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DIREITO PENAL FAUSTINI

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1 
DIREITO PENAL II – 1° BIMESTRE - 3º ANO 
 
APLICAÇÃO DA NORMA PENAL 
ESPÉCIES DE NORMAS PENAIS 
a)- NORMA PENAL INCRIMINADORA – É aquela que define uma conduta e prevê uma sanção 
penal. Existe o Preceito Primário, é o comando normativo (ex. no Homicídio: matar alguém) e o 
Preceito Secundário(ex: no Homicídio: pena de 6 a 20 anos) 
b)- NORMA PENAL NÃO INCRIMINADORA – São aquelas permissivas e explicativas não 
incriminadoras. Permissivas são aquelas em que a conduta, apesar de configurar crime não será 
punida(ex. Légitima Defesa). Explicatativa é aquela que explica o conteúdo de outra norma(ex. Art. 327 
do CP.- Define o que é funcionário público para fins penais. 
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE 
O Princípio da Legalidade é a base do Direito Penal. Só há crime se previsto em lei, ou seja, traz junto o 
Princípio da Anterioridade, para haver crime tem que haver lei anterior. Medida Provisória não pode 
criar conduta típica (porque MP não é lei), figura típica só pode ser criada por lei. 
CONFLITO DE LEI PENAL NO TEMPO 
Está relacionado ao Princípio da Legalidade e, em regra(porque pode retroagir para beneficiar o réu), 
vigora a irretroatividade da lei penal que só vai ser aplicada após formalmente editada, daí surge a 
seguintes figuras: 
a)-“ABOLITIO CRIMINIS” – É uma causa de extinção da punibilidade. Significa que a lei nova vem 
descriminalizar, abolir determinada conduta criminosa. Por exemplo, é o que aconteceu com a edição 
da lei número 11106/95 que descriminalizou o crime de sedução, de rapto, de adultério, ou seja, essas 
condutas hoje não são mais criminosas. 
b)-“NOVATIO LEGIS IN MELLIUS” – É a lei nova mais favorável ao réu, que diminui a pena(ex. a 
pena era de reclusão e pela nova lei a pena passa a ser de multa). Essa lei retroage. Para esse tipo de lei 
dizemos que ela tem Ultratividade, ou seja, a lei tem eficácia mesmo após revogada e dizemos que ela 
tem Retroatividade, ou seja, retroage para beneficiar o réu. Ultratividade e Retroatividade são espécies 
do gênero extra-atividade da lei penal. 
c)-“NOVATIO LEGIS IN PEJUS” – É a nova lei mais rigorosa para o réu, que agrava a pena, que 
diminui possibilidade de susis, impossibilita concessão de indulto, que não admite liberdade provisória 
etc(ex. a lei 8072 – lei dos crimes hediondos). 
INTERPRETAÇÃO DA LEI PENAL QUANTO AO RESULTADO 
Pode ser de três modalidades, que são: 
1)-DECLARATIVA – É o exato texto da lei, não vai ser aumentada e nem diminuída, a própria lei já 
diz qual o seu alcance e conteúdo(ex. tentativa) 
2)-RESTRITIVA – Quando é restringido o alcance da lei, ou seja, a lei, como colocada, quis dizer 
mais do que a vontade do legislador, o legislador quis dizer menos do que está no texto da lei. 
3)-EXTENSIVA – Quando a interpretação vai dar um alcance maior à norma penal do que aquele que 
o texto significa. É admitida a interpretação extensiva quando a norma pode ser interpretada de forma 
mais favorável ao réu(ex. no caso do aborto provocado por médico no caso de estupro. O texto da lei 
diz que o médico ode realizar o aborto quando a mulher foi vítima de estupro. Porém, fazendo uma 
interpretação extensiva o médico também pode praticar o aborto em caso de a gravidez for resultante de 
atentado violento ao pudor, que é outro tipo de crime, embora o texto da lei fale somente em estupro). 
 2 
ANALOGIA 
Analogia é a aplicação da lei utilizando fatos semelhantes, não há previsão legal para aquela situação 
fática. é uma forma de integração do ordenamento jurídico. A Analogia é admitida no Direito Penal 
sempre que tiver como objetivo favorecer o réu, mas não é possível se criar crime por analogia, para 
prejudicar o réu a Analogia não é admitida. 
INTERPRETAÇÃO ANALÓGICA 
Não confundir com Analogia. Interpretação Analógica é quando, seguido de expressões 
casuísticas(casuais), hipóteses concretas tem um termo genérico(ex. determinada lei apresenta os casos 
em que a lei se aplica, discriminando cada um deles e depois diz: e outros semelhantes(termos 
genéricos; o Art. 121 – CP- homicídio qualificado – especifica os tipos de crimes e depois diz: ou outra 
forma que dificulte a defesa da vítima(expressão genérica) ). Em qualquer hipótese é admitida, desde 
que a lei assim diga. 
TEMPO DO CRIME(ART. 4° CP) 
Para explicar o momento do crime existem três Teorias: 
1)-Teoria da Tipicidade 
2)- Teoria do Resultado 
3)-Teoria Atividade – Esta é a Teoria adotada pelo Código Penal (ex. a pessoa “A” com 17 anos e 11 
meses atinge com tiros uma outra pessoa que é socorrida e levada para o hospital. Pssados três meses, 
em razão dos tiros a pessoa “B” morre. A pessoa “A” não responderá por homicídio porque A Teoria 
pela Teoria da Atividade o momento do Crime é o momento da Conduta(omissiva ou comissiva). 
LUGAR DO CRIME(ART. 6° CP) 
O Brasil adotou a Teoria Mista(ou da Ambigüidade), ou seja o local do crime é o local tanto da Conduta 
como do Resultado, pouco importa(ex. a pessoa está na Argentina e manda uma bomba para o Brasil). 
COMO SE CONTA A PENA 
No Direito Penal (diferentemente do Processo Penal) é contado o dia do início(ex. pessoa é presa 
sábado às 23:55 horas. Sua pena é de 6 meses. À meia noite conta se como já cumprido 1 dia da pena). 
TEMAS RELATIVOS À TEORIA GERAL DO CRIME(QUESTÕES RELATIVAS À 
FORMAÇÃO DO CRIME) 
TEORIA ADOTADA PELO CÓDIGO PENAL 
O Professor entende que nosso Código Penal adotou a Teoria Finalista da Ação. O conceito formal 
analítico de crime para esta Teoria é de que Crime é fato típico e antijurídico. 
ELEMENTOS DO FATO TÍPICO 
1)-CONDUTA(AÇÃO OU OMISSÃO) 
-Conduta Comissiva – É o fazer alguma coisa(ação)-ex. matar alguém 
-Conduta Omissiva(omissão) – É o não fazer alguma coisa(ex.omissão de socorro). É possível um 
Resultado Naturalístico em razão de uma conduta omissiva(praticar um crime Comissivo por uma 
conduta Omissiva).Ex.: a mãe que querendo matar o filho deixa de dar alimentação até ele morrer 
responderá por homicídio qualificado. Só é praticado por aquele que tem o dever jurídico de evitar o 
resultado, como, por exemplo, o profissional(o garantidor) que leva alguém para escalar uma montanha 
e não socorre a pessoa mesmo sabendo que ela estava em perigo) 
2)-RESULTADO 
 3 
3)-NEXO DE CAUSALIDADE 
4)-TIPICIDADE 
ELEMENTOS SUBJETIVOS DO TIPO PENAL 
1)-DOLO – que pode ser: 
a)-Dolo Direto – quando o agente quer o resultado(ex.: quero matar; quero me apropriar de coisa alheia 
móvel etc) 
b)-Dolo Eventual – quando o agente assume o risco de produzir o resultado, tem previsibilidade do 
resultado(ex.: imprimir velocidade excessiva no veículo porque não quer perder a missa, mesmo 
sabendo que pode atropelar alguém). Responde por Homicídio Doloso, vai para o Tribunal do Júri, pena 
de 6 as 12 anos e se qualificado de 11 a 20 anos. 
2)-CULPA – Culpa é a imprevisão do previsível ao homem médio. Aquele que age com Imprudência, 
Negligência ou Imperícia e sobrevém um resultado típico(ex. imprime velocidade num veículo e mata 
alguém. Ele não queria matar, mas agiu com imprudência, ele não previu o resultado, é diferente do 
Dolo Eventual) 
CULPA CONSCIENTE 
É muito similar ao Dolo Eventual. É quando o agente prevê que pode ocorrer o resultado, mas ele não 
quer, não assumiu o risco de matar, agiu com imprudência, ele confia nas suas habilidades, acha que 
não vai acontecer(ex. praticar tiro ao alvo na maça na cabeça de outra pessoa e no lugar da maça acertar 
o tido na cabeça da pessoa). Vai responder por Crime Culposo. Julgamento pelo Juiz de Direito normal, 
pena de 1 a 3 anos. 
ELEMENTOS OBJETIVOS DO TIPO PENAL 
Dizem respeito a fatos contidos no Tipo(ex. coisa alheia móvel é elemento objetivo do tipo. Só é 
possível furto quando se pega uma coisa que é de outra pessoa) 
ELEMENTO NORMATIVO DO TIPO PENAL 
É aqueleque necessita de uma definição jurídica(ex. crime de falsificação de documento público. É 
preciso se saber o que é documento público, tem que haver uma interpretação de outra norma para saber 
o que é documento público) 
RESULTADO DO CRIME 
Tratando-se de critério naturalístico nem todo crime causa resultado, existe crime de Mera Conduta, 
que não depende de um resultado(ex. ato obsceno. Não vai haver um resultado naturalístico, não vai 
haver uma mudança no mundo exterior; crime de extorsão. Se a pessoa não pagar pouco importa, o 
crime já estará caracterizado). Tratando-se de critério jurídico-normativo todo crime tem um resultado, 
que é a ofensa ao bem jurídico tutelado, à norma jurídica, mesmo que não cause um resultado 
naturalístico, causa um resultado de alteração jurídica, ou seja, ofende um bem jurídico tutelado pela 
norma penal. 
CRIMES QUANTO AO RESULTADO 
1)-CRIMES MATERIAIS – São aqueles que o Tipo Penal menciona Conduta e Resultado, mas a 
consumação se dá pelo resultado(ex. lesão corporal – Art. 129 CP) 
2)-CRIMES FORMAIS – São aqueles que o Tipo Penal menciona Conduta e Resultado, mas a 
consumação se dá pela Conduta (ex. divulgação de segredo – Art. 153 CP) 
3)-CRIMES DE MERA CONDUTA – É o crime que tem apenas Conduta (ex. atro obsceno- Art. 233 
CP) 
 4 
NEXO DE CAUSALIDADE 
É o elo entre Conduta e Resultado. A Conduta(ação ou omissão) causou um resultado, deu causa ao 
resultado. 
TIPICIDADE 
É o ajuste de uma conduta que causou um resultado a um tipo penal. 
TIPO 
É a fórmula descritiva do fato punível 
ANTIJURIDICIDADE 
Significa que mesmo a conduta sendo típica ela é lícita, ou seja, em alguns casos, mesmo a conduta 
sendo típica ela é lícita(ex. as excludentes de Ilicitude: Estado de Necessidade, Legítima Defesa, 
Exercício Regular do Direito, Estrito Cumprimento do Dever Legal). 
CULPABILIDADE 
É a reprovabilidade da Conduta. 
ELEMENTOS DA CULPABILILIDADE 
1)-IMPUTABILIDADE – É a capacidade do agente de sofrer uma pena 
2)-POTENCIAL CONHECIMENTO DA ILICITUDE- É a possibilidade que tem o agente de saber 
que está praticando um fato ilícito 
3)-EXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA –É a exigibilidade de outra conduta(ex. o gerente 
de banco que entregou o dinheiro do banco sob ameaça de ter o filho morto por bandidos que o 
sequestraram) 
TENTATIVA 
É o crime que não foi consumado em razão da interrupção da execução por circunstâncias alheias à 
vontade do agente 
CONSUMAÇÃO 
É a reunião de todos os elementos da definição legal de um crime 
ESPÉCIES DE CONCURSO DE PESSOAS 
1)- CO-AUTORIA – quando o agente pratica juntamente com o agente atos de exeção do crime. 
Ambos respondem, na medida da sua participação. 
2)-PARTICIPAÇÃO – quando a pessoa concorre para o crime não praticando ato de execução(o 
auxilio, a instigação, induzimento etc) 
AULA 2/1 (15/02/06) 
SANÇÃO PENAL 
Toda norma jurídica, de qualquer ramo do Direito, tem uma forma: prevê um Preceito e uma Sanção. O 
Preceito é um comando dirigido a todas as pessoas que deve ser observado, do contrário a conseqüência 
será uma Sanção Jurídica(ex. alguém se compromete a pagar uma divida e não o faz, nesse caso o 
inadimplente sofre uma Sanção Jurídica, ou seja, ele será coagido a pagar através de uma Execução 
forçada). Por isso que se diz que o Direito é um Imperativo Sancionado. 
DIFERENÇA DA SANÇÃO JURÍDICA DA SANÇÃO PENAL 
A Sanção Jurídica dos outros ramos do Direito( Sanção Penal é também uma Sanção Jurídica)tem 
sempre como objetivo ou compelir alguém a praticar o ato que deveria ter praticado ou ressarcir o dano 
 5 
causado a outrem, enquanto a Sanção Penal importa em uma coerção penal, ou seja, aquele que pratica 
o crime não vai ser obrigado a reparar o que fez ou a fazer alguma coisa em contrapartida, na Sanção 
Penal há a restrição ou diminuição de um direito do infrator(ex. na pena privativa de liberdade é 
atingido o bem jurídico Liberdade; numa pena de multa o bem jurídico atingido é o Patrimônio; numa 
pena restritiva de direito de prestação de serviços à comunidade o bem jurídico atingido é a 
disponibilidade do trabalho). 
CARACTERÍSTICAS DA SANÇÃO PENAL 
1)- É “ERGA HOMNES”- Porque é dirigida a todas as pessoas indistintamente. 
2)- ADVÉM DA SOBERANIA JURISDICIONAL – Significa alguém só pode sofrer uma Sanção 
Penal quando pratica um crime e quem vai aplicar a Pena é o Estado porque o “Jus Puniend” é 
monopólio do Estado porque ele exerce um poder soberano. Porém, a Sanção Penal não pode ser auto 
aplicada pelo Estado, ela somente pode ocorrer por meio da Jurisdição por meio de uma Ação Penal 
com direito a ampla defesa e ao contraditório. 
3)-É UM DIREITO PÚBLICO – Por ser estatal, está classificado como norma do Direito Público, 
normas congentes(obrigatórias), não admite transação ou renúncia, exceto o que dispõe a lei 9099/95 
que criou os Juizados Especiais Criminais, que prevê a transação penal em caso de crimes de menor 
potencial ofensivo(pena máxima igual ou inferior a 2 anos), mesmo assim é obrigado que essa transação 
penal seja homologada por sentença pelo juiz. 
4)-É PREDOMINANTEMENTE SANCIONADOR – O Direito Penal não cria ilícitos, ele apenas 
atribui uma pena a quem pratica uma conduta ilícita. 
ESPÉCIES DE SANÇÃO 
1)-PENA – Tem como pressuposto a Culpabilidade, que é a reprovabilidade da conduta. As vezes 
alguém pratica um fato típico, mas sua conduta não era culpável, é o caso do menor de 18 anos. Ele 
pratica crime, mas não sofre pena porque ele é inimputável. A sanção a ele aplicada não é penal, é 
Medida Sócio Educativa de acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente. Pena é um gênero, 
existem várias espécies, como, por exemplo, pena de multa, pena restritiva de direitos, pena restritiva de 
liberdade, pena corporal etc. 
2)-MEDIDA DE SEGURANÇA – Tem como pressuposto a periculosidade(ou perigosidade). Às 
vezes alguém pratica um fato, mas não tem consciência da ilicitude de que aquilo é ilícito, é o caso, por 
exemplo, do louco. Ele é inimputável. A sanção imposta a ele é a Medida de Segurança. Ao Semi 
imputável(aquele que tem diminuída a capacidade discernimento) fica a critério do juiz aplicar a 
Medida de Segurança ou Pena reduzida. 
PRINCÍPIO DA INTERVENÇÃO MÍNIMA DO DIREITO PENAL 
Para que se tenha uma noção de como deve ser aplicado o Direito Penal e a importância que tem a 
Sanção Penal. O Professor gaúcho Luis Luise, sintetiza bem o significado deste Princípio, conforme 
segue: 
“Preceitua o Princípio da Intervenção Mínima que só se legitima a criminalização de um fato se o 
mesmo constitui meio necessário para a proteção de um determinado bem jurídico. Se outras formas de 
Sanção se revelam suficientes para a tutela desse bem, a criminalização é incorreta. Somente se a 
Sanção Penal for instrumento indispensável de proteção jurídica é que a mesma se legitima. Tal 
Princípio deve servir de diretriz ao legislador e também ao hermeneuta, haja vista que o Direito Penal 
deve circunscrever-se à proteção dos bens jurídicos fundamentais da sociedade”. 
Em suma, o Direito Penal só deve ser utilizado, até em razão das graves conseqüecias que dele acarreta, 
para a proteção dos bens jurídicos mais importantes para a sociedade, não é qualquer conduta que deve 
ser criminalizada, o Direito Penal não é panacéia de todos os problemas da sociedade, para isso existem 
os vários ramos do Direito, o Direito Penal é a última hipótese. Isso demonstra também o caráter 
 6 
fragmentário e subsidiário do Direito Penal. Fragmentário porque, ao contrário do Direito Civil, que é 
contínuo na vida da sociedade(as pessoas são tuteladas pelo Direito Civil até mesmo desde a concepção, 
o nascituro tem direito a herança, por exemplo). O Direito Penal é descontínuo, só surge em 
determinados momentos, somente quando obem jurídico importante é ofendido, não acompanha toda a 
vida da pessoa. Subsidiário porque ele vem auxiliar os demais ramos do direito, impondo sanção penal 
àqueles bens tuletados mais importantes 
CONSEQUÊNCIAS PARA A NÃO OBSERVÂNCIA DO PRINCÍPIO DA INTERVENÇÃO 
MÍNIMA 
A não observância do Princípio da Intervenção Mínima acarreta o fenômeno que Francisco Carnelutti 
denominava como “inflação legislativa do Direito Penal”. Com isso Carnelluti quis dizer que o mau uso 
do Direito Penal, a utilização dele em todo e qualquer caso vai fazer com que a norma penal seja 
banalizada(ex. do mau uso do Direito Penal: o Art. 49, da lei 9605/96 – lei dos crimes ambientais. 
Maltratar ou lesar planta ornamental é crime; se alguém viajar e não deixar ninguém para aguar a planta 
e a planta sofrer, a pessoa cometeu um crime até mesmo mais grave que uma lesão corporal; ter 
projéteis de arma de fogo em casa é crime com pena de 2 a 4 anos de reclusão – Art. 14, lei 10826/03). 
FUNÇÃO DO PRINCÍPIO DA INTERVENÇÃO MÍNIMA NOS CRIMES DE BAGATELA 
Em razão desse Princípio, determinadas condutas são entendidas como atípicas e não justificam punição 
porque apesar de haver a tipicidade formal não há a tipicidade material, o bem jurídico tutelado não foi 
ofendido, o patrimônio da “vítima” não foi desfalcado de tal ordem que justifique uma pena, é o caso, 
por exemplo de alguém que subtrai uma uva no supermercado, aplicar uma pena nessas circunstâncias 
seria caracterizado o mau uso do Direito Penal. Por isso, o Princípio da Intervenção Mínima é 
importante não só para o legislador, mas também para o hermeneuta, o intérprete da lei ao analisar o 
caso. 
TENDÊNCIA MODERNA DO DIREITO PENAL 
1)- INTERVENCIONALISTA -Hoje, em razão da sensação de insegurança que vem sendo alardiada 
na sociedade, o legislador usa o direito penal para dar uma satisfação da sociedade e isso, sem dúvida, é 
uma tendência intervencionista do Direito Penal, há uma tendência de intervenção estatal, quer 
criminalizando condutas ou aumentando penas. 
2)-PREVENTIVO – O Direito Penal Preventivo no sentido de se punir situações de perigo, ou seja, 
uma situação de perigo justifica já uma pena, mesmo sem ter havido um dano efetivo, só a situação de 
perigo já é crime, é o caso, por exemplo, de alguém que tem projéteis de arma de fogo. Ter em casa 
projéteis de arma de fogo é crime. 
3)-IMPÕE RESPONSABILIDADE OBJETIVA - A tendência hoje do mau uso do Direito Penal é 
caminhar para a responsabilidade Penal Objetiva, ou seja, a pessoa é condenada simplesmente pela 
ocorrência do fato, pouco importa a culpa. 
DAS PENAS 
PENA 
Pena é a sanção aflitiva imposta pelo Estado através da Ação Penal ao autor de uma infração como 
retribuição pelo seu ato ilícito, consistente na diminuição de um bem jurídico e cujo fim é evitar novos 
Delitos. (conceito de Soler, utilizado por Damásio). 
Pena é a sanção consistente na privação de determinados bens jurídicos que o Estado impõe contra a 
prática de um fato definido na lei como crime.(conceito de Aníbal Bruno). 
FINALIDADE DA PENA 
Existem três Teorias que tentam explicar a finalidade da Pena, que são: 
 7 
1)-TEORIA ABSOLUTA – Pena é um mal justo em retribuição ao mal injusto cometido pelo 
delinqüente. Para esta Teoria, a pena não possui qualquer finalidade prática, visando tão somente uma 
satisfação ética moral imanente do ser humano. 
EXPLICAÇÃO: 
É UM MAL JUSTO EM RAZÃO DO MAL INJUSTO. SE DIZ QUE É UM MAL PORQUE VAI 
INFRINGIR UM SOFRIMENTO, ELA É SEMPRE UM MAL. SE DIZ QUE É U MAL JUSTO 
PORQUE É DE ACORDO COM A LEI. PARA ESSA TEORIA A PENA NÃO TERIA QUALQUER 
FINALIDADE PRÁTICA NO SENTIDO DE RESSOCIALIZAÇÃO, DE PREVENÇÃO ETC., A 
PENA SERIA SOMENTE UMA FORMA DE SATISFAZER A UM SENTIMENTRO QUE É 
PRÓPRIO DO SER HUMANO, É A LEI DE TALIÃO. 
2)-TEORIA RELATIVA OU UTILITÁRIA – Para esta Teoria, a razão da pena é a segurança social, 
ou seja, a prevenção do crime. Segundo essa Teoria, há na pena duas espécies de prevenção: 
- A PREVENÇÃO GERAL - É fixada em abstrato e dirige-se à intimidação da reprimenda a toda a 
coletividade, atemorizando os potenciais infratores 
- A PREVENÃO ESPECIAL - Atua diretamente sobre a pessoa que violou a lei penal, fazendo-a 
refletir através da expiração da pena sobre o mal causado, inibindo-a através do sofrimento, e em alguns 
casos segregando-a da sociedade, a praticar novos delitos. 
EXPLICAÇÃO: 
A FUNÇÃO DA PENA É EMINENTEMENTE DE PREVENÇÃO, OU SEJA, EVITAR QUE 
OCORRA CRIME E A PRIMEIRA ESPÉCIE DE PREVENÇÃO SERIA A PREVENÇÃO GERAL, 
QUE É O MEDO DA SANÇÃO PENAL, DIRIGIDO A TODA A SOCIEDADE. AS PESSOAS COM 
MEDO DE SOFRER UMA PENA NÃO VAI COMETER O CRIME. A SEGUNDA FORMA DE 
PREVENÇÃO, A ESPECIAL, É QUANDO INCIDE EM CONCRETO A PENA SOBRE UMA 
PESSOA, ENTÃO, AQUELA PESSOA QUE COMETEU O CRIME VAI SOFRER OS RIGORES 
DA PENA E COM O COMPRIMENTO DA PENA VAI SE VER DESESTIMULADO A VOLTAR A 
PRATICAR CRIMES. EM ALGUNS CASOS A PREVENÇÃO ESPECIAL RETIRA A PESSOA DO 
CONVIVIO SOCIAL, É UMA FORMA DE PREVENÇÃO, DE SE EVITAR NOVOS DELITOS. 
3)-TEORIA MISTA OU UNITÁRIA – Nesta Teoria a Pena tem caráter retributivo preventivo. 
Retributivo em razão de ser a conseqüência do crime, representando uma satisfação à sociedade. 
Preventiva porque, evidentemente tem caráter de intimidação geral, embora o cumprimento da pena 
possua uma função ressocializadora ou de reeducação do sentenciado. 
EXPLICAÇÃO: 
ESTA TERORIA RECONHECE QUE A PENA É REALMENTE RETRIBUTIVA, OU SEJA, ELA 
TEM A FINALIDADE DE RETRIBUIR ÁQUELE QUE COMETEU UM MAU INJUSTO UM 
MAL INJUSTO, CUMPRE A FUNÇÃO DE SATISFAÇÃO SOCIAL. O EXEMPLO EVIDENTE 
DISSO É A GAROTA QUE MANDOU MATAR OS PAIS. O PASSEIO DELA TRANQUILO NA 
PRAIA GEROU SENTIMENTO DE INDIGNAÇÃO NA SOCIEDADE PORQUE AS PESSOAS 
QUEREM A FUNÇÃO RETRIBUTIVA DA PENA, O DESEJO DE PUNIÇÃO. TEM TAMBÉM 
FUNÇÃO PREVENTIVA DE INTIMIDAR, MAS A FUNÇÃO MAIOR DA PENA É A DE 
RESSOCIALIZAÇÃO, DE REEDUCAÇÃO PARA QUE A PESSOA REINGRESSE NA 
SOCIEDADE DE FORMA A NÃO MAIS PRATICAR CRIMES. MODERNAMENTE É ESTA A 
TEORIA OBSERVADA. 
AULA 3/1 (20/02/06) 
PRINCÍPIOS E CLASSIFICAÇÃO DAS PENAS 
PRINCÍPIOS 
 8 
1)-PRINCÍPIO DA LEGALIDADE(ART. 1° CP; ART. 5°, XXXIX CF) – Não há pena se não 
prevista em lei prévia e formalmente editada 
2)-PRINCÍPIO DA PERSONALIDADE(ART. 5°, XLV CF) – Nenhuma pena passará da pessoa do 
condenado, ou seja, a pena somente atinge aquele que praticou o crime, exceto no caso de perdas de 
bens e valores dos herdeiros, na medida da força da herança(Art. 5° XLVI, “b” CF, Art. 43, II CP e Lei 
9605 – lei de Crimes Ambientais).É um efeito da finalidade retributiva da pena como defende a Teoria 
Absoluta da Pena(É um mal justo em retribuição ao mal injusto). É importante porque constitui uma 
evolução da doutrina penal, pois na antiguidade a pena se transferia para os herdeiros. Penas Privativas 
de Liberdade e de Multa não se transfere para herdeiros porque a pena é personalíssima. 
EFEITOS SECUNDÁRIOS DA CONDENAÇÃO 
Mesmo que haja efeitos secundários, a pena deve ser admitida pela sociedade em favor do objetivo 
maior que é atingir a paz social. Significa que em caso de condenação de uma pessoa, seus familiares 
sofrerão conseqüências em razão dessa pena(ex. se a pessoa que mantinha casa for presa, a família vai 
sofrer os efeitos da sanção penal). Para minimizar esses efeitos, alguns auxílios previdências para ajudar 
a família são previstos na legislação(ex. Auxílio Reclusão, desde que sejam preenchidos alguns 
requisitos). 
3)-PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE OU INVIDUALIZAÇÃO DA PENA – Impede o 
arbítrio na aplicação da pena, ou seja, não pode alguém ser condenado por mera conveniência de quem 
quer que seja ou de determinados momento. A aplicação da Pena exige que regras estabelecidas sejamseguidas. Assim, o Princípio da Proporcionalidade tem dois requisitos a serem observados quando da 
aplicação da pena, que são: 
- Observância ao bem jurídico tutelado – Existe uma graduação em relação ao bem jurídico tutelado 
para que seja estabelecida a pena(ex. não se admite que a pena para o crime de Homicídio seja menor 
do que a pena para o crime de Furto etc.). 
- Observância da personalidade do delinqüente – Para a aplicação da pena, leva-se em consideração 
a personalidade daquele que praticou o crime(ex. aquela pessoa que vem reiteradamente praticando 
crime deve sofrer uma pena mais elevada do que aquele primário; aquele que praticou u crime de forma 
premeditada e por vingança deve sofrer uma pena maior do que aquele que praticou o crime em um 
momento de descontrole emocional). Por isso que se diz que a pena seria uma prognose do tratamento 
de ressocialização do condenado, um seja, para determinadas pessoas sofrem uma pena menor e outras 
sofrem uma pena maior, evidentemente dentro dos limites(pena mínima e pena máxima)estabelecidos 
em lei. Portanto, o juiz ao aplicar a pena de acordo com a característica da pessoa está individualizando 
a pena. A individualização tem três aspectos, que são: 
- Aspecto Legislativo – É aquele em que o legislador ao elaborar a lei, para fixar a pena cominada leva 
em consideração quais os bens jurídicos são mais importantes para a sociedade(ex. liberdade sexual, 
patrimônio, vida, meio ambiente, fé pública, integridade física, etc.) e as circunstâncias objetivas e 
subjetivas que sejam importantes(ex. reincidência, crime praticado contra idoso, grávida, motivo fútil, 
primariedade, bons antecedentes, menor de idade, etc.). 
- Aspecto Judicial – É quando o juiz vai aplicar a pena adequada ao caso concreto 
- Aspecto Executório – É o aspecto relacionado à execução da pena que foi definitivamente aplicada 
ao condenado. Se a Pena for Privativa de Liberdade, por exemplo, ele será encaminhado ao 
estabelecimento apropriado onde deverá cumpri a pena e no decorrer da execução vários institutos serão 
observados, como, direito a remissão de pena, progressão de regime prisional etc.). 
4)-PRINCÍPO DA INDERROGABILIDADE OU INEVITABILIDADE DA PENA 
Segundo Magalhães Noronha, a pena somente vai ser eficaz se for prontamente aplicada e efetivamente 
cumprida, ou seja, é mais importante do que a severidade da pena, que ela seja prontamente aplicada e 
cumprida. Portanto, esse Princípio significa que a sanção tem que ser certa, inevitável sob pena de a 
lei cair em descrédito o que estimularia a prática de crimes. Além disso, nossa legislação prevê vários 
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institutos que afastam esse princípio e que tiram a força da lei, como, por exemplo, o Sursis(suspensão 
condicional da pena para primário condenado com pena de até 2 anos; a Transação Penal, o Indulto, 
etc.) 
5)-PRINCÍPIO DA HUMANIZAÇÃO DA PENA(ARTS. 5°, XLIX E XLVII CF) – Significa que a 
pena não pode atingir a integridade física e moral do condenado, ou seja, no Brasil a pena vai apenas 
suprimir ou restringir um direito do condenado(ex. a pessoa condenada a pena restritiva de liberdade 
tem atingida apenas a sua liberdade, a sua condição de ser humano, por isso que não se admite no Brasil 
penas cruéis(Art.5°, XLVII CF). 
CLASSIFICAÇÃO DA PENA 
1)-QUANTO AO BEM JURÍDICO ATINGIDO PELA SANÇÃO PENAL 
a)-PENAS CORPORAIS (açoite mutilação, pena de morte) – No Brasil não são permitidas, exceto a 
pena de morte em tempos de guerra declarada. 
b)-PENAS PRIVATIVAS DE LIBERDADE – São as mais comuns em todo o mundo. Atingem o 
direito de ir e vir. São aquelas que importam em uma limitação ao direito de locomoção sem importar 
qualquer espécie de prisão. Podem ser: 
-PERPÉTUAS – O condenado fica presa durante toda a vida. No Brasil não é admitida a prisão 
perpétua. Alguns países a utilizam (Itália, EUA, Chile, etc.) 
-TEMPORÁRIAS – É aquela em que há um tempo máximo de cumprimento da pena privativa de 
liberdade. É o caso do Brasil, que em caso de crime, só pode ficar preso ininterruptamente pelo prazo 
de 30 anos(Art. 75, CP) e em caso de Contravenção Penal o prazo máximo é de 5 anos(Art. 10° - Lei 
contravenção penal). 
OBSERVAÇÕES SOBRE PENAS RESTRITIVAS DE LIBERDADE 
São penas restritivas de liberdade: 
1)-BANIMENTO – É a perda dos direitos políticos e de habitar um país. É a morte civil da pessoa, que 
se torna apátrida. Não pode ser aplicado no Brasil, por força do Art. 5° , XLVII, “d” da Constituição 
Federal. Em razão disso, existem duas correntes doutrinárias, que são: 
a)-Mirabete - Fazendo uma interpretação extensiva, Mirabete sustenta que a vedação constitucional da 
pena de Banimento deve se estender às Penas de Degredo ou Confinamento e Desterro, ou seja, para 
ele, o constituinte quando resolveu proibir a pena de Banimento na verdade estava proibido todas 
espécies de penas restritivas de liberdade. 
b)- Raul Zaffaroni/José Henrique Pirangeli – Para esses autores, só houve a vedação do Banimento. 
O constituinte ao proibir o Banimento quis apenas e tão somente excluir o Banimento e não as demais 
espécies de penas restritivas de liberdade porque não foi feita qualquer referência às penas de Degredo 
ou Confinamento e Desterro. O Professor acompanha essa corrente doutrinária. 
2-DEGREDO OU CONFINAMENTO – É a fixação de residência em local determinado na sentença 
por certo tempo, de onde não poderá sair; 
3-DESTERRO – É a saída obrigatória de seu domicílio ou domicílio da vítima por tempo determinado. 
CONDIÇÕES DO SURSIS(ART. 77 CP – PREVISÃO E ART. 78, § 2° CP – CONDIÇÕES) 
No Sursis a Pena fica suspensa mediante condições fixadas pelo juiz, dentre elas as seguintes: 
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-PROIBIÇÃO DE FREQUANTAR DETERMINADOS LUGARES – O juiz na sentença concedo o 
Sursis e suspende a pena na condição de que no período de provas(2 anos) a pessoa não freqüente locais 
onde são comercializadas bebidas alcoólicas,por exemplo. 
-NÃO SE AUSENTAR DA COMARCA SEM AUTORIZAÇÃO DO JUIZ – É concedido o Sursis e 
suspensa a pena na condição de que a pessoa não se ausente da Comarca em que reside, sem 
autorização do juiz. 
SERIAM AS CONDIÇÕES DO SURSIS(PROIBIÇÃO DE FREQUANTAR DETERMINADOS 
LUGARES E NÃO SE AUSENTAR DA COMARCA) UMA FORMA DE PENA RESTRITIVA 
DE LIBERDADE? 
Sim, embora não constituam pena, não têm natureza jurídica de pena porque são condições, a pessoa 
aceita ou não a condição em substituição à pena. 
ESTATUTO DO ESTRANGEIRO (LEI 6815/80) 
Os institutos abaixo, previstos na lei 6815/80, não são considerados penas restritivas de liberdade, não 
têm natureza penal, são medidas administrativas reguladas pelo Direito Internacional e pelo Direito 
Administrativo. 
- EXPULSÃO – Constitui ato administrativo fundado no direito de defesa da soberania nacional 
adotado pelo poder público para retirar do território nacional o estrangeiro que se mostra prejudicial aos 
interesses nacionais. Há casos em que a Expulsão vai ter relação com o Direito Penal(ex. estrangeiro 
condenado no Brasil por tráfico de drogas, é expulso do país assim que acabar de cumprir a pena no 
Brasil) 
- DEPORTAÇÃO – Medida administrativa imposta nos casos de entrada ou estada irregular de 
estrangeiro, aplicável se este não se retirar voluntariamente do território nacional no prazo fixado em 
regulamento e notificado pela Polícia Federal(ex. a pessoa tem visto para permanecer no Brasil por um 
mês, mas aqui já está por dois meses) 
- EXTRADIÇÃO – É o ato de entrega de um indivíduo escondido em um país estrangeiro ao governo 
de outro país a pedido deste para ser julgado ou cumprir a pena que lhe foi imposta. Tem uma relação 
próxima com o Direito Penal, mas é regulamentada pelo Direito Internacional e pela Constituição(é 
analisada pelo STF e depois submetida à decisão do Presidente da República). A CFveda extradição de 
brasileiro nato ou de estrangeiro naturalizado se a conduta ocorreu depois da naturalização, assim como 
naqueles casos em que a pena aplicada não é admitida no Brasil e também em razão de crimes políticos. 
c)-PENA PECUNIÁRIA – É aquela que atinge o patrimônio do condenado, vai ter como bem jurídico 
restringido o patrimônio do condenado, pode ser: 
- Pena de Multa – É o pagamento em dinheiro ao FUNPEN - Fundo Penitenciário Nacional. 
- Pena de Confisco – É aquele que vai atingir com a perda dos bens lícitos do sentenciado. Foi banida 
do Direito Penal há muito tempo, porém, a Constituição de 1988 prevê a perda de Bens e Valores que 
nada mais é do que uma Pena Confisco(Art. 5°, XLV CF; ART. 43, II CP e Lei 9605/98 – Crimes 
Ambientais) 
CONFISCO PENA X CONFISCO EFEITO SECUNDÁRIO DA SENTENÇA PENAL 
CONDENÁTORIA 
O Confisco Pena não deve ser confundido com Confisco Efeito Secundário da Sentença Penal 
Condenatória que é previsto no Art. 91, II, “a” e “b” do Código Penal. O Confisco previsto no Art. 91 
do CP atinge o produto direto e indireto do crime, bem como os instrumentos do crime, ou seja, aquela 
pessoa que roubou o banco, por exemplo, e com o dinheiro roubado comprou uma casa, vai ter esta casa 
confiscada porque a casa é produto indireto do crime, portanto, esse Confisco não é Pena, é Efeito 
Secundário da Condenação, o criminoso vai ter uma pena restritiva de liberdade e a casa vai ser 
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confiscada. Portanto, o Efeito Secundário da Sentença(produto do crime) não atinge o bem lícito da 
pessoa, a perda que atinge o bem lícito é a Pena de Confisco. 
d)- PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS - São aquelas que suprimem ou restringem alguns 
direitos do condenado diversos da liberdade. Estão previstas no Art. 43 do Código Penal, ganhando 
grande destaque como penas alternativas à pena privativa de liberdade. Exemplo: prestação de serviços 
à comunidade, limitação de fim de semana, interdição temporária de direitos etc. 
AULA 4/1 (22/02/06) 
CLASSIFICAÇÃO DOS CRIMES(CONTINUAÇÃO) 
2)-QUANTO A APLICABILIDADE DA PENA 
Pena Aplicada é a Pena que foi individualizada no caso concreto daquela pessoa(ex. João recebeu Pena 
de 8 anos de reclusão pelo crime de Homicídio que praticou). Pena Cominada é aquela estabelecida em 
abstrato(ex.: a pena cominada para o crime de homicídio é de 6 a 20 anos de reclusão). 
a)-ÚNICAS – Quando prevista com exclusividade pela norma incriminadora(ex. Art. 121 –CP – 
Homicídio, em que é cominada uma única pena de 6 a 20 anos de reclusão) 
b)-CONJUNTAS – Quando previstas cumulativamente mais de uma pena(ex. Art. 155 – CP- Furto, em 
que é prevista como pena Reclusão de 1 a 4 anos e Multa) 
c)-PARALELAS – Quando da mesma espécie encontram-se previstas de forma alternativa(ex. Art. 
135, § 1° CP – Bigamia, que prevê Pena de Reclusão ou Detenção de 1 a 3 anos). São penas da mesma 
espécie(Privativas de Liberdade-Detenção e Reclusão) e o juiz escolhe uma delas. 
d)-ALTERNATIVAS – Quando de espécies diferentes encontram-se previstas de forma alternativa(ex. 
Art. 233 CP – Ato obsceno, em que a Pena é de 3 meses a 1 anos de Detenção ou Multa). São penas de 
Espécies diferentes(Detenção e Multa) e o juiz escolhe uma delas. 
CRIMES DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO 
São definidos pela lei 10.259/2002. Constitui crime de Menor Potencial Ofensivo aquele cuja pena 
cominada seja igual ou inferior a 2 anos. O Crime de Porte de Entorpecente(Art. 16 da lei 6368/76) tem 
como Pena Cominada 6 meses a 2 anos de Detenção e Multa. Entretanto, não é Crime de Menor 
Potencial Ofensivo(decisão do STJ) porque ao comutar a pena a esse crime o fez de forma 
conjunta(Privativa de Liberdade e Multa). 
3)-QUANTO AO LOCAL DE EXCUÇÃO DA PENA 
a)-INSTITUCIONAIS – São aquelas que se cumprem em estabelecimentos especialmente destinados 
a este fim(ex. Penitenciária. Pena Privativa de Liberdade Reclusão em regime fechado é cumprida em 
estabelecimento de Segurança máxima que é a Penitenciária). 
b)-SEMI-INSTITUCIONAIS – Quando se cumpre a pena parcialmente em estabelecimentos 
institucionais (ex. Pena de Limitação de Fim de Semana-Restritiva de Direito. No fim de semana ou 
feriado o condenado tem comparecer ao estabelecimento para participar de atividades voltadas à 
ressocialização) 
c)-NÃO INSTITUCIONAIS – Quando se executa a pena em liberdade, sem qualquer vinculação com 
estabelecimentos prisionais(ex. Pena de Multa, Prestação de Serviços à Comunidade e a pena de 
Interdição Temporária de Direitos). 
INFORMAÇÃO HISTÓRICA 
Penas Principais e Acessórias não mais existem. A lei 7209/84, que alterou a parte geral do Código 
Penal, revogou a figura destas penas. Acessórias eram as penas previstas em lei que o juiz aplicava a 
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pena Privativa de Liberdade como pena Principal e uma outra Pena como pena Acessória que ficava 
dependendo da execução da Principal(ex. interdição, perda de determinado bem, etc.). 
PENAS POSSÍVEIS PELA PRÁTICA DE CRIMES (ART. 32 CP) 
1-PENAS COMUNS – São as Penas Privativas de Liberdade e Multa. 
2-PENAS ALTERNATIVAS OU SUBSTITUTIVAS – São as Penas Restritivas de Direito e Multa. 
O Art. 44 e 60 do Código Penal prevêem determinados requisitos de ordem objetiva e subjetiva que, 
quando preenchidos, autorizam o juiz , quando da individualização da pena, substituir a Pena Privativa 
de Liberdade por Pena Restritiva de Direito ou Pena de Multa, a depender do caso. 
OBS.: Às vezes a Pena de Multa já aparece no próprio tipo penal(ex. Detenção e Multa) e outras 
vezes vem como Pena Alternativa. Nenhum crime é punido apenas com Multa. 
LEIS EXTRAVAGANTES 
São aquelas não codificadas, estão fora do Código Penal. 
-PENA DE MORTE – Prevista no Código Penal Militar, só pode ser aplicada em caso de guerra 
declarada. 
-PRISÃO SIMPLES – Prevista na Lei de Contravenções Penais 
-PENA RESTRITIVA DE DIREITO – Prevista na lei de Crimes Ambientais diretamente como 
sanção penal ao crime, sem a natureza substitutivo(como é no Código Penal). 
PENAS PRIVATIVAS DE LIBERDADE 
É a que restringe o direito de ir e vir do condenado, infringindo-lhe um determinado tipo de prisão. 
EVOLUÇÃO HISTÓRICA 
É uma pena, historicamente falando, recente, ela surgiu na segunda metade do século XVI. Antes só 
existiam penas corporais(morte, açoite, mutilação, tortura). A prisão era apenas uma forma de 
instrumentação para execução da pena(morte, mutilação etc.), não tinha natureza de sanção penal. A 
prisão como pena surgiu por influência do Direito Canônico que trazia uma filosofia mais 
humanitária(pregava a vida, a vida pertencia a Deus e ninguém poderia tira-la). A expressão cela surgiu 
no Direito Romano, quando o religioso se recolhia na cela monástica e lá se penitenciava pelo mal que 
ele causou, daí a extpressão Penitenciária. 
Na segunda metade do século XVI é que surgem os primeiros estabelecimentos penais destinados 
especificamente ao cumprimento da pena privativa de liberdade. Foi na Inglaterra que surgiram as 
primeiras prisões que eram denominadas de “houses of corretions” e “brid wells”. Entre nós a prisão 
com pena só surgiu em 1830 com o Código Penal do Império, quando foram construídos os primeiros 
presídios, antes no Brasil só havia pena corporal. 
O filosófo Michel Foucault fez um estudo da evolução das penas que está publicado no seu livro 
chamado “Vigiar e Punir”. No referido livro ele relata métodos que eram utilizados na execução de 
penas corporais, traçando todo a evolução das penas. 
SISTEMAS PENITENCIÁRIOS CLÁSSICOS 
São três os sistemas mais comuns no mundo. 
1)-SISTEMA DA FILADÉLFIA – Adotado inicialmente na Pensilvânia e também aplicado na 
Bélgica, razão pela qual é também conhecido como Sistema Belga ou Celular. Trata-se de um sistema 
rigorosamente celular, absoluto, onde o sentenciado permanece fechado na cela sem sair,salvo em 
casos esporádicos para passeios em pátios cerrados e circulares. Não havia trabalho ou visitas e 
estimulava-se a religiosidade. Era o mais rigoroso de todos os sistemas. O sistema brasileiro chamado 
RDD – Regime Disciplinar Diferenciado, se assemelha ao Sistema Belga. No Brasil, em razão da 
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segurança, é o sistema que abriga os presos de maior periculosidade, como, por exemplo, Fernandinho 
Beira Mar, dentre outros. 
2)-SISTEMA AUBURN OU AUBURNIANO OU SILENT SYSTEM – É um sistema mais brando. 
Sua origem é a penitenciária de Albany, Estado de Nova Iorque EUA, construída em 1818.Neste 
Sistema, o sentenciado permanece em isolamento no período noturno e durante o dia trabalha 
juntamente com os outros presos, contudo, apesar do trabalho comum, ele é feito em absoluto silêncio, 
daí denominação de “silent system”. 
3)-SISTEMA INGLÊS OU PROGRESSIVO – Considerado o mais brando dos sistemas. Tem origem 
no Reino Unido, no século XIX. Neste Sistema há um período inicial de isolamento, denominado de 
período de Prova, com prazo determinado. Depois, observado o aproveitamento do comportamento do 
preso, este passa a trabalhar e comum e finalmente ganha a liberdade fiscalizada. A principal 
característica desse sistema é que ele apresenta estágios em seu cumprimento, sendo o último de 
Liberdade Vigiada. Na doutrina se identifica uma variante do Sistema Inglês, denominado de Sistema 
Irlandês, no qual, antes da Liberdade Vigiada há o Estágio de Semi-liberdade em que o sentenciado 
trabalha em Colônia Penal Agrícola em regime de semi-liberdade. É o sistema tido como mais 
moderno. 
SISTEMA ADOTADO NO BRASIL 
O Brasil adota o Sistema Progressivo, mas não é o Sistema Inglês. É o sistema criado pelo legislador 
brasileiro, guardando algumas peculiaridades que o distingue do sistema inglês. No Sistema Brasileiro, 
por exemplo, é possível o condenado sair do regime fechado diretamente para regime 
condicional(ex.nas condenações por crimes hediondos que não permitem progressão), ou seja, 
cumprindo 2/3 da pena, sai do sistema fechado direto para a liberdade, sem passar pelo semi-aberto ou 
aberto. A própria lei, Art. 33, § 2° CP e Art. 112 da lei 7210/84-exceção penal prevê que a Pena 
Privativa de Liberdade deve ser cumprida de forma progressiva, dando ênfase ao comportamento do 
sentenciado. 
AULA 5/1 (08/03/06) 
ESPÉCIES DE PENAS PRIVATIVAS DE LIBERDADE 
a)-RECLUSÃO(prevista noCP) – É uma Pena mais grave, aplicada para crimes que atingem um bem 
jurídico de maior valor para a sociedade; 
b)-DETENÇÃO(prevista no CP) – É uma pena menos grave, aplicada para crimes que atingem um 
bem jurídico de menor importância para a sociedade, não sendo necessário o rigor do Regime Fechado; 
c)-PRISÃO SIMPLES(prevista na lei de Contravenções penais). 
DIFERENÇA ENTRE RECLUSÃO E DETENÇÃO 
Modernamente se entende que não há mais relevância em se fazer distinção entre ambas, deveria ser 
uma só pena que é a Pena Privativa de Liberdade, mas o nosso Código Penal mantém essa dicotomia 
Reclusão/Detenção. Não se verifica nenhum diferença ontológica entre essas penas, as duas são 
cumpridas da mesma forma, ou seja, em estabelecimentos prisionais e em ambas vão ser aplicados os 
mesmos institutos(mudança de regime, remissão de pena , etc). Porém, existir conseqüências jurídicas 
em razão da aplicação de uma ou de outra dessas penas. 
CONSEQUÊNCIAS DA DICOTOMIA RECLUSÃO/DETENÇÃO 
A Espécie de Pena, se Reclusão ou Detenção, determina: 
a)-O REGIME PRISIONAL – Regime de cumprimento da pena pode mudar em cada tipo de Pena 
aplicada: 
– A Pena de Reclusão é cumprida nos Regimes: Fechado, Semi-Aberto ou no Aberto; 
 14 
– A Pena de Detenção é cumprida nos Regimes: Semi-Aberto ou Aberto. Há duas hipóteses que a Pena 
de Detenção é cumprida em Regime Fechado: quando se tratar de crimes cometido por organização 
criminosa(lei 9034/95) e quando há a Regressão de Regime(quando o condenado que está cumprindo a 
Pena em um regime menos rigoroso cometer falta grave no cumprimento da pena-Art. 50, LEP ). 
b)-A ESPÉCIE DE MEDIDA DE SEGURANÇA – Na fixação da Medida de Segurança o juiz vai 
levar em consideração a espécie de Pena Privativas de Liberdade cominada(pena em abstrato) ao crime 
praticado pelo agente. Quando o inimputável por doença mental pratica um crime ele pratica um crime, 
mas não sofre Pena, sofre Medida de Segurança. Essa Medida de Segurança vai guardar 
correspondência com a pena cominada para o crime cometido, conforme segue: 
-SE FOR CRIME PUNIDO COM RECLUSÃO – A Medida de Segurança vai ser a Medida de 
Segurança Detentiva(aquela em que a pessoa é internada em hospital de tratamento psiquiátrico) por 
tempo indeterminado, até que cesse a periculosidade. 
-SE FOR CRIME PUNIDO COM DETENÇÃO – A Medida de Segurança vai ser a Medida de 
Segurança Restritiva(a pessoa comparece periodicamente em um órgão de saúde para receber 
tratamento médico por tempo indeterminado, até que cesse a periculosidade). Exemplo: prática de ato 
obsceno pelo inimputável 
c)-A INCAPACIDADE PARA O EXERCÍCIO DO PATRIO PODER(PODER FAMILIAR), 
TUTELA E CURATELA(ART.92, II – CP) – É um efeito secundário da sentença condenatória(o 
efeito principal é a pena), ou seja, não é pena, é um efeito reflexo da sentença condenatória. Esse efeito 
secundário do Exercício do Pátrio Poder, Tutela e Curatela só ocorre se a Pena for de Reclusão e 
quando o crime for praticado contra o Filho, o Tutelado ou o Curatelado. Exemplo: O pai tenta matar o 
próprio filho. Se ele for condenado pelo crime(cuja pena será de Reclusão), o juiz pode na Sentença 
Condenatória, desde que o faça motivadamente(dizer na sentença porque está aplicando esse efeito), 
torna-lo incapaz para o exercício do Pátrio Poder, não só em relação àquele filho que foi vítima, mas em 
relação a todos os demais filhos. 
d)-A PRIORIDADE NA ORDEM DE EXECUÇÃO(ARTS. 69, CAPUT E 76 CP) – Significa que 
primeiro será executada a Pena mais grave Aplicada ao réu(ex.: o réu foi condenado a 5 anos e 4 meses 
de Reclusão por crime de roubo e também foi condenado a 6 meses de detenção por porte de 
entorpecentes. A pena a ser executada primeiro será a Pena referente ao crime de roubo porque é pena 
de Reclusão, que é mais grave). 
e)-A LIMITAÇÃO NA CONCESSÃO DE FIANÇA – É um valor pecuniário que a pessoa recolhe 
judicialmente para garantir a sua presença no Processo sob pena de perder o dinheiro dado em fiança. A 
concessão de fiança é concedida da seguinte forma: 
-SE A PENA FOR DE DETENÇÃO – Pode arbitrar a Fiança a autoridade policial e o juiz. 
-SE A PENA FOR DE RECLUSÃO – Só a autoridade judicial(o juiz) pode arbitrar a Fiança. 
REGIMES PENITENCIÁRIOS(ART. 33, CAPUT, CP) 
É o modo pelo qual é cumprida a Pena privativa de Liberdade. O Código Penal prevê os seguintes 
Regimes Penitenciários: 
1)-REGIME FECHADO – É aquele cumprido em estabelecimento de segurança 
máxima(Penitenciária) ou média (CR – Centro de Ressocialização). O condenado só sai para trabalhar 
em obras públicas(sob escolta) ou para tratamento médico 
2)-REGIME SEMI-ABERTO – É aquele em que a Pena é executada em Colônia Penal Agrícola, 
Industrial ou estabelecimento similar. É um Regime intermediário, no qual o condenado pode trabalhar 
em obras públicas ou privadas fora do presídio durante o dia(sob escolta) e à noite retorna ao presídio. 
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Alguns direitos são concedidos ao presos, como, por exemplo, saídas temporárias em datas especiais 
retornando depois ao presídio. 
3)-REGIME ABERTO – É aquele em que a Pena é executada em casa de albergado ou 
estabelecimento adequado(Art. 33, § 1°, “c”, CP). É o regime mais brando de todos. Durante o dia o 
preso sai para praticar atividades lícitas e à noite retorna à casa de albergado onde permanece também 
nos finais de semana. Ocorre, porém,que o Estado não construiu essas casas de albergados ou 
estabelecimentos adequados em quantidade suficientes, por isso, o condenado cumpre a Pena em sua 
própria casa, ou seja, durante à noite não pode sair sob pena se ter a Regressão do Regime. Por falta de 
casas de albergados se estendeu a prisão Domiciliar a todos aqueles que estão em Regime Aberto, mas 
originalmente a Prisão Domiciliar era possível, quando o sentenciado está em Regime Aberto, somente 
nas hipóteses previstas no Art. 117 da Lei 7210/84 – Lei de Execução Penal(LEP): quando se tratar de: 
- Condenado maior de 70 anos 
- Condenado acometido por doença grave 
- Condenada com filho menor ou deficiente físico ou mental 
- Condenada gestante 
RDD – REGIME DISCIPLINAR DIFERENCIADO 
A lei 10792/03 deu nova redação ao Art. 52 da lei de execução penal(LEP), criando o RDD – Regime 
Disciplinar Diferenciado. É um regime adotado em Presídios de Segurança máxima(ex. Presídio de 
Presidente Bernardes-SP, onde ficou preso Fernandinho Beira Mar) em que a restrição da liberdade do 
preso é levada ao extremo. O condenado não recebe visitas, não tem direito a rádio ou televisão e não 
tem direito a banho de sol superior a 2 horas por dia(sempre sozinho) e entrevista com advogado tem 
que ser previamente agendada . O RDD não é um novo Regime Penitenciário porque os Regimes 
Penitenciários estão previstos no Código Penal e o RDD é apenas uma forma excepcional disciplinar 
de cumprimento da pena no Regime Fechado, sendo admitido tão somente nos casos taxativamente 
previstos no Art. 52 da LEP. O preso é transferido para o RDD quando ele praticar crime doloso 
dentro do sistema penitenciário colocando em perigo a ordem e a disciplina do presídio ou quando 
houver fundada suspeita que o preso pertença a organização criminosa, podendo o RDD ser 
inclusive aplicado a Preso Provisório(ainda não condenado definitivamente). O período máximo de 
permanência no RDD é de no máximo 360 dias após o que voltará ao sistema normal. Se o preso 
voltar a cometer qualquer das condutas que admitem o RDD ele retorna ao sistema é lá pode ficar 
por até 1/6 da pena. Quem determina o envio do condenado ao RDD é o juiz da execução penal, 
comportando, inclusive, recurso. 
FIXAÇÃO DO REGIME PRISIONAL INICIAL 
Quem aplica a pena e por conseqüência determina o Regime Prisional é o Juiz da condenação, o juiz de 
Conhecimento(juiz da 1° Vara Criminal, 2°, 3° , etc.). Nesse procedimento serão observadas as 
seguintes legislações que oferecem as diretrizes, os critérios para a fixação do Regime Prisional Inicial: 
- Art. 33, § 3° CP 
- Art. 59, II, CP 
- Art. 110, LEP – Lei de Execução Penal(lei 7210/84) 
CRITÉRIOS OBSERVADOS PARA A FIXAÇÃO DO REGIME PRISIONAL INICIAL 
- QUANTIDADE DA PENA – quantos anos durará a Pena. 
- A ESPÉCIE DE PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE – Se é Reclusão ou se é Detenção. 
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- AS CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAIS(Art. 59, Caput, CP) – São previstas no Art. 59, Caput, 
CP(culpabilidade, antecedentes personalidade, motivos, motivos do crime, circunstâncias e 
conseqüências do crime, comportamento da vítima). Circunstância é tudo aquilo que circunda, que está 
ao redor do crime, ou seja, se tirar a circunstância o crime continua a existir, mas ela é importante para 
melhor individualização do crime(ex. se alguém subtrai coisa alheia móvel mediante arrombamento 
pratica Furto, mas é Furto Qualificado com pena de 2 a 8 anos porque o arrombamento é uma 
circunstância do Furto, se retirar o arrombamento continua a existir furto, só que furto simples com 
pena de 1 a 4 anos 
- AGRAVANTE DA REINCIDÊNCIA(ART. 63, CP) – A reincidência tem influência na aplicação 
Do Regime Inicial. Reincidente é aquele que após ter sido definitivamente condenado pela prática de 
um crime, volta a cometer um novo crime(ex. A pessoa cometeu um crime de furto no dia 01/01/05, 
praticou outro furto no dia 15/01/05 e pratica um roubo dia 02/02/05 e no dia 01/03/05 pratica um crime 
de lesão corporal. A pessoa somente será considerada reincidente se ela for condenada por um desses 
crimes cometidos e depois de condenado pratique um novo crime.Digamos que a pessoa tenha sido 
condenada no dia 12/12/05 pelo crime de furto praticado no dia 15/01, mesmo que seja condenada, por 
exemplo, no dia 15/12/05 pelo crime de lesão corporal praticado no dia 01/03/05, não será considerada 
reincidente porque só seria reincidente se tivesse praticado um novo crime após a condenação 
REGRAS UTILIZADAS PARA FIXAÇÃO DO REGIME PRISIONAL INICIAL NA PENA DE 
RECLUSÃO 
Na Pena de Reclusão o Regime Prisional Inicial será estabelecido de acordo com os seguintes critérios: 
a)-Para réu reincidente ou Pena superior a 8 anos o Regime será Fechado. 
b)-Para réu não for reincidente(primário) com Pena seja superior a 4 anos até 8 anos, o Regime poderá 
ser Semi-Aberto 
c)-Para réu não reincidente(primário) com Pena de até 4 anos, o Regime poderá ser Aberto 
EXEMPLO1 
Réu reincidente, com Pena de 2 anos de Reclusão o Regime será o Fechado. 
EXEMPLO2 
Réu primário(não reincidente), com Pena de 9 anos de Reclusão o Regime será Fechado 
EXEMPLO3 
Réu primário, com Pena de 6 anos de Reclusão o Regime será Semi-Aberto 
EXEMPLO 4 
Réu primário, com Pena de 3 anos de Reclusão o Regime será Aberto 
AULA 6/1 (13/03/06) 
EXCEÇÕES À REGRA DE FIXAÇÃO DE REGIME PRISIONAL NA PENA DE RECLUSÃO 
 
a)-É possível ser fixado Regime Fechado ao réu Primário ou quando a Pena for inferior a 8 anos de 
reclusão, desde que o juiz o faça motivadamente com base nas circunstâncias judiciais(Arts. 33, § 3° e 
59 do CP). Exemplo: se o réu primário for condenado por crime de roubo simples com Pena de 4 anos 
de Reclusão e o juiz entender que as circunstâncias são desfavoráveis ao réu(ele tem má personalidade, 
o crime foi cometido em razão duma vingança, etc) pode ser fixado o Regime Fechado, desde que haja 
a fundamentação na sentença. Com relação a essa questão existem as Súmulas 718 e 719 do STF. 
SÚMULA 718 
A opinião do julgador sobre a gravidade em abstrato do crime não constitui motivação idônea para a 
imposição de regime mais severo do que o permitido segunda a pena aplicada. 
 17 
SÚMULA 719 
A imposição do regime de cumprimento mais severo do que a pena aplicada permitir exige motivação 
idônea. 
b)-O Regime Prisional para os crimes Hediondos e equiparados é sempre o Regime Fechado(Art. 2°, § 
1°, Lei 8072/90), sendo que o cumprimento da pena é INTEGRALMENTE NO REGIME FECHADO, 
ou seja, a princípio não cabe a Progressão de Regime, mas é questão controvertida porque cada juiz 
decida ainda de acordo com sua convicção por ainda não existir Súmula do STF. Exemplo: Penas 
aplicadas para crimes do Art. 12, lei 6368/76; Art. 213, CP – estupro). Cabe ao legislador 
infraconstitucional estabelecer quais são os crimes hediondos. 
c)-O Regime Prisional para os crimes de Tortura(que é equiparando ao crime hediondo) é o Regime 
Fechado(Lei 9455/97), sendo que, diferentemente do crime hediondo, o cumprimento é 
INICIALMENTE NO REGIME FECHADO, ou seja, cabe Progressão de regime. O tipo penal como 
tortura foi criado pela lei 9455/97, antes disso não havia a figura típica deste tipo de crime. Mas existe 
uma distinção. Crime Hediondo integralmente no Regime fechado. 
REGRAS UTILIZADAS PARA FIXAÇÃO DO REGIME PRISIONAL INICIAL NA PENA DE 
DETENÇÃO 
Em regra, não cabe o Regime Fechado na Pena de Detenção. O Regime é fixado conforme os seguintes 
critérios: 
a)- Condenado Reincidente ou cuja Pena for superior a 4 anos o Regime Prisional deve ser iniciado em 
Regime Semi-Aberto; 
b)- Condenado Não Reincidente(primário) com Pena igual ou inferior a 4 anos o Regime Prisional deve 
ser iniciado em Regime Aberto. 
EXCEÇÕES À FIXAÇÃO DO REGIME PRISIONAL INICIAL NA PENA DE DETENÇÃOa)-Se for réu não reincidente(Primário) e a Pena for inferior a 4 anos pode o juiz fixar um Regime mais 
grave(Semi-Aberto ou Fechado), desde que o faça motivadamente com base nas circunstâncias 
judiciais(Arts. 33, § 3° e 59 do CP), ou seja, o juiz tem que fundamentar a aplicação do regime mais 
grave, com base no Art. 59 do CP. 
b)-O Regime Prisional na Pena de Detenção para crimes de Organização Criminosa(previsão da lei 
9034/95) é o Regime Fechado; 
c)-Se o condenado der causa a Regressão de Regime(Art. 118, I e II da lei 7210/84- LEP), pode ser 
fixado o Regime Fechado na Pena de Detenção(ex. o condenado estava cumprindo pena de detenção em 
Regime Semi-Aberto e tentou fugir, nesse caso a regressão para o Regime Fechado; se o condenado 
cometer novo crime durante o cumprimento da Pena, ele terá a Regressão para o Regime Fechado). 
REINCIDÊNCIA(SÚMULA 269 STJ) - É POSSÍVEL A FIXAÇÃO DE REGIME MENOS 
GRAVOSO NA REINCIDÊNCIA? 
Tanto na Reclusão como na Detenção, quando o réu for reincidente a Pena será fixada sempre no 
Regime mais grave para cada espécie de pena privativa de liberdade. Por exemplo: Réu Reincidente que 
é condenado por crime apenado com Reclusão o Regime Prisional será o Fechado; Réu Reincidente que 
condenado por crime apenado com Detenção o Regime Prisional será o Semi-Aberto. Porém, em razão 
de interpretação restritiva do Art. 33 do CP, vem sendo entendido que seria possível, de forma 
fundamentada pelo juiz, a fixação de Regime menos gravoso ao Reincidente porque se entende que o 
legislador, ao determinar o regime mais grave ao reincidente, disse na lei mais do que era a sua vontade 
já que existem outros dispositivos legais no CP que permitem outros benefícios ao reincidente que são 
até mais amplos que o próprio regime prisional(ex. o réu reincidente em crime doloso, mas que tenha 
tido a pena de multa no crime anterior pode gozar do sursis(Art. 77, § 1° CP). Ora, se é possível a sursis 
ao reincidente, porque não é possível a fixação de regime prisional mais leva? Por essa razão, tem se 
 18 
entendido que se forem favoráveis as circunstâncias judiciais, mesmo ao reincidente pode ser aplicado 
um regime prisional mais brando. 
SÚMULA 269 - STJ 
É admissível a adoção do regime prisional semi-aberto aos reincidentes condenados a pena igual ou 
inferior a 4 anos se favoráveis as circunstâncias judiciais. 
PRISÃO SIMPLES 
É aquela dirigida somente para contravenções penais. No caso de prisão simples o Regime Prisional é o 
Semi-Aberto ou o Aberto, porém, deve ser cumprido em estabelecimento penal próprio(ex. em caso de 
condenação por contravenção penal não deve o condenado ficar misturado com aqueles que estão 
cumprindo pena por crime), ou, se não havendo este estabelecimento próprio, em seção penal distinta-
Art. 6° da LEP(cela separada). Também, na Prisão simples não é admitida a Regressão de Regime. 
OBSERVAÇÕES GENÉRICAS RELATIVAS AO RERGIME PRISIONAL 
 
a)-Se o réu for condenado em dois crimes, um com Reclusão e outro com Detenção, o Regime Prisional 
é estabelecido mediante aplicação do Art. 111, da LEP que diz que o regime prisional será estabelecido 
pela soma das penas, levando em consideração a Detração penal e a Remição de pena. 
EXEMPLO 1 
O réu primário é condenado a 4 anos de Reclusão no Regime Aberto e a 1 ano de Detenção no Regime 
Aberto. Para fixação do Regime Prisional será aplicado o Art. 111 da LEP – Lei de Execução Penal, ou 
seja, o regime prisional será estabelecido pela soma das penas, levando em consideração a Detração 
Penal e a Remissão de Pena. Assim, será cumprida pena de 5anos no Regime Prisional o Semi-Aberto, 
porque o Regime Prisional para 5 anos é o Semi-Aberto. 
EXEMPLO 2 
O réu primário é condenado a 3 anos de Reclusão no Regime Aberto e a 1 ano de Detenção no Regime 
Aberto. Para fixação do Regime Prisional será aplicado o Art. 111 da LEP – Lei de Execução Penal, ou 
seja, o regime prisional será estabelecido pela soma das penas, levando em consideração a Detração 
Penal e a Remissão de Pena. Assim, será cumprida pena de 4 anos no Regime Prisional será Aberto, 
porque o Regime Prisional para 4 anos é o Aberto. 
EXEMPLO 3 
O réu primário é condenado a 3 anos de Reclusão por tráfico de entorpecentes(Regime Fechado) e a 1 
ano de Detenção no Regime Aberto. Para fixação do Regime Prisional será aplicado o Art. 111 da LEP 
– Lei de Execução Penal, ou seja, o regime prisional será estabelecido pela soma das penas, levando em 
consideração a Detração Penal e a Remissão de Pena. Assim, será cumprida pena de 4 anos no Regime 
Prisional Fechado. Inicia-se a pena pelo regime mais grave, no caso, regime fechado(Art. 76, Caput 
CP). 
b)-Se na Sentença Condenatória o juiz não fixar o Regime Prisional, cabe pedido de declaração de 
sentença no prazo de 2 dias(Art. 382 CPP) ou em se tratando de decisão do Tribunal cabe embargos de 
declaração também no prazo de 2 dias(Art. 619 CPP). Porém, se a sentença houver transitado em 
julgado sem a fixação do Regime Prisional há duas possibilidade para a solução da questão, que são: 
- Na Doutrina e Jurisprudência se entende que cabe hábeas corpus para anular a sentença porque esta 
disse menos que tinha que dizer; 
- Outra parte da Doutrina(a maioria) entende que pode o Juiz da Execução Penal fixar o Regime 
Prisional, só que, nesse caso, sempre o mais brando de acordo com as regras do Art. 33 do CP, ou seja, 
não pode o juiz da execução fixar regime prisional mais grave utilizando aquelas circunstâncias 
judiciais previstas no Art. 59 do CP; 
 19 
REGRAS DO REGIME PRISIONAL FECHADO 
As regras do Regime Prisional Fechado estão contidas nos Artigos do Código Penal e na Lei de 
Execução Penal, que são: 
Art. 34 - O condenado será submetido, no início do cumprimento da pena, a exame criminológico de 
classificação para individualização da execução. É o primeiro contato que o Poder Executivo, que vai 
executar a pena, vai ter com o condenado e vai traçar o método de tratamento daquela pessoa. O 
condenado vai conversar com um assistente social, psicólogo, advogado etc., para daí ser elaborado um 
parecer com o perfil do preso para tecnicamente a execução penal se processar. 
§ 1º - O condenado fica sujeito a trabalho no período diurno e a isolamento durante o repouso 
noturno. 
§ 2º - O trabalho será em comum dentro do estabelecimento, na conformidade das aptidões ou 
ocupações anteriores do condenado, desde que compatíveis com a execução da pena. 
§ 3º - O trabalho externo é admissível, no regime fechado, em serviços ou obras públicas. 
REGRAS DO REGIME PRISIONAL SEMI-ABERTO 
Art. 35 - Aplica-se a norma do art. 34 deste Código, caput, ao condenado que inicie o cumprimento 
da pena em regime semi-aberto. 
§ 1º - O condenado fica sujeito a trabalho em comum durante o período diurno, em colônia agrícola, 
industrial ou estabelecimento similar. 
§ 2º - O trabalho externo é admissível, bem como a freqüência a cursos supletivos 
profissionalizantes, de instrução de segundo grau ou superior 
REGRAS DO REGIME PRISIONAL ABERTO 
Art. 36 - O regime aberto baseia-se na autodisciplina e senso de responsabilidade do condenado. 
§ 1º - O condenado deverá, fora do estabelecimento e sem vigilância, trabalhar, freqüentar curso ou 
exercer outra atividade autorizada, permanecendo recolhido durante o período noturno e nos dias de 
folga 
§ 2º - O condenado será transferido do regime aberto, se praticar fato definido como crime doloso, se 
frustrar os fins da execução ou se, podendo, não pagar a multa cumulativamente aplicada. 
REGRAS DO REGIME PRISIONAL ESPECIAL 
Art. 37 - As mulheres cumprem pena em estabelecimento próprio, observando-se os deveres e direitos 
inerentes à sua condição pessoal, bem como, no que couber, o disposto neste Capítulo. A 
ConstituiçãoFederal(Art. 5° , L), garante às mulheres condições para que possam amamentar seus 
filhos. 
Art. 82, LEP Lei Execução Penal(LEI 7210/84)– Determina que os estabelecimentos penais tenham 
estrutura para o cumprimento da pena por pessoa co idade igual ou superior a 60 anos, garantindo a 
estas o cumprimento em estabelecimento distinto, não podendo a pena ser cumprida junto com os 
demais condenados. 
AULA 7/1 (15/03/06) 
PENAS PRIVATIVAS DE LIBERDADE(CONTINUAÇÃO) 
 20 
DIREITO PENITENCIÁRIO OU DIREITO DE EXECUÇÃO PENAL 
É um segmento das ciências jurídicas que os estudiosos apontam como sendo um novo ramo do Direito 
surgido de um desmembramento do Direito Penal, tendo como objeto de estudo as normas atinentes à 
execução da pena e a tudo aquilo que está relacionado à sanção penal, abrangendo, inclusive, os 
Princípios Constitucionais. 
O Professor Damásio defende o surgimento de um novo ramo da ciência do Direito intimamente ligado 
ao Direito Penal, porém com objeto de estudo diverso, seria este o Direito penitenciário que consistiria 
no estudo do conjunto de normas disciplinadoras da execução da pena, do tratamento do preso e do 
regulamento penitenciário. O Professor Mirabete, por sua vez, denomina este novo ramo do Direito 
como direito de execução penal, pois não estaria restrito à Pena Privativa de Liberdade, mas 
compreendendo o aspecto mais abrangente, inclusive com o estudo dos princípios constitucionais e 
normas do Código Penal relacionadas à execução penal. 
NATUREZA JURÍDICA DA EXECUÇÃO PENAL 
É importante ser verificado se o Processo penal termina com a Sentença Penal Condenatória. Existem 
duas correntes doutrinárias sobre os objetivos da Sentença Penal, que são: 
1)-A SENTENÇA PENAL É PREDOMINANTEMENTE ADMINISTRATIVA – Significa que a 
execução penal é feita pelo Poder Executivo, de forma autônoma, através dos órgãos competentes, 
havendo esporadicamente episódios em que há a interferência jurisdicional, ou seja, que o juiz interfere 
na execução da pena(ex. para o juiz declarar a extinção da pena, etc.). Este entendimento vigora na 
França e Itália. 
2)-A SENTENÇA PENAL É JURISDICIONALIZADA – Significa que para que haja a execução da 
pena é necessário um Processo de Execução Penal e que, embora seja a pena executada pelo Poder 
Executivo, durante toda a sua execução haverá a fiscalizada do Judiciário, será o juiz que decidirá sobre 
qualquer aspecto relacionado à execução da pena. 
COMO É O SISTEMA BRASILEIRO DE EXECUÇÃO PENAL 
O Professor Antonio Magalhães Noronha Gomes Filho, da USP, diz que o Processo Penal é um só, não 
haveria um Processo de Execução Penal autônomo, porém executado em duas fases: 
- Fase do Processo de Conhecimento – Que começa com a Denúncia e vai até a 
Sentença(condenatória ou não). Havendo condenação e as partes não recorrerem transita em julgado a 
Sentença Condenatória, estaria acabando ali a primeira fase do Processo penal; 
- Fase de Execução Penal – Significa o Estado fazer valer a Sentença Condenatória, ou seja, fazer com 
que o condenado cumpra efetivamente a pena aplicada, de acordo com a LEP – Lei de Execução Penal. 
EXECUÇÃO PROVISÓRIA 
A execução penal é iniciada quando houver um Título Executivo, que é a Sentença Penal Condenatória 
Definitiva. Execução Provisória é a possibilidade do condenado que ainda aguarda recurso exclusivo 
da defesa dar início ao procedimento de execução penal para obtenção de eventuais benefícios, bem 
como gozar de regime prisional mais benéfico fixado na sentença condenatória. Tem como 
pressuposto indispensável o trânsito em julgado da sentença condenatória(porque a situação do réu 
poderia ser alterada para situação mais grave. Portanto, já tendo transitado em julgado a situação 
somente poderia ser melhorada e nunca piorado). É aquela em que há um Título Executivo ainda não 
definitivo. A Lei de Execução Penal não regulamentou esta possibilidade, que é uma criação 
jurisprudencial surgida para sanar uma situação injusta. Existem duas espécies de prisão: 
- PRISÃO PENA 
- PRISÃO PROCESSUAL CAUTELAR – É aquela em que não há uma Sentença Condenatória 
Definitiva, é decorrente do Processo Penal. É uma Prisão instrumental porque ela é um Instrumento do 
Processo para garantir a aplicação da lei penal, para evitar, por exemplo, que o acusado fuja. São 
prisões Processuais: 
 21 
a)-Prisão em flagrante 
b)-Prisão preventiva 
c)-Prisão temporária 
d)-Prisão por pronúncia 
e)-Prisão da sentença condenatória recorrível 
DIVERGÊNCIA NA DOUTRINA QUANTO A EXECUÇÃO PROVISÓRIA 
Entendo prevalecer o Princípio da Presunção de Inocência, que seria incompatível com a execução 
penal, havia corrente doutrinária que entendia ser possível somente a execução penal definitiva, com o 
trânsito em julgado da sentença condenatória para ambas as partes. Para esta corrente, seria 
contraditório e ilógico alguém presumidamente inocente cumprir a pena. Esse entendimento foi 
superado porque a execução provisória vem justamente em benefício do réu, para que ele possa gozar 
de benefícios da execução penal. Portanto, hoje a questão está pacificada, entendendo-se que é possível 
a Execução Provisória, inclusive no Estado de São Paulo há o provimento da Corregedoria Geral de 
Justiça número 15/99 determinando que após Sentença Condenatória transitada em julgado para a 
acusação, seja expedida imediatamente Guia de Execução Provisória ao juízo de execução. Também, a 
Súmula 716/2003 do STF, pacificou a questão quanto a Execução Provisória. Diz a referida Súmula: 
admite-se a progressão de regime de cumprimento da pena ou a aplicação imediata de regime menos 
severo nela determinada, antes do trânsito em julgado da sentença condenatória. 
EXAME CRIMINOLÓGICO 
Tem por objetivo a realização de um exame, uma perícia no condenado quando do início da execução 
da pena privativa de liberdade para traçar o seu perfil e assim poder ser determinado o tratamento 
penitenciário que será dispensado àquela pessoa durante a execução da pena. 
Segundo Mirabete, para que se cumpra as determinações constitucionais a respeito da personalidade, 
proporcionalidade e individualização da pena é indispensável a classificação do condenado. Assim, é 
correto afirmar que o Exame Criminológico, que é uma perícia, embora a Lei de Execução Penal não o 
diga, busca descobrir a capacidade de adaptação do condenado ao regime de cumprimento de pena, a 
probabilidade de não voltar a delinqüir, bem como de inserção na sociedade através de um exame 
genético, antropológico, social e psicológico. 
OBRIGATORIEDADE DO EXAME CRIMINOLÓGICO 
- NO REGIME FECHADO – O exame é obrigatório, por força do Art. 34 do Código penal; 
- NO REGIME SEMI-ABERTO - Há divergência doutrinária em relação a obrigatoriedade do Exame 
Criminológico quando tratar-se de Regime Semi-Aberto. O art. 35, CP diz que se aplica o Caput do Art. 
34 do CP no Regime Semi-Aberto e o Caput do Art. 34 determina a realização do Exame 
Criminológico. O Art. 8° da Lei de Execução Penal(7210/84) diz que o Regime-Semi-Aberto pode o 
juiz determinar o referido exame. Portanto, entende-se que o “pode” como uma faculdade. Em razão da 
citadas disposições legais, na doutrina vamos encontrar duas correntes, que são: 
a)- Cezar Alberto Bitencout, Miguel Reale Júnior e Rene A. Datti, sustentam que o Exame 
Criminológico é obrigatório. Para esses doutrinadores, o Exame Criminológico vem dar efetividade ao 
Princípio Constitucional da Individualização da Pena, uma vez que o Preceito Constitucional, em razão 
da hierarquia das normas, se sobrepõe à previsão da lei. Além do mais, entendem os doutrinadores, que 
o Exame Crimonológico vem em favor do condenado, ou seja, visa proporcionar a execução de pena 
respeitando suas condições individuais. O Professor entender ser esta a corrente mais correta.b)-Mirabete e Flávio Augusto Monteiro de Barros entendem que o Exame Criminológico no Regime 
Semi-Aberto é facultativo porque o Art. 35 do Código Penal teve sua redação dada pela lei 7209/84 e a 
lei de Execução Penal é a lei 7210/84. Se a lei de Execução Penal é lei posterior e dispõe que o Exame é 
 22 
facultativo e lei posterior se sobrepõe a lei anterior, deve prevalecer o que prevê a Lei 7210/84. 
Também, sustentam os Doutrinadores que a LEP é lei especial que traz as matérias especifica de 
execução penal e o Código Penal, na parte geral, é lei geral, então, aplica-se o que prevê o que dispõe o 
Art. 12 do Código Penal que diz: as regras gerais deste código aplicam-se aos fatos incriminados por 
lei especial, se esta não dispuser de modo diverso. 
AULA 8/1 (20/03/06) 
PROGRESSÃO E REGRESSÃO DO REGIME PRISIONAL 
A Progressão Penal está prevista no Art. 112 da lei 7210/84 – Lei de Execução Penal, hoje com a 
redação alterada pela lei 10792/03, e a Regressão Penal está prevista no Art. 118 da mesma lei. 
PROGRESSÃO 
O Direito Brasileiro adotou o Sistema Progressivo do cumprimento da pena, ou seja, o réu condenado a 
Pena Privativa de Liberdade parte do cumprimento da pena que foi aplicado na sentença e vai evoluindo 
para o cumprimento da pena em regime mais brando, paulatinamente o condenado vai recuperando a 
liberdade. Por isso que se diz que a Pena Privativa de Liberdade é uma pena programática e dinâmica, 
porque durante o cumprimento da pena o sentenciado vão modificando a forma de cumprimento da 
pena. 
Art. 112 – LEP – Lei de Execução Fiscal: A pena privativa de liberdade será executada em forma 
progressiva com a transferência para regime menos rigoroso, a ser determinada pelo juiz, quando o 
preso tiver cumprido, ao menos um sexto da pena no regime anterior e ostentar bom comportamento 
carcerário, comprovado pelo diretor do estabelecimento, respeitadas as normas que vedam a 
progressão. 
§ 1° - A decisão será sempre motivada e precedida de manifestação do Ministério Público e do 
defensor. 
§ 2° - Idêntico procedimento será adotado na concessão de livramento condicional, indulto e 
comutação de penas, respeitados os prazos previstos nas normas vigentes. 
QUEM PODE DEFERIR A PROGRESSÃO DO REGIME PRISIONAL 
O Juiz, obedecidos os requisitos previstos no Art. 112, que são: 
1)-REQUISITO SUBJETIVO – Diz respeito à pessoa do condenado. Significa que é exigido o bom 
comportamento carcerário do sentenciado para que ele seja beneficiado com a Progressão do Regime 
Prisional. Hoje, em razão de alteração feita pela lei 10792/03, é exigido apenas o bom comportamento 
carcerário atestado pelo diretor do presídio. Antigamente era exigido mérito do condenado para a 
progressão que consistia em a CTC – Comissão Técnica de Classificação, que existem nos presídios, 
composta por psicólogo, assistente social, diretor do presídio, advogados, emitir parecer sobre o 
comportamento do preso. 
2)-REQUISITO OBJETIVO – É aquele que objetivamente exige o cumprimento de 1/6 da pena para 
que haja a progressão do regime prisional(ex. O réu foi condenado a 6 anos em regime fechado. Parta 
que ele passe para o regime semi-aberto terá que cumprir pelo menos 1 anos da pena). Porém, o 
cumprimento de 1/6 da pena não significa a Progressão automática do regime, é preciso que o 
condenado apresente também bom comportamento carcerário. 
OUTROS REQUISITOS A SEREM OBSERVADOS NO REGIME PROGRESSIVO 
1)-PERCENTUAL SOBRE PENA APLICADA AO RESTANTE DA PENA – Significa que ao 
passar para o novo regime o percentual de 1/6 será aplicado ao restante da pena a ser cumprida e não 
sobre a pena aplicada(ex. quando o réu condenado a 6 anos em regime fechado, passar para o regime 
semi-aberto por ter cumprido 1 anos da pena, terá que cumprir 1/6 sobre 5 anos para passar para o 
 23 
regime aberto). A lei não prevê isso, a doutrina é que interpreta assim. O Prof. Mirabete chega à 
conclusão de que deve ser sobre o restante da pena, valendo-se dos seguintes argumentos: 
- Através da interpretação sistemática do Artigo 111 da LEP que diz que havendo nova condenação 
durante a execução da pena, o regime prisional é estabelecido pela soma dessa nova condenação com o 
restante da pena a ser cumprida; 
- E através da interpretação sistemática do Art. 113 do CP. que diz que no caso do preso evadir-se a 
prescrição executória vai ser regulamentada pelo restante da pena a ser cumprida, ou seja, aquele tempo 
que ficou preso é considerado pena cumprida, sendo que a prescrição é calculada com base no restante 
da pena a ser cumprida porque o Código entende que pena cumprida é pena extinta. 
EXEMPLO 
Se o réu estava cumprindo pena em regime fechado, tendo cumprido 1/6 da pena e foi para o regime 
semi-aberto o percentual de 1/6 deve incidir sobre o restante da pena porque aquela pena anterior 
“morreu”, foi cumprida. Se a pena é 6 anos em regime fechado e foi cumprido 1 anos, ao ir para o semi-
aberto faltam 5 anos e terá que ser cumprido 1/6 de 5 anos, portanto; se a pena é de 6 anos em regime 
fechado e o réu cumpriu 3 anos, indo para o semi-aberto o réu vai precisar cumprir 1/6 sobre 3 anos 
para ir para o regime aberto. 
2-FALTA GRAVE – Se entende tanto na doutrina como na jurisprudência que a prática de falta grave 
durante a execução da pena, interrompe o lapso para a progressão de regime(ex. o réu foi condenado a 6 
anos em regime fechado e cumpriu 1 anos e cometeu falta grave. Para efeito de progressão de regime 
ele vai perder o ano que havia cumprido). 
3-TEMPO REMIDO É COMPUTADO(ART. 111 LEP) – Remição é o abatimento de 1 dia na pena 
por cada 3 dias trabalhados. Portanto, a cada três dias trabalhado(cada dia tem no mínimo 6 horas de 
trabalho) o preso terá 1 dia reduzido na pena e esse tempo computado pelo trabalho é contado para 
efeito de Progressão de Regime(ex. o réu cumpriu 11 meses da pena e durante esses 11 meses ele 
trabalhou 4 meses. Nesse caso a pena será abatida em 1 mês e 10 dias. Portanto, para efeito de 
Progressão de Regime é como se ele tivesse cumprido 1 ano e 10 dias da pena(11 meses + 1 mês e 10 
dias de trabalho; se o réu condenado a 4 anos trabalhar 3 anos durante a pena, ele terá redução de 1 ano 
na pena, após 3 anos ele terá cumprido a pena). 
4)-IMPOSSIBILIDADE DE PROGRESSÃO POR SALTOS – Significa que não se admite que o 
preso passe do Regime Fechado para o regime Aberto diretamente, porque há etapas a serem cumpridas 
na pena, antes o condenado tem que primeiro passar pelo Semi-Aberto. 
5)-CRIMES HEDIONDOS OU EQUIPARADOS - Não cabe regime de progressão de regime 
prisional para réus condenados por crimes hediondos ou equiparados, tais como, tortura, genocídio, 
tráfico de entorpecentes, etc. Os crimes hediondos estão previstos na Lei 8072/92 – Lei dos Crimes 
Hediondos e os equiparados a estes estão previsto na Constituição Federal, Art. 5°, XLIII. 
A CONSTITUCIONALIDADE DA LEI DOS CRIMES HEDIONDOS NO QUE TANGE A 
PROGRESSÃO DE REGIME PRISIONAL 
Há divergências doutrinárias a respeito do tema. A Inconstitucionalidade estaria na violação estaria na 
vedação de progressão de regime por afrontar o Princípio da Individualização da Pena na execução 
penal(Art. 5°, XLVI, CF) porque toda a sistemática de execução penal adotada após 1984 foi no sentido 
da progressividade no cumprimento da pena. A Progressão de Regime tem uma função primordial de 
criar expectativas no preso no sentido de estimula-lo a ter bom comportamento durante a execução da 
pena, o que não aconteceria se a progressão deixa de existir. O STF recentemente deu nova 
interpretação à questão, entendendo ser inconstitucional a vedação à progressão de regime, porém, essa 
decisão não tem caráter vinculante por não foi editada Súmula Vinculante. Além do mais, a 
Constituição equiparou o crime de tortura ao crime

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