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FORMAÇÃO ECONÔMICA, HISTÓRICA E POLÍTICA DO BRASIL CAPÍTULO 4 - O ESTADO DE DIREITOS NO BRASIL CONTEMPORÂNEO Verônica Belfi Roncetti Paulino 77 Objetivos do capítulo Ao final deste capítulo, você será capaz de: • Identificar os fundamentos teóricos sobre a formação do Estado de direito na direção da consolidação democrática, compreendendo como esses exerceram influência no âmbito das políticas públicas. • Compreender o processo participativo como condição para a governança pública, estabelecendo as condições necessárias a serem desenvolvidas. • Reconhecer a complexidade das demandas contemporâneas, compreendendo alguns aspectos necessários para o fortalecimento democrático. Tópicos de estudo • Fundamentos teóricos sobre a concepção de sujeitos históricos. • Estratos e prerrogativas da Constituição de 1988. • Capitalismo e seus reflexos sobre o individualismo x coletividade. • Conceito de sujeitos e atores sociais. • A perspectiva da classe social na construção da democracia. • A participação de sujeitos no processo de fortalecimento da democracia. • Trajetória dos movimentos sociais e populares nas décadas de 70 e 80. • Espaços urbanos e governança social. • Orçamento participativo. • Níveis e categorias de participação. • O contexto contemporâneo das políticas públicas. • A sociedade contemporânea e os problemas complexos. • O estado necessário para o Brasil no século XXI. • Possibilidades de políticas públicas intersetoriais. • A participação cidadã na concepção e avaliação das políticas públicas. • A cultura democrática em formação X desigualdades sociais. • Mecanismos institucionais de participação social e novos arranjos sociais após Constituição Federal de 1988. • Qualificação técnica e política para a efetiva participação social. • Unidades Federativas diante da Constituição Federal de 1988. • Transformação política-cultural na direção da democracia. Contextualizando o cenário Apresentamos os elementos teóricos que fundamentam a formação do Estado de direito com um esforço de reflexão acerca da construção democrática no Brasil. Nesse contexto, a Constituição Federal de 1988 é conhecida como Constituição Cidadã, por reconhecer os direitos sociais dos cidadãos e cidadãs. Quais foram as movimentações sociais e políticas históricas que levaram à promulgação dessa Constituição? • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • 78 4.1 Fundamentos teóricos sobre a concepção de sujeitos históricos O processo histórico de formação do Estado vem sendo configurado na sociedade brasileira por avanços e retrocessos nos direitos dos cidadãos e na consolidação democrática. Persistem resquícios da tradição política autoritária, que se expressam pelo controle patrimonialista, burocrático e oligárquico. Fonte: © Nathalia Segato Tomaz / / Shutterstock. Esses elementos que compõem o cenário brasileiro influenciam as políticas públicas, por meio da desintegração social das classes econômicas menos favorecidas. Ainda, geram dificuldades no processo de construção da cultura da participação dos cidadãos no exercício de seus direitos. 4.1.1 Estratos e prerrogativas da Constituição de 1988 Sob o regime político democrático, a foi promulgada em 1988, constituindo-se como umConstituição Federal dispositivo de reconhecimento dos direitos sociais dos cidadãos brasileiros. Também conhecida como , representa um marco no processo de redemocratização no Brasil, tendo em vista o períodoConstituição Cidadã histórico político anterior, marcado pela ditadura entre 1964 e 1985. PAUSA PARA REFLETIR Qual é a importância do fortalecimento dos movimentos de lutas em prol da construção e permanência dos processos democráticos e dos direitos sociais? 79 Com o fim do regime ditatorial, os movimentos das forças sociais que não estavam integrados às deliberações do Estado se fortaleceram na organização e mobilização de construção da democracia no Brasil. No bojo dessa luta, estava a defesa dos cidadãos por meio de uma Constituintedireitos sociais, econômicos, políticos e culturais dos livre e soberana. Essa mobilização, em conjunto com a atuação dos parlamentares constituintes eleitos, ligados à base sindical e popular, compromissados com as propostas democráticas, exerceram um papel decisivo no Congresso Nacional Constituinte. Além dessas forças, cabe enfatizar a mobilização, o acompanhamento e a votação das propostas que dialogavam em consonância com os anseios da população, exercidas pelos Comitês Pró-Participação Populares na Constituinte em todo o território brasileiro. Esses comitês adotaram como estratégia a propagação das propostas populares e democráticas, o que repercutiu no posicionamento a favor das propostas, ambicionando as futuras eleições, nas bases eleitorais dos deputados e senadores constituintes. Um elemento central para a compreensão desse processo de mobilização foi o artigo 24 do Regimento Interno da Assembleia Nacional Constituinte, que assegurou a inserção de propostas populares, ajustadas em emendas. As proposições foram assinadas por mais de 30 mil eleitores brasileiros, em listas organizadas por, no mínimo, 3 entidades associativas, legalmente constituídas (BRASIL, 1987). Fonte: © ErenMotion / / Shutterstock. Nesse contexto, a Constituição Federal de 1988 (BRASIL, 1988) estabeleceu a comoRepública Federativa do Brasil Estado democrático de direito. Seus princípios fundamentais estão dispostos no artigo 1.º: I — a soberania; II — a cidadania; III — a dignidade da pessoa humana; IV — os valores sociais do trabalho e da livre-iniciativa; V — o pluralismo político. Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição (BRASIL, 1988, [s.p.]). As diretrizes desses princípios fundamentam a legitimação da democratização do Estado, por meio da conexão entre a democracia representativa e a participativa. Ambas perpassam o processo político de construção das ações que abrangem a regulamentação das leis e políticas públicas dos órgãos deliberativos institucionalizados. 80 Já os direitos sociais e garantias fundamentais estão no Capítulo II, nos artigos 6.º a 11.º, como mostra o quadro a seguir. Direitos sociais definidos no Capítulo II da Constituição Federal de 1988 Fonte: BRASIL, 1989. (Adaptado). Esses artigos visam estabelecer as garantias dos direitos sociais dos cidadãos brasileiros, pressupondo a dignidade humana. 4.1.2 Capitalismo e seus reflexos sobre o individualismo x coletividade As dinâmicas processadas por meio da globalização, tecidas pelas redes internacionais, não se limitam às fronteiras de um país (GIDDENS, 2008). São operadas pelo sistema político e econômico do capitalismo, que influencia a organização e o funcionamento da estrutura social e das relações estabelecidas entre as classes sociais. 81 Fonte: © tomertu / / Shutterstock. O é um sistema que define e conduz os processos de organização e produção no espaço social ecapitalismo econômico, criando os modos de relações entre os sujeitos nos diversos domínios sociais (grupos e instituições). O processo de desenvolvimento do capitalismo industrial, urbano, burocrático e tecnológico, considerando a formação histórica, política e econômica no Brasil, tem desencadeado um modelo de política para a sociedade e as pessoas. Assim, ele vem se manifestando, por meio do “[...] monopólio, hegemonia econômica e exploração do povo” (VASCONCELOS, 2009, p. 52). Essa configuração no Brasil reverbera na organização da estrutura social, na qual a cultura nacional se classifica por meio de lógicas estruturadas pelo individualismo. AFIRMAÇÃO ”A globalização [...] muda a forma como o mundo se apresenta e a maneira como olhamos para o mundo. O fato de vivermos cada vez mais num 'único mundo', os indivíduos, os grupos e as nações tornaram-se mais interdependentes” (GIDDENS, 2008, p. 51). DICA Para compreender as dinâmicas operadas no capitalismo, leia (MELLO,O Capitalismo Tardio 2009), que mostra a necessidade dapermanente transferência para o setor industrial de recursos gerados pela agroexportação. 82 Fonte: © Ivan Dragiev / / Shutterstock. Partindo do ponto de vista social, os aspectos que envolvem o “[...] individualismo como entidade abstrata e universal” podem ser definidos mediante os elementos constituídos de “[...] seus e papéis, êxitosstatus (educacional, ocupacional e econômico), interação entre indivíduos com objetivos similares (GOUVEIA; CLEMENTE, 1998, p. 322), tendo como fundamento os princípios da racionalidade, abstenção, precisão e fragmentação do conhecimento. Dessa forma, na cultura individualista, a autonomia, a liderança pessoal e a liberdade desintegram o indivíduo do grupo no âmbito de sua origem. A partir dessa abordagem, o “[...] Estado é governado através de eleições democráticas, cujo propósito é manter os direitos individuais e a viabilidade das instituições públicas” (GOUVEIA, CLEMENTE, 1998, p. 323). A coletividade, para além dos interesses individuais, tem como princípio o equilíbrio social, no qual o indivíduo é compreendido com funções e peculiares. Nessa perspectiva social, “[...] os deveres e as obrigações sãostatus prescritos por papéis, e os indivíduos perdem prestígio se falham em cumpri-los” (GOUVEIA, CLEMENTE, 1998, p. 323). A participação social e política dos cidadãos por meio da coletividade frente ao Estado de Direito fortalece os processos democráticos no âmbito do poder público. Contudo, as definições acerca do individualismo e coletividade apresentados permitem compreender a configuração das dinâmicas estruturadas no contexto da sociedade atual e considerar as relações de poder estabelecidas entre os diversos segmentos sociais. 4.1.3 Conceito de sujeitos e atores sociais Na configuração dos processos de transformação na esfera social e histórica em constante mudança, “[...] os indivíduos concebem e assumem papéis sociais, no decurso de um processo de interação social” (GIDDENS, 2008, p. 29), movendo as relações humanas imbricadas na ordem social estabelecida, regida por modelos, padrões normativos, valores em todas as esferas da vida. Nessa composição social, os sujeitos sociais, nos movimentos de constituição e formação da existência humana, exercem papéis nas diferentes e múltiplas vivências em grupo, estruturadas culturalmente, socialmente e politicamente. 83 Fonte: © Scarlette / / Shutterstock. Diante dessa perspectiva, Dubar (2008) compreende os a partir da identidade social dossujeitos sociais indivíduos, na diversidade que integra a composição social. Bourdieu (2018) compreende os sujeitos sociais como agentes inerentes aos esquemas da estrutura, que atuam nas ações constituídas na sociedade por obrigação. Nessa concepção, são remodelados em “produtos do mundo social” (BOURDIEU, 2018, p. 149), e não, em indivíduos isolados no coletivo social. Por sua vez, o conceito de , de acordo com Giddens (2008), é compreendido a partir das habilidades dosatores indivíduos “[...] para coordenar os contextos de seu comportamento cotidiano, já que têm um considerável conhecimento sobre as condições e consequências do que fazem em suas vidas cotidianas” (GIDDENS, 2008, p. 192). Nessa abordagem, os atores são considerados agentes da ação social, o que significa que a estrutura social não é determinante e que os agentes não têm autonomia plena. Para Giddens (2008), os atores sociais, a partir de suas competências, seguem e transformam as ações constituídas no espaço social, no contexto das interações. Diante das concepções apresentadas, Dubar (2008) aponta os conceitos de sujeitos e atores sociais como representações classificadas por denominações distintas consideradas como sintomas das maneiras diferentes do fazer sociológico, tendo como base os aspectos sociais que os caracterizam na estrutura do sistema. 4.1.4 A perspectiva da classe social na construção da democracia O contexto social, econômico, cultural e político no Brasil a partir de 1985, marcado pela saída dos militares do poder, reverberou em novas configurações da estrutura social, ingressando a sociedade civil nos movimentos sociais e políticos coletivos. Nesse arranjo pós-ditadura, as lutas aglutinadas nos sindicatos ou nos partidos políticos foram deslocadas para grupos ampliados de atuação social e política, que organizaram movimentos de criação de associações, instituições, fóruns e Organizações não Governamentais (ONGs). Nesse sentido, a participação e representação dos movimentos sociais e políticos, ligados aos intelectuais, às instituições de cultura, educação, religião (catolicismo) e de partidos políticos das classes sociais populares, constituíram-se como elementos eminentes de mobilização, encorajamento e fortalecimento de atuação dos construção da democracia no Brasil.sujeitos sociais nos movimentos coletivos, que incidiram na 84 4.2 A participação de sujeitos no processo de fortalecimento da democracia No Brasil, a participação é um direito dos cidadãos garantido na Constituição Federal de 1988. A participação representa um caminho de inclusão e reconhecimento dos sujeitos nos diversos espaçossocial e política estruturais de políticas e é fortalecedora do processo democrático. Fonte: © ProStockStudio / / Shutterstock. Além disso, favorece práticas políticas, por meio da atuação dos cidadãos, revestidos de responsabilidade pública diante dos governos e da sociedade. 4.2.1 Trajetória dos movimentos sociais e populares nas décadas de 70 e 80 Os movimentos de organização social e popular coletiva no Brasil, nas décadas de 70 e 80, visavam à busca do reconhecimento e da inclusão nas bases de tomada de decisão do Estado sobre as políticas públicas, por meio de mecanismos articuladores de reivindicação. Nesse caminho, os movimentos sociais, tendo como base o princípio da descentralização do poder e transparência do Estado, buscavam resolver problemas de natureza social, cultural, econômica e política. Neste período, os interesses dos movimentos sociais giravam em torno da idealização da distribuição de rendas e de oportunidades. As reivindicações incluíam o aumento da qualidade de vida e discussões acerca dos processos que envolviam as políticas de distribuição, fiscalização e transparência dos investimentos públicos, elementos essenciais na garantia dos interesses coletivos e dos direitos sociais. PAUSA PARA REFLETIR Quais foram os avanços sociais e políticos no Brasil nesse período histórico, vinculados às articulações dos movimentos sociais de base? 85 4.2.2 Espaços urbanos e governança social Os pautados pelas lógicas de compreensão das práticas sociais como dimensões econômicas eespaços urbanos políticas, revestidas pelos processos de urbanização das cidades, são territórios demarcados e de reconhecimento cultural dos grupos sociais estabelecidos por meio de redes de interações, em nível mundial. Esse processo evidencia a força das relações sociais estabelecidas nos espaços urbanos, que geram o sentimento de pertencimento no lugar ocupado pelos diversos grupos sociais. Tal constatação demonstra os movimentos de operados no Brasil, especificamente nas décadas de 70 e 80. O crescimento demográfico e geográficourbanização das cidades incidiu em concentrações de populações urbanas, constituindo novas ocupações territoriais, modificando o cenário das cidades e dos bairros. Fonte: © SL-Photography / / Shutterstock. Nas cidades brasileiras, em constante transformação, a precariedade compõe a paisagem. Nesse contexto de segregação espacial, podem-se observar a miséria social, o desordenamento urbano e problemas referentes às condições de moradia subumanas, falta de saneamento básico e alto custo de vida. Diante dessas complexidades, emerge uma categoria de gestão na administração pública e nas configurações representativas e de participação nas relações articuladas entre os sujeitos sociais e o governo. Um marco dessas relações dialógicas e das ações políticas e culturais no âmbito da gestão pública no Brasil é a .governança social Nessa propostade governo, os processos são constituídos a partir de uma cultura política, na qual há o reconhecimento, a representação e a negociação dos diferentes por meio da intermediação social, política e cultural. Interação da governança social com a cultura política 86 Interação da governança social com a cultura política A governança social, estabelecida por princípios éticos e de alteridade por meio dos direitos sociais, econômicos, políticos e culturais, fortalece a cultura política mediante os processos democráticos. 4.2.3 Orçamento participativo Orçamento participativo é um processo de institucionalização e inclusão da participação dos atores sociais, que são representados nos espaços estratégicos do governo. Sintomer . (2013) o caracteriza como um mecanismoet al estratégico de deliberação pública, prestações de conta e tomada de decisões, desenvolvido em espaços públicos específicos (sessões, fóruns, entre outros), com a inclusão dos sujeitos sociais, cidadão de direitos. Segundo Fedozzi . (2015), esse tipo de institucionalização vem se desenvolvendo em todo o mundo, com destaque noset al países de tradição democrática. Sintomer . (2013) destacam a necessidade de discutir de forma pública, no âmbito das cidades, os caminhos deet al aplicação orçamentária. Dessa forma, consideram que o processo do orçamento participativo abarca formas de deliberação e prestações de contas públicas. 4.2.4 Níveis e categorias de participação Os , compreendidas a partir da perspectiva de inclusão dos cidadãos nosníveis e categorias de participação processos sociais, abrangem elementos classificados em graus de poder, por meio dos quais os sujeitos sociais participam nos espaços de tomadas de decisões no desenvolvimento das ações políticas nas esferas públicas. Com base na ideia de participação cidadã de Arnstein (2002), as categorias que envolvem os sujeitos sociais compreendem as seguintes. Clique nos ícones e confira. Não participação (manipulação e terapia). Níveis de concessão mínima de poder (informação, consulta, pacificação). Níveis de poder do cidadão (parceria, delegação de poder, controle cidadão). PAUSA PARA REFLETIR Você participa do orçamento participativo de sua cidade? 87 Níveis de participação cidadã Fonte: ARNSTEIN, 2002. (Adaptado). Dessa forma, a participação efetiva proposta na categoria de participação cidadã de Arnstein (2002) requer o papel ativo dos sujeitos sociais nos processos de tomada de decisão nas políticas, favorecendo mecanismos dialógicos entre os cidadãos e o governo sobre a gestão pública. 4.3 O contexto contemporâneo das políticas públicas O contexto contemporâneo das políticas públicas no Brasil, permeado pela estrutura social e política, permite identificar as disputas e tensões na composição do Estado, que desfavorecem os princípios e objetivos da Constituição Federal de 1988 quanto aos direitos sociais dos cidadãos. Fonte: AkulininaOlga / / Shutterstock. 88 Nesse cenário, a participação social e política dos cidadãos nos espaços de decisão dos rumos das políticas públicas é necessária para a defesa e o reconhecimento das propostas e ações que tenham como princípio o respeito à dignidade humana, focando a superação das desigualdades sociais, históricas, políticas e culturais. 4.3.1 A sociedade contemporânea e os problemas complexos As transformações na sociedade contemporânea são constituídas por elementos burocráticos e democráticos de interação entre os sujeitos integrantes da estrutura social. Esses elementos pressupõem o “[...] desenvolvimento dos sistemas abstratos como produto da existência social” (GIDDENS, 2008, p. 123). Fonte: © Lightspring / / Shutterstock. Nesse caminho, a sociedade contemporânea tem sido configurada por labirintos de produção de sentidos gerados por diferenças, desigualdades e desconexões no que diz respeito à composição da organização social por meio das formas de “[...] diversidade cultural, diferença entre classes sociais ligadas a industrialização, modos díspares de acesso à informação e ao entretenimento, segundo as idades e níveis educacionais” (GARCIA-CANCLINI, 2009, p. 227). O grau de complexidade frente aos problemas sociais, políticos e econômicos existentes na sociedade contemporânea não pode ser calculado. Diante dessa complexidade, Garcia-Canclini (2009) destaca a ordenação e a hierarquia dos Estados nacionais modernos, operadas por meio da lógica sistêmica e hegemônica em cada nação, para estabelecer a língua oficial, culturas padronizadas acima das diferenças regionais e o conhecimento científico com base nas ciências modernas. 4.3.2 O Estado necessário para o Brasil no século XXI A concretização dos princípios democráticos e dos direitos humanos e sociais, legitimados na Constituição Federal de 1988, é possível por meio de políticas públicas revestidas de ações positivadas e efetivas, que são dispositivos operacionais de condução para o Estado, necessários para o Brasil no século XXI. 89 Dessa forma, as novas configurações culturais, econômicas e tecnológicas exigem uma gestão pública voltada aos direitos sociais e políticos dos cidadãos. Sendo assim, a atuação do Estado requer uma administração voltada para ações estratégicas de políticas públicas de forma articulada entre o Legislativo, Executivo e Judiciário que deve objetivar o desenvolvimento democrático da nação em benefício de todos. 4.3.3 Possibilidades de políticas públicas intersetoriais Na atual conjuntura do Estado social, democrático e de Direito, no qual a representação política no exercício das funções, políticas públicas sociais é uma estratégia fundamental de desenvolvimento humano, a intersetorialidade assume uma perspectiva possível de desenvolvimento social e de reversão da exclusão social. As são mecanismos de [...] implementação das políticas setoriais, visando suapolíticas públicas intersetoriais efetividade por meio da articulação entre instituições governamentais e entre essas e a sociedade civil” (NASCIMENTO, 2010, p. 96). Segundo Nascimento (2010), essas políticas podem contribuir na integração das áreas setoriais, gerando reconhecimento dos saberes e das experiências derivadas da participação nas ações coletivas entre os diversos agentes públicos e sujeitos sociais, bem como os resultados obtidos frente aos problemas sociais, políticos e culturais evidenciados. 4.3.4 A participação cidadã na concepção e avaliação das políticas públicas A partir da Constituição de 1988, a nas políticas públicas brasileiras passou a ser umparticipação cidadã mecanismo institucionalizado de direito, por meio de movimentos que envolvem os cidadãos nas tomadas de decisão, levando em conta os interesses de todos na gestão das políticas públicas. Dessa forma, a participação cidadã tem contribuído para a inclusão da população nos mecanismos estruturais do poder público. No entanto, as propostas dos instrumentos de participação cidadã têm demonstrado fragilidades, descontinuidades e inconstâncias no que diz respeito à gestão pública. PAUSA PARA REFLETIR Quais são as formas de garantia dos direitos humanos no Brasil? AFIRMAÇÃO “A intersetorialidade é a articulação entre as políticas públicas por meio do desenvolvimento e da [...] articulação entre os diferentes setores sociais em torno de objetivos comuns, e deve ser o princípio norteador da construção das redes municipais” (CAVALCANTI; BATISTA; SILVA, 2013, p. 1-2). 90 Na avaliação de Pinho (2009), o modelo de representação que tem o voto como instrumento de participação dos cidadãos na vida pública demonstra as fragilidades e descontinuidades administrativas, além da mudança constante de prioridades ocorridas pela troca de gestores a cada quatro anos. Dessa forma, ainda segundo Pinho (2009, p. 20), a participação dos cidadãos é necessária, mediante a constituição de redes de atores sociais incorporados nos processos que envolvem a gestão e avaliação de “[...] políticas públicas, de modo a fortalecer programas sociais e dar sustentabilidade das ações”. 4.4 A cultura democráticaem formação X desigualdades sociais O processo histórico de formação política, social e cultural do Brasil, especificamente delineado pelo período de redemocratização, a partir da década de 80, reverberou na formação do sistema político democrático. Giddens (2008, p. 427) define a como “[...] democracia um sistema político capaz de garantir a igualdade política, proteger a liberdade individual, defender o interesse comum, ir ao encontro das necessidades dos cidadãos, promover o autodesenvolvimento moral e possibilitar a tomada de decisão”. No entanto, a configuração da estrutura social do cenário nacional tem sido caracterizada por padrões excludentes, que fragilizam a atuação dos sujeitos sociais na prática política. 4.4.1 Mecanismos institucionais de participação social e novos arranjos sociais após Constituição Federal de 1988 A regulamentação dos direitos sociais e a instituição dos mecanismos institucionais de participação social no Brasil, por meio do papel consultivo, deliberativo e fiscalizador dos conselhos no âmbito municipal, estadual e federal nas diversas instâncias, ocorreram no contexto histórico de redemocratização, isto é, por meio da promulgação da Constituição Federal de 1988, que ratificou o princípio democrático e o controle social. AFIRMAÇÃO [...] política pública, diz respeito ao plano das questões coletivas, da . O público distingue-sepolis do privado, do indivíduo e de sua intimidade. Por outro lado, o público distingue-se do estatal: o público é uma dimensão mais ampla, que se desdobra em estatal e não estatal” (SCHMIDT, 2008, p. 2311). 91 Dessa forma, a participação social operada no âmbito do poder público se dá pelos diversos instrumentos democráticos legitimados pelos direitos humanos. A transparência, a publicidade, o direito de informação e o desenvolvimento social e econômico são mecanismos de controle social, monitoramento e fiscalização social no âmbito governamental (BONAVIDES, 2003). Por conseguinte, os mecanismos de controle social no desenvolvimento das políticas públicas nos diversos âmbitos do governo devem ter os seguintes princípios. Para conhecê-los clique nos ícones. A aplicação dos direitos humanos. A promoção da igualdade. O exercício direto da democracia. PAUSA PARA REFLETIR Quais são os mecanismos de controle social nas políticas públicas no Brasil? 92 Participação social e políticas públicas Os diversos mecanismos de participação popular favorecem o controle social e promovem as práticas fiscalizadoras e anticorruptivas. 4.4.2 Qualificação técnica e política para a efetiva participação social O desenvolvimento da qualificação técnica e política deve ser feito por meio de processos formativos das habilidades que competem à representação social para a efetiva participação social no Brasil. A defesa dos princípios democráticos, a garantia da qualidade dos serviços públicos prestados a sociedade e o fomento da fiscalização das políticas públicas são elementos essenciais que garantem a participação social em seu sentido pleno. 93 Participação social Ademais, as dimensões que envolvem o processo formativo de qualificação técnica e política dos agentes públicos e sujeitos sociais (conselheiros) para a efetiva participação e controle social se relacionam aos atos de moralidade, economicidade, probidade, publicidade e eficiência nos espaços de participação e controle social. 4.4.3 Unidades Federativas diante da Constituição Federal de 1988 As diante da Constituição Federal de 1988, de acordo com Veloso (2002) se caracterizamUnidades Federativas pelos seguintes atributos. Clique nos termos e confira. Repartição Repartição de competências efetuadas por uma norma matriz do ordenamento jurídico. Autonomia Autonomia e igualdade dos estados membros. 94 Participação Participação dos estados membros nas decisões do ente central. Atribuição Atribuição de rendas próprias às diversas esferas de competência. Unidades federativas Dessa forma, a Constituição Federal regulamenta a repartição de competências efetuadas por uma norma matriz do ordenamento jurídico à forma federal de Estado e estabelece os critérios de repartição de competências e receitas tributárias. Veloso (2002, p. 25) define a como um poder limitado, atribuído “[...] aos sujeitos de direito públicoautonomia interno de se auto-organizarem, auto-governarem e auto-administrarem, sem a ingerência do Estado Federal (detentor da soberania)”. Considerando o Brasil um Estado Federal em que a União, os estados, o Distrito Federal e os municípios ocupam, juridicamente, o mesmo patamar hierárquico, o tratamento jurídico-formal isonômico abrange todo o território. Sobre a , Veloso (2002, p. 28), ressalta que não se constitui de forma integral, “[...] muito pelo contrário,igualdade como decorre do conceito de justiça, limita-se às diferenças axiológicas inerentes a cada ser, seja ele pessoa física, ou ente de direito público interno”. Por fim, quanto às questões da repartição de competências e de receitas nos Estados Federais, Veloso (2002) enfatiza que a existência harmônica dos diversos entes estatais precisa de uma distribuição justa e equitativa de receitas, que lhes garantam parcelas autossustentáveis, principalmente no que cerne à questão tributária. 95 4.4.4 Transformação política-cultural na direção da democracia Os diversos desafios do processo de transformação da política-cultural na direção da democracia não podem impedir que os cidadãos participem dos espaços deliberativos, consultivos e fiscalizadores de políticas públicas, cujos propósitos são as demandas sociais. Sendo assim, o fortalecimento da política-cultural ocorre por meio dos canais que possibilitam a participação ativa dos cidadãos. Trilhar os diversos caminhos que apontam para a consolidação do processo democrático, orçamento participativo, conselhos, fóruns e até mesmo por meio dos espaços virtuais, move os cidadãos rumo à transformação. Proposta de atividade Agora é a hora de recapitular tudo o que você aprendeu neste capítulo! Elabore um mapa conceitual, com entre 20 e 25 conceitos, destacando as principais ideias abordadas ao longo do capítulo. Ao produzir seu mapa, considere as leituras básicas e complementares realizadas. Dica: Comece com um termo ou expressão principal, em seguida, conecte esse termo ou expressão a palavras de ligação, para dar sentido ao texto. Recapitulando Neste capítulo, identificamos os fundamentos teóricos sobre a formação do Estado de direito na direção da consolidação democrática, compreendendo os elementos que compõem o cenário brasileiro e influenciam as políticas públicas, por meio da desintegração social das classes econômicas menos favorecidas. A Constituição Federal de 1988 estabeleceu as garantias dos direitos humanos e sociais dos cidadãos brasileiros, asseguradas por meio de políticas públicas. Além disso, os movimentos de lutas se fortaleceram em busca da construção e permanência dos processos democráticos e dos direitos sociais, por meio do desenvolvimento de mecanismos de participação social e política. Diante da complexidade das demandas contemporâneas, a participação cidadã nas políticas públicas brasileiras, por meio dos processos de tomada de decisão, é um caminho que contribui para a inclusão da população brasileira nos mecanismos estruturais do poder público e de fortalecimento democrático. 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consequências para a colônia 1.2 Sociedade colonial brasileira 1.2.1 Colonização: aspectos sociais e econômicos 1.2.2 As relações e a organização de produção e o trabalho escravo 1.2.3 A divisão administrativa e territorial do Brasil Capitanias hereditárias Território colonial Municípios 1.2.4 Características do tráfico e do trabalho escravo 1.3 Ciclos econômicos no período colonial brasileiro 1.3.1 Ciclo do pau-brasil 1.3.2 Ciclo da cana-de-açúcar e o modelo social e econômico da produção 1.3.3 Pacto colonial 1.3.4 Ciclo do ouro 1.4 A herança colonial na formação da sociedade brasileira 1.4.1 A composição da sociedade brasileira no período colonial 1.4.2 A reprodução do modelo de relações de trabalho escravocrata 1.4.3 As relações de exploração da força de trabalho e suas consequências 1.4.4 Identidade da cultura da produção rural Proposta de atividade Recapitulando Referências FEHPB_C02 Objetivos do capítulo Tópicos de estudo Contextualizando o cenário 2.1 A formação da população no Brasil para a construção da sua identidade 2.1.1 Origens e diversidade da população africana 2.1.2 A população indígena e o processo de aculturamento Tupis-guaranis Jês Nuaruaques Caraíbas 2.1.3 A instituição do catolicismo como religião oficial no Brasil 2.1.4 Características da identidade nacional 2.2 Componentes fundantes do Estado brasileiro 2.2.1 Aspectos históricos da independência do Brasil: constituição e organização do Estado brasileiro 2.2.2 Diferenças entre Estado e nação 2.2.3 A incorporação de símbolos nacionais a partir do modelo europeu 2.2.4 Os símbolos da identidade nacional X negação da cultura dos negros 2.3 As interpretações do cidadão brasileiro 2.3.1 Cidadão brasileiro segundo Gilberto Freyre 2.3.2 Cidadão brasileiro segundo Darcy Ribeiro 2.3.3 Cidadão brasileiro segundo Sérgio Buarque de Holanda 2.4 Pressupostos e aspectos estruturais e organizacionais para a sociedade brasileira 2.4.1 A primeira Constituição Brasileira (1824) 2.4.2 O conjunto das estruturas e legislações para legitimação do Estado 2.4.3 Interesses particulares e coletivos 2.4.4 A lógica do trabalho escravo na lógica do capitalismo mercantil Proposta de atividade Recapitulando Referências FEHPB_C03 Objetivos do capítulo Tópicos de estudo Contextualizando o cenário 3.1 Aspectos e características das crises do capitalismo 3.1.1 Modelos de intervenção do Estado 3.1.2 Contradições sobre as crises econômicas e sociais Proprietários Proletariado 3.1.3 A visão de Caio Prado Júnior sobre a empresa colonial 3.1.4 O processo de globalização e o conflito do capitalismo e estado de direitos 3.2 Marcos e trajetórias das crises do capitalismo no final do século XX 3.2.1 A crise de 1929 e a Grande Depressão 3.2.2 A crise do petróleo de 1970 3.2.3 As crises no México e na Argentina na década de 1990 3.2.4 A crise norte-americana de 2008 3.3 Aspectos políticos, econômicos e sociais no Brasil no século XX 3.3.1 República Velha e Estado Novo (1889-1945) República da Espada (1889-1894) República Oligárquica (1894-1930) 3.3.2 Modernização econômica e construção de Brasília (1945-1964) 3.3.3 Ditadura militar e Ufanismo Nacional (1964-1985) 3.3.4 Processo democrático – 1985 aos dias atuais 3.4 Fases e transformações do capitalismo e seus impactos na realidade brasileira 3.4.1Mercantilismo – Portugal e Espanha 3.4.2 Liberalismo clássico 3.4.3 Keynesianismo – pós-guerra 3.4.4 Guerra fria – capitalismo financeiro e neoliberalismo Proposta de atividade Recapitulando Referências FEHPB_C04 Objetivos do capítulo Tópicos de estudo Contextualizando o cenário 4.1 Fundamentos teóricos sobre a concepção de sujeitos históricos 4.1.1 Estratos e prerrogativas da Constituição de 1988 4.1.2 Capitalismo e seus reflexos sobre o individualismo x coletividade 4.1.3 Conceito de sujeitos e atores sociais 4.1.4 A perspectiva da classe social na construção da democracia 4.2 A participação de sujeitos no processo de fortalecimento da democracia 4.2.1 Trajetória dos movimentos sociais e populares nas décadas de 70 e 80 4.2.2 Espaços urbanos e governança social 4.2.3 Orçamento participativo 4.2.4 Níveis e categorias de participação 4.3 O contexto contemporâneo das políticas públicas 4.3.1 A sociedade contemporânea e os problemas complexos 4.3.2 O Estado necessário para o Brasil no século XXI 4.3.3 Possibilidades de políticas públicas intersetoriais 4.3.4 A participação cidadã na concepção e avaliação das políticas públicas 4.4 A cultura democrática em formação X desigualdades sociais 4.4.1 Mecanismos institucionais de participação social e novos arranjos sociais após Constituição Federal de 1988 4.4.2 Qualificação técnica e política para a efetiva participação social 4.4.3 Unidades Federativas diante da Constituição Federal de 1988 4.4.4 Transformação política-cultural na direção da democracia Proposta de atividade Recapitulando Referências Blank Page Blank Page Blank Page Blank Page Página em branco