, proferidas por juiz singular nos casos não previstos no Capítulo anterior; III - das decisões do Tribunal do Júri, quando: a) ocorrer nulidade posterior à pronúncia; b) for a sentença do juiz-presidente contrária à lei expressa ou à decisão dos jurados; c) houver erro ou injustiça no tocante à aplicação da pena ou da medida de segurança; d) for a decisão dos jurados manifestamente contrária à prova dos autos. Art. 594. (Revogado pela Lei nº 11.719, de 2008). Art. 597. A apelação de sentença condenatória terá efeito suspensivo, salvo o disposto no art. 393, a aplicação provisória de interdições de direitos e de DIREITO PROCESSUAL PENAL - TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR PEDRO IVO Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 32 DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS – TJDFT ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA PROFESSOR PEDRO IVO medidas de segurança (arts. 374 e 378), e o caso de suspensão condicional de pena. Art. 599. As apelações poderão ser interpostas quer em relação a todo o julgado, quer em relação a parte dele. Art. 600. Assinado o termo de apelação, o apelante e, depois dele, o apelado terão o prazo de oito dias cada um para oferecer razões, salvo nos processos de contravenção, em que o prazo será de três dias. § 1o Se houver assistente, este arrazoará, no prazo de três dias, após o Ministério Público. § 2o Se a ação penal for movida pela parte ofendida, o Ministério Público terá vista dos autos, no prazo do parágrafo anterior. § 3o Quando forem dois ou mais os apelantes ou apelados, os prazos serão comuns. § 4o Se o apelante declarar, na petição ou no termo, ao interpor a apelação, que deseja arrazoar na superior instância serão os autos remetidos ao tribunal ad quem onde será aberta vista às partes, observados os prazos legais, notificadas as partes pela publicação oficial. Art. 601. Findos os prazos para razões, os autos serão remetidos à instância superior, com as razões ou sem elas, no prazo de 5 (cinco) dias, salvo no caso do art. 603, segunda parte, em que o prazo será de trinta dias. § 1o Se houver mais de um réu, e não houverem todos sido julgados, ou não tiverem todos apelado, caberá ao apelante promover extração do traslado dos autos, o qual deverá ser remetido à instância superior no prazo de trinta dias, contado da data da entrega das últimas razões de apelação, ou do vencimento do prazo para a apresentação das do apelado. § 2o As despesas do traslado correrão por conta de quem o solicitar, salvo se o pedido for de réu pobre ou do Ministério Público. Art. 602. Os autos serão, dentro dos prazos do artigo anterior, apresentados ao tribunal ad quem ou entregues ao Correio, sob registro. Art. 603. A apelação subirá nos autos originais e, a não ser no Distrito Federal e nas comarcas que forem sede de Tribunal de Apelação, ficará em cartório traslado dos termos essenciais do processo referidos no art. 564, III. DIREITO PROCESSUAL PENAL- TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR PEDRO IVO Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 33 DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS – TJDFT ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA PROFESSOR PEDRO IVO DO PROCESSO E DO JULGAMENTO DOS RECURSOS EM SENTIDO ESTRITO E DAS APELAÇÕES, NOS TRIBUNAIS DE APELAÇÃO Art. 609. Os recursos, apelações e embargos serão julgados pelos Tribunais de Justiça, câmaras ou turmas criminais, de acordo com a competência estabelecida nas leis de organização judiciária. Parágrafo único. Quando não for unânime a decisão de segunda instância, desfavorável ao réu, admitem-se embargos infringentes e de nulidade, que poderão ser opostos dentro de 10 (dez) dias, a contar da publicação de acórdão, na forma do art. 613. Se o desacordo for parcial, os embargos serão restritos à matéria objeto de divergência. Art. 610. Nos recursos em sentido estrito, com exceção do de habeas corpus, e nas apelações interpostas das sentenças em processo de contravenção ou de crime a que a lei comine pena de detenção, os autos irão imediatamente com vista ao procurador-geral pelo prazo de cinco dias, e, em seguida, passarão, por igual prazo, ao relator, que pedirá designação de dia para o julgamento. Parágrafo único. Anunciado o julgamento pelo presidente, e apregoadas as partes, com a presença destas ou à sua revelia, o relator fará a exposição do feito e, em seguida, o presidente concederá, pelo prazo de 10 (dez) minutos, a palavra aos advogados ou às partes que a solicitarem e ao procurador-geral, quando o requerer, por igual prazo. DOS EMBARGOS Art. 619. Aos acórdãos proferidos pelos Tribunais de Apelação, câmaras ou turmas, poderão ser opostos embargos de declaração, no prazo de dois dias contados da sua publicação, quando houver na sentença ambiguidade, obscuridade, contradição ou omissão. Art. 620. Os embargos de declaração serão deduzidos em requerimento de que constem os pontos em que o acórdão é ambíguo, obscuro, contraditório ou omisso. DIREITO PROCESSUAL PENAL - TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR PEDRO IVO Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 34 DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS – TJDFT ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA PROFESSOR PEDRO IVO § 1o O requerimento será apresentado pelo relator e julgado, independentemente de revisão, na primeira sessão. § 2o Se não preenchidas as condições enumeradas neste artigo, o relator indeferirá desde logo o requerimento. DA REVISÃO Art. 621. A revisão dos processos findos será admitida: I - quando a sentença condenatória for contrária ao texto expresso da lei penal ou à evidência dos autos; II - quando a sentença condenatória se fundar em depoimentos, exames ou documentos comprovadamente falsos; III - quando, após a sentença, se descobrirem novas provas de inocência do condenado ou de circunstância que determine ou autorize diminuição especial da pena. Art. 622. A revisão poderá ser requerida em qualquer tempo, antes da extinção da pena ou após. Parágrafo único. Não será admissível a reiteração do pedido, salvo se fundado em novas provas. Art. 623. A revisão poderá ser pedida pelo próprio réu ou por procurador legalmente habilitado ou, no caso de morte do réu, pelo cônjuge, ascendente, descendente ou irmão. DA CARTA TESTEMUNHÁVEL Art. 639. Dar-se-á carta testemunhável: I - da decisão que denegar o recurso; II - da que, admitindo embora o recurso, obstar à sua expedição e seguimento para o juízo ad quem. Art. 640. A carta testemunhável será requerida ao escrivão, ou ao secretário do tribunal, conforme o caso, nas quarenta e oito horas seguintes ao despacho que denegar o recurso, indicando o requerente as peças do processo que deverão ser trasladadas. DIREITO PROCESSUAL PENAL - TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR PEDRO IVO Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 35 DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS – TJDFT ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA PROFESSOR PEDRO IVO Art. 641. O escrivão, ou o secretário do tribunal, dará recibo da petição à parte e, no prazo máximo de cinco dias, no caso de recurso no sentido estrito, ou de sessenta dias, no caso de recurso extraordinário, fará entrega da carta, devidamente conferida e concertada. Art. 642. O escrivão, ou o secretário do tribunal, que se negar a dar o recibo, ou deixar de entregar, sob qualquer pretexto, o instrumento, será suspenso por trinta dias. O juiz, ou o presidente do Tribunal de Apelação, em face de representação do testemunhante, imporá a pena e mandará que seja extraído o instrumento, sob a mesma sanção, pelo substituto do escrivão ou do secretário do tribunal. Se o testemunhante não for atendido, poderá reclamar ao presidente do tribunal ad quem, que avocará os autos, para o efeito do julgamento do recurso e imposição da pena. Art. 643. Extraído e autuado o instrumento, observar-se-á o disposto nos arts. 588 a 592, no caso de recurso em sentido estrito, ou o processo estabelecido para o recurso extraordinário, se deste se tratar. Art. 644. O tribunal, câmara ou turma a que competir o julgamento da carta, se desta tomar conhecimento, mandará processar o recurso, ou, se estiver suficientemente instruída, decidirá logo, de meritis. Art. 645. O processo da carta testemunhável na instância superior seguirá o processo do recurso denegado. Art. 646. A carta testemunhável não terá efeito suspensivo. DIREITO PROCESSUAL PENAL - TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR PEDRO IVO Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 36 DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS – TJDFT ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA PROFESSOR PEDRO IVO EEXXEERRCCÍÍCCIIOOSS 1. (CESPE / Analista Judiciário - TJ-ES / 2011) Caberá recurso em sentido estrito contra a sentença que pronunciar o réu e recurso de apelação contra a sentença que o impronuncie. GABARITO: CERTA COMENTÁRIOS: Está em conformidade com o CPP. Veja: Art. 581, I CPP - Caberá recurso no sentido estrito, da decisão, despacho ou sentença: I - que pronunciar o réu. Art. 416 CPP - Contra a sentença de impronúncia ou de absolvição sumária caberá apelação. Para não esquecer mais, lembre-se: Se pronunciar o Réu: RESA. Se impronunciar: o Promotor APELA. 2. (CESPE / Defensor - DPE-BA / 2010) O prazo para interposição do recurso em sentido estrito, em qualquer das hipóteses taxativas previstas, será de cinco dias, contado da intimação pessoal, e em dobro quando o recorrente for defensor público. GABARITO: ERRADA COMENTÁRIOS: Muito cuidado com questões que aplicam uma regra para TODAS as situações. De fato, cinco dias é a regra. Art. 591, CPP: Art. 591. Os recursos serão apresentados ao juiz ou tribunal ad quem, dentro de cinco dias da publicação da resposta do juiz a quo, ou entregues ao Correio dentro do mesmo prazo. Entretanto, há a exceção do parágrafo único do art. 586 do CPP: DIREITO PROCESSUAL PENAL - TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR PEDRO IVO Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 37 DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS – TJDFT ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA PROFESSOR PEDRO IVO Art. 586. O recurso voluntário poderá ser interposto no prazo de cinco dias. Parágrafo único. No caso do art. 581, XIV, o prazo será de vinte dias, contado da data da publicaçãodefinitiva da lista de jurados. Art. 581. Caberá recurso, no sentido estrito, da decisão, despacho ou sentença: (...) XIV - que incluir jurado na lista geral ou desta o excluir; 3. (CESPE / TJ-PA / 2009) O princípio da fungibilidade autoriza o juízo a receber o recurso equivocadamente interposto como se fosse o adequado. GABARITO: CERTA COMENTÁRIOS: Por força do princípio da fungibilidade dos recursos, também chamado de teoria do recurso indiferente, salvo a hipótese de má-fé, a parte não será prejudicada pela interposição de um recurso por outro. 4. (CESPE / MPE-RN/ 2009) Aos Defensores Públicos é concedido prazo em dobro para a interposição dos recursos criminais. GABARITO: CERTA COMENTÁRIOS: Os defensores públicos gozam de prazo em dobro para interpor recurso (Lei nº 1.060/1950, art. 5º, § 5º, e LC nº 80/1994, art. 44). 5. (CESPE / Promotor / 2009) Caberá recurso em sentido estrito contra a decisão que receber a denúncia ou queixa. GABARITO: ERRADA COMENTÁRIOS: Caberá recurso, no sentido estrito, da decisão, despacho ou sentença que não receber a denúncia ou a queixa. DIREITO PROCESSUAL PENAL - TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR PEDRO IVO Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 38 DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS – TJDFT ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA PROFESSOR PEDRO IVO 6. (CESPE / Promotor / 2008) Da decisão judicial que determina o arquivamento de autos de inquérito policial, a pedido do Ministério Público, cabe recurso em sentido estrito. GABARITO: ERRADA COMENTÁRIOS: Da decisão judicial que, acolhendo manifestação do Ministério Público, ordena o arquivamento de inquérito policial, não cabe recurso (STJ, RMS 24.328/PR, DJ 10.03.2008). 7. (CESPE / Promotor / 2008) Cabe recurso em sentido estrito da decisão que nega a fiança e da que indefere pedido de revogação da prisão preventiva. GABARITO: ERRADA COMENTÁRIOS: O art. 581, V, dispõe: Art. 581. Caberá recurso, no sentido estrito, da decisão, despacho ou sentença: [...] V - que conceder, negar, arbitrar, cassar ou julgar inidônea a fiança, indeferir requerimento de prisão preventiva ou revogá-la, conceder liberdade provisória ou relaxar a prisão em flagrante; Assim, como a lista apresentada no art. 581 é taxativa, não cabe recurso da decisão que decretar a prisão preventiva ou indeferir o pedido de liberdade provisória ou relaxamento da prisão. A decisão que revoga a prisão preventiva por excesso de prazo, não equivale à concessão da liberdade provisória; logo também é irrecorrível. 8. (CESPE / Promotor / 2008) Não cabe recurso em sentido estrito da decisão que admitir ou não admitir o assistente de acusação. DIREITO PROCESSUAL PENAL - TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR PEDRO IVO Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 39 DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS – TJDFT ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA PROFESSOR PEDRO IVO GABARITO: CERTA COMENTÁRIOS: A questão exige o conhecimento do art. 273 do CPP. Observe o texto legal: Art. 273. Do despacho que admitir, ou não, o assistente, não caberá recurso, devendo, entretanto, constar dos autos o pedido e a decisão. 9. (CESPE / TJ-PA / 2009) O recurso de embargos infringentes é cabível quando for unânime a decisão de segunda instância, desfavorável ao réu. GABARITO: CERTA COMENTÁRIOS: Os embargos infringentes são recursos oponíveis contra decisão não unânime de segunda instância, desde que desfavorável ao réu. Nesse contexto, caracterizam-se como recursos exclusivos da defesa. Seu cabimento ocorrerá somente quando se tratar de acórdão que se refira a julgamento de recurso em sentido estrito ou de apelação. 10. (CESPE / Juiz Substituto / 2007) Os embargos infringentes deverão ser opostos no prazo de 05 (cinco) dias, contados da publicação do acórdão embargado, apenas por petição, não se admitindo termo. GABARITO: ERRADA COMENTÁRIOS: Nos termos do parágrafo único do art. 609, os embargos infringentes deverão ser opostos no prazo de 10 (dez) dias, contados da publicação do acórdão embargado, apenas por petição, não se admitindo termo. 11. (CESPE / TJ-PA / 2009) A decisão que deixa de receber a denúncia, ofertada por crime de roubo, pode ser atacada por apelação. DIREITO PROCESSUAL PENAL - TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR PEDRO IVO Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 40 DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS – TJDFT ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA PROFESSOR PEDRO IVO GABARITO: ERRADA COMENTÁRIOS: A questão está incorreta, pois, nos termos do art. 581, I, para a decisão que deixa de receber a denúncia cabe RECURSO EM SENTIDO ESTRITO. A apelação destina-se a levar à segunda instância o julgamento de matéria decidida pelo juiz de primeiro grau, em regra, em sentenças definitivas ou com força de definitivas. As hipóteses de cabimento da apelação encontram-se no art. 593 do CPP nos seguintes termos: Art. 593. Caberá apelação no prazo de 5 (cinco) dias: I - das sentenças definitivas de condenação ou absolvição proferidas por juiz singular; II - das decisões definitivas, ou com força de definitivas, proferidas por juiz singular nos casos não previstos no Capítulo anterior; III - das decisões do Tribunal do Júri, quando: a) ocorrer nulidade posterior à pronúncia; b) for a sentença do juiz-presidente contrária à lei expressa ou à decisão dos jurados; c) houver erro ou injustiça no tocante à aplicação da pena ou da medida de segurança; d) for a decisão dos jurados manifestamente contrária à prova dos autos. 12. (CESPE / MPE-SE / 2009) Contra a decisão de impronúncia cabe o recurso de apelação. GABARITO: CERTA COMENTÁRIOS: Nos crimes afetos ao Tribunal do Juri, ao final da instrução preliminar, abrem-se ao juiz as seguintes alternativas: DIREITO PROCESSUAL PENAL - TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR PEDRO IVO Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 41 DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS – TJDFT ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA PROFESSOR PEDRO IVO (a) pronúncia; (b) impronúncia; (c) absolvição sumária; e (d) desclassificação. Entretanto, com o advento da nova lei, quando o juiz impronuncia o réu (não está convencido da materialidade do fato ou da existência de indícios suficientes de autoria), o recurso cabível contra essa decisão é a apelação. Antes da entrada em vigor da Lei 11.689/08, o recurso adequado era o recurso em sentido estrito. 13. (CESPE / TJ-PA / 2009) O recurso de apelação deve ser interposto somente por petição. GABARITO: ERRADA COMENTÁRIOS: O recurso de apelação pode ser interposto por petição ou por termo nos autos. 14. (CESPE / Promotor – MPE-CE / 2008) Dar-se-á carta testemunhável da decisão que denegar o recurso ou obstar o seu seguimento. GABARITO: CERTA COMENTÁRIOS: A questão está correta, pois a carta testemunhável é o instrumento pelo qual a parte, a quem se denegue a interposição ou o seguimento de algum recurso, leva a questão ao conhecimento do juízo ad quem, para que este mande admitir ou subir o mesmo recurso ou dele conheça imediatamente, julgando o mérito. 15. (CESPE / Promotor – MPE-CE / 2008) Não poderá o acusado apelar sem recolher-se à prisão, ou prestar fiança, salvo se for primário e de bons antecedentes, assim reconhecido
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