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Aula 03

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Prévia do material em texto

Provas comentadas da FCC 
Prof. Fabiano Sales – Aula 03 
 
Prof.Fabiano Sales www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 13 
 
 
AULA 03 
 
 Olá, vitoriosos alunos! Muito ânimo, 
porque a classificação é de vocês! 
 
 Publiquei o novo cronograma do curso na 
área do aluno. 
 
 Na aula 03, do curso de provas 
comentadas da FCC, apresentarei os 
comentários à prova de Agente de 
Fiscalização Financeira (TCE/SP - 2010). 
 Com o objetivo de que vocês treinem, 
inicialmente apresentarei apenas os 
enunciados das questões. Os comentários 
seguem ao final da prova. 
 
 Preparados para a vitória?! 
 
 Venham comigo! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Provas comentadas da FCC 
Prof. Fabiano Sales – Aula 03 
 
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AGENTE DE FISCALIZAÇÃO FINANCEIRA - 2010 
 
 
PORTUGUÊS 
 
Atenção: As questões de números 1 a 10 referem-se ao texto seguinte. 
 
Pensando nas histórias populares 
 
 Se examinarmos as fábulas populares, verificaremos que elas representam 
dois tipos de transformação social, sempre com final feliz. Num primeiro tipo, existe 
um príncipe que, por alguma circunstância, se vê reduzido a guardador de porcos 
ou alguma outra condição miserável, para depois reconquistar sua condição real. 
Num segundo caso, existe um jovem pastor que não possuiu nada desde o 
nascimento e que, por virtude própria ou graça do destino, consegue se casar com a 
princesa e tornar-se rei. 
 Os mesmos esquemas valem para as protagonistas femininas: a donzela 
nobre é vítima de uma madrasta (Branca de Neve) ou de irmãs invejosas 
(Cinderela), até que um príncipe se apaixone por ela e a conduza ao vértice da 
escala social. Ou então uma camponesa pobre supera todas as desvantagens da 
origem e realiza núpcias principescas. 
 Poderíamos pensar que as fábulas do segundo tipo são as que exprimem 
mais diretamente o desejo popular de uma reviravolta dos papéis sociais e dos 
destinos individuais, ao passo que as do primeiro tipo deixam aparecer tal desejo de 
forma mais atenuada, como restauração de uma hipotética ordem precedente. Mas, 
pensando bem, os destinos extraordinários do pastorzinho ou da camponesa 
representam apenas uma ilusão miraculosa e consoladora, ao passo que os 
infortúnios do príncipe ou da jovem nobre associam a imagem da pobreza com a 
ideia de um direito subtraído, de uma justiça a ser reivindicada, isto é, 
estabelecem no plano da fantasia um ponto que será fundamental para toda tomada 
de consciência da época moderna, da Revolução Francesa em diante. 
 No inconsciente coletivo, o príncipe disfarçado de pobre é a prova de que 
cada pobre é, na realidade, um príncipe que sofreu uma usurpação de poder e por 
isso deve reconquistar seu reino. Quando cavaleiros caídos em desgraça triunfarem 
sobre seus inimigos, hão de restaurar uma sociedade mais justa, na qual será 
reconhecida sua verdadeira identidade. 
 
(Adaptado de Ítalo Calvino, Por que ler os clássicos) 
 
1. O autor do texto expõe sua visão das histórias populares, segundo a qual 
elas constituem representações: 
 
(A) do destino trágico que está reservado a todos aqueles que usurpam o poder de 
um legítimo detentor. 
(B) de um processo de alteração nos papéis sociais, culminando em desfecho de 
caráter edificante. 
(C) de uma ordem social na qual o prestígio do indivíduo independe da posição que 
ele ocupa. 
 
Provas comentadas da FCC 
Prof. Fabiano Sales – Aula 03 
 
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(D) de maleáveis esquemas sociais, nos quais o vitorioso é o indivíduo virtuoso, 
desde que de origem modesta. 
(E) de classes sociais ainda definidas, em cuja permanente oscilação revela-se a 
instabilidade política. 
 
2. No terceiro parágrafo, afirma-se que as fábulas que melhor exprimem a 
aspiração popular são aquelas em que: 
 
(A) um homem ou uma mulher do povo, por obra do destino, acaba por alcançar a 
condição aristocrática. 
(B) os jovens apaixonados, dada a intensidade de seu amor, vencem a pobreza e 
casam-se com esplendor. 
(C) os estigmas sociais são pura circunstância, já que aos humilhados se reserva o 
reino celestial. 
(D) o estado de penúria é dado como transitório, uma vez que ao final se restaurará 
o princípio da justiça. 
(E) os nobres caídos em desgraça infiltram-se entre os homens do povo para 
promoverem uma revolução. 
 
3. Considerando-se o contexto, traduz-se adequadamente o sentido de um 
segmento em: 
 
(A) vértice da escala social (2º parágrafo) = âmago do esquema de classes. 
(B) reviravolta dos papéis sociais (3º parágrafo) = ratificação dos status. 
(C) hipotética ordem precedente (3º parágrafo) = suposta ordenação anterior. 
(D) ilusão miraculosa (3º parágrafo) = projeção ostensiva. 
(E) usurpação de poder (4º parágrafo) = denegação de direito. 
 
4. Atente para as seguintes afirmações: 
 
I. Depreende-se do texto que as fábulas populares são expressões diretas de 
desejos verdadeiros e claramente manifestos. 
 
II. A ideia de um direito subtraído alimenta em cada pessoa pobre a 
expectativa de que se restaure uma condição anterior mais justa. 
 
III. A expressão inconsciente coletivo é utilizada no texto para exprimir a 
inconsciência e a inconsequência da imaginação popular. 
 
Em relação ao texto, está correto o que se afirma em: 
 
(A) I, II e III. 
(B) I e II, somente. 
(C) II e III, somente. 
(D) I e III, somente. 
(E) II, somente. 
 
 
 
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5. Está clara e correta a redação deste livre comentário sobre o texto: 
 
(A) O escritor Ítalo Calvino manifesta uma grande acuidade na leitura das fábulas 
populares, interpretando-as em suas estruturas profundas. 
(B) Tendo em vista uma leitura mais acurada do texto, se perceberá de que as 
simplórias fábulas populares podem até deixar de sê-las. 
(C) Não há pessoa pobre em cuja aspiração acabe sendo uma forma de compensar 
sua condição, imaginando-se um nobre disfarçado. 
(D) Estão nos destinos extraordinários toda a argúcia das fábulas populares, aonde 
as reviravoltas simbolizam igualmente transtornos sociais. 
(E) É engenhosa a sensação de um direito subtraído, uma vez que assim se pode 
aspirar a ser reconstituído, promovendo-se a propalada justiça. 
 
6. Para cumprimento das normas de concordância verbal, será necessário 
CORRIGIR a frase: 
 
(A) Atribui-se aos esquemas de construção das fábulas populares a capacidade de 
representarem profundos anseios coletivos. 
(B) Reserva-se a pobres camponeses, nas fábulas populares, a possibilidade de 
virem a se tornar membros da realeza. 
(C) Aos desejos populares de ascensão social correspondem, em algumas das 
fábulas analisadas, a transformação de pobres em príncipes. 
(D) Prosperam no fundo do inconsciente coletivo incontáveis imagens, pelas quais 
se traduzem aspirações de poder e de justiça. 
(E) Não cabe aos leitores abastados avaliar, em quem é pobre, a sensatez ou o 
descalabro das expectativas alimentadas. 
 
7. Está plenamente adequado o emprego do elemento sublinhado na frase: 
 
(A) Os dois tipos de transformação social com que o autor se refere no texto 
correspondem a aspirações populares. 
(B) A convicção quanto a um direito subtraído é tamanha que há pobres em cuja 
crença é a de recuperarem o poder perdido. 
(C) Acreditam os pobres que todos os direitos aos quais lhes foram usurpados serão 
restabelecidos numa ordem mais justa do futuro. 
(D) Ao autor não interessaram tanto as fábulas em si mesmas, mas os recados 
profundos,de que se mostrou um sensível intérprete. 
(E) Muita gente, depois de ler esse texto de Calvino, verá nas fábulas alguma 
mensagem singular, cujo significado não havíamos atentado. 
 
8. A forma verbal da voz passiva correspondente exatamente à construção: 
 
(A) Se examinarmos as fábulas populares é: Se as fábulas populares forem por 
nós examinadas. 
(B) um jovem a conduza é: fosse por um jovem conduzida. 
(C) exprimem o desejo popular é: têm expressado o desejo popular. 
(D) representam apenas uma ilusão miraculosa é: estão apenas representando 
uma ilusão miraculosa. 
(E) deve reconquistar seu reino é: terá reconquistado seu reino. 
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9. Está adequada a correlação entre tempos e modos verbais na frase: 
 
(A) Se examinássemos as fábulas populares, haveremos de verificar que elas 
representem dois tipos de transformação social. 
(B) Era comum que pobres guardadores de porcos fossem, na verdade, príncipes 
que haviam sido despojados de seu poder. 
 
(C) Havia ainda os jovens pastores que nada possuíssem desde o nascimento, mas 
acabassem conseguindo casar-se e tornavam-se reis. 
(D) Um príncipe que se houvera disfarçado de pobre será a prova de que todo pobre 
fosse um príncipe disfarçado. 
(E) Quando cavaleiros vierem a triunfar sobre seus inimigos, ter-se-ia restaurado 
uma sociedade que seja mais justa. 
 
 
10. Está plenamente adequada a pontuação em: 
 
(A) As fábulas populares são simplórias? Ora elas significam muito mais do que 
aparentam, tal como o provou, esse texto de Ítalo Calvino. 
(B) Simplórias, pois sim... As fábulas, na verdade são prenhes de profunda 
significação, exigindo muita atenção e senso interpretativo, dos leitores. 
(C) Há quem julgue, essas fábulas, simplórias; mas atente-se bem, para seu sentido 
profundo, e teremos inevitavelmente, grandes surpresas. 
(D) Simplórias? Não o são, certamente, essas fábulas, das quais o autor revelou, 
para surpresa nossa, uma significação mais profunda. 
(E) Sim, há quem julgue simplórias, as fábulas populares, mas basta atentarmos 
para elas e veremos o quanto são capazes, de nos revelar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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COMENTÁRIOS À PROVA 
 
 
PORTUGUÊS 
 
Atenção: As questões de números 1 a 10 referem-se ao texto seguinte. 
 
Pensando nas histórias populares 
 
 Se examinarmos as fábulas populares, verificaremos que elas representam 
dois tipos de transformação social, sempre com final feliz. Num primeiro tipo, existe 
um príncipe que, por alguma circunstância, se vê reduzido a guardador de porcos 
ou alguma outra condição miserável, para depois reconquistar sua condição real. 
Num segundo caso, existe um jovem pastor que não possuiu nada desde o 
nascimento e que, por virtude própria ou graça do destino, consegue se casar com a 
princesa e tornar-se rei. 
 Os mesmos esquemas valem para as protagonistas femininas: a donzela 
nobre é vítima de uma madrasta (Branca de Neve) ou de irmãs invejosas 
(Cinderela), até que um príncipe se apaixone por ela e a conduza ao vértice da 
escala social. Ou então uma camponesa pobre supera todas as desvantagens da 
origem e realiza núpcias principescas. 
 Poderíamos pensar que as fábulas do segundo tipo são as que exprimem 
mais diretamente o desejo popular de uma reviravolta dos papéis sociais e dos 
destinos individuais, ao passo que as do primeiro tipo deixam aparecer tal desejo de 
forma mais atenuada, como restauração de uma hipotética ordem precedente. Mas, 
pensando bem, os destinos extraordinários do pastorzinho ou da camponesa 
representam apenas uma ilusão miraculosa e consoladora, ao passo que os 
infortúnios do príncipe ou da jovem nobre associam a imagem da pobreza com a 
ideia de um direito subtraído, de uma justiça a ser reivindicada, isto é, 
estabelecem no plano da fantasia um ponto que será fundamental para toda tomada 
de consciência da época moderna, da Revolução Francesa em diante. 
 No inconsciente coletivo, o príncipe disfarçado de pobre é a prova de que 
cada pobre é, na realidade, um príncipe que sofreu uma usurpação de poder e por 
isso deve reconquistar seu reino. Quando cavaleiros caídos em desgraça triunfarem 
sobre seus inimigos, hão de restaurar uma sociedade mais justa, na qual será 
reconhecida sua verdadeira identidade. 
 
(Adaptado de Ítalo Calvino, Por que ler os clássicos) 
 
1. O autor do texto expõe sua visão das histórias populares, segundo a qual 
elas constituem representações: 
 
(A) do destino trágico que está reservado a todos aqueles que usurpam o poder de 
um legítimo detentor. 
(B) de um processo de alteração nos papéis sociais, culminando em desfecho de 
caráter edificante. 
(C) de uma ordem social na qual o prestígio do indivíduo independe da posição que 
ele ocupa. 
 
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(D) de maleáveis esquemas sociais, nos quais o vitorioso é o indivíduo virtuoso, 
desde que de origem modesta. 
(E) de classes sociais ainda definidas, em cuja permanente oscilação revela-se a 
instabilidade política. 
 
Comentário: A questão exigiu o comentário correto sobre a óptica do autor. 
Segundo o texto, ocorre um processo de alteração nos papéis sociais. Isso é 
confirmado, por exemplo, por meio do excerto “existe um príncipe que, por alguma 
circunstância, se vê reduzido a guardador de porcos ou alguma outra condição 
miserável, para depois reconquistar sua condição real. (...) existe um jovem pastor 
que não possuiu nada desde o nascimento e que, por virtude própria ou graça do 
destino, consegue se casar com a princesa e tornar-se rei”. 
 
Gabarito: B. 
 
 
 
2. No terceiro parágrafo, afirma-se que as fábulas que melhor exprimem a 
aspiração popular são aquelas em que: 
 
(A) um homem ou uma mulher do povo, por obra do destino, acaba por alcançar a 
condição aristocrática. 
(B) os jovens apaixonados, dada a intensidade de seu amor, vencem a pobreza e 
casam-se com esplendor. 
(C) os estigmas sociais são pura circunstância, já que aos humilhados se reserva o 
reino celestial. 
(D) o estado de penúria é dado como transitório, uma vez que ao final se restaurará 
o princípio da justiça. 
(E) os nobres caídos em desgraça infiltram-se entre os homens do povo para 
promoverem uma revolução. 
 
 
Comentário: No terceiro parágrafo do texto, no trecho “Mas, pensando bem, os 
destinos extraordinários do pastorzinho ou da camponesa representam apenas uma 
ilusão miraculosa e consoladora, ao passo que os infortúnios do príncipe ou da 
jovem nobre associam a imagem da pobreza com a ideia de um direito subtraído, de 
uma justiça a ser reivindicada, isto é, estabelecem no plano da fantasia um ponto 
que será fundamental para toda tomada de consciência da época moderna, da 
Revolução Francesa em diante.”, há uma rejeição à hipótese de que as fábulas que 
representariam o anseio do povo seriam aquelas em que houvesse ascensão social 
– “são uma ilusão miraculosa e consoladora”. Segundo Ítalo Calvino, o “direito 
subtraído” significa que a recuperação do poder é algo inato, inerente, 
restabelecendo o princípio da justiça. Com isso, conclui-se que o estado de penúria 
(escassez, pobreza) é transitório, efêmero. 
 
Gabarito: D. 
 
 
 
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3. Considerando-se o contexto, traduz-se adequadamente o sentido de um 
segmento em: 
 
(A) vértice da escala social (2º parágrafo) = âmago do esquema de classes. 
(B) reviravolta dos papéis sociais (3º parágrafo) = ratificação dos status. 
(C) hipotética ordem precedente (3º parágrafo) = suposta ordenação anterior. 
(D) ilusão miraculosa (3º parágrafo) = projeção ostensiva. 
(E) usurpação de poder (4º parágrafo) = denegação de direito. 
 
 
Comentário: A questão versa sobre semântica, exigindo que vocês, candidatos, a 
partir da análise do contexto, efetuem a correta reescrita do excerto transcrito. 
Percebemos, então, que a tradução adequada ocorre na assertiva C, pois os 
adjetivos “hipotética” e “suposta” são equivalentes e as expressões “ordem 
precedente” e “ordenação anterior” são sinônimas. 
 
Gabarito: C. 
 
 
4. Atente para as seguintes afirmações: 
 
I. Depreende-se do texto que as fábulas populares são expressões diretas de 
desejos verdadeiros e claramente manifestos. 
 
II. A ideia de um direito subtraído alimenta em cada pessoa pobre a 
expectativa de que se restaure uma condição anterior mais justa. 
 
III. A expressão inconsciente coletivo é utilizada no texto para exprimir a 
inconsciência e a inconsequência da imaginação popular. 
 
Em relação ao texto, está correto o que se afirma em: 
 
(A) I, II e III. 
(B) I e II, somente. 
(C) II e III, somente. 
(D) I e III, somente. 
(E) II, somente. 
 
 
Comentário: Vamos analisar as afirmativas. 
 
I. Resposta incorreta. De acordo com o contexto, retomado a partir do trecho “as 
fábulas do segundo tipo são as que exprimem mais diretamente o desejo popular”, 
as fábulas representam desejos inconscientes dos leitores. Em outras palavras, os 
desejos não são manifestos expressamente. 
II. Resposta correta. Essa afirmação é encontrada na superfície textual, por meio 
do excerto “No inconsciente coletivo, o príncipe disfarçado de pobre é a prova de 
que cada pobre é, na realidade, um príncipe que sofreu uma usurpação de poder e 
por isso deve reconquistar seu reino”. 
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III. Resposta incorreta. Segundo o contexto, a imaginação popular é inconsciente, 
mas não é possível chegar à conclusão de que seja inconsequente. 
 
Gabarito: E. 
 
 
5. Está clara e correta a redação deste livre comentário sobre o texto: 
 
(A) O escritor Ítalo Calvino manifesta uma grande acuidade na leitura das fábulas 
populares, interpretando-as em suas estruturas profundas. 
(B) Tendo em vista uma leitura mais acurada do texto, se perceberá de que as 
simplórias fábulas populares podem até deixar de sê-las. 
(C) Não há pessoa pobre em cuja aspiração acabe sendo uma forma de compensar 
sua condição, imaginando-se um nobre disfarçado. 
(D) Estão nos destinos extraordinários toda a argúcia das fábulas populares, aonde 
as reviravoltas simbolizam igualmente transtornos sociais. 
(E) É engenhosa a sensação de um direito subtraído, uma vez que assim se pode 
aspirar a ser reconstituído, promovendo-se a propalada justiça. 
 
 
Comentário: A redação clara e correta é encontrada na assertiva A. Sendo assim, 
vamos analisar os erros das demais opções. 
 
B) Resposta incorreta. No trecho “se perceberá de que” há dois erros: conforme as 
lições de colocação pronominal, sabemos que pronomes oblíquos átonos não 
podem iniciar oração; e, por fim, o emprego da preposição “de” está inadequado, já 
que o verbo “perceber” tem transitividade direta, isto é, não rege emprego de 
preposição. 
C) Resposta incorreta. Houve o emprego inadequado da preposição “em” antes do 
pronome relativo “cuja”. Sabemos que, em orações adjetivas, sempre que for 
exigida a preposição, esta deverá anteceder o relativo. Entretanto, no caso em 
comento, não há termo que exija esse elemento. 
D) Resposta incorreta. O período apresenta erro de concordância verbal: o sujeito 
é a expressão “toda a argúcia das fábulas populares”, cujo núcleo é “argúcia”. Em 
razão de esse elemento estar no singular, o verbo também deve permanecer nesse 
número: “Está”. Por sua vez, a forma “aonde” deve ser substituída por “onde”, já que 
não há verbo que indique movimento: “Está nos destinos extraordinários toda a 
argúcia das fábulas populares, onde as reviravoltas simbolizam igualmente 
transtornos sociais”. 
E) Resposta incorreta. Conforme vimos nas lições de vozes verbais, verbos 
transitivos indiretos, verbos intransitivos, verbos de ligação e verbos impessoais não 
admitem transposição de voz verbal. No período, a forma verbal “aspirar” foi 
empregada no sentido de “almejar”, ou seja, assumiu transitividade indireta. Logo, a 
transposição de voz verbal é incorreta. Além disso, notem também que a redação 
do trecho não está clara, a mensagem não é transmitida de maneira nítida. 
 
Gabarito: A. 
 
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6. Para cumprimento das normas de concordância verbal, será necessário 
CORRIGIR a frase: 
 
(A) Atribui-se aos esquemas de construção das fábulas populares a capacidade de 
representarem profundos anseios coletivos. 
(B) Reserva-se a pobres camponeses, nas fábulas populares, a possibilidade de 
virem a se tornar membros da realeza. 
(C) Aos desejos populares de ascensão social correspondem, em algumas das 
fábulas analisadas, a transformação de pobres em príncipes. 
(D) Prosperam no fundo do inconsciente coletivo incontáveis imagens, pelas quais 
se traduzem aspirações de poder e de justiça. 
(E) Não cabe aos leitores abastados avaliar, em quem é pobre, a sensatez ou o 
descalabro das expectativas alimentadas. 
 
Comentário: O erro encontra-se na assertiva C. A forma verbal “correspondem” 
está incorretamente flexionada no plural. Em virtude de o núcleo do sujeito “a 
transformação de pobres em príncipes” estar no singular, o verbo também deveria 
estar nesse número (singular). As demais opções obedecem às regras de 
concordância verbal. 
 
Gabarito: C. 
 
 
7. Está plenamente adequado o emprego do elemento sublinhado na frase: 
 
(A) Os dois tipos de transformação social com que o autor se refere no texto 
correspondem a aspirações populares. 
(B) A convicção quanto a um direito subtraído é tamanha que há pobres em cuja 
crença é a de recuperarem o poder perdido. 
(C) Acreditam os pobres que todos os direitos aos quais lhes foram usurpados serão 
restabelecidos numa ordem mais justa do futuro. 
(D) Ao autor não interessaram tanto as fábulas em si mesmas, mas os recados 
profundos, de que se mostrou um sensível intérprete. 
(E) Muita gente, depois de ler esse texto de Calvino, verá nas fábulas alguma 
mensagem singular, cujo significado não havíamos atentado. 
 
Gabarito: D. 
 
Comentário: A questão mescla conhecimento sobre emprego do pronome relativo e 
regência (nominal e verbal). Não se encontram erros na assertiva D. O vocábulo 
“intérprete” rege o emprego da preposição “de”, a qual antecedeu, corretamente, o 
pronome relativo “que”. 
 Vamos analisar o erro das opções. 
 
A) Resposta incorreta. O emprego da preposição “com” é inadequado, pois o 
verbo transitivo indireto “referir-se” rege preposição “a”. Assim, seria correta a 
estrutura “a que”. 
 
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B) Resposta incorreta. O emprego da preposição “em” está inadequado. Não há, 
no trecho, qualquer elemento que a exija. 
C) Resposta incorreta. A forma verbal “usurpados”, presente na locução verbal de 
voz passiva“foram usurpados”, é transitiva direta. Sendo assim, o emprego da 
preposição “a” em “aos quais” está incorreto. 
E) Resposta incorreta. A forma verbal “atentado” é transitiva indireta, regendo o 
emprego das preposições “a” ou “para”. Assim, o correto seria escrever “mensagem 
singular, a / para cujo significado não havíamos atentado”. 
 
 
 
8. A forma verbal da voz passiva correspondente exatamente à construção: 
 
(A) Se examinarmos as fábulas populares é: Se as fábulas populares forem por 
nós examinadas. 
(B) um jovem a conduza é: fosse por um jovem conduzida. 
(C) exprimem o desejo popular é: têm expressado o desejo popular. 
(D) representam apenas uma ilusão miraculosa é: estão apenas representando 
uma ilusão miraculosa. 
(E) deve reconquistar seu reino é: terá reconquistado seu reino. 
 
 
Comentário: Percebemos que, na assertiva A, temos uma construção de voz 
passiva. Podemos verificar que, na forma verbal “examinarmos”, temos o sujeito 
desinencial “nós”, que desempenhará, na voz passiva, a função de agente da 
passiva. Por sua vez, a expressão “as fábulas populares” desempenham, na voz 
ativa, a função de objeto direto, passando à condição de sujeito na voz passiva: 
 
Se as fábulas populares __________ por nós. 
 
 Toda a atenção deve voltar-se para a manutenção do tempo verbal: como na 
voz ativa o verbo está flexionado no futuro do subjuntivo, a locução verbal de voz 
passiva também deverá figurar no mesmo tempo e modo, devendo concordar com o 
sujeito (plural) “as fábulas populares”: 
 
 
Se as fábulas populares forem examinadas por nós. 
 
ou 
 
Se as fábulas populares forem por nós examinadas. 
 
 
Gabarito: A. 
 
 
 
 
 
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9. Está adequada a correlação entre tempos e modos verbais na frase: 
 
(A) Se examinássemos as fábulas populares, haveremos de verificar que elas 
representem dois tipos de transformação social. 
(B) Era comum que pobres guardadores de porcos fossem, na verdade, príncipes 
que haviam sido despojados de seu poder. 
(C) Havia ainda os jovens pastores que nada possuíssem desde o nascimento, mas 
acabassem conseguindo casar-se e tornavam-se reis. 
(D) Um príncipe que se houvera disfarçado de pobre será a prova de que todo pobre 
fosse um príncipe disfarçado. 
(E) Quando cavaleiros vierem a triunfar sobre seus inimigos, ter-se-ia restaurado 
uma sociedade que seja mais justa. 
 
Comentário: Encontramos erro de correção verbal nas assertivas A, C, D e E. 
Vejamos cada uma. 
 
A) Resposta incorreta. Para manter a ideia de hipótese, a forma verbal 
“haveremos” deveria ser conjugada no futuro do pretérito do indicativo: haveríamos. 
Além disso, o verbo “representar” deveria ser flexionado no presente do indicativo: 
representam. Após a correção, o trecho será “Se examinássemos as fábulas 
populares, haveríamos de verificar que elas representam dois tipos de 
transformação social”. 
C) Resposta incorreta. A forma verbal “acabassem” foi incorretamente conjugada 
no pretérito imperfeito do subjuntivo. É necessário flexioná-la no pretérito imperfeito 
do indicativo “acabavam”. Após a correção, o trecho será “Havia ainda os jovens 
pastores que nada possuíssem desde o nascimento, mas acabavam conseguindo 
casar-se e tornavam-se reis”. 
D) Resposta incorreta. Para manter o caráter hipotético do trecho, será necessário 
fazer as seguintes modificações: a forma verbal “houvera” deve ser conjugada no 
pretérito imperfeito do subjuntivo (houvesse); a forma “será” deve ser flexionada no 
futuro do pretérito do indicativo (seria); e o verbo “ser”, em “fosse um príncipe”, deve 
ser flexionada no pretérito imperfeito do indicativo (era). Feitas as alterações, o 
trecho será “Um príncipe que se houvesse disfarçado de pobre seria a prova de que 
todo pobre era um príncipe disfarçado. 
E) Resposta incorreta. Devido à ideia hipotética do excerto, a forma verbal 
“vierem” deve ser flexionada no pretérito imperfeito do indicativo (vinham); no 
mesmo modo e tempo verbais deveriam ser flexionados os verbos “ter” e “ser” 
(“tinha-se” e “era”, respectivamente). Feitas as modificações, o período correto será 
“Quando cavaleiros vinham a triunfar sobre seus inimigos, tinha-se restaurado uma 
sociedade que era mais justa”. 
 
Gabarito: B. 
 
10. Está plenamente adequada a pontuação em: 
 
(A) As fábulas populares são simplórias? Ora elas significam muito mais do que 
aparentam, tal como o provou, esse texto de Ítalo Calvino. 
(B) Simplórias, pois sim... As fábulas, na verdade são prenhes de profunda 
significação, exigindo muita atenção e senso interpretativo, dos leitores. 
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(C) Há quem julgue, essas fábulas, simplórias; mas atente-se bem, para seu sentido 
profundo, e teremos inevitavelmente, grandes surpresas. 
(D) Simplórias? Não o são, certamente, essas fábulas, das quais o autor revelou, 
para surpresa nossa, uma significação mais profunda. 
(E) Sim, há quem julgue simplórias, as fábulas populares, mas basta atentarmos 
para elas e veremos o quanto são capazes, de nos revelar. 
 
Comentário: Esse item é bem abrangente, pois nos permite tecer comentários 
sobre vários sinais de pontuação. Conforme vimos nas lições, o ponto de 
interrogação após o vocábulo “Simplórias” foi empregado corretamente, pois se trata 
de uma interrogativa direta (aquela finalizada por ponto de interrogação). É sempre 
bom frisar que também existem interrogativas indiretas, que são finalizadas por 
ponto final: Gostaria de saber o porquê de sua falta. Por sua vez, o adjunto 
adverbial “certamente” está corretamente isolado por vírgulas, pois está intercalado 
entre o sujeito “essas fábulas” e o predicado “Não o são”. As vírgulas empregadas 
para isolar a oração “das quais o autor revelou” devem-se à natureza explicativa da 
oração, podendo ser substituídas, sem prejuízo gramatical, por travessões ou 
parênteses: “(...) essas fábulas – das quais o autor revelou – para surpresa (...)” ou 
“(...) essas fábulas (das quais o autor revelou) para surpresa (...)”. Já as vírgulas 
que isolam a expressão adverbial “para nossa surpresa” são obrigatórias, haja vista 
que este trecho está intercalado entre o verbo “revelar” e seu complemento “uma 
significação ais profunda”. 
 
Gabarito: D. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ÓTIMOS ESTUDOS E ATÉ A PRÓXIMA AULA! 
 
FORTE ABRAÇO! 
 
PROF. FABIANO SALES (fabianosales@estrategiaconcursos.com.br)

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