Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Provas comentadas da FCC Prof. Fabiano Sales – Aula 03 Prof.Fabiano Sales www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 13 AULA 03 Olá, vitoriosos alunos! Muito ânimo, porque a classificação é de vocês! Publiquei o novo cronograma do curso na área do aluno. Na aula 03, do curso de provas comentadas da FCC, apresentarei os comentários à prova de Agente de Fiscalização Financeira (TCE/SP - 2010). Com o objetivo de que vocês treinem, inicialmente apresentarei apenas os enunciados das questões. Os comentários seguem ao final da prova. Preparados para a vitória?! Venham comigo! Provas comentadas da FCC Prof. Fabiano Sales – Aula 03 Prof.Fabiano Sales www.estrategiaconcursos.com.br 2 de 13 AGENTE DE FISCALIZAÇÃO FINANCEIRA - 2010 PORTUGUÊS Atenção: As questões de números 1 a 10 referem-se ao texto seguinte. Pensando nas histórias populares Se examinarmos as fábulas populares, verificaremos que elas representam dois tipos de transformação social, sempre com final feliz. Num primeiro tipo, existe um príncipe que, por alguma circunstância, se vê reduzido a guardador de porcos ou alguma outra condição miserável, para depois reconquistar sua condição real. Num segundo caso, existe um jovem pastor que não possuiu nada desde o nascimento e que, por virtude própria ou graça do destino, consegue se casar com a princesa e tornar-se rei. Os mesmos esquemas valem para as protagonistas femininas: a donzela nobre é vítima de uma madrasta (Branca de Neve) ou de irmãs invejosas (Cinderela), até que um príncipe se apaixone por ela e a conduza ao vértice da escala social. Ou então uma camponesa pobre supera todas as desvantagens da origem e realiza núpcias principescas. Poderíamos pensar que as fábulas do segundo tipo são as que exprimem mais diretamente o desejo popular de uma reviravolta dos papéis sociais e dos destinos individuais, ao passo que as do primeiro tipo deixam aparecer tal desejo de forma mais atenuada, como restauração de uma hipotética ordem precedente. Mas, pensando bem, os destinos extraordinários do pastorzinho ou da camponesa representam apenas uma ilusão miraculosa e consoladora, ao passo que os infortúnios do príncipe ou da jovem nobre associam a imagem da pobreza com a ideia de um direito subtraído, de uma justiça a ser reivindicada, isto é, estabelecem no plano da fantasia um ponto que será fundamental para toda tomada de consciência da época moderna, da Revolução Francesa em diante. No inconsciente coletivo, o príncipe disfarçado de pobre é a prova de que cada pobre é, na realidade, um príncipe que sofreu uma usurpação de poder e por isso deve reconquistar seu reino. Quando cavaleiros caídos em desgraça triunfarem sobre seus inimigos, hão de restaurar uma sociedade mais justa, na qual será reconhecida sua verdadeira identidade. (Adaptado de Ítalo Calvino, Por que ler os clássicos) 1. O autor do texto expõe sua visão das histórias populares, segundo a qual elas constituem representações: (A) do destino trágico que está reservado a todos aqueles que usurpam o poder de um legítimo detentor. (B) de um processo de alteração nos papéis sociais, culminando em desfecho de caráter edificante. (C) de uma ordem social na qual o prestígio do indivíduo independe da posição que ele ocupa. Provas comentadas da FCC Prof. Fabiano Sales – Aula 03 Prof.Fabiano Sales www.estrategiaconcursos.com.br 3 de 13 (D) de maleáveis esquemas sociais, nos quais o vitorioso é o indivíduo virtuoso, desde que de origem modesta. (E) de classes sociais ainda definidas, em cuja permanente oscilação revela-se a instabilidade política. 2. No terceiro parágrafo, afirma-se que as fábulas que melhor exprimem a aspiração popular são aquelas em que: (A) um homem ou uma mulher do povo, por obra do destino, acaba por alcançar a condição aristocrática. (B) os jovens apaixonados, dada a intensidade de seu amor, vencem a pobreza e casam-se com esplendor. (C) os estigmas sociais são pura circunstância, já que aos humilhados se reserva o reino celestial. (D) o estado de penúria é dado como transitório, uma vez que ao final se restaurará o princípio da justiça. (E) os nobres caídos em desgraça infiltram-se entre os homens do povo para promoverem uma revolução. 3. Considerando-se o contexto, traduz-se adequadamente o sentido de um segmento em: (A) vértice da escala social (2º parágrafo) = âmago do esquema de classes. (B) reviravolta dos papéis sociais (3º parágrafo) = ratificação dos status. (C) hipotética ordem precedente (3º parágrafo) = suposta ordenação anterior. (D) ilusão miraculosa (3º parágrafo) = projeção ostensiva. (E) usurpação de poder (4º parágrafo) = denegação de direito. 4. Atente para as seguintes afirmações: I. Depreende-se do texto que as fábulas populares são expressões diretas de desejos verdadeiros e claramente manifestos. II. A ideia de um direito subtraído alimenta em cada pessoa pobre a expectativa de que se restaure uma condição anterior mais justa. III. A expressão inconsciente coletivo é utilizada no texto para exprimir a inconsciência e a inconsequência da imaginação popular. Em relação ao texto, está correto o que se afirma em: (A) I, II e III. (B) I e II, somente. (C) II e III, somente. (D) I e III, somente. (E) II, somente. Provas comentadas da FCC Prof. Fabiano Sales – Aula 03 Prof.Fabiano Sales www.estrategiaconcursos.com.br 4 de 13 5. Está clara e correta a redação deste livre comentário sobre o texto: (A) O escritor Ítalo Calvino manifesta uma grande acuidade na leitura das fábulas populares, interpretando-as em suas estruturas profundas. (B) Tendo em vista uma leitura mais acurada do texto, se perceberá de que as simplórias fábulas populares podem até deixar de sê-las. (C) Não há pessoa pobre em cuja aspiração acabe sendo uma forma de compensar sua condição, imaginando-se um nobre disfarçado. (D) Estão nos destinos extraordinários toda a argúcia das fábulas populares, aonde as reviravoltas simbolizam igualmente transtornos sociais. (E) É engenhosa a sensação de um direito subtraído, uma vez que assim se pode aspirar a ser reconstituído, promovendo-se a propalada justiça. 6. Para cumprimento das normas de concordância verbal, será necessário CORRIGIR a frase: (A) Atribui-se aos esquemas de construção das fábulas populares a capacidade de representarem profundos anseios coletivos. (B) Reserva-se a pobres camponeses, nas fábulas populares, a possibilidade de virem a se tornar membros da realeza. (C) Aos desejos populares de ascensão social correspondem, em algumas das fábulas analisadas, a transformação de pobres em príncipes. (D) Prosperam no fundo do inconsciente coletivo incontáveis imagens, pelas quais se traduzem aspirações de poder e de justiça. (E) Não cabe aos leitores abastados avaliar, em quem é pobre, a sensatez ou o descalabro das expectativas alimentadas. 7. Está plenamente adequado o emprego do elemento sublinhado na frase: (A) Os dois tipos de transformação social com que o autor se refere no texto correspondem a aspirações populares. (B) A convicção quanto a um direito subtraído é tamanha que há pobres em cuja crença é a de recuperarem o poder perdido. (C) Acreditam os pobres que todos os direitos aos quais lhes foram usurpados serão restabelecidos numa ordem mais justa do futuro. (D) Ao autor não interessaram tanto as fábulas em si mesmas, mas os recados profundos,de que se mostrou um sensível intérprete. (E) Muita gente, depois de ler esse texto de Calvino, verá nas fábulas alguma mensagem singular, cujo significado não havíamos atentado. 8. A forma verbal da voz passiva correspondente exatamente à construção: (A) Se examinarmos as fábulas populares é: Se as fábulas populares forem por nós examinadas. (B) um jovem a conduza é: fosse por um jovem conduzida. (C) exprimem o desejo popular é: têm expressado o desejo popular. (D) representam apenas uma ilusão miraculosa é: estão apenas representando uma ilusão miraculosa. (E) deve reconquistar seu reino é: terá reconquistado seu reino. Provas comentadas da FCC Prof. Fabiano Sales – Aula 03 Prof.Fabiano Sales www.estrategiaconcursos.com.br 5 de 13 9. Está adequada a correlação entre tempos e modos verbais na frase: (A) Se examinássemos as fábulas populares, haveremos de verificar que elas representem dois tipos de transformação social. (B) Era comum que pobres guardadores de porcos fossem, na verdade, príncipes que haviam sido despojados de seu poder. (C) Havia ainda os jovens pastores que nada possuíssem desde o nascimento, mas acabassem conseguindo casar-se e tornavam-se reis. (D) Um príncipe que se houvera disfarçado de pobre será a prova de que todo pobre fosse um príncipe disfarçado. (E) Quando cavaleiros vierem a triunfar sobre seus inimigos, ter-se-ia restaurado uma sociedade que seja mais justa. 10. Está plenamente adequada a pontuação em: (A) As fábulas populares são simplórias? Ora elas significam muito mais do que aparentam, tal como o provou, esse texto de Ítalo Calvino. (B) Simplórias, pois sim... As fábulas, na verdade são prenhes de profunda significação, exigindo muita atenção e senso interpretativo, dos leitores. (C) Há quem julgue, essas fábulas, simplórias; mas atente-se bem, para seu sentido profundo, e teremos inevitavelmente, grandes surpresas. (D) Simplórias? Não o são, certamente, essas fábulas, das quais o autor revelou, para surpresa nossa, uma significação mais profunda. (E) Sim, há quem julgue simplórias, as fábulas populares, mas basta atentarmos para elas e veremos o quanto são capazes, de nos revelar. Provas comentadas da FCC Prof. Fabiano Sales – Aula 03 Prof.Fabiano Sales www.estrategiaconcursos.com.br 6 de 13 COMENTÁRIOS À PROVA PORTUGUÊS Atenção: As questões de números 1 a 10 referem-se ao texto seguinte. Pensando nas histórias populares Se examinarmos as fábulas populares, verificaremos que elas representam dois tipos de transformação social, sempre com final feliz. Num primeiro tipo, existe um príncipe que, por alguma circunstância, se vê reduzido a guardador de porcos ou alguma outra condição miserável, para depois reconquistar sua condição real. Num segundo caso, existe um jovem pastor que não possuiu nada desde o nascimento e que, por virtude própria ou graça do destino, consegue se casar com a princesa e tornar-se rei. Os mesmos esquemas valem para as protagonistas femininas: a donzela nobre é vítima de uma madrasta (Branca de Neve) ou de irmãs invejosas (Cinderela), até que um príncipe se apaixone por ela e a conduza ao vértice da escala social. Ou então uma camponesa pobre supera todas as desvantagens da origem e realiza núpcias principescas. Poderíamos pensar que as fábulas do segundo tipo são as que exprimem mais diretamente o desejo popular de uma reviravolta dos papéis sociais e dos destinos individuais, ao passo que as do primeiro tipo deixam aparecer tal desejo de forma mais atenuada, como restauração de uma hipotética ordem precedente. Mas, pensando bem, os destinos extraordinários do pastorzinho ou da camponesa representam apenas uma ilusão miraculosa e consoladora, ao passo que os infortúnios do príncipe ou da jovem nobre associam a imagem da pobreza com a ideia de um direito subtraído, de uma justiça a ser reivindicada, isto é, estabelecem no plano da fantasia um ponto que será fundamental para toda tomada de consciência da época moderna, da Revolução Francesa em diante. No inconsciente coletivo, o príncipe disfarçado de pobre é a prova de que cada pobre é, na realidade, um príncipe que sofreu uma usurpação de poder e por isso deve reconquistar seu reino. Quando cavaleiros caídos em desgraça triunfarem sobre seus inimigos, hão de restaurar uma sociedade mais justa, na qual será reconhecida sua verdadeira identidade. (Adaptado de Ítalo Calvino, Por que ler os clássicos) 1. O autor do texto expõe sua visão das histórias populares, segundo a qual elas constituem representações: (A) do destino trágico que está reservado a todos aqueles que usurpam o poder de um legítimo detentor. (B) de um processo de alteração nos papéis sociais, culminando em desfecho de caráter edificante. (C) de uma ordem social na qual o prestígio do indivíduo independe da posição que ele ocupa. Provas comentadas da FCC Prof. Fabiano Sales – Aula 03 Prof.Fabiano Sales www.estrategiaconcursos.com.br 7 de 13 (D) de maleáveis esquemas sociais, nos quais o vitorioso é o indivíduo virtuoso, desde que de origem modesta. (E) de classes sociais ainda definidas, em cuja permanente oscilação revela-se a instabilidade política. Comentário: A questão exigiu o comentário correto sobre a óptica do autor. Segundo o texto, ocorre um processo de alteração nos papéis sociais. Isso é confirmado, por exemplo, por meio do excerto “existe um príncipe que, por alguma circunstância, se vê reduzido a guardador de porcos ou alguma outra condição miserável, para depois reconquistar sua condição real. (...) existe um jovem pastor que não possuiu nada desde o nascimento e que, por virtude própria ou graça do destino, consegue se casar com a princesa e tornar-se rei”. Gabarito: B. 2. No terceiro parágrafo, afirma-se que as fábulas que melhor exprimem a aspiração popular são aquelas em que: (A) um homem ou uma mulher do povo, por obra do destino, acaba por alcançar a condição aristocrática. (B) os jovens apaixonados, dada a intensidade de seu amor, vencem a pobreza e casam-se com esplendor. (C) os estigmas sociais são pura circunstância, já que aos humilhados se reserva o reino celestial. (D) o estado de penúria é dado como transitório, uma vez que ao final se restaurará o princípio da justiça. (E) os nobres caídos em desgraça infiltram-se entre os homens do povo para promoverem uma revolução. Comentário: No terceiro parágrafo do texto, no trecho “Mas, pensando bem, os destinos extraordinários do pastorzinho ou da camponesa representam apenas uma ilusão miraculosa e consoladora, ao passo que os infortúnios do príncipe ou da jovem nobre associam a imagem da pobreza com a ideia de um direito subtraído, de uma justiça a ser reivindicada, isto é, estabelecem no plano da fantasia um ponto que será fundamental para toda tomada de consciência da época moderna, da Revolução Francesa em diante.”, há uma rejeição à hipótese de que as fábulas que representariam o anseio do povo seriam aquelas em que houvesse ascensão social – “são uma ilusão miraculosa e consoladora”. Segundo Ítalo Calvino, o “direito subtraído” significa que a recuperação do poder é algo inato, inerente, restabelecendo o princípio da justiça. Com isso, conclui-se que o estado de penúria (escassez, pobreza) é transitório, efêmero. Gabarito: D. Provas comentadas da FCC Prof. Fabiano Sales – Aula 03 Prof.Fabiano Sales www.estrategiaconcursos.com.br8 de 13 3. Considerando-se o contexto, traduz-se adequadamente o sentido de um segmento em: (A) vértice da escala social (2º parágrafo) = âmago do esquema de classes. (B) reviravolta dos papéis sociais (3º parágrafo) = ratificação dos status. (C) hipotética ordem precedente (3º parágrafo) = suposta ordenação anterior. (D) ilusão miraculosa (3º parágrafo) = projeção ostensiva. (E) usurpação de poder (4º parágrafo) = denegação de direito. Comentário: A questão versa sobre semântica, exigindo que vocês, candidatos, a partir da análise do contexto, efetuem a correta reescrita do excerto transcrito. Percebemos, então, que a tradução adequada ocorre na assertiva C, pois os adjetivos “hipotética” e “suposta” são equivalentes e as expressões “ordem precedente” e “ordenação anterior” são sinônimas. Gabarito: C. 4. Atente para as seguintes afirmações: I. Depreende-se do texto que as fábulas populares são expressões diretas de desejos verdadeiros e claramente manifestos. II. A ideia de um direito subtraído alimenta em cada pessoa pobre a expectativa de que se restaure uma condição anterior mais justa. III. A expressão inconsciente coletivo é utilizada no texto para exprimir a inconsciência e a inconsequência da imaginação popular. Em relação ao texto, está correto o que se afirma em: (A) I, II e III. (B) I e II, somente. (C) II e III, somente. (D) I e III, somente. (E) II, somente. Comentário: Vamos analisar as afirmativas. I. Resposta incorreta. De acordo com o contexto, retomado a partir do trecho “as fábulas do segundo tipo são as que exprimem mais diretamente o desejo popular”, as fábulas representam desejos inconscientes dos leitores. Em outras palavras, os desejos não são manifestos expressamente. II. Resposta correta. Essa afirmação é encontrada na superfície textual, por meio do excerto “No inconsciente coletivo, o príncipe disfarçado de pobre é a prova de que cada pobre é, na realidade, um príncipe que sofreu uma usurpação de poder e por isso deve reconquistar seu reino”. Provas comentadas da FCC Prof. Fabiano Sales – Aula 03 Prof.Fabiano Sales www.estrategiaconcursos.com.br 9 de 13 III. Resposta incorreta. Segundo o contexto, a imaginação popular é inconsciente, mas não é possível chegar à conclusão de que seja inconsequente. Gabarito: E. 5. Está clara e correta a redação deste livre comentário sobre o texto: (A) O escritor Ítalo Calvino manifesta uma grande acuidade na leitura das fábulas populares, interpretando-as em suas estruturas profundas. (B) Tendo em vista uma leitura mais acurada do texto, se perceberá de que as simplórias fábulas populares podem até deixar de sê-las. (C) Não há pessoa pobre em cuja aspiração acabe sendo uma forma de compensar sua condição, imaginando-se um nobre disfarçado. (D) Estão nos destinos extraordinários toda a argúcia das fábulas populares, aonde as reviravoltas simbolizam igualmente transtornos sociais. (E) É engenhosa a sensação de um direito subtraído, uma vez que assim se pode aspirar a ser reconstituído, promovendo-se a propalada justiça. Comentário: A redação clara e correta é encontrada na assertiva A. Sendo assim, vamos analisar os erros das demais opções. B) Resposta incorreta. No trecho “se perceberá de que” há dois erros: conforme as lições de colocação pronominal, sabemos que pronomes oblíquos átonos não podem iniciar oração; e, por fim, o emprego da preposição “de” está inadequado, já que o verbo “perceber” tem transitividade direta, isto é, não rege emprego de preposição. C) Resposta incorreta. Houve o emprego inadequado da preposição “em” antes do pronome relativo “cuja”. Sabemos que, em orações adjetivas, sempre que for exigida a preposição, esta deverá anteceder o relativo. Entretanto, no caso em comento, não há termo que exija esse elemento. D) Resposta incorreta. O período apresenta erro de concordância verbal: o sujeito é a expressão “toda a argúcia das fábulas populares”, cujo núcleo é “argúcia”. Em razão de esse elemento estar no singular, o verbo também deve permanecer nesse número: “Está”. Por sua vez, a forma “aonde” deve ser substituída por “onde”, já que não há verbo que indique movimento: “Está nos destinos extraordinários toda a argúcia das fábulas populares, onde as reviravoltas simbolizam igualmente transtornos sociais”. E) Resposta incorreta. Conforme vimos nas lições de vozes verbais, verbos transitivos indiretos, verbos intransitivos, verbos de ligação e verbos impessoais não admitem transposição de voz verbal. No período, a forma verbal “aspirar” foi empregada no sentido de “almejar”, ou seja, assumiu transitividade indireta. Logo, a transposição de voz verbal é incorreta. Além disso, notem também que a redação do trecho não está clara, a mensagem não é transmitida de maneira nítida. Gabarito: A. Provas comentadas da FCC Prof. Fabiano Sales – Aula 03 Prof.Fabiano Sales www.estrategiaconcursos.com.br 10 de 13 6. Para cumprimento das normas de concordância verbal, será necessário CORRIGIR a frase: (A) Atribui-se aos esquemas de construção das fábulas populares a capacidade de representarem profundos anseios coletivos. (B) Reserva-se a pobres camponeses, nas fábulas populares, a possibilidade de virem a se tornar membros da realeza. (C) Aos desejos populares de ascensão social correspondem, em algumas das fábulas analisadas, a transformação de pobres em príncipes. (D) Prosperam no fundo do inconsciente coletivo incontáveis imagens, pelas quais se traduzem aspirações de poder e de justiça. (E) Não cabe aos leitores abastados avaliar, em quem é pobre, a sensatez ou o descalabro das expectativas alimentadas. Comentário: O erro encontra-se na assertiva C. A forma verbal “correspondem” está incorretamente flexionada no plural. Em virtude de o núcleo do sujeito “a transformação de pobres em príncipes” estar no singular, o verbo também deveria estar nesse número (singular). As demais opções obedecem às regras de concordância verbal. Gabarito: C. 7. Está plenamente adequado o emprego do elemento sublinhado na frase: (A) Os dois tipos de transformação social com que o autor se refere no texto correspondem a aspirações populares. (B) A convicção quanto a um direito subtraído é tamanha que há pobres em cuja crença é a de recuperarem o poder perdido. (C) Acreditam os pobres que todos os direitos aos quais lhes foram usurpados serão restabelecidos numa ordem mais justa do futuro. (D) Ao autor não interessaram tanto as fábulas em si mesmas, mas os recados profundos, de que se mostrou um sensível intérprete. (E) Muita gente, depois de ler esse texto de Calvino, verá nas fábulas alguma mensagem singular, cujo significado não havíamos atentado. Gabarito: D. Comentário: A questão mescla conhecimento sobre emprego do pronome relativo e regência (nominal e verbal). Não se encontram erros na assertiva D. O vocábulo “intérprete” rege o emprego da preposição “de”, a qual antecedeu, corretamente, o pronome relativo “que”. Vamos analisar o erro das opções. A) Resposta incorreta. O emprego da preposição “com” é inadequado, pois o verbo transitivo indireto “referir-se” rege preposição “a”. Assim, seria correta a estrutura “a que”. Provas comentadas da FCC Prof. Fabiano Sales – Aula 03 Prof.Fabiano Sales www.estrategiaconcursos.com.br 11 de 13 B) Resposta incorreta. O emprego da preposição “em” está inadequado. Não há, no trecho, qualquer elemento que a exija. C) Resposta incorreta. A forma verbal “usurpados”, presente na locução verbal de voz passiva“foram usurpados”, é transitiva direta. Sendo assim, o emprego da preposição “a” em “aos quais” está incorreto. E) Resposta incorreta. A forma verbal “atentado” é transitiva indireta, regendo o emprego das preposições “a” ou “para”. Assim, o correto seria escrever “mensagem singular, a / para cujo significado não havíamos atentado”. 8. A forma verbal da voz passiva correspondente exatamente à construção: (A) Se examinarmos as fábulas populares é: Se as fábulas populares forem por nós examinadas. (B) um jovem a conduza é: fosse por um jovem conduzida. (C) exprimem o desejo popular é: têm expressado o desejo popular. (D) representam apenas uma ilusão miraculosa é: estão apenas representando uma ilusão miraculosa. (E) deve reconquistar seu reino é: terá reconquistado seu reino. Comentário: Percebemos que, na assertiva A, temos uma construção de voz passiva. Podemos verificar que, na forma verbal “examinarmos”, temos o sujeito desinencial “nós”, que desempenhará, na voz passiva, a função de agente da passiva. Por sua vez, a expressão “as fábulas populares” desempenham, na voz ativa, a função de objeto direto, passando à condição de sujeito na voz passiva: Se as fábulas populares __________ por nós. Toda a atenção deve voltar-se para a manutenção do tempo verbal: como na voz ativa o verbo está flexionado no futuro do subjuntivo, a locução verbal de voz passiva também deverá figurar no mesmo tempo e modo, devendo concordar com o sujeito (plural) “as fábulas populares”: Se as fábulas populares forem examinadas por nós. ou Se as fábulas populares forem por nós examinadas. Gabarito: A. Provas comentadas da FCC Prof. Fabiano Sales – Aula 03 Prof.Fabiano Sales www.estrategiaconcursos.com.br 12 de 13 9. Está adequada a correlação entre tempos e modos verbais na frase: (A) Se examinássemos as fábulas populares, haveremos de verificar que elas representem dois tipos de transformação social. (B) Era comum que pobres guardadores de porcos fossem, na verdade, príncipes que haviam sido despojados de seu poder. (C) Havia ainda os jovens pastores que nada possuíssem desde o nascimento, mas acabassem conseguindo casar-se e tornavam-se reis. (D) Um príncipe que se houvera disfarçado de pobre será a prova de que todo pobre fosse um príncipe disfarçado. (E) Quando cavaleiros vierem a triunfar sobre seus inimigos, ter-se-ia restaurado uma sociedade que seja mais justa. Comentário: Encontramos erro de correção verbal nas assertivas A, C, D e E. Vejamos cada uma. A) Resposta incorreta. Para manter a ideia de hipótese, a forma verbal “haveremos” deveria ser conjugada no futuro do pretérito do indicativo: haveríamos. Além disso, o verbo “representar” deveria ser flexionado no presente do indicativo: representam. Após a correção, o trecho será “Se examinássemos as fábulas populares, haveríamos de verificar que elas representam dois tipos de transformação social”. C) Resposta incorreta. A forma verbal “acabassem” foi incorretamente conjugada no pretérito imperfeito do subjuntivo. É necessário flexioná-la no pretérito imperfeito do indicativo “acabavam”. Após a correção, o trecho será “Havia ainda os jovens pastores que nada possuíssem desde o nascimento, mas acabavam conseguindo casar-se e tornavam-se reis”. D) Resposta incorreta. Para manter o caráter hipotético do trecho, será necessário fazer as seguintes modificações: a forma verbal “houvera” deve ser conjugada no pretérito imperfeito do subjuntivo (houvesse); a forma “será” deve ser flexionada no futuro do pretérito do indicativo (seria); e o verbo “ser”, em “fosse um príncipe”, deve ser flexionada no pretérito imperfeito do indicativo (era). Feitas as alterações, o trecho será “Um príncipe que se houvesse disfarçado de pobre seria a prova de que todo pobre era um príncipe disfarçado. E) Resposta incorreta. Devido à ideia hipotética do excerto, a forma verbal “vierem” deve ser flexionada no pretérito imperfeito do indicativo (vinham); no mesmo modo e tempo verbais deveriam ser flexionados os verbos “ter” e “ser” (“tinha-se” e “era”, respectivamente). Feitas as modificações, o período correto será “Quando cavaleiros vinham a triunfar sobre seus inimigos, tinha-se restaurado uma sociedade que era mais justa”. Gabarito: B. 10. Está plenamente adequada a pontuação em: (A) As fábulas populares são simplórias? Ora elas significam muito mais do que aparentam, tal como o provou, esse texto de Ítalo Calvino. (B) Simplórias, pois sim... As fábulas, na verdade são prenhes de profunda significação, exigindo muita atenção e senso interpretativo, dos leitores. Provas comentadas da FCC Prof. Fabiano Sales – Aula 03 Prof.Fabiano Sales www.estrategiaconcursos.com.br 13 de 13 (C) Há quem julgue, essas fábulas, simplórias; mas atente-se bem, para seu sentido profundo, e teremos inevitavelmente, grandes surpresas. (D) Simplórias? Não o são, certamente, essas fábulas, das quais o autor revelou, para surpresa nossa, uma significação mais profunda. (E) Sim, há quem julgue simplórias, as fábulas populares, mas basta atentarmos para elas e veremos o quanto são capazes, de nos revelar. Comentário: Esse item é bem abrangente, pois nos permite tecer comentários sobre vários sinais de pontuação. Conforme vimos nas lições, o ponto de interrogação após o vocábulo “Simplórias” foi empregado corretamente, pois se trata de uma interrogativa direta (aquela finalizada por ponto de interrogação). É sempre bom frisar que também existem interrogativas indiretas, que são finalizadas por ponto final: Gostaria de saber o porquê de sua falta. Por sua vez, o adjunto adverbial “certamente” está corretamente isolado por vírgulas, pois está intercalado entre o sujeito “essas fábulas” e o predicado “Não o são”. As vírgulas empregadas para isolar a oração “das quais o autor revelou” devem-se à natureza explicativa da oração, podendo ser substituídas, sem prejuízo gramatical, por travessões ou parênteses: “(...) essas fábulas – das quais o autor revelou – para surpresa (...)” ou “(...) essas fábulas (das quais o autor revelou) para surpresa (...)”. Já as vírgulas que isolam a expressão adverbial “para nossa surpresa” são obrigatórias, haja vista que este trecho está intercalado entre o verbo “revelar” e seu complemento “uma significação ais profunda”. Gabarito: D. ÓTIMOS ESTUDOS E ATÉ A PRÓXIMA AULA! FORTE ABRAÇO! PROF. FABIANO SALES (fabianosales@estrategiaconcursos.com.br)
Compartilhar